REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202506100950
Nilma Menezes de Oliveira
Amauri Siqueira da Silva
Suzana Gusmão Lima
RESUMO
Este artigo teve como objetivo discutir a prática do profissional de Educação Física no ensino integral público, tomando como referência o Ceti Elisa Bessa Freire, em Manaus-AM. A pesquisa destacou a relevância da formação continuada dos professores para o aprimoramento da atuação pedagógica na área, especialmente no que tange ao conhecimento específico da Educação Física, oriundo tanto de pesquisas básicas quanto aplicadas. Observou-se, com base na literatura consultada, que os cursos de formação profissional, nos moldes atuais, ainda apresentam limitações, pois tendem a privilegiar o ensino de habilidades motoras voltadas para modalidades esportivas, em detrimento da compreensão mais ampla do fenômeno Movimento Humano e suas implicações no processo educativo. Defendeu-se que o profissional da área deve fundamentar suas práticas com base no conhecimento científico e não apenas em experiências empíricas, sobretudo diante dos desafios impostos pelo ensino integral. O estudo teve como objetivos específicos: compreender a importância das aulas de Educação Física no ensino fundamental; identificar os benefícios proporcionados aos alunos; e entender a relação entre educação e lazer no processo ensino-aprendizagem. A pesquisa adotou uma abordagem qualitativa e quantitativa, com delineamento de estudo de caso e corte transversal. Para a coleta de dados, utilizou-se um questionário com seis questões aplicadas aos alunos. Os resultados apontaram para a necessidade de articulação entre escola e universidade como alternativa para o desenvolvimento de professores com perfil para atuar no ensino integral. Concluiu-se que, embora ainda haja divergências na área sobre essa temática, os achados contribuíram para ampliar a compreensão sobre as exigências da formação profissional em Educação Física na contemporaneidade.
Palavras chaves: Educação Física, Escola de Tempo Integral e Formação de Professores
RESUMEN
Este artículo tuvo como objetivo discutir la práctica del profesional de Educación Física en la enseñanza integral pública, tomando como referencia el Ceti Elisa Bessa Freire, en Manaus-AM, Brasil. La investigación destacó la relevancia de la formación continua de los docentes para el perfeccionamiento de su actuación pedagógica en el área, especialmente en lo que respecta al conocimiento específico de la Educación Física, proveniente tanto de investigaciones básicas como aplicadas. Se observó, con base en la literatura consultada, que los cursos de formación profesional, en sus modelos actuales, aún presentan limitaciones, ya que tienden a privilegiar la enseñanza de habilidades motoras centradas en modalidades deportivas, en detrimento de una comprensión más amplia del fenómeno del Movimiento Humano y sus implicaciones en el proceso educativo. Se defendió que el profesional del área debe fundamentar sus prácticas en el conocimiento científico y no únicamente en experiencias empíricas, especialmente ante los desafíos que impone la enseñanza integral. El estudio tuvo como objetivos específicos: comprender la importancia de las clases de Educación Física en la enseñanza fundamental; identificar los beneficios que estas clases ofrecen a los alumnos; y entender la relación entre educación y ocio en el proceso de enseñanza-aprendizaje. La investigación adoptó un enfoque cualitativo y cuantitativo, con un diseño de estudio de caso y corte transversal. Para la recolección de datos, se utilizó un cuestionario con seis preguntas aplicado a los alumnos. Los resultados señalaron la necesidad de una articulación entre la escuela y la universidad como una alternativa para el desarrollo de docentes con el perfil adecuado para actuar en la enseñanza integral. Se concluyó que, aunque aún existen divergencias en el área sobre esta temática, los hallazgos contribuyeron a ampliar la comprensión sobre las exigencias de la formación profesional en Educación Física en la contemporaneidad.
Palabras clave: Educación Física, Escuela de Tiempo Integral y de Formación Docente
1. INTRODUÇÃO
A educação tem se destacado como uma das áreas que mais enfrenta desafios em uma sociedade em constante transformação. A formação inicial de professores, muitas vezes, restringe-se a práticas pedagógicas dissociadas da realidade profissional, o que dificulta a construção de novas formas de ensinar e repensar o papel da aula, da escola e do processo educativo.
No campo da Educação Física, emergem inquietações relacionadas à prática pedagógica cotidiana, especialmente nas escolas públicas de ensino integral. Muitos dos desafios enfrentados nessa área têm origem nas experiências anteriores à formação profissional, marcadas por vivências esportivas, escolares e interpessoais que moldam valores, crenças e expectativas sobre a docência.
Observa-se uma incongruência entre a identidade técnico-desportiva tradicional — centrada na promoção da atividade física e da saúde — e a necessidade de compreender a Educação Física como prática educativa. Essa tensão se reflete na organização do trabalho docente e na abordagem dos conteúdos, provocando conflitos conceituais e atitudinais no exercício profissional.
A atuação dos professores é, por vezes, solitária e marcada pela responsabilização individual frente às dificuldades, além de impactada pelos desafios do início da carreira, pelos limites dos conhecimentos adquiridos e pela complexidade inerente à formação dos alunos. Diante desse cenário, um dos grandes desafios das universidades públicas é formar educadores aptos ao ensino básico, comprometidos com a cidadania e com a formação técnico-científica e cultural dos estudantes.
A presente dissertação propõe uma investigação sobre a prática docente dos professores de Educação Física no contexto do ensino integral, considerando o compromisso dessa modalidade com a formação integral das novas gerações. A globalização e as novas tecnologias têm modificado as formas de interação social, e a jornada escolar em tempo integral busca integrar saberes tradicionais, artísticos e sociais, promovendo a cidadania e a criatividade.
Nesse sentido, o planejamento pedagógico torna-se essencial para garantir a coerência e a continuidade do trabalho escolar, atendendo às necessidades físicas, psicológicas e sociais dos estudantes. Isso exige que o professor domine diferentes metodologias de ensino dos esportes, reflita sobre suas abordagens e alinhe sua prática aos objetivos educacionais da formação integral.
Ser professor, em qualquer nível, é uma tarefa complexa e frequentemente desvalorizada. Entre os objetivos específicos desta pesquisa, destacam-se: (1) identificar e analisar os desafios enfrentados pelos professores durante a implementação da proposta curricular;
(2) descrever as aprendizagens docentes decorrentes dessa proposta; e (3) reconhecer, a partir das narrativas dos entrevistados, os saberes considerados essenciais à formação do professor de Educação Física.
Essas reflexões contribuem para a formulação de propostas de formação continuada e ações de capacitação docente.
A partir da década de 1980, a Educação Básica brasileira passou por importantes reformulações impulsionadas pela democratização do país. A escola, antes elitizada, tornou-se um direito de todos. No entanto, persistem problemas como evasão escolar, baixa qualidade do ensino e desvalorização do magistério, agravados por reformas que desconsideram as necessidades estruturais da educação: formação precária de professores, baixos salários, currículos rígidos e gestão verticalizada.
A ausência de políticas eficazes e o descaso com regiões isoladas contribuem para a permanência de altos índices de analfabetismo e baixa escolaridade. A educação, embora comece na família, consolida-se na escola como elemento essencial ao desenvolvimento social e econômico. Contudo, seu potencial transformador tem sido negligenciado por instâncias governamentais.
Neste contexto, é urgente uma mudança estrutural liderada por educadores comprometidos com a transformação social. O professor de Educação Física, em especial, enfrenta inúmeras dificuldades no ambiente escolar, muitas vezes levando à desmotivação e à adoção de práticas pedagógicas fragmentadas. Superar tais desafios requer uma análise crítica do ensino da disciplina e a implementação de propostas inovadoras, como vêm sendo discutidas por pesquisadores da área nas últimas décadas.
Desde o final dos anos 1970, a Educação Física tem passado por uma transição teórico-prática, impulsionada pela pós-graduação, produção científica e novas abordagens, como a Psicomotricidade, o Construtivismo e as propostas críticas. Tais correntes visam romper com o modelo mecanicista e articular as múltiplas dimensões do ser humano. Apesar dos avanços acadêmicos, a prática docente ainda se mostra influenciada por referenciais tecnicistas e esportivistas.
Embora muitos professores reconheçam a necessidade de superar posturas autoritárias e o ensino restrito a modalidades específicas, ainda enfrentam dificuldades na escolha de conteúdos e metodologias. Em consequência, algumas aulas se tornam improvisadas e desestruturadas, sendo incorretamente classificadas como “recreacionistas”. Falta uma formação que favoreça a substituição de modelos ultrapassados por propostas que integrem os alunos à cultura corporal do movimento, promovendo sua participação crítica, transformação e reprodução dessa cultura.
A Educação Física deve contribuir para a construção da cidadania crítica e para a melhoria da qualidade de vida. Para tanto, o diagnóstico dos fatores que dificultam esse processo deve ser prioridade nas políticas públicas, com o envolvimento ativo da comunidade acadêmica e escolar. Valorizar o contexto real do ensino aprendizagem é fundamental para que a pesquisa acadêmica se torne uma ferramenta de transformação efetiva.
Historicamente, a Educação Física no Brasil foi marcada por preconceitos e uma formação voltada ao esporte, o que comprometeu sua legitimidade como área de conhecimento. Por muito tempo, os cursos de Licenciatura formaram mais técnicos desportivos que professores. Nas últimas décadas, essa realidade começou a mudar, impulsionada pela produção de novos saberes e pelas exigências do campo profissional.
Atualmente, a Educação Física busca consolidar sua identidade acadêmica com base no estudo do movimento humano e suas implicações para o desenvolvimento integral. Essa perspectiva exige um corpo de conhecimentos que justifique e oriente a prática corporal nos diversos contextos de atuação, promovendo uma docência consciente, crítica e fundamentada.
1.1. PROBLEMA
Quais os benefícios que oferecem aos alunos as aulas práticas de Educação Física aplicada pelos professores de Ensino Fundamental na Escola Estadual de Tempo Integral Elisa Bessa Freire na cidade de Manaus-AM?
1.2. OBJETIVO GERAL
O objetivo desta pesquisa foi discutir a prática do profissional de Educação Física no Ensino Integral do Ceti Elisa Bessa Freire na cidade de Manaus-AM com alunos de 6º a 9º anos.
1.3. JUSTIFICATIVA
A ideia desta pesquisa surgiu a partir da constatação de que muitas investigações na área da Educação Física comparam a atuação dos professores a um modelo ideal de ensino, desconsiderando, em grande parte, a realidade enfrentada no cotidiano escolar.
Diante disso, a finalidade deste estudo foi justificar a importância das aulas práticas de Educação Física no Ensino Fundamental, evidenciando os benefícios proporcionados aos alunos da Escola Estadual de Tempo Integral Elisa Bessa Freire, em Manaus-AM.
Considerou-se essencial valorizar e compreender as limitações e possibilidades que caracterizam o contexto do ensino-aprendizagem da disciplina, a fim de construir propostas de intervenção significativas e alinhadas à realidade dos professores (CAPARROZ, 2001).
Dessa forma, a produção de conhecimento acadêmico deixa de assumir um caráter impositivo, passando a ser construída com base nas necessidades concretas da prática pedagógica. Espera-se, assim, alcançar melhorias nos resultados de ensino e aprendizagem, fundamentadas em autores da área e voltadas à promoção de uma Educação Física de maior qualidade.
2. METODOLOGIA
A pesquisa adotou uma abordagem qualitativa e quantitativa, por meio de um estudo de caso descritivo, visando compreender e interpretar fenômenos observados na Escola Estadual de Tempo Integral Elisa Bessa Freire, localizada em Manaus-AM. Segundo Rudio (1991) e Rampazzo (2004), esse tipo de investigação permite observar, descrever, classificar e interpretar fatos sem interferência direta do pesquisador, sendo ideal para a análise do cotidiano escolar.
A escola, fundada em 2011, atende cerca de mil alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e conta com boa infraestrutura: salas de aula, biblioteca, auditório, refeitórios, quadras esportivas, piscina, campo e salas especializadas. O corpo docente é composto por 43 professores, entre efetivos e temporários, e uma equipe de apoio com monitores, coordenadores e funcionários.
Durante as visitas de observação, destacou-se a estrutura da escola e o potencial para o ensino da Educação Física. Foram acompanhadas as aulas entre 2011 e 2013, observando-se o perfil de quatro professores da disciplina. A maioria era jovem e estava em estágio probatório. Identificou-se que alguns professores não possuíam o perfil ideal para a escola, devido à falta de comprometimento, planejamento ou qualificação adequada, o que comprometia a aprendizagem dos alunos. Por outro lado, uma professora foi elogiada por seu empenho, criatividade e dedicação, seguindo o plano de ensino com seriedade e participando ativamente das atividades escolares.
As observações mostraram ainda que as turmas, principalmente dos 6º anos, eram grandes e heterogêneas em idade, o que exigia maior preparo dos professores. Em anos anteriores, a disciplina foi prejudicada por docentes despreparados, com aulas improvisadas e sem planejamento, reforçando a importância de profissionais comprometidos e qualificados para garantir uma Educação Física de qualidade.
2.1. COLETA DE DADOS
A coleta de dados iniciou-se em 3 de junho de 2011, com a entrega do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido aos professores, para que repassassem aos alunos selecionados. No mesmo dia, apresentei aos quatro professores os objetivos da pesquisa, a proposta metodológica e como seria sua participação, momento em que também assinaram o termo de consentimento. A pesquisa utilizou técnicas bibliográficas e de campo: a bibliográfica baseou-se em livros, artigos, revistas e fontes eletrônicas para fundamentação teórica; a de campo incluiu observações das aulas de Educação Física e aplicação de um questionário com seis questões, abertas e fechadas, direcionadas a professores e alunos do Ensino Fundamental, com foco em práticas lúdicas. Foram utilizados apenas papel e caneta para os registros, e os dados coletados subsidiaram a análise documental conforme as legislações vigentes.
Tabela 1. Dados da Pesquisa
2.1.2. Técnicas de pesquisa para obtenção dos dados
A coleta de dados junto aos alunos do 6º ao 9º ano foi realizada por meio de um questionário com seis questões, abertas e fechadas. Considerando que cada professor leciona para uma série específica, foram selecionados 100 alunos no total: 30 dos 6º anos, 20 dos 7º anos, 30 dos 8º anos e 20 dos 9º anos.
2.2. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
Para análise dos resultados, aplicou-se um questionário de 06 questões voltado para a prática das aulas de Educação no cotidiano do dia-a-dia dos alunos.
Gráfico 1. Os problemas das aulas de Educação Física são semelhantes as demais disciplinas?
A pesquisa mostrou que 70% dos alunos consideram que os problemas enfrentados nas aulas de Educação Física são semelhantes aos das demais disciplinas, enquanto 30% discordam. Isso indica uma percepção generalizada de que os desafios educacionais não são específicos de uma área, mas refletem um cenário mais amplo na escola.
Segundo Darido (2003), várias abordagens pedagógicas têm sido propostas para a Educação Física, baseadas em diferentes áreas do conhecimento, como psicologia, sociologia e filosofia. Todas essas abordagens buscam uma formação integral do aluno, considerando suas múltiplas dimensões.
Contudo, os resultados revelam que a permanência de práticas pedagógicas ultrapassadas e a falta de atualização docente são fatores recorrentes. Os alunos percebem que muitos professores não acompanham as mudanças sociais e tecnológicas, o que contribui para a desmotivação nas aulas, especialmente quando estas se resumem à exposição teórica e pouco envolvimento prático.
Brasil (1997) propõe que as aulas de Educação Física abordem três dimensões:
Conceitual (informações e princípios),
Procedimental (prática e tomada de decisões),
Atitudinal (valores, regras e condutas).
Essas dimensões, quando integradas, podem tornar o ensino mais significativo, despertando o interesse dos alunos e contribuindo para sua formação completa. Portanto, os dados indicam que os principais problemas enfrentados nas aulas decorrem da necessidade de inovação pedagógica, maior preparo docente e valorização de práticas que envolvam os estudantes de forma ativa e crítica.
Gráfico 2. Marque um ―X‖ nos principais obstáculos, a seu ver, que o professor enfrenta para a realização de boas aulas na Educação Física:
A análise dos dados revela que 32% dos alunos apontam o desinteresse por novos conteúdos como o principal obstáculo para o êxito das aulas de Educação Física, seguido pela relação professor-aluno (18%), falta de espaço físico (15%), grande número de alunos por turma (13%), falta de materiais (12%) e, por fim, atividades paralelas (10%).
Os alunos percebem que os desafios enfrentados na Educação Física são semelhantes aos das demais disciplinas, destacando a necessidade de atualização e qualificação dos professores, além da importância de metodologias inovadoras e participativas.
Apesar de existirem limitações estruturais, como espaço e materiais, a pesquisa sugere que a maior parte das dificuldades decorre da falta de planejamento, organização e envolvimento docente. Também se evidencia que alunos valorizam práticas criativas, conteúdos diversificados e maior interação nas aulas.
A conclusão aponta que as mudanças necessárias no ensino da Educação Física devem partir da postura dos próprios professores, que precisam refletir sobre suas práticas, atualizar-se continuamente e buscar uma educação mais significativa e motivadora para os estudantes.
Gráfico 3. Nas aulas de Educação Física, você aprende?
Conforme os dados da pesquisa, 20% dos alunos afirmaram que aprendem tudo o que é transmitido nas aulas de Educação Física, 30% disseram que aprendem quase tudo, e 50% relataram não aprender nada, pois as aulas se resumem a jogar bola.
Além disso, foi identificado que apenas uma professora, entre os quatro docentes do Ceti, segue rigorosamente a proposta curricular da Educação Física no ensino fundamental. Esses dados indicam que a maioria dos alunos não percebe aproveitamento pedagógico nas aulas, o que evidencia falhas no planejamento, na diversidade de conteúdos e no compromisso com os objetivos educacionais da disciplina.
Esses resultados revelam que a Educação Física escolar ainda enfrenta desafios relacionados à aplicação prática do currículo, à variedade de conteúdos abordados e ao compromisso pedagógico por parte dos professores.
Gráfico 4. As aulas de Educação Física seriam melhores se fosse:
Dos alunos entrevistados, 60% preferem aulas de Educação Física todos os dias, 25% três vezes por semana e 15% duas vezes por semana. Esse resultado evidencia a valorização da disciplina pelos alunos e o desejo por maior frequência das aulas, refletindo a importância atribuída à prática regular de atividades físicas no ambiente escola.
Gráfico 5. Qual a atividade/esporte que você mais gosta?
Conforme o gráfico, 60% dos alunos preferem modalidades coletivas, 20% gostam de todas, 10% preferem atividades individuais e 10% optam por práticas lúdicas.
O resultado evidencia a predominância do interesse dos alunos por esportes coletivos, reforçando a importância de planejar aulas que explorem essa preferência, promovendo não apenas o desenvolvimento técnico, mas também competências como trabalho em equipe, tomada de decisões e resolução de problemas.
Gráfico 6. Existe diferença nas aulas de Educação Física numa escola integral ou escola regular?
O gráfico mostra que 60% dos alunos preferem a escola de tempo integral, enquanto 40% optam pela escola regular.
A preferência pelo modelo integral indica que os alunos valorizam o maior tempo de permanência na escola, com acesso a atividades diversificadas e acompanhamento mais individualizado. Essa modalidade favorece a interação entre diferentes faixas etárias, desenvolvimento social e ampliação de experiências educacionais.
O dado reforça a importância da organização pedagógica e do apoio familiar para que a escola integral atinja seus objetivos, indo além da simples extensão do tempo de permanência dos alunos na instituição.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo desta pesquisa foi discutir a prática do profissional de Educação Física no Ensino Integral do Ceti Elisa Bessa Freire na cidade de Manaus-Am com alunos de 6º a 9º anos. A partir dessa investigação, foi possível identificar que o papel desse profissional vai além das aulas tradicionais, assumindo uma função pedagógica mais ampla dentro da proposta do ensino integral.
Observou-se que a atuação do professor de Educação Física contribui significativamente para o desenvolvimento integral dos alunos, favorecendo não apenas a dimensão corporal, mas também aspectos emocionais, sociais e cognitivos. As atividades propostas nas aulas, quando planejadas de forma intencional e alinhadas ao projeto político-pedagógico da escola, promovem maior engajamento, cooperação entre os estudantes e incentivo à adoção de hábitos saudáveis.
Além disso, a pesquisa revelou a importância do planejamento interdisciplinar, da formação continuada e do apoio institucional para que o profissional de Educação Física possa desenvolver sua prática com eficácia no contexto do ensino integral. Conclui-se, portanto, que sua presença é fundamental para consolidar uma educação que valorize o ser humano em sua totalidade, contribuindo para a formação de cidadãos mais conscientes, críticos e participativos.
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