SITUAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO (TICS) EM ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES DO MUNICÍPIO DE CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA – PA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7716534


Tamirez Santana Muniz¹
José Damião Trindade Rocha²


Resumo

A presente pesquisa buscou analisar como está a situação da utilização das tecnologias de informação e comunicação junto a escolas públicas e particulares do municipio de Conceiçao do Araguaia – Pará , os mecanismos tecnológicos que as mesmas utilizam assim como o grau do conhecimento por parte dos profissionais da educação. A educação tecnológica, como o próprio nome diz, exige investimentos na inovação de tecnologias científicas-educacionais e na preparação de profissionais para se trabalhar. Já passou a época em que apenas giz, quadro e livros faziam um bom profissional. Evidente que certas práticas pedagógicas ditas “tradicionais” devem estar presentes, porém, não devem ser as únicas como se observa atualmente. Através de um resgate histórico buscou- se analisar as políticas educacionais do Brasil voltadas para a educação tecnológica. Através de pesquisas, analisou-se as dificuldades que a escola encontra para se estabelecer no cenário nacional bem como a importância de uma correta utilização das TIC’s para melhorar a qualidade de ensino. As tecnologias de informação e comunicação assumem papel de suma importância frente ao processo de ensino aprendizagem despertando no aluno o gosto pela pesquisa, resgatando sua autonomia. O trabalho teve como metodologia um estudo descritivo com abordagem quali-quantitativa. Teve por base uma abordagem de método exploratório, com amostragem da coleta de dados feita por um questionário de caráter anônimo e voluntário, com 15 professores que ministram aulas em duas escolas públicas e duas particulares. Após a realização da análise dos dados coletados, tornou-se possível compreender que apesar de todos os professores envolvidos na pesquisa terem noção sobre as TIC`s e a utilizarem de alguma forma em suas aulas, nem todos dão a devida importância a mesma.

Palavras-chave: Tecnologias de informação e comunicação, educação tecnológica, qualidade de ensino.

1 – Introdução

A escolha de se pesquisar sobre o tema utilização das tecnologias de informação e comunicação, se deu em função de ser uma área de estudos pouco explorada mas de suma importância no processo de ensino aprendizagem no contexto escolar, pelo fato de o tema fazer parte de experiências profissionais já trabalhadas pela pesquisadora, e por conviver de forma direta com os problemas educacionais envolvendo o tema trabalhado.

Ultimamente, as políticas educacionais brasileiras começaram a ter um novo olhar a respeito da educação tecnológica, que é um campo do conhecimento voltado essencialmente para a formação técnica nos níveis médio e pós-médio e na qualificação profissional pautada no conhecimento científico e na inovação tecnológica de ensino.

Apesar de pertinentes para o contexto de promoção socioeconômica que o país vive nos últimos anos, tais políticas encontram-se desconectadas da realidade de muitas instituições de ensino do Estado do Pará. Isto se agrava principalmente em algumas instituições públicas, onde os investimentos são menores.

As dificuldades em se trabalhar com TIC’s aparecem sob vários aspectos, tais como: alunos (as) vindos (as) do ensino fundamental mal preparados (as) para enfrentar o ensino médio, bibliotecas com livros desatualizados, falta de qualificação profissional dos docentes, pouco incentivo em pesquisa e inovação tecnológica e a falta de equipamentos, principalmente para a realização de experimentos e até mesmo manuseio e utilização dos mesmos.

Para que a educação tecnológica aconteça de forma eficaz são necessários projetos de pesquisas nas áreas científicas e tecnológicas, treinamento de toda a comunidade escolar, desenvolvimento de projetos educacionais que envolva diversas tecnologias, currículos voltados para o trabalho com as TIC’s, bem como aulas dinâmicas com fundamentos científicos e tecnológicos.

A discussão sobre o uso das TIC’s nas escolas tem-se estendido a questões pedagógicas interdisciplinares, cada disciplina utiliza as tecnologias de uma forma, mas todas com o mesmo objetivo, o aprendizado, com isso é indiscutível que as tecnologias modernas, quando bem empregadas, estimulam o ensino e a aprendizagem das mais diversas disciplinas, mas suas possibilidades e limitações precisam ser questionadas para que o conhecimento seja utilizado e desenvolvido de forma adequada, tanto para quem ensina tanto para quem aprende.

É importante despertar o interesse dos professores reforçando a utilização de novas fontes de conhecimento, como a internet e os softwares, que facilitam o estudo e a compreensão dos processos de ensino e aprendizagem, dos conteúdos abordados em sala.

Torna-se necessário discutir como se dá a influência do uso de recursos informatizados, na forma pela qual as pessoas aprendem, o efeito destes na educação, como a tecnologia age sobre esse aprendizado. Não se quer concluir que a tecnologia deve ser utilizada em qualquer situação no processo de ensino e aprendizagem, pois se ela for inserida sem propósitos nos conteúdos e conceitos, não terá sentido algum.

Esta pesquisa buscou compreender quais são os mecanismos educacionais tecnológicos que algumas Escolas de Conceição do Araguaia – PA, vêm utilizando para oferecer uma educação diferenciada, dinâmica e de qualidade, bem como as dificuldades enfrentadas que inviabilizam a realização desta ação com eficácia, buscou-se também oferecer sugestões ao corpo docente para construírem dinâmicas educativas voltadas para os interesses da comunidade escolar e consequentemente de melhor qualidade aos seus usuários.

2 – Conceituando tecnologia

Como existem diferentes formas de compreender a tecnologia, se faz necessário antes de qualquer coisa, conceituar o que podemos compreender por este termo.

Conceitualmente, tecnologia é qualquer elemento, método ou técnica criada pelo homem para tornar seu trabalho mais fácil ou leve, sua locomoção e comunicação mais simplesmente e sua vida mais agradável e divertida. Formalmente, a tecnologia é o emprego de um conjunto de técnicas, mas filosoficamente, a partir da origem da palavra (tecno = técnica + logia = ciência), seria a teoria ou filosofia da técnica. Por definição, a técnica é um procedimento bem definido e transmissível, destinado a produzir um resultado útil.

A partir do século XIX, a técnica passou a significar uma sistematização do conhecimento que pousa sobre o saber cientifico, a racionalização do emprego de instrumentos e materiais. Pensando assim, tanto em seu sentido original como contemporâneo, a tecnologia é tão antiga quanto o homem.

Atualmente nos confrontamos com tecnologias que melhoram a capacidade de acumular informações indo desde o papel, a escrita e o lápis até o computador, amplificam os poderes sensoriais, a percepção com o telescópio ou o microscópio, altos falantes, etc, permitem a ampla comunicação entre os homens através do telefone e internet , encurtam o deslocamento sendo criados os carros, aviões e barcos, enfim que facilitam a vida das pessoas e a necessidade humana de subjugar à natureza para sobreviver.

3  – Educação e tecnologia – Histórico

Muito se tem falado a respeito de tecnologia e educação, mas para se ter um melhor entendimento entre essa ligação se faz necessário saber como isso se deu.

A partir da década de 1940, nos Estados Unidos, estudos foram iniciados na área educacional a respeito da história do desenvolvimento da tecnologia. A princípio a mesma foi utilizada visando formar especialistas militares durante a Segunda Guerra Mundial onde foram desenvolvidos cursos com o auxílio de ferramentas audiovisuais. Como disciplina no currículo escolar, a tecnologia educacional surgiu nos estudos de educação Audiovisual da Universidade de Indiana, em 1946. Com o uso dos meios audiovisuais constituiu-se assim o primeiro campo especifico da tecnologia educativa.

Estudos desenvolvidos por B. F. Skinner, fundamentou nessa mesma época trabalhos voltados ao condicionamento operante e aplicados ao ensino programado. Assim, nessa proposta, teve inicio o uso da tecnologia educativa como área de estudo no Reino Unido (DE PABLOS, 1998). A partir da década de 50, a psicologia da aprendizagem tornou-se campo de estudo curricular da tecnologia educacional. Nessa mesma época, as transformações causadas por esses estudos foram indispensáveis, sobretudo como novos modelos de aprendizagem que influenciaram no desenvolvimento da tecnologia educacional como disciplina dos currículos pedagógicos.

Houve um grande avanço na década de 1960, no que diz respeito ao desenvolvimento dos meios de comunicação de massa no âmbito social. Em um primeiro momento a televisão e o rádio tornaram-se ferramentas de fundamental importância a essas tecnologias.

Esse desenvolvimento influenciou a vida cotidiana de milhares de pessoas, tanto “nos costumes sociais, na maneira de fazer política, na economia, no marketing, na informação jornalística como também na educação” (DE PABLOS, 1998, p. 52). A década de 70 foi marcada pelo desenvolvimento da informática, os computadores começaram a ser utilizados para fins educativos. Assim o ensino assistido por computador (EAC) começou a ser ressaltado, e nos Estados Unidos experiências foram realizadas com o objetivo de mostrar como poderia ser eficaz a utilização dos computadores nas escolas, visto que os próprios professores desenhavam os programas a partir da linguagem de autor, Pilot (apud DE PABLOS, 1998; GROS, 2000; HARASIM etal., 2000).

No campo educacional brasileiro, o uso das tecnologias foi primeiramente destinado para o ensino a distância. O Instituto Rádio-Monitor, em 1939, e o Instituto Universal Brasileiro, em 1941, realizaram as primeiras experiências educativas com o radio. Algumas experiências educacionais envolvendo tecnologia, tiveram destaque, como a criação do Movimento de Educação de Base (MEB), que visava alfabetizar jovens e adultos por meio das escolas radiofônicas³, principalmente na região norte e nordeste do Brasil.

Outro projeto de grande relevância transmitido pelo rádio MEC foi o Projeto Minerva⁴. De 1967 a 1974 o mesmo foi desenvolvido, em modo experimental, pelo Sistema Avançado de Comunicações Interdisciplinares (Projeto Saci), utilizando o rádio e a televisão como meios para transmitir as aulas com fins educacionais. Esses projetos eram subdivididos em duas partes: onde uma era voltada para as três primeiras séries do ensino fundamental e a outro para o treinamento de professores.

No Brasil por volta de 1969 iniciaram-se experiências educativas importantes por meio da Televisão Cultura, que passou a transmitir o curso Madureza Ginasial. O grande desafio do curso era provar que havia possibilidade de transmitir através da televisão, uma aula eficiente e agradável. Neste mesmo período, o sistema de Televisão Educativa (TVE) do estado do Maranhão passou a desenvolver atividades educativas voltadas aos alunos de 5ª a 8ª séries.

Em 1974 a Fundação Teleducação do Ceará (FUNTELC), começou a desenvolver o ensino regular de 5ª a 8ª séries, produzindo e veiculando os programas de televisão elaborarando também todo o material impresso (SARAIVA,1996).

Em 1978, entrou em execução o Telecurso 2º grau, que é um projeto educativo implementado pela Fundação Roberto Marinho (FRM) em parceria com a fundação Padre Anchieta (mantenedora da TV Cultura de São Paulo) e a Federação das Inústrias do Estado de São Paulo (FIESP).

Essas atividades foram realizadas com sucesso e em 1981 foi criado o Telecurso 1º grau, com apoio do MEC e da Universidade de Braslia (UnB). Em 1995, o telecurso adquiriu um novo formato e ganhou o nome de Telecurso 2000 (BARROS, 2003; SARAIVA, 1996). O Telecurso 2000 foi denominado de Ensino e não Educação a Distância, o mesmo apresentava uma proposta de ação caracterizada pela instrução, transmissão de conhecimentos, informações e pelo treinamento de pessoas para o mundo do trabalho (BARROS, 2003). Devido ao sucesso, o Telecurso se estendeu á outros países como Portugal, Angola, Moçambique e Cabo Verde.

O governo brasileiro, intermediado pelo MEC, prioriza o uso de tecnologias na educação para a formação continuada dos professores pelo programa TV Escola. No entendimento do governo, o programa é capaz de “sanar algumas das deficiências mais graves do nosso sistema de ensino, como a capacitação do magistério” e, ainda, “treinar” e apoiar os professores em seu próprio ambiente escolar, objetivando elevar a qualidade do ensino brasileiro (TOSCHI, 2001, p. 91).

A Internet funciona, no Brasil, desde o inicio dos anos 80. 0 Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), por meio do Conselho de Desenvolvimento Nacional e Tecnológico (CNPq), criou a Rede Nacional de Pesquisa (RNP). Porém, nessa época as universidades públicas brasileiras já estavam conectadas a Rede Bitnet através da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que esteava um canal direto com os Estados Unidos auxiliado pela própria UFRJ, disponibilizado para todas as universidades públicas do Brasil. Com isso, a RNP iniciou a instalação das “chamadas auto-estradas” da informação brasileira, onde foram criados os Pontos-de-Presença (POPs) nos estados, conectando dezenas de milhares de computadores, principalmente nos centros de pesquisas e instituições de ensino superior (PRETTO, 2001 b).

Pode-se constatar, que nesta era tecnológica, as palavras informação e tecnologia, tem sido utilizada por diversos autores tanto nos ambientes virtuais como também em instituções públicas e privadas, sejam elas de ensino convencional ou a distância, que oferecem conhecimento e informação atualizada. Por meio das tecnologias, a formação pessoal e profissional se torna muitas vezes mais fácil, possibilitando hipoteticamente que o conhecimento chegue a “todos”.

Pretto (2001a, p. 39) enfatiza ser de suma importância preocuparmo-nos com as políticas públicas de inclusão das camadas desfavorecidas ao mundo tecnológico. Também faz uma observação que preparar o trabalhador para o uso dos computadores e a rede é necessário, mas não é tudo. Para o autor, a preparação para esse mundo tecnológico deve estar articulada com a formação básica do indivíduo, pois não se pode falar em uma alfabetização digital sem se falar, primeiro, em alfabetização dos números, das letras, da cultura, da consciência corporal, da ciência.

Pode-se afirmar que, da parte da sociedade e dos órgãos governamentais, existem inúmeras preocupações em relação a educação das pessoas, dentre as quais, destacam-se três: o acesso, a qualidade e o custo.

Em relação ao acesso, a educação não tem atingido muita gente, o que não é nenhuma novidade, uma vez que o Brasil possui, segundo dados de 2011 do IBGE, aproximadamente 13 milhões de analfabetos absolutos e 30 milhões de analfabetos funcionais.

No que se diz respeito a qualidade, existe uma concordância por parte daqueles que freqentam ou freqentaram a escola, de que é preciso elevar a qualidade da educação, pois a mesma ainda tem uma deficiência muito grande.

A qualidade não é um dado de fato, não é um valor absoluto, não é adequação a um padrão ou a normas estabelecidas a priori e do alto. Qualidade é transação, isto é, debate entre indivíduos e grupos que têm um interesse em relação à rede educativa, que têm responsabilidade para com ela, com a qual estão envolvidos de algum modo e que trabalham para explicitar e definir, de modo consensual, valores, objetivos, prioridades, ideias sobre como é a rede (…) e sobre como deveria ou poderia ser. Bondioli (2004, p. 14)

Referente ao custo, sabemos que uma educação de qualidade requer investimentos elevados, e custos elevados limitam o acesso das pessoas de baixa renda, por isso se faz necessárias políticas de investimentos no campo educacional.

A necessidade de se inserir recursos tecnológicos nas instituições de ensino, é cada vez maior onde o uso de atividades interativas ajuda no processo de ensino aprendizagem e despertam o interesse em aprender no aluno, estas atividades interativas configuram-se com os encontros presenciais com outras pessoas, comunicação por telefone, por e-mail, para obter respostas as dúvidas, onde tais atividades tornam-se partes importantes para o sucesso da aprendizagem.

Neste novo ciberespaço de comunicação que estamos vivenciando, há um livre intercâmbio de informações, com isso se faz necessário que os educadores saibam transformá-las em conhecimentos válidos para a educação. Existem excelentes programas educativos, informativos e culturais na televisão, nos rádios, e principalmente na Internet. No entanto, na educação de modo geral, os discursos sobre a construção desses conhecimentos são perfeitos, mas quando os trazemos para a prática não sabemos como trabalhar com eles. Ainda precisamos aprender a transformá-los em ferramenta de ensino aprendizagem.

Pretto (2001a), coloca que se faz necessária uma articulação do que chamamos de “alfabetização tecnológica ou digital” acompanhada por uma discussão sobre a alfabetização dos números, das letras, da consciência corporal, e que podem ser superadas ou minimizadas por meio das tecnologias disponíveis em cada região. A tecnologia no âmbito educacional deve ser aquela que se aplica as tarefas práticas de conhecimentos científicos e de outros tipos de conhecimentos organizados pelas pessoas e pelas máquinas.

4  – Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação

Quando se fala em Educação Tecnológica no Brasil pode-se afirmar que a mesma ainda está de certa forma atrasada se comparada a outros países, isso se dá pelo fato de haver pouco incentivo e investimentos dos governos Federais, Estaduais, Municipais e até das instituições particulares.

A inserção de novas tecnologias no processo educacional é uma exigência da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB 9394/96, onde a mesma diz em seu texto que a tecnologia educacional deve estar inserida nos currículos. Através de pesquisas pode-se afirmar que os alunos que trabalham educação tecnológica em seus currículos estão mais bem preparados para enfrentar o mercado de trabalho, como também se destacar durante o processo de graduação.

As TIC’s são de suma importâcia no processo educacional para desenvolver os alunos atualmente, também para o desenvolvimento do nível educacional que infelizmente ainda deixa a desejar. Quando se fala em incentivo, é notório que a verba destinada a esse fim ainda não é suficiente, pois tecnologia não é barata e requer investimentos contínuos. Podemos dizer também que precisamos de uma maior receptividade por parte dos educadores, que ainda apresentam uma certa resistência em inserir tecnologia em suas aulas.

Acredita-se que se houvesse um maior insumo de educação tecnológica poderíamos chegar a um modelo de educação quase perfeito, pois com um bom planejamento na aplicação da tecnologia podemos ter um grande avanço educacional.

A tecnologia na verdade não está só no computador, está também em aparelhos que utilizamos em nosso dia-a-dia para facilitar as tarefas cotidianas, mas nem sempre sabemos como e porque ela está sendo utilizada, quais as fórmulas de matemática, ou física que foram aplicadas no desenvolvimento de certo equipamento. Por isso, pra chegarmos a um modelo perfeito ainda precisamos de muito trabalho e esclarecimento quanto ao uso adequado da tecnologia educacional.

Para superarmos algumas dificuldades em relação ao uso das TIC’s primeiro temos que ter boa vontade para fazer acontecer, segundo, preparar o educador para usar tecnologia em sala de aula, terceiro, motivá-los a utilizar, mostrando também ao aluno que a escola tem novidades e novos meios de ajudá-lo a aprender conteúdos de forma mais fácil.

Vendo a importância de inserir tecnologia na educação a Bahia foi o primeiro estado brasileiro a introduzir laboratórios de educação tecnológica em massa nas escolas públicas estaduais através do programa Educar para Vencer. Como o governo sozinho não tinha condições de implantar tal projeto, o mesmo foi realizado em parceria com uma empresa multinacional.

Para que esse tipo de projeto aconteça de forma correta, não adianta somente implantar laboratórios de informática nas escolas, precisa-se capacitar os professores mostrando a importância e os benefícios de se utilizar essas ferramentas. Na verdade, a tecnologia ainda assusta um pouco, pois a visão “tecnologia tira empregos” ainda existe na cabeça das pessoas e principalmente dos educadores que não tem muita informação.

Atualmente quando falamos em tecnologia, referendamos o termo “internet”, isso porque geralmente associamos primeiramente a internet a tecnologia, nós não aprendemos outras coisas. Infelizmente nosso nível de conhecimento e informação ainda é pequeno, mas podemos ampliar isso sim.

Internet é importante e está ai pra todos. É o meio tecnológico de maior acesso e quase todas as escolas possuem algum computador com acesso a internet, é um grande centro de informações, mas não é a tecnologia na sua totalidade.

Atualmente temos grandes congressos, seminários, palestras, que abordam o tema educação tecnológica, algumas instituições que se preocupam com a qualificação de seus funcionários e a qualidade de ensino de seus alunos, oferecem cursos de informática, a tecnologia não vai tirar emprego e sim modificar a qualificação e especialização de cada profissional.

Alguns educadores tem a ideia de que se as crianças se envolverem muito com brinquedos e equipamentos tecnológicos perderão o interesse em ler e quando na verdade se não souberem ler e interpretar, jamais conseguirão fazer uso destes equipamentos. Ler é muito importante, os livros ainda são as maiores fontes de conhecimento.

5  – Resultados e discussões

A pesquisa foi realizada em duas escolas públicas e duas particulares no município de Conceição do Araguaia – PA, contou com a participação de quinze professores. a seguir vamos expor os gráficos com os resultados obtidos.

1 – Você sabe o que são as Tecnologias de Informações e Comunicações?

GRÁFICO 1

Através do gráfico pode-se notar que todos os professores sabem o que são as TIC`s.

2 – Já participou de alguma preparação em informática na sua formação acadêmica ou profissional?

GRÁFICO 2

Dos quinze professores participantes da pesquisa, dez já tiveram algum curso de informática.

3 – Já participou de alguma capacitação para uso das TIC`s em sala de aula?

GRÁFICO 3

Apesar de alguns dos professores terem participado de algum curso na área de informática durante sua formação, somente oito já participaram de alguma capacitação para o uso das TIC`s em sala de aula e sete não.

4 – Sua escola oferece algum recurso tecnológico para suas aulas?

GRÁFICO 4

Todas as escolas envolvidas na pesquisa oferece algum tipo de recurso tecnológico para que o professor utilize em suas aulas.

5 – Você utiliza as TIC`s em sala de aula?

GRÁFICO 5

Todos os professores utilizam algum tipo de tecnologia em suas aulas.

6 – Quais recursos tecnológicos mais contribuem com suas aulas?

GRÁFICO 6

Podemos perceber que todos os professores utilizam notebook e data show em algumas de suas aulas, enquanto somente cinco utilizam a internet e quatro usam celulares.

6 – Conclusão

Podemos afirmar que o uso das tecnologias da informação e da comunicação na educação trás consigo novas formas aos estudantes e professores de ensinar/aprender, se comunicar, de pensar, além de despertar o interesse pelo novo. A informática na escola precisa ser vista e utilizada como um recurso para auxiliar o professor com os conteúdos curriculares, sua finalidade não é somente as técnicas de digitações e em conceitos básicos de funcionamento do computador, existe um leque de oportunidades que deve ser explorado pelos alunos e professores.

A inserção das TICs no cotidiano escolar estimula o desenvolvimento do pensamento critico, criativo e a aprendizagem cooperativa, uma vez que torna possível a realização de atividades interativas. Sem esquecer que também pode ajudar o estudante a desafiar regras, descobrir novos padrões de relações, improvisar e até adicionar novos detalhes a outros trabalhos tornando-os assim inovados e diferenciados.

As tecnologias no ambiente escolar, proporcionam aos aprendizes uma construção de saberes a partir de comunicação e interação com um mundo virtual, no qual não há limites geográficos, culturais e a troca de conhecimentos e experiências é continua.

Dessa forma as tecnologias de informação e comunicação funcionam como aliadas e recursos dinâmicos de educação, a medida que são bem utilizadas pelos educadores e educandos permitem intensificar a melhoria das práticas pedagógicas desenvolvidas em sala de aula e fora dela.

De acordo com o que se viu através da pesquisa, foi possível perceber que, todas as unidades escolares têm algum tipo de TIC implantada, porém pôde-se concluir através de conversa com os professores durante a entrevista que por falta de qualificação e interesse por parte dos educadores essas tecnologias não estão sendo exploradas como deveriam ser. São na maioria profissionais que não se identificam muito com equipamentos ou que não acompanharam os avanços tecnológicos e por isso não sabem como se manuseia, precisa-se de incentivos, projetos e novas propostas de trabalho para que as TIC’s sejam gradativamente trabalhadas dentro das escolas com cunho pedagógico.

7 – REFERÊNCIAS

BARROS, D. M. V. Educação a distância e o universo do trabalho. Bauru: Edusc, 2003.

BONDIOLI, A. O projeto pedagógico da creche e a sua avaliação: a qualidade negociada. Campinas: Autores Associados, 2004.

DE PABLOS, J. P. Visões e conceitos sobre a tecnologia educacional. In: SANCHO, J. M. (Org.). Para uma tecnologia educacional. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

GROS, Begona S. El ordenador invisible: hacia la apropiacin del ordenador en la enseæanza. Barcelona: Gedisa, 2000.

HARASIM, L.; HILTZ, S. R.; TUROFF, M.; TELES, L. Redes de aprendizaje: guia para enseanza y el aprendizaje en red. Barcelona: Gedisa, 2000.

PRETTO, N. L. Desafios para a educação na era da informação: o presencial, a distancia, as mesmas politicas e o de sempre. In: BARRETO, R. G.; PRETTO,

N. L. et al. Tecnologias educacionais e educação a distancia. Rio de Janeiro: Quartet, 2001 a. p. 29-53.

PRETTO, N. L. Politicas publicas educacionais: dos materiais didáticos aos materiais multimidia. Revista de Educação, São Paulo, v. 10, n. 1, p. 5-20, 2001 SARAIVA, Terezinha. Educação a distância no Brasil: lugares da história. In: Em aberto, Brasilia, DF, ano 16, n. 70, p. 17-27, abr./jun.1996.

TOSCHI. M. S. TV escola: o lugar dos professores na politica de formação docente. In: BARRETO, R. G.; PRETTO, N. L. et al. (org.). Tecnologias educacionais e Educação a distância. Rio de Janeiro: Quart, 2001.


¹ tamirez.muniz@mail.uft.edu.br. Graduada em Educação Física. Mestranda em Educação – UFT.
2 damiao@uft.edu.br Pós-Doc. professor associado Pedagogia. Docente PPGE/UFT e PGEDA/UFPA/UFT, Coordenador do PPPGE/UFT. Sócio Anped GT12 – Currículo, ABdC, ABETH. Líder Grupo CNPq Gepce/Minorias http://lattes.cnpq.br/9799856875780031 https://orcid.org/0000-0002-5788-7517
3 As Escolas Radiofônicas foram instaladas inicialmente no Rio Grande do Norte pela igreja católica. As aulas eram transmitidas por um professor-locutor e assistidas por monitores junto com os alunos. No Brasil, a idéia de utilizar o rádio na alfabetização de adultos começou em 1940 era defendida por adeptos e simpatizantes do ensino radiofônico.
⁴O Projeto Minerva foi um programa de rádio brasileiro elaborado pelo governo federal e que teve por finalidade educar pessoas adultas. Todas as emissoras do país eram obrigadas a transmitir a sua programação. Foi criado pelo então Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação e Cultura. Iniciou suas transmissões 1º de setembro de 1970. O nome Minerva é uma homenagem à deusa romana da sabedoria.