THE CONTEXT OF THE COVID-19 PANDEMIC: CHALLENGES FOR MEDICAL CARE: AN INTEGRATIVE REVIEW / PRENAVIDAD EN EL CONTEXTO DE LA PANDEMIA DE COVID-19: DESAFÍOS PARA LA ATENCIÓN MÉDICA: UNA REVISIÓN INTEGRADORA
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10125199
Ana Letícia de Aragão Oliveira Araripe1
Brenda Katharine Oliveira De Sousa Martins2
Leiz Maria Costa Véras3
Lenir Ingrid falcão de Sá4
Maria Clara Oliveira Machado Da Costa5
Maria Fernanda Soares correia6
Vanessa Cristiana de Castro Aragão7
Vanessa de Brito Meneses Campelo8
RESUMO
Introdução: O surto de COVID-19 surgiu em 2019, desse modo provocando uma pandemia que devastou o mundo, isolando pessoas, trazendo medo, sobrecarregando os sistemas de saúde e prejudicando a capacidade de cumprir suas funções sociais. Com sua rápida disseminação as gestantes também foram vítimas desse vírus. Os desfechos relacionados a saúde materno-fetal entre gestantes infectadas pelo vírus ainda são pouco conhecidos. Assim esse estudo tem o objetivo de investigar os desafios enfrentados pela assistência médica ao pré-natal no contexto da pandemia COVID- 19, destacando os desafios enfrentados pela assistência médica ao pré-natal no cenário pandêmico. Desse modo, esse estudo trata-se de uma revisão integrativa, com abordagem qualitativa do tipo descritiva-exploratória, fundamentada em uma pesquisa integrativa, sistematizada e qualificada, desenvolvida por meio de pesquisas nas bases de dados online, BIREME/BVS e PUBMED, com palavras chaves utilizadas, obtendo-se pesquisas indexadas no período de 2020 a 2021.
Palavras chave: COVID-19; Pré-natal; Medicina; Gestação.
ABSTRACT
The COVID-19 outbreak appeared in 2019, thus causing a pandemic that devastated the world, isolating people, bringing fear, overburdening health systems and undermining the ability to meet their social functions. With its rapid spread, pregnant women were also victims of this virus. Outcomes related to maternal-fetal health among pregnant women infected with the virus are still poorly known. Thus, this study aims to investigate the challenges faced by prenatal medic care in the context of the COVID-19 pandemic, highlighting the challenges faced by prenatal medic care in the pandemic scenario. Thus this, study is an integrative review, with a qualitative approach of the descriptive-exploratory type, based on an integrative, systematic and qualified research, developed through searches in the online databases, BIREME/BVS and PUBMED, with words used keys, obtaining indexed searches in the period from
2020 to 2021.
Keywords: COVID-19; Prenatal; Medicine; Gestation.
Introducción: El brote de COVID-19 surgió en 2019, desencadenando una pandemia que ha devastado el mundo, aislando a las personas, trayendo miedo, sobrecargando los sistemas de salud y perjudicando su capacidad para cumplir con sus funciones sociales. Con su rápida propagación, las mujeres embarazadas también fueron víctimas de este virus. Los resultados relacionados con la salud materna y fetal entre las mujeres embarazadas infectadas con el virus aún son poco conocidos. Por lo tanto, este estudio tiene como objetivo investigar los desafíos que enfrenta la atención médica prenatal en el contexto de la pandemia de COVID-19, destacando los desafíos que enfrenta la atención médica prenatal en el escenario de la pandemia. Así, este estudio es una revisión integradora, con enfoque cualitativo de tipo descriptivo-exploratorio, a partir de una investigación integradora, sistematizada y cualificada, desarrollada a través de búsquedas en las bases de datos en línea, BIREME/BVS y PUBMED, con palabras clave utilizadas, obteniendo búsquedas indexados en el periodo de 2020 a 2021.
Palabras clave: COVID-19; Prenatal; Medicamento; Gestación.
1 Introdução
Verificou-se que nos tempos atuais, houve um colapso na saúde pública, causado pela nova pandemia do COVID-19. Originado em Wuhan, China em dezembro de 2019, se alastrou por todo o mundo, causando infecção em toda a população sem nenhuma distinção. Neste ponto, viu-se que esta, manifesta-se com sintomas como febre, tosse seca, astenia, inapetência, anosmia, apresentando patogenicidade como a pneumonia e SARS-CoV-2 (BISPO JUNIOR, 2022).
Observou-se que essa pandemia gerou um caos na saúde pública, principalmente na força de trabalho dos profissionais de saúde que apresentam diversas questões alicerçadas inviabilizando a continuidade do seu exercício, a começar das concentrações geográficas e institucionais; discrepâncias entre as categorias profissionais de saúde; altas jornadas de trabalho, falta de recursos para promover o cuidado com qualidade, dificuldade de manter o isolamento social e as adversidades desigualdades históricas. Dessa maneira, o distanciamento social tem por objetivo reduzir a transmissão do vírus, que, neste sentido os estudos apontam que essa estratégia, apresentou-se como a melhor forma de controle e combate ao COVID-19, entretanto ele pode afetar as pessoas de forma diferenciada de acordo com suas necessidades e demandas, e muitas vezes aumentando iniquidades sociais (ALVEZ, 2020).
Estudos recentes discorrem que, em se tratando das mulheres grávidas, viu-se que várias condições comuns à gravidez podem se manifestar como febre, tosse ou dispneia, que são comuns ao período gestacional devido a uma maior fragilidade do sistema imunológico da gestante. Neste ponto viu-se que a COVID-19 aumenta o risco de várias condições comuns durante esse período, incluindo pré-eclâmpsia e embolia pulmonar (EP) quando acometida pela infecção do COVID 19, devido aos efeitos do vírus no endotélio do vaso e por provocar fragilidade nos sistemas, sobretudo pulmonar (FUTTERMAN, 2021).
Importante relatar que atrelado a este contexto, nota-se que a atenção primária pode ser entendida como a principal porta de entrada do sistema único de saúde (SUS) por ser um conjunto de ações de saúde que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde, proporcionando uma atenção integral que impacte positivamente na situação de saúde no âmbito individual e coletivo (CASTRO, 2020).
Vala frisar também que, as repercussões da pandemia não se limitam aos danos físicos da patologia; a condição de incerteza e carência de conhecimento sobre novas doenças, os riscos e o medo do contágio, também contribuem para consolidar um ambiente estressor para usuários do sistema de saúde e principalmente para os profissionais responsáveis pelo cuidado. Ademais, uma análise diferencial para os sintomas de COVID-19 na gravidez é amplo e integra cardiomiopatia, derrame pleural ou pericárdico, pré-eclâmpsia, rinite gestacional, dispneia fisiológica e outras etiologias de pneumonia viral / bacteriana (BOUSHRA; KOYFAM; LONGO, 2021).
Consequentemente, essas restrições forçaram aos profissionais da saúde de pré-natal a aderir outras alternativas e estratégias para a continuação dessa assistência durante o pico do período pandêmico, para poder fornecer cuidados seguros e eficazes. Neste ponto, tendo em vista esse cenário, muitas mulheres têm receio dos problemas que possam ocorrer durante o período da gestação e no momento do parto, como a possibilidade de transmissão vertical do vírus. Ademais, uma dessas estratégias destaca-se a telessaúde que tem sido usada principalmente para fornecer cuidados obstétricos a populações específicas de pacientes, isto é, pacientes com diabetes gestacional, aqueles em comunidades rurais e para a melhoria direcionada do atendimento para gestações de alto risco (FUTTERMAN, 2021).
Desse modo, esse estudo tem como problemática: “Quais desafios enfrentados pela assistência médica ao pré-natal no período da pandemia COVID-19?”, sendo importante enfatizar a relevância de conhecer esses desafios, os quais necessitam de estratégias, pois a assistência ao pré-natal não pode parar, mais sim se adaptar ao “novo normal”.
Assim, essa pesquisa tem o intuito de investigar os desafios enfrentados pela assistência médica ao pré-natal no contexto da pandemia COVID- 19, destacando os desafios enfrentados pela assistência da equipe médica na atenção primária ao prénatal no cenário pandêmico, além disso, descrever a assistência médica ao pré-natal na conjuntura pandêmica e identificar alternativas e estratégias para o fornecimento da assistência de médica a gestantes durante o período pandemia causada pelo novo coronavírus.
2 Metodologia
Esse estudo trata-se de uma revisão integrativa, com abordagem qualitativa do tipo descritiva-exploratória, fundamentada em uma pesquisa integrativa, estruturada e qualificada. Embasada em evidência, que versa o passado da literatura empírica ou teórica, para propiciar uma percepção mais ampla de um fenômeno peculiar favorecendo para questões sobre métodos e resultados de pesquisas, assim como reflexões sobre a realização de futuros estudos (GIL, 2016).
A pesquisa integrativa, é uma forma de analisar e sintetizar as pesquisas de maneira sistematizada, a partir de referências teóricas publicadas em artigos, livros, dissertações e teses podendo ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental, a partir dos estudos realizados separadamente, constrói-se uma única conclusão, pois foram investigados problemas idênticos ou parecidos (SOUSA et al., 2017).
Já o estudo qualitativo se fundamenta principalmente em análises qualitativas, pela não utilização de instrumental estatístico na análise dos dados. Desse modo, visa entender, descrever e explicar os fenômenos sociais de modos diferentes, através da análise de experiências individuais e grupais (SOUZA, 2019).
2.1 Identificação do tema e seleção da questão de pesquisa
A temática “Pré – natal no contexto da pandemia do covid -19: desafios para a assistência médica”, determinou a construção da estratégia PICO, que representa um acrônimo para Paciente (P), Intervenção (I) e Contexto (Co), na qual foi utilizada para a geração da questão norteadora desta revisão integrativa da literatura: “Quais desafios enfrentados pela assistência médica ao pré-natal no período da pandemia COVID-19?”.
Para a localização dos estudos relevantes, que respondessem à questão da pesquisa, utilizou-se de descritores indexados nos idiomas português, inglês e espanhol. Os descritores foram obtidos a partir do Descritores em Ciências da Saúde
(DeCS) e Medical Subject Headings (MESH), como mostra o Quadro 1 abaixo.
Quadro 1 – Elementos da estratégia PICO e descritores
| ELEMENTOS | DeCS / Palavra-chave | MESH Palavra-chave | / | |
| Covid-19 / Medicina | – COVID-19 / medical – COVID-19 / medical – COVID-19 / medicina | COVID-19 medical | / | |
| Desafios | Desafios Challenges Retos | Challenges | ||
| o | Pré-natal | -Pré-Natal -Prenatal Care – Atención Prenatal | Prenatal Care | |
Fonte: Descritores, Títulos e Palavras-chave
Assim, os termos usados durante a pesquisa foram classificados e combinados nos bancos de dados, resultando em estratégias específicas de cada base, como mostra o quadro 02 abaixo.
Quadro 2 – Estratégias de busca utilizadas nas bases de dados BIREME e PUBMED.
| BAS ESTRATÉGIA DE BUSCA E DE DADOS | |||||
| (covid-19) AND (challenges) OR | |||||
| BIRE | (medical) AND (prenatal care) AND ( fulltext:(“1” | ||||
| ME | OR “1” OR “1” OR “1” OR “1” OR “1” OR “1” OR | 5 | 3 | 2 | 6 |
| (des | “1” OR “1” OR “1” OR “1” OR “1” OR “1” OR “1” | ||||
| critores Decs / | OR “1” OR “1” OR “1” OR “1” OR “1” OR “1” OR “1” OR “1” OR “1” OR “1”) AND db:(“MEDLINE” | ||||
| Palavra- | OR “LILACS”) AND la:(“en” OR “pt”)) AND | ||||
chave) (year_cluster:[2020 TO 2021])
| PUB | ((challenges) AND (prenatal care)) AND | ||||
| MED | (covid-19) | ||||
| (des criptorsMe SH / Palavrachave) | 5 | 6 | 9 | 4 |
Fonte: Bases de dados BIREME, PUBMED.
2.2 Estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão
Como critérios de inclusão utilizou-se estudos disponíveis em sua totalidade, publicados entre os anos de 2020 à 2021, nos idiomas Português, Espanhol e Inglês. Foram excluídos da busca inicial capítulos de livros, resumos, textos incompletos, teses, dissertações, monografias, relatos técnicos e outras formas de publicação que não artigos científicos completos, os que não condiziam com o assunto principal.
2.3 Identificação dos estudos pré-selecionado e selecionado
A análise para seleção dos estudos foi realizada em duas fases, a saber. De início, os estudos foram pré-selecionados segundo os critérios de inclusão e exclusão e com base na estratégia de funcionamento e busca de cada base de dados, resultou em vinte e cinco (25) estudos como busca geral na BIREME, após filtrou-se os artigos: texto completo; bases de dados LILACS e MEDILINE; nos idiomas: português, inglês; e entre os anos de 2020 a 2021 obtendo-se vinte e três (23) estudos, destes foram avaliados títulos e resumos onde somente cinco (06) foram condizentes com a questão desta pesquisa.
Também foi pesquisado na base de dados PUBMED, como busca total foram encontrados trinta e cinco (35) estudos, aplicando na pesquisa o filtro que limita por texto completo grátis, realizado entre os anos de 2020 a 2021, espécie-humanos, obteve-se vinte e sete (27) estudos, destes quatro (04) foram analisados títulos e resumos e teve como resultado final estudos.
Figura 2- Fluxograma do processo de seleção dos estudos para a revisão integrativa.
Fonte: Bases de dados
Já na segunda fase os estudos foram avaliados quanto ao potencial de participação no estudo, analisando a concordância com à questão de pesquisa, bem como o tipo de investigação, objetivos, amostra, método, desfechos, resultados e conclusão, sendo assim selecionado apenas dez (10) artigos.
2.4 Categorização dos estudos selecionados
Para realização da categorização dos estudos selecionados, foi utilizado um instrumento denominado de matriz de síntese ou matriz de análise, que permite analisar separadamente cada artigo, extrair e organizar os dados tanto num nível metodológico quanto em relação aos resultados das pesquisas. Tal instrumento possibilita a síntese dos artigos, salvaguardando suas diferenças, criando categorias analíticas que facilitem a ordenação e sumarização de cada estudo.
2.5 Análise e interpretação dos resultados
Nesta etapa foram analisadas as informações coletadas nos artigos científicos e criadas categorias analíticas que facilitou a ordenação e a sumarização de cada estudo. Essa categorização foi realizada de forma descritiva, indicando os dados mais relevantes para o estudo.
Ademais pesquisa levou em consideração os aspectos éticos da pesquisa quanto às citações dos estudos, respeitando a autoria das informações, os conceitos e as definições presentes nos artigos incluídos na revisão.
As evidências científicas foram classificadas segundo os níveis e graus de recomendação propostos por Bork (2005), como mostra a figura 3 abaixo:
Figura 3: Níveis de evidência e graus de recomendação
3 Resultados
A apresentação dos resultados está organizada em duas partes. A primeira está relacionada à caracterização dos estudos, já a segunda, relaciona-se ao cumprimento do objetivo do estudo, que diz respeito à análise da produção científica acerca do pré-natal no contexto da pandemia do COVID-19: desafios para a assistência de enfermagem.
3.1 CARACTERIZAÇÃO DOS ESTUDOS
A caracterização das produções incluídas (N=09) revelou que os dez artigos dessa revisão, consistia em pesquisas qualitativas (09/100%). Todas as publicações estavam na língua inglesa (09/100%). Houve redomínio de estudos achados na base de dados online Bireme (05/55,55%). A análise crítica dos dados obtidos quanto à procedência dos estudos realizados mostrou que foram distribuídos de forma homogênea. Quanto à distribuição temporal, o arranjo apontou a crescente publicação de estudos relacionados ao ano de 2020 (05/55,55%). (Tabela 1).
Tabela 1: Análise descritiva das produções científicas acerca do pré-natal no contexto da pandemia do COVID-19: desafios da assistência médica.
| VARIÁVEIS | N | % |
| Bases de dados | ||
| Bireme | 05 | 55,55 |
| Pubmed | 04 | 44,44 |
| Abordagem do estudo | ||
| Qualitativo | 09 | 100 |
| Delineamento da pesquisa | ||
| Revisão sistemática | 02 | 22,22 |
| Ensaio Clínico não | 02 | 22,22 |
| Randomizado | 02 | 22,22 |
| Coorte | 01 | 11,11 |
| Revisão de escopo | 01 | 11,11 |
| Transversal Opiniões de especialistas | 01 | 11,11 |
| Idioma | ||
| Inglês | 09 | 100 |
| Classificação da evidência | ||
| Um | 03 | 33,33 |
| Quatro | 03 | 33,33 |
| Três | 02 | 22,22 |
| Seis | 01 | 11,11 |
| Grau de Recomendação | ||
| B | 05 | 55,55 |
| A | 04 | 44,44 |
| VARIÁVEIS | N | % |
| Procedência | ||
| EUA | 05 | 55,55 |
| China | 03 | 33,33 |
| Turquia | 01 | 11,11 |
| Distribuição temporal | ||
| 2020 | 05 | 55,55 |
| 2021 | 04 | 44,44 |
Fonte: Elaboração própria
O quadro 3 ilustra as publicações incluídas segundo: título; autor; objetivo principal; perfil amostral. Em sua maioria (n=08) os estudos retratam sobre estratégias e modelos de assistência pré-natal, incluindo aplicativos móveis, tele-saúde e drivethrough, desse modo relata também a assistência de enfermagem ao pré-natal no período pandêmico. Com relação aos objetivos dos estudos quatro estudos descrevem modelos de incorporação da tele-saúde e assistência virtual(3,4,5,7), um estudo relatou sobre oportunidades e desafios do atendimento pré-natal online(6), dois estudos expõe sobre uso de aplicativos móveis por mulheres grávidas para o recebimento de informações de saúde(2), um estudo implantou um modelo de cuidado pré-natal drive-through(8), um estudo discorre sobre estratégias obstétricas para proteção contra o covid-19 entre mulheres no terceiro trimestre de gravidez(9) e um estudo retrata sobre a produção de conhecimentos sobre as recomendações para assistência a gestantes no período pandêmico(1).
Quadro 3: Publicações incluídas segundo o título do artigo, autor, objetivo principal e perfil amostral. (N=09)
| Nº DE ORDEM E BASE | TÍTULO DO ARTIGO | AUTORES | OBJETIVO PRINCIPAL | PERFIL AMOSTRAL |
| COVID-19 and the | Mascarenhas | Mapear produção de conhecimento | 24 registros das bases de dados | |
| 1 BIREME | production of knowledge regarding recommendations during pregnancy: a scoping review. | et al., 2020. | sobre recomendações para o cuidado à gestante que enfrenta o novo coronavírus. | MEDLINE, Scopus, CINAHL, WoS e LILACS. |
| Use of Mobile Applications | ŞAT; | Identificar o uso de aplicativos | Um total de 376 mulheres | |
| by Pregnant Women | SÖZBIR, | móveis por mulheres grávidas no | concordou em participar do | |
| and Levels of Pregnancy | 2020. | recebimento de informações de | estudo. As mulheres foram | |
| 2 | Distress During the COVID- | saúde, aconselhamento e cuidados | incluídas se fossem | |
| BIREME | 19 (Coronavirus) Pandemic. | de saúde durante a pandemia de | alfabetizadas, tivessem uma | |
| COVID-19 e seus níveis de angústia durante a gravidez. | idade gestacional ≥ 12ª semanas e acomodadas dentro dos limites da República da Turquia. | |||
| The efficacy of reduced-visit | Wang, | Avaliar a eficácia do modelo de | Artigos das bases de dados | |
| 3 | prenatal care model during | Xiaoli; Wang, | atendimento pré-natal com consultas | MEDLINE, EMBASE, Cochrane |
| BIREME | the coronavirus disease | Ying; Liang, | reduzidas durante a pandemia de | Central Register of Controlled |
2019 pandemic: A protocol Lin, 2021. COVID-19. Trials e Web of Science.
| for systematic review and meta-analysis. | ||||
| Models of Incorporating | Almuslim, | Determinar como as organizações de | 25 artigos das bases de dados | |
| Telehealth into Obstetric | Hameeda; | saúde estão respondendo à | PubMed e CINAHL. | |
| Care During the COVID-19 | AlDossary, | pandemia COVID-19 incorporando | ||
| 4 | Pandemic, Its Benefits And | Sharifah, | as visitas de telesaúde a seus | |
| BIREME | Barriers: A Scoping Review. | 2021. | protocolos de atendimento obstétrico, quais serviços foram convertidos em telesaúde e seus benefícios e barreiras. | |
| Prenatal care redesign: | Peahl, Alex | Descrever a experiência na transição | 4.000 pacientes atendidos por | |
| creating flexible maternity | F; Smith, | para um novo modelo de cuidado | mais de 150 prestadores de | |
| 5 | care models through virtual | Roger D; | pré-natal com 4 visitas pessoais, 1 | cuidados de maternidade em 12 |
| BIREME | care. | Moniz, | visita de ultrassom e 4 visitas virtuais | locais de atendimento |
| Michelle H, 2020. | (o plano pré-natal 4-1-4). | ambulatorial. |
| Nº DE ORDEM E BASE | TÍTULO DO ARTIGO | AUTORES | OBJETIVO PRINCIPAL | PERFIL AMOSTRAL |
| 6 PUBMED | Online Antenatal Care During the COVID-19 a P ndemic: Opportunities and Challenges. | Wu H et al., 2020. | Relatar como a pandemia COVID-19 traz não apenas oportunidades para o desenvolvimento e popularização de programas de atendimento pré-natal online, mas também desafios. | 983 mulheres grávidas chinesas. |
| 7 PUBMED | Implementation of Obstetric Telehealth During COVID-19 and Beyond. | Fryer K et al., 2020. | Ilustrar e discutir o impacto da nova pandemia de Coronavirus (COVID-19) de 2019 na prestação de cuidados obstétricos, incluindo uma discussão sobre as barreiras preexistentes, estrutura pré-natal e necessidade de transição para telessaúde. | – |
| 8 PUBMED | Rapid Deployment of a D ive-Through Prena al r t Care Model in Response to o a the Cor n virus Disease 2019 (COVID-19) Pandemic. | Turrentine, M et al., 2020. | Descrever o desenvolvimento de uma clínica de cuidado pré-natal drivethrough que permite que pacientes grávidas tenham o mais próximo possível de uma “consulta pré-natal” ambulatorial típica, enquanto permanecem em seus automóveis para reduzir a exposição potencial de | Gestantes |
| paciente, profissional de saúde e equipe para COVID-19. | ||||
| Midwifery and Nursing | Prontuários médicos de 35 | |||
| 9 | Strategies to protect against COVID-19 | Liu J et al., | Explorar as intervenções de obstetrícia para limitar a transmissão de COVID- | mulheres no terceiro trimestre de gravidez com SARS-CoV-2, |
| PUBMED | During the Third | 2021. | 19 entre mulheres no terceiro trimestre | internadas em um hospital em |
| Trimester of | de gravidez. | Wuhan, China, em janeiro e | ||
Pregnancy. fevereiro de 2020.
Fonte: Pesquisa Direta (Conclusão).
4 Discussões
4.1 Assistência médica ao pré-natal durante a pandemia
Com a chegada do vírus passou-se a ter muitas preocupações com relação a grupos específicos de pessoas e o Ministério da Saúde passou a incluir a partir do mês de abril de 2020 as gestantes e puérperas, e mães de recém-nascidos, na lista do grupo de risco para o novo coronavírus. Se baseando em estudos já realizados, dessa forma surge uma preocupação na atenção primária compreendida como um desafio para manter o acompanhamento pré-natal com avaliação do risco habitual, e garantir a qualidade na assistência materno fetal em tempos de pandemia (SILVA et al., 2021).
Realizar o cuidado de pré-natal é de suma importância para gestante pois através dessas consultas consegue-se determinar qual o risco da gravidez e quais os cuidados de rotina que se deve ter, mas com a pandemia impondo distanciamento social, as equipes de Atenção Primária à Saúde (APS) devem praticar teleatendimento em parte do pré-natal e, se não houver essa possibilidade, em seu lugar, poderá ser feito contato por telefone para dar seguimento e orientações às gestantes (OLIVEIRA et al., 2021).
Diante disso destaca-se que os profissionais devem da continuidade no atendimento as gestantes mesmo que estejam com síndrome gripal ou com infecção confirmada pela COVID-19, apesar de ainda não ter recomendações especificas para o atendimento da gestação de alto risco, deve-se ter total cuidado durante o atendimento seguindo os protocolos clínicos. Recomendam-se condutas de vigilância fetal e avaliação do crescimento intrauterino, pois uma médica adequada pode reduzir significativamente a ocorrência de mortalidade e complicações na gestação, além de evitar desfechos negativos (MARQUARDT, BERTOLDI E CARVALHO, 2020).
Frente a isso(9) citam em seu estudo um protocolo de atendimento para as gestantes com suspeita ou confirmação de infecção por COVID-19, onde as mulheres que estiverem com quadro suspeito ou confirmado foram colocadas em quartos individuais e orientadas a não sair da enfermaria, para minimizar o contato entre as outras pacientes, as mulheres e seus acompanhantes também foram solicitados a usar máscara cirúrgica, observando a etiqueta de tosse durante hospitalização e toda a urina, vômitos das mulheres foram tratadas com diretrizes rígidas de controle.
No estudo de Oliveira et al. (2021) destaca também a importância de se realizar os cuidados para que seja evitado uma exposição desnecessária da gestante, destacando que o pré-natal de todas as gestantes sejam garantidos mas havendo uma espaçamento entre as consultas, e recomenda-se realizar um planejamento onde a gestante possa fazer todos os seus exames em um único dia de atendimento presencial para se evitar mais exposições. O intervalo de tempo entre as consultas deverá ser determinado levando em consideração a idade gestacional, a presença ou não de doenças maternas ou fetais, comorbidades e a evolução da gestação.
Diante dos cuidados que a equipe médica deve ter com a gestante com caso confirmado de COVID-19(9), destacam alguns desses cuidados que se deve ter como tratar sinais e sintomas, monitorar a temperatura da mulher para controlar melhor a doença, quando a febre estiver abaixo de 38,5 ° C, o resfriamento físico é recomendado. Se acima de 38,5 ° C o médico da unidade deve prescreve, por exemplo, anti-inflamatórios não esteroides, no qual a temperatura da mulher deve verificada novamente após 30-60 min de administração, com sua ingestão de fluidos e equilíbrio eletrolítico monitorados e a mulher estive transpirando muito e / ou vomitando, sua circulação periférica deve ser monitorada para evitar desidratação e outras complicações, como convulsões e choque.
Em concordância a isso(1,5) cita que ainda não se tinha um protocolo quanto as condutas para gestantes com COVID-19, mas a assistência prestada deve se basear em: Providenciar o isolamento da gestante; estratificá-la conforme o risco e as necessidades apontadas pelo quadro clínico; orientar sobre a conciliação do sono e repouso; promover uma nutrição adequada; fornecer suporte de oxigênio suplementar, caso seja necessário; monitorar a ingestão de líquidos e eletrólitos. Devem-se monitorar rigorosamente os sinais vitais e os níveis de saturação de oxigênio, além de observar a evolução da gestação por meio do monitoramento da frequência de batimentos cardiofetais.
Dessa forma Silva et al. (2021) retratam em seu estudo a necessidade de que todos os profissionais da saúde devem conhecer a importância de adaptar o acompanhamento da gestante diante da situação da pandemia, afim de realizar a prevenção e minimizar os riscos para a gestante que com a gravidez se encontra mais suscetível aos riscos da infecção da COVID-19.
4.2 Desafios e estratégias da assistência médica ao pré-natal durante a pandemia
Durante a pandemia da COVID-19 surgiu várias barreiras que impediam a participação plena das mulheres no cuidado ao pré-natal, pois elas evitaram esses cuidados devido as preocupações com relação a infecção do vírus, além disso a pandemia trouxe outros problemas como, devido a prática do distanciamento social ter levado ao fechamento de escolas e creches, o que potencialmente aumenta as barreiras onde a mulher tenta equilibrar o trabalho em casa com as necessidades de creche ou ajudando na educação remota de crianças mais velhas. Essas demandas concorrentes e interação social drasticamente limitada, pelo menos pessoalmente, também podem agravar a saúde mental ou problemas de estresse durante a gravidez
(7).
Em seu estudo(6) indicou que cerca de 20% dos entrevistados em sua pesquisa tinham medo de qualquer tipo de consulta em um hospital, enquanto mais de 40% temiam as visitas pré-natais no hospital no qual mais da metade considerou ou decidiu cancelar suas consultas de pré-natal no hospital e adiar suas consultas devido ao medo de infecção do vírus da COVID-19.
Corroborando com isso Costa et al. (2021) perceberam em seu estudo que o fluxo de atendimento não houve muitas mudanças com relação ao distanciamento de pacientes sintomáticas, e sem disponibilidade de testes para detecção da COVID-19 a serem realizados nas UBS. Durante o período inicial da pandemia verificou-se que muitos profissionais por estarem no grupo de risco da COVID-19 pediram afastamentos por receio de se infectarem com o vírus e isso acabou também por atrapalhar na realização de consultas de pré-natal onde por conta desse medo percebeu-se que as consultas eram canceladas e até o cadastro de novas gestantes no programa foram suspensos em Belém onde o estudo foi realizado.
Em contrapartida disso Silva et al. (2021) relatam em seu estudo que devido à necessidade de manter distanciamento social, as consultas foram parcialmente atendidas só que realizando os devidos cuidados e segurança para as gestantes seguindo as normas técnicas do Ministério da Saúde o qual afirma que todas as gestantes, assintomáticas ou sem síndrome gripal, devem ter preservado seu atendimento, uma vez que a suspensão ou o adiamento despropositado podem culminar em perda de oportunidades terapêuticas de atenção à mulher, ao bebê e à família, inclusive para eventos graves, como infecções sexualmente transmissíveis.
Com relação a isso pode se destacar que o papel da equipe médica dentro da atenção primaria em saúde na realização das consultas de pré-natal onde pode trabalhar de forma efetiva as medidas protetivas para as gestantes que devem incluir medidas preventivas contra a COVID-19, como a higiene das mãos e das superfícies, o distanciamento social e o uso e confecção de máscaras. Esses cuidados podem ocorrer em diversos espaços, como em grupos de gestantes e na sala de espera (ESTRELA et al. 2020).
Frente a isso destaca-se as mudanças que ocorreram na rede de saúde, onde as enfermeiras estão encontrando desafios cada vez maiores com relação a gestão e a assistência do cuidado sendo necessário o planejamento de novas estratégias para atender às demandas das gestantes sendo algumas dessas estratégias são como a reorganização do fluxo da rede; acompanhamentos e orientações virtuais; triagem de classificação de risco; e as consultas e procedimentos de rotina durante o pré-natal das gestantes com sintomas da síndrome gripal devem ser adiados por 14 dias (BRASIL, 2020).
Devido a pandemia teve-se que criar estratégias para que as gestantes pudessem receber os cuidados do pré-natal, onde por meio por meio de programas online de cuidados pré-natais foi possível orientar as mulheres grávidas a realizarem por exemplo testes de glicose no sangue e na urina em intervalos regulares, especialmente para aquelas com ou com alto risco de diabetes mellitus gestacional (DMG), foi possível também realizar a educação gestacional geral e a consulta de saúde mental podendo ser feitas por meio de um programa de educação online por meio de chamadas de voz ou vídeo. Além disso as mulheres grávidas também podem ser orientadas a estudar as instruções sobre gravidez e parto por meio de livros e receber educação sobre cuidados pré-natais por meio de conferência online com o enfermeiro (6,3).
Em seu estudo(7) destaca que para poder se classificar uma consulta como telessaúde pelas regras da CMS tem que haver uma comunicação via áudio e vídeo de forma bidirecional onde a plataforma precisa ser compatível com HIPPA e existem várias plataformas ex: Como a telessaúde; Zoom 2020. Algumas plataformas são incorporadas aos sistemas de registros médicos eletrônicos existentes e existem outras que são independentes.
No estudo(8) foi analisado uma proposta para realizar atendimentos de prénatais através de um drive-through onde foi utilizado uma baia para ambulância existente no departamento de emergência e foi identificada como um local ideal devido ao fácil acesso para o tráfego de automóveis, privacidade do paciente. Estava disponível espaço para uma tenda temporária com capacidade de ar condicionado, se necessário, para o pessoal, esse modelo de atendimento procurou prestar as devidas assistências a gestante mantendo o distanciamento e foi uma forma de filtrar para atendimento todas aquelas que tinham sinais gripais para que pudessem tomar os devidos cuidados sem que se encontra-se com outras gestantes saudáveis.
Outras estratégias para assistência do pré-natal foram citadas no estudo(2) onde em sua pesquisa analisaram o uso de aplicativos onde 77,9% das participantes relataram usar aplicativos móveis relacionados à gravidez durante a pandemia, 82,8% relataram que usaram aplicativos móveis para aprender sobre as alterações normais que podem ser observadas durante a gravidez e 29,5% as utilizaram para obter informações sobre o COVID-19 e o processo de gravidez, parto e puerpério, onde foi possível analisar que 96,5% dos participantes afirmaram que o uso de aplicativos móveis durante a pandemia foi benéfico. No qual destaca-se que apesar dos aplicativos ajudarem, 97,9% queriam fazer perguntas a um médico / enfermeira, se mostrando o quanto é importante uma consulta seja ela presencial ou online.
Em contrapartida disso(4) trazem em seu estudo algumas barreiras que impedem a adoção dessas novas estratégias de atendimento por meio online, como as barreiras técnicas como a falta de conexão de internet de alta velocidade; dificuldades de configurações iniciais; falta de dispositivos por parte dos pacientes e até mesmo da equipe de saúde, no qual as vezes não é possível fazer uma interação com a paciente por falta de vídeo e as dificuldades de se familiarizar com os software de telessaúde, o que acaba dificultando a adoção dessas novas estratégias em algumas regiões.
5 Considerações finais
Por meio desta revisão foram evidenciados os cuidados assistenciais a gestante no acompanhamento pré-natal dentro do cenário da pandemia mundial da covid-19, onde os maiores desafios se deram pela alocação de recursos do SUS: materiais, humanos, gerenciais e financeiros; a demora na implantação de estratégias alternativas, o afastamento das gestantes dos serviços de saúde por medo, receio e diversas alterações psicoemocionais que afloraram e foram desenvolvidas com o transcorrer da pandemia e a recusa dos profissionais de saúde em se expor a situações de risco sem a proteção adequada.
Faz-se necessário o reconhecimento das limitações e impactos biopsicossociais da COVID-19 na assistência pré-natal a gestante, abordar suas implicações obstétricas e ginecológicas a saúde sexual e reprodutiva da mulher. Essa pesquisa teve como limitações a divulgação de informações sem comprovação cientifica, as dificuldades logísticas decorrentes do cenário atual pandêmico, as imposições físicas e isolamento social recomendado largamente como estratégias de controle da infecção da COVID-19 e por fim, as limitações de artigos com altos níveis de evidencias gratuitos.
Na assistência médica no acompanhamento pré-natal, as atribuições do enfermeiro perpassam aos padrões e ações prescritas pelos órgãos regulamentadores, e envolve a humanização da assistência e a visão holística da paciente realizada pelo profissional de saúde na atenção primária a saúde, no rastreamento e acompanhamento da gestação dentro do contexto da pandemia da COVID-19, diante disso o estudo se faz relevante para destacar a importância da atuação da equipe de enfermagem frente a situação da pandemia e como ela deve atuar na redução da morbimortalidade materna e infantil em decorrência das complicações da infecção da COVID-19 em todos os seus âmbitos e modalidades.
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