ESFORÇOS GLOBAIS PELO PLANETA: COMÉRCIO EXTERIOR E SUSTENTABILIDADE

GLOBAL EFFORTS FOR THE PLANET: FOREIGN TRADE AND SUSTAINABILITY

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8011951


Autores:
Danillo Silva de Seixas;
Ligia Moreira Rodrigues;
Orientador:
Jose Abel de Andrade Baptista


RESUMO

O presente trabalho tem como escopo abordar os desafios contemporâneos do comércio exterior, relacionando-os com os ideais de sustentabilidade. Nas pegadas desse processo, surge enquanto problema de pesquisa: quais os desafios para se empreender esforços globais em busca de sustentabilidade no comércio internacional? O objetivo geral consiste em analisar o ideal de sustentabilidade no contexto prático do comércio exterior. A partir daí, desdobra-se uma reflexão crítica que coloca em perspectiva e diálogo diferentes autores, suscitando o que se alcançou e o que ainda se falta por lograr no desenvolvimento de conscientização, ação e transformação no que tange à temática discutida. Divide-se o referencial teórico em dois momentos: um primeiro que se aborda o conceito de sustentabilidade e uma análise sobre o comércio exterior, bem como seus desafios e um segundo no qual se discute os esforços globais que se tem e que ainda se devem ter para converter em prática toda essa discussão teórica. Tudo isso valendo-se de uma metodologia fulcrada em revisão bibliográfica, enfoque qualitativo e pesquisa explicativa.

Palavras – chaves: Globalização. Meio ambiente. Mercado Internacional. Negócios.

ABSTRACT

The scope of this work is to address the contemporary challenges of foreign trade, relating them to the ideals of sustainability. In the footsteps of this process, it emerges as a research problem: what are the challenges to undertake global efforts in search of sustainability in international trade? The general objective is to analyze the ideal of sustainability in the practical context of foreign trade. From there, a critical reflection unfolds that puts different authors in perspective and dialogue, raising what has been achieved and what still remains to be achieved in the development of awareness, action and transformation with regard to the theme discussed. The theoretical framework is divided into two moments: the first, which addresses the concept of sustainability and an analysis of foreign trade, as well as its challenges, and a second, which discusses the global efforts that have been made and that still need to be made. to convert all this theoretical discussion into practice. All this using a methodology based on a bibliographic review, a qualitative approach and explanatory research.

Keywords: Globalization. Environment. International market. Business.

1 INTRODUÇÃO

O presente texto tem como temática a questão da sustentabilidade aplicada ao comércio exterior. Consoante Bauman (2001), vive-se em tempos de liquidez e de fluidez informacional sem precedentes, o que afeta inclusive as questões negociais entre os países. Entretanto, alguns valores sólidos precisam ser reafirmados e o cuidado ambiental e o desenvolvimento sustentável são um deles.

O comércio exterior é uma forma de se criar ainda mais consciência de que todas as pessoas habitam uma casa comum, o planeta e dentro dele interagem, compram, vendem e estabelecem relações financeiras. Tudo isso de modo dinâmico, interativo, fluído, valendo-se da era tecnológica na qual o século presente se insere.

Surge enquanto problemática de pesquisa a seguinte pergunta: quais as realidades desafiadoras para se aplicar esforços globais em busca de sustentabilidade no comércio exterior? A partir daí busca-se costurar conceitos, ideais, constatações e reflexões, que visam gerar ações, que, por seu turno, instigam a transformações.

O objetivo geral é analisar o ideal de sustentabilidade no cenário do comércio exterior do século XXI. São objetivos específicos: identificar o panorama atual das questões sustentáveis e ambientais; compreender os desafios do comércio exterior e avaliar os esforços globais realizados e a realizar para unir essas preocupações em torno dos negócios e da responsabilidade social e ambiental.

A metodologia empregada consiste em revisão bibliográfica feita de modo crítico, sistêmico e integrativo da literatura pertinente. Outrossim, valeu-se de enfoque qualitativo e pesquisa explicativa, porquanto não se pretendeu tão somente descrever e quantificar realidades, mas aprofundar-se em torno de um fenômeno. Além disso, usou-se de método indutivo, na medida em que se parte de particularidades para abstrações gerais e não o contrário.

2 SUSTENTABILIDADE E COMÉRCIO EXTERIOR

A sustentabilidade, como conceito intrinsecamente relacionado à preservação do meio ambiente e à promoção do desenvolvimento econômico e social, tornou-se uma questão premente na sociedade contemporânea. Ao analisar o histórico dessa ideia, podemos vislumbrar sua evolução ao longo dos séculos XX e XXI, marcados por um despertar coletivo para a necessidade de proteger e preservar nosso planeta (ROSA; FRACETO; MOSCHINI-CARLOS, 2009).

O século XX foi testemunha de um marco crucial no reconhecimento da importância da sustentabilidade. Com o crescimento acelerado da industrialização, observou-se um aumento significativo na exploração de recursos naturais, muitas vezes de forma irresponsável e predatória. No entanto, foi somente após a Segunda Guerra Mundial, quando as consequências negativas da ação humana sobre o meio ambiente se tornaram evidentes, que surgiram movimentos ambientalistas e discussões em torno da sustentabilidade (ROSA; FRACETO; MOSCHINI-CARLOS, 2009).

Nesse contexto, em 1972, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, marcou um ponto de virada na conscientização global. A conferência foi o primeiro encontro internacional de grande relevância a abordar a questão ambiental, destacando a necessidade de tomar medidas para proteger e preservar os recursos naturais. Os anos que se seguiram foram palco de importantes marcos globais em defesa do meio ambiente (ROSA; FRACETO; MOSCHINI-CARLOS, 2009).

Em 1987, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento publicou o famoso relatório “Nosso Futuro Comum”, também conhecido como Relatório Brundtland. Esse documento cunhou o conceito de desenvolvimento sustentável, que buscava conciliar a necessidade de crescimento econômico com a preservação dos recursos naturais para garantir a qualidade de vida das gerações presentes e futuras (ROSA; FRACETO; MOSCHINICARLOS, 2009).

No final do século XX, especificamente em 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Rio-92, foi um marco histórico. O encontro reuniu líderes mundiais para discutir e adotar medidas concretas visando à proteção do meio ambiente. Dessa conferência surgiu a Agenda 21, um plano de ação abrangente que traçava diretrizes para a sustentabilidade em diversas áreas, como energia, transporte, agricultura, entre outras (ROSA; FRACETO; MOSCHINI-CARLOS, 2009).

No início do século XXI, em 2015, foi assinado outro marco significativo, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável. Esse documento reforçou o compromisso global em relação à sustentabilidade, estabelecendo 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que abrangem desde a erradicação da pobreza até a promoção da igualdade de gênero e a ação climática. É inegável que esses marcos globais representam avanços importantes na conscientização e no compromisso com a sustentabilidade (ROSA; FRACETO; MOSCHINICARLOS, 2009).

No entanto, a jornada rumo a um futuro verdadeiramente sustentável está longe de ser concluída. Ainda enfrentamos desafios significativos, como a mudança climática, a perda de biodiversidade e a escassez de recursos naturais. Assim, é essencial que continuemos a promover ações coletivas e individuais em prol da sustentabilidade, buscando encontrar soluções inovadoras e adotando práticas responsáveis em todos os setores da sociedade (ROSA; FRACETO; MOSCHINI-CARLOS, 2009).

Em suma, a sustentabilidade, conceito intrinsecamente relacionado à harmonia entre o desenvolvimento econômico, social e ambiental, tem percorrido uma jornada complexa ao longo dos séculos XX e XXI. Desde a conscientização inicial até os marcos globais, como a Rio-92 e a Agenda 2030, a proteção ao meio ambiente tem sido tema central nas discussões internacionais. No entanto, é fundamental que esse movimento continue avançando, com ações contínuas e comprometidas, para garantir um futuro sustentável para as gerações presentes e futuras.

Em um mundo cada vez mais consciente dos desafios enfrentados pela sociedade contemporânea, é imperativo discorrer, de forma detalhada e minuciosa, sobre a relevância da responsabilidade ambiental e social. Bem como acerca da intrincada relação existente entre ambas, em uma era onde as empresas se veem compelidas a considerar tais aspectos no âmbito de suas atividades comerciais e empreendimentos, moldando suas práticas para se adequar às demandas do século XXI (DALMORO; VENTURINI; PEREIRA, 2009).

A responsabilidade ambiental, caracterizada por um conjunto de ações e atitudes tomadas por organizações e indivíduos em prol da preservação e conservação do meio ambiente, emerge como um pilar fundamental para a sustentabilidade das atividades humanas. Nesse contexto, torna-se preponderante a compreensão de que as ações individuais e coletivas desencadeadas no presente impactam diretamente as gerações futuras, estabelecendo um vínculo inalienável entre o desenvolvimento socioeconômico e a preservação do ecossistema que nos sustenta (DALMORO; VENTURINI; PEREIRA, 2009).

Em paralelo, a responsabilidade social assume uma posição de destaque no panorama atual, ao pressupor a necessidade de as empresas e instituições adotarem uma postura ativa e engajada, comprometida com o bem-estar das comunidades em que estão inseridas. O enfoque se volta para o impacto social positivo que uma organização pode gerar, indo além de suas atividades meramente econômicas e voltando-se para ações que visem a mitigação das desigualdades, a promoção da inclusão e o fomento do desenvolvimento social (DALMORO; VENTURINI; PEREIRA, 2009).

Embora distintas, a responsabilidade ambiental e social não são conceitos isolados e independentes. Ambas estão entrelaçadas de forma intrínseca, uma vez que ações voltadas para a preservação do meio ambiente têm como resultado direto o aprimoramento da qualidade de vida das comunidades e, por conseguinte, o fortalecimento do tecido social. Da mesma forma, um ambiente socialmente equilibrado e inclusivo favorece a criação de uma consciência coletiva em relação aos desafios ambientais e promove uma cultura de cuidado e respeito ao ecossistema (DALMORO; VENTURINI; PEREIRA, 2009).

Nesse contexto complexo e interdependente, as empresas assumem um papel fundamental na condução dos negócios do século XXI. A consideração da responsabilidade ambiental e social passa a ser uma exigência intrínseca e inescapável para as organizações que desejam se manter relevantes e sustentáveis no atual panorama empresarial. Longe de ser uma mera estratégia de marketing ou cumprimento de requisitos legais, a responsabilidade ambiental e social permeia todas as etapas da cadeia produtiva, desde a concepção de produtos e serviços até sua entrega e descarte (DALMORO; VENTURINI; PEREIRA, 2009).

Dessa forma, as empresas são chamadas a adotar uma abordagem holística e integrada, em que sejam considerados os impactos ambientais e sociais em todas as decisões e ações. O engajamento com a comunidade, o respeito aos direitos humanos, a promoção da igualdade de gênero, a implementação de práticas sustentáveis de produção e consumo, a redução da emissão de poluentes, a gestão responsável dos recursos naturais e a transparência nas relações com os stakeholders são apenas algumas das dimensões a serem contempladas (DALMORO; VENTURINI; PEREIRA, 2009).

Em síntese, é inegável que a responsabilidade ambiental e social estão intrinsecamente ligadas e desempenham um papel crucial na construção de um futuro mais equilibrado e sustentável. As empresas, ao compreenderem a complexidade dessa relação, devem abraçar a missão de promover ações que não apenas atendam às demandas do mercado, mas também contribuam efetivamente para a preservação do meio ambiente e para o bem-estar social. Somente dessa forma, alinhando-se aos imperativos do século XXI, elas estarão aptas a prosperar em um cenário empresarial que valoriza a ética, a responsabilidade e a construção de um mundo melhor para as gerações presentes e futuras (DALMORO; VENTURINI; PEREIRA, 2009).

Nos termos de Da Veiga et al (2015), o universo do comércio exterior, uma intricada teia de desafios surge como uma tempestade de incógnitas a serem desvendadas, exigindo habilidades multifacetadas e uma abordagem perspicaz para navegar por um mar tumultuoso e imprevisível. As fronteiras geográficas se diluem em meio a um intrincado emaranhado de acordos comerciais, políticas tarifárias e exigências aduaneiras, engendrando uma arena de imensa complexidade onde os atores do comércio internacional devem ser dotados de uma sagacidade inabalável.

Dentro dessa atmosfera exasperante, emerge um tema de crescente relevância que abraça as mentes mais argutas e permeia as discussões acadêmicas e empresariais: a necessidade premente de pensar, em todos os aspectos do comércio exterior, sobre a sustentabilidade e o meio ambiente. O enfoque tradicional, que restringia-se ao âmbito puramente comercial, tem sido progressivamente substituído por uma consciência ampliada, que abarca as implicações ecológicas e sociais de cada transação comercial. A importância dessa perspectiva eco-consciente reflete-se na percepção crescente de que o desenvolvimento econômico não pode mais ser dissociado das questões ambientais, que clamam por soluções concretas e sustentáveis (DA VEIGA et al, 2015).

A interdependência entre os ecossistemas globais e a prosperidade econômica é agora inquestionável, e os atores do comércio exterior precisam compreender a gravidade dos impactos que suas atividades podem acarretar no planeta. A adoção de uma abordagem sustentável no comércio exterior envolve uma análise profunda e minuciosa de todas as fases da cadeia logística, desde a produção até o consumo final. A busca por práticas comerciais ambientalmente responsáveis exige uma reestruturação de paradigmas arraigados e uma reavaliação meticulosa de estratégias. As empresas devem considerar, por exemplo, a origem e a forma de produção de seus produtos, a eficiência energética dos processos de fabricação, a redução do desperdício e o manejo adequado dos resíduos (TUROLLA; LIMA, 2010).

Além disso, é necessário estabelecer parcerias colaborativas entre os países, a fim de desenvolver políticas de comércio exterior que incorporem diretrizes ambientais robustas. Acordos bilaterais e multilaterais devem ser construídos sobre alicerces sólidos, nos quais o respeito pelo meio ambiente seja um princípio fundamental. Ao considerar os desafios atuais do comércio internacional, é imperativo estabelecer normas claras que promovam práticas sustentáveis e reduzam o impacto negativo das atividades comerciais no planeta. Os efeitos dessa nova mentalidade em relação ao comércio exterior vão muito além das fronteiras comerciais (TUROLLA; LIMA, 2010).

A preocupação global com a sustentabilidade e o meio ambiente impulsiona a busca por inovações tecnológicas que permitam uma transição suave para uma economia verde. Investimentos maciços em energias renováveis, desenvolvimento de tecnologias limpas e incentivos fiscais para empresas que adotam práticas sustentáveis são algumas das medidas adotadas em nível global. No entanto, é fundamental compreender que os impactos positivos dessas ações transcendem as dimensões econômicas (TUROLLA; LIMA, 2010).

A sustentabilidade ambiental, em última análise, visa preservar o planeta e garantir um futuro habitável para as gerações vindouras. O comércio exterior, como um poderoso motor da economia global, tem um papel crucial nesse contexto. Ao internalizar a preocupação com o meio ambiente, as empresas e os países podem contribuir para a mitigação dos danos causados ao ecossistema e para a construção de um mundo mais equilibrado e resiliente (TUROLLA; LIMA, 2010).

Em conclusão, o comércio exterior, com sua intricada teia de desafios, enfrenta hoje a imperativa necessidade de incorporar a sustentabilidade e a preocupação com o meio ambiente em suas práticas e estratégias. A consciência da interdependência entre o desenvolvimento econômico e a preservação do planeta exige uma redefinição de paradigmas e uma ação conjunta entre os atores do comércio internacional. A busca por soluções sustentáveis é um imperativo inquestionável, que transcende as dimensões econômicas e visa garantir um futuro próspero e habitável para as gerações futuras. Nesse contexto, a adoção de políticas e práticas ambientalmente responsáveis no comércio exterior emerge como um desafio premente e essencial para a construção de um mundo mais sustentável e consciente.

No entanto, os interesses mercadológicos e ambientais, frequentemente, se mostram antagônicos e criam dinâmicas perversas, como se vê:

Uma importante questão que se situa na relação entre internacionalização e sustentabilidade é a hipótese da existência do efeito conhecido como “paraíso de poluição”. As indústrias mais intensivas em poluição devem migrar dos países mais desenvolvidos, que têm padrões ambientais mais rigorosos, para os menos desenvolvidos, que são mais flexíveis nesse aspecto (TUROLLA; LIMA, 2010. p. 21).

Destarte, para se combater isso, deve-se criar uma mentalidade que seja global, robusta e que traga como valor inegociável a ser assumido por todas as nações a proteção ao meio ambiente. Desde os pequenos países até os maiores, é preciso que todos tenham comprometimento com o cuidado para com o planeta e isso deve marcar o comércio exterior no nosso tempo.

3 ESFORÇOS GLOBAIS PARA RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL

Nas últimas décadas, constata-se uma crescente conscientização sobre a importância de tornar o comércio exterior mais sustentável. Com o aumento do comércio global e a interconexão das economias, ficou claro que a sustentabilidade é um aspecto fundamental a ser considerado para garantir um futuro próspero para o planeta e suas gerações futuras. Esforços significativos têm sido feitos em nível global para abordar os desafios ambientais e sociais associados ao comércio internacional (SOUZA; RODRIGUES, 2022).

Com efeito, convém salientar que um dos principais focos dos esforços globais tem sido a redução das emissões de gases de efeito estufa causadas pelo transporte de mercadorias. Segundo Souza e Rodrigues (2022), o transporte marítimo é responsável por uma parcela significativa das emissões globais, e várias iniciativas foram implementadas para torná-lo mais sustentável. Por exemplo, a Organização Marítima Internacional (IMO) adotou regulamentações mais rigorosas sobre a eficiência energética dos navios e a redução de emissões de enxofre. Além disso, foram promovidas soluções inovadoras, como o uso de biocombustíveis e a exploração de tecnologias de propulsão mais limpas, como os navios movidos a energia eólica.

Outro aspecto relevante se mostra a promoção do comércio justo e ético. Organizações internacionais, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial do Comércio (OMC), têm trabalhado em conjunto para garantir que as condições de trabalho sejam respeitadas em toda a cadeia de suprimentos global. Isso inclui a eliminação do trabalho infantil, a garantia de salários justos e a promoção de condições de trabalho seguras e saudáveis. Além disso, esforços têm sido feitos para evitar o comércio ilegal de produtos, como o desmatamento ilegal e o comércio de espécies ameaçadas de extinção (SOUZA; RODRIGUES, 2022).

A conscientização acerca da imprescindibilidade da sustentabilidade também tem levado a um aumento da demanda por produtos sustentáveis. Muitos consumidores estão buscando produtos que tenham menor impacto ambiental e social, levando as empresas a adotarem práticas mais sustentáveis em suas operações. Iniciativas como certificações de sustentabilidade, rastreabilidade da cadeia de suprimentos e rotulagem ambiental têm sido implementadas para fornecer informações aos consumidores e ajudá-los a tomar decisões mais sustentáveis (SOUZA; RODRIGUES, 2022).

Outrossim, governos e organizações internacionais têm trabalhado em conjunto para promover acordos comerciais que incluam cláusulas ambientais e sociais. Essas cláusulas estabelecem padrões mínimos que os países devem cumprir em relação à proteção do meio ambiente e aos direitos trabalhistas. Essas cláusulas ajudam a evitar a concorrência desleal e incentivam os países a adotarem políticas mais sustentáveis (SOUZA; RODRIGUES, 2022).

Grosso modo, ainda é preciso dizer que apesar dos avanços significativos nas últimas décadas, ainda há muito a ser feito para tornar o comércio exterior mais sustentável. É necessário um compromisso contínuo de governos, empresas e consumidores para promover práticas comerciais responsáveis e sustentáveis. A colaboração internacional é fundamental para enfrentar os desafios globais e garantir um comércio mais equilibrado e benéfico para o planeta e suas populações.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No presente artigo, observou-se o tema da sustentabilidade no comércio exterior e sua imprescindibilidade crescente no cenário global. Tem-se a constatação que a busca por práticas comerciais sustentáveis não apenas beneficia o meio ambiente, mas também conduz a vantagens competitivas significativas para as empresas e colabora para o desenvolvimento sustentável das nações.

Durante a análise, examinou-se alguns dos principais desafios enfrentados pelo comércio exterior no que concerne à sustentabilidade, como a emissão de gases de efeito estufa, a degradação ambiental, a utilização de recursos naturais e a violação dos direitos humanos e trabalhistas. Contudo, é preciso dizer que também se registrou as diversas oportunidades que aparecem quando as empresas escolhem uma abordagem sustentável em suas operações internacionais.

Destarte, a sustentabilidade no comércio exterior deixou de ser uma mera opção e passou a ser uma necessidade premente. Os consumidores estão cada vez mais conscientes e

exigentes quanto à origem dos produtos que consomem, buscando marcas que demonstrem um compromisso real com a responsabilidade social e ambiental. Com efeito, as empresas que desejam prosperar no mercado global precisam urgentemente adotar práticas sustentáveis em suas cadeias de suprimentos e em todas as etapas de sua operação.

REFERÊNCIAS

DALMORO, Marlon; VENTURINI, Jonas Cardona; PEREIRA, Breno Augusto Diniz.

Marketing verde: responsabilidade social e ambiental integradas na envolvente de marketing. RBGN: Revista Brasileira de Gestão de Negócios, v. 11, n. 30, p. 38-52, 2009.

DA VEIGA, Cristiano Henrique Antonelli et al. Atividade didática em comercio exterior: uma abordagem entre custo e sustentabilidade. Administração: Ensino e Pesquisa, v. 16, n. 1, p. 179-207, 2015.

ROSA, André Henrique; FRACETO, Leonardo F.; MOSCHINI-CARLOS, Viviane. Meio ambiente e sustentabilidade. Artmed Editora, 2009.

SOUZA, Lucas Monteiro de; RODRIGUES, Rafael Molinari. Direito do agronegócio, sustentabilidade e comércio exterior. São Paulo: IPOJUR, 2022.

TUROLLA, F.A. LIMA, M.F. economia: internacionalização & sustentabilidade. RAE Publicações. v.9 n.1 jan/jun 2010.