NEUROEDUCAÇÃO COMO FACILITADOR DO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM NO ENSINO SUPERIOR

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8195937


Alessandro Lubiana1
Aldo Rodolfo de Melo Silva2
Edney Costa Souza3
Euripedes Claiton Rodrigues Campos4


RESUMO: O projeto de pesquisa surge diante da necessidade dos professores lecionarem de forma mais assertiva para os alunos no século XXI, com tantas distrações às mãos, como o celular que tiramos do bolso em média 200 vezes por dia, entende-se a necessidade de se reinventar no quesito metodologia. O presente artigo explana-se ferramentas e estratégias de neuroeducação, baseadas em neurociência que podem aumentar o repertório de técnicas e ferramentas para minimizar, ou anular o desinteresse por parte dos alunos, contribuindo e facilitando o processo ensino-aprendizagem. A pesquisa sendo de forma qualitativa, foi realizada a partir da análise de livros e artigos científicos publicados na base Google Acadêmico. Podendo concluir que a neuroeducação é de fato mais assertiva pois ela respeita a forma com o cérebro aprende, sendo mais eficiente e tornando-se indispensável nos dias de hoje.

Palavras-chave: Neurociência. Neuroeducação. Educação. Marketing.

Introdução

O tema escolhido é baseado na necessidade de profissionais de diversas áreas em minimizar o desinteresse em sala, disputando atenção com o celular em sala, precisando se reinventar para tentar sanar este problema, pois é sabido que mesmo sendo indispensável hoje em dia, o celular é fonte de distração constante por alunos principalmente no ensino superior.

O desinteresse generalizado por parte dos alunos com métodos divergentes da realidade do século XXI, além tendo o celular como fonte de distração dentro de sala, geram-se questionamentos a serem respondidos com esta pesquisa de como gerar interesse por parte dos alunos de graduação? Como ser mais interessante que o celular em sala? Como prender a atenção dos ouvintes? Como melhorar minha didática para facilitar o processo de ensino-aprendizagem?

A neuroeducação tem como preceito primordial, o intuito de facilitar o processo de absorção da informação unindo a pedagogia, psicologia e a neurociência, com seus conjuntos de saberes sobre o sistema nervoso central, onde se passa todas as informações, pensamentos, emoções e movimentos. Considerando que, a análise dos diversos resultados a partir do surgimento destas linhas de pesquisa seja no neuromarketing ou neuroeducação, tem contribuído muito para o entendimento pleno do ser biológico, entendendo suas necessidades, seu humor, suas decisões e afins, desviando o olhar do ser social largamente estudado.  

O processo de ensino-aprendizado é imprescindível na graduação, momento decisivo de escolha de carreira e futuro, facilitar este processo é necessário diante das mudanças na sociedade, partindo disto, como objetivo principal este artigo pretende mudar o entendimento de metodologias ativas de ensino focadas no ser social, e ampliar o repertório de técnicas e ferramentas baseadas em neurociência, para minimizar ou eliminar o desinteresse por parte dos alunos de graduação. Como objetivo secundário, reduzir distrações por parte do celular do ouvinte ou usar a seu favor, melhorar a atenção dos ouvintes em aula, facilitando o processo de ensino-aprendizagem.

Em suma, a compreensão deste artigo se dá no entendimento das estratégias voltadas para o ser biológico, baseadas em estímulos externos, uso de tecnologias, ambiente favorável, alimentação correta e técnicas de memorização.

A pesquisa foi realizada a partir de revisão bibliográfica, livros, revistas e periódicos publicados na base de dados do google, sendo de caráter qualitativo pois o tema é recente e desprovido de larga base de informações.

1. A Modernização e as inovações

O mundo vem se modernizando com o passar dos anos, inovações que ocorreram nas áreas de informática e telecomunicações nos últimos anos propiciaram a expansão da internet, novas tecnologias são criadas, desenvolvimento econômico, social e educacional, novas formas de trabalho, novos cargos a serem exercidos são criados, novas formas de se atualizar na mídia, são criadas também novas alternativas de conversação instantânea, atualização constante de redes sociais, uma enxurrada de informações nos cerca a todo instante como citado por Costa (2017, p. 20), e o protagonista disso tudo é um simples aparelho de uso pessoal, intransferível e indispensável nos dias atuais, o celular.

Aparelho este que está na mão de muitas pessoas, de forma acessível, barata, democrática e constantemente atualizado. A empresa Ericsson em seu Relatório de Mobilidade Anual de 2019, retrata que 4,2 bilhões de pessoas ou 52% da população global possui um aparelho. agregando mais dados a pesquisa segundo o relatório da Global SMA Intelligence empresa analista de dados, e projeções globais das operadoras de redes móveis, estima que até meados de 2019, haviam 422 milhões de assinantes móveis na américa latina o que representa 67% da população total, deste montante 80% assinam juntamente internet móvel, podendo ampliar o cenário para 87% de assinantes até 2025. 

A partir do momento que a tecnologia passa a fazer parte de nossa vida pessoal e profissional, ganhamos diversos benefícios, como por exemplo o tempo. Potencializar a capacidade humana e trazer qualidade de vida é preceito da tecnologia segundo Maurício Benvenutti (2018, p. 32), ainda o autor frisa que a tecnologia está fazendo o que as máquinas fizeram na revolução industrial; Visto com maus olhos por alguns, mas derrubam fronteiras do conhecimento se analisarmos na esfera educacional, tornando acessível o que era escasso e/ou limitado a uma biblioteca. Distribuir conhecimento é um dos benefícios que a tecnologia da internet trás ao longo de sua penetração na sociedade, argumento defendido por Laudon e Laudon (2004, p. 16), além de servir como base para novos modelos empresariais e processos de negócios.

Condensado de fácil entendimento na tabela 1, é explanado dados do compilado feito pela Visual Capitalist, corrobora a inegável crescente da tecnologia e internet em nossa vida, de forma rápida, o crescimento exponencial logo gerou uma dependência para ações ordinárias, diárias é latentes, seguido pelo preceito básico que a tecnologia veio para nos auxiliar e não para nos substituir, erroneamente pensado e defendido por Bevenutti (2018, p. 16), no entanto todas essas mudanças na sociedade, na política e nos negócios por exemplo, é apenas o início de intensas novidades, quebra de paradigmas e redescobertas segundo Peter Drucker (2000, p. 14).

Tabela 1: Tempo que o meio de comunicação atingiu 50 milhões de usuários. 

Uma imagem contendo Teams
Descrição gerada automaticamente

Fonte: Próprio Autor

Toda tecnologia acessível a todos, auxiliando nos processos diários nos permitindo economizar esforços, ganhar tempo, conversar com parentes distantes, consultar saldo bancário em tempo real, enviar e receber e-mails, assistir filmes ou séries enquanto espera ser chamado em uma consulta, fazer download de programas para auxiliar nos estudos em casa, interagir nas redes sociais, curtir fotos de amigos, compartilhar fotos com parente, chamar um transporte, ouvir música enquanto se exercita, isso tudo a qualquer momento, porém mesmo com tanta grandiosidade da tecnologia em nossas vidas, surgem novos problemas se não forem administrados de forma correta, como o sequestro da atenção quando sente-se a necessidade de conferir notificações inexistentes no celular, não dormir no horário pretendido, distração para concluir tarefas, dor físicas, problemas de visão, dentre outras relatadas no gráfico 1 referente a pesquisa feita pela Deloitte em 2018.

Gráfico 1: Causas do uso excessivo do celular.

Fonte: Global Mobile Consumer Survey 2018, Deloitte.

O smartphone se consolidou como um hub de controle de outros dispositivos tecnológicos, estima-se que pegamos em nossos celulares por média de 221 vezes, segundo Garattoni e Szklarz (2019, p. 10) além de tocar diariamente 2600 vezes, somando curtidas, rolagens etc. Ainda a revista, considera o celular um instrumento mais viciante que os caça-níqueis, o jogo que mais causa dependência, viciando 3 a 4 vezes mais rápido que outras formas de apostas. 

Aproximando mais da realidade e do entendimento da problemática a ser sanada, ainda se utilizando a pesquisa feita no Brasil pela Deloitte em 2019, mostra os aplicativos mais usados pelos pesquisados, separados por gênero como mostra figura 1, mostrando que as redes sociais são fonte de distração; Na sequência, retratado na figura 2, o relatório informa a frequência do uso de aplicativos de comunicação, podendo inferir uma noção maior sobre as fontes de distrações e sua intensidade.

Figura 1: Uso dos aplicativos mais acessados,faixa etária de 18 a 55 anos.

Interface gráfica do usuário
Descrição gerada automaticamente com confiança baixa

Fonte: GMC Survey Brasil, Deloitte – 2019

Figura 2: Frequência do uso dos aplicativos.

Texto, chat ou mensagem de texto
Descrição gerada automaticamente

Fonte: GMC Survey Brasil, Deloitte – 2019

A rotina diária de ensino tradicional, é um vício que bloqueia e inibe a inovação, impede o interesse natural dos alunos sobre a aula proposta, sobre um tema determinado ou até mesmo em uma visão macro e realista, o descontento por uma disciplina ou o curso inteiro, dito de forma generalista repetições dificilmente criam memórias, dificilmente geram engajamentos genuínos, e como retrata Benvenutti (2018, p. 123) nosso cérebro percebe valor diante de novas experiências, bem como Camargo (2013, p. 151) também defende, o cérebro é viciado em experiências.

É necessário estimular nos docentes a capacidade de usar elementos universalmente disponíveis, dispor de técnicas e ferramentas para torná-los plenos pois “está havendo um sequestro de atenção da consciência, da perspectiva de você se conectar com o mundo à sua volta, epidemia de distração” como diz o psicólogo Cristiano Nabuco de Abreu, Coordenador do Grupo de Dependência Tecnológica do Hospital das Clínicas da USP (2019, p. 23), sequestro este tão exacerbado como revela a pesquisa da Deloitte (2019) referente a distrações com o smartphone durante horário de trabalho no gráfico 2.

Gráfico 2: Percentual da frequência de distração no trabalho.

Diagrama
Descrição gerada automaticamente com confiança baixa

Fonte: Global Mobile Consumer Survey Brasil, Deloitte – 2019

2.1 Neurociência

Estudos do cérebro humano já são datados de 4000 anos antes de cristo, pelos Sumérios que são considerados o povo mais antigo de toda humanidade; registros e relatos sobre a mudança de comportamento devido ao consumo da papoula, planta esta que os sumérios cultivavam. Na sequência descobriu-se casos de trepanação5 no Egito, Grécia, China, no Império Romano, Astecas, Incas inclusive relatos em entre índios brasileiros.(CAMARGO, 2013 p. 22).

Posteriormente os filósofos de maior destaque como por exemplo, Alcmaeon de Crotona, discípulo de Pitágoras, sendo o primeiro a encontrar  no cérebro a sede das sensações contrariando a visão cardiocêntrica, relacionando fenômenos psíquicos ao sistema nervoso central. Aristóteles afirmava que o coração era o centro das emoções, Platão defendia que o cérebro era responsável pela razão, o coração pelas emoções e o baixo-ventre pelo desejo. (CAMARGO, 2013 p. 23).

No ano de 1664 surge, pelo médico Thomas Willis o tratado de neuroanatomia e neurofisiologia defendendo a ideia de que a química determinava os funcionamentos bases do corpo, o médico ainda foi o pioneiro a interligar fisiologia, química e anatomia como as patologias cerebrais. No final do século XVIII, ainda no campo médico, Luigi Galvani que também era físico, descobriu e explanou a eletricidade produzida nos músculos e células nervosas. (CAMARGO, 2013 p. 26).

Comportamentos comandados por áreas específicas do cérebro, seriam determinadas por uma expressão maior na região, uma reação mais intensa ao comportamento, tese defendida pelo neuroanatomista e fisiologista Franz Joseph Gall em 1800.(CAMARGO, 2013 p. 26).

Na Áustria em 1900, o neurologista e psicanalista Sigmund Freud teorizou que o que dirigia a maior parte do comportamento humano era a mente inconsciente, porém a sociedade por meio da razão e moralidade reprimia os impulsos primitivos. Anos depois, o marco da fisiologia do cérebro e do sistema nervoso era gerado, descobriu-se o eletroencefalograma (EEG) em 1933 por Hans Berger, psiquiatra e neurologista, que conectou dois eletrodos ao couro cabeludo de um paciente e detectou uma singela corrente elétrica, gerando assim 14 relatórios de seus estudos sobre suas descobertas. (CAMARGO, 2013 p. 27).

Mas as maiores descobertas, se deram a partir de um feito ocorrido na Universidade da Califórnia em 1974, quando pesquisadores na área de medicina nuclear e física médica desenvolveram um PET SCAN (tomografia por emissão de pósitrons) administrando substâncias radioativas, que são absorvidas por células mais ativas devido a um metabolismo acelerado, permitindo-se captar as atividades cerebrais. (CAMARGO, 2013 p. 27).

A partir dessas descobertas outras áreas foram surgindo como o neurodireito, tentando decifrar comportamentos atípicos e infrações, neuroeconomia tentando entender a tomada de decisão dos consumidores, neuromarketing no intuito de compreender o comportamento do consumidor para melhor ofertar produtos e serviços, e também a neuroeducação com base na biologia humana procurar meios de facilitar o processo ensino-aprendizagem. (CAMARGO, 2013 p. 28).

Tendo clara a definição da neurociência, sendo “o estudo do cérebro e do sistema nervoso” como enfatiza Pedro Camargo (2012, p. 28), ciência essa que procura entender seu próprio comportamento com base na biologia humana, e que foi possibilitado devido ao avanço das tecnologias de neuroimagem, permitindo examinar processos cerebrais por meio de excitações ou provocações, conquistando espaço nos estudos comportamentais.

Ocupando-se do estudo das funções como a percepção, linguagem, memória e percepção, a neurociência se especializa e se aprofunda nessas funções ligadas diretamente à nossa cognição, influenciando decisivamente nos processos de ensino, como enfatiza Fonseca (2007, p. 2) e Pedro Camargo (2013, 29), de mesma forma o desenvolvimento do sistema nervoso e seus aspectos biológicos, e a fisiologia cerebral que estuda o funcionamento do cérebro, relacionando e complementando descobertas com demais áreas como a educação. (OLIVEIRA, 2015 p. 9).

Ainda Oliveira (2015, p. 16) em sua tese enfatiza que “a neurociência vem contribuir na educação explicando como cérebro funciona,” não sendo uma solução única para a educação, mas uma solução auxiliar, que “baseada nos fenômenos cerebrais, visa construir caminho significativo para o processo de ensino-aprendizado” contribuindo para enriquecer a definição a especialista em neuropsicologia Leonora Guerra (2011, p. 3) elucida que as neurociências “são ciências naturais, que descobrem os princípios da estrutura e do funcionamento neurais, proporcionando compreensão dos fenômenos observados”, ainda a especialista:

“As neurociências podem informar a educação, mas não explicá-la ou fornecer prescrições, receitas que garantam resultados. Teorias psicológicas baseadas nos mecanismos cerebrais envolvidos na aprendizagem podem inspirar objetivos e estratégias educacionais. O trabalho do educador pode ser mais significativo e eficiente se ele conhece o funcionamento cerebral, o que lhe possibilita desenvolvimento de estratégias pedagógicas mais adequadas”

Influenciando a compreensão dos aspectos psicológicos, sociais, antropológicos e culturais, culturalmente estudados por pedagogos, a inserção da neurociência com seu fundamento neurobiológico no processo de ensino-aprendizado, proporciona necessidade de modificar as estratégias pedagógicas trazendo uma nova perspectiva na educação. Cristina Oliveira (2015, p. 17) acrescenta a neurociência e a educação como áreas necessárias para a didática, que podem buscar estratégias de ensino-aprendizagem baseadas em desenvolvimento cerebral, auxiliando os professores em seu ofício de mediador entre o conhecimento científico proposto e o educando. Pois como bem defende Cosenza e Guerra (2011, p. 4) “as teorias de Piaget, Wallon, Vygotsky e mesmo a Pedagogia Inaciana estarão sujeitos a novos significados sob o olhar das neurociências.”

A neurociência no âmbito escolar, em outras palavras, a ciência aplicada para o ensino teve o entendimento e a clareza da necessidade ampliada, além de ser classificado como muito importante segundo o resultado da pesquisa feita por FILIPIN et al. (2016, p.8) sendo um resultado unânime, justificado “pelas possibilidades de compreender as dificuldades de aprendizagem dos alunos e os processos de aprendizagem em si”, enfatizado ainda pelos autores, o valor desta interdisciplinaridade, pois através dos estudos e pesquisas, será possível melhor compreender as dificuldades de aprendizado e aplicar novos métodos de ensino, colaborando com o ensino-aprendizado significativo para o aluno.

2.2 Neuroeducação

Diante de todos avanços da neurociência, áreas especializadas começam a se fragmentar e ganhar atenção de pesquisadores, neuroeducação é um exemplo, utilizar os avanços neurocientíficos facilitar o aprendizado, nomeado por Espinosa (2008, p. 117) de “ensino baseado no cérebro, ou métodos neurocientíficos de aprendizado.”

Guerra (2011, p. 15)  teórica de neuroeducação entende e defende que é mais eficiente uma prática pedagógica que respeita os processos naturais do cérebro, é evidenciado uma maior eficiência no ensino-aprendizado; Neurodidática é o termo que Relvas (2009, p. 14) utiliza de mesma forma que neuroeducação, a autora ainda esclarece que a neurociência quando devidamente relacionada à educação, surge uma interdisciplinaridade contribuindo para alcance do objetivo no ensino-aprendizado.

A neuroeducação busca compreender o funcionamento cerebral e de posse deste conhecimento o educador tem o desafio de viabilizar aulas que provoquem a reorganização das sinapses e o funcionamento dos sistemas sem ter que para isso trabalhar individualmente com cada aluno. Quando o educador conhece o funcionamento cerebral pode desenvolver estratégias pedagógicas que provocam a mobilização do aluno, reconhecendo e utilizando as melhores estratégias no processo ensino- aprendizagem. (OLIVEIRA, 2015, p. 10).

Procurando fazer entre a neurociência e a educação, uma ligação usando descobertas sobre aprendizagem, memórias e linguagem entre outras, buscando estratégias significativas para o ensino sobre o ponto central da ciência que é o processamento interno do sistema nervoso, e sua relação com o ambiente contextualizando à vivência dos alunos, segundo o que defende Oliveira (2015, p.16) que corrobora a visão de Cruickshank em 1981, quando cunhou o termo Neuroeducador, afirmando que produzido pela neurociência, os conhecimentos obtidos eram o caminho para a educação, fazendo que os professores construam metodologias de ensino-aprendizado significativo.

A aprendizagem a nível neural, “revela-se a importância dos fatores educacionais e ambientais incidentes nas funcionalidades do sistema nervoso central”, bem como Geniole e Camargo (2018, p. 151) defendem, os autores ainda ressaltam que o fortalecimento das sinapses leva à memorização e aprendizado mais eficiente e assertivo para cada indivíduo. Ainda elucidados pelos autores, chamam a atenção para o crescimento cognitivo dos alunos, que é percebido através das atividades em sala e laboratórios, a melhora na qualidade da escrita, raciocínio lógico matemático além das interações e relações interpessoais também apresentaram resultados significativos.

A neuroeducação atenta-se ao fato de ser impactante para o aprendizado, fato re como por exemplo o estado emocional do indivíduo, como pessoas que são ansiosas ou em estado depressivo, acabam bloqueando oportunidades de aprendizado; Tom de voz do interlocutor é julgado quase instantaneamente como ameaçador ou não, assim bem como as faces das pessoas; Feedback positivo incidirá sobre o aprendizado e maneira positiva, pois o cérebro gosta de recompensas e de ser desafiado, de forma contrária tende a tomar atitudes antagônicas; Alimentação é fundamental para atenção; Sono impacta na consolidação de memórias; Estilos de aprendizado são devidas à estruturas únicas no cérebro dos indivíduos, então diferenciar em sala de aula as práticas de docência é justificado pelas distintas inteligências dos alunos. (ESPINOSA, 2008, p.78).

O ensino escolar é tradicional, os professores não se apropriam das novas tecnologias e alguns alunos não conseguem atender as expectativas por não compreenderem corretamente as explicações tradicionais, entende-se também que a neuroeducação é a ciência que procura através do entendimento do funcionamento cerebral, possibilitar a criação de novos modelos pedagógicos que possibilitam uma melhor efetividade no aprendizado para os alunos, como Batista; Baptista e Horácio (2015) retratam, permitindo inclusive a uma intervenção através de estímulos cognitivos, atuando nas dificuldades enfrentadas e auxiliando no processo de superar os problemas e melhorando o ensino-aprendizado.

As práticas possibilitadas de articulação entre neurociência e neuroeducação, além de realçar os avanços da produção de conhecimento a nível cerebral, a nível do sistema nervoso, é defendido por Cosenza e Guerra (2011, p. 4) que, uma prática pedagógica que respeita a forma de aprendizado do cérebro, se evidenciando mais eficiente; Sendo a neuroeducação o grande trunfo trazendo variadas contribuições que respeitam as condições neuroanatômicas, emocionais, fisiológicas e cognitivas, e mesmo com dinâmica diferente, o aprendizado se faz mais adequado e com maior eficiência, bem como diversas vezes é relatado por Santos e Souza (2016).

Considerações finais

Diante da elucidações de teóricos de diversas áreas sobre a efetividade da neuroeducação, que busca compreender o funcionamento cerebral podendo desenvolver estratégias pedagógicas mais efetivas reconhecendo e utilizando as melhores estratégias no processo ensino-aprendizagem, estratégias essas organizadas por exemplo para a memória semântica:

Conjuntos – O ensino em conjuntos, duplas, trios ou grupo é uma estratégia para fortalecer habilidades interpessoais defendidas por Silva e Morino (2012, p. 40), para desenvolver a personalidade humana e auxiliar na revisão da matéria.

Perguntas e Respostas / Debates – Sejam perguntas abertas, ou apenas as respostas e façam que os alunos pensem nas perguntas, as perguntas enfatizam importantes elos da memória semântica. (SILVA e MORINO, 2012, p. 12). O cérebro gosta de ser testado e do reconhecimento quando acerta, os apelos diretos a ação levam o subconsciente a responder. Reforçando que isso não se aplica em todo conteúdo ou disciplina, mas as perguntas e os debates são estratégias robustas para a memória semântica

Resumos – Professor e estudantes podem exercitar a memória de determinado assunto fazendo resumos bem como sugere Silva e Morino, 2012, p. 12), podendo ser uma frase, um parágrafo, ou seguir a técnica de Feynman elucidada pela BBC (2016), que basicamente em 4 passos resume algo complexo de fácil assimilação.

Simplificar, facilitar para o cérebro compreender a mensagem é importante, faz com que o cérebro economize energia para melhorar sua absorção e atenção. Lembrando que recursos visuais são mais recomendados para auxiliar a associação. 

Paráfrases – Estratégia interessante sendo grande desafio para alguns, porém auxilia no entendimento do assunto determinado, consiste em tomar palavras de um autor, de um determinado assunto, e transfazer em outra linguagem, inclusive auxiliando nos resumos que pode ser feito individual, em duplas, trios ou grupos.

Indo mais além, aprofundando mais com estratégias de ensino baseadas em neurociência podemos olhar para a memória semântica, a memória que é dirigida pela localização, quando um aluno aprende no local correto, por exemplo na disciplina de varejo em uma graduação de marketing dentro de um mercado, mostrando nas gôndolas como funciona o posicionamento dos produtos, estratégias de visibilidade, ponta de estoque, rótulos, embalagens, publicidade aplicada a varejo, trade marketing etc. numa sala o resultado pode sim ser positivo, mas a aprendizagem será muito mais intensa e marcante in loco, dentro da localização correta, reforçando que nosso cérebro é viciado em novas experiências bem como Camargo (2013, p. 151) defende, nosso cérebro gosta de novidades como corrobora Silva e Morino (2012 p. 13) caso não seja possível algo semelhante, procure chegar o mais próximo possível, utilizando do mesmo exemplo, levar imagens de gôndolas, levas produtos diversos, embalagens variadas para fazer estudos e debater, tentar melhorar o máximo a experiência do aprendizado.

Música É um grande meio de influenciar o ser humano, seja na tentativa de acalmá-lo ou na necessidade de apressá-lo bem como Miiliman (1982, p. 6) já relatava, associar a informação no formato musical, facilita a memorização quando aliada a breve repetição, além de estimular outras áreas e liberar dopamina o neurotransmissor que reduz a ansiedade, melhora o ânimo e energia. (SILVA e MORINO, 2012 p. 14)  Ainda beneficiando-se da música como estratégia de facilitação do ensino-aprendizagem, o professor pode utilizar uma suave música no momento que faz a leitura de algum assunto específico, algum assunto que queria uma atenção maior, e/ou uma memorização melhor dos alunos.

Equívocos Programados – Ocasionalmente o professor deve parecer estar falando algo equivocado, despertando a curiosidade dos ouvintes, sabendo ele que o nosso cérebro se encanta em corrigir alguém equivocado, pode ser uma frase com sentidos duplos, ou uma palavra desconexa no meio de uma frase, facilmente despertará a curiosidade e trará a atenção de volta. (SILVA e MORINO, 2012 p. 14) lembrando que demonstrar entusiasmo genuíno pelo assunto, naturalmente encantará a audiência, gerará empatia e marcará na memória dos alunos.

Movimentos – Sempre que possível adicionar movimentos no slide, tudo que se movimenta chama a atenção de nosso cérebro, pela simples necessidade de sobrevivência, processamos movimentos como prioridade máxima, além de sermos programados a focar mais em estímulos visuais. Somos neurologicamente projetados para proferir movimentos em sentido horário, em outro caso movimentos que parte da borda para o centro tem mais eficiência, o cérebro tem algumas preferências específicas da questão de como estímulos são transmitidos.

Recursos Visuais – Nossa atenção segundo Lindstrom (2011, p. 147) 83% de nossa atenção é dada pela visão, então na utilização de slides os elementos que se destacam podem aparecer em qualquer lugar do campo visual, mas é preferível que permaneçam ao lado esquerdo, as demais informações no lado oposto, usando apenas 1 ou 2, não correndo o risco de poluir e cansar o cérebro a ponto de ser ignorado.

Rostos – Em apresentações, vídeos e qualquer recurso visual são fundamentais, necessitamos para poder ler as expressões, olhar no olho, avaliar os formatos do rosto, tamanho da boca, semblante etc. No ponto de vista neurológico somos irresistivelmente atraídos por nossa imagem semelhança.

Linguagem de Ação – Empregar palavras de ação, o cérebro dá mais importância do que a linguagem ordinária/passiva. Técnica esta que é largamente utilizada em outros meios como por exemplo redes sociais “ Arrasta pra cima”, este conceito pode-se contextualizar no ramo acadêmico, como “pegue uma caneta, uma folha, faça uma resumo de X linhas, sobre determinado produto, em X tempo”.

Gatilhos Mentais – Seduzir com gatilhos mentais, estratégia conhecida e muito utilizada, sons (já citado), palavras inusitadas e símbolos em geral melhoram a associação que precisa ser EXAGERADA e COLORIDA.

Storytelling – Somos suscetíveis a ser amigos dos personagens, nos envolver com histórias, reclamar, brigar, se emocionar com novelas, filmes e afins, nossa experiência física ou mental difere apenas 5% do que é real ou fictício, esse é o percentual de diferença que o cérebro consegue distinguir a realidade da ficção, diz Kanazawa ( 2003. apud CAMARGO, 2013 p. 139) pesquisador em psicologia evolucionista.

As estratégias não são apenas voltadas para o interlocutor, vamos mais além e abrimos mais o leque de possibilidades que podem influenciar positivamente o ensino-aprendizado, é sabido também que o ambiente e alimentação pode auxiliar no aprendizado, ou prejudicar no caso da negligência destes fatores.

Controle da Luz – A intensidade da luz é de extrema importância para a atenção plena dos ouvintes, que está ligado diretamente ao nosso humor. Segundo Camargo (2013 p. 132) um local em penumbra o cérebro perde a noção de horário e entende que é hora de dormir, e o contrário também é válido, pois o excesso de luminosidade irrita e distrai.

Temperatura – Fundamental para a atenção, pois caso contrário, o cérebro concentra todas suas energias como Camargo (2013, p. 148) enfatiza na tentativa de se aquecer no caso de sala fria ao extremo, o inverso se aplica a tentativa de se refrescar se for o caso de uma sala quente; buscamos constantemente homeostase 

Conforto – Cadeiras confortáveis em uma pesquisa chegou-se a conclusão que a alteração da cadeira comum por uma mais alta, aumentou em 12% o rendimento escolar, e indo mais além bem como Camargo (2013, p. 148) enfatiza numa pesquisa sobre negociações, cadeiras confortáveis teve um aumento em 40% nas negociações.

Prosódia – Em termo gerais significa os sons da fala, levar em consideração a pontuação, acentuação e entoação, a melodia de sua fala que remete à empatia por parte dos ouvintes, defende Camargo (2013, p. 163). Demonstrar emoção no que está sendo dito, interpretar, transmitir sentimentos através de sua fala, isso agrada o cérebro.

Alimentação – A serotonina, o hormônio que regula o humor, melhora o ritmo cardíaco e as tomadas de decisões, sua maior produção é feita no estômago, correspondendo a 97% da produção total.

A neurociência se faz importante para a educação, porque através das estratégias relatados acima, é possível compreender melhor as dificuldades de aprendizagem dos alunos, e criar métodos novos de ensino, colaborando no desenvolvimento dos conteúdos de forma mais assertiva para os alunos, uma aprendizagem significativa como é relatado por Filipin et al. (2016, p. 97).

A neurociência pode parecer dissociável à educação, porém quando aprofundada e levada a audiência de forma clara e simples, se torna peça chave desenvolvimento do processo ensino aprendizado, diante de tantas fontes de distrações, entender o processo ao nível neural entendendo como o aluno sente, aprende, age e reage às situações propostas, facilita o entendimento das limitações e distrações, possibilitando maior assertividade na forma de levar o conteúdo em sala, tornando-se estratégias indispensáveis para os tempo atuais.

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1 Doutor em Educação pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali) Dinter com a Faculdade Católica de Rondônia (FCR). E-mail: alessandro.lubiana@fcr.edu.br.
2 Graduação em Marketing pela Faculdade de Tecnologia Gestão e Marketing. E-mail: aldomelo.mkt@gmail.com.
3 Doutor em Educação pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali) Dinter com a Faculdade Católica de Rondônia (FCR). E-mail: edney.souza@fcr.edu.br.
4 Mestre em Relações Internacionais Para a América do Sul. E-mail: cleitonpena@me.com.