VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: CAUSAS, IMPACTOS E INTERVENÇÕES

OBSTETRIC VIOLENCE IN NURSING CARE: CAUSES, IMPACTS AND INTERVENTIONS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11316879


Ana Raquel da Silva1; Claudia Izabelle Ferreira2; Matheus Vinícius Ferreira da Silva3; Maria Roseane dos Santos Penha4


Resumo

Introdução: A violência obstétrica é um problema de saúde pública significativo. A abordagem humanizada no atendimento às gestantes é garantida por legislação específica, contudo muitas mulheres enfrentam situações de violência durante o parto, sem receber apoio psicológico ou jurídico adequado. Objetivo geral: Analisar a prestação da assistência de enfermagem diante da violência obstétrica, suas causas e impactos e possíveis intervenções. Métodos: Revisão integrativa da literatura, realizada nas bases de dadosBiblioteca Virtual de Saúde -BVS, Scientific Electronic Library – SciElo e Google acadêmicoutilizando-se os descritores: Enfermagem, Gestante, Violência obstétrica, Humanização. Resultados: O enfermeiro desempenha um papel crucial na prevenção e combate à violência obstétrica, oferecendo uma assistência integral, acolhedora e cuidadosa. Sua atuação deve ser pautada na humanização do parto, respeitando a autonomia e individualidade da gestante. Isso inclui uma comunicação clara e compreensiva sobre os procedimentos realizados, evitando práticas invasivas desnecessárias e qualquer forma de desrespeito. Em casos de violência, o enfermeiro acolhe a vítima e apoia na criação de estratégias para interromper o ciclo de violência, incentivando-a a retomar sua autonomia. Observou-se ainda a importância da atuação profissional, com vistas a garantir o acesso a uma assistência digna e promover a valorização humana da paciente por meio de ações educativas e intervenções reparadoras, quando necessário. Conclusão: O estudo destacou práticas humanizadas no cuidado à mulher durante a gravidez e o puerpério para reduzir a violência obstétrica, contribuindo para a comunicação científica sobre o tema e fornecendo base para futuras pesquisas. Uma compreensão mais profunda da violência obstétrica pode contribuir para o desenvolvimento de práticas humanizadas, corroborando no bem-estar da mulher. Nesse contexto, o enfermeiro tem papel importante na prestação de assistência pré-natal de qualidade, educação em saúde abrangente e no estabelecimento de um vínculo de confiança com gestantes e familiares, visando interromper o ciclo da violência obstétrica.

Palavras-chave: Enfermagem. Gestante. Violência obstétrica. Humanização

Abstract

Introduction: Obstetric violence is a significant public health problem. A humanized approach to caring for pregnant women is guaranteed by specific legislation, however, many women face situations of violence during childbirth, without receiving adequate psychological or legal support. General objective: To analyze the provision of nursing care in the face of obstetric violence, its causes and impacts and possible interventions. Methods: Integrative review of the literature, carried out in the Virtual Health Library – VHL, Scientific Electronic Library – SciElo and Google Scholar databases using the descriptors: Nursing, Pregnant women, Obstetric violence, Humanization. Results: Nurses play a crucial role in preventing and combating obstetric violence, offering comprehensive, welcoming and careful assistance. Its actions must be based on the humanization of childbirth, respecting the autonomy and individuality of the pregnant woman. This includes clear and understanding communication about the procedures performed, avoiding unnecessary invasive practices and any form of disrespect. In cases of violence, the nurse welcomes the victim and supports the creation of strategies to interrupt the cycle of violence, encouraging them to regain their autonomy. The importance of professional action was also observed, with a view to guaranteeing access to dignified assistance and promoting the patient’s human appreciation through educational actions and reparative interventions, when necessary. Conclusion: The study highlighted humanized practices in the care of women during pregnancy and the postpartum period to reduce obstetric violence, contributing to scientific communication on the topic and providing a basis for future research. A deeper understanding of obstetric violence can contribute to the development of humanized practices, contributing to women’s well-being. In this context, nurses have an important role in providing quality prenatal care, comprehensive health education and establishing a bond of trust with pregnant women and their families, aiming to interrupt the cycle of obstetric violence.

Keywords: Nursing, Pregnant, Obstetric violence, Humanization

1 INTRODUÇÃO

O parto, um processo fisiológico e natural, é crucial na vida da mulher e do bebê, mas tem sido afetado por um aumento preocupante de violência obstétrica. Essa violência abrange uma série de práticas, desde discriminação e desrespeito até intervenções médicas desnecessárias e traumáticas, ocorrendo em todas as etapas do pré-natal ao pós-parto (Lemos et al., 2022). 

O parto sempre foi um momento significativo na vida das mulheres, marcando a transição para o papel de mãe. Até o século XIX, ocorria de forma natural em casa, com parteiras auxiliando tanto no nascimento quanto nos cuidados iniciais com o bebê e no suporte à mãe (Oliveira et al., 2022). 

A partir do século XX, o parto passou a ser institucionalizado visando uma assistência mais segura, porém, isso resultou em um modelo com a presença de intervenções desnecessárias, levando ao aumento da violência obstétrica (Leal et al., 2018). 

O parto vaginal que era considerado um evento comum e fisiológico, passou a ser visto como algo ultrapassado, associado a dor e ao sofrimento materno. O parto se tornou alvo de intervenção médica, hospitalar, medicamentosa e de equipamentos, elevando o número de cesáreas eletivas desnecessárias (Oliveira et al., 2022). 

As cirurgias de cesariana acontecem em mais de 82% dos partos na rede privada. A cesariana, quando é necessária, salva-vidas. Todavia, para gestações de baixo risco e sem complicações, a indicação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é o parto vaginal. Ainda que realizada com frequência, a cirurgia de cesariana apresenta inúmeros riscos de mortalidade e morbidade para mãe e bebê (Brandt, 2018, p. 19-37). 

A violência contra as mulheres transcende fronteiras sociais, culturais e geográficas, deixando cicatrizes profundas. A OMS define tal violência como o uso de força física ou poder, resultando em danos físicos ou psicológicos. O termo “violência obstétrica” ganha destaque, abrangendo situações em que mulheres enfrentam tratamento degradante e danos durante a assistência obstétrica, um momento em que esperariam apoio e acolhimento (Martins et al., 2019). 

Uma pesquisa no Brasil revelou que uma em cada quatro mulheres enfrenta violência durante o parto, muitas vezes sem receber apoio psicológico ou jurídico, mesmo em situações graves. A falta de investigação e punição é comum devido à subnotificação e à falta de informação por parte das vítimas (Matoso, 2018). 

No Brasil, de acordo com o Art. 2°da Portaria 569/2000 do Ministério da Saúde, é garantido o direito a todas as gestantes a serem atendidas de maneira digna, humanizada e segura. Sendo prestado um atendimento de qualidade e de forma humanizada durante toda a gestação, parto e puerpério (Brasil, 2000). 

O enfermeiro desempenha um papel crucial ao estabelecer um vínculo de confiança com gestantes e familiares, proporcionando assistência pré-natal de qualidade, educação em saúde abrangente sobre os procedimentos e cuidados durante a gestação, parto e pós-parto. Essa abordagem ajuda a interromper o ciclo da violência obstétrica (Pereira, 2018). 

Esse problema relaciona-se com práticas inadequadas, abusivas ou desumanas desde o parto até o pós-parto, podem incluir desde a assistência de enfermagem com procedimentos desnecessários, a falta de informações corretas e desrespeito pela autonomia da gestante. Diante do exposto, esta pesquisa pretende responder: “Como tem se desenvolvido a violência obstétrica na assistência de enfermagem, explorando suas causas, impactos e intervenções? ” 

Desse modo, o objetivo desse estudo é analisar a prestação da assistência de enfermagem diante da violência obstétrica, suas causas e impactos e possíveis intervenções.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 

2.1 VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA

A violência obstétrica é considerada como violência de gênero, porque atinge as mulheres em todas as fases da gravidez e pós-parto (incluindo o aborto). Isto engloba intervenções desnecessárias, cuidados médicos inadequados e a permutação do parto fisiológico em um processo patológico (Cavalheiro; Faria; Lima, 2018). 

O reconhecimento que a promoção de métodos de assistência durante o parto deve ser respeitosa e segura para a gestante e seu filho, o respeito, o consentimento informado, e o cuidado centrado no paciente devem ser os objetivos primordiais das instituições de saúde. Estas instituições devem ter como objetivo criar um ambiente de parto seguro, saudável e receptivo (Cavalheiro; Faria; Lima, 2018). 

A OMS estabelece e considera a violência obstétrica como uma forma de violação dos direitos humanos. Em 2004, publicou vários alertas voltados para o aconselhamento, promoção de ações de enfrentamento e combate a esse problema. O movimento contra a violência obstétrica no Brasil, é uma luta para assegurar as gestantes o direito à assistência médica digna, respeitosa e humana, apoiadas em evidências e focadas nas necessidades e preferências, respeitando os seus direitos durante o ciclo gravídico-puerperal (Abreu; Quintilio, 2022). 

A violência obstétrica pode ser realizada tanto por profissionais de saúde quanto por qualquer pessoa envolvida na vida da mulher, seja no setor hospitalar, com outros pacientes, gestantes, familiares ou com o próprio companheiro. É importante ressaltar que esse comportamento não se limita ao hospital, mas também está presente em outras localidades (Oliveira et al., 2022). 

Em uma pesquisa brasileira na qual foram entrevistadas 555 (43%) das 1290 gestantes que visitaram a exposição Sentidos do Nascer, entre março de 2015 a março de 2016. Evidenciou-se que durante o seu período gravídico-puerperal, 12,6% das mulheres afirmaram terem sofrido violência durante o parto e foram relatados 103 casos de violência obstétrica, sendo que cada relato se refere a mais de um caso de atos desrespeitosos e abusivos (LanskyS, et al., 2019). 

A violência obstétrica abrange uma variedade de comportamentos prejudiciais à saúde mental e à autonomia das mulheres, como constrangimento, insulto, manipulação, monitoramento excessivo, discriminação com base em características pessoais, negação de direitos de acompanhamento durante o parto, procedimentos invasivos realizados sem consentimento e ameaças durante o aborto. Essas práticas violam os direitos das mulheres durante o processo de parto e são uma preocupação importante na saúde materna e obstétrica (Assis; Meurer; Delvan, 2021). 

Dessa forma, as mulheres ficam expostas a diversos traumas, os quais geram consequências como tristeza, preocupação, ansiedade, depressão, iatrogenias, medo de engravidar e sofrer novos episódios de violência. A interação mãe-filho corre o risco de ser negligenciada devido ao abuso, além disso, problemas conjugais, que podem interferir diretamente na vida sexual do casal (Carvalho et al., 2019). 

É crucial destacar que, apesar do trauma envolvido, muitas mulheres não recebem apoio jurídico ou psicológico após experiência violência obstétrica, com muitos casos sendo ignorados pelas autoridades. Este fenômeno, em parte, é resultado da longa história cultural que normalizou a dor durante o parto, forçando as mulheres a suportá-la sem questionamento. No entanto, a conscientização sobre este abuso aumentou nas últimas décadas, principalmente através de ações legais. O desafio agora é continuar a lutar por mudanças significativas e garantir que essas mulheres recebam o suporte e a justiça que merecem (Oliveira; Elias; Oliveira, 2020). 

Diante desse processo evolutivo houve mudanças na forma de “dar à luz” tais como diversos tipos de partos: cesáreo, com fórceps, natural, além da necessidade da presença de um profissional capacitado, médico e/ou enfermeiro obstetra para auxílio; a utilização de técnica asséptica, medicamentos e manobras que ajudam acelerar o parto. Essa inserção de tecnologias trouxe alguns benefícios, porém seu mau uso contribui para a desumanização do parto e abre caminhos para a violência obstétrica (Rego, 2023). 

2.2 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO DIANTE DE CASOS DE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA E POSSÍVEIS INTERVENÇÕES

Os enfermeiros desempenham um papel crucial na redução ou prevenção de intervenções desnecessárias e comportamentos inadequados durante o parto, promovendo técnicas humanizadas. A relação entre a equipe de saúde e a parturiente é fundamental, exigindo atenção, apoio e segurança para garantir a implementação dos princípios do SUS. O estabelecimento de um vínculo entre a gestante e o enfermeiro é essencial para proporcionar um parto seguro e respeitoso, promovendo o bem-estar da mãe e do filho (Antunes; Martins, 2022).

A atenção primária à saúde (APS) é a principal porta de entrada em toda a rede de atenção no SUS, portanto deve ser orientada pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, da continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização e da equidade. Na APS, a atuação do enfermeiro é de suma importância, é realizada a partir de consultas de enfermagem, realização do atendimento obstétrico e pré-natal, os quais são parte das atribuições de Enfermeiros. Nestas circunstâncias, é importante evidenciar o papel do enfermeiro e da equipe de enfermagem, na adoção de ações humanizadas, empregadas na prevenção e combate à violência obstétrica (Brasil, 2012).

Na assistência pré-natal, deve-se incentivar as mulheres grávidas a considerarem o método de parto mais adequado para garantir sua segurança e do feto, expondo os riscos e complicações baseados em evidências científicas. Os profissionais da equipe de enfermagem têm a responsabilidade de proteger os direitos da mulher em trabalho de parto, favorecer a presença de acompanhante presentes durante o trabalho de parto e imediatamente após o parto. Garantir que se estabeleça com ela uma relação de confiança, questionando-a sobre suas expectativas e desejos, que ela seja apoiada em suas decisões e que a mulher, independentemente do tipo de parto, seja tratada com humanidade (Paiva; Antonia, 2022).

A atuação do enfermeiro antes, durante e após o parto pode reduzir consideravelmente os índices de violência obstétrica contra as mulheres no contexto de assistência à saúde. As intervenções de enfermagem podem ser utilizadas para evitar intervenções desnecessárias, introduzindo práticas relacionadas à redução de desconforto físico e mental, que visam restaurar a confiança da mulher para vivenciar a gravidez, o parto e o pós-parto. Tais cuidados promovem o processo de parturição de forma mais saudável, sempre levando em consideração os princípios da humanização (Curado, 2018).

Na ocorrência de violência obstétrica perpetrada por um membro da equipe de saúde, os profissionais enfermeiros devem ouvir a vítima sem julgamento para determinar o tipo de violência sofrida, informar os recursos e redes de cuidados presentes e comunicar às autoridades competentes e responsáveis juridicamente pela punição desses crimes. Diante dessa situação, os profissionais podem trabalhar em conjunto com a vítima para desenvolver estratégias para romper o ciclo de violência, fomentar a independência e minimizar os danos sofridos (Curado, 2018).

Dessa forma, os enfermeiros devem assumir sempre o papel de protetores, a fim de prevenir a ocorrência da violência obstétrica. Devem atuar como propagadores de informações em saúde, explicando até onde se estendem os direitos das mulheres durante os procedimentos prestados e que devem ser humanizados e adaptados às mulheres (Oliveira; Elias; Oliveira, 2020).

2.3 APLICABILIDADE DA POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO NO CONTEXTO DE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA

Foram incorporados à política nacional de humanização princípios norteadores, a fim de reduzir as violações de direitos das mulheres durante o parto e mudar os padrões atuais de natalidade. Como uma possibilidade de melhoria, a humanização surge como uma resposta apropriada a essa necessidade, proporcionando a empatia, o respeito e a atenção individualizada, tão fundamentais para assegurar o bem-estar das mulheres em um momento crucial em suas vidas (Santos et al., 2023).

A humanização não é apenas uma questão retórica; ela se traduz em práticas concretas e na adoção de políticas que visam restabelecer as gestantes o controle sobre o processo de nascimento, garantindo-lhes o status de protagonistas e a consciência de direitos como: integridade corporal, autonomia pessoal, igualdade e diversidade, que são os quatro pilares dos direitos reprodutivos (Santos et al., 2023).

Ao reconhecer a progressão natural da dor durante o parto e fornecer apoio emocional à gestante por meio de contato físico, sorriso e companhia, é possível efetivar a humanização do parto. Essas ações ajudam a reduzir o medo e a ansiedade da gestante, diminuindo a necessidade de intervenções médicas. Além disso, a escolha da posição mais confortável para o nascimento da criança, juntamente com a preparação adequada do leito de parto e a garantia de privacidade, dignidade e respeito à gestante, são elementos cruciais para um parto humanizado (Campos et al., 2020).

3 METODOLOGIA 

3.1 Tipo de estudo

Trata-se de uma revisão integrativa, que é composta do estudo de vários trabalhos objetivando uma melhor exposição do tema em análise. É um subsídio para melhorar a prática clínica e expor as dificuldades a serem enfrentadas. Foram percorridos os seguintes passos: foi estabelecida a questão da pesquisa, seleção da amostra, categorização dos estudos, avaliação de estudos, interpretação de estudos e síntese dos estudos para apresentação do conhecimento em forma de revisão (Galvão, 2008).

A estratégia PICO foi utilizada para melhor evidenciar cientificamente a tomada de decisão clínica e para auxiliar na construção da pergunta norteadora da pesquisa como também especificar o que de fato essa pergunta pretende responder. Esta estratégia que o seu acrônimo representa: P: Violência; I: intervenções; Co: Paciente obstétrico, e que aplicados em conjunto deram base à construção da pergunta da pesquisa (Santos, 2007).

3.2 Critério de inclusão e critério de exclusão

Foram incluídos artigos publicados entre os anos de 2018 e 2023, com texto completo publicado em português e que respondam à pergunta tema da revisão. Sendo excluídos artigos que fogem do tema, ou refletem o panorama de outras doenças, resenhas, teses, capítulos de livros e resumo.

3.3 Procedimento e coleta dos dados

A coleta de dados foi realizada durante os meses de janeiro e fevereiro de 2024, nas plataformas: Biblioteca Virtual de Saúde – BVS, Scientific Electronic Library – SciElo e Google acadêmico, utilizando os seguintes descritores: “Enfermagem”, “Gestante”, “Violência obstétrica”, “Humanização”. Com descritores utilizados apenas no idioma português, utilizando o operador booleano AND.

3.4 Processamento e análise dos dados

A análise foi realizada inicialmente a partir da leitura dos títulos e resumos dos artigos encontrados para que se pudesse realizar uma leitura do artigo de forma integral seguindo o lapso temporal de cada publicação. O que possibilitou a síntese dos dados alcançados de forma descritiva para observação, compreensão, descrição e classificação dos dados com o intuito de reunir o conhecimento produzido adquirindo percepção sobre o conteúdo literário vigente. Os dados extraídos foram organizados em quadros e analisados mediante leitura na íntegra minuciosa (Santos, 2007).

Após o cruzamento dos descritores da pesquisa, foram localizados 458 estudos nas bases de dados e, após a remoção dos artigos duplicados, restaram 322 documentos. Estes, foram categorizados pela leitura dos títulos e 158 foram excluídos por não atenderem a temática proposta. Os 164 artigos restantes foram avaliados através da leitura dos resumos e 125 foram excluídos por não atenderem o objetivo desta pesquisa. Os 39 estudos restantes foram lidos na íntegra e, destes, 26 foram analisados de forma qualitativa, atendendo os critérios de elegibilidade. Todos os estudos incluídos descreviam como os enfermeiros lidam perante a casos de violência obstétrica.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O presente estudo buscou analisar a prestação da assistência de enfermagem diante da violência obstétrica, suas causas e impactos. Assim foi possível averiguar que a abordagem desse tema não se restringe a um conceito específico. Nota-se que pela interpretação de alguns estudos a violência obstétrica pode-se apresentar como uma violência de gênero, de ato ou conduta que provoque danos físicos, sexual ou psicológico à mulher. Pode atingir as mulheres em todas as fases da gravidez e pós-parto, inclusive no aborto (Cavalheiro; Farias; Lima, 2018).

Os estudos destacam a preocupação com a alta incidência de violência obstétrica no Brasil, especialmente relacionada às cesáreas, e observam a frequente recomendação de cesáreas por profissionais médicos. Acredita-se que esta prática contribui para a percepção generalizada de que esse tipo de parto é mais natural e seguro, o que contraria os princípios de humanização do parto. Assim, expressa-se a preocupação de que essa prática comprometa a abordagem centrada na paciente e desconsidere a fisiologia natural do parto (Abreu; Quintilio, 2022).

A Violência Obstétrica trata-se do ato de omissão, praticada por profissionais de saúde quanto aos processos corporais e reprodutivos das mulheres, tirando sua autonomia, os quais se expressam tanto no setor Público e Privado (Oliveira; Elias; Oliveira, 2020).

Esse período se inicia quando a mulher planeja sua gravidez e vai até o puerpério ou aborto. Identifica-se esse período como sendo de grande instabilidade e vulnerabilidade emocional. Mediante essas compilações constatou-se ainda que as mudanças tecnológicas na forma de parto, apesar de elencar benefícios quanto aos seus processos, trouxe consigo ações de desumanização dando espaço para ocorrência da violência (Assis; Meurer; Delvan, 2021).

No Brasil, uma em cada quatro mulheres brasileiras sofreram violência diretamente no parto (LanskyS, et al., 2019). A Violência Obstétrica, apesar de se tratar de um evento em escala ascendente, não tem alcançado a visibilidade necessária frente às autoridades, acarretando em desassistência à mulher e negligência nos cuidados.  Contudo, frente ao poder judiciário esse fenômeno vem ganhando visibilidade mediante ao grande número de processos (Oliveira; Elias; Oliveira, 2020).

Em resposta a esse fenômeno, o Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento é uma ação que visa assegurar a qualidade do acompanhamento pré-natal na perspectiva dos direitos de cidadania, e contribui para a melhoria desse cenário. Enfatiza-se que o Planejamento Familiar pode ser considerado como uma política que dá à família o direito de ter ou não filhos, assegurando assistência necessária para garantir todo o ciclo gravídico puerperal (Brasil, 2029). 

Instituído no Sistema Único de Saúde, o programa Rede Cegonha é uma rede de atenção que garante os direitos das mulheres ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada durante a gravidez e o parto. Desde 2005, as mulheres durante a gestação e o parto podem usufruir da “Lei do Acompanhante”, que garante o direito da mulher em trabalho de parto ao acompanhamento durante o trabalho de parto, parto e pós-parto precoce, (Brasil, 2019).

Outro método é permitir que os membros da família participem do nascimento. O cuidado das mulheres e das suas famílias deve, portanto, basear-se numa filosofia humanista, no planejamento dos serviços, bem como nos cuidados pessoais e na assistência prestada (Brasil, 2015).

A violência obstétrica não é exclusiva de profissionais de saúde, podendo envolver diversas pessoas na vida da mulher, como familiares e parceiros. Portanto, esse comportamento não se limita ao ambiente hospitalar, ocorrendo também em outros contextos. Dessa forma, essa abordagem ampla destaca a necessidade de intervenções que considerem não apenas a conduta dos profissionais de saúde, mas também fatores sociais e relacionais para combater a violência obstétrica de forma eficaz (Cardoso et al., 2022).

Em estudo realizado com profissionais de enfermagem revela que 55% observaram violência obstétrica, incluindo abusos físicos como procedimentos invasivos sem consentimento. Além disso, 40% relataram abusos psicológicos, como agressão verbal e falta de humanização. Outros 45% mencionaram abusos verbais, como coação e ridicularização. Estes resultados ressaltam a necessidade de conscientização e mudanças nas práticas obstétricas para garantir o respeito aos direitos e à dignidade das mulheres durante o parto (Trajano et al., 2021).

Quanto à atuação do enfermeiro, destaca-se que deve agir de forma integral, acolhedora e cuidadosa, ultrapassando seu papel profissional, metodológico e técnico, oferecendo à mulher afetividade, respeito e confiança. O enfermeiro é um importante agente para impedir que essas condutas indesejáveis venham a acontecer (Antunes; Martins, 2022).

A assistência de enfermagem deve ser pautada na humanização, propiciando um parto respeitoso e cuidados que culminem na preservação das práticas naturais do parir. Para ter uma atuação singular e humanizada, o enfermeiro dá ênfase na gestante como protagonista da situação, respeitando sua autonomia, individualidade e privacidade (Campos et al., 2020).

O enfermeiro deve adotar uma comunicação clara e compreensiva para com a paciente, auxiliando-a a entender quais procedimentos serão realizados no seu corpo, devendo evitar procedimentos invasivos desnecessários e atos de desrespeito, assédio moral e físico, abuso e negligência (Curado 2018).

Por fim, podemos afirmar que o Enfermeiro deve contribuir para uma assistência digna e garantir a valorização dos direitos da paciente. Tal garantia se percebe na prática diária da enfermagem no que diz respeito ao desenvolvimento de ações como campanhas com palestras de prevenção e conscientização quanto à violência, e intervenções reparadoras caso a mesma já tenha ocorrido (Carvalho et al., 2019).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A violência obstétrica refere-se a agressões à gestante em qualquer fase da gestação e do puerpério, podendo ser física ou psicológica. O enfermeiro desempenha um papel importante na promoção de ações humanizadas que busquem estratégias de valorização da autonomia das mulheres e, ao mesmo tempo, as auxiliem no atendimento de suas necessidades.

Essas ações podem ser alcançadas por meio da implementação de políticas e práticas de saúde humanizadas para as mulheres. A prestação da assistência desenvolvida por meio de diálogo acolhedor, inspirador e respeitoso em consultas individuais ou em grupo, permite que as mulheres reconheçam e cobrem um tratamento com dignidade, humanidade, emoção e que respeitem seus direitos.

O estudo mostrou-se útil ao revelar práticas e comportamentos humanizados no cuidado à mulher durante a gravidez e o puerpério para reduzir a violência obstétrica. Também é de grande valia para a produção de evidências científicas sobre o tema.

Espera-se que forneça base e estímulo para novas pesquisas sobre “violência obstétrica”, sabendo que uma compreensão mais profunda desse fenômeno levará ao desenvolvimento de práticas humanas que visam a promoção do bem-estar da mulher durante a gravidez e o puerpério.

REFERÊNCIAS

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Acesso em: 24/09/2023 


1Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário UniFavip. E-mail: Raquelanasilva18@gmail.com

2Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário UniFavip. E-mail: Claudiaizabelle2018@gmail.com

3Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário UniFavip. E-mail: matheusvinicius.vm10@gmail.com

4Docente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário UniFavip. Mestre em Enfermagem (PPGEnf/UFPE). E-mail: roseane.penha19@gmail.com