RABIES, AN OVERVIEW – A LITERATURE REVIEW
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202507071534
Débora Pereira Figueiredo
Julyana Sousa da Silva
Milena Mattos Silva
Maurício Nunes de Nazareth da Silva
Natalia Cavalcante de Albuquerque
Orientadora: Prof. Dr. Alana Camargo Pôncio
RESUMO
A raiva, também conhecida como encefalite rábica ou hidrofobia, é uma doença zoonótica de alta letalidade, causada por um vírus de RNA da família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus. Sua história remonta ao Império Romano e à Grécia antiga, sendo reconhecida há mais de dois mil anos por sua transmissão por mordeduras de cães infectados. O vírus penetra na vítima principalmente através da saliva de animais infectados, como cães e morcegos, invadindo tecidos lesionados e migrando pelo sistema nervoso central, onde se replica antes de atingir os órgãos e glândulas salivares, facilitando a disseminação. A epidemiologia da raiva apresenta ciclos de transmissão distintos: urbano, rural e silvestre. No ciclo urbano, o principal transmissor é o cão, enquanto no rural predomina a transmissão por morcegos hematófagos, que também são responsáveis pelo ciclo silvestre, envolvendo raposas, lobos e outros animais selvagens. A doença é endêmica no Brasil, presente em todas as regiões, com transmissão ocorrendo por mordeduras, arranhaduras ou contato com mucosas. Clinicamente, a raiva manifesta-se em fases distintas: inicialmente, sinais inespecíficos como dor, febre e alterações de comportamento; seguidas por fases de excitação (raiva furiosa), que incluem agressividade, salivação excessiva, dificuldade de deglutição e convulsões; e, por fim, uma fase paralítica, levando à paralisia e morte. Em humanos, o período de incubação varia de uma semana a dois anos, sendo a fase prodrômica seguida por sintomas neurológicos graves, como alucinações e espasmos musculares, culminando no óbito.O diagnóstico em animais envolve exames histopatológicos, identificação de inclusões de Negri e testes sorológicos, sendo o método mais sensível a imunofluorescência direta. Não há tratamento eficaz após a manifestação dos sintomas, sendo a eutanásia dos animais infectados a principal medida de controle. Em humanos, a profilaxia pré e pós-exposição, com vacinação e administração de soros específicos, é fundamental para evitar a evolução da doença. A vacinação anual de cães e gatos, além de campanhas de conscientização, são estratégias essenciais para reduzir a incidência e proteger a saúde pública, dada a gravidade e inevitabilidade da evolução da raiva.
Palavras-chave: Lyssavirus. Raiva. Doença. Zoonose.
ABSTRACT
Rabies, also known as rabies encephalitis or rabies, is a highly lethal zoonotic disease caused by an RNA virus of the Rhabdoviridae family, genus Lyssavirus. Its history dates back to the Roman Empire and ancient Greece, and it was first recognized over two thousand years ago for its transmission through bites from infected dogs. The virus enters the victim mainly through the saliva of infected animals, such as dogs and bats, invading injured tissues and migrating through the central nervous system, where it replicates before reaching the organs and salivary glands, facilitating its spread.The epidemiology of rabies presents distinct transmission cycles: urban, rural and sylvatic. In the urban cycle, the main transmitter is the dog, while in the rural cycle transmission is predominant through hematophagous bats, which are also responsible for the sylvatic cycle, involving foxes, wolves and other wild animals. The disease is endemic in Brazil, present in all regions, with transmission occurring through bites, scratches or contact with mucous membranes.Clinically, rabies manifests itself in distinct phases: initially, nonspecific signs such as pain, fever and behavioral changes; followed by phases of excitement (furious rabies), which include aggressiveness, excessive salivation, difficulty swallowing and convulsions; and, finally, a paralytic phase, leading to paralysis and death. In humans, the incubation period varies from one week to two years, with the prodromal phase followed by severe neurological symptoms, such as hallucinations and muscle spasms, culminating in death.Diagnosis in animals involves histopathological examinations, identification of Negri inclusions and serological tests, with direct immunofluorescence being the most sensitive method. There is no effective treatment after the onset of symptoms, with euthanasia of infected animals being the main control measure. In humans, pre- and post-exposure prophylaxis, with vaccination and administration of specific serums, is essential to prevent the progression of the disease. Annual vaccination of dogs and cats, in addition to awareness campaigns, are essential strategies to reduce incidence and protect public health, given the severity and inevitability of the development of rabies.
Keywords: Lyssavirus. Rabies. Disease. Zoonosis.
INTRODUÇÃO:
A raiva também conhecida como encefalite rábica ou hidrofobia é uma enfermidade zoonótica, a doença evolui rapidamente e leva a óbito em quase 100% dos casos,seu agente etiológico é um vírus de RNA da família Rhabdoviridae do Gênero Lyssavírus(CORRÊA & CORRÊA, 1992).É uma das doenças mais antigas caracterizada antigamente por ser uma enfermidade que deixava os cães e os homens “loucos” (KOTRAIT et al., 2009).Sua transmissão se dá após o contato com saliva de animais infectados, principalmente cães e morcegos(TAKAOKA, 2006).
O vírus penetra através da saliva nos tecidos lesionados principalmente por mordeduras ou arranhaduras de animais infectados, ocorre multiplicação no cordão espinhal e após o vírus segue em direção ao encéfalo onde há replicação no sistema nervoso central e por meio de vias nervosas o vírus chega aos órgãos(BEER, 1999).
A epidemiologia da raiva é subdividida em ciclos de transmissão; urbano, rural e silvestre facilitando o estabelecimento de programas efetivos de vigilância e controle (HANLON, 2013).A raiva pode se manifestar nos animais domésticos como Raiva furiosa, Raiva paralítica e a Raiva muda ou atípica (CORRÊA & CORRÊA, 1992).Para o diagnóstico após a suspeita devem ser realizados exames histológicos do sistema nervoso central, tipificação do vírus e provas sorológicas com o animal eutanasiado ou morto (BEER, 1999).O controle visa adotar um conjunto de medidas para diminuir e controlar a ocorrência da doença e inclui vacinação de cães e gatos todos os anos e na ocorrência ou suspeita deve-se informar as autoridades de saúde (SCHNEIDER et al., 1990)
O objetivo do trabalho foi realizar uma revisão de literatura sobre o tema em questão para compilar informações e evidências disponíveis para o conhecimento e mostrar os danos causados por essa doença.
REVISÃO DE LITERATURA
HISTÓRICO
Presente desde o império romano e a antiga Grécia, a raiva já era considerada uma doença contagiosa transmitida por mordedura de cães e caracterizada pela sua letalidade(CORRÊA & CORRÊA, 1992).
A raiva em animais domésticos foi descrita por Demócritus há 500 anos a.c e Aristótales 322 anos a.ce demonstraram que cães sadios mordidos por cães raivosos ficavam “loucos” e também a possível transmissão para humanos. O termo “Lyssa” significa raiva em grego(SCHNEIDR&SANTOS-BURGOA, 1994; HINRICHSEN et al., 2005; REZENDE et al., 1997; COSTA, 1998).
A primeira descrição precisa da doença foi feita pelo médico romano Cornélios Celsus no ano de 100 a.c.denominando-a de hidrofobia e vinculou a transmissão entre cães e seres humanos (CORRÊA & CORRÊA, 1992; COSTA, 1998).
Zinke em 1804 inoculando saliva contaminada em cães sadios demonstrou a infecciosidade da mesma (BEER, 1999).
Em 1903 Remlinger demonstrou a natureza viral do agente ao demonstrar sua filtrabilidade e após, Negri ainda em 1903 descreveu a lesão patognomônica causada pelo vírus no Sistema Nervoso Central, os corpúsculos de Negri que são inclusões intracitoplasmáticas nos neurônios de animais e humanos infectados (REZENDE et al., 1997)
Sobre a prevenção Pasteur um pesquisador francês realizou importantes descobertas e proporcionou progressos principalmente com a primeira vacinação de um humano em 1885 (CORRÊA & CORRÊA, 1992).
A doença tem sido estudada permitindo o desenvolvimento de medidas preventivas eficientes nos animais como a vacinação em massa e o uso de soros específicos, o diagnóstico com exames histopatológicos dos corpúsculos de Negri contribuem para esse desenvolvimento de medidas preventivas (BEER, 1999).
AGENTE ETIOLÓGICO
O vírus da raiva RobiesLyssavirus pertence à ordem Mononegavirales da família Rhabdoviridae e gênero Lyssavirus. O gênero Lyssavirus é grande, porém apenas seis espécies pertencem ao grupo do vírus da raiva e sem dúvidas é o vírus mais importante para os mamíferos domésticos e o homem tendo distribuição mundial (CORRÊA & CORRÊA, 1992).O vírus da raiva tem um RNA de fita simples negativa,é baliforme com simetria helicoidal com envelope lipoproteico dispondo de ácido nucleico no interior e mede 180 x 70nm (CORRÊA & CORRÊA, 1992).Os sorotipos atualmente reconhecidos são 8, a raiva urbana corresponde ao clássico sorotipo 1 Rabies vírus, que acomete todos os continentes com exceção da Austrália e Antártida (PLOTKIN, 2000).O vírus tem aparência de projétil com dois antígenos principais um interno formado por nucleoproteína e outro de superfície formado por uma glicoproteína que possui 524 aminoácidos responsável pela formação de anticorpos neutralizantes e adsorção do virus para a célula (BRASIL, 2019; BRASIL, 2014)
As três proteínas ligadas ao nucleocapsídeo são: a nucleoproteína (N), que possui 450 aminoácidos e peso molecular de 50500 Da e está ligada a proteção do material genômico da ação de ribonuclease; a fosfoproteina (NS), constituída por 297 aminoácidos, com peso molecular de 33000 Da e que é uma proteína interna, não estrutural, que participa da replicação viral e a proteína L que tem 2142 aminoácidos e peso molecular de 244000 Da, sendo responsável pela transcrição e replicação do genoma (TORDO et al., 1986).
O vírus tem baixa resistência fora do hospedeiro sendo inativado a uma temperatura de 60ºC durante 35 segundos e destruído a 50°C durante 15 minutos sendo sensível a luz ultravioleta, solventes como sabão, amônia quaternária, éter, clorofórmio, acetona e etanol (BRASIL, 2014; KOTAIT et al., 2009; FLORES et al., 2007).
CARACTERÍSTICAS IMUNOLÓGICAS
Diferentemente de muitos vírus que causam infecções agudas, o vírus da raiva consegue se manter por um longo período no hospedeiro ao ultrapassar suas defesas imunológicas, devido ao seu forte neurotropismo. Isso significa que a produção de anticorpos antirrábicos geralmente ocorre tardiamente, frequentemente apenas quando os sintomas já se manifestam. Ao infectar os neurônios, o vírus se protege da ação dos anticorpos, células do sistema imune e interferons, que são proteínas essenciais na resposta inicial ao vírus, podendo, inclusive, induzir a produção de interferons antes do vírus atingir o sistema nervoso central (BRASIL, 2008).
Quando o vírus entra em contato com células apresentadoras de antígenos, como macrófagos e células dendríticas, ele é fagocitado e processado para apresentar os antígenos às células imunológicas. Essas células ativam linfócitos T auxiliares, que produzem citocinas responsáveis por estimular diferentes componentes do sistema imunológico, incluindo células que eliminam o vírus ou células infectadas, além de promoverem a produção de anticorpos pelos linfócitos B. No entanto, na infecção natural, a produção de anticorpos neutralizantes só ocorre após o aparecimento dos sintomas clínicos, ou seja, quando o vírus já invadiu o sistema nervoso central, tornando a doença irreversível (BRASIL, 2008).
A principal função dos anticorpos na raiva é impedir que o vírus se propague no ambiente extracelular, bloqueando sua ligação às células musculares e evitando sua disseminação até o sistema nervoso central. A resposta imunológica celular, mediada principalmente pelos linfócitos T, desempenha um papel crucial na defesa contra o vírus. Esses linfócitos ajudam na produção de anticorpos, atuam como células citotóxicas que destroem células infectadas, estimulam outras células do sistema imunológico e atuam como células de memória, contribuindo para uma resposta imunológica mais eficaz e duradoura contra a infecção (BRASIL, 2008).
EPIDEMIOLOGIA
A raiva está presente em todos os continentes exceto em alguns países das Américas como Uruguaia, Barbados, Jamaica e Ilhas do Caribe, da Europa como a Irlanda, Países Baixos e Bulgária e da Ásia como o Japão.A raiva apresenta quatro ciclos de transmissão, o urbano, importante nos países em desenvolvimento, o silvestre, o rural e o aéreo. No ciclo urbano cães e gatos vão ser acometidos, no silvestre vão ser acometidos macacos, raposas e outros, no rural afeta animais de criação como bovinos equinos e outros, já o ciclo aéreo ocorre em morcegos hematófagos (CENTRO PANAMERICANO DE FIEBRE AFTOSA, 2000).
Na transmissão da raiva urbana o principal transmissor é o cão, possibilitando a disseminação para outros animais domésticos e para os humanos, na rural o principal transmissor é o morcego hematófago levando o vírus para diferentes espécies de animais como bovinos equinos e caprinos, quando falamos de incidência da transmissão do vírus rábico, estão o ciclo aéreo e o silvestre(REZENDE et al., 1997; FERNADES, 2001)
O ciclo silvestre é de maior prevalência em países desenvolvidos onde a raiva urbana está sob controle e ocorre entre animais como raposas, guaxinim, lobos, quatis e outros, e o ciclo aéreo apresenta grande importância na manutenção e disseminação do vírus ocorrendo entre diferentes espécies de morcegos,por serem mamíferos que voam, tem a capacidade de transportar o vírus através de grandes barreiras geográficas(WADA et al., 2004)
A distribuição da raiva não é uniforme e pode existir áreas livres, e outras de baixa e alta endêmicidade e em alguns momentos apresenta formas epizoóticas (CENTRO PANAMERICANO DE FIEBRE AFTOSA, 2000).
O Brasil é considerado uma área endêmica pois está presente em todas as regiões (KIMURA, 2006).
TRANSMISSÃO
Inicialmente a exposição pode ser por mordedura, arranhadura ou lambedura, o vírus não atravessa a pele intacta, mas é possível outra forma de transmissão através de membranas mucosas dos olhos, boca e nariz (CORRÊA & CORRÊA, 1992).A raiva ocorre de maneira endêmica em diversos países e seu ciclo de transmissão pode ser dividido em urbano rural, silvestre terrestre e silvestre aéreo (TAKAOKA et al., 2003; WADA et al., 2004)
No ciclo urbano o responsável pela transmissão é o cão, que apresenta a forma furiosa da doença na maioria das vezes e antes de morrer pode morder outros animais e pessoas (CORRÊA & CORRÊA, 1992).No ciclo rural morcegos hematófagos são os reservatórios e transmite através de mordeduras ou arranhaduras para espécies de animais como equinos, bovinos, caprinos, suínos e outros (REZENDE et al., 1997; FERNADES, 2001).No ciclo silvestre terrestre a transmissão ocorre através da saliva de animais infectados para outros e ocorre entre animais como as raposas, lobos, guaxinim, quatis e outros (WADA et al., 2004).No ciclo silvestre aéreo da raiva, diferentes espécies de morcegos hematófagos vão transmitir o vírus e apresentam grande importância na manutenção do vírus por serem os únicos mamíferos que voam (WADA et al., 2004).
O vírus pode estar presente na saliva de 3 a 5 dias em cães ou por todo o curso da doença e antes de manifestar os sintomas, isso pode contribuir para a disseminação dentro da população animal (BEER, 1999).
Outras formas de contágio são raras, mas podem ocorrer como por via inalatória, transplacentária, transplante de córnea e aleitamento materno(TAKAOKA, 2006).
De todos os mamíferos que podem transmitir o vírus rábico, os carnívoros e os quirópteros são os principais, visto que esses mantêm o vírus na natureza por um maior período de tempo (KREBS et al., 2003; 2004).
PATOGENIA
A raiva é uma doença infecciosa aguda, a principal e mais importante porta de entrada para o vírus é pelo ferimento causado pela mordida e deposição da saliva com o vírus no interior de músculos e tecidos adjacentes de um animal infectado (GONÇALVES, J. L. S, et al., 2002)
Após a entrada ocorre eventos celulares como a adsorção, penetração, desnudamento, transcrição, tradução, replicação, montagem e brotamento virais (WAGNER & ROSE, 1996; RUPPEPRECHT et al., 2002)Após a mordedura a replicação viral ocorre nos miócitos que são células musculares, ocorre uma fase latente na qual o vírus não é detectado em razão ao longo período de incubação(BEER, 1999).
O primeiro evento após a entrada do vírus na célula é a transcrição dos seus genes, produzindo cinco RNAm monocistrômicos seguido da síntese de seu genoma complementar de fita positiva. (BADRANE et al., 2001; POISSON et al., 2001)
Nas camadas musculares no local da mordida ocorre uma intensa replicação viral, e os vírions são transportados para os nervos periféricos onde realizam movimentos centrípetos, dos axônios em direção as sinapses no SNC e na medula espinhal, após a chegada no SNC ocorre outra replicação porém envolvendo todo o sistema levando a ocorrência de uma expansão centrífuga do vírus pelos nervos até órgãos como as glândulas salivares, fígado, rins e coração (CHARLTON et al., 1983; GERMANO, 1994; LICATA & HARTY, 2003)
A infecção fica restrita aos neurônios, os astrócitos e as células da glia podem ser infectadas, o vírus se localiza inicialmente no sistema límbico com pouca ação sobre o córtex levando a sintomas clínicos como a agressividade, mudança de agilidade e perda da timidez natural (CORRÊA & CORRÊA, 1992).
A morte ocorre devido às lesões nervosas e perda das funções vitais em praticamente 100% dos casos de raiva em mamíferos domésticos (CORRÊA & CORRÊA, 1992).
SINAIS CLÍNICOS
Em cães os animais mais jovens são mais suscetíveis a infecção, o período de incubação varia de alguns dias a dois meses. Existem três fases: a fase precursora que dura de dois a três dias, a fase excitativa ou furiosa e a fase paralítica (FUNASA 2002). Na fase precursora o animal apresenta alterações de comportamento como não atender o próprio dono, parece desatento, anorexia, fotofobia, aumento de temperatura, dilatação de pupila e reflexos corneais lentos (ACHA; SZYFRES, 2003).
Na fase excitativa conhecida como raiva furiosa, ocorre inquietude, excitação e agressividade que ocorre devido a sensação de dor que o animal sente devido a excitação do sistema nervoso central e a preservação da consciência, o animal pode morder objetos, outros animais e o próprio dono, latido rouco, sialorréia, dificuldade de deglutição, incoordenação motora, convulsões, irritação no local da agressão, paralisia, coma e morte (ACHA; SZYFRES, 2003).
Na fase paralítica da raiva a fase de excitação é ausente, inaparente ou curta, apresentando sinais de paralisia que evoluem para a morte devido ao comprometimento respiratório central (ACHA; SZYFRES, 2003).
O animal tem tendência a buscar lugares escondidos, paralisia dos músculos da cabeça e pescoço e posteriormente paralisia dos membros posteriores se estendendo por todo o corpo do animal,dificuldade de deglutição, sialorréia, coma e morte normalmente dez dias após as manifestações clínicas(FUNASA 2002)
Em gatos ocorre com maior frequência a forma furiosa com sinais semelhantes aos dos cães como agressividade, morder objetos e como característica dos felinos o ataque é feito com as garras e depois ocorre a mordida ao dono ou outros animais,irritação e vocalização, reflexos das pálpebras e da pupila podem estar ausentes, estrabismo, mandíbula caída, disfagia, paralisia de laringe, coma e morte dez dias após as manifestações clínicas (FUNASA 2002)
Em herbívoros como bovinos,equídeos, asininos, muares, caprinos, ovinos e onívoros como suínos,a raiva ocorre predominantemente pela transmissão por morcegos hematófagos e a forma mais comum de manifestação será a paralítica, mas também pode ocorrer a forma furiosa. (FUNASA 2002)
A forma paralítica pode ocorrer quando a doença é transmitida por morcegos e começa após alguns dias aos primeiros sinais e a morte acontece após o curso clínico (FUNASA 2002)
Os principais sinais são incoordenação motora, paralisia ascendente dos membros pélvicos, posicionamento em decúbito esternal, atonia do rúmen, tremores musculares, salivação, movimentos de pedalagem, apstótano, paralisia da cauda, tenesmo, nistagmo, diminuição dos reflexos palpebrais e linguais,ataxia e morte FUNASA 2002; BRASIL, 2019)
Na manifestação da raiva furiosa em bovinos é comum que fiquem isolados do rebanho e sejam encontrados atolados em poças d’água, ocorre engasgos, e em bovinos leiteiros ocorre a cessação abrupta da produção de leite. Os equídeos podem apresentar agitação extrema, morder tratadores, automutilação e fazer movimentos de rolar no chão semelhante a sinais de casos de cólica(BRASIL, 2019)
Em humanos o período de incubação pode ser de uma semana e dois anos,mas na maioria dos casos em dois meses e isso se dá a variáveis como a localização, a gravidade da mordedura ou arranhadura, o grau de imunidade adquirido e o número de partículas virais inoculadas,porém não há trabalhos na literatura que comprovem estas informações (REZENDE et al., 1997; HEMACHUDHA et al., 2002)
O primeiro estágio, o prodrômico, pode durar de dois a dez dias, caracterizado por dor de cabeça, febre, náuseas, fadiga e anorexia.No segundo estágioocorre excitação sensorial que persiste por dois a sete dias e ocorre comportamentos como agressividade,ansiedade, insônia,tendênciade morder e mastigar, aumento dalibido, formigamento, priapismo,hiperestesia, aerofobia, fotofobia, hiperacusia, midríase e sialorréia, dificuldade de deglutir, hidrofobia, espasmos dos músculos respiratórios e convulsões generalizadas (TAKAOKA et al., 2003; REZENDE et al., 1997).
A fase de excitação pode ocorrer por todo o curso da doença até a morte ou substituída pela fase paralítica principalmente quando o transmissor é o morcego hematófago, essa fase pode durar de algumas horas a alguns dias e é marcada pelo estado de confusão mental, alucinações, paradas cardíacas e respiratórias e paralisia do pescoço ou da região do ponto de inoculação,a morte vai ocorrer devido ao coma e falência das funções vitais muitas vezes decorrente da miocardite
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da raiva é importante para que se estabeleça um protocolo pós exposição, além de fornecer dados etimológicos para a prevenção da doença (CDC, 2011).A raiva é uma enfermidade de difícil diagnóstico embora exista testes para a identificação do vírus pois no início a doença apresenta sintomatologia inespecífica (OMS, 2019).Em animais a suspeita clínica envolve alterações de comportamento e sinais de agressividade inexplicados, em consequência devem ficar isolados e em observação e devem ser realizados testes para descartar ou detectar a presença do vírus (FUNASA, 2002; LIMA,2014).
Em animais eutanásiados ou mortos pode ser realizado o exame histopatológico do Sistema Nervoso Central, provas sorológicas e a identificação do vírus (BEER, 1999).No caso de suspeita em herbívoros deve ser coletadas amostras do Sistema Nervoso Central, no caso de ruminantes o encéfalo e no caso de equídeos deve ser coletado o encéfalo e a medula (INSTITUTO PASTEUR 2001).
Pesquisa citológica de inclusões de Negri podem ser feitas a partir do esfregaço de pequenos fragmentos de circulação do hipocampo, giros cerebrais, cerebelares e bulbo e corados pelo método de Saller por exemplo (CORRÊA & CORRÊA, 1992).O isolamento em camundongos é feito por inoculação de material nervoso do animal suspeito por via intracerebral em camundongos que são observados por até um mês e se os camundongos apresentarem paralisia ou aparecerem mortos então são feitas preparações citológicas do cérebro e são procuradas as inclusões de Negri (CORRÊA & CORRÊA, 1992).
O teste mais utilizado é o de imunofluorescência direta (IFD), este teste pode ser utilizado diretamente numa impressão de tecido feita em lâmina de microscopia ou para confirmar a presença do antígeno do vírus da raiva em cultura celular sendo o método de maior sensibilidade para o diagnóstico (CARLOS, 2007).
Para o diagnóstico em humanos pode ser feita a imunofluorescência direta (IFD) quando o paciente apresenta algum sintoma neurológico desconhecido. A transcrição reversa da reação em cadeia polimerase-RT-PCR também é um excelente teste para ser feito com o paciente in vivo, é feito com saliva ou biópsia de pele na região da nuca, seguida de sequenciamento genético (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014)
Deve ser feita a necropsia do paciente em óbito e parte do sistema nervoso central deve ser enviada ao laboratório para análise do material (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014)
TRATAMENTO
Em casos de animais, não há tratamento específico, devido ao perigo da infecção para outros animais e para os humanos os animais doentes são eutanásiados visando o seu bem-estar, a letalidade caso não sejam eutanásiados é de 100% (BEER, 1999).
Em casos de humanos não existe um tratamento específico para a raiva, quando há a suspeita de exposição ao vírus antes de iniciarem os sintomas é realizado um tratamento profilático, é recomendado fazer a limpeza da ferida com sabão e água corrente e a utilização de etanol, tintura ou solução aquosa de iodo (CORTEZ, 2006).
Após o início das manifestações dos sintomas o tratamento é ineficaz (PINHEIRO, 2020).Em casos que a pessoa for socorrida logo após a mordida é capaz de sobreviver, o tratamento é através de vacina e do soro específico, mas mesmo com medicamentos específicos são raros os pacientes que não evoluiram para óbito (DÓRIA 2009; CORTEZ, 2006).
Quando há confirmação da doença é recomendado diminuir o sofrimento do paciente com terapia de suporte, isolando o paciente com pouca iluminação evitando ruídos e formação de correntes de ar e se não receber esses cuidados o paciente vem a óbito nos primeiros sete dias (CORTEZ, 2006).
Uma pessoa em 2004 e duas em 2008 sobreviveram à doença através do tratamento de Milwaukee Somente tratadas com antivirais e induzidas ao coma (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014)
PROFILAXIA
O controle visa reduzir ou acabar com a ocorrência da doença em uma região, no caso da raiva as medidas de prevenção são parte das medidas de controle, para que a doença seja controlada a população deve estar consciente sobre a importância da raiva e sobre as medidas que são adotadas para evitá-las (SCHNEIDER, 1990)
A erradicação da raiva não é o objetivo, pois a circulação do vírus no meio silvestre é intensa e impede sua eliminação, tem-se como objetivo a redução da mortalidade humana, o controle da transmissão no ciclo urbano e a interrupção da transmissão em animais domésticos (SCHNEIDER et al., 1996)
A vacinação em cães e gatos garante a prevenção, outras medidas de profilaxia podem ser adotadas como não deixar cães soltos nas ruas,manusear cães e gatos com luvas quando se envolverem em brigas com outros animais, manter latas de lixo fechadas para não atrair animais desconhecidos e manter distância de animais desconhecidos e selvagens (DÓRIA, 2009)
A campanha anual de vacinação contra a raiva em cães e gatos é uma das ações do Programa de Controle da Raiva para garantir que grande número de animais sejam vacinados num curto período de tempo (TAKAOKA, 2006)
Campanhas são organizadas com estratégias de pontos fixos ou de casa em casa para realizar a vacinação antirrábica em massa e quando houver positivo para raiva de cão ou gato devem ser desencadeadas ações para o bloqueio de foco em até 72 horas (BRASIL, 2016)
A recomendação da vacinação contra a raiva de cães e gatos é a partir dos 3 meses de idade, a vacina mais utilizada é a Fuenzalida & Palácios com dose única de 2 mL e administração subcutânea (WANDELER, 2000)
Animais que não forem vacinados em campanhas devido a diferentes causas devem ser vacinados em postos fixos municipais, clínicas particulares ou outros serviços de confiança do proprietário (TAKAOKA, 2006)
A vacinação tem como objetivo romper o ciclo natural do animal hospedeiro do vírus,reduzir os casos em animais e diminuir a ocorrência em humanos (PRADO, 2009)
A vacinação faz parte do calendário obrigatório de cães, gatos, bovinos e equinos e deve ser realizada anualmente ou de acordo com a situação epidemiológica da região (OMS, 2019; PRADO, 2009)
A profilaxia em humanos é preciso fazer a orientação da população sobre a doença, fornecer informações sobre os transmissores, modo de transmissão e como fazer o controle para que possa ser possível o controle da raiva (LIMA; GAGLIANI, 2014).
A profilaxia da raiva em humanos se dá através de um esquema de pré-exposição para pessoas consideradas de risco como pessoas da área da saúde ou pós-exposição como pessoas mordidas ou feridas por animais suspeitos de raiva (LIMA; GAGLIANI,2014).
Na vacinação pré-exposição são necessárias três doses nos dias 0, 7 e 28 e na pós-exposição são necessárias quatro doses nos dias 0,3,7 e 14, alguns cuidados devem ser tomados na pós-exposição como lavar o local da mordida com água corrente e sabão e utilizar antisséptico, a sutura da ferida só é indicada se o médico achar necessário e deve ser feita com ponto simples uma hora após aplicação do soro (REBELLO, 2018).
2.11 NOTIFICAÇÃO
A notificação de casos suspeitos e confirmados e essencial, o Ministério da Saúde estabelece que deve ser feita a notificação compulsória imediata a Vigilância Epidemiológica Municipal da Secretaria Municipal de Saúde (SMS)de todos os casos como morte de cães e gatos, equídeos e canídeos silvestres, com sintomatologia neurológica, quiróptero em área urbana e morte de animais silvestres sem causa conhecida. O Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, determina que todo caso de animal suspeito de raiva deve ser notificado ao Serviço Veterinário Oficial (BRASIL, 2016)
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A revisão evidencia a complexidade e a gravidade da raiva como uma doença zoonótica de alta letalidade, cujo entendimento histórico, biológico, epidemiológico e de controle é fundamental para o enfrentamento efetivo dessa enfermidade. Desde os registros mais antigos, a raiva tem sido uma ameaça constante à saúde pública e animal, refletindo sua persistência ao longo dos séculos e a necessidade contínua de ações preventivas e de vigilância.
O avanço no entendimento do agente etiológico, um vírus de RNA da família Rhabdoviridae, possibilitou o desenvolvimento de diagnósticos laboratoriais mais precisos e técnicas de imunodiagnóstico, como a imunofluorescência direta, essenciais para a confirmação da doença em animais e humanos. Além disso, o conhecimento aprofundado sobre a patogenia do vírus, desde sua entrada nos tecidos musculares até sua disseminação pelo sistema nervoso central e órgãos periféricos, fornece subsídios importantes para a compreensão dos sinais clínicos e o estabelecimento de estratégias de intervenção.
A história da pesquisa e do desenvolvimento de medidas de controle, notadamente a vacina de Pasteur, demonstra o impacto positivo das ações humanas na redução da incidência da raiva em muitas regiões do mundo. Contudo, o fato de a doença ainda ser endêmica em diversos países, incluindo o Brasil, revela os desafios persistentes na erradicação completa. A manutenção de programas de vacinação em massa, vigilância epidemiológica eficiente, e a notificação obrigatória de casos suspeitos constituem pilares imprescindíveis para o controle da transmissão, sobretudo nos ciclos urbano, rural, silvestre e aéreo, que envolvem diferentes espécies reservatórias.
A epidemiologia da raiva revela a importância do controle dos cães e gatos, principais transmissores em áreas urbanas, e a necessidade de atenção especial aos morcegos hematófagos e outros animais silvestres que atuam como reservatórios na natureza. A circulação do vírus nesses ciclos favorece a manutenção da doença e dificulta a sua erradicação definitiva, reforçando a importância de estratégias integradas de saúde pública e vigilância sanitária.
No que concerne à profilaxia, a vacinação permanece como a medida mais eficaz para prevenir a ocorrência da doença em cães, gatos e humanos. Sua implementação contínua, aliada à educação da população sobre os riscos e as formas de transmissão, é fundamental para reduzir a incidência de casos e evitar a mortalidade. A profilaxia pós-exposição, com a administração de vacina e soro antirrábico, embora seja altamente eficaz se aplicada oportunamente, não substitui a prevenção primária, que deve ser priorizada em campanhas de vacinação e conscientização.
Apesar dos avanços no diagnóstico, tratamento e controle, a raiva ainda representa uma ameaça significativa, especialmente em regiões de baixa cobertura vacinal e onde há dificuldades de acesso às ações de saúde. A ausência de tratamento eficaz após o aparecimento dos sintomas reforça a importância da prevenção, do monitoramento contínuo e da rápida resposta a possíveis focos de transmissão. A notificação obrigatória e o monitoramento epidemiológico são essenciais para identificar áreas de risco, orientar ações de controle e avaliar a eficácia das estratégias adotadas.
Em suma, a luta contra a raiva demanda uma abordagem multidisciplinar, envolvendo veterinários, médicos, epidemiologistas e a comunidade, para promover a educação, a vacinação e a vigilância. A manutenção de campanhas de imunização, a atualização dos protocolos de diagnóstico e a rigorosa notificação de casos representam passos decisivos para a redução da mortalidade e para o controle sustentável da doença. A erradicação da raiva, embora ainda seja um objetivo desafiador, é possível por meio de ações coordenadas, com ênfase na prevenção primária, na conscientização pública e na vigilância constante, garantindo assim a proteção da saúde de seres humanos e animais e contribuindo para a construção de uma sociedade mais segura e saudável.
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