PREVALÊNCIA DE DOENÇAS PERIODONTAIS EM GESTANTES: REVISÃO DE LITERATURA

PREVALENCE OF PERIODONTAL DISEASES IN PREGNANT WOMEN: LITERATURE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11137596


Keren Emilly Barbosa da Silva1, Pâmela Maria Mendes Lopes2, Mhalhanny Lourenço Morais3, Layanne Hellen Da Cruz Brandao4, Bruna Matos Rocha Arrais Maia Dantas5, Ana Lúcia Roselino Ribeiro6


RESUMO

Estudos epidemiológicos têm demonstrado uma alta prevalência de doenças periodontais entre gestantes, com impactos significativos na saúde materna e fetal. No entanto, ainda há lacunas no conhecimento sobre os fatores de risco específicos, as consequências clínicas e as melhores abordagens de manejo dessas condições durante a gestação. Dito isso, o presente estudo tem como objetivo principal identificar a prevalência de doenças periodontais em gestantes, bem como, compreender fatores de risco associados a essas condições. Este estudo adota uma abordagem qualitativa de revisão de literatura, empregando uma busca documental em diversas bases de dados, incluindo Lilacs, Pub Med, Scielo, BVS e Google Acadêmico. Foram incluídos estudos publicados nos últimos 10 anos e disponíveis em inglês ou português. Dada a escassez de resultados, também foram consideradas informações de estudos anteriores. Os estudos analisados ressaltam a importância da saúde bucal para mulheres durante a gravidez e pós-parto, assim como para o bebê. Os cuidados dentários devem ser reforçados durante a gestação, o que é frequentemente negligenciado, podendo afetar a saúde do bebê. Diretrizes sobre cuidados dentários para gestantes são essenciais, pois a periodontite pode contribuir para complicações obstétricas. O dentista deve conduzir uma avaliação minuciosa para diagnosticar e tratar a doença periodontal. O pré-natal é crucial na promoção da saúde materna e infantil. Os cuidados dentários pré-natais são importantes para prevenir doenças bucais, dadas as mudanças físicas, hormonais e biológicas durante a gravidez. Pesquisas futuras devem investigar a flora bucal para uma compreensão mais profunda da periodontite. Abordagens individualizadas são necessárias para prevenir e tratar problemas periodontais em gestantes.

Palavras-chave: Gestação. Pré-Natal Odontológico. Doença Periodontal.

1 INTRODUÇÃO

Os desafios relacionados à saúde oral estão ganhando cada vez mais destaque como fatores significativos que influenciam negativamente a rotina diária e o bem-estar tanto individual quanto coletivo (Brito da Costa et al., 2020). Segundo o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), as condições bucais acarretam dores, angústias, impactos psicológicos e restrições sociais, resultando em uma série de consequências adversas para a qualidade de vida desses indivíduos (Botelho, 2019).

A conscientização sobre a importância da higiene bucal adequada e a prontidão no tratamento de diversas condições orais têm um impacto positivo significativo, uma vez que a prevenção efetiva traz consigo uma série de vantagens (Brito da Costa et al., 2020). Nesse contexto, é crucial enfatizar a necessidade de uma atenção específica à saúde bucal das mulheres, especialmente devido à sua experiência em diferentes estágios fisiológicos, como puberdade, gravidez e menopausa (Ouanounou; Haas, 2016). 

Esses aspectos devem ser considerados, pois têm o potencial de influenciar de forma abrangente o estado de saúde das mulheres (Ouanounou; Haas, 2016; Reis et al., 2010). A gravidez assume um papel particularmente proeminente nesse contexto, dada a série de mudanças fisiológicas que acompanham esse período. Durante a gestação, há um aumento gradual na produção de hormônios, o que pode impactar a saúde geral das futuras mães (Souza et al., 2021).

Na prática, podemos identificar que ainda não existe um atendimento odontológico pré-natal integral como preconiza a promoção de saúde e que ainda existem muitas grávidas que não aderiram a uma assistência ao pré-natal odontológico (Balbino, 2015). A gestação é o momento no qual a mulher se mostra susceptível às mudanças e aberta as informações que podem ser revertidas em benefício do bebê. Assim, a conduta e escolhas maternas irão refletir diretamente no desenvolvimento e nascimento de um bebê saudável (Silva, 2022).

Estudos epidemiológicos têm demonstrado uma alta prevalência de doenças periodontais entre gestantes, com impactos significativos na saúde materna e fetal. No entanto, ainda há lacunas no conhecimento sobre os fatores de risco específicos, as consequências clínicas e as melhores abordagens de manejo dessas condições durante a gestação (Bi et al., 2019).

Devido à predominância dos hormônios estrógeno e progesterona no corpo feminino, as mulheres são mais suscetíveis a mudanças hormonais do que os homens. Durante a gravidez, tanto o estrógeno quanto a progesterona aumentam consideravelmente (Degasperi; Dias; Boleta-Ceranto, 2021). Estudos científicos indicam que durante esse período, as mulheres estão sujeitas a efeitos adversos no metabolismo dos tecidos. Entre esses efeitos prejudiciais, destaca-se o aumento da ocorrência de doença periodontal, como também, a intensificação da sua gravidade quando já presente (Aleixo et al., 2010).

A problemática que dá origem a esta pesquisa reside na necessidade de compreender a extensão e a gravidade das doenças periodontais em gestantes, considerando os desafios clínicos e suas implicações sociais e de saúde pública. O presente trabalho busca fornecer direcionamentos valiosos para a prática clínica, políticas de saúde e programas de educação pública. 

Dito isso, o presente estudo tem como objetivo principal identificar a prevalência de doenças periodontais em gestantes, bem como, compreender fatores de risco associados a essas condições. 

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA
2.1 A contribuição do pré-natal odontológico na qualidade de vida de gestante

A qualidade de vida caracteriza-se como um meio subjetivo, que possui diversos significados (Soares, 2021). De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a qualidade de vida pode ser conceituada como a percepção do ser humano quanto a sua posição na vida, considerando o contexto em que se está inserido, o meio cultural, os valores e suas expectativas de vida pessoais, preocupações e padrões (Borges de Vasconcelos, 2020). 

As doenças periodontais causam um enorme impacto na qualidade de vida, envolvendo indivíduos de todas as idades, reduzindo a autoestima, capacidade de se alimentar, nutrição e saúde, além de ocasionar dor, ansiedade e privações sociais (Mendez, 2014).  A odontologia não se preocupa somente com o problema odontológico, mas também com a observação das singularidades de cada pessoa, que pode afetar nas questões sistêmicas do organismo, e na promoção de saúde, objetivando elaborar estratégias com o foco em prevenir doenças que podem agravar se não cuidadas precocemente (Kreve, 2016). 

O período gestacional é um momento onde a mulher se encontra receptiva ás alterações e a sucessão de informações que serão recebidas em favor do bebê.  Assim, as atitudes e escolhas maternas certamente refletirão no desenvolvimento e nascimento de um bebê saudável (Reis et al., 2010). A gravidez pode induzir ou piorar algumas alterações orais por ser um momento de alterações complexas hormonais, fisiológicas e psicológicas na mulher. Associadas a essas alterações típicas da gravidez estão o aumentodo consumo de alimentos e a frequência insuficiente de limpeza dentária (Teixeira, 2021).

No período gestacional os cuidados com a saúde bucal devem ser redobrados, pois grande parte da população não sabe das diversas alterações que ocorrem durante esse período (Spezzia, 2016).  A instrução e a educação em saúde para as gestantes ainda constituem o meio mais eficaz para evitar problemas da cavidade oral tanto para a mãe, quanto para o feto, evitando comprometer a nutrição e reduzindo riso de infecções (Pinho; Duarte, 2018).

Considerando que o pré-natal odontológico adequado no contexto da atenção primária à saúde (APS) deve ser entendido como base para a integralidade do cuidado á mulher, tendo em vista que esse período é complexo e exige um bom preparo profissional para atender as expectativas da paciente, tornando necessário que não só o dentista, mas os demais profissionais da equipe multiprofissional compreendam as percepções e práticas acerca  da saúde bucal nas gestantes para uma assistência de qualidade (Teixeira, 2021)

O Ministério da Saúde do Brasil instituiu a Política Nacional de Atenção Integral à Criança (PNAISC) que tem como objetivo proteger a saúde da criança de forma integral desde a gestação até os nove anos de idade. Essa política institui que a gestante deve realizar no mínimo seis consultas médicas e uma odontológica, como parte do pré-natal materno (Brasil, 2004).  As intervenções odontológicas devem ser realizadas de preferência no segundo trimestre da gestação, pois é a fase em que há menor risco para a gestante, podendo ser realizada em outros trimestres de acordo com a necessidade da paciente e decisão do profissional (Souza, 2021).

O objetivo do pré-natal é garantir o nascimento saudável do feto e o bem-estar da mãe. Deve proporcionar acessibilidade aos serviços de saúde, promovendo acolhimento e atuação livre de atitudes desnecessárias, proporcionando qualificação adequada e tratamento humanitário, e prestando cuidados de qualidade e integrais em todos os níveis, seja primário, secundário ou terciário (Degasperi; Dias; Boleta-Ceranto, 2021). 

No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Rede Cegonha é responsável por estruturar a política de saúde materno-infantil brasileira e abordar o pré-natal odontológico, incluindo e enfatizando a importância do dentista como profissional adequado na prestação de cuidados básicos durante o pré-natal (Brasil, 2011). 

Durante a gestação da paciente, o dentista também é responsável pelo incentivo do aleitamento materno, imunização, orientação sobre alterações fisiológicas durante a gestação, cuidados necessários à saúde bucal da mãe e do bebê, além de avaliação da saúde geral e bucal, indicação de fatores de risco e adequações e/ou reabilitação necessárias para uma gravidez confortável e saudável e busca ativa de faltosos além de visitas domiciliares rotineiras aos profissionais da atenção básica quando necessário (Silva et al., 2018).

2.2 Condições clínicas periodontais na gestação

A vontade de muitas mulheres é que seu bebê se desenvolva de forma saudável, e um dos fatores indispensáveis para isso é que haja a promoção de saúde entre as gestantes, crianças que possuem mães que exercem os cuidados necessários com a saúde bucal, possuem maiores chances de serem orientadas sobre os devidos cuidados bucais almejados (Dias; Dias, 2023). As alterações bucais mais comuns no período gestacional são: cárie dentária e erosão dentária, gengivite, hiperplasia gengival, granuloma gravídico e xerostomia. Com o aumento dos hormônios estrógeno e progesterona durante a gestação, ocorre maior resposta inflamatória, ocasionada por agentes irritantes locais, como o biofilme (Carvalho; Carvalho; Leite, 2022). 

A periodontite é a patologia mais comum, isto porque os níveis altos de progesterona, facilita a penetrabilidade dos vasos sanguíneos gengivais, ocasionando extravasamento de fluidos e elevando a sensibilidade aos irritantes locais e de bactérias relacionadas ao processo inflamatório gengival. Estas alterações não acontecem somente no período gestacional, e com o acompanhamento odontológico é possível identificar, tratar e prevenir estas mudanças (Pereira e Júnior, 2022). 

De Almeira et al. (2019) afirmam existir uma associação entre os mediadores de inflamação da doença periodontal e a redução do peso de crianças ao nascer, visto que o periodonto infectado acarreta em interventores que podem entrar na circulação sistêmica, ultrapassar a barreira transplacentária e ser encontrado no fluido amniótico e quando há níveis elevados, possibilitam o trabalho de parto, sendo possível identificar micro-organismos bucais no fluido.

As alterações hormonais ocorridas durante a gestação podem ter impacto na condição clínica periodontal. De maneira geral, têm sido relatados aumentos no sangramento gengival e na profundidade de sondagem comparada ao período pós-parto. Uma pesquisa realizada em 2015 pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), acompanhou 88 mulheres durante a gravidez, sendo detectado que 83% delas apresentaram no período algum problema periodontal, como inflamação ou infecção na gengiva, portanto frisa-se a importância do acompanhamento com o dentista durante a gravidez para assim evitar complicações buco dentárias (Trindade, 2018).

Atualmente, foram implantados nas grades curriculares dos cursos de Odontologia relacionadas aos cuidados na atenção primária e a formação humanitária, generalista, crítica e reflexiva dos cirurgiões-dentistas, o que pode contribuir para o atendimento odontológico em todas as pessoas, inclusive gerando um cuidado maior na gestante (Chevitarese et al., 2022). O cirurgião-dentista influencia positivamente sobre a saúde sistêmica da gestante quando ocorre esforço educacional e preventivo para as mães (Teixeira, 2021).

As gestantes são um grupo de pacientes que requerem cuidados odontológicos exclusivos, então, no início da consulta, o dentista deve registrar todos os fatos da sua saúde oral (Könönen; Gursoy; Gursoy, 2019). Assim como qualquer paciente, deve-se avaliar para a região extra bucal, rastreando alterações, como por exemplo: uma gestante apresentando um abcesso extra bucal, de fácil identificação e diagnóstico, por meio de exames clínicos e radiográficos (Kwon; Lamster; Levin, 2021).

A consulta odontológica durante a gravidez é crucial para a saúde da mãe e do bebê. As alterações hormonais nesse período aumentam o risco de problemas bucais, como gengivite, periodontite e cárie dentária (Carvalho; Carvalho; Leite, 2022). A entrada na assistência odontológica no período gravídico é lotado de entraves, que variam desde a insuficiência de percepção das necessidades gestacionais, a ansiedade e amedrontamento da dor, até dificuldades para a entrada no serviço público (Machado, 2014).

A associação entre doenças bucais e desfechos negativos da gestação, como: mortalidade perinatal, prematuridade e/ou baixo peso ao nascer e pré-eclâmpsia tem sido motivo de estudos. Reconhece-se que as doenças bucais, embora não sejam capazes de provocar isoladamente tais desfechos, geralmente estão conjugadas com precárias condições de vida (Torres et al., 2021).

Pressupõe-se que, independentemente de as doenças bucais estarem associadas ou não a esses desfechos, no acompanhamento pré-natal a mulher estabelece um contato mais próximo com os serviços de saúde, pode se designar em um momento para atividades práticas preventivas, de intromissão que dificultem o aparecimento de doenças bucais, que limitem seu curso ou que instaure as incapacidades quando a doença já está instalada (Pereira et al., 2016).

2.3 Doenças periodontais na gestação e seus agravos

A gravidez é um período único, marcado por mudanças biológicas, psicológicas e sociais que podem aumentar o risco de problemas de saúde bucal para as mulheres. As maiores alterações fisiológicas e hormonais ocorrem durante a gestação, podendo afetar tanto o corpo como a cavidade oral. Durante a gravidez, é crucial monitorar de perto a saúde bucal, uma vez que as mulheres se tornam mais suscetíveis a certas irregularidades, como aumento da vascularização, inchaço e maior propensão a sangramento gengival (Manrique-Corredor et al., 2019; Mascarenhas et al., 2012). 

As doenças bucais podem causar desconforto e afetar o bem-estar das gestantes, além de influenciar no desenvolvimento do bebê. Por isso, é crucial manter a saúde bucal durante a gravidez para prevenir problemas decorrentes da falta de cuidados dentários e consultas regulares ao dentista (Carvalho; Carvalho; Leite, 2022).

É fundamental que um programa de cuidados odontológicos seja implementado logo no início do acompanhamento pré-natal. Nesse período, é essencial promover uma maior conscientização e encorajamento para avaliar o estado da saúde bucal e considerar a possibilidade de tratamento para doenças periodontais durante a gestação, a fim de evitar as graves consequências que alguns problemas dentários podem acarretar (Manrique-Corredor et al., 2019).

A doença periodontal emerge como a principal complicação associada aos desafios durante a gravidez, pois serve como um reservatório para a disseminação de bactérias orais por meio da corrente sanguínea, resultando na produção de mediadores inflamatórios que exercem um impacto direto na saúde materno-fetal (Armitage, 2013). Uma vez identificada essa comorbidade, a liberação desses mediadores, como a interleucina, torna-se crucial (Bi et al., 2019). Essa resposta inflamatória à infecção pode desencadear efeitos prejudiciais, inclusive em órgãos distantes, como o útero, estabelecendo assim uma conexão entre a periodontite e o parto prematuro (Armitage, 2013).

A doença periodontal aumenta as chances de um parto prematuro, isto pode acontecer devido a presença de mediadores inflamatórios que agem na placenta, a colonização bacteriana na superfície do dente gera resposta inflamatória nos tecidos periodontais (Dias; Dias, 2023).  A epidemiologia do parto prematuro está ligada a uma resposta inflamatória desencadeada por um foco infeccioso, o qual, por si só, não é capaz de iniciar o processo para o parto prematuro (Botelho et al., 2019). 

No entanto, as respostas inflamatórias podem causar hiperirritabilidade uterina, levando à contração prematura do útero e dilatação cervical, desencadeando o parto prematuro (Santos; Da Cunha, 2020; Dave et al., 2021). As infecções e os processos inflamatórios podem prejudicar a placenta, afetando o crescimento fetal. Durante a gravidez, um foco infeccioso desencadeia respostas fisiológicas que impactam a troca de nutrientes entre a mãe e o feto, resultando em complicações para o bebê, como baixo peso ao nascer (Bi et al., 2019; Spezzia, 2016).

Além de induzir ao parto prematuro, também aumentam as chances de ocasionar amniorrexe (Dias; Dias, 2023). A diretora de promoção da saúde da Associação Brasileira de Odontologia (ABO), odontopediatra e especialista em Ortopedia Funcional dos maxilares, Amélia Mamede (2015) afirma:

As doenças irão aparecer se a alimentação for ruim, a higiene inadequada, se houver acúmulo de placa ou tártaro nos dentes. Quando não cuidamos da gengivite no estado inicial, as bactérias tornam-se mais fortes e numerosas e conseguem se infiltrar além da gengiva, vão para o osso e ligamentos que sustentam os dentes, causando a periodontite

De acordo com Amélia, ter um bom conhecimento da sua saúde bucal e de seu impacto na gravidez e na dentição do bebê é o ideal, pois a atenção à saúde bucal do seu filho deve começar enquanto ele ainda está no útero da mãe. A partir da sexta semana de gravidez e do quarto mês de vida intrauterina, os dentes e as papilas gustativas começam a se desenvolver. Por isso, é nesta etapa em que a mãe estabelece o comportamento do futuro filho (ABO, 2015). A formação e o desenvolvimento dependem de fatores externos relacionados às gestantes.

 “A medicina desenvolveu pesquisas comprovando que os focos de infecção de origem odontológica, principalmente a periodontite, podem aumentar as chances de parto prematuro e nascimento de crianças com baixo peso. O corpo humano é inteligente e a sua maior preocupação no momento da gestação é salvar a vida. A gravidez é toda regulada por hormônios e sinais químicos produzidos pelo corpo da mãe. Qualquer infecção ou inflamação pode causar alteração hormonal. O corpo, para defender o bebê, induzirá ao nascimento prematuro e por consequência o baixo peso”, explica Amélia.

Fica claro a relevância que o cirurgião dentista possui no acompanhamento do prénatal odontológico, e que através de programas educativos e preventivos é possível esclarecer e promover mais segurança nos tratamentos dentários curativos, propiciando para que a saúde oral da criança já viesse prevenida de possíveis complicações dentárias (Gonçalves; Sonza, 2018).

3 METODOLOGIA 

Este estudo adota uma abordagem qualitativa para revisar a literatura, no qual, foi realizado uma busca documental em diversas bases de dados, incluindo   Literatura LatinoAmericana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Pub Med, Scientific Electronic Library Online (Scielo), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Google Acadêmico. O estudo identificou os fatores associados à odontologia e ao pré-natal odontológico, bem como, sua relação com a doença periodontal. 

Os termos de busca utilizados foram “gestação”, “pré-natal odontológico” e “doença periodontal”, com critérios de inclusão para artigos publicados nos últimos 10 anos e disponíveis em inglês ou português, para garantir uma análise completa, também foram consideradas informações de estudos anteriores, devido à escassez de resultados disponíveis. A análise crítica dos estudos selecionados e a síntese dos dados bibliográficos foram realizadas de forma descritiva, agrupando-os por temas relevantes.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

A partir da análise dos artigos selecionados foi possível apresentar as relações em três categorias temáticas que nortearam a pesquisa: prevalência e fatores de risco das doenças periodontais na gestação; importância do pré-natal odontológico; impacto das doenças periodontais na gestação; e as intervenções e políticas de saúde.

4.1 Prevalência e fatores de risco das doenças periodontais na gestação

O termo doença periodontal engloba todas as condições inflamatórias e crônicas que afetam os tecidos ao redor dos dentes, responsáveis por sua fixação no osso da mandíbula ou maxila (Macedo et al., 2014). Sua causa principal é a perturbação da microbiota bucal, levando à proliferação de bactérias que causam doenças periodontais. Conforme descrito por Papapanou et al. (2017), a inflamação crônica nos tecidos periodontais se manifesta clinicamente pela presença da bolsa periodontal e sangramento ao sondar, indicando a presença de inflamação. Esses sintomas podem variar em intensidade e recorrência de pessoa para pessoa (Loos e Van Dyke, 2020).

A doença periodontal é a principal preocupação bucal durante a gestação, sendo associada à presença de placa bacteriana, alterações hormonais e predisposição genética (Antonini, 2013). Estudos de Degasperi, Dias e Boleta-Ceranto (2021) mostram que a prevalência da doença periodontal em gestantes varia de 18% a 75%, dependendo da população estudada e dos critérios de diagnóstico adotados.

Na gestação, mulheres com doença periodontal podem permitir que os patógenos ou produtos da doença alcancem a placenta, a circulação fetal e o líquido amniótico, desencadeando uma resposta imunoinflamatória fetal e aumentando a secreção de mediadores inflamatórios (Brito da Costa et al., 2020). Isso pode levar a uma restrição no transporte de nutrientes ao feto, resultando em baixo peso ao nascer devido a mudanças na estrutura da placenta (Nasser, 2021). 

De acordo com Pereira e Júnior (2022), a periodontite possui relação direta com um parto pré-termo, isso porque os micro-organismos associados a doença periodontal possuem a capacidade de ultrapassar a barreira transplacentária, gerando alterações fetais, desencadeando assim um parto prematuro. O desequilíbrio do estrógeno e da progesterona causa uma reação inflamatória, facilita a presença de lesões bucais ou gengivais durante a gestação. A elevação do estrógeno e da progesterona no sangue e no sulco gengival durante a gestação, agem como fatores que facilitam o crescimento de bactérias, como a Prevotella intermedia, microorganismo relacionado à doença periodontal (Santos; Da Cunha, 2020; Dave et al., 2021).

Os estudos revisados destacaram uma alta prevalência de doenças periodontais entre gestantes, com impactos significativos na saúde materna e fetal. As alterações hormonais durante a gestação, como o aumento dos níveis de estrógeno e progesterona, contribuem para uma maior suscetibilidade às doenças periodontais. Essas mudanças hormonais podem levar a uma resposta inflamatória exacerbada frente a agentes irritantes locais, como o biofilme dental, resultando em gengivite e periodontite.

4.2 Importância do pré-natal odontológico

A relação entre a saúde bucal e a gestação tem sido alvo de interesse crescente devido aos potenciais impactos dessas condições na saúde materna e fetal. Contudo, a gestante deve ser acolhida sempre que, naturalmente, procure assistência (Reis et al., 2010). O pré-natal odontológico deve fazer parte do acompanhamento gestacional, o período de gestação deve ser acompanhado de forma multiprofissional, e receber a orientação de um dentista neste período sobre prevenção e tratamento dos problemas orais, como a doença periodontal, cáries e lesões bucais que podem surgir neste momento torna-se primordial. É essencial o tratamento odontológico, logo deve ser ofertado em todas as etapas da gestação, desde que seja de forma segura (Miguel, 2019).

Segundo o Ministério da Saúde, a inserção da política de humanização do parto e puerpério trouxe a essência e acolhimento a gestante, visto que a recepção dela em uma unidade básica de saúde, ou por profissionais lhe garante maior segurança, possibilitando abertura para suas vontades e manifestações, facilitando a resolutividade e interligação com outros tipos de serviços existentes, objetivando a garantia da assistência continuada se conveniente (Do Carmo, 2020).

Pereira e Júnior (2022) enfatiza a relevância do dentista como parte da equipe multiprofissional da gestante, e afirma que a própria Política Nacional de Saúde Bucal preconiza o acompanhamento do pré-natal odontológico com consultas com o cirurgiãodentista para que ele realize educação em saúde, oriente e faça avaliação de tecidos moles, doenças periodontais além de cárie dentária, avaliando também qual o melhor trimestre para realização destes cuidados.

No primeiro trimestre é recomendado que as pacientes sejam avaliadas sobre as mudanças bucais e a importância de bons hábitos higiênicos, e nesse momento postergar a intervenção odontológica para o segundo trimestre. O Ministério da Saúde recomenda que no primeiro trimestre ocorra a eliminação de focos infecciosos, profilaxia, tratamentos periodontol e restauradores (Brito da Costa et al., 2020).

Os estudos consultados ressaltam a importância do pré-natal odontológico na promoção da saúde materna e fetal. O acompanhamento odontológico durante a gravidez é crucial para a identificação precoce e o manejo adequado das doenças periodontais, prevenindo complicações que podem afetar tanto a mãe quanto o bebê. No entanto, a literatura também aponta para algumas barreiras no acesso aos serviços odontológicos durante a gestação, como a baixa percepção de necessidade das gestantes, o medo de sentir dor e as dificuldades de acesso ao serviço público.

4.3 Impacto das doenças periodontais na gestação

Desde os anos 90, a doença periodontal tem sido estudada como um fator de risco para o nascimento de bebês com baixo peso (< 2,500g) (Wang; Liou; Pan, 2013). O nascimento prematuro e a ruptura da membrana são as principais causas desse problema, que é agravado pelo consumo de álcool, tabagismo e outras drogas durante a gestação, além de cuidados prénatais inadequados (Mendes et al., 2010). Bebês nascidos com baixo peso têm maior risco de morte súbita e podem desenvolver problemas neurológicos, cognitivos e de comportamento (Wang; Liou; Pan, 2013).

A doença periodontal também pode aumentar o risco de complicações como préeclâmpsia, caracterizada por pressão arterial elevada, edema e proteinúria após a 20ª semana de gestação. A pré-eclâmpsia é uma disfunção generalizada do endotélio materno, envolvendo resposta inflamatória exacerbada e desequilíbrio nos sistemas de defesa, podendo levar a complicações graves, como eclâmpsia (Zi et al., 2015).

A inflamação e o estresse oxidativo causados pela doença periodontal podem contribuir para a pré-eclâmpsia, com patógenos orais migrando para a região útero-placentária e desencadeando inflamação (Huang et al., 2014). Estudos também indicam que mulheres com doença periodontal e pré-eclâmpsia simultânea têm baixa capacidade antioxidante, sugerindo um possível papel das infecções periodontais na hipóxia placentária ou neonatal (Armitage, 2013).

A doença periodontal na gestação está associada a uma série de complicações, incluindo parto prematuro, baixo peso ao nascer, pré-eclâmpsia e diabetes gestacional (Balbino, 2015). Isso é corroborado por estudos que destacam a ligação entre doença periodontal e repercussões neonatais, incluindo parto prematuro (Wang; Liou; Pan, 2013).

4.4 Intervenções e políticas de saúde

Muitas gestantes acreditam que só podem realizar tratamento odontológico após a gravidez, com receio de que procedimentos dentais implicam em riscos associados a saúde do bebê, e há profissionais que por falta de informação ou medo, não intervêm de modo adequado no tratamento buco dentário da gestante (Santos, 2020). 

A literatura reporta que ainda são poucas as gestantes com acesso a essas orientações. No estudo conduzido por Santos Pinto et al. (2001), que investigou o entendimento sobre saúde bucal em 237 mulheres grávidas, foi observado que somente um terço delas recebeu instruções sobre como cuidar da sua saúde oral. De acordo com os achados de Araújo et al. (2005), apenas 16% das gestantes foram orientadas sobre medidas preventivas odontológicas. Dessa forma, a implementação de uma abordagem interdisciplinar envolvendo dentistas, endocrinologistas e obstetras poderia elevar a conscientização sobre a importância do tratamento odontológico e a prevenção de problemas bucais durante e após a gestação. Estes problemas incluem cárie dentária, erosão dentária, doenças periodontais, hiperplasia gengival, xerostomia e granuloma gravídico (Pereira e Júnior, 2022).

O atraso na procura para o atendimento odontológico até o nascimento do bebê, não resolve o problema dental ao ser diagnosticado, podendo resultar em um dano elevado em função do desenvolvimento da doença, gerando medo nos cirurgiões-dentistas em atender pacientes grávidas. O período ideal e mais seguro para o tratamento odontológico é durante o segundo trimestre da gestação. No entanto, os casos que necessitam tratamento de urgência devem ser solucionados sempre, independentemente do período gestacional (Silva et al., 2018).

É importante reconhecer que a doença periodontal é influenciada por diversos fatores, como tabagismo e diabetes, e que a gravidez não garante complicações no periodonto, mas sim um período de mudanças hormonais que podem afetar a doença periodontal (Pereira e Júnior, 2022). Portanto, os dentistas devem estar cientes de sua responsabilidade em garantir a saúde bucal da gestante e do futuro bebê. É recomendada a integração do dentista como membro efetivo da equipe do pré-natal. A cooperação entre profissionais de saúde bucal é um modo de propiciar mudanças de comportamento e atitudes mais saudáveis na própria gestante, de uniformizar conceitos, e de desmistificar crenças e mitos sobre odontologia e gravidez. (Do Carmo, 2020).

Torna-se essencial desenvolver atividades educativas, por meio de um amplo esclarecimento sobre as alternativas de tratamentos e a explicação dos quadros crônicos relacionais aos fatores de agravantes à saúde bucal durante a gestação (Degasperi; Dias; Boleta-Ceranto, 2021). Por meio de ações educativas e preventivas com gestantes é possível inserir bons hábitos bucais na vida da mãe, que possibilitará também introduzir bons hábitos na vida da criança. Vale ressaltar que a equipe multidisciplinar de saúde, são peças fundamentais para o sucesso das ações bucais a saúde da gestante (Souza, 2021). A mulher tem o papel central dentro da família, cuidando de sua saúde e a de seus entes, ampliando os cuidados e ações que possibilitam o bem-estar do núcleo familiar e melhora da qualidade de vida (Do Nascimento Júnior et al., 2021). 

Assim, é possível destacar a necessidade de intervenções educativas e preventivas voltadas para a promoção da saúde bucal durante a gestação. Políticas de saúde, como a Política Nacional de Atenção Integral à Criança (PNAISC) no Brasil, têm buscado integrar o pré-natal odontológico como parte dos cuidados maternos. Além disso, programas educativos direcionados tanto às gestantes quanto aos profissionais de saúde são fundamentais para aumentar a conscientização sobre a importância do cuidado bucal durante a gravidez.

5 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

Segundo os estudos analisados, é crucial destacar a importância da saúde bucal, especialmente para as mulheres durante a gravidez, pós-parto e para o bebê. Durante a gestação, os cuidados dentários devem ser intensificados, pois muitas vezes são negligenciados até mesmo pelos profissionais médicos que acompanham a gestante, podendo afetar a saúde do bebê.  

Os achados encontrados indicam a relevância de fornecer diretrizes sobre cuidados dentários para mulheres grávidas, destacando que a periodontite pode contribuir para complicações obstétricas, incluindo parto prematuro, baixo peso ao nascer e pré-eclâmpsia. É crucial que o dentista esteja pronto para oferecer esse tipo de cuidado, conduzindo uma entrevista detalhada e uma análise clínica minuciosa, a fim de diagnosticar com precisão a doença periodontal e garantir um tratamento eficaz. No ciclo de atenção à saúde da gestante, o pré-natal é de suma importância na promoção da saúde, diagnóstico precoce de doenças e prevenção de enfermidades.  

Nesse sentido, nota-se que os cuidados dentários pré-natais contribuem para a saúde materno-infantil, pois as mulheres grávidas enfrentam mudanças físicas, hormonais, biológicas e comportamentais que as colocam em maior risco de doenças bucais, como cárie e doença periodontal. Destaca-se a necessidade de pesquisas futuras que podem contribuir na investigação a composição da flora bucal, a fim de aprofundar nossa compreensão das razões subjacentes à periodontite. Adicionalmente, as descobertas do presente estudo destacam a importância de adotar abordagens individualizadas na prevenção e tratamento de problemas periodontais em mulheres grávidas.

REFERÊNCIAS

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1Discente do Curso Superior de Odontologia do Centro Universitário Tocantinense Presidente Antônio Carlos – UNITPAC/Afya Campus Araguaína- TO. e-mail: emillykeren01@gmai.com

2Discente do Curso Superior de Odontologia do Centro Universitário Tocantinense Presidente Antônio Carlos – UNITPAC/Afya Campus Araguaína- TO. e-mail:mendespamela100@gmail.com 

3Docente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário Tocantinense Presidente Antônio Carlos –UNITPAC/Afya Campus Araguaína- TO. Especialista. e-mail: mhalhanny_morais@hotmail.com

4Docente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário Tocantinense Presidente Antônio Carlos –UNITPAC/Afya Campus Araguaína- TO. Especialista. e-mail: layannecruz@yahoo.com.br

5Docente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário Tocantinense Presidente Antônio Carlos –UNITPAC/Afya Campus Araguaína- TO. Especialista. e-mail: bruna_arrais@hotmail.com

6Docente do Curso Superior de Odontologia do Centro Universitário Tocantinense Presidente Antônio Carlos –UNITPAC/Afya Campus Araguaína-TO. Doutora em Periodontia (FOAR/UNESP). e-mail: analuciaroselino@gmail.com