SARCOPENIA: AS CONSEQUÊNCIAS DA REDUÇÃO DA MASSA MUSCULAR E A ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NO ENVELHECIMENTO

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ÁDIAN LAFAELLE TEIXEIRA RIBEIRO

Trabalho de Conclusão do Curso de Fisioterapia, Uninassau, para obtenção do título de Fisioterapeuta.
Orientador: Prof. Francisco Carlos Santos Cerqueira.

DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais, grandes incentivadores, essa é a prova de que todo o investimento e dedicação valeram a pena. OBRIGADA!

AGRADECIMENTOS
A Deus pela minha vida. A minha mãe, Walcilene Teixeira, pelo exemplo de coragem e força. Ao meu pai, Ângelo da Silva, por todo amor e dedicação. Ao meu companheiro, Paulo Ricardo, por sempre acreditar em mim. Aos meus professores, pelos ensinamentos. A todas as pessoas que direta e indiretamente contribuíram para o meu processo de formação profissional.

“O conhecimento nos faz responsáveis”
Che Guevara

RESUMO

Com o envelhecimento ocorrem alterações fisiológicas em diversos sistemas do corpo. A sarcopenia, que consiste na diminuição da massa muscular do corpo é atualmente considerado um problema de saúde pública, uma vez que suas consequências afetam a funcionalidade e a qualidade de vida do idoso, é importante salientar que existem poucos estudos e até divulgação pelos órgãos públicos a respeito deste assunto. A partir de tais observações este estudo tem como objetivo enfatizar a atuação do fisioterapeuta no desfecho da funcionalidade devido aos resultados da sarcopenia no processo de envelhecimento. É uma pesquisa descritiva e de cunho bibliográfico tendo como principal teórico Irwin Rosenberg que é referência nesse campo de atuação e pesquisa. Ressalta-se que a fisioterapia é indispensável no envelhecimento, visto que por meio de exercícios físicos (cinesioterapia) há uma minimização dos efeitos da sarcopenia nos idosos.

Palavras chaves: Envelhecimento, sarcopenia e fisioterapia.

ABSTRACT

With aging, physiological changes occur in different body systems. Sarcopenia, which consists of decreasing the body\’s muscle mass is currently considered a public health problem, since its consequences affect the functionality and quality of life of the elderly, it is important to note that there are few studies and even disclosure by public agencies regarding this matter. Based on these observations, this study aims to analyze the role of the physiotherapist in the outcome of functionality due to the results of sarcopenia in the aging process. It is a descriptive and bibliographic research with the main theorist Irwin Rosenberg, who is a reference in this field of activity and research. It is noteworthy that physical therapy is indispensable in aging, since physical exercises (kinesiotherapy) minimize the effects of sarcopenia in the elderly.

Key words: Aging, sarcopenia and physiotherapy.

1. INTRODUÇÃO

Com o envelhecimento ocorrem alterações fisiológicas em diversos sistemas do corpo. O envelhecimento pode ser classificado em duas etapas, o envelhecimento primário e secundário, o primário é caracterizado pelo processo de envelhecimento normal, universal e intrínseco já o secundário, além das alterações fisiológicas apresenta alterações patológicas com influências externas, como o sedentarismo, hábitos de vida não saudáveis, luz do sol, poluição, entre outras causas importantes que facilitam o desencadeamento de doenças associadas ao envelhecimento que afetam a funcionalidade, comprometendo a qualidade de vida do idoso. Com tais fatores apresentados as chances de surgir a sarcopenia aumentam.

A sarcopenia foi descrita inicialmente por Irwin Rosenberg em 1989, como redução da massa muscular relacionada ao envelhecimento (ROSENBERG, 1989). Ressalta-se que Rosenberg é um grande pesquisador, professor universitário de Nutrição e Medicina no Centro de Pesquisa em Nutrição Humana do USDA da Tufts University sobre Envelhecimento (HNRCA) e na Escola Friedman de Ciência e Política de Nutrição. Múltiplos fatores de risco e mecanismos colaboram para desenvolvimento da patogênese da sarcopenia incluindo, alterações hormonais, baixa ingesta calórica, perda de neurônios motores e falta de atividade física.

A redução de massa muscular juntamente com a diminuição de força muscular e desempenho físico é denominada sarcopenia, segundo o Grupo de Trabalho Europeu sobre Sarcopenia em Pessoas Idosas (EWGSOP). Estudos evidenciaram que a sarcopenia tem prevalência de 22,6% em mulheres e 26,8% em homens até 65 anos. (LANUZZI; SUCICH apud MAIOR).

“A sarcopenia relacionada ao envelhecimento é considerado um problema de saúde pública” (BAUMGARTNER RN, 1998) e sua principal consequência é a limitação do desempenho funcional, que aumenta o risco de fragilidades, incapacidades, quedas e hospitalização. Este estudo tem o objetivo de enfatizar a atuação do fisioterapeuta no processo de envelhecimento de idosos entre 60 a 70 anos de idade com histórico de sedentarismo, devido à perda de massa muscular e a redução da sua funcionalidade. Trata-se de uma revisão bibliográfica, baseada em pesquisas em livros e analises de artigos relacionados ao tema com base nos dados, EWGSOP, SciELO, pubMED, Biblioteca Virtual de Saúde, LILACS.

Nesse contexto, é fundamental que o fisioterapeuta na gerontologia assuma o compromisso com a população idosa, proporcionando atenção em saúde, a fim de priorizar a promoção de um envelhecimento saudável, pois os fisioterapeutas nos dias atuais são de extrema importância na funcionalidade e cognição do idoso, através de recursos da cinesioterapia, exercícios ativos, ativos-resistidos, técnicas de terapia manual, alongamento, mobilização entre demais técnicas podemos destacar o Pilates, Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (PNF), Bobath, Mulligan, Osteopatia, treinamento de força associado a eletroterapia, promovendo consciência corporal, relaxamento, aumento da mobilidade e flexibilidade, controle postural, melhora do desempenho físico e fortalecimento muscular, interferindo diretamente nos fatores de risco relacionado as possíveis instalações de incapacidades decorrentes do envelhecimento, quedas e fraturas.

Segundo Gonçalves (2006) “as quedas ocupam o primeiro lugar entre as causas de internação em idosos, totalizando 56,1% das internações em hospitais e em relação a taxa de mortalidade verifica-se que as quedas ocupam o terceiro lugar”.

Um episódio de queda acarreta em várias consequências, inclusive o medo de ocorrer novamente novos episódios de queda, diminuição de atividades de vida diária e suas aptidões motoras, resultando em dependências de terceiros, depressão e ansiedade. (FABRICIO; RODRIGUES, 2006).

Segundo Guccione, as causas das quedas podem ser definidas como extrínsecas ou intrínsecas. Fatores extrínsecos são questões ambientais, como pisos sem proteção antiderrapante, tapetes, animais, moveis, objetos e escadas (Gonçalves, 2006). Dentre fatores intrínsecos estão “os declínios fisiológicos do idoso, como o déficit de visão, musculo esqueléticos, sensório motor e cognitivo pela idade avançada, problemas de mobilidade, sedentarismo e uso de medicamentos” (SIQUEIRA e Colaboradores, 2007).

Compreendendo os fatores de origem da queda, podemos enfatizar a diminuição da massa muscular como um dos fatores principais da redução da qualidade de vida do idoso.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 O ENVELHECIMENTO

O envelhecimento é um fenômeno universal normal e progressivo, que gera alterações na composição corporal e em diversos sistemas, podendo evoluir para um quadro de incapacidade, influenciando diretamente na qualidade de vida do idoso.

O processo de envelhecimento presume a redução de massa muscular em 5% a partir dos quarenta anos, a cada década de vida. Após sessenta e cinco anos, com declínio mais rápido, acometendo principalmente os membros inferiores. Podendo somar perda de 40% da sua massa muscular ao final de sua vida (SILVA e Colaboradores, 2009). Segundo Ronald et al, “a massa magra diminui e a massa de gordura aumenta, especialmente na região abdominal, dificultando o processo de homeostase, causando déficit em vários sistemas, a renovação celular diminui, os tecidos se tornam mais rígidos e pouco elástico devido o rebaixamento do colágeno, elastina e fibras musculares do tipo II, gerando diminuição do comprimento e diâmetro do músculo”. Estudos populacionais realizados em São Paulo demonstraram que com o aumento da população idosa no Brasil, há um aumento na prevalência de doenças crônicas. As principais causas de morte de idosos atualmente são doenças que além de crônicas geram incapacidades e dependência.

Em relação ao envelhecimento e doenças crônicas que causam dependência e incapacidades destaca-se a sarcopenia, definida como uma doença muscular e caracterizada pela diminuição de força muscular e desempenho físico (EWGSOP)

2.2 A SARCOPENIA

Rosenberg, em 1989, foi o primeiro a utilizar o termo para descrever a perda de massa muscular relacionada ao envelhecimento. A etiologia da sarcopenia não é totalmente esclarecida, porém multipolos fatores contribuem para o seu desenvolvimento, dentre eles o sedentarismo, alterações hormonais, baixa ingesta calórica, degeneração dos motoneurônios.

A) SEDENTARISMO

No Brasil, o sedentarismo tem alta incidência, principalmente entre os idosos, sendo considerado um problema de saúde pública (FUSCALDO JM, 2002). Com o envelhecimento o indivíduo sofre uma depressão nas aptidões físicas, como consequência a redução da realização das atividades diárias, levando ao sedentarismo.

A falta de atividade física consequentemente acelera o processo de perda de fibras musculares por diminuição dos estímulos cerebrais aos grandes grupos musculares (ALVES e Colaboradores, 2004). Estudos de Matsudo, Matsudo e Barros Neto (2000), relatam que a aptidão física de idosos ativos sofrem alterações com o envelhecimento, porém quando comparado a idosos sedentários esses apresentam menor declínio de suas funções motoras e massa muscular.

B) ALTERAÇÕES HORMONAIS

Os hormônios sexuais são essenciais sobre o sistema muscular, sua produção tem seu pico durante a puberdade. Após cinquenta anos de idade ocorre uma redução na produção desse hormônio de 0,4% por ano (BONACCORSI, 2001). “O déficit de hormônio sexuais masculinos compreende uma gama de alterações como, diminuição na qualidade da vida sexual e diminuição na massa e força muscular” (PASQUALOTTO e Colaboradores, 2004).

O hormônio do crescimento ou GH é produzido em maiores quantidades até os vinte anos de idade. Promove a utilização de gordura como fonte de energia, é um anabólico proteico, com função de aumentar a massa magra corporal (GUYTON; HALL, 2006).

Pesquisas apresentam redução na produção do GH no envelhecimento, provocando a diminuição da síntese proteica e da massa muscular.

O hormônio Grelina, estimulador de apetite, promove o aumento da liberação de GH no homem. Baixos níveis desse hormônios associado ao envelhecimento favorece o desenvolvimento da sarcopenia.

C) BAIXA INGESTÃO CALÓRICA

Múltiplos fatores levam a baixa ingestão, como a perda de apetite, devido à redução da Grelina, saúde oral prejudicada e medicamentos, são fatores importantes no desenvolvimento da sarcopenia. Segundo a DRIS (DietaryReferenceIntakes) a redução da ingestão causa diminuição na massa e força muscular.

D) DEGENERAÇÃO DOS MOTONEURÔNIOS

“Os motoneurônios que trazem as informações cerebrais a todos os músculos do corpo, inervam todos os tipos de fibras musculares, principalmente a fibras tipo II. Uma unidade motora compõe-se de um conjunto de fibras inervadas pelo mesmo motoneurônios” (GUYTON; HALL, 2006). Motoneurônios são responsáveis pela aptidão (movimento e força) e autonomia funcional.

Com o envelhecimento ocorre uma perda de unidades motoras, gerando denervação de fibras musculares, causando atrofia muscular, diminuição de força muscular e velocidade de contração, em razão da perda em maior quantidade de fibra de tipo II (contração rápida, anaeróbica).

2.3 A FISIOTERAPIA NO ENVELHECIMENTO

O processo de envelhecimento necessita de atendimento multidisciplinar, inclusive a fisioterapia, envolvendo todos os níveis de atenção à saúde, segundo o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). Pereira et al. descreve a importância do fisioterapeuta na atenção básica a saúde como “movimento humano visando à saúde funcional do indivíduo na promoção e recuperação da saúde, prevenção de doenças e agravos e reabilitação” com o objetivo geral de “promover a qualidade de vida do indivíduo, em todos os ciclos da vida tendo a integridade do movimento como essência e expressão desta, por meio da cinesioterapia” (PEREIRA, 2007). A fisioterapia é uma área da saúde imprescindível, pois tem como objetivo conservar as funções motoras e cognitivas do idoso, tendo em vista retardar e tratar possíveis instalações de incapacidades decorrentes do processo do envelhecimento.

Através de recursos cinesiológicos associados a eletroterapia já citados, podemos ainda enfatizar o treinamento de força como relevante nos efeitos da sarcopenia, já que esse recurso garante a hipertrofia e aumento de força muscular. Suetta e Colaboradores (2007) “ressaltam a importância dos exercícios de força para reversão da atrofia muscular, aumento de força e melhora da aptidão funcional em idosos com sarcopenia e corroboram com as informações de Silva e Colaboradores (2006) que o método mais eficaz para se conseguir a prevenção e reversão do quadro de sarcopenia são os exercícios realizados com resistência” (ALMEIDA SANTOS RM e Colaboradores, 2008).

A fisioterapia no envelhecimento é de grande importância, logo pode prevenir ou otimizar diversas patologias, reduzindo o tempo de tratamento e/ou gastos, redirecionando o idoso para a vida social e autônoma.

É importante salientar que a realização de exercícios físicos para idoso por meio da fisioterapia tem a finalidade de melhorar a força muscular, o desempenho físico, motor e respiratório, consequentemente beneficiando sua mobilidade, autonomia e sua capacidade funcional, reduzindo o risco de quedas, dependências e incapacidades, melhorando a qualidade de vida do idoso.

2.4 POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE PARA IDOSOS

As política públicas de saúde tem o propósito de garantir a atenção a toda a população (Lei n° 8.842/94 e Decreto n° 1.948/96). Segundo o IBGE a população brasileira está envelhecendo de forma intensa. “O envelhecimento populacional desafia habilidades de produzir políticas de saúde que respondam às necessidades das pessoas idosas. A proporção de usuários idosos de todos os serviços prestados tende a ser cada vez maior, quer pelo maior acesso às informações, quer pelo seus referido aumento relativo e absoluto na população brasileira” (LIMA, COSTA E VERAS, 2003).

O processo de envelhecimento acarreta em um aumento de doenças e consequências que podem gerar incapacidades. Para Verbugge e Jette (1994) a incapacidade é a dificuldade de executar atividades de vida diária por motivo de um problema físico ou de saúde. Com o avanço da idade há um aumento na prevalência de incapacidade, porém, a idade sozinha não prognostica a incapacidade, segundo Lollar e Crews. A Classificação Internacional de Funções, Incapacidade e Saúde (CIF) “vê a funcionalidade e incapacidade como fatores de interação dinâmica entre condições de saúde, doenças ou lesões e traumas”, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

No Brasil, dentre as políticas públicas voltada ao idoso podemos destacar a Política Nacional de Saúde do Idoso e Estatuto do Idoso, como as principais.

2.4.1 POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO IDOSO

Decretada em 1994 e só em 1996 foi regulamentada com proposito de promover um envelhecimento saudável, mantendo a capacidade funcional e a autonomia do indivíduo, prevenção de doenças, reabilitação dos que tiverem sua capacidade funcional atingida. Garantindo participação efetiva na sociedade, integração e direitos à saúde nos diversos níveis de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) Lei n° 8.842/94.

2.4.2 ESTATUTO DO IDOSO

Estabelecido pela Lei n° 10.741 de 1 de Outubro, assegura no seu artigo 9° “direito a vida e à saúde, mediante efetivação das políticas públicas que permitam um envelhecimento saudável e com dignidade”. Do seu direito a saúde, garante atendimento integral, universal e igualitário em todos os níveis de atenção do SUS, promovendo prevenção e reabilitação da saúde do idoso, inclusive de doenças que afetam especialmente essa população.

2.5 ANÁLISE, DISCUSSÃO E RESULTADOS

As evidências dos artigos analisados referente a temática abordada, mostram que a partir dos cinquenta anos de idade ocorre um declínio da força muscular, declinando progressivamente após os sessenta anos. A redução de força muscular é consequência da perda de massa muscular (sarcopenia) (HAMEED; HARRIDGE; GOLDSPINK, 2002; EVANS, 1995; THOMPSON, 1994).

Abaixo apresentam-se alguns dos títulos dos trabalhos utilizados para a análise e discussão desse artigo, na forma de identificar evidencias positivas da fisioterapia na melhora da qualidade de vida do idoso.

Sarcopenia e Envelhecimento de Pícoli; Figueiredo e Patrizzi (2011) sugere que a diminuição de força muscular é evidente a partir da sexta década de vida e essa perda está relacionada a sarcopenia.

Sarcopenia: alterações metabólicas e consequências no envelhecimento de Pierine; Nicola e Oliveira (2009) afirma que as consequências da sarcopenia afetam diretamente a capacidade funcional do idoso tendo grandes repercussões sobe a saúde e a qualidade de vida do idoso.

O tratamento da sarcopenia através do exercício de força na prevenção de quedas em idosos: revisão de literatura, de Bernadi; Almeida e Bermejo (2009) assegura que o treinamento de força para idosos é fundamental na manutenção de força muscular, consequentemente prevenindo quedas e melhorando a qualidade de vida.

A formação do profissional fisioterapeuta na atenção à saúde do idoso: uma revisão integrativa, de Grave; Rocha e Périco (2012) evidenciaram a fisioterapia como necessária no processo de envelhecimento em vários níveis de atenção à saúde.

Importância da fisioterapia na promoção da qualidade de vida para os idosos de Duarte (2013) apresenta benefícios da fisioterapia na qualidade de vida dos idosos, melhorando o desempenho físico, motor e respiratório, promovendo bem-estar físico, emocional e social.

De acordo com a Política Nacional de Saúde do Idoso, a perda da capacidade funcional é o principal problema que afeta a qualidade de vida do idoso, a fisioterapia através de seus recursos tem papel importantíssimo na promoção, prevenção e reabilitação da saúde do indivíduo, proporcionando um envelhecimento saudável e digno, juntamente com os demais profissionais que atuam nesse processo, avaliando o indivíduo como um todo, desde o sistema musculoesquelético, neurológico, cardiovascular, respiratório e suas relações socioeconômicas.

No que se refere a promoção, prevenção e reabilitação à saúde o fisioterapeuta auxilia nas campanhas de envelhecimento saudável por meio de promoções educativas, estimulando hábitos de vida saudável, como manter uma boa alimentação para o controle de peso, colesterol, tabagismo e alcoolismo, orientações a família e cuidadores, práticas de atividade física (cinesioterapia) constantes. Junto com as autoridades competentes promover estratégias para construção de espaços de convivência para a pratica de atividade física, atividades lúdicas favorecendo a socialização e a educação em saúde, treinamento de força, treino de equilíbrio, alongamentos, fortalecimentos, reeducação postural, além de atendimento individualizado e/ou domiciliar para aqueles com limitação funcional, por meio de cinesioterapia, eletroterapia entre outras técnicas especificas e na prescrição de órteses e próteses.

2.5.1 DISCUSSÃO

Em termos de discussão a etiologia da patogênese da sarcopenia envolve múltiplos fatores, dentre eles destacam-se a diminuição das fibras musculares tipo II e o sedentarismo. As suas consequências associadas ao envelhecimento são consideradas um problema de saúde pública (BAUMGARTNER RN, 1998) pois afeta diretamente a capacidade funcional do idoso, gerando riscos de fragilidades, incapacidades, quedas, fraturas, hospitalização e aumentando o risco de mortes.

Com o envelhecimento há uma redução na quantidade de fibras musculares, especialmente as fibras tipo II de contração rápida, resultando em contrações lentas e com menor qualidade do ponto de vista funcional (ZHONG; CHEN; THOMPSON, 2007). Segundo Deschenes, a causa da sarcopenia é a diminuição das fibras musculares, particularmente do tipo II.

O sedentarismo é um fator importante para a redução de massa muscular aumentando a prevalência de incapacidade física. Para Hunter et al. (2004) a diminuição do desempenho muscular e consequentemente o decréscimo da funcionalidade, torna-se um ciclo vicioso, uma vez que, a diminuição do desempenho muscular leva a limitação de atividade física básica, gerando gostos, maior necessidade de cuidados prolongados e redução na qualidade de vida do idoso.

2.5.2 RESULTADOS

Os resultados alcançados evidenciaram que a sarcopenia é um fator intrínseco e determinante para a redução funcionalidade logo, da qualidade de vida do idoso (SILVA e Colaboradores, 2006).

A fisioterapia com seus recursos cinesiológicos e de estimulação cognitiva para idosos tem grande relevância, visto que está relacionada diretamente ao desempenho físico e que tem potencial para a reabilitação. A atividade física (cinesioterapia), treinamento de força e de equilíbrio, orientações e promoção a educação em saúde, são fundamentais para a manutenção ou retardamento da perda de massa muscular. Silva e Colaboradores (2006) afirmam que exercícios com resistência são eficazes para a prevenção e redução do quadro de sarcopenia, pois aumenta o estimulo a força muscular, alterando diretamente os fatores de risco, como fragilidades, quedas e fraturas.

3. CONCLUSÃO

Este artigo trata-se de uma revisão bibliográfica, que sugere a atuação do fisioterapeuta no envelhecimento como forma de amenizar sintomas do envelhecimento e prevenir incapacidades, consequentemente promovendo um envelhecimento saudável. Foram apresentados os seguintes fatores:

A) Fatores etiológicos contribuintes para o desenvolvimento da sarcopenia.
B) Destacar a atuação do fisioterapeuta como fundamental no processo de envelhecimento desde a prevenção a manutenção/ reabilitação da saúde do idoso e sua capacidade funcional.

No curso da pesquisa, verificou-se que no processo de envelhecimento ocorrem alterações orgânicas e funcionais, favorecendo a incidência de doenças musculoesqueléticas, tornando o indivíduo mais vulnerável. A limitação funcional é um dos principais desafios no processo de envelhecimento, tanto para o indivíduo idoso, quanto para os profissionais de saúde que trabalham com essa população.

Ao final deste trabalho, conclui-se que o fisioterapeuta como integrante de uma equipe multidisciplinar tem a responsabilidade de atuar na prevenção, orientação, manutenção/reabilitação da saúde do idoso e de fundamental importância na qualidade de vida do idoso. Sugere ainda, intensificar o desenvolvimento da pesquisa no tema abordado com intuito de promover melhoria na qualidade de vida na velhice para o futuro.

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