O CONHECIMENTO E OS HÁBITOS DE CONSUMO DE MEL ENTRE CONSUMIDORES DO ESTADO DE SÃO PAULO

“KNOWLEDGE AND CONSUMPTION HABITS OF HONEY AMONG CONSUMERS IN THE STATE OF SÃO PAULO”

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202510310134


Brenda Nunes Carneiro1
Juliana Frias2


Resumo

O presente estudo teve como objetivo analisar o conhecimento e os hábitos de consumo de mel entre consumidores do estado de São Paulo, relacionando-os ao nível de escolaridade e à percepção sobre os benefícios e formas adequadas de uso e armazenamento do produto. A pesquisa, de natureza aplicada, quantitativa e descritiva, foi realizada por meio de questionário digital aplicado a 109 participantes. Os resultados revelaram que o consumo de mel ainda é predominantemente ocasional, sendo majoritariamente associado a situações terapêuticas, como o tratamento de gripes e resfriados. Observou-se, ainda, que grande parte dos entrevistados desconhece outros produtos apícolas, como própolis, geleia real e pólen, e que há lacunas de conhecimento quanto às práticas de armazenamento e validade do mel. Tais resultados indicam a necessidade de estratégias educativas e de divulgação científica que valorizem o mel como alimento funcional e promovam o consumo consciente. Conclui-se que o aumento do conhecimento sobre o produto e seus derivados pode contribuir para o fortalecimento do setor apícola, a ampliação do consumo regular e a valorização de produtos naturais brasileiros.

Palavras-chave: Mel. Apicultura. Consumo. Hábitos alimentares. Produtos apícolas.

1 INTRODUÇÃO

A apicultura representa uma das atividades agropecuárias mais antigas e sustentáveis praticadas pela humanidade, destacando-se tanto por sua relevância ecológica quanto econômica. No Brasil, o setor apícola tem se consolidado como uma importante fonte de renda para pequenos e médios produtores, além de contribuir para a preservação ambiental por meio da polinização realizada pelas abelhas, responsável pela manutenção de grande parte da biodiversidade vegetal (ROSA et al., 2024; KLOSOWSKI; KUASOSKI; BONETTI, 2020). 

O mel, principal produto da apicultura, é amplamente valorizado não apenas por seu sabor e propriedades nutricionais, mas também por seus reconhecidos efeitos terapêuticos, antioxidantes e antimicrobianos (MORALES; HUERTAS; PÉREZ, 2023; BONSIGNORE; MARTINOTTI; RANZATO, 2024).

Apesar de sua importância, o consumo de mel ainda é limitado e, muitas vezes, associado apenas a situações específicas, como o tratamento de gripes e resfriados (ALVES et al., 2021; BARBOSA et al., 2020). Esse padrão revela uma percepção restrita sobre o potencial nutricional e funcional do produto, em contraste com seu valor agregado e benefícios amplamente documentados na literatura científica (VASCONCELOS et al., 2021).

Além disso, observa-se um baixo nível de conhecimento da população sobre os demais produtos derivados das abelhas, como própolis, geleia real e pólen apícola, que apresentam propriedades bioativas e aplicabilidade alimentar e medicinal (GIAMPIERI et al., 2022; LOPES et al., 2022).

O armazenamento e o prazo de validade do mel também são aspectos frequentemente negligenciados pelos consumidores. Pesquisas recentes indicam que boa parte da população desconhece as condições ideais de conservação do produto, o que pode comprometer sua qualidade físico-química e segurança alimentar (ŠEDÍK; HUDECOVÁ; POCOL, 2023; BAIG et al., 2023). Tais lacunas de conhecimento revelam a necessidade de estratégias educativas e informativas que promovam o consumo consciente e a valorização dos produtos apícolas.

Diante desse cenário, o presente estudo busca analisar o perfil, o conhecimento e os hábitos de consumo de mel entre consumidores do estado de São Paulo, relacionando-os ao grau de escolaridade e à percepção sobre os benefícios e formas adequadas de uso e armazenamento. A pesquisa também pretende identificar o nível de familiaridade do público com outros produtos apícolas, como a própolis e a geleia real, contribuindo para uma compreensão mais ampla sobre a valorização e o potencial de mercado do setor.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A apicultura e as abelhas

2.1.1 Apicultura

A apicultura consiste na criação racional de abelhas do gênero Apis com finalidade comercial ou recreativa, realizada em locais controlados pelo homem para seu próprio benefício. Essa prática possui terminologia e técnicas específicas que visam otimizar a produção e garantir o bem-estar das colônias (MARTINHO et al., 2022).

No Brasil, a atividade teve início em 1839, quando o padre Antônio Carneiro introduziu colônias da espécie Apis mellifera, trazidas da região do Porto, em Portugal, para o Rio de Janeiro, com o objetivo de produzir cera destinada à confecção de velas, utilizadas nos rituais da Igreja Católica (SILVA, 2025).

Atualmente, a apicultura encontra-se em expansão em diversos países, destacando-se no Brasil como uma importante alternativa de geração de renda para a agricultura familiar. Essa atividade exige baixo investimento inicial, apresenta boa adaptabilidade a diferentes ambientes rurais e contribui significativamente para o desenvolvimento sustentável (ROSA et al., 2024).

Com o avanço do conhecimento técnico, o ser humano passou a compreender a importância de proteger os enxames, adotando colmeias racionais e práticas de manejo sustentáveis. Essas medidas visam maximizar a produção de mel e outros produtos apícolas, preservando, ao mesmo tempo, a integridade e o equilíbrio das abelhas (CARVALHO; FERRAREZI JUNIOR, 2022).

Em 2016, o setor apícola brasileiro alcançou um faturamento de aproximadamente R$ 470 milhões, com a exportação de 24 mil toneladas de mel. O produto nacional é amplamente reconhecido pela sua pureza e qualidade, sendo altamente valorizado nos mercados europeu e norte-americano (GUIMARÃES, 2018).

Além do valor econômico, a apicultura ressalta o papel essencial das abelhas para a agricultura e para o equilíbrio ambiental, uma vez que cerca de 70% das plantas utilizadas na alimentação humana dependem da polinização realizada por esses insetos (KLOSOWSKI; KUASOSKI; BONETTI, 2020).

2.1.2 As abelhas

As abelhas são insetos voadores pertencentes ao grupo dos artrópodes, classe dos insetos e ordem Hymenoptera. Descendentes das vespas, diferenciam-se destas por sua alimentação: enquanto as vespas se nutrem de pequenos insetos e aranhas, as abelhas alimentam-se predominantemente de pólen e néctar (MARTINHO et al., 2022). De acordo com a Associação Brasileira de Estudo das Abelhas (A.B.E.L.H.A., 2020), o corpo das abelhas é dividido em três partes principais: cabeça, tórax e abdômen, conforme ilustrado na Figura 1.

Figura 1: Características gerais da abelha

Fonte: Santos et al. (2025)

As abelhas são insetos sociais, organizados em colônias altamente estruturadas que funcionam como um verdadeiro superorganismo. Nessas sociedades, cada indivíduo desempenha funções específicas que asseguram a sobrevivência e o equilíbrio do grupo. As colônias são compostas por três castas morfológica e funcionalmente distintas: a rainha, as operárias e os zangões (MARTINHO et al., 2022), conforme demonstrado na Figura 2.

Figura 2: Colônia

Fonte: Santos et al. (2025)

A rainha, responsável pela reprodução da colônia, desenvolve-se a partir de um ovo fecundado depositado em um alvéolo maior e alimentado exclusivamente com geleia real, uma substância rica em proteínas, vitaminas e hormônios. Essa dieta especial estimula o desenvolvimento de seus órgãos reprodutores, diferenciando-a das demais castas (ZANGIROLAMI; SANTOS JUNIOR, 2022). 

A fecundação ocorre durante o voo nupcial, realizado por volta do nono dia de vida, quando vários zangões são atraídos pelo feromônio liberado pela rainha. Geralmente, de seis a oito zangões participam da fecundação, e o sêmen armazenado na espermateca permite que a rainha continue fertilizando ovos ao longo de toda a vida (FRATINI et al., 2016).

As operárias, embora também sejam fêmeas, possuem órgãos reprodutores atrofiados e o ovipositor transformado em ferrão, utilizado para a defesa da colônia. Essa diferenciação ocorre em função da alimentação larval: enquanto a rainha recebe exclusivamente geleia real, as larvas destinadas a se tornarem operárias passam a ingerir mel e pólen a partir do terceiro dia de vida (ZANGIROLAMI; SANTOS JUNIOR, 2022).

O ciclo de vida das operárias é marcado pela execução de diferentes tarefas conforme sua idade e desenvolvimento glandular. Nos primeiros dias, dedicam-se à limpeza dos alvéolos e ao cuidado das larvas recém-nascidas. Entre o quinto e o décimo dia, tornam-se nutrizes, alimentando as larvas com geleia real. Do décimo ao vigésimo dia, passam a produzir cera, construir favos e manipular o néctar e o pólen. Posteriormente, entre o 18º e o 21º dia, atuam na defesa da colmeia, utilizando o ferrão e o veneno. Após essa fase, exercem a função de campeiras, coletando néctar, pólen, resinas e água até o fim da vida (ZANGIROLAMI; SANTOS JUNIOR, 2022).

Os zangões, por sua vez, compõem a casta masculina da colônia e desenvolvem-se a partir de ovos não fertilizados. Sua função principal é fecundar a rainha durante o voo nupcial, morrendo logo após o acasalamento ou, em média, seis semanas após o nascimento. Em períodos de escassez, são frequentemente expulsos da colônia para reduzir o consumo de recursos. São maiores que as operárias, menores que a rainha e desprovidos de ferrão (MARTINHO et al., 2022). 

O desenvolvimento das três castas segue quatro estágios fundamentais: ovo, larva, pupa e adultos. Durante a fase larval, há um notável aumento de peso, no qual as operárias ampliam cerca de 900 vezes o peso inicial do ovo, a rainha 1.700 vezes e os zangões 2.300 vezes (WANG; MA; XU, 2015).

O trabalho coletivo das abelhas é essencial para a manutenção e o equilíbrio da colônia, refletindo um sistema de cooperação altamente eficiente. Além disso, esse comportamento desempenha um papel crucial na produção de mel e na manutenção dos ecossistemas, evidenciando a importância ecológica e econômica desses insetos (SANTOS et al., 2025).

2.2 O mel: composição, propriedades e controle de qualidade

2.2.1 Formação e composição do mel

 O mel é produzido pelas abelhas a partir do néctar das flores ou de secreções vegetais e secreções de insetos sugadores; as abelhas coletam essas substâncias, adicionam enzimas (como invertase e glicose oxidase) e reduzem o teor de água por desidratação dentro da colmeia, resultando numa matriz complexa de açúcares, água, enzimas, ácidos orgânicos, aminoácidos, minerais e compostos fenólicos (MORALES; HUERTAS; PÉREZ, 2023).

Os açúcares representam a maior fração do mel, tipicamente 70–85% com predominância de monossacarídeos (frutose e glicose), disacarídeos em menor proporção e traços de oligosacarídeos; a proporção frutose/glucose influencia propriedades físicas como cristalização e doçura percebida (YOUNG; BLUNDELL, 2023).

 A água no mel costuma ficar entre 15% e 20%; esse baixo teor, combinado ao elevado teor de açúcares, confere baixa atividade de água e dificulta o crescimento microbiano, sendo um dos fatores de conservação natural do produto. Entretanto, um teor de água elevado (acima dos limites legais) favorece fermentações indesejadas por leveduras; por isso o controle higrométrico é crítico na qualidade do mel (CAMARGO et al., 2025).

Enzimas de origem enzimática apícola como a invertase (sacarase), diastase (amilase) e glicose oxidase são adicionadas pelas abelhas e permanecem no mel; a atividade diastática e o índice de HMF (hidroximetilfurfural) são amplamente usados para avaliar frescor e dano térmico do mel (BRAGA et al., 2020).

Compostos fenólicos e flavonoides, originários das plantas visitadas, ocorrem em concentrações variáveis e são responsáveis por parte das propriedades antioxidantes e por sinais químicos de autenticidade (YOUNG; BLUNDELL, 2023).  Aminoácidos e proteínas ocorrem em baixos teores; a principal proteína é a apidaecina/albumina, e aminoácidos como prolina são usados como indicadores da maturação e autenticidade do mel (MORALES; HUERTAS; PÉREZ, 2023).

Ácidos orgânicos (ácido glucônico, acético, fórmico, entre outros) contribuem para o pH e acidez do mel; o ácido glucônico é formado pela ação da glicose oxidase e está associado às propriedades antimicrobianas de alguns méis (CAMARGO et al., 2025). Minerais e vitaminas aparecem em traços, mas são relevantes para o perfil nutricional: potássio, cálcio, ferro e cobre são os minerais mais citados, e suas concentrações ajudam a distinguir méis de diferentes origens (ROSA et al., 2024).

Compostos voláteis e aromáticos derivados secundários das plantas e transformações enzimáticas definem grande parte do perfil sensorial (aroma e sabor) do mel e têm sido extensivamente mapeados por cromatografia nos últimos 10 anos (ZHANG et al., 2023). 

2.2.2 Propriedades físico-químicas e sensoriais

 As propriedades físico-químicas fundamentais do mel incluem teor de água, açúcar total, relação frutose/glucose, pH, acidez livre, condutividade elétrica, índice diastático e teor de HMF (CAMARGO et al., 2025). A cristalização é um fenômeno físico influenciado pela proporção frutose/glucose, presença de partículas nucleantes e condições de armazenamento (BRAGA et al., 2020).

 O pH do mel costuma situar-se entre 3,2 e 4,5, conferindo acidez que contribui à estabilidade microbiológica e ao perfil de sabor (MORALES; HUERTAS; PÉREZ, 2023). A condutividade elétrica, relacionada ao conteúdo mineral, é empregada para diferenciar méis florais de méis de melato e identificar origem geográfica (ROSA et al., 2024).

O índice de HMF é um marcador de aquecimento excessivo e envelhecimento do mel: valores baixos indicam processamento adequado e frescor (YOUNG; BLUNDELL, 2023). Propriedades sensoriais, como cor, aroma, sabor, viscosidade e textura, derivam diretamente da composição química e do processamento (MORALES; HUERTAS; PÉREZ, 2023).

Métodos instrumentais e análises sensoriais padronizadas têm sido combinados para caracterizar perfis voláteis e gustativos do mel (ZHANG et al., 2023). A atividade microbiológica do mel é geralmente baixa devido a seus atributos físico-químicos, mas contaminações por leveduras podem ocorrer quando o teor de água é elevado (CAMARGO et al., 2025).

Trabalhos sobre méis orgânicos e comerciais mostram diferenças significativas em parâmetros como teor de água e condutividade (ROSA et al., 2024). A integração entre parâmetros físico-químicos e avaliações sensoriais é essencial para a avaliação da qualidade comercial (MORALES; HUERTAS; PÉREZ, 2023).

2.3 Inspeção, Comercialização e Benefícios do Mel

2.3.2 Inspeção e Comercialização do Mel

A comercialização do mel exige avaliação contínua das propriedades físico-químicas (umidade, açúcares, acidez e diástase) que determinam sua qualidade e aptidão para venda; essas análises são usadas tanto por laboratórios oficiais quanto por certificadoras privadas para validar rótulos e origens florais (MORALES; HUERTAS; PÉREZ, 2023). 

Mercados como a União Europeia estão em processo de implementar normas mais rigorosas de rotulagem e rastreabilidade para o mel, a partir de 2026 os rótulos deverão indicar os países de origem em ordem decrescente e a percentagem de cada origem para misturas de mel. Essas regras visam reforçar os requisitos de qualidade, combate à adulteração e transparência ao consumidor, complementando e atualizando os padrões internacionais existentes (UNIÃO EUROPEIA, 2024).

A autenticidade do mel, detecção de adulteração por açúcares industriais ou mistura com xarope, tornou-se um foco central da inspeção, estimulando o uso de técnicas analíticas modernas (perfil isotópico, cromatografia, marcadores fenólicos) para proteção do mercado e do consumidor (ZHANG et al., 2023).

A ausência de selo de inspeção está correlacionada à maior incidência de não conformidades físico-químicas, como amostras comercializadas em feiras e sem inspeção, as quais apresentam, com maior frequência, irregularidades que podem afastar compradores e prejudicar a reputação do produtor (PEREIRA et al., 2023). 

Zhang et al (2023) é necessária a ressaltam a importância da rastreabilidade e da certificação (origem floral, apicultura orgânica, certificações geográficas) como instrumentos que aumentam o valor agregado do mel no mercado nacional e internacional e facilitam a fiscalização sanitária.

As práticas inadequadas de manejo pós-colheita (contaminação por água, armazenamento inadequado, aquecimento excessivo) impactam parâmetros de qualidade e podem levar à rejeição na inspeção; por isso, as boas práticas de fabricação são frequentemente recomendadas entre apicultores que visam comercialização em mercados exigentes (ABDI; TOLA; KUYU, 2024). 

Autoridades regulatórias, como ANVISA e órgãos de defesa agropecuária, têm estratégia de fiscalização que combina inspeção documental (rotulagem, lote, certificado) com amostragem laboratorial, permitindo controle de segurança alimentar e combate à fraude (ANVISA, 2020). 

Relatórios de agências de alimentos, como a Food Standards/UK) e pesquisas sobre autenticidade destacam que a transparência na cadeia (contratos, origem, análises publicadas) reduz conflitos de mercado e ajuda o consumidor a distinguir méis premium de produtos adulterados. (FSA / UK, 2023). 

Mercados que exigem certificação técnica e controles de qualidade conseguem preços mais altos e penetração internacional; por outro lado, a complexidade normativa pode representar barreira para pequenos produtores sem apoio técnico (ZHANG et al., 2023; MORALES; HUERTAS; PÉREZ, 2023).

Pesquisas recentes realizadas por Pereira et al. (2023) e Abdi; Tola; Kuyu (2024) recomendam integração entre políticas públicas, assistência técnica e laboratórios regionais para ampliar a capacidade de inspeção, reduzindo irregularidades e incentivando a comercialização formal, estratégia estas que beneficia saúde pública, valor agregado e sustentabilidade do setor apícola.

2.3.3 Benefícios do Mel

O mel apresenta efeitos benéficos notáveis em diversos contextos, como melhora de sintomas de tosse em crianças, aceleração da cicatrização de feridas e benefícios sobre parâmetros lipídicos e glicêmicos quando comparado a outros adoçantes (MORALES; HUERTAS; PÉREZ, 2023).

As propriedades antimicrobianas do mel são atribuídas à alta osmolaridade, baixo pH, peróxido de hidrogênio gerado por enzimas e compostos fenólicos; estes mecanismos explicam a eficácia do mel em curativos tópicos e em inibir bactérias multirresistentes in vitro (LUCA; PAULIUC; OROIAN, 2024). 

O papel antioxidante do mel, ligado à sua fração fenólica, possui potencial antioxidante e pode modular o estresse oxidativo sistêmico e contribuir para efeitos anti-inflamatórios observados em modelos celulares e humanos (BONSIGNORE; MARTINOTTI; RANZATO, 2024). 

Ensaios clínicos compilados por Morales, Huertas e Pérez, (2023) mostram que em algumas populações, como em pacientes com mucosite por quimiorradioterapia, que o uso tópico ou oral de mel reduziu dor e facilitou a recuperação da mucosa, sugerindo papel adjuvante em terapias oncológicas de suporte.

A ação imunomoduladora do mel, observada em estudos experimentais e revisões, indica que compostos presentes no mel podem influenciar citocinas inflamatórias e células imunes locais, o que ajuda a explicar efeitos observados em cicatrização e infecções cutâneas (LUCA; PAULIUC; OROIAN, 2024); BONSIGNORE; MARTINOTTI; RANZATO, 2024). 

O consumo moderado de mel, substituindo outros açúcares, pode melhorar tolerância glicêmica e perfis lipídicos em alguns estudos, porém a heterogeneidade dos tipos de mel e doses exige cautela antes de recomendações generalizadas (ZHANG et al., 2023).

Estudos sobre microbiota e segurança alimentar, discutem que, embora o mel contenha microbiota e compostos bioativos potencialmente benéficos, a segurança para populações vulneráveis (crianças <1 ano) e risco de botulismo exigem atenção regulatória e orientação para o consumidor (LUCA; PAULIUC; OROIAN, 2024). 

Aplicações emergentes do mel em doenças crônicas (potencial cardioprotetor, anti-inflamatório sistêmico e ações neuroprotetoras), mas ressaltam a necessidade de estudos clínicos padronizados para definir doses, tipos de mel e indicações precisas (MORALES; HUERTAS; PÉREZ, 2023). 

O mel é um alimento funcional com potencial terapêutico e nutricional significativo, mas que seu uso clínico deve considerar: origem do mel, padrão de qualidade, contraindicações (ex.: lactentes) e orientação profissional para integração em regimes terapêuticos (MORALES; HUERTAS; PÉREZ, 2023; BONSIGNORE; MARTINOTTI; RANZATO, 2024).   

3 METODOLOGIA 

3.1 Tipo de pesquisa

A pesquisa é de natureza aplicada, uma vez que busca gerar informações úteis para o setor apícola e para o desenvolvimento de estratégias de conscientização sobre o consumo e a comercialização do mel. Classifica-se como quantitativa, pois utiliza dados numéricos para descrever e analisar as tendências observadas, e descritiva, por buscar compreender as características e comportamentos de um grupo específico de consumidores (GIL, 2017). O caráter exploratório justifica-se pela escassez de estudos voltados à percepção do consumidor sobre produtos apícolas no contexto urbano do estado de São Paulo.

2.2 População e amostra

A população da pesquisa compreende consumidores de mel residentes no estado de São Paulo. A amostra foi composta por 109 participantes, selecionados por conveniência, que responderam voluntariamente ao questionário digital disponibilizado por meio de plataformas on-line. O critério de inclusão foi a concordância em participar e o consumo atual ou anterior de mel, independentemente da frequência.

2.3 Instrumento de coleta de dados

Os dados foram coletados através de um questionário semiestruturado, elaborado na plataforma Google Forms, com base em estudos prévios sobre o consumo de mel (SANTOS et al., 2020; ALVES et al., 2021; SOUZA et al., 2024). O instrumento foi composto por perguntas fechadas, organizadas em blocos temáticos que abordaram:

1.     Perfil sociodemográfico (idade, escolaridade e local de residência);

2.     Hábitos de consumo (frequência, formas e ocasiões de consumo);

3.     Nível de conhecimento sobre benefícios, armazenamento e validade do mel;

4.     Familiaridade com outros produtos derivados das abelhas.

O questionário foi aplicado no formato digital, garantindo maior alcance e facilidade de preenchimento pelos participantes.

2.4 Procedimentos de coleta e análise de dados

A coleta de dados ocorreu entre maio e agosto de 2025, mediante consentimento livre e esclarecido dos respondentes. Após a coleta, os dados foram tabulados e analisados com o auxílio de planilhas eletrônicas. Foram calculadas frequências absolutas e relativas (%), permitindo a construção de tabelas e gráficos para a análise descritiva das variáveis.

A interpretação dos resultados foi realizada à luz da literatura científica recente, buscando estabelecer relações entre os dados empíricos e estudos nacionais e internacionais sobre consumo, qualidade e percepção de produtos apícolas (GIAMPIERI et al., 2022; MORALES; HUERTAS; PÉREZ, 2023; ŠEDÍK; HUDECOVÁ; POCOL, 2023).

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

De acordo com a Tabela 1, participaram do questionário 109 consumidores, dos quais 97,2% (106) residem no estado de São Paulo. Quanto ao grau de escolaridade, 53,2% (58) dos respondentes possuem ensino fundamental completo, enquanto 28,4% (31) completaram o ensino médio. Em relação à faixa etária, 46,8% (52) têm entre 35 e 45 anos, e 27,0% (30) estão na faixa de 25 a 35 anos.

Tabela 1. Perfil dos respondentes 

Fonte: Dados da pesquisa  

 Alves et al. (2021) destacam que, para caracterizar o perfil de um consumidor, é fundamental considerar fatores demográficos, como idade, gênero e nível de escolaridade. Esses parâmetros são particularmente relevantes, pois estão diretamente associados aos comportamentos individuais de consumo, refletindo, muitas vezes, valores e posições sociais.

O gráfico 1, revela que o consumo de mel é ocasional para a maioria dos participantes, sendo que 78,9% afirmam consumir o produto de vez em quando. Outros 9,2% consomem mensalmente, 7,3% consomem semanalmente, e apenas 4,6% afirmam consumir diariamente.

Gráfico 1: Frequência do consumo de mel dos entrevistados
Fonte: Dados da pesquisa

 Esses resultados divergem dos encontrados por Alves et al. (2021), que observaram que a maioria dos entrevistados consome mel com regularidade, sendo que 47,12% afirmaram utilizá-lo pelo menos uma vez por mês. Ainda segundo os autores, 37,2% dos participantes consomem mel com maior frequência (diariamente, uma vez por semana ou mais), enquanto 12,7% fazem uso esporádico, apenas uma vez ao ano.

De forma semelhante, Santos et al. (2020) verificaram que apenas 7,56% dos entrevistados consomem mel diariamente, 25% o utilizam com frequência, e a maioria (63,95%) relatou consumo raro. Para Dácio et al. (2023), a baixa frequência de consumo do mel pode ser explicada pela falta de divulgação adequada, já que se trata de um alimento natural, geralmente produzido localmente, com baixo número de contraindicações para o consumo.

Verifica-se no gráfico 2, que 45,9% dos respondentes consomem mel em receitas, como chás e vitaminas. Já 40,4% preferem consumir o mel puro, enquanto 13,8% afirmaram consumilo com própolis.

Gráfico 2: Forma de consumo do mel dos entrevistados
Fonte: Dados da pesquisa

Alves et al. (2021) também verificaram que a maioria das pessoas (61,8%) utiliza o mel como alimento, confirmando a tendência de seu consumo regular na dieta. Do ponto de vista nutricional, Vasconcelos et al. (2021) explicam que o mel, além de ser um adoçante natural, constitui um alimento rico em carboidratos e diversos minerais essenciais. Ademais, possui ação imunomoduladora, estimulando a produção de anticorpos e a atividade das células de defesa, além de auxiliar no combate aos radicais livres prejudiciais ao organismo humano.

Os resultados do gráfico 3, indicam que 58,7% dos participantes não conhecem outros produtos alimentares derivados das abelhas, enquanto 41,3% afirmaram ter conhecimento desses produtos.

Gráfico 3: Conhecimento sobre outros produtos alimentares dos entrevistados
Fonte: Dados da pesquisa

Giampieri et al (2022) comentam que em diferentes estudos e revisões recentes, o mel aparece como o derivado de colmeia mais conhecido e consumido, enquanto produtos como própolis, geleia real e pólen permanecem subutilizados e com reconhecimento heterogêneo entre consumidores, o que corrobora o padrão do seu gráfico (maior parcela sem conhecimento de outros produtos apícolas). 

De acordo com Lopes et al (2022) relatórios e materiais técnicos (p. ex. Embrapa) descrevem o potencial nutricional e funcional de produtos como o pólen e a própolis, mas também documentam uma lacuna entre produção/disponibilidade e conhecimento do público em geral, reforçando a ideia de que 58,7% (seu dado) expressam uma realidade plausível em vários contextos nacionais. 

Conforme apresentado no gráfico 4, a maioria dos respondentes (78%) conhece os benefícios do mel, ao passo que 22% declararam não ter conhecimento sobre esses benefícios.

Gráfico 4: Conhecimento dos benefícios do mel dos entrevistados
Fonte: Dados da pesquisa

Estudos recentes corroboram essa tendência. Por exemplo, uma pesquisa realizada por Souza et al. (2024) revelou que 73,1% dos consumidores entrevistados conhecem os benefícios do mel.

Esses resultados indicam que, embora a maioria dos participantes esteja ciente das propriedades nutricionais e terapêuticas do mel, ainda existe uma parcela significativa da população que desconhece seus efeitos benéficos. Estudos anteriores corroboram essa tendência: Alves et al. (2021) observaram que o conhecimento sobre os benefícios do mel está geralmente associado ao nível de escolaridade e à exposição a informações sobre saúde e alimentação. Já Vasconcelos et al. (2021) destacam que o mel, além de ser um adoçante natural, possui ação antioxidante, imunomoduladora e fornece nutrientes essenciais, justificando a importância de sua divulgação para ampliar o consumo consciente.

De acordo com o gráfico 5, observa-se que a maior parte dos participantes (49,5%) costuma consumir mel quando está gripado, evidenciando o uso do produto principalmente com finalidade terapêutica e medicinal. Uma parcela de 30,3% relatou não ter o hábito de consumir mel regularmente, enquanto 20,2% afirmaram utilizá-lo todas as manhãs, indicando que parte dos respondentes inclui o mel em sua rotina alimentar diária.

Gráfico 5: Ocasiões do consumo do mel dos entrevistados
Fonte: Dados da pesquisa

Esses resultados estão em consonância com o estudo de Alves et al. (2021), que identificou que 33,6% dos entrevistados utilizavam o mel como remédio caseiro. De forma semelhante, Barbosa et al. (2020) apontaram que muitos consumidores recorrem ao mel para fins medicinais, especialmente para aliviar sintomas de gripes e resfriados.

Do ponto de vista microbiológico, Gomes e Santos (2016) destacam que algumas bactérias causadoras de doenças são sensíveis à ação antibacteriana do mel. Entre esses microorganismos estão Haemophilus influenzae, responsável por infecções respiratórias e sinusites; Mycobacterium tuberculosis, causadora da tuberculose; e Klebsiella pneumoniae e Streptococcus pneumoniae, associados à pneumonia. No entanto, é importante ressaltar que o mel atua principalmente no alívio dos sintomas e do desconforto, como na dor de garganta, não substituindo o tratamento médico adequado.

Pires et al. (2018) acrescentam que muitos indivíduos utilizam o mel como substituto de medicamentos, especialmente em quadros de constipação, valorizando o mel como um medicamento natural. Para os entrevistados, o mel proveniente de abelhas nativas apresenta maior potencial terapêutico, sendo considerado mais eficaz no alívio dos sintomas.

O gráfico 6, apresenta o conhecimento dos participantes sobre a forma correta de armazenar o mel. Observa-se que a maioria, 58,7%, respondeu afirmativamente, indicando que sabem a maneira adequada. Em contrapartida, 41,3% dos entrevistados não possuem esse conhecimento, representando uma parcela significativa que desconhece as recomendações sobre o armazenamento.

Gráfico 6: Conhecimento da maneira correta de armazenamento do mel dos entrevistados
Fonte: Dados da pesquisa

A análise dos dados revela uma lacuna significativa no conhecimento dos consumidores sobre as práticas adequadas de armazenamento do mel. Segundo Šedík, Hudecová e Pocol (2023), o nível de informação dos consumidores sobre o mel, incluindo seus valores nutricionais e formas de conservação, é limitado, refletindo uma percepção superficial sobre o produto. Essa carência de conhecimento leva muitos consumidores a acreditar que o mel “não estraga” e, portanto, pode ser armazenado em qualquer recipiente ou ambiente. 

Autores como Baig et al. (2023) e Kara et al. (2024) reforçam que o armazenamento é determinante para a estabilidade e a conservação do mel, devendo ocorrer em recipientes herméticos, em local fresco e protegido da luz solar. No entanto, apesar dessas recomendações técnicas amplamente divulgadas em estudos e normas apícolas, elas não chegam de forma clara ao consumidor final. Essa desconexão entre o conhecimento científico e as práticas cotidianas representa uma lacuna informacional relevante, que impacta diretamente a qualidade do produto consumido.

O gráfico 7, ilustra a percepção dos participantes sobre a validade do mel. A maior parte, 60,6%, respondeu que não acredita que o mel tenha prazo de validade, enquanto 39,4% acreditam que sim existe um prazo. Esses dados indicam que a maioria desconhece ou desconhece a existência de um prazo de validade para o mel, refletindo possíveis lacunas de informação sobre conservação e consumo seguro do produto.

Gráfico 7: Conhecimento sobre o prazo de validade do mel dos entrevistados
Fonte: Dados da pesquisa

De forma semelhante, uma pesquisa realizada em Ponta Porã, Mato Grosso do Sul, por Barbosa et al. (2020), constatou que a maioria dos consumidores locais também não possuía conhecimento sobre a validade do mel.

Segundo Costa, Cella e Cunha, a validade do mel está intimamente relacionada a fatores como excesso de umidade, exposição à luz, temperatura inadequada e presença de ar dentro das embalagens, os quais aceleram a perda de qualidade do produto. A falta de atenção a esses aspectos pode resultar na degradação do mel em um curto período, comprometendo suas propriedades nutricionais e sensoriais.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo teve como objetivo analisar o perfil, o conhecimento e os hábitos de consumo de mel entre consumidores do estado de São Paulo, relacionando-os ao grau de escolaridade e à percepção sobre os benefícios, formas adequadas de uso e armazenamento do produto. Os resultados obtidos permitiram compreender de forma ampla o comportamento do consumidor em relação ao mel e aos produtos apícolas, contribuindo para o diagnóstico de lacunas informacionais e oportunidades de valorização do setor.

Verificou-se que o consumo de mel ainda é predominantemente ocasional, sendo a maioria dos participantes consumidores eventuais, o que evidencia uma percepção restrita quanto à inserção do mel na rotina alimentar. O produto é, em grande parte, associado a situações específicas, como o tratamento de gripes e resfriados, demonstrando o predomínio de um uso terapêutico e tradicional, em detrimento de seu reconhecimento como alimento funcional e fonte de nutrientes essenciais. Essa tendência reforça a necessidade de maior divulgação científica e nutricional sobre os múltiplos benefícios do mel para a saúde.

Em relação ao conhecimento sobre os produtos apícolas, observou-se que grande parte dos entrevistados desconhece outros derivados das abelhas, como própolis, pólen e geleia real, apesar de suas reconhecidas propriedades bioativas e potencial de mercado. Esse resultado indica uma lacuna significativa de informação que limita o desenvolvimento e a diversificação do consumo no setor apícola.

Quanto ao conhecimento sobre conservação e validade, constatou-se que parcela expressiva dos participantes não sabe como armazenar adequadamente o mel e acredita, equivocadamente, que o produto não possui prazo de validade. Esse desconhecimento pode comprometer a qualidade e a segurança alimentar, ressaltando a importância de ações educativas voltadas à orientação do consumidor sobre boas práticas de armazenamento e conservação.

A análise também demonstrou que o nível de escolaridade influencia diretamente o conhecimento sobre os benefícios e formas adequadas de uso do mel, confirmando a relevância da educação alimentar e nutricional como ferramenta para o consumo consciente. Nesse sentido, campanhas de sensibilização, associadas à ampliação da rastreabilidade e da certificação do mel, podem fortalecer a confiança do consumidor e agregar valor à cadeia produtiva.

Conclui-se, portanto, que embora o mel seja amplamente reconhecido por seus benefícios terapêuticos, seu consumo ainda é limitado e cercado de percepções parciais. A ampliação do conhecimento sobre o produto, seus derivados e as condições adequadas de armazenamento pode contribuir significativamente para o aumento do consumo regular, o fortalecimento do setor apícola e a valorização dos produtos naturais de origem brasileira. Assim, o estudo reforça a importância da educação e da divulgação científica como instrumentos de transformação do comportamento do consumidor e de incentivo à sustentabilidade da apicultura.

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1 Discente do Curso Superior de Medicina Veterinária da Universidade Guarulhos. E-mail: brendanunescarneiro@gmail.com
2 Docente do Curso Superior de Medicina Veterinária da Universidade Guarulhos.