SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA: UMA ANÁLISE DA RELEVÂNCIA E DA INFLUÊNCIA DE FATORES BIOPSICOSSOCIAIS

SEXUALITY IN ADOLESCENCE: AN ANALYSIS OF THE RELEVANCE AND INFLUENCE OF BIOPSYCHOSOCIAL FACTORS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202511201757


Adriane Rocha Gomes
Gregory Rocha Nascimento
Camila Antunez Villagran
Bruna Louzada Saez
Paula Cristina de Oliveira Pimenta
Luiz Alexandre Pereira de Toledo


RESUMO

Introdução: A adolescência é uma fase marcada por intensas transformações biológicas,  psicológicas e sociais, que influenciam diretamente o desenvolvimento da sexualidade. Nessa  etapa da vida, os jovens começam a construir sua identidade sexual, vivenciar o despertar dos  desejos e desenvolver comportamentos relacionados à afetividade e à reprodução. Objetivo:  O presente trabalho tem como objetivo analisar a relevância e a influência de fatores  biopsicossociais sobre a sexualidade na adolescência, com ênfase na importância de uma  educação sexual emancipatória, inclusiva e baseada em evidências. Material e métodos: Trata-se de uma revisão literária sistemática desenvolvida através de pesquisa de revisão de  literatura, de caráter descritivo e exploratório. Resultados: Os achados evidenciam que  programas de educação sexual abrangentes e inclusivos, fundamentados em evidências  científicas, são essenciais para capacitar os adolescentes a tomarem decisões conscientes.  Essas ações devem fortalecer os vínculos entre família, escola e comunidade, favorecendo  práticas sexuais saudáveis e uma percepção positiva da sexualidade. Conclusão: Este estudo  contribuiu para identificar os fatores biopsicossociais, como eles exercem a influência direta  e significativa na vivência da sexualidade entre adolescentes brasileiros. A ausência de  orientações adequadas, aliada à disseminação de informações equivocadas, pode contribuir  para o aumento de vulnerabilidades emocionais, sociais e reprodutivas. 

Palavras chave: Sexualidade; Adolescência; Educação Sexual; Fatores Biopsicossociais.

ABSTRACT

Introduction: Adolescence is a stage marked by intense biological, psychological, and social  changes that directly influence the development of sexuality. During this phase of life, young  people begin to build their sexual identity, experience the awakening of desires, and develop  behaviors related to affection and reproduction. Objective: This study aims to analyze the  relevance and influence of biopsychosocial factors on sexuality in adolescence, with an  emphasis on the importance of emancipatory, inclusive, and evidence-based sexual education.  Material and Methods: This is a systematic literature review developed through descriptive  and exploratory literature research. Results: The findings show that comprehensive and  inclusive sexual education programs, grounded in scientific evidence, are essential for  enabling adolescents to make informed decisions. Such initiatives should strengthen the bonds  between family, school, and community, promoting healthy sexual practices and a positive  perception of sexuality. Conclusion: This study helped identify the biopsychosocial factors  and how they exert direct and significant influence on the experience of sexuality among  Brazilian adolescents. The absence of adequate guidance, combined with the spread of  misleading information, may contribute to increased emotional, social, and reproductive  vulnerabilities. 

Keywords: Sexuality; Adolescence; Sex Education; Biopsychosocial Factors

1. INTRODUÇÃO 

A adolescência é uma fase marcada por intensas transformações biológicas, psicológicas  e sociais, que influenciam diretamente o desenvolvimento da sexualidade. Nessa etapa da vida,  os jovens começam a construir sua identidade sexual, vivenciar o despertar dos desejos e  desenvolver comportamentos relacionados à afetividade e à reprodução. No entanto, a falta de  informação adequada e o acesso limitado a serviços de saúde sexual e reprodutiva contribuem  para comportamentos de risco, como relações sexuais desprotegidas e a ocorrência de infeções  sexualmente transmissíveis (IST’s) e gravidez não planejada.[1,2] 

A educação sexual, quando abordada de forma integral e respeitosa, é um fator essencial  para o desenvolvimento saudável da sexualidade dos adolescentes. O diálogo entre escola,  família e serviços de saúde permite a formação de atitudes conscientes e responsáveis,  promovendo o autoconhecimento, o respeito e a prevenção de práticas de risco. [3] A  Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça que a sexualidade deve ser compreendida como  um aspecto central da vida humana, englobando sexo, gênero, prazer, intimidade e reprodução,  devendo ser abordada de maneira positiva e ética.[4] 

Nos últimos anos, entre 2019 e 2025, estudos têm destacado a necessidade de políticas  públicas voltadas à educação sexual e à promoção da saúde reprodutiva na adolescência,  considerando o avanço das Mídias digitais e o impacto das redes sociais na formação de  valores e comportamentos.[5,6] Diante disso, compreender a sexualidade adolescente sob uma  perspectiva multidimensional é essencial para o desenvolvimento de ações efetivas de  educação e prevenção.

2. MATERIAL E MÉTODOS 

2.1. Tipos de estudo  

Realizou-se um estudo de natureza descritiva e exploratória em relação à quantidade de  artigos selecionados e, qualitativa em relação à discussão sobre os artigos selecionados. Trata-se de uma revisão literária sistemática desenvolvida através de pesquisa de revisão de  literatura, de caráter descritivo e exploratório. O objetivo é analisar a saúde sexual e  reprodutiva de adolescentes no Brasil, enfocando a influência de fatores biopsicossociais. A  pesquisa busca compilar e interpretar os principais achados científicos recentes relacionados  à temática. 

As buscas para esse estudo são literaturas que correspondem e contribuem nas respostas  das problemáticas/questões que foram levantadas como causas dos fatores da sexualidade na  adolescência uma análise da relevância e da influência de fatores biopsicossociais como: Literatura Latino-Americano e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS); Scientific Eletronic Library  Online (SCIELO); Public/Publisher Medline (PUBMED); Biblioteca Virtual em Saúde Brasil (BVS);  Research Society and Development (RSD). Sucederam na inclusão dessa pesquisa, artigos  científicos publicados entre os anos de 2019 e 2025 focados na sexualidade e os fatores  biopsicossociais que abordem fatores (biológicos, psicológicos e sociais) na vivência da  sexualidade adolescente. 

Foram excluídas publicações e artigos que não estejam no período proposto, temporal  das buscas entre 2019 e 2025, estudos que não se concentrem especificamente na população  adolescente, estudos que não abordem diretamente a temática da sexualidade sob perspectiva  biopsicossocial.  

2.2. Critérios de inclusão  

  • Foram considerados artigos científicos publicados entre os anos de 2019 e 2025.
  • Pesquisas que abordem fatores biopsicossociais (biológicos, psicológicos e sociais)  na vivência da sexualidade adolescente.

2.3. Critérios de exclusão  

  • Publicações fora do período proposto; 
  • Estudos que não se concentrem especificamente na população adolescente;
  • Trabalhos que não abordem diretamente a temática da sexualidade sob perspectiva  biopsicossocial. 

Foram excluídas publicações que não estavam dentro do período proposto, entre 2019 e  2025, além de estudos que não focassem especificamente na população adolescente. Também  ficaram de fora trabalhos que não abordassem diretamente a sexualidade sob a perspectiva  biopsicossociais. 

2.4. Descritores em Saúde 

Descritores em Ciências da Saúde (DECS) e Medical Subject Headings (MESH) são  palavras ou termos utilizados para representar de forma clara e padronizada os temas em  artigos, pesquisas ou estudos na área da saúde. Eles ajudam a organizar as informações e  tornam mais fácil encontrar o que se busca, garantindo que os temas sejam identificados de  forma precisa e consistente. Para a construção desse trabalho, foram utilizados os DECS: 

Sexualidade; Adolescência; Educação Sexual; Fatores Biopsicossociais, e no MESH:  Sexuality; Adolescense; Sexual Education; Biopyschosocial Factors. 

2.5. Quantidade de trabalhos encontrados 

Em uma busca realizada na base de dados PUBMED, LILACS, RSD, BVS e SCIELO,  sendo os descritores: sexualidade; adolescência; educação sexual; fatores biopsicossociais,  foram encontrados na base de dados e nº de artigos: 

Tabela 1: Literatura Latino-Americano e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS); Scientific  Eletronic Library Online (SCIELO); Public/Publisher Medline (PUBMED); Biblioteca Virtual em  Saúde Brasil (BVS); Research Society and Development (RSD). 

Base de dadosQuantidade de trabalhos 
encontrados
Artigos excluídos por não atenderem os critérios de inclusãoEstudos excluídos  após leitura de título e resumoEstudos incluídos na revisão
PUBMED 94103 23 12
LILACS 6
SCIELO 12
RSD 10
BVS 16
Fonte: Gomes, 2025. 

Após a leitura dos títulos, resumos e aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foi  realizada a seleção final dos estudos utilizados na presente revisão. 

3. RESULTADOS 

Os achados evidenciam que programas de educação sexual abrangentes e inclusivos,  fundamentados em evidências científicas, são essenciais para capacitar os adolescentes a  tomarem decisões conscientes. Essas ações devem fortalecer os vínculos entre família, escola  e comunidade, favorecendo práticas sexuais saudáveis e uma percepção positiva da  sexualidade.  

A abordagem biopsicossocial se destaca como instrumento fundamental para a  compreensão integral do fenômeno, oferecendo subsídios relevantes para políticas públicas e  estratégias pedagógicas voltadas à saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes. 

Com base nos estudos analisados, é evidente que a sexualidade na adolescência é  influenciada por uma interação complexa de fatores biológicos, psicológicos e sociais. Esta  fase de transição é caracterizada por mudanças hormonais e cognitivas, que se entrelaçam com  o ambiente social e cultural, moldando as experiências dos jovens.  

A literatura enfatiza que a educação sexual, quando abordada de maneira integral e  emancipatória, desempenha um papel central no desenvolvimento de uma sexualidade  saudável e consciente. Apesar dos avanços nas pesquisas e nas políticas públicas, ainda  existem lacunas significativas, como a insuficiência de programas educacionais que levem em  consideração as necessidades biopsicossociais dos adolescentes, além dos desafios impostos  pelas mídias digitais. Assim, é fundamental que os esforços futuros promovam abordagens  mais inclusivas e integradas, que incorporem não apenas aspectos biomédicos, mas também  contextos emocionais, sociais e culturais, garantindo o empoderamento dos jovens e a redução  de desigualdades.  

Este trabalho preliminar reforça a necessidade de políticas públicas, intervenções  educacionais e pesquisas contínuas que explorem mais profundamente as dinâmicas da  sexualidade adolescente, ampliando o diálogo entre saúde, educação e sociedade. Segue a estratificação dos recursos literários utilizados:

QUADRO 1: Caracterização dos artigos analisados, conforme título, autor (es), ano da  publicação, delineamento do estudo e fonte de dados

Nº Título do artigo Autor (es)/anoDelineamento do estudoFonte de dados
E1 Fatores individuais e  contextuais  associados ao  início da vida  sexual entre  adolescentesFurlanetto, Milene  Fontana et al; 2019Estudo observacional,  transversal, com  abordagem quantitativa.Springer Open
E2 Fatores relacionados ao início precoce da  vida sexual na  adolescência: uma  revisão integrativaAraújo WJS,  Moura MIA,  Bragagnollo GR,  Camargo RAA de,  Monteiro EMLM;  2021Revisão Integrativa RSD (Research,  
Society and  
Development)
E3 Implicações 
biopsicossociais da gravidez na  adolescência
Santos BC et al;  2025Revisão Integrativa RSD (Research,  
Society and  
Development)
E4 Papel do  enfermeiro na  orientação sexual  na adolescênciaSilva JM / 2021 Estudo bibliográfico,  descritivo de abordagem  qualitativaRCMOS (Revista  Científica  Multidisciplinar O  Saber)
E5 Relato de  experiência:  Sexualidade na  adolescência com  uma abordagem  prática e  integradora em  estratégia de  saúde da família.Dultra IV et al;  2023Relato de experiência RSD (Research,  Society and  Development)
E6 Enfermagem em  Saúde Escolar  Promovendo 
Educação Sexual  em Adolescentes no Brasil
Frota CA, Sousa  GM de, Silva  MNS, Passos  MAN; 2023Revisão Integrativa de  LiteraturaRevista JRG de Estudos 
Acadêmicos,
E7 Descoberta da  sexualidade na  adolescênciaFaria HG; 2019 Opinião Público
E8 6 dicas para falar  sobre sexualidade  com o seu filho  adolescenteAdvanceCare;  2023Artigo AdvanceCare à  Saúde
E9 Papel da  enfermagem na  educação sexual  de adolescentesSilva MAG da,  Couto SIS,  Marques MJS,  Lopes LGF, Santos  LMF; 2022Revisão Integrativa de  LiteraturaRSD (Research  Society and  Development)
E10 Educação sexual  de adolescentes e  jovens em  ambiente escolarBrogiolo CB et al;  2024Estudo transversal Revista Eletrônica  Acervo Saúde
E11 O papel do  enfermeiro na  linha de cuidado  às crianças  vítimas de abusoConde LA et al;  2024Pesquisa de natureza  exploratória e bibliográficaRevista FT
E12 Sobre o papel da  saúde na  expressão da  sexualidade do  adolescenteAlyssiane F; 2023 Opinião Brainly
Fonte: Gomes, 2025. 
Figura: Literatura Latino-Americano e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS); Scientific  Eletronic Library Online (SCIELO); Public/Publisher Medline (PUBMED); Biblioteca Virtual em  Saúde Brasil (BVS); Research Society and Development (RSD).

4. DISCUSSÃO 

4.1. Sexualidade na adolescência uma relevância dos fatores biopsicossociais 

A sexualidade na adolescência é um fenômeno multifatorial, influenciado por fatores  biológicos, psicológicos e sociais que interagem para moldar comportamentos e experiências  sexuais dos jovens. Durante essa fase de desenvolvimento, marcada por mudanças físicas e  emocionais significativas, o indivíduo constrói sua identidade sexual e habilidades sociais. [1,2] 

Do ponto de vista biológico, a puberdade é o gatilho principal para o interesse sexual e  a curiosidade sobre o próprio corpo. Estudos recentes indicam que essas transformações  podem estar associadas à iniciação sexual precoce quando não há orientação adequada,  aumentando a exposição a infecções sexualmente transmissíveis (IST’s) e à gravidez não  planejada.[2] 

Na esfera psicológica, fatores como autoestima, percepção de autonomia e influência  dos pares desempenham papel decisivo no comportamento sexual adolescente. A literatura  mostra que adolescentes com maior suporte familiar e comunicação aberta apresentam  escolhas mais conscientes e seguras, enquanto a ausência desses fatores eleva o risco de  comportamentos de risco.[4] 

No âmbito social, variáveis como contexto familiar, escolaridade, cultura e exposição à  mídia influenciam a percepção e prática da sexualidade [3,4]. Ressaltam que estratégias  integradas de educação sexual e políticas públicas são fundamentais para promover saúde  sexual e prevenção de riscos em adolescentes. 

A abordagem biopsicossocial demonstra que a sexualidade adolescente é resultado da  interação contínua entre corpo, mente e contexto social, reforçando a necessidade de ações  educativas, intersetoriais e baseadas em evidências, envolvendo família, escola e serviços de  saúde.[3,4] 

Sob a perspectiva psicológica, fatores como autoestima, percepção de autonomia,  influência dos pares e comunicação familiar interferem diretamente nas decisões relacionadas  à sexualidade. A ausência de diálogo com os responsáveis e o preconceito em torno do tema geram sentimento de culpa, medo e desinformação, impactando a saúde mental e emocional  dos adolescentes. Assim, o fortalecimento de vínculos afetivos e a promoção de ambientes  acolhedores são fundamentais para o desenvolvimento saudável da sexualidade. [5] 

A mídia e as redes sociais, por exemplo, desempenham papel ambíguo: podem contribuir  para a disseminação de informações, mas também reforçar estereótipos e comportamentos de  risco. Dessa forma, a educação sexual nas escolas e nas famílias torna-se uma estratégia  essencial de prevenção e promoção da saúde [6]. 

Portanto, a compreensão da sexualidade na adolescência exige uma visão  biopsicossocial integrada, reconhecendo o adolescente como sujeito em desenvolvimento e  inserido em múltiplos contextos. Investir em educação sexual baseada em evidências, políticas  públicas de apoio e comunicação familiar aberta contribui para o fortalecimento da autonomia,  da responsabilidade e do respeito nas relações afetivas e sexuais. 

4.2. Papel da Enfermagem  

A enfermagem, com sua abordagem integral, desempenha um papel fundamental na  promoção de um desenvolvimento sexual saudável e consciente para os adolescentes.[7,9]

O desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e a maturação do sistema  reprodutivo provocam mudanças significativas no corpo e na mente dos jovens [7,8]. A  enfermagem, nesse contexto, atua com a educação em saúde, explicando essas mudanças de  forma clara e acessível, desmistificando tabus e promovendo uma compreensão saudável do  próprio corpo. [7,9] 

4.3. Aspectos psicológicos 

Durante a adolescência, a construção da identidade sexual e de gênero é um desafio  psicológico que envolve a autoaceitação e a percepção do próprio corpo [7,8]. Dúvidas sobre  orientação sexual, identidade de gênero e relacionamentos amorosos são comuns, e a  enfermagem deve fornecer um espaço de escuta e acolhimento para que os adolescentes se  sintam seguros para expressar suas angústias e questionamentos [7,9].  

A necessidade de estudar a sexualidade do adolescente surge do aumento da gravidez  precoce e das IST’s, impulsionado pelo início precoce das relações, múltiplos parceiros e falta  de informação. A educação sexual nas escolas é fundamental para identificar e abordar essas  lacunas de conhecimento. [10].  

A gravidez precoce e indesejada, somada ao crescente número de infecções sexualmente  transmissíveis (IST’s) entre adolescentes, evidencia a urgência de aprofundar os estudos sobre o tema. Abordar a educação sexual com esse público permite mensurar o nível de  conhecimento existente e, consequentemente, avaliar a qualidade das orientações oferecidas.  Com o intuito de compreender como o assunto é tratado no ambiente escolar [10]

O trabalho com a autoestima, o consentimento e a construção de relações saudáveis são cruciais nessa fase [9,11]

4.4. Aspectos sociais 

A família, a escola e o grupo de amigos exercem uma forte influência sobre a  sexualidade do adolescente [7,8]. A falta de diálogo familiar sobre o tema pode levar os jovens  a buscarem informações em fontes não confiáveis, como a internet [12]. Além disso, a cultura  e a mídia também moldam a percepção da sexualidade [7,8]. A enfermagem, em parceria com  outros profissionais, deve desenvolver ações educativas nas escolas e comunidades, usando  metodologias participativas para abordar temas como prevenção de IST’s e gravidez não  planejada [7,9,12]. O atendimento em Unidades Básicas de Saúde também deve ser adaptado  para garantir o acesso dos adolescentes aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, respeitando  seus direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente [8,1].  

4.5. O papel da enfermagem na promoção da saúde sexual 

O enfermeiro não apenas atua na prevenção de agravos, mas também promove uma visão  positiva e integral da sexualidade, considerando o bem-estar físico, mental e social [7,9]. Educação em saúde: O enfermeiro pode desenvolver oficinas, rodas de conversa e outras  atividades lúdicas e interativas em escolas e serviços de saúde para abordar temas como  anatomia, fisiologia, métodos contraceptivos, Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s)  e consentimento [7,9,12]

Acolhimento e vínculo: A criação de um vínculo de confiança com o adolescente, em  um ambiente sigiloso e acolhedor, é essencial para que ele se sinta à vontade para fazer  perguntas e buscar orientação [7,9,1]

Empoderamento: O enfermeiro deve capacitar os adolescentes a tomar decisões  conscientes e responsáveis sobre a sua sexualidade, promovendo o autocuidado e o respeito  por si e pelos outros [7,9].

5. CONCLUSÃO 

Este estudo contribuiu para identificar os fatores biopsicossociais, como eles exercem a influência direta e significativa na vivência da sexualidade entre adolescentes brasileiros. A  ausência de orientações adequadas, aliada à disseminação de informações equivocadas, pode  contribuir para o aumento de vulnerabilidades emocionais, sociais e reprodutivas.  

A abordagem biopsicossocial se destaca como instrumento fundamental para a  compreensão integral do fenômeno, oferecendo subsídios relevantes para políticas públicas e  estratégias pedagógicas voltadas à saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes. 

Esta revisão permitiu entender quais fatores biopsicossociais têm um impacto real e  significativo na forma como os adolescentes brasileiros vivenciam sua sexualidade. Foi  observado que, a falta de orientações adequadas, somada à circulação de informações erradas,  aumenta a vulnerabilidade emocional, social e reprodutiva desses jovens. 

O campo de estudo foi centrado na saúde sexual e reprodutiva de adolescentes  brasileiros, com enfoque em temas como educação sexual, práticas contraceptivas, IST’s,  gravidez na adolescência, saúde mental e identidade de gênero. 

O fortalecimento de políticas públicas que garantam o acesso equitativo à internet de  qualidade e à saúde reprodutiva. E o estímulo ao protagonismo juvenil na produção de  campanhas, vídeos e projetos educativos nas redes sociais. 

Por fim, reafirma-se que a educação sexual é um direito e uma condição fundamental  para o exercício da cidadania, da autonomia e da equidade de gênero. Garantir esse direito no  mundo digital significa repensar velhas práticas e assumir a complexidade do presente, onde  a informação circula em rede e a juventude constrói sentidos em múltiplos territórios, físicos e virtuais.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

[1] Furlanetto MF, Ghedin DM, Gonçalves TR, Marin, AH. Fatores individuais e contextuais  associados à iniciação sexual entre adolescentes. Springer Open. [Internet] 2019 [citado  2025 Out 02]. Disponível em: https://prc.springeropen.com/articles/10.1186/s41155-019- 0138-z. 

[2] Araújo WJS, Moura MIA, Bragagnollo GR, Camargo RAA de, Monteiro EMLM. Fatores  relacionados ao início precoce da atividade sexual na adolescência: uma revisão integrativa.  Res Soc Dev [Internet]. 2021 [citado 2025 Out 04]. Disponível em:  https://rsdjournal.org/rsd/article/view/22505/19830.

[3] Santos BC et al. Implicações biopsicossociais da gravidez na adolescência. Rev Soc Dev  [Internet]. 2025 [citado 2025 Out 04]. Disponível em:  https://rsdjournal.org/rsd/article/view/48109.

[4] Silva JM. Papel do enfermeiro na orientação sexual na adolescência. Rev Cient Multidisc  Sab. 2021 [citado 2025 Out 04]. Disponível em:  https://submissoesrevistarcmos.com.br/rcmos/article/view/206/195.

[5] Dultra IV et al. Relato de experiência: Sexualidade na adolescência com uma abordagem  prática e integradora em estratégia de saúde da família. Research, Society and Development  [Internet]. 2023 [citado 2025 Out 05]. Disponível em:  file:///C:/Users/Wilson/Desktop/Downloads/dorlivete,+e53121344172-min%20(1).pdf.  

[6] Frota CA, Sousa GM de, Silva MNS, Passos MAN. Enfermagem em saúde escolar  promovendo educação sexual em adolescentes no Brasil. Revista JRG de Estudos  Acadêmicos [Internet]. 2023 [citado 2025 Out 26]. Disponível em: https://revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/826

[7] Faria HG. A descoberta da sexualidade na adolescência. Público [Internet]. 2019 [citado  2025 Out 10]. Disponível em: https://www.publico.pt/2019/08/22/impar/noticia/descoberta sexualidade-adolescencia-1884021#. 

[8] AdvanceCare. 6 dicas para falar sobre sexualidade com o seu filho adolescente.  AdvanceCare [Internet]. 2023 [citado 2025 Out 10]. Disponível em: https://www.advancecare.pt/para-si/blog/artigos/6-dicas-para-falar-sobre-sexualidade-com o-seu-filho-adolescente. 

[9] Silva MAG da, Couto SIS, Marques MJS, Lopes LGF, Santos LMF. Papel da  enfermagem na educação sexual de adolescentes. Research, Society and Development  [Internet]. 2022 [citado 2025 Out 15]. Disponível em: file:///C:/Users/Wilson/Desktop/Downloads/dorlivete,+e39511225585.pdf.

[10] Brogiolo CB et al. Educação sexual de adolescentes e jovens em ambiente escolar. Rev  Eletr Acervo Saúde [Internet]. 2024 [citado 2025 Out 15]. Disponível em:  https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/16369/8708. 

[11] Conde LA et al. O papel do enfermeiro na linha de cuidado às crianças vítimas de  abuso. RevistaFT [Internet]. 2024 [citado 2025 Out 20]. Disponível em:  https://revistaft.com.br/o-papel-do-enfermeiro-na-linha-de-cuidado-as-criancas-vitimas-de abusothe-role-of-the-nurse-in-the-line-of-care-for-children-victims-of-abuse/. 

[12] Alyssiane F. Sobre o papel de saúde na expressão da sexualidade do adolescente.  Brainly [Internet]. 2023 [citado 2025 Out 26]. Disponível em:  https://brainly.com.br/tarefa/57693793.


1Graduanda em Enfermagem pela Faculdade de Enfermagem; Universidade de Rio Verde, UniRV.

2Professor da Faculdade de Enfermagem; Universidade de Rio Verde, UniRV.