QUALIDADE DE VIDA E ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL ATRAVÉS DE ATIVIDADES FÍSICAS NA MELHOR IDADE

Physical activity: a necessity for good health and quality of life in old age
Ana Carolina Brasco1, Eduardo Freitas2, Juliana D. Bloebaum3, Tatiana M. Patre4
Resumo: Este estudo objetivou avaliar o grau de satisfação e disposição de idosos em relação à qualidade de vida nos dias em que freqüentaram ou não o grupo da atividade física e prevenção de doenças. A amostra foi constituída de 24 idosas, com idade média de 62 anos (33 – 84). Os participantes que compareceram em menos de 75% dos encontros foram excluídos deste estudo. Concluiu-se que atividade Física contribui para uma boa saúde e uma melhor qualidade de vida na melhor idade.
Palavras-chave: qualidade de vida, saúde do idoso, idoso
Abstract: The aim of this study was to evaluate the degree of satisfaction and disposal of aged in relation to the quality of life in the days where they had frequented or not it group of the physical activity and prevention of illnesses. The sample was constituted of 24 aged ones, with average age of 62 years (33 – 84). The participants who had appeared in less than 75% of the meeting had been excluded from this study. It was concluido that Physical activity contributes for a good health and one better quality of life in the old age.
Word-key: quality of life, elderly health, elderly
INTRODUÇÃO: O conceito de qualidade de vida é bastante complexo e envolve dimensões como bem-estar físico, familiar e emocional, habilidade funcional, espiritualidade, função social, sexualidade e função ocupacional, que quando integradas mantém o indivíduo em equilíbrio consigo mesmo e com o mundo ao seu redor.
Em 1º de janeiro de 2004, entrou em vigor o Estatuto do Idoso1, que têm por função assegurar todas as oportunidades e facilidades para preservação da saúde física e mental dos indivíduos idosos. Apesar de não incentivar explicitamente a prática de exercícios físicos, dispõe em seu artigo 15 sobre a atenção integral à saúde do idoso, com ações e serviços para prevenção, promoção, proteção e recuperação de sua saúde.
Segundo Clarck e Siebens2, o envelhecimento é acompanhado por alterações fisiológicas graduais, porém progressivas, e num aumento da prevalência de enfermidades agudas e crônicas. É comum ocorrerem distúrbios musculoesqueléticos, endócrinos, cardiovasculares, pulmonares, neurológicos, psiquiátricos, entre outros, que podem resultar em perda da função, que sem intervenção adequada e em tempo hábil causa a institucionalização precoce dos idosos3. A perda da força muscular é a principal responsável pela deterioração na mobilidade e
na capacidade funcional do indivíduo que está envelhecendo4.
Muitas alterações fisiológicas atribuídas ao envelhecimento são semelhantes àquelas induzidas pela inatividade imposta e provavelmente podem ser atenuadas ou até mesmo revertidas pelo exercício5. Matsudo6 define exercício físico como uma subcategoria da atividade física que é planejada, estruturada e repetitiva; que resulta na melhora ou manutenção de uma ou mais variáveis da aptidão física.
O posicionamento da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME) e Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia: Atividade Física e Saúde no Idoso 7 é que o exercício físico regular melhora a qualidade e expectativa de vida do idoso, beneficiando-o em vários aspectos principalmente na prevenção de doenças que podem levar a incapacidades.
A fisioterapia, cujo objeto de estudo é principalmente o movimento humano, vem colaborar lançando mão de conhecimentos e recursos fisioterapêuticos, com o intuito de melhor compreender os fatores que possam acarretar perda ou diminuição da qualidade de vida e bem-estar nos idosos8; podendo o fisioterapeuta contribuir, além da reabilitação, na conscientização da população idosa quanto à importância da prática regular de exercícios
físicos, exercendo seu papel de agente promotor de saúde e colaborando para o envelhecimento bem sucedido.
Este estudo buscou comparar o grau de satisfação e disposição de idosas que freqüentaram um grupo de atividades físicas e prevenção de doenças e observar, através de dados coletados, as melhorias obtidas na qualidade de vida de cada uma delas, durante o período de 17 de agosto de 2006 a 30 de novembro de 2006, na Unidade de Saúde Murialdo 5, no bairro Parthenon, em Porto Alegre/RS.
METODOLOGIA: Este estudo foi realizado com 24 participantes, todas do sexo feminino, com idade média de 62 anos (33 – 84), freqüentadoras da Unidade de Saúde Murialdo 5, no bairro Parthenon, em Porto Alegre/RS.
O critério de exclusão baseou-se numa freqüência mínima de pelo menos 75% do total de encontros, resultando em uma amostra de 14 participantes.
Os dados foram coletados em novembro de 2007, através de um questionário com perguntas diretas, onde as senhoras foram indagadas a respeito de como se sentiam após freqüentar o grupo(escala variou de: muito bem à muito mal), qual sua disposição para realizar suas atividades diárias após terem ou não praticado atividade física ( escala variou de: disposta à indisposta) e participado do grupo de prevenção de doença, e, se haviam percebido uma melhora no sono durante o período do estudo (resposta: sim ou não).
Os encontros foram realizados todas as quintas-feiras, durante o período de 17 de agosto de 2007 a 30 de novembro de 2007, na Unidade de Saúde Murialdo 5, no bairro Parthenon, em Porto Alegre/RS. Iniciavam-se às oito horas da manhã e tinham uma duração de aproximadamente duas horas.
Em todas às vezes a pressão arterial foi mensurada antes e após a atividade física e devidamente monitorada, seguido por alongamentos e atividades de coordenação motora. Após isso, as senhoras caminhavam por um período de 45 minutos.
A cada semana eram propostas atividades distintas, tais como: oficina de danças (Fig. 1 e 2), dinâmicas com bolas e balões ( Fig. 3 e 4), relaxamentos (Fig. 5), circuito de atividades de equilíbrio e prevenção de quedas( Fig. 6), orientações para primeiros socorros, entre outros.
Por fim, discutia-se no grupo de prevenção de doenças assuntos como: diabetes, osteoporose, artrose, hérnia de disco, incontinência urinária, obesidade e hipertensão.
Semanalmente, as idosas eram estimuladas sobre a importância da prática de
exercícios físicos e os benefícios que o mesmo traz, incentivando-as assim a participarem do grupo.
A participação de cada indivíduo foi voluntária e todas as participantes concederam autorização por escrito e assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido.
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RESULTADOS: Da análise das 14 participantes obtivemos os seguintes resultados:
* Nove participantes sentiam-se muito bem após freqüentar o grupo, cinco sentiam-.
se bem, e não se obteve nenhuma resposta de regular, mal, muito mal; como se pode observar no gráfico abaixo
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* Nos dias em que realizam a caminhada, treze das entrevistadas sentem-se dispostas para realizar suas atividades do dia a dia, uma participante considera a pratica da caminhada indiferente, isto é, a caminhada não influencia nem positivamente nem negativamente na sua rotina. A resposta indisposta não foi apontada por nenhuma das
participantes (Gráfico 2). Em comparação, nos dias em que elas não praticam a atividade física e não freqüentam o grupo, nove das 14 senhoras sentem-se indispostas, para quatro delas é indiferente e apenas um sente-se disposta (Gráfico 2).
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* Dez senhoras tem dormindo bem, enquanto quatro delas não tem tido uma boa noite e sono, e, destas quatro
pessoas, três delas relatam ter de usar medicamento para ter uma noite de sono tranqüila ( Gráfico 4).
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DISCUSSÃO: O capítulo V do Estatuto do Idoso se refere à educação, cultura, esporte e lazer, no qual, o artigo 20 diz que o idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade.
Há, portanto, o reconhecimento por parte de algumas políticas públicas da necessidade de se incrementar a prática de atividades físicas desta população. Entretanto, ainda são escassas as intervenções, serviços, espaços e equipes que promovam o reconhecimento que um estilo de vida ativo é fundamental na preservação da saúde e manutenção da capacidade funcional e independência do idoso. É importante que o idoso incorpore, em seu modo de vida, hábitos saudáveis através de informações e conteúdos que sejam capazes de modificar e acrescentar atitudes favoráveis para a manutenção e prevenção de sua saúde em seu significado mais abrangente (física, mental, emocional, social e espiritual).
Cabe, então, aos profissionais da saúde, educadores físicos, gestores públicos, engajarem-se de maneira efetiva e eficaz na mobilização de recursos, na construção e viabilização de projetos, que atinjam a meta de uma população idosa cada vez mais ativa e conseqüentemente com maior qualidade de vida.
CONCLUSÃO: Através deste estudo, conclui-se então, que atividade Física contribui para uma boa saúde e uma melhor qualidade de vida na terceira idade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Estatuto do Idoso. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 23 nov. 2006.
2. Clark, G S; Siebens, H C. Reabilitação Geriátrica. In: Delisa, J A; Gans, B M. Tratado de Medicina de Reabilitação: Princípios e Práticas. São Paulo: Manole; 2002. 1013-1047.
3. Ioris, M N. Fisioterapia no Abrigo Bezerra de Menezes: uma abordagem da Fisioterapia na terceira idade. Estudos 2003;30:385-397.
4. Matsudo, S M; Matsudo, V K R; Neto, T L B. Impacto do envelhecimento nas variáveis antropométricas, neuromotoras e metabólicas da aptidão física. Revista Brasileira Ciência e Movimento 2000;8:21-32.
5. Guccione, A A . Fisioterapia Geriátrica. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan;2002.
6. Matsudo, S M; Matsudo, V K R; Neto, T L B. Atividade física e envelhecimento: aspectos epidemiológicos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte 2001;7:2-13.
7. Nóbrega, A C L et al. Posição Oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia: Atividade Física e Saúde no Idoso. Disponível em : . Acesso em: 23 nov. 2006.
8. Papaléu Netto, M. Gerontologia: A velhice e o envelhecimento em visão globalizada. São Paulo: Atheneu; 2002
9. Ministério da Justiça do Brasil. Estatuto do Idoso: Lei n° 10.741, de 1º de outubro de 2003. Brasília: Ministério da Justiça; 2003.