REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11194498
Priscila Guimarães Matos Maceió1
RESUMO
O artigo aborda a vida e o trabalho de Carl Rogers, um renomado psicólogo e teórico da psicologia humanista. Rogers é conhecido por sua abordagem centrada na pessoa, que enfatiza a importância da aceitação incondicional, empatia e congruência na relação terapêutica. Sua teoria destaca o potencial humano para o crescimento e a autoatualização, enfatizando a importância do autoconceito e da autenticidade.
Palavras-chave: Carl Rogers. Abordagem Centrada na Pessoa. Terapia centrada no cliente. Teoria humanista Autoconceito. Empatia. Aceitação incondicional. Autenticidade.
INTRODUÇÃO
O presente estudo propõe-se a realizar uma revisão de literatura sobre o plantão psicológico sob a perspectiva da abordagem centrada na pessoa, desenvolvida por Carl Rogers. Nesse sentido, a abordagem de Carl Rogers se destaca por enfatizar a importância da empatia, congruência e aceitação incondicional como elementos essenciais para promover o crescimento e a mudança positiva nos indivíduos.
Carl Rogers foi um dos principais expoentes da psicologia humanista e seu trabalho influenciou significativamente a prática clínica e o desenvolvimento de abordagens terapêuticas contemporâneas. Sua abordagem centrada na pessoa busca promover um ambiente de aceitação e compreensão, no qual o cliente se sinta genuinamente ouvido e acolhido. No contexto do plantão psicológico, esses princípios podem ser fundamentais para estabelecer uma relação de ajuda eficaz e empática com os indivíduos que buscam apoio emocional em momentos de crise.
Ao revisar a literatura existente sobre o plantão psicológico à luz dos princípios da abordagem centrada na pessoa de Carl Rogers, busca-se não apenas compreender as contribuições teóricas desse modelo para a prática do atendimento emergencial, mas também identificar possíveis desafios e oportunidades para a aplicação desses princípios no contexto contemporâneo da psicologia clínica.
Dessa forma, esta revisão de literatura visa aprofundar o diálogo entre a abordagem de Carl Rogers, explorando as potencialidades e os desafios dessa integração e destacando a relevância de uma atuação sensível e humanizada no contexto do atendimento psicológico.
VIDA E OBRA DE CARL ROGERS
Carl Rogers (1902-1987) foi um psicólogo americano influente e uma das figuras mais proeminentes da psicologia humanista. Ele é mais conhecido por desenvolver a Abordagem Centrada na Pessoa, também conhecida como Terapia Centrada no Cliente, uma abordagem terapêutica que enfatiza a importância do terapeuta fornecer um ambiente de aceitação incondicional, empatia e congruência para facilitar o crescimento e autorrealização do cliente.
Rogers nasceu em Oak Park, Illinois, e desde cedo mostrou interesse em ajudar os outros. Ele obteve seu doutorado em psicologia clínica pela Universidade de Columbia em 1931. Ao longo de sua carreira, Rogers trabalhou como psicoterapeuta, professor e pesquisador, influenciando profundamente a psicologia moderna.
Sua abordagem humanista da psicologia contrastava com as abordagens mais tradicionais e focadas na doença mental. Rogers acreditava que os indivíduos têm uma tendência inata para a autorrealização e o crescimento pessoal, e que o terapeuta deve fornecer um ambiente de suporte e aceitação para que esses processos possam ocorrer.
Além de sua contribuição para a psicologia clínica, Rogers também fez importantes avanços na psicologia da educação, defendendo uma abordagem centrada no aluno que valorizava a autonomia, a autenticidade e o respeito mútuo entre professores e alunos.
Ao longo de sua vida, Carl Rogers publicou inúmeros livros e artigos acadêmicos, incluindo “Tornar-se Pessoa” e “Psicoterapia e Consultoria Psicológica”. Sua influência na psicologia e na prática clínica ainda é sentida até hoje, e sua abordagem centrada na pessoa continua a ser estudada e aplicada por terapeutas e profissionais de saúde mental em todo o mundo.
A TEORIA CENTRADA NA PESSOA
A teoria de Carl Rogers, conhecida como “Teoria Centrada na Pessoa”, é uma abordagem humanista e fenomenológica da psicologia que enfatiza a importância da aceitação incondicional, empatia e congruência por parte do terapeuta no processo terapêutico. Rogers acreditava que os indivíduos têm uma tendência inata para a autorrealização e o crescimento pessoal, e que o papel do terapeuta é proporcionar um ambiente facilitador para que esses processos ocorram.
Em termos de diversos estudos e pesquisas têm destacado a eficácia da abordagem centrada na pessoa em diversos contextos terapêuticos, incluindo a psicoterapia individual, de grupo e familiar. Muitos estudos mostraram que a empatia e a aceitação incondicional por parte do terapeuta estão correlacionadas com melhores resultados terapêuticos, como a melhoria da autoestima, do bem-estar psicológico e do funcionamento global do indivíduo.
De acordo com FEIST, 2015: “A tendência formativa diz que toda matéria, orgânica e inorgânica , tende a se desenvolver de forma simples para formas mais complexas”.
Ainda conforme com a FEIST: “Existem obstáculos ao crescimento psicológico quando uma pessoa experimenta condições de valor, incongruência, defesas e desorganização.”
Em relação a um ponto da atualidade que pode ser relacionado à teoria de Carl Rogers, pode se mencionar a crescente ênfase e reconhecimento da importância da saúde mental e do bem-estar emocional na sociedade contemporânea. Cada vez mais pessoas estão buscando ajuda psicológica para lidar com questões como ansiedade, depressão, estresse e relacionamentos interpessoais, e abordagens terapêuticas baseadas nos princípios da abordagem centrada na pessoa, como a terapia centrada no cliente, continuam sendo relevantes e eficazes para atender a essas demandas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A revisão de literatura realizada sobre a integração da abordagem centrada na pessoa de Carl Rogers revelou importantes insights e reflexões acerca da aplicação dos princípios rogerianos na prática do atendimento emergencial. A partir da análise dos estudos revisados, é possível destacar algumas considerações finais que ressaltam a relevância e os desafios dessa integração:
1. Ênfase na relação terapêutica: A abordagem de Carl Rogers enfatiza a importância da relação terapêutica como elemento central no processo de ajuda psicológica. No contexto do plantão psicológico, a capacidade de estabelecer uma conexão empática e genuína com o indivíduo em crise torna-se fundamental para promover a expressão emocional e a busca por soluções construtivas.
2. Aceitação incondicional e respeito pela autonomia: Os princípios da aceitação incondicional e do respeito pela autonomia do cliente, fundamentais na abordagem rogeriana, podem contribuir para a promoção de um ambiente de acolhimento e segurança no plantão psicológico. O reconhecimento da singularidade e da dignidade do indivíduo favorece a construção de uma relação de confiança e respeito mútuo.
3. Desafios da prática emergencial: Apesar dos benefícios teóricos da abordagem centrada na pessoa no contexto do plantão psicológico, a natureza emergencial e pontual desse tipo de atendimento pode representar desafios específicos para a aplicação desses princípios. A necessidade de intervenções rápidas e eficazes nem sempre se alinha com a ênfase rogeriana na escuta atenta e na reflexão cuidadosa.
4. Formação e supervisão profissional: A formação e a supervisão dos profissionais que atuam em plantões psicológicos são aspectos-chave para garantir a qualidade e a eficácia do atendimento prestado. A integração dos princípios da abordagem centrada na pessoa de Carl Rogers no processo formativo dos psicólogos pode contribuir para o desenvolvimento de competências relacionadas à empatia, congruência e aceitação incondicional.
5. Perspectivas futuras: Considerando a complexidade e a diversidade das demandas presentes nos atendimentos de plantão psicológico, futuras pesquisas podem explorar de forma mais aprofundada a aplicação prática dos princípios rogerianos nesse contexto, bem como investigar os resultados e impactos dessa abordagem na saúde mental e no bem-estar dos indivíduos atendidos.
Enfim, a revisão de literatura realizada evidencia o potencial da integração da abordagem centrada na pessoa de Carl Rogers. A valorização da subjetividade, da autenticidade e do respeito pelo outro, princípios fundamentais da abordagem rogeriana, pode contribuir significativamente para a promoção do acolhimento e da escuta empática nos momentos de crise.
Diante dos desafios e oportunidades identificados nesta revisão de literatura, torna-se evidente a importância de uma reflexão contínua sobre as práticas de plantão psicológico à luz dos princípios da abordagem de Carl Rogers. A busca por uma integração criativa e responsiva entre a teoria e a prática clínica pode enriquecer o repertório de estratégias e intervenções disponíveis para os profissionais que atuam nesse campo, favorecendo uma atuação mais humanizada e eficaz.
Por fim, a presente revisão destaca a relevância de considerar a singularidade de cada indivíduo e a complexidade de suas experiências. A abordagem centrada na pessoa de Carl Rogers oferece um referencial teórico valioso para a compreensão e a prática do atendimento de emergência, convidando os profissionais a cultivar a empatia, a autenticidade e o respeito incondicional como pilares essenciais no cuidado da saúde mental.
REFERÊNCIAS
FEIST, Jess; ROBERT, Tomi -Ann, Teorias da Personalidade. 8 ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.
HELL, Calvin S. Teorias da personalidade. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
SCHUTZ, Duane P. Teorias da personalidade. 3 ed. São Paulo. Cengage Learning, 2016. Biografia de Carl Rogers resumida | Carl Rogers, Psicologia humanista e abordagem centrada na pessoa. https://www.youtube.com/watch?v=3Ovdhi7l4Mc acesso em 19 de março de 2024.
1Acadêmica do terceiro semestre de psicologia