SUSTAINABLE TOURISM IN THE SEMI-ARID: ASSESSMENT OF IMPACTS ENVIRONMENTAL CONDITIONS IN THE TANQUE DO ARROZ – PB
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202408301625
Luís Silva Araújo1; Ludimila de Oliveira de Amorim Brandão2; Francinaldo Leite da Silva3; Dayane Raquel da Cruz Guedes4; Esther Maria Barros de Albuquerque5; Fábio Junior Araújo da Silva6; José Augusto Soares Nicolau7; Maria do Socorro Silva Araújo8
Resumo
Localizado no município do Damião – PB, o Tanque do Arroz é um complexo de serras, formado por tanques de pedra natural, que ao longo do seu trajeto engloba o Tanque do Arroz, o Tanque dos Pedros e o Cruzeiro de Zé Gato, áreas ricas em recursos hídricos, e que ao longo dos anos vem ganhando notoriedade entre os moradores e visitantes das circunvizinhas, os quais buscam por aventura, lazer e contemplação da natureza. Por essa perspectiva, sabendo que o turismo se torna cada vez mais fonte de renda, esta pesquisa buscou levantar informações sobre a caracterização e o contexto histórico do Tanque do Arroz, posteriormente, analisar a prática do turismo e seus impactos no entorno da área do complexo. Diante disto, para realização deste trabalho utilizou-se Avaliação de Impactos Ambientais (AIA), por meio do método de listagem (checklist), o qual permitiu observar de forma exploratória, os impactos gerados pela atividade turística na área do Complexo do Tanque do Arroz. Observou-se a necessidade de estudos mais aprofundados a respeito dos aspectos que norteiam a relação do Tanque do Arroz e as atividades turísticas no local, o qual possa identificar as fragilidades e seu potencial turístico, necessidade de conscientização ambiental e a possibilidade da criação de um comitê formado por gestores e moradores, que tenha participação nas decisões relacionadas a melhoria do espaço.
Palavras-chaves: checklist; Damião-PB; preservação; Tanque do Arroz, turismo.
Abstract
Located in the municipality of Damião – PB, Tanque do Arroz is a complex of mountains formed by natural stone tanks, which along its route includes Tanque do Arroz, Tanque dos Pedros, and Cruzeiro de Zé Gato, with areas in the region’s water resources, and which over the years has gained notoriety and popularity among residents and visitors to the surrounding cities, who seek adventure (in rappelling or hiking activities), leisure and contemplation of nature. From this perspective, knowing that tourism is increasingly becoming a source of income, especially for families in small communities, this research sought to gather information about the characterization and historical context of Tanque do Arroz, subsequently analyzing the practice of tourism on site and its impacts on the surrounding area of the complex. Given this, to carry out this work, the Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) used was, through the checklist method, which allowed the observation, in an exploratory way, of the impacts generated by tourist activity in the area of the Complexo do Tanque do Arroz. They are a lack of investment in infrastructure, a lack of accessibility, a need for environmental awareness, and the possibility of creating a committee of managers and residents that is participative in decisions related to improving the space.
Keywords: check list; Damião-PB; preservation; Rice Tank, tourism.
1. Introdução
O turismo é um fenômeno caracterizado pelo deslocamento de pessoas de um local para uma determinada área, com intuito de explorar a região de acordo com suas percepções nos mais distintos segmentos turísticos. Sabe-se que o turismo é um dos grandes motivadores do desenvolvimento social e econômico de uma comunidade e região, contribuindo com a geração de renda e sendo um estímulo para criação de novos comércios.
Entretanto, o turismo também é responsável por implicações negativas, especialmente no que se refere ao meio ambiente, como a degradação ambiental, modificação da vegetação natural de determinado espaço, construções em lugares de afugentamento de animais silvestres, lixo deixado pelos visitantes, compactação do solo, contaminação das fontes de água, entre outros exemplos de impactos negativos que o turismo desordenado gera.
Sabe-se que, o semiárido nordestino destaca-se por ser uma região naturalmente rica em atrativos turísticos, seu clima, vegetação e ecossistema são um convite para exploração, aventura e lazer. Entretanto, em muitas regiões turísticas especialmente no semiárido, as belezas naturais se tornaram produtos de comercialização, sendo observadas pelas políticas públicas apenas como valor econômico e não como parte integrante do ecossistema natural da região.
Segundo Cavalcante (2009, p.27), a vegetação é a principal fonte de renda de uma parcela substancial da população nordestina do Brasil, pois está, direta ou indiretamente, precisa explorar os seus recursos naturais para sobreviver. O problema é que à medida que as atividades turísticas em áreas naturais crescem, também aumenta a exploração dos recursos de forma desordenada, comprometendo todo ecossistema da região. A ausência de políticas ambientais e a falta de planejamentos eficazes, são elementos que colaboram com a degradação ambiental em seus mais diversos níveis, especialmente nas situações em que as áreas naturais se tornam produtos comerciais.
Na cidade do Damião-PB (Figura 1), temos o Tanque do Arroz, o qual compreende a Serra do Arroz, o Tanque dos Pedros e o Cruzeiro de “Zé Gato”. O tanque do Arroz especificamente é caracterizado como um tanque de pedra ou caldeirão, uma vez que se trata de uma cavidade natural em um lajedo, com paredes compostas por pedras, ferro, cimento e concreto nos lados Leste e Oeste, o qual é utilizado pela população local principalmente em períodos de escassez hídrica, devido sua facilidade na captação de água. Já o Tanque dos Pedros tem uma dimensão menor e é caracterizado como o Tanque dos Herdeiros, pelo fato de ter sido escavado por um grupo de famílias tradicionais pertencentes aquelas terras, os quais até os dias atuais seus descendentes se denominam herdeiros do tanque, portanto, com direito a usufruírem da água ali acumulada.
Figura 1 – Município do Damião – PB
Fonte: Brandão e Araújo (2024)
Gradativamente o Tanque do Arroz se tornou referência na região não apenas por ser um destaque em termos de recursos hídricos, mas também, por suas características particulares em relação a paisagem e a beleza, se tornando um ponto atrativo para os moradores das circunvizinhanças que buscam aventura e contemplação a natureza. Considerando o aumento do fluxo de visitantes que se deslocam de outras regiões com intuito de conhecer e explorar o Tanque do Arroz, a presente pesquisa se justifica pela necessidade de compreender os reais impactos positivos e negativos que o turismo pode ocasionar no Tanque do Arroz, sob um viés ambiental.
Nesse sentido, a pesquisa realiza-se partindo de questionamentos que envolvem o turismo, o espaço e a vegetação no Tanque do Arroz, com o objetivo de buscar respostas que venham solucionar quais os impactos ambientais causados pelo turismo no tanque do arroz, questão esta que orienta toda a pesquisa atual.
O Tanque do Arroz está inserido num complexo de montanhas (serras), que além dele, engloba o Tanque dos Pedros (Tanque dos Herdeiros) e o Cruzeiro de Zé Gato. Localiza-se no município de Damião-PB, na comunidade de Olho D’água a 3,3 km de distância da sede do município. Sua principal rota de acesso dá-se, partindo do centro da cidade, sentido Sul, acessando a rua São José (rua da Caixa D’água), rua/estrada de acesso para o Parque José Paulino/ estrada Damião de Cima/ Enxu/ Tanque do Arroz. As medidas do tanque do Arroz, de acordo com dados obtidos para a realização desta pesquisa, são de um total de 22,3 metros e uma altura média de 2,23, chegando à estimativa da capacidade1total aproximada de 4.156,72 metros cúbicos de água, o que equivale a 4.156.720 litros, ou seja, aproximadamente 415,67 carros pipas de 10 mil litros cada.
Desta forma, a realização desta pesquisa tem como objetivo geral, identificar os impactos negativos e positivos que o turismo local pode provocar no Tanque do Arroz.
Para tanto, a pesquisa seguirá os objetivos específicos descritivos abaixo; a) Coletar dados relacionados às características ambientais e econômicas da área de estudo; b) Levantar informações sobre o turismo e o espaço na área de estudo; c) Analisar os impactos gerados pela presença constante de visitantes no Tanque do Arroz.
2. Turismo no semiárido
Devido a sua diversidade ambiental, o semiárido brasileiro é uma referência nacional quando se trata de roteiro turístico. Em sua maioria, a vegetação é composta pelo bioma caatinga, a diversidade da fauna e da flora e a heterogeneidade paisagística, dão singularidades a este lugar (Oliveira, 2022, p.69).
Atualmente tem aumentado o número de visitas para ambientes naturais, revelando
segmentos turísticos que proporcionam a apreciação e o entendimento da paisagem
natural. Este recente segmento turístico busca priorizar os aspectos naturais negligenciados pelo ecoturismo: geologia e geomorfologia, como formações rochosas, cavernas, sítios paleontológicos etc., proporcionando uma experiência turística que vai além da contemplação, agregando informações sobre a origem e formação dos locais visitados (Bento e Rodrigues, 2009, p. 59 apud Cavalcante, 2011, p.144).
O turismo utiliza a diversidade natural e cultural dos espaços, bem como interfere diretamente na dinâmica socioambiental das cidades, regiões e países (Pinheiros et al, 2011, p.469).
A caatinga nordestina é completamente diferente da vegetação de outras áreas secas da Terra. Nos períodos de secas prolongadas, a caatinga entra em estado de latência,
aparentemente morta, perde as folhas, os galhos ficam como se estivessem secos e as plantas estacionam o crescimento. Mas, quando ocorre qualquer chuva, nota-se uma verdadeira explosão de vida, todas as plantas renascem, verdejantes e floridas (Mendes, 1987 apud Cavalcante, 2009, p.23).
De acordo com Albuquerque (2022, p.31-32) precisa ficar claro como os elementos geográficos, físicos e humanos, estão entrelaçados com o turismo para que se possa compreender o processo do turismo no espaço.
O turismo fundamenta-se principalmente em razões econômicas, os visitantes que podem movimentar todo comércio de uma localidade devido a um ponto atrativo, mas também pode ser uma ameaça quando se trata de meio ambiente. Por isso, é enxergado como uma alternativa para impulsionar o desenvolvimento local e regional, sobretudo em regiões economicamente estagnadas ou pouco desenvolvidas que acreditam no seu potencial para melhorar a vida dos seus habitantes (Albuquerque,.2022, p.21). Pinheiro et al., (2011, p.469) acrescentam que, no turismo, a participação pressupõe a formulação de políticas públicas que se preocupe mais em atender interesses coletivos, do que interesses de grupos econômicos dominantes.
2.1 Impactos ambientais relacionados ao turismo
Todo o deslumbre envolvendo as questões econômicas que a atividade turística abrange em primeiro momento, por muito tempo serviu como pano de fundo para camuflar os problemas que a prática do turismo sem planejamento acarretava na natureza. Assim, as pesquisas direcionadas ao turismo e seus impactos no ecossistema só começaram a ganhar espaço a partir da metade da década de 70.
Os estudos dos efeitos do turismo no meio ambiente começaram a ser intensificados na segunda metade da década de 70, em função do crescimento do turismo de massas e de vários problemas causados pela atividade turística, que fizeram soar um alerta mundial, apontando para a possibilidade de que seu crescimento poderia ser insustentável do ponto de vista ambiental (Dias, 2005, p.100 apud Fandé; Pereira, 2014, p.1171).
Gradativamente os estudos comprovaram os impactos negativos e seus prejuízos irreparáveis ao meio ambiente, comprometendo todo ecossistema e se tornando uma atividade impraticável quando seu planejamento está apoiado apenas no desenvolvimento econômico de uma determinada região.
As variabilidades climáticas não são fatores determinantes para o desaparecimento da vegetação, mas, na maioria dos casos, as atividades econômicas realizadas de forma insustentável gerada a partir do desmatamento indiscriminados da caatinga que, associados à fragilidade natural desse bioma, trazem sérias consequências para o ecossistema (Silva et al, 2018, p.4).
Segundo Dall’Agnol (2012, p.3 apud Ruschman, 2000, p. 34),
Os impactos […] são consequências de um processo complexo de interação entre os turistas, as comunidades e os meios receptores. Muitas vezes, tipos similares de Turismo provocam diferentes impactos, de acordo com a natureza das sociedades nas quais ocorrem. Esses são provocados por variáveis que possuem […] natureza, intensidade, direções e magnitude diversas; porém os resultados interagem e são geralmente irreversíveis quando ocorrem no meio ambiente natural.
Esses impactos desencadeia o desequilíbrio dos elementos que compõem o sistema natural provocando áreas de desertificação no semiárido nordestino, formada por solos rasos, sem capacidade de retenção de água e com limitações físicas e químicas (Galindo et al. 2008 apud Silva, et al, 2018, p.5). Ainda de acordo com Silva et al., (2018, p.5, apud Amancio et al., 2009), a exploração intensiva da caatinga leva ao esgotamento dos solos como a erosão, salinização e compactação dos solos e redução da diversidade biológica e dos recursos hídricos.
Os principais impactos ambientais negativos do turismo são: poluição e contaminação de cursos de água e de praias; poluição atmosférica, visual e sonora; desmatamento, distúrbios à vida selvagem e perda de biodiversidade; congestionamento; compactação, erosão e perda de fertilidade do solo; danos a monumentos, sítios arqueológicos, lugares e construções históricas; choques culturais; transformação dos valores e condutas morais; difusão de epidemias; sexo, crime e mercantilização da cultura (Ferretti, 2002; Dias, 2005 apud Fandé; Pereira, 2014, p. 1171).
Ainda de acordo com Fandé e Pereira (2014, p.1171, apud Dias, 2005, p.100) […] uma lista dos impactos ambientais provocados pelo turismo será sempre incompleta pela diversidade de efeitos que a atividade provoca no meio ambiente, daí a necessidade de um monitoramento permanente.
Em pesquisa realizada por Dall’Agnol (2012), a respeito dos impactos do turismo em comunidades locais, ressaltou que a presença constante de visitantes pode intervir no modo de vida da população local, considerando que o modelo de vida dos visitantes influencia os costumes e tradições dos moradores locais.
Em trabalho realizado por Pinheiro et al., (2011), por meio de entrevistas entre os moradores locais da comunidade de Tenente Laurentino Cruz (RN), na região do semiárido nordestino, identificou que os impactos do turismo se concentram especialmente nas regiões com maior fluxo de visitantes, sendo esses: Insegurança, qualidade da água inferior devido aos banhistas frequentes, maior quantidade de lixos nas ruas e perturbação em relação ao barulho causados pelos visitantes. O autor ressalta que, em comunidades onde o turismo já se desenvolve, os ônus gerados são reconhecidos e as atividades não exercem apenas uma visão benéfica junto aos moradores locais.
Observa-se também que, em uma pesquisa realizada por Silva et al., (2009), sobre os impactos do turismo nos destinos turísticos e seus entornos na Costa Norte (CE, MA, PI), os impactos negativos relacionados ao meio ambiente e a economia, são claramente notados pela população local, especialmente nos lugares de mais procura: Barreirinhas, Parnaíba e na Vila de Jericoacoara. Todavia, nas regiões em torno dessas vilas/comunidades não se percebe grandes impactos relacionados ao turismo, ainda de acordo com o mesmo autor supracitado, seus entornos permanecem excluídos do processo, servindo como origem da mão-de-obra apenas.
3. Método da pesquisa
3.1 Delimitação da área de estudo
A Paraíba é um estado do Nordeste brasileiro que possui cerca de 86% do seu território inseridos na região semiárida, totalizando mais de 48.600 km², que abrigam mais de 2 milhões de residentes, segundo o IBGE (IBGE 2010 apud Albuquerque, 2022, p.80). Dois terços da área total do Estado correspondem ao ecossistema Caatinga. Estende-se por cerca de 4/5 da superfície do seu território, abrangendo as regiões do Sertão, Cariri, Seridó e Curimataú (Tavares de Melo; Rodriguez, 2003, p.48 apud Cavalcante, 2009, p.30).
O Município do Damião o qual está localizado no Curimataú Paraibano tem uma população de 4.982 habitantes (IBGE 2022), a 190 km de distância para capital João Pessoa e 102 km para Campina Grande, seu acesso é feito pela rodovia PB 133 e BR 104. O município apresenta um clima quente, a vegetação predominante é a caatinga hiperxerófila com pequenas áreas de florestas Caducifólia, compreendendo elevações formadas por grandes penhascos rochosos.
Assim, o município vem ganhando notoriedade na região, especialmente no âmbito turístico por um complexo de serras denominado Tanque do Arroz. O tanque do Arroz engloba uma área rural do município denominada de Olho D’água, portanto, universo de estudo para a realização desta pesquisa, delimita-se a comunidade Olho D’água, no entanto, o principal acesso para o tanque é feito pela comunidade de Damião de Cima, onde de alguma forma estão envolvidos no contexto social do Tanque do Arroz e são diretamente impactados pelo fluxo de pessoas que vão até aquele local em busca de turismo.
3.2 Equipamentos e processo de medição do Tanque do Arroz
Para conhecer mais detalhes do objeto de estudo e assim obter uma estimativa da sua capacidade hídrica, foram utilizados um GPS garmin Map 64s, para delimitar a área total da lâmina d’agua quando em sua total capacidade, mangueira niveladora para determinar os desníveis médios e estimar a profundidade média.
Utilizando uma trena de 30 metros para auxiliar na tomada de medidas e uma vara de tubo de PVC para estimar a profundidade máxima na parte que dispõe de água (ver Figura 2 e 3).
Figura 2 – Processo de medição
Fonte: Fonte: O autor – Arquivo Pessoal (2023)
Figura 3 – Responsáveis no procedimento de medição e Equipamentos utilizados
Fonte: O autor – Arquivo Pessoal (2023)
Com o auxílio dos equipamentos chega-se à profundidade média de 7,4 metros de profundidade máxima, pois foi obtido profundidade submersa de 4,2 metros, do nível da água ao nível do limite de transborda de 3,2 metros. A área laminar da capacidade máxima foi obtida por meio do gps Garmin Map 64s com área de aproximadamente 1.864 metros quadrados. A profundidade média foi obtida com auxílio de trena, mangueira niveladora e linha de nível. Pontilhado de forma aleatória 10 pontos com as seguintes medidas respectivamente em metros: 2,0, 2,5, 1,8, 1,4, 1,2, 0,5, 0,8 3,2 1,5 e 7,4. Contudo obtivemos um total de 22,3 metros e uma altura média de 2,23. Multiplicamos a altura média pela área laminar de 1,864 metros e chegamos à capacidade total aproximada de 4.156,72 metros cúbicos de água, o equivalente a 4.156.720 litros de água e aproximadamente 415,67 carros pipas de 10 mil litros cada.
3.3 Aquisição de dados e revisão
Isto posto, a pesquisa de cunho exploratório foi estruturada a partir do método qualitativo, partindo de um estudo descritivo. Destaca-se que, na condução da pesquisa houve a necessidade de um levantamento bibliográfico respaldado em pesquisas que abordam temas relacionados ao universo deste trabalho, tais como: “A percepção ambiental de uma comunidade da caatinga sobre o turismo”, “Turismo Sustentável”, “Impactos do turismo x Comunidade local”, “Impactos socioambientais no semiárido nordestino”, “Lazer e Turismo: Reflexões Sobre Suas Interfaces”, “Ecoturismo no bioma Caatinga: o caso do Parque Estadual da Pedra da Boca, Paraíba” e “Turismo Global”, Dall’Agnol (2012), Albuquerque (2022), Ribeiro (2022), Souza (2010), Pinheiro et al., (2011), Theobald (2002); com intuito de entender questões relacionadas ao turismo e suas implicações de modo geral.
Para tanto, a realização de toda pesquisa bibliográfica, se deu a partir de estudos relacionando as palavras chaves: Turismo; Impactos ambientais; Semiárido. Ressalta-se ainda que, no decorrer da pesquisa houve dificuldades em encontrar material e fontes por parte dos órgãos públicos que colaborassem com o desenvolvimento da pesquisa, para que assim tornasse possível analisar e interpretar como as implicações do turismo poderiam/podem afetar o Tanque do Arroz.
3.4 Metodologia de análise dos impactos ambientais
A metodologia utilizada para analisar os impactos ambientais do turismo no Tanque do Arroz é de caráter qualitativo, a qual consiste em uma revisão bibliográfica baseada em estudos que apontam problemáticas similares com a abordagem da presente pesquisa, tais como: Impactos do turismo no meio ambiente; Turismo no semiárido; Turismo e sustentabilidade.
O estudo desses impactos se fez a partir do método exploratório, através de registro de imagem e o método de listagem de impactos ambientais, o qual possibilita a identificação e enumeração dos impactos observados pelo pesquisador in loco.
Assim, o método de listagem (checklist) foi aplicado in loco, no dia 31 de outubro de 2023, em toda área do complexo do Tanque do arroz, as quais compreende o Tanque do Arroz, o Cruzeiro de Zé Gato e o Tanque dos Pedros. O modelo de checklist utilizado nesta pesquisa, foi baseado na metodologia desenvolvida por Huffner e Bello (2013), o qual compreende os indicadores descritos a seguir: 1. Lixo; 2. Danos a vegetação; 3. Erosão; 4. Preservação dos Mananciais; 5. Infraestrutura/Controle do Local.
4. Resultados e discussões
4.1 Análise das características ambientais e econômicas do Tanque do Arroz
O complexo de Serras do Tanque do Arroz é composto por formações rochosas, áreas de vegetações típicas daquele ambiente (ver Figura 10), variando de cactos, orquídeas, bromélias, vegetação rasteiras e árvores de porte médio a grande, a exemplos de Jatobá (Hymenaea courbaril), Massaranduba (Manilkara rufula), Umburana (Commiphora leptophoeos), Ipês( Handroanthus), Aroeira(Astronium urundeuva) , Timbaúba(Tambor) (Enterolobium contortisiliquum), Jucá (Caelsapinia férrea) , Macambira (Bromélia laciniosa) , Facheiro (Pilosocereus pachycladus), Coroa de frade (Melocactus bahiensis), Urtigas (Cnodoscolus), Mandacaru (Cereus jamacuru), Catolé (Syagrus cearenses), João mole (Guapira graciflora ),entre outros. Já a fauna é composta por roedores como Preá (Cavia aperea), Mocó (Kerodon rupestres) Punaré (Thrichomis apereoidis), Serpentes, Raposas (Canidaes), Guaxinim (Procyon crancrivorus), Gambás/Timbús (Didelfhis), Lagartos, Morcegos (Chiroptera), Saguis (Callithrix), sapos, rãs etc. Além de uma variedade pássaros típicos daquele ambiente. O local é composto por uma área de domínio público (Tanque do Arroz), uma área comunitária (Tanque dos Pedros) e pequenas propriedades particulares no entorno, incluindo o Cruzeiro de “Zé Gato”, às áreas do tanque do Arroz e do Tanque dos Pedros têm acesso livre, as outras são cercadas para criação de animais e/ou cultivos de lavouras e frutíferas.
Figura 4 – Vegetação do Tanque do Arroz
Fonte: O autor – Arquivo Pessoal (2023)
O local não dispõe de nenhuma infraestrutura adequada para receber visitantes, resumindo-se a estrada carroçável e placas de indicação de acesso até o local, sendo todo o acesso é feito pela comunidade de Damião de Cima, exceção um acesso restrito a moradores locais, tecnicamente encravados dentro do complexo no seu lado oeste. Com relação a fatores econômicos, atualmente o turismo no local ainda não traz reflexos econômicos, devido à falta de estrutura do local, entre outros fatores.
4.2 Turismo no Tanque do Arroz (Turismo e comunidade)
O turismo que ocorre no complexo é uma espécie de turismo rural voltado para famílias locais e de outros municípios que buscam contemplar a natureza e explorar o local para tirar fotos e se deslumbrar com diversas visões panorâmicas que o complexo proporciona ao visitante (ver Figura 5), há também no complexo a exploração de visitas com estudantes locais para aulas práticas e caminhadas ecológicas, contemplação do pôr do sol, dias de campo e entre outros.
Figura 5 – Visitantes e turistas
Fonte: http://earth.google.com/, 2023. (Acesso em: 01 de dez. 2023)
Atualmente o local começa a se destacar com prática de rapel, principalmente no Cruzeiro de “Zé Gato” no lado norte da serra, o qual está atraindo praticantes locais e até de outros municípios, no entanto, questões locais necessitam serem resolvidas, como por exemplo, como explorar o local de forma sistemática, se o local se encontra numa área particular com acesso restrito, haja visto existir criação de cabras e ovelhas no local, é necessário refletir sobre como inserir a comunidade no contexto turístico do complexo do Arroz.
Tendo em vista que, já estão encravados ao local e são considerados uma comunidade tradicional, que tem seu modo de vida particular e se incomodam com a presença de pessoas próximas a suas residências, com o barulho e possíveis vandalismos causados por alguns frequentadores do local, já que ele não tem vigia, câmera ou qualquer outro mecanismo que venha a inibir tal prática donosa ao local. Há relatos de moradores locais de barulho durante a noite ocasionado por frequentadores do local, haja visto não haver nenhum tipo de norma ou controle de acesso ao complexo, ficando exposto a qualquer pessoa ou grupo de pessoas a usufruírem do local de forma inadequada, perturbando o sossego dos moradores do local, causando medo e possivelmente praticando vandalismo ao local, a exemplo, a destruição do Cruzeiro de Zé Gato (ver Figura 6), seja depredando algo ou usando a água dos tanques para tomar banho ou outro ato inapropriado.
Figura 6 – Vandalismo no Cruzeiro de Zé Gato
Fonte: O autor – Arquivo Pessoal (2023)
4.3 Avaliação dos Impactos Ambientais do turismo no Tanque do Arroz
Checklist realizado in loco pelo pesquisar, com seus resultados detalhados abaixo.
Item I: Lixo: Ao percorrer a área do complexo foram encontrados lixos deixados pelos visitantes e frequentadores do local, principalmente no Tanque do Arroz e menor quantidade no Tanque dos Pedros, (ver Figura 7) fato devido o fluxo maior de pessoas nessas áreas. Não há lixeiras, placas orientando um destino correto do lixo, coleta ou outro dispositivo do controle de poluição do local, sendo visível logo na entrada do Tanque do Arroz, onde se estacionam os veículos dos visitantes do local. O lixo deixado no local possivelmente causará a poluição do solo e principalmente nas águas, inclusive foi possível visualizar lixo dentro das áreas de captação dos mananciais, além de causar impactos visuais negativos aos visitantes, algo não condizente com a paisagem do local, ficando evidente a falta de cuidados para com o local seja pelo poder público ou por frequentadores do complexo.
Figura 7 – Vestígios de lixo
Fonte: O autor – Arquivo Pessoal (2023)
Item II- Danos a natureza: A área apresenta alguns pontos de desmatamento e queimadas principalmente nos locais particulares (ver Figura 8), que em sua maioria não se resume apenas às atividades turísticas, mas aos próprios moradores locais que por falta de instrução acabam desmatando ou produzindo queimadas, em proporções aceitáveis, haja vista, a ser utilizados para criação de animais e cultivos de roçados. Também não há placas alertando sobre a preservação das espécies de plantas do local, inclusive existem relatos espontâneos dos moradores locais sobre a prática de retirada de plantas, tipo orquídeas e bromélias do local por visitantes, também foram observados no complexo galhos quebrados, plantas cortadas e pisoteadas, mas em pequenas proporções. O lado extremo oeste ainda mantém uma vegetação bem densa e preservada, isso devido ao difícil acesso e está localizado dentro de uma propriedade particular. Isso nos dá uma noção da importância de se preservar todo complexo e não apenas partes. No lado sul do complexo não foi possível fazer avaliação de danos devido ao difícil acesso, sendo todo o lado localizado em uma área particular, no entanto, visualmente o local se mantém bem preservado, tendo alguns casos pontuais de desmatamento possivelmente utilizados pelos proprietários para retirada de estacas e/ou lenha para o uso doméstico, haja vista cercas e criação de bovinos no local bem como residências próximas que ainda utilizam a lenha como fonte de combustíveis para cozinhar, etc.
Figura 8 – Queimadas e desmatamento
Fonte: O autor – Arquivo Pessoal (2023)
Item III-Erosão: São observados alguns sulcos erosivos principalmente no lado oeste, bem como algumas raízes expostas devido as trilhas feitas pelos moradores locais para ter acesso aos tanques, mas em patamares aceitáveis, as camadas de liteiras são praticamente mantidas nos locais, sem haver considerável carregamento de sedimento do solo devido a vegetação presente no local e solo pedregoso servindo de barramentos dos sedimentos carregados pelas chuvas (ver Figura 9). Nota-se a necessidade de preservação da vegetação do local, caso seja suprimida obviamente esses sulcos erosivos tendem a aumentar e levar toda camada de matéria orgânica ali acumulada. Nesse sentido, deve haver um plano de conscientização e orientação aos proprietários sobre o manejo correto dessas áreas já que foram observados alguns pontos de desmatamentos para o plantio de lavouras de sequeiro (fava, milho etc.) e de palma forrageira.
Figura 9 – Trilhas feitas por moradores e raízes expostas em trilhas
Fonte: O autor – Arquivo Pessoal (2023)
Item IV– Preservação dos mananciais: No local há indícios de poluição das águas, com considerável alteração da cor nos períodos de baixo acúmulo de água, sujeira decantada na água, inclusive lixo, fato registrado no Tanque do Arroz (ver figura 10B). Não há chafariz, placa, vigia ou qualquer informação sobre o uso das águas dos mananciais, inclusive há relatos de moradores próximos, de visitantes usarem a água dos tanques para tomar banho, no entanto, ela ainda é utilizada pelos moradores e circunvizinhança, no caso do tanque dos “Pedros” foi possível observar o uso de mangueiras para a retirada da água e abastecimento de cisternas dos moradores próximos usando a força da gravidade para tal fim (ver Figura 11). Essa prática criativa dos moradores tem um ponto positivo porque evita ou diminui bastante o uso das trilhas para ter acesso a água, essa acumulada em cisternas tem uma evapotranspiração mínima, no entanto, não evita a poluição da água e contribui para o individualismo dos moradores, visto não haver mutirões para limpeza do tanque como ocorria no passado, ficando nítida a falta de cuidados com o manancial como pode se visualizar na figura 10A.
Figura 10 – Água com indícios de poluição
Fonte: O autor – Arquivo Pessoal (2023)
Figura 11 – Utilização de mangueira para retirada de água, no Tanque dos Pedros
Fonte: O autor – Arquivo Pessoal (2023)
Item V – Infraestrutura/ controle do local: O local não tem controle de acesso de pessoas, placas, vigias, cercas, portão etc. ficando exposto a possíveis práticas de vandalismo, há inclusive vestígios de vandalismo do cruzeiro de “Zé Gato” bem como pichações nas paredes e pedras dos dois tanques (ver Figura 12). O local também não dispõe de banheiros, tendo apenas placas de boas-vindas e uns bancos de praças dispostos em locais talvez não adequados, além de uma estrada carroçável dando acesso ao complexo (ver Figura 14). A falta de infraestrutura no local fica visível aos visitantes, cabendo apenas a conscientização individual e /ou grupal dos visitantes em evitar poluir ou causar danos ao local seja deixando lixo, pichando as paredes ou pedras, tomando banho, lavando os pés na água (prática comum por alguns visitantes) ou retirando algum tipo de vegetação do complexo. No local há quatro banquinhos, (ver Figura 13), sendo 2 posicionados no mirante esquerdo da serra, porém a localização poderá contribuir para o aumento da poluição do manancial seja por embalagens deixada pelos visitantes ou sujeiras dos calçados, sendo levado pelas águas para dentro do manancial nos períodos das chuvas, cabe aqui destacar que no local não tem lixeira, vigia, zelador ou qualquer espécie cronograma de limpeza do local, resumindo-se apenas a retirada da lama do tanque quando o mesmo vem a esvaziar, serviço este realizado pela prefeitura municipal.
Figura 12 – Pichações
Fonte: O autor – Arquivo Pessoal (2024)
Figura 13 – Placas de boas-vindas e Placa de rota
Fonte: O autor – Arquivo Pessoal (2023)
Figura 14 – Bancos no Tanque do Arroz
Fonte: O autor – Arquivo Pessoal (2023)
4.4 Proteção/Preservação do complexo
O complexo do tanque do Arroz fica a 3,3 km da sede do município do Damião – PB, tem uma paisagem espetacular, um pôr do sol dos mais deslumbrante da região e um acesso relativamente bom, no entanto, mesmo com todos esses atributos o complexo não dispõe de estrutura para receber um turismo em massa. O complexo tem um grande potencial para desenvolver um turismo ecológico e alavancar a economia do município, desde que seja planejado de forma inclusiva, como pode ser observado, isto é, onde todos os autores do processo partilhem entre si, suas responsabilidades e tenham objetivos comuns no sentido explorar de forma racional o local e que os impactos negativos sejam mínimos e reversíveis.
Com essa perspectiva, observa-se na Caatinga do Ceará a Reserva Natural Serra das Almas, localizada em Crateús (CE), a qual se tornou um modelo de bom desenvolvimento e planejamento. A Reserva é declarada como uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), unidade de conservação que é classificada como de Uso Sustentável pela Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Associação Caatinga, 2007). A reserva disponibiliza de um plano de visitação, mediante duas estruturas para atendimentos aos turistas e visitantes;
O primeiro centro de visitantes foi construído na região central da unidade, na parte da serra, junto à sede da Reserva. É composto por alojamento para 20 pessoas, cozinha, refeitório, área de descanso e para exercícios ao ar livre. Em suas proximidades, foram construídas três trilhas ecológicas […] A outra estrutura é o Centro Ecológico Samuel Johnson […] situa-se no ambiente de caatinga (sertão) e mais próximo de Crateús e das comunidades locais, onde o acesso é mais fácil […] é composto por auditório com capacidade para 30 pessoas, cozinha, refeitório, um laboratório, boa estrutura de apoio para pesquisadores e viveiro para a produção de mudas (Associação Caatinga, 2007, p.22).
As ações referentes à preservação da Reserva, inclui plano de manejo e mapeamento georreferenciado, além de contar com a participação dos moradores das comunidades ao seu entorno, especialmente no que se refere à caça e queimadas. Para evitar a caça e queimadas nessa UC foram implantadas unidades agrossilvopastoris em duas comunidades e o projeto Apague essa Idéia (Associação Caatinga, 2007 apud Mendes et al., 2017). Nota-se que o problema de queimadas também pode ser observado no Complexo do Tanque do Arroz (ver Figura 8).
Para tanto, sob essa ótica, observa-se um estudo realizado por Albuquerque (2022), no qual o autor objetivou avaliar o potencial turístico da região geográfica imediata de Princesa Isabel, no semiárido paraibano, através da identificação das fragilidades e dos atrativos potenciais. O estudo realizado, apontou que o município de Princesa Isabel detém um patrimônio turístico regional riquíssimo, com a possibilidade de alcance nas mais diversas atividades turísticas, que de acordo com Albuquerque (2022) é favorecido pelo arranjo espacial dos atrativos mapeados, embora a infraestrutura de apoio, os serviços e equipamentos turísticos, as condições socioeconômicas e ambientais sejam fragilidades importantes. A pesquisa também trouxe sugestões sobre os aspectos avaliados, os quais se destacam por facilitar a compreensão mediante a fragilidades da região relacionadas ao desenvolvimento da atividade turística no local.
Desta forma, por meio de uma pesquisa mais detalhada foi possível avaliar de forma eficiente tanto o potencial turístico da região, como suas fragilidades, e assim buscar soluções que colaborem com o desenvolvimento da prática do turismo na região de forma objetiva, eficaz e que beneficie todos os envolvidos.
5. Conclusão/Considerações Finais
Com a realização desse trabalho foi possível perceber o potencial que o complexo do Tanque do Arroz desempenha no município nos aspectos cultural, econômico, ambiental e social, sendo considerado atualmente o cartão postal da cidade, ninguém pode conhecer o Damião sem se deslumbrar com as belezas naturais do Tanque Arroz, é como visitar o Rio de Janeiro e não conhecer o Cristo redentor.
Através da aplicação do checklist, método de Avaliação de Impactos Ambientais, pode observar vestígios de queimadas, desmatamentos, áreas com indícios de vandalismos, depredação do espaço natural e poluição ambiental, especialmente em locais onde há armazenamento de água. Esse método checklist é um método de avaliação simples e de cunho observatório, porém, a metodologia mostrou-se eficiente na análise exploratória de campo, indicando pontos que merecem atenção por parte dos gestores públicos e estudos mais profundos sobre a preservação da área, como por exemplo uma análise da água nos reservatórios do Tanque do Arroz e Tanque dos Pedros para identificar se existe algum tipo de contaminação, indicando o nível de qualidade das águas do complexo.
No que tange a estrutura, é visível a falta de investimentos na área de estudo por parte dos gestores públicos, ficando o acesso ao local restrito a uma estrada de terra, com placas de sinalização e boas-vindas, e apenas alguns bancos de praças reutilizados. É urgente a necessidade de se colocar um vigia e placas de advertências no local para conscientizar o público sobre a preservação, pois sem um esforço conjunto do poder público e da população essa atual forma de turismo pode se tornar danosa para o local, que já se trata de área sensível. Outro ponto importante a ser considerado é o envolvimento das pessoas da comunidade no turismo do complexo, pois elas são parte desse contexto e não estão sendo visibilizadas. Por fim, é primordial a criação de um planejamento em conjunto, que envolva os gestores públicos, a comunidade e os visitantes do local, para que ações de conscientização, projetos de educação ambiental e a criação de um comitê gestor sejam implementadas na área do complexo, visando melhorias econômicas, sociais, estruturais e ambientais, o que consequentemente iria contribuir com a realização de um turismo mais sustentável.
1Os dados relacionados a capacidade hídrica do Tanque do Arroz, foram obtidos sob o auxílio e orientação de José Augusto Soares Nicolau, técnico em Agropecuária, EAJ/UFRN.
Referências
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1Graduado em Ciências Agrárias (Licenciatura)- Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Email: louiisaraujo@hotmail.com; http://lattes.cnpq.br/0285138329378988
2Doutoranda em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, linha de pesquisa Análise Ambiental. Mestre em Solos e Qualidade de Ecossistemas pela Universidade Federal do Recôncavo Baiano UFRB (2015). Licenciada em Geografia pela Universidade do Estado da Bahia (2012). Atuou como bolsista em projeto de extensão universitária PROEX/UNEB (2009/2010).. Email: ludimila.brandao@ifpb.edu.br
3Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2008), mestrado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2011) e Doutorado em Biotecnologia Renorbio pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2017). Professor Efetivo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba-IFPB Tem experiência na área de Genética, com ênfase em Genética Vegetal, atuando principalmente nos seguintes temas: cana-de-açúcar, floração, análise in silico. Desenvolve pesquisas na área de bioprocessos com ênfase em bioetanol, enzimas lignocelulolíticas e valorização de resíduos agroindustriais. Atualmente é Diretor de Desenvolvimento do Ensino no IFPB Campus Picuí. http://lattes.cnpq.br/1239745530214820
4Mestre pelo Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia – PPGe pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Brasil. Graduada no curso de Geografia (Bacharelado e Licenciatura) pela UFRN – Campus de Caicó. Desenvolve pesquisas na área de Biogeografia, atua em estudos e pesquisas sobre Análise da Paisagem, Geotecnologia aplicada às Análises Ambientais e mapeamento e identificação de Serviços Ecossistêmicos. Atualmente é Professora de Geografia no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – IFPB, Campus de Picuí. http://lattes.cnpq.br/4709288539643772
5Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual da Paraíba (2008), especialização em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Fundação Universitária de Apoio ao Ensino Pesquisa e Extensão, mestrado em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Campina Grande e doutorado em Engenharia de Processos pela Universidade Federal de Campina Grande com período sanduíche no Instituto Superior de Agronomia em Lisboa/Portugal (2016). Tem experiência na área de educação e práticas laboratoriais. http://lattes.cnpq.br/6046078578184549
6Graduado em Agronomia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), mestrado em fitossanidade pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e doutorado em fitopatologia pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atuou como docente na UEPB no Centro de Ciências Agrárias e Ambientais (CCAA), onde ministrou componentes curriculares no curso de Bacharelado em Agroecologia e no curso técnico em agropecuária. Atuou como docente no Instituto Federal do Acre (IFAC), responsável por componentes curriculares no curso de Bacharelado em Zootecnia e no curso técnico de agropecuária. Atualmente desempenha a função de engenheiro agrônomo na Prefeitura Municipal de Aroeiras-PB e atua como docente colaborador no Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal da Universidade Federal do Acre (PPGPV/UFAC) em Rio Branco. Tem experiência na área de agronomia, atuando principalmente com produção vegetal e manejo fitossanitário dos cultivos agrícolas. http://lattes.cnpq.br/5846691552159965
7Graduado em Pedagogia- Faculdade Cristo Rei-PI. Email: a.nycolau@gmail.com.
8Graduada em Ciências Naturais (Licenciatura)-Universidade Federal da Paraíba- UFPB. Email: socorrocasado@hotmail.com.