REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202505242341
Mackson Azevedo Mafra2
Resumo:
Esta investigação teve como objetivo principal demostrar como a Neuroeducação e as metodologias inovadoras corroboram no processo de ensino e aprendizagem dos discentes de duas escolas públicas localizadas na cidade de Manaus-AM. Para chegar às conclusões desejadas esta pesquisa teve como objetivos específicos: Apresentar como ocorre o processo de aprendizagem no cérebro, Apontar as contribuições da neurociência para a educação no processo ensino aprendizagem e Demonstrar como as metodologias inovadoras baseadas na Neuroeducação facilitam a aprendizagem dos discentes. O tipo de pesquisa realizado foi exploratório descritivo e teve como enfoque qualitativo e quantitativo, participaram da pesquisa um montante de 15 estudantes de cada turma da Escola Estadual Senador Evandro da Neves Carreira CMPM VI e da Escola Estadual Professor Sebastiao Augusto Loureiro Filho, do ensino médio os estudantes foram escolhidos de forma aleatória no já os alunos do EJA da EEPSALF foram escolhidos os que tinham maior frequência escolar, pois estes indivíduos necessitaram ser acompanhando com regularidade totalizando assim 270 estudantes. Enquanto a população docente da escola Sebastião Augusto, participaram da pesquisa 4 professores da disciplina de geografia, 03 de história, 01 de língua portuguesa, 02 de matemática 01 de biologia e 01 de ciências, a população docente da escola Evandro Carreira foi composta de 03 professores de geografia, 01 de história, 01 de língua portuguesa 02 de matemática, e 01 de biologia, totalizando um montante de 20 docentes. A pesquisa aconteceu durante o percurso dos anos de 2022 a 2024, teve como instrumentos para coleta de dados a entrevista aberta semiestruturada, tendo em vista que essa técnica atende principalmente finalidades exploratórias e aplicação de questionários, bem como a observação do fenômeno. Os resultados encontrados apontam que com a utilização da Neuroeducação e das metodologias ativas, tendo como foco desenvolver a Neurociência com a difusão da Plasticidade Cerebral, os estudantes conseguiram absorver melhor os conteúdos trabalhados pelos professores.
Palavras-chave: Neuroeducação, Neurociência, Metodologias Inovadoras
Abstract:
This research had as its main objective to demonstrate how Neuroeducation and innovative methodologies corroborate the teaching and learning process of students from two public schools located in the city of Manaus-AM. In order to reach the desired conclusions, this research had the following specific objectives: To present how the learning process occurs in the brain, To point out the contributions of neuroscience to education in the teaching-learning process and To demonstrate how innovative methodologies based on Neuroeducation facilitate student learning. The type of research carried out was exploratory descriptive and had a qualitative and quantitative focus. A total of 15 students from each class of the State School Senador Evandro da Neves Carreira CMPM VI and the State School Professor Sebastiao Augusto Loureiro Filho participated in the research. The high school students were randomly selected, while the EJA students from EEPSALF were those who had the highest school attendance, since these individuals needed to be monitored regularly, totaling 270 students. While the teaching population of the Sebastião Augusto school participated in the research: 4 geography teachers, 3 history teachers, 1 Portuguese teacher, 2 mathematics teachers, 1 biology teacher, and 1 science teacher. The teaching population of the Evandro Carreira school was composed of 3 geography teachers, 1 history teacher, 1 Portuguese teacher, 2 mathematics teachers, and 1 biology teacher, totaling 20 teachers. The research took place from 2022 to 2024, and used semistructured open interviews as data collection instruments, given that this technique mainly serves exploratory purposes and the application of questionnaires, as well as the observation of the phenomenon. The results found indicate that with the use of Neuroeducation and active methodologies, focusing on developing Neuroscience with the dissemination of Brain Plasticity, students were able to better absorb the content worked on by teachers.
Keywords: Neuroeducation, Neuroscience, Innovative Methodologies
INTRODUÇÃO
Esta investigação inicia-se em apontar que a educação apresenta muitos desafios a quem nela se envolve, muito se tem estudado, escrito e discutido sobre os melhores mecanismos de se fazer educação neste sentido discutir está temática será sempre atual e integral, pois seu foco principal é o ser humano. Pensar em educação é pensar na pessoa no indivíduo como um todo, seu corpo, seu ambiente, suas preferências, suas habilidades e principalmente suas dificuldades. Muitos docentes nas mais diversas salas de aulas e ambientes distintos, já se depararam com uma expressão que muito se ouve nos ambientes educacionais “Esse aluno (a) não consegue aprender nada”. Está indagação que por muito tempo vem sendo feito por muitos profissionais da educação nos leva a este pesquisador a refletir sobre como é possível um estudante não aprender absolutamente nada?
Ao fazer esta reflexão, pensa-se será que o problema está realmente com o estudante, ou será que os docentes não estão realmente preparados para lidar com as diversas especificidades que se encontra nas salas de aula? Neste sentido, muitas pesquisas mostram que cada ser é único e tem uma maneira diferenciada para absorver o conhecimento. Na atualidade a Neuroeducação vem trazendo um novo olhar para as práticas inovadoras na transmissão do conhecimento, tendo como base na Neurociência com a apresentação da Plasticidade Cerebral ou Neuroplasticidade, que “É a capacidade que o cérebro tem em se remodelar em função das experiências do sujeito, reformulando as suas conexões em função das necessidades e dos fatores do meio ambiente”.
Nesta investigação discute-se a forma de compreender o cérebro, como uma ciência do conhecimento que teve um crescimento significativo nas últimas décadas tem feito parceria com a prática educativa, especialmente no que diz respeito a estratégias que promovam a aprendizagem e por isso, devem ser considerados durante o processo de ensino e aprendizagem. Como resultado, procura-se compreender os princípios da Neuroeducação e funções superiores adicionais que são responsáveis em gerar a plasticidade cerebral promovendo com mais eficácia o aprendizado significativo destacando os sentimentos de: cuidado, atenção, memória, motivação, emoções e funções executivas quanto à sua associação com o aprendizado. Neste estudo, os autores observaram casos da utilização da Neurociências e da Neuroeducação como recursos escolares a serem utilizados pelos docentes para promover uma melhora na qualidade na transmissão do conhecimento aos alunos, deste modo confirmamos que isso é pertinente para pesquisas em Neuroeducação.
Do ponto de vista neurológico, considera-se aprendizagem a alteração do SNC, que pode ser permanente ou temporária, dependendo dos estímulos e experiências do indivíduo durante a vida. Como resultado, a aprendizagem está diretamente associada ao termo neuroplasticidade, que é a capacidade do cérebro humano de alterar e reconstruir conexões entre neurônios e sinapses como resultado da interação constante com o ambiente externo e interno.
Essas associações podem alterar as estruturas e funções do cérebro, a natureza plástica do órgão, que é capaz de se alterar por meio de estímulos e experiências, causa essa associação. Percebe-se que o que torna o ser humano único é o seu cérebro, que a aprendizagem começa exatamente nele e que cada um tem uma forma específica e particular para aprender. E que está aprendizagem pode ser influenciada por diversos fatores, principalmente pelo meio social onde o indivíduo está inserido. Neste sentido, a neurociência na atualidade vem se mostrando como uma importante área nos processos educacionais, já que está estreitamente relacionado à aquisição da aprendizagem.
Essa pesquisa mostrou que o uso correto dos das metodologias inovadoras, podem proporcionar aos docentes uma ferramenta inovadora que irá auxilia-los no processo educacional, ao mesmo tempo que os discentes irão se sentir mais motivados na busca pelo conhecimento. Esta investigação está registrada na Plataforma Brasil sob o número CAAE 74771523.0000.5015, a qual submeteu o projeto de pesquisa ao conselho de ética da Universidade Nilton Lins registrada com o cep: 69.058-030, que conforme parecer número: 5.582.158, conforme documentos em anexo, aprovou a realização da investigação aqui desenvolvida.
COMO O CÉREBRO APRENDE: APRESENTANDO O SISTEMA NERVOSO CENTRAL PLASTICIDADE CEREBRAL.
Estudos apontam que a década de 90 ficou conhecida como a década do cérebro, no entanto compreender como este funciona não deixa de ser um anseio para todos aqueles envolvidos com as práticas científicas. Muitos são os estudiosos que se interessam por tal assunto, e estes migram de diversas áreas. Com base nos estudos de BEAR, CONNAS & PARADISO: “Historicamente, os neurocientistas que se devotaram à compreensão do sistema nervoso vieram de diferentes disciplinas científicas: Medicina, biologia, psicologia, física, química e matemática”. (2017, p.4). Esse pensamento de unir várias áreas em prol de um mesmo objetivo foi o que impulsionou a expansão das pesquisas neurocientíficas. Os autores citados nos apontam como surgiram os estudos referentes à neurociência, porém para compreender melhor os fatos devemos nos aprofundar na busca pelas origens desses estudos.
Na Grécia Antiga, muitos eruditos gregos, assim como Hipócrates (460-379 A.C), tinham a plena certeza que o encéfalo seria a sede da inteligência. No Império Romano, Galeno (130 200 D.C) compartilhava do mesmo pensamento de Hipócrates. Através de suas experiências e pesquisas, ele propôs: que o cérebro deve ser o centro das sensações, enquanto o cerebelo deve controlar os músculos. Essa observação prevaleceu por aproximadamente 1500 anos. Após, surgiram os estudos do francês René Descartes, matemático e filósofo, que conforme os autores: “Acreditava que a mente era uma entidade espiritual que recebia sensações e comandava os movimentos.” (BEAR, CONNAS & PARADISO. 2017 p.7).
A partir de tais estudos inúmeras pesquisas surgiram, e mais foi conhecido e de acordo com Bear, Connas & Paradiso (2017, p. 7): “No final do século XVIII, o sistema nervoso havia sido completamente dissecado e sua anatomia geral escrita em detalhes.”. Assim surgiram os fundamentos nos quais as bases das neurociências atuais estão alicerçadas. Estudos de Cosenza & Guerra, 2011, mostram que até o século XVIII pensava-se que o funcionamento do cérebro se dava por intermédio de fontes espirituais. E os nervos eram as portas de entrada por onde passava essa substância espiritual movida por intermédio do cérebro. De acordo com os autores as descobertas que tiveram maior destaque referente a esse sistema surgiram no início do século XX e não no século XVIII como afirmou Bear, Connas & Paradiso.
O importante, a saber, mais dos que datas, é que a neurociência moderna, ainda está trilhando e escrevendo a sua história, a conclusão que se pode chegar até o prezado momento é que a mesma apresenta grande importância à sociedade, ao mundo acadêmico e científico. Para Bear, Connas & Paradiso: “O objetivo das neurociências é compreender como o sistema nervoso funciona.” (2017, p.21). Contribuindo com a fala dos autores, Tortora & Derrickson (2017, p.238), Eexplicam que: “O sistema nervoso exerce um conjunto complexo de tarefas, como sentir os diversos odores, produzir a fala e lembrar eventos passados; além disso, fornecem sinais que controlam os movimentos corporais e regulam o funcionamento dos órgãos internos”.
Entender tal sistema, não é uma tarefa simples, porém a complexidade de tal feito é a mola propulsora para esta investigação. Para Bear, Connas & Paradiso: “O sistema nervoso é um sistema de órgãos seguramente, os mais sofisticados e complexos que a natureza já inventaram.” (2017, p. 24). Há três funções básicas presentes na estrutura formativa do sistema nervoso: A sensitiva, a integradora e a motora.
Luria (1981) defende a ideia de que os processos mentais do homem necessitam da participação de três unidades básicas para que aconteça o devido funcionamento do mesmo. Ele aponta como primeira, a unidade para regular o tono e a vigília, alertando que o estado de vigília é extremamente necessário para que os processos mentais transcorram em seu curso correto, estudos apontam que uma formação nervosa particular no tronco cerebral é a responsável por desempenhar o papel de reguladora do estado do córtex cerebral, mantendo seu estado de vigília. Tal formação é conhecida como reticular, esta é considerada como a parte mais importante desta unidade funcional. “Essa estrutura mantém o córtex em alerta para receber novos estímulos e busca interpretá-los ou decodifica-los, principalmente os sensoriais que devem ser selecionados.” (RELVA, 2012, p.28). A mesma pode ser considerada pelo metabolismo orgânico e o recebimento das informações provindas do meio externo.
A segunda unidade mencionada pelo autor é a de receber, analisar e armazenar informações, a mesma encontra-se localizada nas regiões laterais do neocórtex, sobre a superfície convexa dos hemisférios, é formada por neurônios isolados, cuja principal responsabilidade é a de receber os estímulos oriundos da periferia, podendo ser, visuais, auditivos, vestibulares ou sensoriais de modo geral.
Luria descreve que as zonas corticais são adaptadas para servir como aparelho para a recepção, a análise e o armazenamento desses estímulos recebidos.
A terceira unidade corresponde à programação, regulação e verificação, tais atividades referem-se às intenções conscientes do homem, tal unidade, está localizada nas regiões anteriores dos hemisférios, anteriormente ao giro pré-central, apresenta como parte principal, os lobos frontais, pois estes desempenham papel crucial na formação de intenções e organização do comportamento humano. No entanto, é necessário ressaltar que as três unidades trabalham em conjunto por meio do funcionamento combinado entre as mesmas, cada uma oferecendo sua determinada contribuição.
Pesquisas recentes tentaram demonstrar a conexão entre neurociência e educação. Nesse sentido, a neurociência pode fornecer a educação de maneira simples, esclarecimento claro sobre o funcionamento do cérebro, trazer luz à aprendizagem, orientar as práticas de ensino dos professores e apontar o caminho para uma aprendizagem mais agradável e autêntica. O cérebro humano é responsável por controlar todos os movimentos do corpo humano, dos mais simples aos mais complexos, “como passar um fio pelo buraco de uma agulha até chutar uma bola em uma partida de futebol”.
Este fato se deve aos circuitos neuronais presentes no cérebro e na medula espinhal, que também são responsáveis por emoções como medo e raiva entender como ocorre o aprendizado no cérebro é de fundamental importância para descobrir as melhores técnicas para se conseguir transmitir o conhecimento, nessa perspectiva, a neurociência cognitiva é um campo relevante para a educação devido ao seu interesse direto em descobrir como ocorre a aprendizagem e todos os elementos que a compõem.
O cérebro se divide em: telencefalo e diencéfalo. Neste último fica o tálamo e o hipotálamo. Para Relvas (2011, p. 29): “Tálamo- tem como função a reatividade emocional do homem e dos animais. Hipotálamo – Região do sistema límbico mais importante, pois controla o comportamento emocional, como várias condições internas do corpo.” O telencefalo por sua vez, divide-se em duas partes: O hemisfério direito e o hemisfério esquerdo, que em sua estrutura são considerados idênticos, entretanto, se diferem em suas funcionalidades. Relva descreve que: “O hemisfério cerebral esquerdo é responsável por 98% do domínio e do controle da linguagem falada e escrita. Os movimentos do corpo (braço e perna) são comandados pelo hemisfério cerebral do lado oposto.” (RELVAS, 2011, p. 67). Há estudos que comprovam que a maioria das pessoas destras tem como hemisfério dominante o lado esquerdo.
Estudos apontam que o cérebro evoluiu de acordo com as espécies, até chegar à formação encontrada nos seres humanos, que segundo a ciência este é o principal órgão que os seres humanos possuem, não podendo este ser substituído.
SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Fonte: Google Imagens
Para o autor, o neocórtex é a sede do pensamento. É de onde parte as habilidades mais complexas do ser humano, as pesquisas mais antigas referentes ao cérebro consistiam principalmente na tentativa de descobrir as funções mentais e suas devidas localizações cerebrais. Os pesquisadores trabalhavam baseados nas lesões ocorridas em determinadas áreas do cérebro e quais as consequências ou distúrbios gerados em determinada função mental particular. Estudos apontam que o cérebro evoluiu de acordo com as espécies, até chegar à formação encontrada nos seres humanos. A classificação filogenética aponta que: Arquicórtex: Parte mais primitiva – Hipocampo – encontrada nos répteis; Paleocórtex: Parte intermediaria – Úncus e giros para hipocampal – Nos mamíferos; Neocórtex: Todo o resto do córtex – Ligado à percepção, pensamento, linguagem, memória e ação planejada. Quanto a esta evolução Relvas, escreve que:
Há cerca de 100 milhões de anos, o cérebro dos mamíferos deu um grande salto em termos de crescimento. Por cima do tênue córtex de duas camadas – as regiões que planejam, compreendem o que é sentido, coordenam o movimento – [acrescentaram-se] novas camadas de células cerebrais, formando o neocórtex. (…) O neocórtex do homo sapiens, muito maior que o de qualquer espécie, acrescentou tudo o que é distintamente humano. (RELVAS, 2012, p. 100).
Evidencia-se que o cérebro e suas áreas corticais trabalham em conjunto, cada uma fazendo suas determinadas funções para que ocorra o perfeito funcionamento deste complexo organismo.
FUNÇÕES DO CORTES

Fonte: MAFRA, Mackson Azevedo 2023
Essas funções são denominadas de funções superiores, e estão associadas a áreas específicas do cérebro. Segundo Relvas, 2012, às funções superiores correspondem à característica mais importante do ser humano e resultam do normal funcionamento do cérebro. Essas funções dizem respeito à atenção, à orientação, à linguagem, à memória, à percepção, ao pensamento, ao raciocínio, entre outras.
Nesta cadeia, há um participante que desempenha um papel de extrema importância, os neurônios. Que têm a missão de receber os estímulos, responder, decodificar e armazenar transformando-os em informação. Tem sua estrutura composta de um corpo celular, considerado a parte principal da célula nervosa; de filamentos chamados, dendritos, que desempenha a função de ampliar a área de captação da membrana neuronal, acredita-se que quanto maior a quantidade deste maior será a quantidade de informação; e por fim, um prolongamento denominado axônio, considerado via de resposta ou fio condutor para os estímulos. Relvas, explica que:
Os neurônios, constituídos por estruturas capazes de conduzir informações, são capazes de estabelecer sensações, percepções, sentimentos e funções inconscientes e involuntárias do sujeito que aprende. Sua forma é diversificada, porém a grande maioria é alongada, para facilitar sua função. (RELVAS, 2011, p. 39).
Tortora & Derrickson, 2017, afirmam em seus estudos que os neurônios em geral, são formados por três partes, como outrora já foi mencionado. Os autores afirmam grande parte das moléculas celulares que são necessárias para o funcionamento do neurônio é sintetizada no corpo celular e os dendritos são os responsáveis de receberem as informações, por isso são chamados de partes receptoras. Por fim, o axônio leva os impulsos nervosos em direção a outro neurônio, a uma célula muscular ou a uma célula glandular. Os axônios são estruturas exclusivas do neurônio e são especializados nos processos de transferência de informações, é ele, o responsável de levar impulsos nervosos para os filamentos do neurônio.
Quando um axônio entra em contato com outro neurônio para que seja passada a informação é chamado de sinapse. “O local em que dois neurônios ou um neurônio e uma célula efetora se comunicam é denominada sinapse.” (TORTORA & DERRICKSON, 2017, P.248). Sinapse é a região onde acontece a troca de informações entre um neurônio e o axônio de outro neurônio. Os neurotransmissores são os responsáveis por levar as informações para várias partes do organismo, sendo transportados pelas sinapses.
Portanto entende-se que esse sistema, formado principalmente por neurônios e células gliais, estão distribuídos em redes denominadas de circuitos neurais, cada um processando um tipo específico de informação para que um único neurônio possa comunicar-se com diversos outros neurônios através de centenas de sinapses. Entre as muitas respostas consideradas como resultados desses circuitos têm desde o simples piscar de olhos até as difíceis atividades da aprendizagem.
A NEUROCIÊNCIA E OS DESAFIOS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
Na educação, a neurociência tem destaque no documento publicado pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2003), apontando novas perspectivas sobre a aprendizagem com base em pesquisas sobre o cérebro. No entanto, o movimento surgiu durante a década do cérebro em consideração, abrangendo o período de 1990 a 1999. No final da década, constatou-se que esse período de tempo era insuficiente para explorar todo o funcionamento do cérebro humano. Por esta razão, nas atuais circunstâncias, ainda persistem. Apesar do uso de tecnologias cada vez mais sofisticadas, muitos mistérios sobre o cérebro permanecem. Existem diferentes especialidades na educação e nas ciências do cérebro e, embora existam semelhanças em alguns aspectos, os mitos devem ser destruídos para perceber as possibilidades entre os dois campos.
Nesta concepção GUERA (2011), salienta que:
As neurociências são ciências naturais, que descobrem os princípios da estrutura e do funcionamento neurais, proporcionando compreensão dos fenômenos observados. A educação tem outra natureza e sua finalidade é criar condições (estratégias pedagógicas, ambientes favoráveis, infraestrutura, material e recursos humanos) que atendam a um objetivo específico, por exemplo, o desenvolvimento de competências pelo aprendiz, num contexto particular. A educação não é investigada e explicada da mesma forma que a neurotransmissão. Ela é regulada apenas por leis físicas, mas também por aspectos humanos que incluem sala de aula, dinâmica do processo ensino-aprendizagem, escola, família, comunidade, políticas públicas (Guerra, 2011, p. 03).
Neste sentido, Ribeiro e Johnson 2023 aponta que:
Cada vez mais cresça a aplicação de conhecimentos da neurociência no campo educacional, e esse destaque tem acontecido primordialmente nos últimos anos visto que estamos na era da pedagogia contemporânea. A compreensão do processo de aprendizagem no cérebro e a utilização desses conhecimentos para melhoria dos métodos de ensino e aprendizagem tem se mostrado cada vez mais como uma abordagem promissora. O objetivo da neurociência é entender como o cérebro e o sistema nervoso funcionam, desde os níveis mais básicos das células nervosas até a complexidade das funções cognitivas e comportamentais. (Ribeiro e Johnson 2023, p.118)
Para Oliveira (2014), às pesquisas no espaço escolar precisam reconhecer os avanços científicos das novas descobertas sobre o cérebro e a aprendizagem, constituindo um ‛espaço comum’ entre as áreas. Relvas (2010) entende a neurociência na educação como Neuroeducação e aprendizagem ganhando novas perspectivas devido aos avanços tecnológicos. As técnicas utilizadas na investigação do cérebro humano permitem-nos visualizar áreas ativadas no momento exato da execução, aprofundando assim a nossa compreensão do cérebro que só pode ser inferida e observada externamente.
A neurociência pode ser uma ajuda poderosa na compreensão do que todos os cérebros têm em comum e poderá fornecer respostas viáveis a questões importantes sobre a aprendizagem humana. Através de novas descobertas na neurociência, pode ser utilizada em práticas educativas com mais frequência. Imaginação, sentidos, humor, emoções, medo, sono, memória são alguns dos temas relacionados à aprendizagem e motivação que a neurociência pode trazer para o ambiente escolar.
A aproximação entre neurociência e pedagogia é uma contribuição valiosa para os alfabetizadores. Atualmente, o conhecimento das neurociências fornece mais perguntas do que respostas, mas acreditamos que a pedagogia das neurociências foi criada para responder e sugerir caminhos educacionais que servirá como apoio às práticas pedagógicas. Segundo SILVA, MENDONÇA, FERRO e SOUZA (2021)
As práticas psicomotoras têm papel primordial no processo ensino aprendizagem, pois, é através destas, que o saber poderá ser intensificado e solidificado. Portanto, as experiências corporais por meio das atividades psicomotoras, modificam de forma positiva, o intelecto, as emoções e as ações motoras dos estudantes, constituindo-se como uma prática pedagógica eficaz na superação das possíveis dificuldades de aprendizado. (SILVA, MENDONÇA, FERRO e SOUZA 2021 p.25)
Os maiores desafios encontrados na transmissão do conhecimento na atualidade dar-se principalmente no desafio de atender de maneira igualitária todos os estudantes, principalmente os que necessitam de AEE, ou tem dificuldade de aprendizagem. Neste sentido desenvolver técnicas e ações que promovam a construção do conhecimento é de suma importância, desta forma a neurociência aparece na atualidade como uma ferramenta que poderá ter usada de forma eficiente no desenvolvimento educacional, com a Neuroeducação.
Desenvolver metodologias inovadoras nos ambientes escolares pode até aparecer fácil, mas não é tão simples como se pensa, pois, imersos a beleza da educação, está um universo de especificidades que os professores encontram nas salas de aula, são histórias, vidas memórias que os estudantes muitas das vezes necessitam compartilhar para conseguir se expressar, no entanto, estas dificuldades podem ser resolvidas quando se tem as condições adequadas para que os docentes e estudantes possam desenvolver os aspectos necessários para lograr êxito na transmissão e absolvição do conhecimento.
A abrangência dos conhecimentos da neurociência possibilita um conjunto de princípios que podem ser aplicados para melhorar a aprendizagem. Esses princípios são capazes de fornecer sentido para algumas práticas pedagógicas já existentes, além de servirem como fonte de inspiração para novas intervenções. Através de estudos realizados em sala de aula, a Neurociência tem investigado estratégias pedagógicas que respeitam o funcionamento do cérebro, o que tem demonstrado ser mais eficiente na promoção de uma educação baseada em evidências (AMARAL, GUERRA, 2020. P. 234)
O ser humano possui a capacidade de perceber o mundo através de seus órgãos sensoriais, incluindo o processo de interpretação dos fenômenos que envolve seus sentidos e memória. O foco da neurociência cognitiva é a compreensão das atividades que ocorrem no cérebro e dos processos cognitivos. A aprendizagem humana não é o resultado do simples armazenamento de dados sensoriais, mas do processamento e elaboração de informações geradas pela percepção cerebral.
O desenvolvimento da Neuroeducação no ambiente escolar ganhara mais desafios quando este se encontra principalmente com alunos que necessitam de Atendimento Educacional Especializado, pois estes requerem um olhar mais atento para que consigam desenvolver-se de maneira mais efetiva. O atendimento educacional especializado também tem sido foco de pesquisas em neurociências. Este conhecimento pode ser aproveitado para proporcionar aos profissionais da educação uma melhor compreensão das causas das dificuldades vividas pelas populações que necessitam de AEE, bem como dos processos de aprendizagem atípicos destes estudantes.
Neste sentido PAPADATOU et al, (2017). Acredita que, “por meio do melhor entendimento desses processos, professores podem elaborar estratégias para amenizar ou até mesmo superar as dificuldades de aprendizagem dessas populações”. As pesquisas em neurociências na educação especial têm avançado significativamente e, para otimizar o AEE, os profissionais da área devem estar capacitados e atualizados sobre as possibilidades apresentadas na mídia para a comunicação desse conhecimento.
A neuroplasticidade ou a Plasticidade Cerebral, pode ser definida como a capacidade do cérebro de se reorganizar e mudar sua estrutura em resposta a estímulos ambientais externos. Este “treinamento” permite explorar o potencial dos neurônios responsáveis por coisas como linguagem, movimento e atividades sociais. Não se pode abandonar a ideia de que o comportamento dos alunos está a mudar no século XXI.
Mesmo no dia a dia fora da escola, os alunos absorvem outras características em decorrência da imersão em mundos virtuais, e isso não pode ser subestimado ou esquecido. Características cognitivas, emocionais, sociais e culturais visíveis que precisam ser identificadas, discutidas e modificadas pelos responsáveis pelo ensino e aprendizagem porque esta geração se sente muito livre, muito autônoma, muito “em suas próprias mãos” adotado a passar muito tempo na frente da tela do computador.
Professores hoje são estimuladores e cultivadores de potencialidades e de inteligências, sejam elas quais forem. Então a ideia é entender melhor como se dá o desenvolvimento bio-psico-social dos aprendentes e, para isso, estabelecer aproximações afetivas mais constantes, mudar um pouco o próprio comportamento pessoal e adquirir estratégias de mais acolhimento e focadas nos desafios. (NUNES, 2017, p. 01).
Existem elementos complexos dentro da complexidade humana; portanto, há necessidade de aprendizado contínuo. Ao identificar áreas do cérebro envolvidas em funções cognitivas, como leitura e computação; compreender a importância de compreender os mecanismos cerebrais por trás das habilidades que os alunos devem dominar de forma eficaz; e principalmente compreender as causas biológicas do comportamento, mesmo o chamado “comportamento inadequado”, desenvolvimento de professores Diferentes abordagens devem ser flexíveis para avaliar e criar conexões mais positivas e interessantes com os alunos.
Por fim NUNES (2017) deixa explicito que:
Atividades lúdicas (diferentes), dinâmicas de grupo temáticas, projetos interdisciplinares, visitas técnicas estimulam conexões sinápticas diversas e a mutabilidade cerebral; estimulam mais humanidades (menos violência) entre muitos e solidariedade entre todos; estimulam mais autonomia, participação e autoestima; estimulam, enfim, mudança de comportamento e fortalecimento dos desempenhos pertinentes ao convívio em sociedade. (NUNES, 2017, p. 02).
Acredita-se que a Neuroeducação juntamente com a Neurociência, ainda tem muitos desafios educacionais para serem superados, no entanto, deve-se considerar continuamente a organização da escola, que é a base para que o processo de inclusão seja verdadeiramente inclusivo e eficaz.
O surgimento do campo neurocientífico como área do conhecimento abre enormes possibilidades, principalmente quando se fala em educação inclusiva, que por vezes não é tão inclusiva como se diz Na educação, os alunos precisam ter experiências ricas e serem constantemente estimulados e, para isso, os professores precisam dar-lhes tempo e oportunidades para compreenderem suas experiências e superarem desafios e conhecimentos complexos.
PERCURSO METODOLÓGICO
A investigação ocorreu na Escola Estadual Professor Sebastião Augusto Loureiro Filho e na Escola Estadual Senador Evandro das Neves Carreira ambas as escolas são públicas e estão localizadas no município de Manaus-AM. Os procedimentos técnicos científicos foram desenvolvidos nas ideias de Marcone e Lakatos 2021.
Os procedimentos metodológicos para coleta de dados e escrita da Tese foi dividido em etapas, cuja a primeira etapa foi destinado à compreensão do Estado da Arte, fazendo uma pesquisa de referencial teórico em sites, revistas, livros, anais dentre outras formas de comunicação de áudio e visual, na segunda etapa foi realizado a visita aos locais de pesquisa, onde foi feito observações iniciais e também foi solicitado junto aos órgãos competentes a autorizações para a realização da investigação, a terceira etapa destinou-se na realização das observações de como estavam acontecendo as práticas pedagógicas nas escolas, destacando como estava ocorrendo a transmissão do conhecimento e o processo de ensino-aprendizagem.
Para a coleta de dados das amostragem comparativas, foram realizadas os seguintes procedimentos: primeiro foi feita uma pesquisa com estudantes e professores para se ter os dados diagnósticos, na composição desses dados foi solicitado aos professores que ministrasse uma aula como de costume para os estudantes e logo em seguida realizassem uma atividade avaliativa para aferir o rendimento dos estudantes, após esse procedimento foi realizado três oficinas para os professores, na qual foi apresentado os conceitos das Neurociências, da Neuroeducação e das metodologias ativas. Após a realização dessas oficinas foi solicitado aos professores que novamente preparassem uma aula utilizando os conceitos e as metodologias ativas que estes aprenderam na oficina, bem como foi solicitado que para a avaliação fosse utilizado uma ferramenta tecnológica, a ferramenta utilizada foi o Kahoot! Aplicativo educacional para aferir o conhecimento absorvido pelos alunos.
Por se tratar de um estudo interpretativo, considerando a relação que há entre o sujeito na sua forma de pensar e de agir, bem como o mundo real, este estudo adota a abordagem quantitativa e qualitativa como abordagem metodológica voltada para a obtenção de informações, conhecimento e análise. Dessa forma, na medida em que o pesquisador constrói um estudo qualitativo dialético, ele vai construindo uma crítica que inevitavelmente apresenta o ponto de vista que promove e dissemina as transformações necessárias nas situações sociais. Como instrumentos de coleta de dados foi utilizada questionário com docentes e estudantes, bem como entrevistas com o mesmo, a amostra foi composta por 270 estudantes e 20 professores, a pesquisa aconteceu durante o percurso dos meses de fevereiro de 2023 a novembro de ano de 2023.
APRESENTANDO E DISCUTINDO OS RESULTADOS
De acordo com Fernandes (2020), o momento da análise é um dos momentos mais delicados da pesquisa. É o momento decisivo da obra, pois ao criticar internamente a obra, visa o conteúdo e o sentido da obra. Ou seja, a análise cai em duas categorias: críticas de interpretação ou hermenêutica e críticas do valor intrínseco do conteúdo. Segundo Bardin, a análise de conteúdo é:
Um conjunto de técnicas de análise das comunicações, visando, por meio de procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, obter indicadores, quantitativos ou não, que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção e recepção. (BARDIN, 1997, p.42).
Por sua característica científica, deve ser eficaz, rigorosa e precisa; deve ser baseado em teorias relacionadas como uma estrutura para explicar as descobertas dos pesquisadores. Nesta concepção, para iniciar as discussões procurou-se saber a idade dos estudantes para ter uma noção do universo que os indivíduos estão inseridos.

Fonte: Pesquisa de campo realizada em março de 2023
Como se pode perceber a maioria dos estudantes relatam ter 17 anos de idade, no entanto o que mais chama atenção é a diversidade encontrada nas mais diferentes idades apresentadas pelos alunos investigados, este fato se torna bastante interessante pois desta forma, pode-se ter uma visão mais ampla na aplicação dos métodos apresentados na pesquisa. A diversidade na idade dos alunos abre um horizonte mais amplo para demostrar a efetividade da aplicação da Neuroeducação, pois com um público tão diversificado encontra-se uma especificidade maior.
Quanto mais complexidade encontrada nas salas de aula maior será o desafio do professor para conseguir prender a atenção dos estudantes e elaborar metodologias inovadoras para transmitir o conhecimento para os discentes, nesta perspectiva, a Neuroeducação chega como uma forma de abrir as portas da Neurociência poder demostrar como estas podem ser essencial na corroboração na transmissão dos saberes formais. A neurociência traz consigo um novo olhar de como a educação pode ser transmitida de forma efetiva e eficaz, pois através do desenvolvimento da Plasticidade cerebral, o cérebro consegue aprender de uma forma mais fácil, mas para que isto aconteça, é de suma importância que os docentes comessem a desenvolver as metodologias ativas em suas aulas.
Como dados comparativos, iniciou-se uma demonstração de como está se dando a transmissão do conhecimento nos ambientes escolares e principalmente como estes estão sendo avaliados, desta forma como avaliação inicial ou diagnóstica dos estudantes, foi solicitado que os docentes aplicassem um assunto de sua disciplina e logo em seguida que fosse realizado uma atividade avaliativa como de praxe.

Fonte: pesquisa de campo realizada em março de 2023
Conforme apresentado no gráfico, o resultado da prova realizada reflete um baixo rendimento de saberes adquiridos pelos alunos, estes dados demostram também que os estudantes sentem dificuldades em compreender efetivamente os conhecimentos que os professores tentam passar nas aulas tradicionais e rotineiras das escolas pesquisadas, lembra que os dados refletem o universo do todo e não apenas as especificidades das unidades investigadas. Estes dados também demostram a carência pedagógica em que os docentes se encontram, pois estes não tiveram dúvidas em realizar uma atividade tradicional “prova escrita” na hora que foi solicitado que estes realizassem uma atividade avaliativa com os estudantes fato este que aponta a necessidade de uma possível intervenção pelo setor pedagógico das unidades aqui estudadas.
Luckesi (2012) considera que:
A avaliação da aprendizagem, é um ato amoroso, na medida em que incluem o educando no seu curso de aprendizagem, cada vez com qualidade mais satisfatória, assim como na medida em que o inclui entre os bem-sucedidos, devido ao fato de que esse sucesso foi construído ao longo do processo de ensino aprendizagem (o sucesso não vem de graça). A construção, para efetivamente ser construção, necessita incluir, seja do ponto de vista individual, integrando a aprendizagem e o desenvolvimento do educando, seja do ponto de vista coletivo, integrando o educando num grupo de iguais, o todo da sociedade. (LUCKESI, 2012, p.175).
Durante a carreira docente muitos se houve que os estudantes não têm interesse nas aulas e não participam efetivamente do cotidiano escolar, por outro lado percebesse que falta estímulo para que os discentes se envolvam de forma efetiva com o ambiente educacional, estímulo esse que por vezes recaí sobre o professor a responsabilidade em manter os alunos motivados na busca do conhecimento, neste sentido está preparado para lidar com as mais adversidades encontradas nas salas de aula não é tarefa fácil para os docentes.
Trabalhar as dificuldades enfrentadas pelos alunos em suas especificidades, requer habilidades que nem sempre os profissionais estão e são preparados para lidar com estas, pois estas habilidades deveriam ser trabalhadas nas universidades desde a formação docente até sua continuidade no ambiente escolar, com formações continuadas que deveriam ser ofertadas pela secretaria de educação para que os professores estejam sempre se atualizando no que tange ao desenvolvimento de metodologias ativas e técnicas educacionais que surgem a todo momento.
Neste sentido, ter acesso a formação continuada é de fundamental importância para manter os professores atualizados e preparados para desenvolver suas atividades pedagógicas de forma efetiva. Neste sentido, as metodologias inovadoras como a utilização de aparatos tecnológicos surgem como agente de auxílio ao docente nas suas atividades laborais.
CARVALHO 2018 p. 16 nos relata que:
A acelerada renovação dos meios tecnológicos tem se limitado apenas ao treinamento de professores para o uso destes. Frente às mudanças oriundas do crescente desenvolvimento tecnológico, faz-se necessário na educação, construir novas concepções pedagógicas elaboradas sob a influência do uso dos novos recursos tecnológicos que resultem em práticas que promovam o currículo nos seus diversos campos do sistema educacional, possibilitando aos docentes se apropriarem criticamente destas tecnologias e práticas educacionais contribuindo para a inclusão digital e dar ênfase significativa a prática pedagógica.
Neste sentido os docentes foram questionados da seguinte forma “Qual sua visão referente aos alunos que apresentam dificuldades ou desinteresse em realizar atividades tradicionais?” – sintetizando as falas dos docentes estes concordam que:
A dificuldade dos alunos na maioria das vezes está correlacionada com uma má formação na base educacional que este tiveram e por isso estes se sentem inseguros em demostrar suas dificuldades, outro fator que contribui para que estes se sintam desmotivados é o fato destes se sentirem inferiores aos outros alunos, seja esta diferenciação dada por forma questões econômicas, sociais ou intelectuais. Os professores relataram que as deixam a desejar, pois muitas de nossas aulas acabam se tornando “chatas” por não ter um envolvimento tecnológico ou lúdico nas aulas. Apesar desses fatos que mais se repetem nos ambientes escolares, acredita-se que não é fácil para um professor trabalhar com os uma classe que chegam a ter mais de 45, pois cada indivíduo é dono de uma história e cada ser tem uma maneira diferente de interagir e aprender com os demais, neste sentido, sempre que podemos, tiramos um momento de reflexão e de motivação com toda a classe para que os alunos se sintam acolhidos e integrantes ativos do ambiente escolar, por outro lado também buscamos atender individualmente alguns alunos que demostram ter um atraso maior do que os demais desta forma desenvolvemos uma espécie de equivalência nas turmas para que todos se sintam motivados. Trabalhar com os estudantes com dificuldade não é uma situação simples é muito complicada, principalmente porque a maioria não tem uma boa base familiar, fato este que recai sobre nós professores uma responsabilidade que não é nossa, quando se trata da distorção idade série como é o caso dos alunos do EJA, também recai sobre o professor a responsabilidade em reparar anos de perca e como este público tem mais idade tonar a transmissão do conhecimento um desafio maior, não tratamos os alunos com dificuldades de aprendizagem como alunos do AEE, mas acreditamos que estes deveriam ter um apoio específico que a pedagogia da escola deveria ter um planejamento específico para atender estes estudantes, pois, estes alunos precisam de uma atenção maior do os outros alunos para que assim estes possam ter as mesmas condições educacionais que os demais estudantes. (síntese da fala dos docentes investigados).
Observa-se nesta síntese que os docentes relatam alguns problemas encontrados no ambiente escolar, é fato que em qualquer ambiente terá suas especificidades, no ambiente escolar não seria diferente, no entanto estes problemas trazidos pelos estudantes, afetam diretamente seu rendimento na aprendizagem, dificultando assim os planejamentos elaborados pelos professores para serem desenvolvidos nas salas de aula.
Verificou-se também que os docentes relatam a dificuldade em se trabalhar em salas superlotadas, o que infelizmente ainda é uma realidade enfrentada pelos profissionais da educação no Brasil. Professores relatam também a má formação inicial dos estudantes o que sem dúvidas prejudica os alunos no desenvolvimento das atividades básicas de todos os docentes, este fato acaba trazendo consigo um grande desafio para o professor pois além de se preocupar com os conteúdos de sua disciplina e série, estes ainda tem que tentar recuperar os alunos fazendo umas espécie de nivelamento, fato este que apesar de ser plausível demostra falhas estruturais graves ocorrida no processo de alfabetização dos estudantes.
Quando se trata do EJA , os professores tem um desafio maior, pois estes profissionais estão lidando com estudante que estão retornando ao ambiente escolar após anos afastados e que na maioria das vezes nem foram alfabetizados tornando assim um desafio maior para os professores que sem dúvidas necessitam estar preparados para desenvolver métodos diferenciados para atender este público específico.
Os docentes demostram estarem dispostos a tentar sanar as dificuldades que os estudantes demostrarem ao apresentar estratégias educacionais, trazendo a equipe pedagógica da escola como propulsora nas ações que atendam os discentes com dificuldades, no entanto deve-se ressaltar que apesar da equipe pedagógica elaborar as ações caberá aos docentes desenvolverem estas atividades, desta forma o trabalho final acaba retornando aos docentes haja visto que são estes que são os principais responsáveis na transmissão do conhecimento dos estudantes.
Segundo Libâneo (2013): “O trabalho docente é atividade que dá unidade ao binômio ensinoaprendizagem, pelo processo de transmissão-assimilação ativa de conhecimentos, realizando a tarefa de mediação na relação cognitiva entre o aluno e as matérias de estudo”. (LIBÂNEO, 2013, p.88). Para entender melhor a relação entre os professores e os estudantes na transmissão do conhecimento estes foram questionados da seguinte forma: “Quais proposta pedagógica você utiliza para motivar seus alunos na hora de fazer as atividades de fixação de conhecimento e avaliativas?”
Sempre que possível, fazemos uma conversação com os estudantes, neste momento, os alunos falam um pouco de sua vida pessoal relatam algumas experiências positivas e negativas e falam como se veem no futuro, desta forma pode-se estabelecer um elo com os alunos depois com a palavra tentamos mostrar para os discentes que a melhor forma de conseguir alcançar os objetivos é através do estudo e que estes são agraciados por poder receber uma educação e que cabe a eles nos ajudar a melhor cada dia mais a qualidade desta educação que estes recebe, pois enquanto professores somos intermediadores nesse processo. Em relação às aulas sempre tentamos melhor, mas deve-se lembrar que nem sempre a infraestrutura da escola nos favorece, pois como há uma carência muito grande quando se refere a equipamentos de multimídia deixa-nos limitados em fazer o que está ao nosso alcance, a maioria das aulas são escritas na lousa e reproduzida pelos alunos e sempre que possível realizamos debates com a utilização dos livros didáticos. – Por outro lado, mesmo quando se tem os equipamentos de multimídia como é o caso da escola em que trabalhamos “CMPM VI” sentimos muita dificuldade pois não adiantar ter equipamentos se não temos o conhecimento necessário para manuseá-los. Quando se refere a atividades avaliativas os docentes afirmaram utilizar os mesmos métodos que são eles: Prova escrita, atividades no caderno, elaboração de redação e seminários em grupo. (síntese da fala dos docentes investigados).
Percebe-se no desenvolvimento das falas dos docentes que apesar de estarem em ambientes diferentes os problemas são os mesmos, pois estes demostram esta presos no tradicionalismo, é fato que a infraestrutura das escolas sem dúvidas irá influenciar nas atividades pedagógicas desenvolvidas pelos professores, mas da mesma forma não adianta ter uma boa infraestrutura se os docentes estão presos nos métodos e técnicas tradicionais, parafraseando Mario Sergio Cortella quando este diz “Faça o teu melhor na condição que você tem, enquanto você não tem condições melhores para fazer melhor ainda!” acredita-se que cabe aos docentes desenvolver novas técnicas para manter a alma vida dos seus estudantes, pois cabe aos docentes forma-los para enfrentar os desafios da sociedade.
As estratégias de aprendizagem podem ser definidas por procedimentos utilizados pelos professores em sala de aula, potencializando a aprendizagem e permitindo que os alunos com dificuldades de aprendizagem consigam obter maior sucesso escolar. Moreira (2014, p.22) aduz que “as estratégias de ensino a que os profissionais recorrem devem estimular diversas capacidades do aprendiz como, por exemplo: “a observação, a liderança, a teorização e a síntese”.
Boruchovitch (2015), fala que:
As estratégias de aprendizagem são ações mentais e comportamentos que os alunos utilizam durante o processo de aprendizagem e que interferem no resultado final. São procedimentos, atitudes e comportamentos para que os estudantes realizem atividades específicas de aprendizagem visando alcançar determinadas metas. Para tanto, é fundamental que o aluno participe ativamente do processo, pois este aprende mediante o conhecimento que produz. BORUCHOVITCH (2015, p. 26).
Estas estratégias mantêm a motivação sustentada durante um longo período de tempo com base no esforço e na autorregulação para atingir este objetivo. Para esclarecer, é mais provável que os alunos utilizem esses programas quando percebem que podem melhorar o desempenho na hora de fazer uma avaliação.
Santos (2018) caracteriza a motivação como “um processo ativo intencional, direcionado a uma meta específica, podendo ser intrínseca ou extrínseca, e levanta a questão dos dois tipos de motivação: Intrínseca e extrínseca, as quais tratam de impulsos gerados por diferentes motivos”. Por sua vez, Boruchovitch (2015), explica esses dois tipos de motivação e define que a “motivação intrínseca ocorre quando a própria tarefa oferece a recompensa, ou seja, a pessoa se sente impulsionada a realizá-la por interesse próprio, vivenciando interesse e prazer e percebendo a causa de seu comportamento como interna”.
BACICH, MORAN 2018 relatam que:
Metodologias Ativas são estratégias de ensino centradas na participação efetiva dos estudantes na construção do processo de aprendizagem, de forma flexível, interligada e híbrida. As metodologias ativas, num mundo conectado e digital, expressam por meio de modelos híbridos, com muitas combinações. A junção de metodologias ativas com modelos flexíveis e híbridos traz contribuições importantes para o desenho de soluções atuais para os aprendizes de hoje. (BACICH, MORAN 2018, p. 4).
Até o presente momento muito se falou das dificuldades encontradas pelos estudantes e pelos doentes e principalmente se ressaltou que os docentes são em suma os responsáveis pela formação dos alunos, no entanto, deve-se destaque que para os docentes conseguirem formar os estudantes em cidadãos completos e aptos a ajudar o desenvolvimento social e principalmente estes estarem prontos para o mercado de trabalho os docentes dever ter uma boa formação acadêmica para que estes posam desenvolver suas atividades pedagógicas com excelência e enfrentarem as dificuldades de forma firme e sempre trazendo soluções para sanar os problemas do cotidiano escolar. Neste sentido aprender como desenvolver novas técnicas como as metodologias ativas e pôr em prática a Neuroeducação é essencial para se manter atualizado e motivado em transforma vidas através do desenvolvimento educacional, desta forma esta investigação procurou saber o grau de instrução dos professores que compõem os ambientes pesquisados para se ter uma noção do quantos estes estão capacitados para atuarem de forma efetiva nas salas de aula.
Buscar melhorias educacionais nunca foi tão importante como está acontecendo na atualidade, deve-se lembrar que neste mundo contemporâneo onde as informações são difundidas em questões de segundos e os indivíduos estão a cada dia mais informatizados, os professores devem estar sempre um passo à frente dos estudantes para que estes nunca sejam pegos de surpresa demostrando ter uma baixa qualificação. É de suma importância que os profissionais que atuam principalmente na educação estejam atualizados dos procedimentos educacionais que estão sendo desenvolvidos nos mais diversos ambientes escolares, pois quando mais se adquiri conhecimentos mais estes profissionais estarão preparados para resolver as problemáticas encontradas no dia a dia do ambiente escolar.
Neste sentido abre-se dois paralelos, enquanto cabe aos docentes procurarem por sua contar buscar melhorias educacionais, por outro lado cabe ao poder público ofertar uma formação continuada para melhor capacitar os professores, haja visto que estes estão inseridos de forma efetiva no ambiente escolar e necessitam estar sempre atualizados. Quando se trabalha as metodologias ativas a aplicação da Neuroeducação já está estabelecida, pois, as metodologias ativas atuam de forma sistêmica melhorando o aprendizado dos estudantes, pois estas são trabalhadas na maioria das vezes de forma prática, desta forma o cérebro consegue aprender com mais facilidade graças à plasticidade cerebral como explica a Neurociência.
Na atualidade pouco se tem falado na formação de professores sobre a utilização de recursos tecnológicos como auxílio no desenvolvimento educacional, esta concepção ganha destaque haja visto que os recursos tecnológicos são tidos como uma das principais metodologias aplicadas nos ambientes educacionais e está preparado para lidar com essas ferramentas é fundamental para os professores.
SILVA 2017, explica que: A utilização de recursos tecnológicos na sala de aula tem sido discutida constantemente, visto que as ferramentas tecnológicas se apresentam como um novo método de auxílio no ensino, o uso das tais se faz necessário no âmbito escolar. Observando que existe a falta de apoio didático durante as aulas ministradas pelo professor, o uso de tais ferramentas favorece novas formas no processo de ensino-aprendizagem. (SILVA, 2017 p.230).
Nesta mesma concepção FONSECA 2022 nos mostra que: É preciso lembrar que os computadores são ferramentas como quaisquer outras. Uma ferramenta, sozinha, não faz o trabalho. É preciso um profissional, um mestre no ofício, que a manuseie, que a faça fazer o que ele acha que é preciso fazer. É preciso, antes da escolha da ferramenta, um desejo, uma intenção, uma opção. Havendo isto, até a mais humilde sucata pode transformar-se em poderosa ferramenta didática. Assim como o mais moderno dos computadores ligado à Internet. Não havendo, é este que vira sucata
Conforme explicitado pelos autores a aplicação das metodologias ativas são essenciais para melhorar a atuação dos docentes nas salas de aula, por outro lado estes devem estar preparados para fazer o manuseio correto destas ferramentas.
Quando se trabalha os conceitos neurocientíficos é de suma importância saber como desenvolver as metodologias que estão associadas a Neurociência, neste sentido se procurou saber dos professores se estes já têm algum conhecimento a respeito da Neuroeducação e de como aplicar as metodologias ativas no ambiente escolar.

Fonte: Pesquisa de campo realizada em agosto de 2023
Para surpresa do investigador a maioria dos investigados afirmaram não ter conhecimento da área da Neuroeducação, apesar de ser uma área nova na ciência e que esta ganhamos espaço somente na última década a surpresa dar-se em virtude dos docentes estarem em plena atividade pedagógica e principalmente pelo fato dos docentes demostrarem ter concluído cursos de pós-graduação a nível de Especialização bem como de Mestrado, e esta área aqui debatida ser uma das mais comentadas na academia dos cursos de educação. Destaca-se também como as universidades não estão preparando os professores como se esperava, pois, esta temática já era pra ter sido incorporada como disciplina obrigatória nos cursos de licenciatura uma vez que sem dúvidas esta traz consigo contribuições impares para o desenvolvimento educacional. Por outro lado, está se torna uma boa oportunidade destes docentes iniciarem um novo olhar educacional, tendo como propulsor além das metodologias ativas o conhecimento neurocientifico.
A Neurociência apesar de ser uma nova área do conhecimento, esta já traz consigo muitos benefícios para educação, pois através destes conhecimentos novas metodologias estão sendo desenvolvidas com propósito de auxiliar os docentes no desenvolvimento de conteúdos que outrora era tido como muito cansativo e desmotivador para professores e alunos, tornando assim as aulas pouco proveitosas e entediantes, desmotivando a todos que nela estavam envolvidas.
Trabalhar os conceitos da Neuroeducação não é uma tarefa difícil de ser realizada, pois verificou-se que enquanto os docentes participavam da oficina estes se sentiam cada vez mais envolvidos com a temática demostrando curiosidade e principalmente afeição para desenvolver na prática os conhecimentos que estes estavam absorvendo. Entender como acontece o processo de conhecimento no cérebro humano foi de fundamental importância para que os professores pudessem notar que as atividades que estes realizavam, pudessem ganhar vida quando postas de outra maneira com a utilização das metodologias ativas.
Quando se trabalha o imaginário dos estudantes e se aplica na prática as teorias apresentadas na teoria as coisas ganhar vida, a ludicidade começa a ganhar espaço na imaginação dos alunos e estes podem se ver sendo protagonistas de suas histórias. Está percepção que a Neurociência traz com a Neuroeducação facilita a transmissão do conhecimento uma vez que o indivíduo consegue fazer na prática aquelas atividades que outrora eram tidas como chatas e cansativas.
Com o desenvolvimento das metodologias ativas e da Neurociência os professores podem sincronizar esta relação para tornar os alunos protagonistas de suas histórias. Neste sentido, trabalhar os conceitos neurocientificos é de suma importância haja visto que esta pode ser uma solução que pode agradar a todos que nela se envolvem uma vez que esta área apesar de ser nova esta traz consigo um novo olhar de como o desenvolvimento educacional pode se tornar agradável e prazeroso para os docentes e os estudantes.
No desenvolvimento das atividades da pesquisa verificou-se que os estudantes se envolveram de forma efetiva com os seus respectivos docentes tornando as ações bem agradáveis para todos, este envolvimento segundo os professores não se tinha tido em nenhum outro momento. A curiosidade dos alunos para descobrir um novo olhar de como as coisas acontecem bem como de como acontece a aprendizagem no cérebro humano através da plasticidade cerebral, foi algo encantador que não só chamou a atenção dos alunos, mas os prendeu de tal forma que este se viram deslumbrados com os conhecimentos que estes conseguiram adquirir.
O que chamou bastante atenção foi o envolvimento mais efetivo das turmas do EJA, os estudantes ficaram fortemente impactados, com o desenvolvimento das atividades práticas. Alguns alunos que se alto rotulavam como inferior aos demais por não conseguirem acompanhar a turma nas atividades desenvolvidas pelos docentes, viram como se torna fácil aprender quando se muda as metodologias e principalmente quando este se sentem envolvidos, dava pra observar o brilho radiante no olhar dos estudantes quando estes conseguiam pôr em prática as atividades estes se sentiam parte integrante do corpo educacional.
Desenvolver estas atividades é sem dúvidas de suma importância pois são estas que garantem um verdadeiro aprendizado, não se pode rotular que estas são as únicas atividades que podem alcançar tal objetivo, no entanto pode dizer que o desenvolvimento na Neuroeducação é sem dúvidas mais uma maneira de se conseguir facilitar a transmissão do conhecimento de forma lúdica simples e com resultados efetivos na aprendizagem dos estudantes.
Após a aplicação dos conteúdos com a nova metodologia aprendida pelos docentes, estes realizaram uma nova atividade avaliativa para medir o grau de aprendizagem fixada pelos alunos, cujo a resultado está expresso no gráfico a seguir:

Fonte: Pesquisa de campo realizada em agosto de 2023
Observasse um aumento significativamente grande nas notas dos alunos quando se compara com as notas tida no primeiro momento, este resultado reflete a importância em se transmitir com clareza objetividade e de forma simples o conhecimento, desta forma os estudantes não só conseguem absorver o conhecimento como também se sentem motivados em continuar desenvolvendo suas atividades estudantis. Nesta concepção MAIA, (2011) explique que:
A emoção está para o prazer assim como prazer está para o aprendizado, a autoestima é a ferramenta que movimenta os estímulos para ganhar bons resultados. O cérebro processa tão velozmente essa relação que não se pode perceber a ligação de elementos, consultando uns aos outros ao resolver uma simples questão (Maia, 2011, p. 59).
Esta transmissão do conhecimento ganha na Neuroeducação um forte aliado para alcançar maiores objetivos, apesar das notas mostrarem que os resultados são positivos e que os alunos necessitam de uma “nota” para poder serem aprovados e continuar avançando de série, o mais importante é conseguir fixar o conhecimento de maneira efetiva nos estudantes, pois é este conhecimento que irá acompanhar os alunos por toda sua vida e poderá abrir portas jamais sonhadas por estes estudantes. Boruchovitch (2015) enfatiza que a motivação está ligada diretamente com a aprendizagem e o desempenho dos estudantes, de acordo com o autor:
Um estudante motivado mostra-se ativamente envolvido no processo de aprendizagem, engajando-se e persistindo em tarefas desafiadoras, despendendo esforços, usando estratégias adequadas, buscando desenvolver novas habilidades de compreensão e de domínio. (BORUCHOVITCH, 2015, p.143).
Portanto, é importante que os professores desempenhem um papel de mediador facilitador com habilidades técnicas que vem à tona, incluindo a criação de salas de aula dinâmicas e interessantes para uma aprendizagem eficaz e o máximo envolvimento dos alunos possíveis.
Desta forma, os professores são considerados motivadores em sua sala de aula e são diretamente responsáveis pelos resultados da aprendizagem dos alunos, porque as avaliações não refletem apenas o que os alunos aprenderam, mas também avaliam o trabalho que os professores realizaram, neste sentido uma avaliação não serve apenas para os estudantes mas também a mesma serve para os docentes pois ambos estão correlacionados.
No que tange a satisfação dos estudantes procurou-se saber como estes avaliam as ações desenvolvidas nesta investigação.

Fonte: Pesquisa de campo realizada em agosto de 2023
Como se pode observar os estudantes avaliam de forma positiva as atividades promovidas por esta investigação, fato este que mostra a importância em trazer para o ambiente educacional novos olhares para resolver problemas antigos principalmente no que permeia a transmissão do conhecimento e a avaliação dos estudantes. É nesse contexto entre avaliação e mediação instrucional que será facilitado um padrão de interação entre o mundo interno e externo do sujeito para que o indivíduo possa desenvolver e ampliar suas habilidades.
Esta investigação não se preocupou apenas em demostrar que a Neuroeducação pode corroborar com o desenvolvimento educacional, mas também se propôs em investigar estudantes de diferentes ambientes escolares, como apresentado na pesquisa, os indivíduos que comporão a amostra foram bastante variados de séries e seguimentos diferentes, esta situação se deu para mostrar a eficácia das metodologias inovadoras e ativas. As pesquisas atuais da neurociência comprovam que o processo de aprendizagem é único e diferente para cada ser humano, e que cada pessoa aprende o que é mais relevante e o que faz sentido para si, o que gera conexões cognitivas e emocionais (BACICH; MORAN, 2018, p. 2).
Vale ressaltar que quando se trabalha com a neurociência deve-se destacar que a plasticidade cerebral vai ganhar desta que principalmente com o público que tem uma idade mais avançada, pois como se sabe o cérebro humano reage a estímulos e está em constante aprendizado desta forma quanto mais se elabora estratégias que facilitem o desenvolvimento da plasticidade cerebral maior será o aprendizado do aluno, pois este entenderá de forma simples clara e objetiva fixando desta forma o conhecimento.
Como se sabe quanto mais idade se tem maiores são os desafios encontrados para se conseguir logra êxito educacional, pois estes indivíduos já estão de certa forma condicionados a certos vícios, desta forma estimular o desenvolvimento cerebral se torna um obstáculo e cabe ao professor desenvolver métodos e técnicas que venham a facilitar a compreensão da informação passada pelos professores nas salas de aula. Por fim entende-se que quando um indivíduo está motivado, esta procura desenvolver suas atividades da melhor forma possível, desta forma manter os discentes motivados e sem dúvidas uma estratégia que irá gerar resultados positivos. Neste sentido, para finalizar a participação dos estudantes procurou-se saber se estes se sentiram motivados com o novo ambiente que lhes fora proporcionado, desta forma o seguinte questionamento foi feito a eles “Enquanto aluno você se sentiu mais motivado com a utilização das novas técnicas apresentadas pelo seu professor?”
Em suma os estudantes afirmaram que se sentiram mais motivados, pois com o desenvolvimento das atividades eles conseguiram não só absorver o conhecimento como também conseguiram espessar esse conhecimento aumentando seus rendimentos escolares com boas notas. Importante destacar que os alunos do EJA afirmaram ter mais estímulos para frequentarem as aulas, pois estes passam o dia desenvolvendo suas atividades laborais e quando procuram a escola no período noturno estes sacrificam um horário que poderiam está descansando, para poder ir à escola em busca do conhecimento para buscarem ascensão em seus respectivos trabalhos, desta forma, desenvolver uma metodologia que facilite o aprendizados desses estudantes é de fundamental importância e a Neuroeducação é sem dúvidas uma porta de entrada para alcançar objetivos maiores.
Após uma breve análise relatada pelos estudantes procurou-se saber dos professores como estes avaliam os conhecimentos que a Neuroeducação pode trazer para estes. Neste sentido foi feita o seguinte questionamento “Enquanto profissional como você avaliação a aplicação das metodologias inovadoras, com vistas para a Neuroeducação e o conhecimento adquirido na oficina sobre a neurociência apresentado nesta pesquisa?”
Os docentes afirmaram com clareza que se sentiram prestigiados por terem tido a oportunidade em participar da investigação, pois, foi através desta que a maioria deles tiveram a oportunidade em ter o primeiro contato com a Neuroeducação e as metodologias inovadoras, estes relataram que sempre tiveram muita curiosidade em desvendar os mistérios que permeavam o processo de aprendizagem que ocorre no cérebro humano, e foi apenas participando desta investigação que estes puderam esclarecer dúvidas que estes tinham a bastante tempo.
Trabalhar os conhecimentos da neurociência pode trazer para o universo escolar oportunidades que os estudantes jamais poderiam imaginar que teriam um dia, pois quando se trabalha transformando os conhecimentos teóricos em atividades práticas os estímulos cerebrais começam a produzir motivação e desta forma os estudantes irão desenvolver suas habilidades com maior fluidez, mostrando que todos tem as mesmas capacidades e que algumas dificuldades de aprendizagem podem ser superadas com um bom estímulo.
Para finalizar as discursões os docentes formam questionados referente a efetividade da aplicação da Neuroeducação no cotidiano escolar e saber se está aplicação poderia trazer benefícios para o desenvolvimento de suas atividades pedagógicas, bem como do conhecimento absorvido pelos estudantes. Para se chegar a uma conclusão foi feito o seguinte questionamento: “Após acompanhar toda a aplicação dos métodos utilizados no desenvolvimento desta pesquisa você acredita que a Neuroeducação pode corroborar com o processo de ensino e aprendizagem de seus discentes?”
Os professores não excitaram em fazer a afirmação que estes entendem que a Neuroeducação, tendo como propulsora a neurociência tendo as perspectivas na plasticidade cerebral é sem dúvidas uma excelente alternativa para melhorar o processo de transmissão do conhecimento, motivar os estudantes e principalmente preparar os alunos para que possam sair do ambiente escolar prontos para serem inseridos no mercado de trabalho com uma formação de qualidade e tendo estes uma visão de mundo completa onde todos os indivíduos podem alcançar e superar suas dificuldades, basta que seja ofertado a estes um oportunidade que este possa de uma forma significativa desenvolver suas habilidades e corroborar com o processo de protagonistas no desenvolvimento educacional.
O conhecimento neurocientifico ainda terá que trilhar um longo caminho para que este possa chegar de forma efetiva nas escolas e mudar o panorama da realidade vivenciadas por professores e alunos, muitas pesquisas ainda irão mostrar como esta área neuroeducacional pode transformar os ambientes tradicionais em fontes de conhecimento, onde este será absorvido de forma simples, clara e objetiva. No desenvolvimento desta investigação percebeu-se que os envolvidos se tornaram agende de transmissão do conhecimento e que estes demostraram bastante interesse no assunto pesquisado.
A neurociência tem demonstrado sua contribuição para o desenvolvimento da aprendizagem eficaz por meio das pesquisas realizadas, o todo não é maior nem menor que a soma das partes. Na sala de aula, o relacionamento professor-aluno não deve ser conflituoso ou antagônico, especialmente porque o objetivo da sala de aula é incentivar a escuta, a autoestima, a realização e a confiança. Em um relacionamento próximo, o processo de aprendizagem certamente é menos doloroso, e a vontade de aprender e a vontade de ensinar se tornam prazerosas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta investigação teve como principal objetivo demostrar como a Neuroeducação e as metodologias inovadoras podem corroborar no processo de ensino e aprendizagem dos discentes de duas escolas públicas localizadas na cidade de Manaus-AM. A pesquisa desenvolvida apontou que os professores no primeiro momento ainda persistiam em trabalhar de maneira tradicional tanto no desenvolvimento de suas aulas como nas realização de atividades avaliativas, por outro lado está investigação apontou que os docentes não tinham o conhecimento necessário para se trabalhar de uma forma diferencia, mas que com o estímulo certo estes começaram a mudar seus ambientes de educacionais.
Este trabalho conseguiu demostrar de forma simples e com clareza como os conhecimentos da Neuroeducação corroboram com o desenvolvimento educacional e como as metodologias inovadoras podem ser propulsoras de um novo cotidiano escolar. Os indivíduos investigados afirmaram que com o desenvolvimento da Neuroeducação estes se sentiram mais preparados para absorção do conhecimento e prontos para desenvolver na prática o que lhes fora transmitido.
Barreiras formam quebradas, medos formam vencidos, dificuldades formam superadas e a motivação para buscar um melhor aprendizado prevaleceu. Com o auxílio dos teóricos conseguiu-se apresentar resumidamente como ocorre o processo de aprendizagem no cérebro com o desenvolvimento da plasticidade cerebral de como os estímulos podem facilitar o processo de aprendizagem. Esta investigação também conseguiu apontar as contribuições da neurociência para a educação no processo ensino aprendizagem e foi demonstrado como as metodologias inovadoras baseadas na Neuroeducação facilitam a aprendizagem dos discentes nos ambientes diferenciados porém com a mesma técnica. A premissa levantada anteriormente de que se os professores conhecerem como ativar as sinapses cerebrais dos cérebros dos estudantes através da Neuroeducação estes alunos iram conseguir aprender com mais facilidade foi confirmada trazendo para a luz do conhecimento as bases neurocientificos.
Destacou-se na pesquisa com bastante clareza que os professores, apesar de afirmarem possuir limitações estes também estão dispostos a mergulhar profundamente no universo neurocientifico para estarem à altura dos seus discentes, enquanto aos aspectos motivacionais os docentes demonstraram possuir habilidades que podem ser aprimoradas para melhorar o processo educacional. Foi constatado que os docentes das escolas investigadas buscam entender que as metodologias inovadoras podem ser utilizadas como um instrumento a favor do seu trabalho, quando se referem à mesma como uma ação contínua e um auxílio para o seu planejamento não mais de forma obsoleta, mas sim de forma efetiva.
A pesquisa apontou que muito ainda precisa ser realizado e pensado para que a Neuroeducação possa chegar de forma efetiva nos ambientes escolares para que esta seja realmente utilizada como um instrumento de transformação. Porém, um dos primeiros passos já está sendo dado: a reflexão e a inquietação dos docentes com buscar por mais conhecimentos Neurocientificos e principalmente com a inserção das metodologias inovadoras como as ferramentas tecnológicas educacionais.
A Neuroeducação deve ser entendida como um processo indissociável da dinâmica de ensino e aprendizagem, pois envolve a realização de aplicação de metodologias ativas e inovadoras, desenvolvimento da plasticidade cerebral, para que se possa ter uma dimensão de como está ocorrendo o desempenho de alunos e professores em termos de transmissão/assimilação e construção/reprodução, conhecimento, habilidades e atitudes desejadas para alcançar o resultado esperado.
Através da Neurociência, podemos entender que o processo de aprendizagem, que é complexo e envolve múltiplos processos neurais, diz respeito a uma série de processos que dizem respeito ao cérebro, alterar a composição e o funcionamento do cérebro e, consequentemente, o comportamento das pessoas, que sempre aprendem com o que as rodeia a interações ambientais e sociais.
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1Artigo extraído, da TESE de Doutorado apresentado a Facultad de Posgrado Doctorado en Ciencias de la Educación em la Universidad de la Integración de las Américas – UNIDA, Localizada na Cidad del Este – Paraguai, para obtenção do título de Doutor em Ciência da Educação no ano de 2024. A pesquisa aqui apresentada está registrada na Plataforma Brasil sob o número CAAE 74771523.0000.5015, a qual submeteu o projeto de pesquisa ao conselho de ética da Universidade Nilton Lins registrada com o cep: 69.058-030, que conforme parecer número: 5.582.158, aprovou a realização da investigação.
2DOUTOR em Ciência da Educação pela Universidad de lá Integración de Las Américas, UNIDA PY, MESTRE em Ciência da Educação pela Universidad de La Integración de Las Américas – UNIDA/PY no ano de 2021; Professor Graduado em Pedagogia pelo Centro Universitário Única – UNIÚNICA, no ano de 2024; Professor Graduado em Geografia pela Universidade do Estado do Amazonas – CSTB no ano de 2013; Especialista em: Conservação dos Recursos Naturais, pela Universidade do Estado do Amazonas – CSTB, no ano de 2015; E-mail:mackson.azevedo@hotmail.com