REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202510310241
Carolina Medeiros Gonçalves de Araújo Fernandes
Kássia Myreille Machado
Lucas Maciel Mota
Marilene de Sousa Bezerra
Nilma Lopes da Silva
Odirlene Maria da Silva
Suelma Soares Souza da Mata
RESUMO:
O presente trabalho levanta o tema a educação infantil e sua importância para identificar o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, cujo casos acontecem nesta etapa de ensino e muitas vezes são descobertos mais tarde em outra modalidade de ensino. Ressaltando que a Educação Infantil é de extrema importância, pois para que seja investigado o Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ou para que a busca por uma intervenção no processo escolar também seja mais cedo e mais constante na vida da criança que comprovada com tal diagnóstico; a criança deve ser inserida nesta modalidade, pois as etapas de ensino quando percorridas de maneira normal o desenvolvimento da criança é apresentado também de forma que deve ser e neste percurso são detectados as intercorrências que são normais ou atípicas. Identificando também os papéis de todos interessados em desenvolver as competências e habilidades que fazem parte do processo na Educação Infantil e garantindo assim efetivamente e respeitando o desenvolvimento da criança dentro de sua particularidade, se comprovado tal transtorno já nesta modalidade.
Palavra-chave: Educação Infantil, importância, Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, desenvolvimento.
ABSTRACT:
This study addresses the theme of early childhood education and its importance in identifying attention deficit hyperactivity disorder (ADHD), cases of which occur at this stage of education and are often discovered later in another educational setting. It emphasizes that Early Childhood Education is extremely important, as it allows for the investigation of ADHD or the pursuit of interventions in the school process to occur earlier and more consistently in the child’s life once such a diagnosis is confirmed. The child should be enrolled in this educational stage because when the stages of education are completed normally, the child’s development progresses as it should, and along this path, the occurrences—whether typical or atypical—are detected. It also identifies the roles of all stakeholders in developing the competencies and skills that are part of the Early Childhood Education process, thus ensuring its effectiveness and respecting the child’s development within their particularity, if such a disorder is already confirmed in this modality.
Keywords: Childhood Education, importance, disorder attention deficit hyperactivity disorder, developmental disabilities.
1. INTRODUÇÃO
Ressaltando a importância da Educação Infantil para o desenvolvimento de atividades que venham atender o desenvolvimento correto das crianças que ali ingressam e também por ser a primeira instância da criança na vida escolar percebeu-se que o aparecimento de estudantes com o TDAH-Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é grande, porém sua comprovação nem sempre é precoce, por se tratar de um tema não muito conhecido por profissionais que não são da área afim. Diante desse problema de aprendizagem que muitas crianças são colocadas de lado e deixadas de canto e não recebem a prática correta pela falta de preparo ou de informação de alguns profissionais que consideram todos alunos iguais, por ser mais fácil lidar com todos de maneira igual e de forma que todos também são iguais.
É neste intervalo que surge a Educação Infantil por ser a primeira etapa escolar da criança, devendo ser então aquela que o educador infantil, tenha mais coerência e coesão com suas práticas, numa ação mais observadora de maneira individual, pois ninguém é igual a ninguém, para então desenvolver competências e habilidades para que o desenvolvimento da criança seja de fato integral e de acordo a sua fase. Sendo assim, muitos educadores por desconhecer de dificuldades de aprendizagem como o TDAH, deixam passar crianças que apresentam sinais desta dificuldade e não correspondendo ao que deveria ser o seu papel de articulador, mediador do processo de ensino aprendizagem na Educação Infantil e também aquele que vai realizar o trabalho conjunto criança/escola/família e ir em busca de promover parcerias que atendam a necessidade da criança de adquirir meios para aprender.
Verificando essa importância da Educação Infantil para o diagnóstico precoce por meio dos sinais que a criança apresenta se tem ou não o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é que foi feita uma pesquisa exploratória acerca deste assunto, com o método quanti-qualitativo e a técnica de entrevista através de um questionário direcionado aos Educadores Infantis de uma determinada escola e sendo este trabalho justificado por observar que muitas crianças ás vezes são diagnosticadas sem comprovação deste transtornos e quando as mesmas apresentam sinais não são valorizadas como tal e recebendo o mesmo trabalho pedagógico que muitas vezes fracassam por não ser o que responde a dificuldade da criança.
Assim este artigo tem como objetivo compreender como é a atuação do docente na Educação Infantil, verificando se as habilidades e competências desenvolvidas estão inseridas nas normas estabelecidas para as crianças de 3 a 5 anos de idade e se atende também as necessidades de quem tem na sua clientela uma criança com esse transtorno já mencionado.
2. EDUCAÇÃO INFANTIL: SUA IMPORTÂNCIA E SUAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
Educação Infantil é a modalidade de ensino que é considerada como a etapa mais importante para o desenvolvimento integral da criança, pois abrange todas as dimensões da mesma em seus aspectos físico, afetivo, psicológico, intelectual e social, mas para que isto aconteça são necessárias que os educadores sejam também responsáveis pela estruturação e organização contínua do ambiente, para favorecer o envolvimento das crianças e desenvolver práticas pedagógicas voltadas para o desenvolvimento de competências e habilidades que são importantes para as crianças de 3 a 5 anos de idade conforme preconiza os parâmetros de qualidade da educação, para realizar o ensino aprendizagem é necessário que o educador tenha como norte, o planejamento respeitando as regras e normas estabelecidas pela Instituição de ensino além de respeitar a fase de desenvolvimento da criança e suas individualidades.
Por ser considerada a primeira etapa da educação a elaboração de propostas educacionais vincula necessariamente a concepções sobre criança, educar, cuidar e aprendizagem, cujos fundamentos devem ser considerados de maneiras explícitas, ter como objetivo o aumento de conhecimento global da criança até cinco anos e a função de complementar a família não a de substituir, sendo assim é necessária à interação entre a escola, família e comunidade, para que juntas possibilitem um bom desenvolvimento para a criança.
O professor é o mediador e articulador das informações ressalvando o vínculo professor-aluno no processo de ensino aprendizagem, que envolve o diálogo, o ensinar, o ouvir, o aprender e o conhecer, trabalhando de maneira adequada com a faixa etária das crianças, com atividades lúdicas, de maneira com que esta contribua com o seu desenvolvimento e auxilia na construção do conhecimento com está escrito no Referencial Curricular Nacional (1998, p. 135):
Para que os projetos educativos das instituições possam, de fato, representar esse diálogo e debate constante, é preciso ter bons professores que estejam comprometidos com a prática educacional, capazes de responder às demandas familiares e das crianças, assim como às questões específicas relativas aos cuidados e aprendizagens infantis.
Como diz Barroso (2010), “Concebemos a aprendizagem como resultado de uma construção pessoal e coletiva, que resulta em compreender, manipular e reconstruir os objetivos do mundo físico e social que cercam as curiosidades e as relações que as crianças estabelecem entre si”.
Portanto, o educador deve conhecer a atitude da criança referente ao agir, falar e pensar, além do potencial de aprendizagem de cada um, levando em conta a sua experiência cultural para aplicar a educação formal a partir do planejamento, pois ao consolidar a individualidade de cada pessoa aumenta o sucesso na inclusão de uma sociedade concreta, cultivando assim valores e costumes adequados para o sucesso do mesmo, que às vezes somente com a estrutura familiar não seria possível tal precedência.
As atividades exercidas na Educação Infantil não têm propósito de apenas acumular crianças em um espaço com o fim de cuidar apenas, é mais profunda a intenção, pois a mesma tem objetivo de subsidiar o que a família começa dando suporte à criança para o seu desenvolvimento integral como destaca Paula (2010):
A proposta da educação infantil não é funcionar como um “cabideiro” e sim fazer com que os educadores aproximem as crianças da linguagem, cultura, afetos e cognição como elementos fundamentais para o desenvolvimento integral da criança, utilizando a imaginação, o raciocínio lógico, a sociabilização e a criatividade.
A família é o primeiro espaço social da criança e a comunidade um dos principais ambientes de convivência social do ser humano, mas é na Educação Infantil que a criança vai adquirir subsídios para o desenvolvimento das suas funções psicológicas, da consciência, da cidadania e dos direitos, pois as atividades são planejadas para dar início à formação de atitudes que os façam compreenderem a realidade.
Segundo o Referencial Curricular apud Rizzo (2006), o educador deve ministrar as aulas baseando-se nos três eixos da educação infantil sendo eles:
- O brincar: Permite o enriquecimento das competências imaginativas e organizacionais infantis, sendo apresentadas nas diferentes formas, brincar com papéis ou faz de conta, jogos de construção e jogos com réguas;
- O movimento: Para a criança desenvolver os aspectos físicos, sociais e emocionais não será necessário que ela participe de uma aula de educação física ou precise de um espaço em que ela possa correr, mas sim que ela participe de rodinhas com seus coleguinhas tendo a presença de um adulto para orientá-las nas atividades, permitindo a troca afetiva, facilitando a comunicação, sustentando a reflexão mental, expressão de ideias, apoiando a construção do sujeito para melhor desenvolver seus aspectos;
- Conhecimento de si e do outro: Quando a qualidade da convivência dentro do grupo é boa à criança aprende a ser autônoma nas capacidades motora, social, intelectual e moral.
Assim as práticas pedagógicas desenvolvidas diariamente têm que ser planejadas de acordo com as necessidades das crianças e sua faixa etária, realizando atividades particulares ou em grupo, livres ou administradas, diversificadas ou exclusivas, fora ou dentro da sala, atividades envolvendo a psicomotricidade como pular, correr, dançar, andar, utilizar os brinquedos como mediador de conhecimento, realizar leituras e contos infantis, trabalhar música, realizar festividades de acordo com as datas comemorativas presentes no calendário escolar, pois desta forma estará trabalhando a cultura, além de realizar atividades gráficas estimulando a criança utilizar a imaginação e a criatividade para expressar seus sentimentos através de desenho, pintura e colagem, ressaltando que o principal papel do professor é ensinar e auxiliar nas atividades realizadas objetivando sempre o desenvolvimento da responsabilidade, da independência e da capacidade de livre escolha da criança para que não ocorra a distração, ou seja, atividades vagas, insignificativas causando a desmotivação do aluno, sendo necessário que o mediador trabalhe de uma forma dinâmica, desenvolvendo uma metodologia significativa e atendendo o desenvolvimento de competências e habilidades que são as premissas da Educação Infantil que como diz Segundo Perrenoud (2002, p.7), competência é “a capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiada em conhecimento, mas sem limitar-se a eles”, ou seja, o educador deve conduzir a criança a ter capacidade de resolver determinado assunto tendo sua própria autonomia. Enquanto que habilidade é como a criança irá resolver determinado assunto, quais estratégias ela utilizará para solucioná-lo. Cabendo ao educador desenvolver por meio de competências direcionadas na qual deve ser desenvolvida a partir de habilidades como, atividades rítmicas e expressivas, desenhos, manuseio com massinha, recorte e colagem, diálogo, dramatização, brincadeira com o espelho, contato com revistas, atividades em grupo, material concreto, classificação, entre outros, favorecendo assim uma aprendizagem significativa e consequentemente evitando o desinteresse do educando nas atividades propostas.
Portanto frente ao desenvolvimento infantil o educador tem que proporcionar experiências diversificadas e enriquecedoras com a finalidade de desenvolver capacidades, habilidades e autoestima, fornecendo a criança uma imagem positiva de si mesma, além de ajudá-la na sociabilização, pois as instituições têm que incorporar de maneira integrada as funções de educar e cuidar proporcionando o desenvolvimento da identidade das crianças por meio de atividades diversas realizadas em situações de interação como destaca Machado (2002, p. 81):
O padrão de qualidade a ser obedecido pela creche passa a incluir critérios pedagógicos de desenvolvimento de competências pelas crianças, além de outros requisitos que uma instituição para a criança deve apresentar: ambiente limpo, organizado, com cuidados físicos também atentamente observados.
Então cabe ao profissional da Educação Infantil ter muita ousadia e criatividade, pois nestes estabelecimentos é grande a diversidade cultural e para serem bem desenvolvidas essas capacidades é necessário, além das estratégias utilizadas, um espaço amplo, acolhedor, divertido, limpo e organizado, enfim propício à finalidade da Educação Infantil, com competências e habilidades pertinentes ao processo desta modalidade e sem fim de promover a criança à etapa seguinte, mas com a intenção de seu desenvolvimento integral na fase em que está inserida é o que fala Tavares (2008):
Todas as atividades realizadas pelos educadores devem ser direcionadas para o desenvolvimento das competências e habilidades nos alunos, dessa forma, as aulas devem ser bem planejadas, mas sem sobrecarrega-los, lembrando que, a educação infantil não tem objetivo de preparar a criança para a modalidade seguinte.
3. EDUCAÇÃO INFANTIL FRENTE AO TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
Cada vez mais cedo, crianças têm sido encaminhadas, diagnosticadas e medicadas como hiperativas e/ou desatentas, como na Educação Infantil. O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade tem sido evocado como justificativa corrente para o fracasso escolar de um número expressivo de crianças, atribuindo-se a elas a responsabilidade por não aprender e isentando de análise a escola e a sociedade nas quais estão inseridas. A situação se torna mais alarmante uma vez que a literatura a respeito aponta dificuldades no diagnóstico e na intervenção sobre esse tipo de transtorno, devidas à falta de clareza sobre o que é esse quadro clínico e em razão da não existência de estudos consistentes acerca das consequências futuras do processo de aquisição do conhecimento nas instituições infantis que tem como clientela crianças diagnosticadas com tal dificuldade.
Esse transtorno nada mais é do que é o termo técnico que descreve um transtorno neurobiológico de causas genéticas, surgido na infância e que, frequentemente, acompanha o indivíduo por toda a sua vida é que muitas vezes família e escola sem entender muito do que se trata mesmo percebendo deixa o problema passar adiante. As crianças com TDAH- Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade são frequentemente acusadas de “não prestar atenção”, mas na verdade elas prestam atenção a tudo. O que não possuem é a capacidade para planejar com antecedência, focalizar a atenção seletivamente e organizar respostas rápida sendo este um problema comum e se caracteriza por dificuldades em manter a atenção, inquietação acentuada (por vezes hiperatividade) e impulsividade. É também chamado de DDA (Disfunção de Déficit de Atenção).
O Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade na infância, dos 6 aos 10 anos, em geral se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com as demais crianças, pais e professores, onde estes não conseguem realizar os vários projetos que planejam e são tidos como “avoados”, “vivendo no mundo da lua”, geralmente “estabanados” e com o “bicho carpinteiro”. Muitas crianças tem um comportamento desafiador e opositivo associado, não respeitam limites e enfrentam ativamente os adultos. É considerado também como um distúrbio biopsicossocial, ou seja, parece haver fortes fatores genéticos, biológicos, sociais e vivenciais, que contribuem para a intensificação desse problema. O TDAH seria, para a criança, uma maneira diferente de pensar, ocasionando graves dificuldades de relacionamento.
A quantidade e o ritmo de movimentos acima do normal também causam dificuldades. A movimentação da criança é tanta que ela precisa ser vigiada o tempo todo, pois corre riscos de se envolver em situações perigosas. A criança hiperativa tem mais energia e menos necessidade de sono e repouso. Geralmente os hiperativos, quando bebês, se mexem muito durante o sono, são estabanados quando começam a andar, podem apresentar um retardo na fala e trocam as letras por um tempo maior que o normal, porém apenas esses sintomas não são suficientes para a definição do quadro de hiperatividade.
Na escola é que a criança hiperativa vai demonstrar as características que definem a doença, como: dificuldade em se concentrar; não conseguir ficar envolvida com uma coisa só; movimentar-se e conversar constantemente. Outro sintoma é a impulsividade, comportamento que se caracteriza por não pensar antes de agir podendo provocar situações perigosas, como atravessar a rua sem antes olhar. As dificuldades na escola não surgem só pela falta de atenção, mas também por distúrbios viso-perceptivos é o destaca Golfeto (1992, p. 12):
Nessa síndrome a criança apresenta dificuldade em discriminar a direita da esquerda, em orientar-se no espaço, em fazer discriminações auditivas e em elaborar sínteses auditivas. Apresenta alterações de memória visual e auditiva. A outra característica importante é a má estruturação do esquema corporal.
As escolas hoje atestam a desculpa do déficit de atenção e hiperatividade para o fracasso do processo de ensino aprendizagem como cita Eidt (2004):
No contexto escolar, a hiperatividade e/ou déficit de atenção apresenta-se como justificativa corrente para o fracasso escolar de um número expressivo de crianças, atribuindo-se a elas a responsabilidade por não aprender e isentando de análise o contexto escolar e social em que estão inseridas.
Levando em consideração a citação de Eidt (2004) é possível afirmar que ainda existem escolas de ensino infantil que não tem pessoas com clareza do que é o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade para identificar crianças que apresentam sintomas dessa dificuldade de aprendizagem para que logo que sejam inseridas num programa de atendimento que venha responder a dificuldade que a criança tem isto é inserir a mesma aos demais e induzir a mesma no processo de desenvolvimento de competências e habilidades que é pertinente ao processo da Educação Infantil.
Existem estudos que diz que toda criança é impulsiva, portanto hiperativa, mas não devem ser homogeneizadas aquelas que realmente têm o problema, pois para diagnosticar é preciso um atendimento com profissionais da área competente num trabalho interdisciplinar a família e a escola que a criança está inscrita foi o que mencionou Juan Vasen (apud Isaías, 2007):
Toda criança que apresenta dificuldades de atenção, que é hiperativa ou impulsiva, não pode ser englobada na classe de TDAH. Essa classificação tornou-se um “balaio de gatos”, pois existe uma forte tendência a homogeneizar, ao invés de identificar. “Por trás dessas crianças que se portam mal pode haver situações de disputa, violência doméstica, mudanças, divórcios”. E, em lugar de indagar sobre o problema, de interpretá-lo, de analisá-lo, este é dissimulado por comprimidos.
Levando em conta o pensamento de Juan Vasen (apud Isaías, 2007), acima citado outros pensadores como Bastos, Thompson e Martinez (2000) dizem que:
A difícil aprendizagem na escola agrava a hiperatividade: se a criança não prospera em seus afazeres, fica desmotivada e com a sua autoestima abalada, sentindo frustração, ocasionando intensa excitação e intensa raiva, até mesmo maiores que as das crianças comuns.
Sendo assim nem toda criança por ser impulsiva tem TDAH e para as que realmente têm cabe ao educador desenvolver atividades que motive, que eleve a autoestima, não frustre e que desenvolva aptidões que estejam intrínsecas ao processo escolar
Falta clareza sobre o que é esse quadro clínico e sobre o que o demarca de outros quadros com sintomas semelhantes, isso é uma questão visível nas instituições escolares, mas que pode ser sanado com auxílio de profissionais pesquisadores que identificam o problema e repassa aqueles que sabem diagnosticar para junto com os Educadores intervir para que a criança que está em fase de desenvolvimento seja inserida as práticas pedagógicas de uma instituição infantil.
Para um trabalho com uma criança que apresenta tal problema na escola é indispensável a participação de todos os envolvidos no processo escolar pois o processo estabelece aprendizado a todos reeducando até as maneiras de encarar como um ser humano adquire conhecimento como diz Falvey e Al. (1995, p. 9): “[…] o aprendizado não é somente para alunos com deficiências, mas para todos os alunos, educadores, pais e membros da comunidade”.
Diante das crianças portadoras de necessidades especiais na Educação Infantil, o Ministério da Educação e Cultura (MEC), em 2001 elaborou o Referencial Curricular Nacional para esta modalidade e dispõe:
- Recursos humanos capacitados em educação especial na educação infantil;
- Formação continuada em instituição comprometida com o movimento de inclusão;
- Realizar levantamento dos serviços e recursos comunitários institucionais, como maternidades, postos de saúde, hospitais, escolas e unidades de atendimento à crianças com necessidades especiais entre outras que possam constituir-se em recursos de apoio, cooperação e suporte;
- Garantir a participação da direção, dos professores, dos pais e das instituições especializadas na elaboração do projeto pedagógico que contemple a inclusão;
- Promover a sensibilização da comunidade escolar, no que diz respeito a inclusão de crianças com necessidades especiais;
- Promover encontros de professores e outros profissionais com objetivo de refletir, analisar e solucionar possíveis dificuldades no processo de inclusão;
- Solicitar suporte técnico ao órgão responsável pela Educação Especial no Estado, no Município ou no MEC. / SEESP;
- Adaptar o espaço físico interno e externo para atender crianças com necessidades especiais, conforme normas de acessibilidade.
A prática pedagógica é uma ação executada pelo educador que é adquirida ao longo de sua formação, portanto a prática do educador que pretende inserir o aluno com déficit de atenção e hiperatividade no processo escolar que atenda de forma integradora suas particularidades deve contemplar além desses conhecimentos a disposição em buscar novas formas de este fazer levando em consideração a diversidade dos educandos e suas particularidades é o que diz Sacristán (1995, p. 77):
[…] as mudanças educativas, entendidas como uma transformação ao nível das ideias e das práticas, não é repentina e nem lineares. A prática educativa não começa do zero: quem quiser modifica-la tem de apanhar o processo “em andamento”. A inovação não é mais do que uma correção de trajetória.
Portanto a prática pedagógica é uma ação docente que por consequência efetiva a formação integral do aluno que apresenta o déficit de atenção e hiperatividade assim como os outros tidos como normais, de forma que essa prática seja uma ação conjunta entre todos os atores envolvidos no processo ensino aprendizagem com a intenção de garantir que todos desenvolvam competências e habilidades do processo da Educação Infantil que são importantes para o seu desenvolvimento integral de maneira que responda seu problema respeitando sua forma de aprender e responder os estímulos que são próprios da aquisição e construção de conceitos próprios ao ser humano.
4. RESULTADOS DA PESQUISA
O presente artigo organizado e realizado acerca do tema a educação infantil e sua importância para identificar o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade foi concebido a partir da elaboração do projeto de pesquisa, onde foi utilizada uma pesquisa exploratória quanti qualitativa, com a observação e levantamento de dados feito por meio de uma entrevista endereçada as professoras de uma escola.
E foram convidadas para o colhimento de dados para a elaboração deste estudo 7 professoras, que foram notificadas do levantamento de informações por meio de uma conversa informal.
Para explanação dos resultados, pensou-se por estabelecer tabelas para análise exploratória acerca das informações elencadas na escola.
Levando em consideração os dados levantados com as professoras as tabelas abaixo notificam que as docentes da instituição não compreende do assunto realmente desconhecem do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, deixaram claro que só mesmo de ouvir falar, mesmo lendo uma coisa aqui e outra ali, pois relataram que para as mesmas essa criança comprovada com essa dificuldade é apenas um aluno a mais no processo escolar e em decorrência dessa falta de leitura e formação no assunto as mesmas ressalvam também que o trabalho pedagógico pode deixar a desejar pois não conhecem e muitos menos há aquele trabalho efetivo, portanto a dificuldade em se trabalhar com esse tipo de problema de aprendizagem é quase zero por não saberem como realiza-lo, deixando também evidente que o trabalho com os envolvidos no processo sendo um trabalho solto e sem sentido para aquelas crianças que acreditam ter o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.
Fato é que foi verificado uma falta de preparo e leitura desses profissionais, além de engajamento em desenvolver aquilo de fato é o objeto de desejo da escola que é a formação integral do indivíduo em um cidadão que saiba mesmo dentro de suas limitações participar e atuar no meio em que vive de maneira crítica e reflexiva. É o que mostra a tabelas abaixo, que apresenta em números essa realidade respondida pelos professores da instituição.
QUESTIONÁRIO DIRECIONADO AS PROFESSORAS:
TABELA I: Função do educador infantil frente a criança com TDAH-Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.

TABELA II: Conhece e identifica o Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade- TDAH.

TABELA III: Maior dificuldade para exercer sua prática diante de uma criança com esse transtorno.

TABELA IV: Papel do educador diante desse problema de aprendizagem junto ao trabalho que realiza com a criança e a família desta.

Portanto, o Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é ainda um assunto de difícil compreensão para os educadores infantis e quando não uma desculpa para o fracasso deste profissional que muitas vezes prefere ficar na sua zona de conforto e busca meios de compreender o assunto e trabalhar com parcerias com a família e profissionais da área que compreendam o tem e o oriente de maneira que o processo escolar tenha êxito.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando a realidade onde foi feito este estudo é fato que o TDAH – Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade ainda é considerado um bicho que sete cabeças que tão cedo vai ser desmistificado ou decifrado pelos profissionais, pois por ser uma dificuldade aprendizagem que requer que o mesmo reveja sua prática e esteja constantemente buscando e inovando suas metodologias e que essa venha de encontro ao que é real e possível para o aluno; é fato que isso está longe de acontecer, devido ao comodismo destes profissionais.
É notório que não é fácil realizar o trabalho pedagógico com essas crianças, mas também não é impossível, desde que todos os interessados no desenvolvimento dessa criança falem a mesma linguagem, façam tudo de acordo a necessidade que a criança enfrenta e trabalhe contemplando todas os aspectos que devem constar numa proposta integradora e de cunho realmente integral ao desenvolvimento da criança na Educação Infantil, respondendo assim o desenvolvimento de competências e habilidades que fazem parte dessa modalidade de ensino.
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