REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11287770
Agda Shirley Souza de Oliveira1; Aldenice Amazonas Moraes2; Alessandra de Souza Coutinho3; Igor de Oliveira Rocha4.
Resumo
O estudo investiga o trabalho dos assistentes sociais na política de assistência social no Brasil, sob a ótica da Política Nacional de Assistência Social (PNAS). Utilizando uma abordagem exploratória qualitativa embasada no materialismo histórico dialético, o trabalho aborda três principais tópicos: os Princípios e Diretrizes da Política de Assistência Social, o Trabalho Profissional dos Assistentes Sociais e os Desafios da Articulação entre o Trabalho Profissional e a Política de Assistência Social. A relevância social e acadêmica deste estudo reside na contribuição para o aprimoramento das políticas sociais, visando maior eficácia e inclusão social, além de fornecer subsídios para futuras pesquisas e intervenções na área do serviço social e das políticas sociais. No entanto, reconhece-se que o tema demanda estudos contínuos, e embora os objetivos deste trabalho tenham sido alcançados de maneira satisfatória, é fundamental manter uma abordagem constante e resiliente diante dos desafios em curso na política de assistência social e no trabalho dos assistentes sociais.
PALAVRAS-CHAVE: Política Nacional de Assistência Social; Assistência Social. Trabalho Profissional; Política Pública. Proteção Social.
Abstract.
The study investigates the work of social workers in social assistance policy in Brazil, from the perspective of the National Social Assistance Policy (PNAS). Using an exploratory qualitative approach grounded in dialectical historical materialism, the work addresses three main topics: the Principles and Guidelines of Social Assistance Policy, the Professional Work of Social Workers, and the Challenges of Articulation between Professional Work and Social Assistance Policy. The social and academic relevance of this study lies in its contribution to the improvement of social policies, aiming for greater effectiveness and social inclusion, as well as providing insights for future research and interventions in the field of social work and social policies. However, it is acknowledged that the topic requires continuous study, and although the objectives of this work have been achieved satisfactorily, it is essential to maintain a constant and resilient approach to the ongoing challenges in social assistance policy and the work of social workers.
KEY WORDS: National Social Assistance Policy; Social Assistance; Professional Work; Public Policy; Social Protection.
1 INTRODUÇÃO
O trabalho profissional dos assistentes sociais na política de assistência social é uma temática amplamente discutida é de suma importância na sociedade brasileira. Ao longo das últimas décadas, tem-se observado um crescente reconhecimento do papel desses profissionais na promoção da justiça social, na garantia de direitos e na busca pela equidade no acesso aos bens e serviços sociais. A política de assistência social, como parte integrante do sistema de proteção social, enfrenta desafios constantes em um contexto marcado pela desigualdade socioeconômica, pela fragilização dos vínculos familiares e comunitários, e por mudanças nas dinâmicas sociais e econômicas.
Nesse sentido, a Política Nacional de Assistência Social (PNAS), instituída pela Lei nº 8.742/1993, desempenha um papel fundamental na garantia de direitos e proteção social para milhões de brasileiros. Em um contexto de desigualdades crescentes e desafios socioeconômicos, o papel do assistente social torna-se ainda mais crucial na busca por justiça social e na construção de uma sociedade mais justa e equânime.
A presente pesquisa tem como objetivo investigar o trabalho profissional dos assistentes sociais sob as diretrizes da política nacional de assistência social. Busca-se analisar os principais desafios enfrentados pelos assistentes sociais na articulação de sua prática com a política de assistência social, examinar as estratégias utilizadas por esses profissionais para a efetivação das diretrizes da política de assistência social e refletir sobre as perspectivas de trabalho para a atuação dos assistentes sociais.
Para atender a esses objetivos, adotou-se uma metodologia exploratória, cujo propósito é proporcionar maior familiaridade com o problema, tornando-o mais explícito (Gil, 2002, p. 41). Essa abordagem, de natureza qualitativa, reconhece “uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito” (Prodanov & Freitas, 2013, p. 70), valorizando o ambiente natural como fonte direta para coleta de dados, interpretação de fenômenos e atribuição de significados.
A pesquisa será embasada na perspectiva teórica do materialismo histórico dialético, que, conforme Netto (2011), busca compreender a estrutura dinâmica da existência real efetiva do objeto de estudo, independente das representações do pesquisador. Isso permitirá uma compreensão aprofundada dos fenômenos sociais e das práticas profissionais dos assistentes sociais na política de assistência social. Para análise bibliográfica, serão utilizadas técnicas já estabelecidas, como explica Gil (2002, p. 44), que define a pesquisa bibliográfica como desenvolvida com base em material já elaborado, composto principalmente de livros e artigos científicos.
No referencial teórico deste artigo, serão abordados três tópicos principais. O primeiro consiste nos Princípios e Diretrizes da Política de Assistência Social, explorando os fundamentos teóricos que embasam a política nacional de assistência social, incluindo os princípios orientadores e as diretrizes que norteiam as ações e programas desenvolvidos neste âmbito.
Em seguida, o segundo tópico abordará o Trabalho Profissional dos Assistentes Sociais, discutindo as atribuições e responsabilidades desses profissionais no contexto da política de assistência social, incluindo o papel na garantia de direitos, na promoção da cidadania e na articulação com outros setores da sociedade.
Por fim, o terceiro tópico foca nos Desafios da Articulação entre o Trabalho Profissional e a Política de Assistência Social, explorando as dificuldades enfrentadas pelos assistentes sociais na implementação prática das diretrizes da política de assistência social, como a falta de recursos e a complexidade das demandas sociais.
A relevância deste estudo reside tanto em seu impacto social quanto acadêmico. Socialmente, a compreensão dos desafios e perspectivas enfrentados pelos assistentes sociais na política de assistência social pode contribuir para o aprimoramento das políticas e programas sociais, visando uma maior eficácia e inclusão social. Academicamente, esta pesquisa busca contribuir para o avanço do conhecimento na área do serviço social e das políticas sociais, alimentando o debate teórico e fornecendo subsídios para futuras pesquisas e intervenções nessa área. Aprofundar-se nesse conhecimento possibilitará uma atuação mais qualificada dos profissionais e um aprimoramento das políticas sociais, impactando positivamente a vida da população atendida pela política de assistência social.
Após analisar os princípios e diretrizes da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), fica claro que esses fundamentos fornecem a base para a implementação dessa política essencial no Brasil. No entanto, enfrentar os desafios práticos dessa implementação, como a escassez de recursos e a necessidade de equilibrar os direitos sociais com a viabilidade econômica do Estado, com a atuação de Assistentes Sociais é crucial. Além disso, a compreensão da política social, assim como a questão social no contexto do capitalismo avançado nos desafia a buscar soluções mais amplas e transformadoras, enquanto profissionais, para promover a justiça social. A pesquisa permitiu uma análise dessas questões, destacando a importância do trabalho dos assistentes sociais na promoção da justiça social e na garantia dos direitos fundamentais dos cidadãos, apesar dos desafios enfrentados.
2 PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
A Política Nacional de Assistência Social (PNAS) no Brasil desempenha um papel crucial na promoção da justiça social e na garantia dos direitos fundamentais dos cidadãos. Segundo Bueno de Lima e Silveira (2016), os direitos e políticas públicas refletem uma dualidade intrínseca na sociedade capitalista. Originados de relações desiguais de classe, esses direitos também representam avanços na vida social e na promoção de uma cultura política emancipatória, com os Direitos Humanos emergindo como resultado das lutas sociais, possuindo um potencial democrático significativo.
A estruturação da política assistencial brasileira tem suas bases na Constituição Federal de 1988 (CF/88), um marco na consolidação dos direitos sociais no país. Ao reconhecer a assistência social como um direito do cidadão e um dever do Estado, a CF/88 estabeleceu as bases para a construção de uma política que visa garantir o acesso universal aos serviços e benefícios socioassistenciais (BRASIL, 1988, Art. 203).
Essa visão constitucional foi posteriormente fundamentada pela Lei nº 8.742/1993, conhecida como Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), que se configurou como o alicerce legal da PNAS. A LOAS definiu os princípios e diretrizes que orientam a organização e o funcionamento do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), garantindo o acesso universal aos serviços, programas e benefícios socioassistenciais (BRASIL, 1993).
Segundo Gomes Quinonero “et”. al. (2013, p. 49)
A bibliografia léxica define que o primeiro é um preceito, uma regra ou lei, sendo que preceito remete a norma de procedimento, a ensinamento, doutrina, ordem, determinação ou prescrição. Sobre diretriz encontra-se a seguinte definição: um conjunto de instruções ou indicações para se tratar e levar a termo um plano ou ação; também subentendida como norma de procedimento.
Nesse contexto, a PNAS brasileira se estabelece como um pilar fundamental na construção de uma sociedade mais justa e equânime. Orientada por princípios e diretrizes que visam à proteção social e ao enfrentamento das desigualdades e vulnerabilidades, essa política percorreu uma jornada histórica marcada por marcos legais e avanços significativos.
A seguir, elaboramos uma tabela sobre os princípios e diretrizes da PNAS, destacando sua importância e influência no cenário socioassistencial do país.
Tabela 1: Princípios da Política Nacional de Assistência Social (PNAS)
Princípio | Descrição | Lei | Artigo |
Supremacia do atendimento às necessidades sociais | Prioriza o atendimento às necessidades básicas da população em situação de vulnerabilidade. | LOAS/1993 | Art. 4º, I |
Universalização dos | Todos os cidadãos brasileiros têm | LOAS/1 | Art. 4º, |
direitos sociais | direito aos benefícios e serviços da Assistência Social. | 993 | II |
Respeito à dignidade do cidadão | Reconhece e valoriza a dignidade da pessoa humana. | LOAS/1993 | Art. 4º, III |
Igualdade de direitos | Todos os cidadãos são iguais perante a PNAS. | LOAS/1993 | Art. 4º, IV |
Divulgação ampla dos benefícios | Assegura o conhecimento dos benefícios, serviços, programas e projetos da PNAS. | LOAS/1993 | Art. 4º, V |
A tabela apresenta os princípios essenciais da Assistência Social, delineados pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) de 1993. Cada princípio, refletido nos artigos correspondentes da legislação, ressalta aspectos fundamentais da política social brasileira. Por exemplo, o princípio da “Supremacia do atendimento às necessidades sociais” destaca a importância de priorizar o atendimento às necessidades básicas da população vulnerável, enquanto o princípio da “Universalização dos direitos sociais” enfatiza o direito de todos os cidadãos brasileiros aos benefícios e serviços da Assistência Social, promovendo assim a equidade e inclusão social.
No contexto da assistência social, o princípio da adequação entre demandas sociais e recursos estatais é central, como evidenciado no Inciso I do artigo 4º da LOAS (BRASIL, 1993). Essa escolha deliberada em favor do atendimento das necessidades sociais, mesmo em detrimento de investimentos que poderiam trazer retorno financeiro ao Estado, ressalta um ponto de constante debate nos planejamentos estratégicos governamentais, onde a busca pelo equilíbrio entre eficiência econômica e justiça social muitas vezes gera polêmicas e críticas por parte de setores da sociedade que questionam a eficácia dos gastos públicos, propondo alternativas prioritárias ao retorno financeiro, conforme discutido por Cedenho (2011).
Essas adequações entre demandas sociais e recursos estatais têm implicações significativas na atuação profissional dos assistentes sociais e nas políticas sociais, especialmente na Política Nacional de Assistência Social (PNAS). Os assistentes sociais enfrentam o desafio complexo de conciliar as necessidades identificadas no atendimento com os recursos disponíveis, buscando oferecer serviços e benefícios adequados à população assistida. Isso implica em lidar com restrições orçamentárias, limitações estruturais e a demanda crescente por serviços sociais em um contexto de desigualdades sociais acentuadas.
Nesse contexto, a PNAS busca promover a proteção social, a inclusão e o enfrentamento das desigualdades por meio da oferta de serviços e benefícios destinados às populações em situação de vulnerabilidade. Os desafios incluem a necessidade de garantir o acesso equitativo aos recursos sociais disponíveis, enfrentar barreiras burocráticas e estruturais que dificultam a efetivação das políticas sociais, e responder de maneira eficaz às demandas emergentes da população assistida. A articulação entre demandas sociais e recursos estatais é essencial para superar esses desafios e promover uma assistência social mais eficaz e inclusiva, contribuindo para o fortalecimento dos direitos sociais e a promoção do bem-estar das comunidades mais vulneráveis (Cedenho, 2011).
Além disso, os Incisos III e V da LOAS enfatizam o respeito à dignidade do cidadão e o direito à informação como pilares fundamentais da cidadania no contexto da assistência social (BRASIL, 1993). Esses direitos devem ser garantidos através da prestação adequada de serviços, sem qualquer forma de constrangimento ou humilhação para os usuários. Essa abordagem ressalta o papel essencial da assistência social na promoção da cidadania e na inclusão dos indivíduos à margem da sociedade ao definir a cidadania como a organização social baseada em direitos e deveres reconhecidos. (Cedenho, 2011)
Isso implica na necessidade de uma prestação adequada de serviços, livre de constrangimentos ou humilhações para os usuários, ressaltando o papel crucial da assistência social na promoção da cidadania e inclusão dos marginalizados na sociedade. Marshall (1967) define a cidadania como um conjunto de três elementos interdependentes: civil, político e social. O elemento civil abrange os direitos individuais essenciais para a liberdade individual, como liberdade de expressão, de associação, propriedade e acesso à justiça. O elemento político refere-se ao direito de participar no processo político, incluindo votar e ser eleito. Por fim, o elemento social engloba os direitos relacionados ao bem-estar econômico e segurança social, como direito ao trabalho, educação e benefícios sociais.
Sendo assim a cidadania pode ser entendida como uma estrutura social que não apenas reconhece os direitos individuais e coletivos, mas também os garante por meio de uma participação ativa na vida política, econômica e social da comunidade.
No contexto da assistência social, os princípios fundamentais, como o respeito à dignidade do cidadão e a igualdade de direitos, refletem os valores essenciais da política social. Valorizar a dignidade da pessoa humana, conforme Silva (1998), é reconhecer um atributo inerente à pessoa, de valor absoluto e superior a qualquer preço, fundamental para garantir os direitos básicos. Esse princípio constitucional, que orienta a política, não se limita a comportamentos específicos, mas exige condições mínimas de existência digna, refletindo a busca pela justiça social e pela garantia dos direitos fundamentais de todos, independentemente de sua condição social.
A próxima tabela abordará as diretrizes estabelecidas pela LOAS, oferecendo um panorama abrangente das orientações que norteiam as ações e programas no campo da assistência social no Brasil.
Tabela 2: Diretrizes da Política Nacional de Assistência Social (PNAS)
Diretriz | Descrição | Lei | Artigo |
Descentralização político-administrativa | Distribui as responsabilidades da PNAS entre os entes federados. | LOAS/1993 | Art. 5º |
Participação da população | Assegura a participação da população na gestão da PNAS. | LOAS/1993 | Art. 5º |
Primazia da responsabilidade do Estado | Reconhece o Estado como responsável pela condução da PNAS. | LOAS/1993 | Art. 5 |
Centralidade na família | Prioriza a família na concepção e implementação da PNAS. | PNAS/2004 | PNAS/2004 |
A PNAS estabelece as diretrizes éticas, políticas e técnicas que orientam os profissionais e gestores nesse campo, visando promover a inclusão social, a proteção social e o fortalecimento dos laços familiares e comunitários. Fundamentada na universalização dos direitos sociais e no respeito à dignidade do cidadão, a PNAS destaca-se pela descentralização político-administrativa e pela centralidade na família.
Guimarães (2007) discute que a descentralização, combinada à estratégia de territorialização, possibilita a redistribuição do poder e a tomada de decisões mais próximas das demandas e desigualdades socioterritoriais. Isso contribui para reconhecer as particularidades e interesses municipais, levando os serviços mais perto da população, facilitando a fiscalização estatal e promovendo a racionalidade nas ações.
Segundo Chagas (2018), as diretrizes fundamentais das políticas públicas de assistência social enfatizam a proteção social e a promoção da cidadania como pilares centrais. Nesse contexto, a definição da assistência social como política de proteção social representa uma abordagem estratégica para assegurar a proteção à vida, reduzir danos e prevenir a incidência de agravos em face das situações de vulnerabilidade. A territorialização das ações, instituição do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e novas bases de financiamento são elementos essenciais desse novo marco regulatório, que visa integrar a assistência social à seguridade social e outras políticas econômicas e sociais.
Chagas (2018) também destaca que a política de assistência social busca propiciar três principais tipos de segurança: de sobrevivência, acolhida e convívio. A segurança de sobrevivência compreende a garantia de um valor mínimo para grupos vulneráveis, enquanto a segurança de acolhida refere-se ao atendimento especializado em espaços físicos estruturados para prover necessidades básicas. Por fim, a segurança de convívio visa fortalecer laços familiares e comunitários, promovendo o desenvolvimento humano e social associado à cidadania. Essas diretrizes orientadoras são fundamentadas nos princípios de centralidade familiar, territorialização, proteção pró-ativa e integração às políticas sociais e econômicas, visando à inclusão social e ao bem-estar da população.
Bueno de Lima e Silveira (2016) salientam a importância de fortalecer a democracia nas políticas públicas de proteção social, o que implica em estabelecer consensos entre os diferentes níveis de governo e assegurar a qualidade dessas políticas. No entanto, no contexto brasileiro, a descentralização enfrenta desafios como a falta de cooperação entre os entes federativos e a limitada capacidade administrativa, exigindo não apenas um processo técnico, mas também político, com a participação ativa da sociedade.
Ao aplicar esses princípios na prática, os profissionais e gestores da assistência social podem garantir uma abordagem mais humanizada, eficaz e inclusiva no atendimento às demandas da população em situação de vulnerabilidade e risco social. A convergência desses esforços demonstra a coesão interna da PNAS e sua capacidade de promover tanto a proteção quanto a inclusão social, contudo, a efetividade dessas políticas depende de uma implementação consistente e monitoramento constante.
A Lei nº 12.435/2011, conhecida como Lei de Aprimoramento do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), representa um marco na evolução da política de assistência social no Brasil, reforçando e expandindo os princípios e diretrizes da PNAS, ampliando a cobertura dos serviços socioassistenciais e promovendo a articulação com outras políticas públicas.
Apesar dos avanços legais, persistem desafios como a insuficiência de recursos financeiros, a fragmentação da gestão e a necessidade de fortalecer a participação da sociedade. Segundo Behring (2017), no contexto do capitalismo avançado, a política social não visa reverter as desigualdades estruturais, mas sim expandir as políticas sociais como parte de uma agenda de luta pela emancipação política.
Essa ampliação dos direitos e das políticas sociais não apenas disputa recursos públicos, mas também atende às necessidades básicas de milhões, influenciando diretamente suas condições de vida e trabalho, e promove um processo de discussão coletiva e organização dos sujeitos políticos
Entretanto, no Brasil, as profundas desigualdades sociais e a crescente criminalização da pobreza persistem, evidenciando a priorização da segurança em detrimento de uma abordagem mais abrangente e solidária em relação às demandas sociais. Torna-se claro o fracasso da política social em reverter as injustiças estruturais, exigindo uma ação mais assertiva na ampliação dos direitos e políticas sociais, bem como um engajamento coletivo na busca por uma sociedade mais justa e igualitária.
Após discutir os princípios e diretrizes da Política Nacional de Assistência Social, é essencial examinar como esses fundamentos se traduzem na prática dos assistentes sociais. Portanto, o próximo tópico explora o trabalho profissional desses profissionais no contexto da política de assistência social.
3. A ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS NA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
O Serviço Social no Brasil, segundo Martinelli (2000), nasceu em um contexto histórico marcado pela acelerada urbanização e industrialização do país, na década de 1930. Surgiu como uma ferramenta de controle social das classes populares e de legitimação da ordem capitalista vigente. Influenciado pela Igreja Católica e pelas elites brasileiras, o Serviço Social assumiu inicialmente um caráter assistencialista e filantrópico, priorizando a caridade e a beneficência em detrimento da promoção da justiça social e dos direitos dos mais marginalizados.
Ao longo das décadas de 1960 e 1970, a profissão passou por um processo de profissionalização, marcado pela criação de cursos universitários e pela crescente organização da categoria profissional. No entanto, ainda estava permeada por tensões e contradições internas, dividida entre a postura assistencialista tradicional e a busca por uma prática profissional crítica e emancipatória.
Durante a ditadura militar, o Serviço Social assumiu um papel crucial na luta pela democratização do país. Profissionais da área se engajaram na defesa dos direitos humanos e denunciaram as violações contra a população civil, tornando-se agentes de resistência ao regime autoritário. Com o advento da globalização e da reestruturação produtiva do capitalismo, o Serviço Social enfrentou novos desafios. O aumento da pobreza, da desigualdade social e da exclusão exigiu respostas inovadoras da profissão. Tornando-se urgente a reinvenção do Serviço Social para que pudesse responder às demandas da sociedade contemporânea (Martinelli, 2000)
O trabalho dos assistentes sociais se concentra na compreensão e intervenção em relação à questão social, que constitui o cerne de sua atuação na contemporaneidade. Segundo Iamamoto (2000, p. 28), a questão social engloba “o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, cuja raiz comum reside na contradição entre a produção coletiva e a apropriação privada dos frutos do trabalho”.
Esta definição ressalta a importância dos assistentes sociais como agentes essenciais na busca por transformações sociais capazes de reduzir as desigualdades e injustiças inerentes ao sistema capitalista. Além de oferecer assistência individualizada, esses profissionais desempenham um papel crucial na formulação e implementação de políticas públicas destinadas a abordar as raízes dos problemas sociais.
A Lei nº 8.662/1993 representa um marco legal que regulamentou a profissão, estabelecendo critérios para o exercício da mesma e consolidando direitos e deveres para os assistentes sociais (LEI Nº 8.662, 1993).
Os assistentes sociais, graduados em Serviço Social, atuam em uma ampla variedade de campos, incluindo saúde, educação e assistência social. Sua prática profissional abrange desde a elaboração de políticas até a participação em programas de responsabilidade social em empresas (LEI Nº 8.662, 1993).
O surgimento do Código de Ética Profissional do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) durante a redemocratização nos anos 1980 foi fortemente influenciado pelas intensas mobilizações sociais e lutas populares, destacadas por Pinheiro (2024) como cruciais para o contexto da época. Entidades representativas como CFESS e CRAS desempenharam um papel fundamental na defesa da classe trabalhadora e da democracia nesse período. A promulgação da Constituição Federal de 1988, incorporando direitos fundamentais, foi um marco relevante que moldou diretamente o ethos profissional do Serviço Social.
Os códigos de ética subsequentes, como os de 1986 e 1993, representaram não apenas instrumentos normativos, mas também expressões da maturidade teórica e política da profissão, conforme ressalta Pinheiro (2024). Esses documentos buscaram redefinir a autoimagem da profissão e orientar sua atuação ético-política em consonância com os valores democráticos e os direitos sociais.
A combinação entre a Lei nº 8.662/1993 e o Código de Ética Profissional forma um arcabouço legal e ético sólido, essencial para o fortalecimento da profissão e para a promoção da justiça social, contribuindo para a consolidação do projeto ético-político do Serviço Social brasileiro, como enfatiza Behring (2017).
Os valores universais afirmados no Código de Ética, como liberdade, justiça social, equidade e direitos humanos, adquirem significado concreto na práxis humana, conforme destacado por Barroco (2022). Esses valores são historicamente referenciados nas lutas dos trabalhadores e grupos socialmente discriminados, expressando a condição ontológica da liberdade como libertação da opressão e exploração.
A relação entre o projeto ético-político do Serviço Social e a emancipação humana depende da articulação concreta com as lutas sociais emancipatórias, confrontando ética e política em direção à transformação social, como ressalta Barroco (2022).
A análise das atribuições privativas e competências dos assistentes sociais demanda uma compreensão ampla do exercício profissional. Além das definições legais, é crucial considerar o cenário em que tais atividades são desempenhadas, reconhecendo não só as responsabilidades estipuladas pela legislação, mas também as habilidades e capacidades aplicáveis na prática. Essa abordagem proporciona uma visão completa do papel do assistente social na contemporaneidade, destacando a importância de uma prática reflexiva e adaptável às demandas do contexto social (Matos, 2015).
Os assistentes sociais baseiam suas intervenções em uma gama de técnicas operativas, tais como entrevistas e visitas domiciliares, que são mediadas por seu conhecimento teórico-metodológico. Essas práticas demonstram a instrumentalidade do Serviço Social, conforme Guerra (1999), que destaca a capacidade dos profissionais de transformar as condições objetivas e subjetivas no cotidiano, visando alcançar objetivos profissionais específicos.
Além disso, a instrumentalidade do Serviço Social não se limita aos aspectos técnicos, abrangendo também o conhecimento teórico e a direção ético-política, elementos fundamentais para uma intervenção eficaz e comprometida com os interesses da classe trabalhadora (Ferreira, 2010).
Essa abordagem dos assistentes sociais na intervenção social vai além da simples execução de programas e projetos sociais. Ela envolve um compromisso ético-político com a defesa dos direitos humanos e a ampliação da cidadania, buscando sempre ampliar o acesso equitativo aos serviços e benefícios sociais. Nesse sentido, os assistentes sociais assumem um papel de agentes de transformação social, atuando de forma crítica e reflexiva para enfrentar as diversas expressões da desigualdade e da exclusão presentes na sociedade contemporânea.
3.1 Diretrizes para a Atuação dos Assistentes Sociais na Política de Assistência Social
No contexto da política de assistência social, os assistentes sociais desempenham um papel estratégico na promoção da justiça social e na garantia dos direitos sociais. Suas intervenções não se limitam à prestação de serviços individuais, mas abrangem ações que visam à transformação das condições sociais que geram desigualdades e exclusão.
O documento “Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de Assistência Social”, elaborado pelo Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), delineia orientações fundamentais para a prática dos assistentes sociais nesse campo específico.
Uma das ênfases centrais do documento reside na importância de uma abordagem crítica e holística diante das demandas sociais. Isso implica não apenas reconhecer a existência dos problemas sociais, mas também compreender suas raízes profundas nos aspectos econômicos, culturais e políticos da sociedade. Os assistentes sociais são incitados a não se contentam com abordagens superficiais ou meramente paliativas, mas sim a investigar e compreender os contextos estruturais que geram e perpetuam as desigualdades sociais.
Além disso, o CFESS destaca a necessidade de uma atuação profissional que respeite a autonomia e a dignidade dos sujeitos atendidos. Isso implica evitar uma visão paternalista ou assistencialista, que reduza as pessoas atendidas a meros receptores de benefícios ou assistência. Pelo contrário, os assistentes sociais são incentivados a promover a participação ativa dos indivíduos e das comunidades na identificação e resolução de seus próprios problemas, reconhecendo neles agentes de transformação social.
Outro ponto relevante abordado no documento é a importância da inserção dos assistentes sociais nos espaços de formulação e gestão de políticas públicas. Isso envolve não apenas a participação em conselhos e comissões, mas também a capacidade de influenciar efetivamente as decisões e diretrizes que impactam diretamente a vida dos usuários dos serviços sociais.
No Sistema Único de Assistência Social (SUAS), a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (TNSS), publicada em 2009 pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) por meio da Resolução nº 109, é um componente essencial. A TNSS estabelece os parâmetros para a organização, oferta e execução dos serviços socioassistenciais em todo o território nacional, garantindo a uniformidade e a qualidade dos serviços prestados (Brasil, 2009).
O SUAS é a política pública responsável pela gestão e execução da assistência social no Brasil. Baseia-se nos princípios da descentralização políticoadministrativa e na participação da sociedade civil. A TNSS, ao definir de forma padronizada os serviços de proteção social básica e especial, contribui para a efetividade do SUAS. Isso assegura que todos os municípios e estados ofereçam serviços socioassistenciais de acordo com critérios técnicos e científicos estabelecidos (Brasil, 2009).
Os serviços de proteção social básica e especial definidos pela Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (TNSS) são implementados dentro do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). A proteção social básica visa prevenir situações de risco fortalecendo os vínculos familiares e comunitários, enquanto a proteção social especial atende indivíduos e famílias em risco por violação de direitos. Assim, a TNSS é essencial para a operacionalização do SUAS, orientando gestores e profissionais de assistência social para garantir que os serviços atendam aos padrões de qualidade e eficiência necessários para a proteção e promoção dos direitos sociais (Brasil, 2009).
Dentro do SUAS, o papel do assistente social é fundamental e abrangente. Ele é responsável por mediar o acesso dos cidadãos aos direitos sociais e desempenha um papel estratégico na articulação com diversas políticas públicas, como saúde, previdência, educação e trabalho. Essa integração visa assegurar que a população tenha acesso equitativo aos serviços e benefícios sociais, considerando suas necessidades e demandas específicas. (Carneiro e Viana, 2019)
No desempenho de suas funções, o assistente social facilita o acesso dos usuários aos recursos disponíveis, por meio de atendimentos individuais e coletivos. Ele promove ações de conscientização, fortalece os laços comunitários e capacita os usuários para enfrentar desafios. Além disso, identifica e combate diversas formas de violência e exploração, desenvolvendo estratégias de proteção e encaminhamento das vítimas para serviços especializados, e realiza campanhas de prevenção e sensibilização na comunidade (Brasil, 2009).
No Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), o assistente social tem um papel central como a principal porta de entrada do SUAS. O CRAS oferece serviços de proteção social básica em áreas de vulnerabilidade social, gerencia processos de atendimento e coordena serviços para famílias beneficiadas por programas sociais como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A prática do Serviço Social no CRAS envolve desde a busca ativa dos usuários até a realização de oficinas socioeducativas e o acompanhamento familiar, buscando promover a reconstrução dos laços familiares e comunitários das pessoas vulneráveis (Carneiro e Viana, 2019). A oferta de serviços pelo CRAS é planejada com base em amplo conhecimento do território e das necessidades das famílias, visando sempre promover o bem-estar social e garantir os direitos fundamentais dos cidadãos.
4 DESAFIOS DA ARTICULAÇÃO ENTRE O TRABALHO PROFISSIONAL E POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
A articulação entre o trabalho profissional e a política de assistência social é um tema crucial nos dias atuais, dadas as transformações socioeconômicas e as demandas crescentes da sociedade. Mioto e Nogueira (2013) destacam que esse debate ganhou destaque após o retorno do Brasil ao Estado de Direito em 1985, marcado por intensas mobilizações sociais em prol da ampliação dos direitos nos setores essenciais da política social, como saúde, previdência e assistência.
Paralelamente, houve um investimento significativo nos marcos profissionais do Serviço Social, visando aprofundar os conhecimentos sobre a relação entre questão social e política social. Sendo assim, a relação entre o assistente social e seus empregadores, sejam eles públicos ou privados, ressalta-se que, segundo Raichelis (2011), o assistente social se vê sujeito às demandas e às condições impostas pelas instituições empregadoras, as quais detêm o poder de definir as prioridades, os modos de atuação e as condições de trabalho.
A pressão por produtividade e eficiência, muitas vezes imposta pelas instituições empregadoras, pode entrar em conflito com os princípios éticos e políticos da profissão, dificultando a implementação de um trabalho pautado na defesa dos direitos sociais e na promoção da justiça social.
A crescente participação das Organizações Sociais (OSs) na oferta de serviços sociais financiados pelo Estado tem gerado desafios para os assistentes sociais. Eles precisam conciliar as diretrizes estatais com as demandas das OSs, enfrentando a precarização do trabalho, como baixos salários e falta de infraestrutura (Mioto e Nogueira, 2013).
Costa (2005) destaca características do Terceiro Setor, ressaltando sua atuação em áreas como assistência social, saúde e educação, visando grupos marginalizados. Essas organizações, embora privadas, têm um papel de interesse público e não operam com fins lucrativos, reinvestindo suas receitas. No entanto, a inserção dos assistentes sociais nessas instituições muitas vezes é marcada por instabilidade laboral, salários reduzidos e flexibilização das relações contratuais (Mioto e Nogueira, 2013).
Essa realidade pode levar à fragmentação da identidade profissional e à necessidade de múltiplas fontes de renda para os assistentes sociais. Apesar do papel importante das OSs na oferta de serviços sociais, especialmente em áreas vulneráveis, o mercado de trabalho nessas instituições está longe de proporcionar condições ideais de trabalho para os profissionais (Mioto e Nogueira, 2013).
A informatização do trabalho, embora traga benefícios em termos de eficiência e organização, também impõe desafios, como a mecanização das atividades e a perda da dimensão reflexiva do trabalho social. Diante desse panorama, torna-se fundamental buscar estratégias que garantam não apenas a sustentabilidade do trabalho dos assistentes sociais, mas também a preservação dos princípios éticos e políticos que norteiam a profissão.
Além disso, o crescimento de demandas burocráticas e repetitivas afasta os assistentes sociais do trabalho direto com a população, fragilizando a natureza relacional da profissão e o desenvolvimento de atividades socioeducativas emancipatórias. Estas transformações institucionais vão gradualmente alterando a própria essência da profissão de Serviço Social, enfraquecendo o trabalho direto com os segmentos populares e a capacidade de mobilização e organização.
A baixa participação dos assistentes sociais em organizações da categoria e movimentos sociais também é destacada como um desafio, atribuída principalmente à falta de interesse e de tempo por parte dos profissionais. Isso reflete uma limitação na articulação e mobilização da categoria para enfrentar questões relacionadas às condições de trabalho e à defesa de direitos profissionais.
Duriguetto (2011) aborda os desafios enfrentados pelos assistentes sociais diante da PNAS. Ele destaca a importância de reconhecer a questão social como base do Serviço Social, indo além da mera constatação da desigualdade social, para compreender suas origens na dominação de classe na sociedade capitalista. Isso exige dos profissionais uma compreensão teórico-metodológica que permita uma análise crítica da dinâmica da sociedade e de suas relações sociais instituídas.
É necessário, portanto, promover atividades de pesquisa e estudos que permitam uma compreensão mais aprofundada desses temas, capacitando os profissionais a atuarem de forma mais eficaz e comprometida com o projeto éticopolítico da profissão.
Carvalho (2011) aborda a necessidade de superar os limites das formas tradicionais de operacionalizar políticas públicas, que muitas vezes resultam na falta de integralidade na atenção aos direitos sociais. Destaca-se a segmentação das políticas econômicas e sociais, o que configura uma estrutura organizacional setorializada. Esta prática envolve a mediação entre diferentes políticas públicas na esfera municipal, articulando práticas, saberes e relações entre instâncias de governo e profissionais diversos.
No entanto, a intersetorialidade vai além da simples justaposição de projetos setoriais, implicando em uma reconfiguração das relações entre estado, sociedade e cidadãos, visando à viabilização do desenvolvimento e da inclusão social.
Essa abordagem não é exclusiva de uma política social específica, mas deve ser adotada por todas aquelas que buscam uma leitura integral das necessidades sociais. O desafio contemporâneo reside em articular diferentes conhecimentos e estratégias para enfrentar a questão social no espaço escolar, destacando-se a importância da compreensão do princípio da convergência como uma estratégia para a ação intersetorial.
A integração da Assistência Social e da Educação, entre outras políticas, pode ser uma importante intervenção para a proteção social e a prevenção de violações de direitos. No entanto, a prática da intersetorialidade enfrenta desafios, como a fragmentação existente no interior da política educacional e a necessidade de organização intersetorial do trabalho (Carvalho, 2011).
Durante a pandemia, os assistentes sociais enfrentaram uma série de desafios que impactaram significativamente sua atuação nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e demais espaços de intervenção (Camargo e Magalhães, 2022). Um dos principais obstáculos foi a necessidade de reorganização das rotinas de trabalho para lidar com o aumento expressivo no volume de demandas.
O distanciamento social exigiu a adaptação dos serviços de assistência social, tornando os atendimentos presenciais menos acessíveis e demandando novas estratégias de interação e suporte aos usuários. A transição para o atendimento remoto também representou um grande desafio, especialmente para os profissionais que estavam acostumados com o contato direto e pessoal com os beneficiários. A falta de acesso à tecnologia adequada por parte de alguns usuários e as dificuldades de comunicação virtual exacerbaram as barreiras já existentes no processo de assistência.
Além disso, a pandemia expôs e intensificou as desigualdades sociais, aumentando a vulnerabilidade de grupos já marginalizados. Os assistentes sociais se viram diante da difícil tarefa de lidar com as consequências socioeconômicas da crise, incluindo o aumento do desemprego, a falta de moradia e o agravamento da fome e da insegurança alimentar. À medida que avançamos para a fase póspandêmica, é crucial refletir sobre os aprendizados e desafios enfrentados pelos assistentes sociais. Embora a flexibilização das medidas restritivas possa trazer alívio em algumas áreas, os efeitos socioeconômicos da pandemia continuarão a ser sentidos por muito tempo.
Nesse contexto, é fundamental repensar e fortalecer as políticas de assistência social, garantindo recursos adequados e investimentos em capacitação profissional. Além disso, é essencial promover ações que abordem as causas estruturais da desigualdade social, visando criar uma sociedade mais justa e inclusiva. Isso requer uma abordagem integrada e multidisciplinar, envolvendo não apenas os assistentes sociais, mas também outros profissionais e organizações da sociedade civil (Camargo e Magalhães, 2022).
Em uma perspectiva estadual, o autor Rolim (2018) apresenta um estudo relevante sobre Parintins, no qual aborda os desafios enfrentados pelos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) em relação à estrutura física e ao acesso dos usuários aos serviços socioassistenciais.
Essa problemática discutida por Rolim (2018) destaca a importância dos CRAS como unidades públicas de proteção social básica, alinhadas às Orientações Técnicas do CRAS (BRASIL, 2009). Essas orientações estabelecem diretrizes fundamentais para o funcionamento dos CRAS, delineando objetivos específicos, como fortalecimento da convivência comunitária, prevenção de situações de vulnerabilidade, desenvolvimento de capacidades familiares e articulação com a rede local de serviços socioassistenciais.
A análise de Rolim sobre Parintins ressalta como essas diretrizes nacionais são aplicadas e adaptadas no contexto local, evidenciando os desafios e as oportunidades enfrentadas pelos profissionais da assistência social neste território específico.
Segundo Rolim (2018), no contexto amazônico, exemplificado por Parintins em seu estudo, os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) enfrentam dificuldades em atender adequadamente aos critérios estabelecidos pelas orientações técnicas. Isso compromete a qualidade do atendimento e a percepção dos usuários sobre a acessibilidade desses espaços como locais públicos de acesso a direitos.
Além disso, a precarização nas relações e condições de trabalho dos assistentes sociais nos CRAS da área urbana e rural de Parintins, conforme discutido por Rolim (2018), compromete a continuidade e a qualidade dos serviços socioassistenciais oferecidos à população. A falta de profissionais efetivos nos CRAS, como na Vila Amazônia, tem levado à rotatividade dos mesmos, gerando instabilidade e dificultando o atendimento aos direitos sociais da população.
Em síntese, os desafios enfrentados pelos assistentes sociais na articulação entre o trabalho profissional e a política de assistência social são multifacetados e demandam uma abordagem integrada e resiliente. Desde as questões relacionadas às transformações socioeconômicas contemporâneas até os impactos da pandemia, fica evidente a importância de repensar constantemente as práticas e políticas sociais.
O reconhecimento dos obstáculos enfrentados pelos profissionais, como a precarização do trabalho, a fragmentação institucional e a falta de recursos, destaca a necessidade urgente de investimentos em políticas públicas efetivas, alinhadas aos princípios da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), e na valorização do papel dos assistentes sociais na promoção da justiça social e na garantia dos direitos humanos. Assim, é fundamental que tanto os gestores públicos quanto a sociedade como um todo reconheçam e apoiem o trabalho desses profissionais, fornecendo os recursos necessários para que possam desempenhar seu papel de forma eficaz e digna.
5 A Evolução da Política de Assistência Social no Brasil: Desafios, Conquistas e Perspectivas Futuras
Ao analisar o primeiro tópico desse artigo, sobre os princípios e diretrizes da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), é evidente a amplitude das questões abordadas, desde os fundamentos teóricos até os desafios práticos enfrentados na implementação dessas políticas. Inicialmente, Bueno de Lima e Silveira (2016) destacam a natureza dual dos direitos e políticas públicas em uma sociedade capitalista. Por um lado, eles são produtos de uma sociedade de classes, que gera relações desiguais. No entanto, por outro lado, esses direitos e políticas representam conquistas parciais no processo de reprodução social e fortalecimento de uma cultura política emancipatória pela atuação da sociedade civil.
Ressaltando assim sua importância na busca por uma cultura política emancipatória, situando a PNAS como um instrumento essencial na promoção da justiça social e na garantia dos direitos dos cidadãos.
Esses princípios e diretrizes da PNAS, embasados pela Constituição Federal de 1988 e pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) de 1993, fornecem o alicerce sobre o qual essa política é construída. Reconhecendo a assistência social como um direito do cidadão e um dever do Estado, esses documentos estabelecem os fundamentos éticos e políticos da PNAS, bem como as diretrizes para sua implementação prática por meio do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
No entanto, a implementação desses princípios e diretrizes enfrenta uma série de desafios práticos, conforme destacado por Cedenho (2011). A escassez de recursos financeiros e a necessidade de equilibrar os direitos sociais com a viabilidade econômica do Estado são exemplos desses desafios. Isso sublinha a importância de uma gestão pública comprometida com a equidade e a efetividade dos serviços, buscando constantemente harmonizar eficiência econômica e justiça social.
Sobre o papel da política social no contexto do capitalismo avançado, Behring (2017) nos leva a repensar os objetivos das políticas de assistência social. Além de reverter desigualdades estruturais, essas políticas buscam expandir direitos como parte de uma agenda de emancipação política e humana. Essa compreensão nos desafia a pensar além dos desafios imediatos e a buscar soluções mais amplas e transformadoras para a promoção da justiça social.
Essa análise dos princípios e diretrizes da PNAS não se limita apenas a uma compreensão teórica, mas nos instiga a uma reflexão crítica sobre os rumos da política social no Brasil. Integrando os fundamentos teóricos com os desafios práticos, podemos desenvolver estratégias mais eficazes para garantir os direitos fundamentais e promover a justiça social para todos os cidadãos.
Ao analisar os princípios e diretrizes da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), torna-se evidente a complexidade e a relevância do trabalho dos Assistentes Sociais na promoção da justiça social e na garantia dos direitos fundamentais dos cidadãos. A compreensão profunda da evolução histórica e dos desafios enfrentados pela profissão ao longo do tempo, proporcionada pela análise dos autores como Martinelli (2000), Behring (2017) e Iamamoto (2000), destaca o papel crucial dos Assistentes Sociais na defesa dos direitos humanos e na democratização do país.
Inicialmente, ao compreender o contexto histórico no qual o Serviço Social surgiu no Brasil, percebemos sua evolução desde uma abordagem assistencialista até seu papel na defesa dos direitos humanos e na luta pela democratização do país. A compreensão da questão social, conforme definida por Iamamoto (2000), destaca a importância da atuação dos assistentes sociais na promoção de transformações sociais capazes de reduzir desigualdades.
A análise das leis e documentos regulamentadores, como a Lei nº 8.662/1993 e o Código de Ética Profissional, revelou a importância desses instrumentos na orientação ética da prática profissional dos assistentes sociais. A ampla gama de atribuições e competências desses profissionais, desde a elaboração de políticas até a participação em programas de responsabilidade social, destaca seu papel fundamental na promoção da justiça social.
Durante a análise dos desafios da implementação da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e do trabalho dos Assistentes Sociais, torna-se evidente a amplitude e a profundidade das questões enfrentadas. A pressão por produtividade e eficiência imposta pelas instituições empregadoras, como discutido por Raichelis (2011), muitas vezes entra em conflito com os princípios éticos e políticos da profissão. Essa tensão destaca a necessidade de equilibrar as expectativas das organizações empregadoras com os valores fundamentais da profissão, visando garantir a qualidade e a integridade dos serviços prestados.
Além disso, a crescente participação de Organizações Sociais (OSs) na oferta de serviços sociais financiados pelo Estado impõe desafios adicionais aos assistentes sociais. Conflitos entre as diretrizes estatais e as demandas das OSs, conforme apontado por Mioto e Nogueira (2013), prejudicam a qualidade dos serviços e a coesão do sistema de assistência social. A falta de recursos financeiros, infraestrutura adequada e investimento em formação profissional contribuem para a precarização do trabalho dos assistentes sociais nessas organizações, como evidenciado pela mesma fonte.
Durante a pandemia da COVID-19, os assistentes sociais enfrentam desafios adicionais, como discutido por Camargo e Magalhães (2022). A necessidade de reorganização das rotinas de trabalho para lidar com o aumento expressivo no volume de demandas e a transição para o atendimento remoto representaram grandes obstáculos. A falta de acesso à tecnologia por parte de alguns usuários e as dificuldades de comunicação virtual exacerbaram as barreiras no processo de assistência.
A relação entre as condições de trabalho dos assistentes sociais e a qualidade dos serviços prestados à população é uma preocupação central. A precarização nas relações e condições de trabalho, especialmente nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), compromete não apenas a continuidade e a efetividade dos serviços socioassistenciais oferecidos à população, mas também a própria dignidade dos profissionais, conforme discutido por Duriguetto (2011) e Rolim (2018).
Esses desafios destacam a necessidade de buscar soluções que promovam uma atuação mais eficaz e digna por parte dos assistentes sociais. Investimentos em políticas públicas efetivas, valorização da profissão e promoção de condições de trabalho dignas e adequadas são fundamentais para superar esses obstáculos e avançar na promoção da justiça social e na garantia dos direitos fundamentais dos cidadãos.
Sobre o trabalho dos Assistentes Sociais, é evidente a complexidade e a relevância dessa área de atuação na promoção da justiça social e na garantia dos direitos fundamentais dos cidadãos. A análise cuidadosa dos autores como Martinelli (2000), Behring (2017) e Iamamoto (2000) proporcionou uma compreensão mais profunda da evolução histórica e dos desafios enfrentados pela profissão ao longo do tempo.
No contexto dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) no Amazonas, especialmente em Parintins, os assistentes sociais enfrentam desafios significativos em relação à estrutura física e ao acesso dos usuários aos serviços socioassistenciais. Essa problemática é discutida por Rolim (2018), que destaca a importância dos CRAS como unidades públicas de proteção social básica, conforme preconizado pelas Orientações Técnicas do CRAS (BRASIL, 2009).
Os desafios enfrentados pelos assistentes sociais na articulação entre o trabalho profissional e a política de assistência social são diversos e exigem uma abordagem integrada e resiliente. Desde os impactos das transformações socioeconômicas contemporâneas até as consequências da pandemia, torna-se evidente a necessidade de repensar constantemente as práticas e políticas sociais.
É crucial reconhecer os obstáculos enfrentados pelos profissionais, como a precarização do trabalho, a fragmentação institucional e a escassez de recursos. Isso ressalta a urgência de investimentos em políticas públicas efetivas, alinhadas aos princípios da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), e na valorização do papel dos assistentes sociais na promoção da justiça social e na garantia dos direitos humanos. Portanto, é fundamental que tanto os gestores públicos quanto a sociedade reconheçam e apoiem o trabalho desses profissionais, fornecendo os recursos necessários para que possam desempenhar seu papel de forma eficaz e digna.
Apesar dos desafios, os profissionais dos CRAS estão comprometidos em atuar de forma inovadora e dedicada, adaptando suas práticas às necessidades locais e priorizando a participação ativa dos usuários. O que reforça a importância do reconhecimento da competência técnico-operativa dos assistentes sociais na resolução das demandas sociais e na promoção da dignidade dos trabalhadores (Rolim, 2018).
Os objetivos traçados para este trabalho foram alcançados, porém, é importante ressaltar que o campo da assistência social é dinâmico e sujeito a constantes transformações, exigindo estudos contínuos e uma abordagem sempre atualizada para enfrentar os desafios emergentes.
A análise dos princípios, diretrizes e do trabalho profissional dos Assistentes Sociais permitiu uma compreensão mais ampla da política de assistência social no Brasil, explorando seus fundamentos teóricos, sua evolução histórica e sua relevância na promoção da justiça social. Além disso, a reflexão sobre a aplicação desses conhecimentos na prática profissional foi fundamental na compreensão dos desafios e possibilidades enfrentados pelos assistentes sociais em seu cotidiano de trabalho.
Em síntese, a pesquisa contribuiu para o desenvolvimento do conhecimento sobre a política de assistência social e o trabalho dos assistentes sociais, permitindo uma reflexão crítica sobre os rumos e desafios dessa área tão importante para a garantia dos direitos e da dignidade humana.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No presente artigo, foi possível refletir sobre os princípios, diretrizes e desafios da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e a relação com o trabalho dos Assistentes Sociais. A compreensão desses temas proporcionou uma visão ampliada sobre a importância da assistência social na promoção da justiça social e na garantia dos direitos fundamentais dos cidadãos.
Ao confrontar as diferentes perspectivas teóricas e práticas apresentadas pelos diversos autores, foi possível identificar não apenas os desafios enfrentados pelos profissionais da assistência social, mas também as potenciais soluções e recomendações para lidar com esses desafios.
Os objetivos gerais e específicos estabelecidos para este trabalho foram alcançados, permitindo uma análise crítica sobre a política de assistência social e o papel dos Assistentes Sociais. O método utilizado foi adequado para realizar os procedimentos necessários, fornecendo uma base sólida para a análise e interpretação dos dados.
A bibliografia consultada correspondeu às expectativas, fornecendo uma ampla gama de informações e perspectivas sobre o tema em questão. No entanto, é importante reconhecer que o campo da assistência social é dinâmico e sujeito a constantes mudanças, portanto, recomenda-se uma atualização contínua das fontes de pesquisa para acompanhar essas transformações.
Diante das reflexões realizadas neste trabalho, é evidente a necessidade de investimentos em políticas públicas efetivas e na valorização dos profissionais da assistência social para superar os desafios enfrentados na implementação da PNAS e na oferta de serviços socioassistenciais de qualidade. Recomenda-se uma maior integração entre os diferentes atores envolvidos na assistência social, incluindo gestores públicos, profissionais da área e a sociedade civil, para promover uma abordagem mais integrada e colaborativa na resolução dos problemas identificados.
Em suma, este trabalho contribuiu para uma compreensão mais aprofundada da política de assistência social e do trabalho dos Assistentes Sociais, destacando a importância de uma abordagem integrada e colaborativa para enfrentar os desafios e promover a justiça social e a garantia dos direitos humanos.
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