SEXUALITY IN ADOLESCENCE: AN ANALYSIS OF THE RELEVANCE AND INFLUENCE OF BIOPSYCHOSOCIAL FACTORS
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202511201757
Adriane Rocha Gomes
Gregory Rocha Nascimento
Camila Antunez Villagran
Bruna Louzada Saez
Paula Cristina de Oliveira Pimenta
Luiz Alexandre Pereira de Toledo
RESUMO
Introdução: A adolescência é uma fase marcada por intensas transformações biológicas, psicológicas e sociais, que influenciam diretamente o desenvolvimento da sexualidade. Nessa etapa da vida, os jovens começam a construir sua identidade sexual, vivenciar o despertar dos desejos e desenvolver comportamentos relacionados à afetividade e à reprodução. Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo analisar a relevância e a influência de fatores biopsicossociais sobre a sexualidade na adolescência, com ênfase na importância de uma educação sexual emancipatória, inclusiva e baseada em evidências. Material e métodos: Trata-se de uma revisão literária sistemática desenvolvida através de pesquisa de revisão de literatura, de caráter descritivo e exploratório. Resultados: Os achados evidenciam que programas de educação sexual abrangentes e inclusivos, fundamentados em evidências científicas, são essenciais para capacitar os adolescentes a tomarem decisões conscientes. Essas ações devem fortalecer os vínculos entre família, escola e comunidade, favorecendo práticas sexuais saudáveis e uma percepção positiva da sexualidade. Conclusão: Este estudo contribuiu para identificar os fatores biopsicossociais, como eles exercem a influência direta e significativa na vivência da sexualidade entre adolescentes brasileiros. A ausência de orientações adequadas, aliada à disseminação de informações equivocadas, pode contribuir para o aumento de vulnerabilidades emocionais, sociais e reprodutivas.
Palavras chave: Sexualidade; Adolescência; Educação Sexual; Fatores Biopsicossociais.
ABSTRACT
Introduction: Adolescence is a stage marked by intense biological, psychological, and social changes that directly influence the development of sexuality. During this phase of life, young people begin to build their sexual identity, experience the awakening of desires, and develop behaviors related to affection and reproduction. Objective: This study aims to analyze the relevance and influence of biopsychosocial factors on sexuality in adolescence, with an emphasis on the importance of emancipatory, inclusive, and evidence-based sexual education. Material and Methods: This is a systematic literature review developed through descriptive and exploratory literature research. Results: The findings show that comprehensive and inclusive sexual education programs, grounded in scientific evidence, are essential for enabling adolescents to make informed decisions. Such initiatives should strengthen the bonds between family, school, and community, promoting healthy sexual practices and a positive perception of sexuality. Conclusion: This study helped identify the biopsychosocial factors and how they exert direct and significant influence on the experience of sexuality among Brazilian adolescents. The absence of adequate guidance, combined with the spread of misleading information, may contribute to increased emotional, social, and reproductive vulnerabilities.
Keywords: Sexuality; Adolescence; Sex Education; Biopsychosocial Factors
1. INTRODUÇÃO
A adolescência é uma fase marcada por intensas transformações biológicas, psicológicas e sociais, que influenciam diretamente o desenvolvimento da sexualidade. Nessa etapa da vida, os jovens começam a construir sua identidade sexual, vivenciar o despertar dos desejos e desenvolver comportamentos relacionados à afetividade e à reprodução. No entanto, a falta de informação adequada e o acesso limitado a serviços de saúde sexual e reprodutiva contribuem para comportamentos de risco, como relações sexuais desprotegidas e a ocorrência de infeções sexualmente transmissíveis (IST’s) e gravidez não planejada.[1,2]
A educação sexual, quando abordada de forma integral e respeitosa, é um fator essencial para o desenvolvimento saudável da sexualidade dos adolescentes. O diálogo entre escola, família e serviços de saúde permite a formação de atitudes conscientes e responsáveis, promovendo o autoconhecimento, o respeito e a prevenção de práticas de risco. [3] A Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça que a sexualidade deve ser compreendida como um aspecto central da vida humana, englobando sexo, gênero, prazer, intimidade e reprodução, devendo ser abordada de maneira positiva e ética.[4]
Nos últimos anos, entre 2019 e 2025, estudos têm destacado a necessidade de políticas públicas voltadas à educação sexual e à promoção da saúde reprodutiva na adolescência, considerando o avanço das Mídias digitais e o impacto das redes sociais na formação de valores e comportamentos.[5,6] Diante disso, compreender a sexualidade adolescente sob uma perspectiva multidimensional é essencial para o desenvolvimento de ações efetivas de educação e prevenção.
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1. Tipos de estudo
Realizou-se um estudo de natureza descritiva e exploratória em relação à quantidade de artigos selecionados e, qualitativa em relação à discussão sobre os artigos selecionados. Trata-se de uma revisão literária sistemática desenvolvida através de pesquisa de revisão de literatura, de caráter descritivo e exploratório. O objetivo é analisar a saúde sexual e reprodutiva de adolescentes no Brasil, enfocando a influência de fatores biopsicossociais. A pesquisa busca compilar e interpretar os principais achados científicos recentes relacionados à temática.
As buscas para esse estudo são literaturas que correspondem e contribuem nas respostas das problemáticas/questões que foram levantadas como causas dos fatores da sexualidade na adolescência uma análise da relevância e da influência de fatores biopsicossociais como: Literatura Latino-Americano e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS); Scientific Eletronic Library Online (SCIELO); Public/Publisher Medline (PUBMED); Biblioteca Virtual em Saúde Brasil (BVS); Research Society and Development (RSD). Sucederam na inclusão dessa pesquisa, artigos científicos publicados entre os anos de 2019 e 2025 focados na sexualidade e os fatores biopsicossociais que abordem fatores (biológicos, psicológicos e sociais) na vivência da sexualidade adolescente.
Foram excluídas publicações e artigos que não estejam no período proposto, temporal das buscas entre 2019 e 2025, estudos que não se concentrem especificamente na população adolescente, estudos que não abordem diretamente a temática da sexualidade sob perspectiva biopsicossocial.
2.2. Critérios de inclusão
- Foram considerados artigos científicos publicados entre os anos de 2019 e 2025.
- Pesquisas que abordem fatores biopsicossociais (biológicos, psicológicos e sociais) na vivência da sexualidade adolescente.
2.3. Critérios de exclusão
- Publicações fora do período proposto;
- Estudos que não se concentrem especificamente na população adolescente;
- Trabalhos que não abordem diretamente a temática da sexualidade sob perspectiva biopsicossocial.
Foram excluídas publicações que não estavam dentro do período proposto, entre 2019 e 2025, além de estudos que não focassem especificamente na população adolescente. Também ficaram de fora trabalhos que não abordassem diretamente a sexualidade sob a perspectiva biopsicossociais.
2.4. Descritores em Saúde
Descritores em Ciências da Saúde (DECS) e Medical Subject Headings (MESH) são palavras ou termos utilizados para representar de forma clara e padronizada os temas em artigos, pesquisas ou estudos na área da saúde. Eles ajudam a organizar as informações e tornam mais fácil encontrar o que se busca, garantindo que os temas sejam identificados de forma precisa e consistente. Para a construção desse trabalho, foram utilizados os DECS:
Sexualidade; Adolescência; Educação Sexual; Fatores Biopsicossociais, e no MESH: Sexuality; Adolescense; Sexual Education; Biopyschosocial Factors.
2.5. Quantidade de trabalhos encontrados
Em uma busca realizada na base de dados PUBMED, LILACS, RSD, BVS e SCIELO, sendo os descritores: sexualidade; adolescência; educação sexual; fatores biopsicossociais, foram encontrados na base de dados e nº de artigos:
Tabela 1: Literatura Latino-Americano e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS); Scientific Eletronic Library Online (SCIELO); Public/Publisher Medline (PUBMED); Biblioteca Virtual em Saúde Brasil (BVS); Research Society and Development (RSD).
| Base de dados | Quantidade de trabalhos encontrados | Artigos excluídos por não atenderem os critérios de inclusão | Estudos excluídos após leitura de título e resumo | Estudos incluídos na revisão |
| PUBMED | 94 | 103 | 23 | 12 |
| LILACS | 6 | |||
| SCIELO | 12 | |||
| RSD | 10 | |||
| BVS | 16 |
Após a leitura dos títulos, resumos e aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foi realizada a seleção final dos estudos utilizados na presente revisão.
3. RESULTADOS
Os achados evidenciam que programas de educação sexual abrangentes e inclusivos, fundamentados em evidências científicas, são essenciais para capacitar os adolescentes a tomarem decisões conscientes. Essas ações devem fortalecer os vínculos entre família, escola e comunidade, favorecendo práticas sexuais saudáveis e uma percepção positiva da sexualidade.
A abordagem biopsicossocial se destaca como instrumento fundamental para a compreensão integral do fenômeno, oferecendo subsídios relevantes para políticas públicas e estratégias pedagógicas voltadas à saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes.
Com base nos estudos analisados, é evidente que a sexualidade na adolescência é influenciada por uma interação complexa de fatores biológicos, psicológicos e sociais. Esta fase de transição é caracterizada por mudanças hormonais e cognitivas, que se entrelaçam com o ambiente social e cultural, moldando as experiências dos jovens.
A literatura enfatiza que a educação sexual, quando abordada de maneira integral e emancipatória, desempenha um papel central no desenvolvimento de uma sexualidade saudável e consciente. Apesar dos avanços nas pesquisas e nas políticas públicas, ainda existem lacunas significativas, como a insuficiência de programas educacionais que levem em consideração as necessidades biopsicossociais dos adolescentes, além dos desafios impostos pelas mídias digitais. Assim, é fundamental que os esforços futuros promovam abordagens mais inclusivas e integradas, que incorporem não apenas aspectos biomédicos, mas também contextos emocionais, sociais e culturais, garantindo o empoderamento dos jovens e a redução de desigualdades.
Este trabalho preliminar reforça a necessidade de políticas públicas, intervenções educacionais e pesquisas contínuas que explorem mais profundamente as dinâmicas da sexualidade adolescente, ampliando o diálogo entre saúde, educação e sociedade. Segue a estratificação dos recursos literários utilizados:
QUADRO 1: Caracterização dos artigos analisados, conforme título, autor (es), ano da publicação, delineamento do estudo e fonte de dados
| Nº | Título do artigo | Autor (es)/ano | Delineamento do estudo | Fonte de dados |
| E1 | Fatores individuais e contextuais associados ao início da vida sexual entre adolescentes | Furlanetto, Milene Fontana et al; 2019 | Estudo observacional, transversal, com abordagem quantitativa. | Springer Open |
| E2 | Fatores relacionados ao início precoce da vida sexual na adolescência: uma revisão integrativa | Araújo WJS, Moura MIA, Bragagnollo GR, Camargo RAA de, Monteiro EMLM; 2021 | Revisão Integrativa | RSD (Research, Society and Development) |
| E3 | Implicações biopsicossociais da gravidez na adolescência | Santos BC et al; 2025 | Revisão Integrativa | RSD (Research, Society and Development) |
| E4 | Papel do enfermeiro na orientação sexual na adolescência | Silva JM / 2021 | Estudo bibliográfico, descritivo de abordagem qualitativa | RCMOS (Revista Científica Multidisciplinar O Saber) |
| E5 | Relato de experiência: Sexualidade na adolescência com uma abordagem prática e integradora em estratégia de saúde da família. | Dultra IV et al; 2023 | Relato de experiência | RSD (Research, Society and Development) |
| E6 | Enfermagem em Saúde Escolar Promovendo Educação Sexual em Adolescentes no Brasil | Frota CA, Sousa GM de, Silva MNS, Passos MAN; 2023 | Revisão Integrativa de Literatura | Revista JRG de Estudos Acadêmicos, |
| E7 | Descoberta da sexualidade na adolescência | Faria HG; 2019 | Opinião | Público |
| E8 | 6 dicas para falar sobre sexualidade com o seu filho adolescente | AdvanceCare; 2023 | Artigo | AdvanceCare à Saúde |
| E9 | Papel da enfermagem na educação sexual de adolescentes | Silva MAG da, Couto SIS, Marques MJS, Lopes LGF, Santos LMF; 2022 | Revisão Integrativa de Literatura | RSD (Research Society and Development) |
| E10 | Educação sexual de adolescentes e jovens em ambiente escolar | Brogiolo CB et al; 2024 | Estudo transversal | Revista Eletrônica Acervo Saúde |
| E11 | O papel do enfermeiro na linha de cuidado às crianças vítimas de abuso | Conde LA et al; 2024 | Pesquisa de natureza exploratória e bibliográfica | Revista FT |
| E12 | Sobre o papel da saúde na expressão da sexualidade do adolescente | Alyssiane F; 2023 | Opinião | Brainly |
Figura: Literatura Latino-Americano e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS); Scientific Eletronic Library Online (SCIELO); Public/Publisher Medline (PUBMED); Biblioteca Virtual em Saúde Brasil (BVS); Research Society and Development (RSD).
4. DISCUSSÃO
4.1. Sexualidade na adolescência uma relevância dos fatores biopsicossociais
A sexualidade na adolescência é um fenômeno multifatorial, influenciado por fatores biológicos, psicológicos e sociais que interagem para moldar comportamentos e experiências sexuais dos jovens. Durante essa fase de desenvolvimento, marcada por mudanças físicas e emocionais significativas, o indivíduo constrói sua identidade sexual e habilidades sociais. [1,2]
Do ponto de vista biológico, a puberdade é o gatilho principal para o interesse sexual e a curiosidade sobre o próprio corpo. Estudos recentes indicam que essas transformações podem estar associadas à iniciação sexual precoce quando não há orientação adequada, aumentando a exposição a infecções sexualmente transmissíveis (IST’s) e à gravidez não planejada.[2]
Na esfera psicológica, fatores como autoestima, percepção de autonomia e influência dos pares desempenham papel decisivo no comportamento sexual adolescente. A literatura mostra que adolescentes com maior suporte familiar e comunicação aberta apresentam escolhas mais conscientes e seguras, enquanto a ausência desses fatores eleva o risco de comportamentos de risco.[4]
No âmbito social, variáveis como contexto familiar, escolaridade, cultura e exposição à mídia influenciam a percepção e prática da sexualidade [3,4]. Ressaltam que estratégias integradas de educação sexual e políticas públicas são fundamentais para promover saúde sexual e prevenção de riscos em adolescentes.
A abordagem biopsicossocial demonstra que a sexualidade adolescente é resultado da interação contínua entre corpo, mente e contexto social, reforçando a necessidade de ações educativas, intersetoriais e baseadas em evidências, envolvendo família, escola e serviços de saúde.[3,4]
Sob a perspectiva psicológica, fatores como autoestima, percepção de autonomia, influência dos pares e comunicação familiar interferem diretamente nas decisões relacionadas à sexualidade. A ausência de diálogo com os responsáveis e o preconceito em torno do tema geram sentimento de culpa, medo e desinformação, impactando a saúde mental e emocional dos adolescentes. Assim, o fortalecimento de vínculos afetivos e a promoção de ambientes acolhedores são fundamentais para o desenvolvimento saudável da sexualidade. [5]
A mídia e as redes sociais, por exemplo, desempenham papel ambíguo: podem contribuir para a disseminação de informações, mas também reforçar estereótipos e comportamentos de risco. Dessa forma, a educação sexual nas escolas e nas famílias torna-se uma estratégia essencial de prevenção e promoção da saúde [6].
Portanto, a compreensão da sexualidade na adolescência exige uma visão biopsicossocial integrada, reconhecendo o adolescente como sujeito em desenvolvimento e inserido em múltiplos contextos. Investir em educação sexual baseada em evidências, políticas públicas de apoio e comunicação familiar aberta contribui para o fortalecimento da autonomia, da responsabilidade e do respeito nas relações afetivas e sexuais.
4.2. Papel da Enfermagem
A enfermagem, com sua abordagem integral, desempenha um papel fundamental na promoção de um desenvolvimento sexual saudável e consciente para os adolescentes.[7,9]
O desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e a maturação do sistema reprodutivo provocam mudanças significativas no corpo e na mente dos jovens [7,8]. A enfermagem, nesse contexto, atua com a educação em saúde, explicando essas mudanças de forma clara e acessível, desmistificando tabus e promovendo uma compreensão saudável do próprio corpo. [7,9]
4.3. Aspectos psicológicos
Durante a adolescência, a construção da identidade sexual e de gênero é um desafio psicológico que envolve a autoaceitação e a percepção do próprio corpo [7,8]. Dúvidas sobre orientação sexual, identidade de gênero e relacionamentos amorosos são comuns, e a enfermagem deve fornecer um espaço de escuta e acolhimento para que os adolescentes se sintam seguros para expressar suas angústias e questionamentos [7,9].
A necessidade de estudar a sexualidade do adolescente surge do aumento da gravidez precoce e das IST’s, impulsionado pelo início precoce das relações, múltiplos parceiros e falta de informação. A educação sexual nas escolas é fundamental para identificar e abordar essas lacunas de conhecimento. [10].
A gravidez precoce e indesejada, somada ao crescente número de infecções sexualmente transmissíveis (IST’s) entre adolescentes, evidencia a urgência de aprofundar os estudos sobre o tema. Abordar a educação sexual com esse público permite mensurar o nível de conhecimento existente e, consequentemente, avaliar a qualidade das orientações oferecidas. Com o intuito de compreender como o assunto é tratado no ambiente escolar [10].
O trabalho com a autoestima, o consentimento e a construção de relações saudáveis são cruciais nessa fase [9,11].
4.4. Aspectos sociais
A família, a escola e o grupo de amigos exercem uma forte influência sobre a sexualidade do adolescente [7,8]. A falta de diálogo familiar sobre o tema pode levar os jovens a buscarem informações em fontes não confiáveis, como a internet [12]. Além disso, a cultura e a mídia também moldam a percepção da sexualidade [7,8]. A enfermagem, em parceria com outros profissionais, deve desenvolver ações educativas nas escolas e comunidades, usando metodologias participativas para abordar temas como prevenção de IST’s e gravidez não planejada [7,9,12]. O atendimento em Unidades Básicas de Saúde também deve ser adaptado para garantir o acesso dos adolescentes aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, respeitando seus direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente [8,1].
4.5. O papel da enfermagem na promoção da saúde sexual
O enfermeiro não apenas atua na prevenção de agravos, mas também promove uma visão positiva e integral da sexualidade, considerando o bem-estar físico, mental e social [7,9]. Educação em saúde: O enfermeiro pode desenvolver oficinas, rodas de conversa e outras atividades lúdicas e interativas em escolas e serviços de saúde para abordar temas como anatomia, fisiologia, métodos contraceptivos, Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) e consentimento [7,9,12].
Acolhimento e vínculo: A criação de um vínculo de confiança com o adolescente, em um ambiente sigiloso e acolhedor, é essencial para que ele se sinta à vontade para fazer perguntas e buscar orientação [7,9,1].
Empoderamento: O enfermeiro deve capacitar os adolescentes a tomar decisões conscientes e responsáveis sobre a sua sexualidade, promovendo o autocuidado e o respeito por si e pelos outros [7,9].
5. CONCLUSÃO
Este estudo contribuiu para identificar os fatores biopsicossociais, como eles exercem a influência direta e significativa na vivência da sexualidade entre adolescentes brasileiros. A ausência de orientações adequadas, aliada à disseminação de informações equivocadas, pode contribuir para o aumento de vulnerabilidades emocionais, sociais e reprodutivas.
A abordagem biopsicossocial se destaca como instrumento fundamental para a compreensão integral do fenômeno, oferecendo subsídios relevantes para políticas públicas e estratégias pedagógicas voltadas à saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes.
Esta revisão permitiu entender quais fatores biopsicossociais têm um impacto real e significativo na forma como os adolescentes brasileiros vivenciam sua sexualidade. Foi observado que, a falta de orientações adequadas, somada à circulação de informações erradas, aumenta a vulnerabilidade emocional, social e reprodutiva desses jovens.
O campo de estudo foi centrado na saúde sexual e reprodutiva de adolescentes brasileiros, com enfoque em temas como educação sexual, práticas contraceptivas, IST’s, gravidez na adolescência, saúde mental e identidade de gênero.
O fortalecimento de políticas públicas que garantam o acesso equitativo à internet de qualidade e à saúde reprodutiva. E o estímulo ao protagonismo juvenil na produção de campanhas, vídeos e projetos educativos nas redes sociais.
Por fim, reafirma-se que a educação sexual é um direito e uma condição fundamental para o exercício da cidadania, da autonomia e da equidade de gênero. Garantir esse direito no mundo digital significa repensar velhas práticas e assumir a complexidade do presente, onde a informação circula em rede e a juventude constrói sentidos em múltiplos territórios, físicos e virtuais.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Furlanetto MF, Ghedin DM, Gonçalves TR, Marin, AH. Fatores individuais e contextuais associados à iniciação sexual entre adolescentes. Springer Open. [Internet] 2019 [citado 2025 Out 02]. Disponível em: https://prc.springeropen.com/articles/10.1186/s41155-019- 0138-z.
[2] Araújo WJS, Moura MIA, Bragagnollo GR, Camargo RAA de, Monteiro EMLM. Fatores relacionados ao início precoce da atividade sexual na adolescência: uma revisão integrativa. Res Soc Dev [Internet]. 2021 [citado 2025 Out 04]. Disponível em: https://rsdjournal.org/rsd/article/view/22505/19830.
[3] Santos BC et al. Implicações biopsicossociais da gravidez na adolescência. Rev Soc Dev [Internet]. 2025 [citado 2025 Out 04]. Disponível em: https://rsdjournal.org/rsd/article/view/48109.
[4] Silva JM. Papel do enfermeiro na orientação sexual na adolescência. Rev Cient Multidisc Sab. 2021 [citado 2025 Out 04]. Disponível em: https://submissoesrevistarcmos.com.br/rcmos/article/view/206/195.
[5] Dultra IV et al. Relato de experiência: Sexualidade na adolescência com uma abordagem prática e integradora em estratégia de saúde da família. Research, Society and Development [Internet]. 2023 [citado 2025 Out 05]. Disponível em: file:///C:/Users/Wilson/Desktop/Downloads/dorlivete,+e53121344172-min%20(1).pdf.
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[7] Faria HG. A descoberta da sexualidade na adolescência. Público [Internet]. 2019 [citado 2025 Out 10]. Disponível em: https://www.publico.pt/2019/08/22/impar/noticia/descoberta sexualidade-adolescencia-1884021#.
[8] AdvanceCare. 6 dicas para falar sobre sexualidade com o seu filho adolescente. AdvanceCare [Internet]. 2023 [citado 2025 Out 10]. Disponível em: https://www.advancecare.pt/para-si/blog/artigos/6-dicas-para-falar-sobre-sexualidade-com o-seu-filho-adolescente.
[9] Silva MAG da, Couto SIS, Marques MJS, Lopes LGF, Santos LMF. Papel da enfermagem na educação sexual de adolescentes. Research, Society and Development [Internet]. 2022 [citado 2025 Out 15]. Disponível em: file:///C:/Users/Wilson/Desktop/Downloads/dorlivete,+e39511225585.pdf.
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[12] Alyssiane F. Sobre o papel de saúde na expressão da sexualidade do adolescente. Brainly [Internet]. 2023 [citado 2025 Out 26]. Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/57693793.
1Graduanda em Enfermagem pela Faculdade de Enfermagem; Universidade de Rio Verde, UniRV.
2Professor da Faculdade de Enfermagem; Universidade de Rio Verde, UniRV.
