EPIDEMIOLOGICAL PROFILE OF PATIENTS ADMITTED WITH ACUTE PANCREATITIS IN AN EMERGENCY IN THE STATE OF PIAUÍ
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE LOS PACIENTES INGRESADOS CON PANCREATITIS AGUDA EN EMERGENCIA EN EL ESTADO DE PIAUÍ
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11153829
George Luis Ariel Guimarães Miranda1; José Roberto Oliveira de Carvalho2; José Alexandre Lisboa Barbosa3; Bruna Marques Brito4; Vitória Grazielli Reis de Moura5; Klegea Maria Câncio Ramos Cantinho6; Danilo Antonio Giarola7; Jandson Vieira Costa8; Alice Lima Rosa Mendes9; Suely Moura Melo10.
RESUMO
Pancreatite aguda é um processo inflamatório agudo do pâncreas que corresponde a uma das patologias mais comuns que acometem o trato gastrointestinal. Essa inflamação apresenta, comumente, dor abdominal intensa e com gravidade variável, desde condições mais leves, até condições mais complicadas com alta morbimortalidade. Este estudo teve natureza descritiva, quantitativa e longitudinal, utilizando dados secundários coletados no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS) do Ministério da Saúde, disponível no portal eletrônico do DATASUS. Foram coletados dados referentes aos meses de janeiro a dezembro nos anos de 2012 a 2022 que informaram sobre as internações por pancreatite aguda em caráter de urgência no Estado do Piauí. As variáveis verificadas foram: o número de internações por ano, as internações por faixa etária, o caráter do atendimento (eletivo e urgência), o gênero, o número de óbitos e o valor total gasto. No contexto analisado, observou-se um número total de 3202 casos de internação por pancreatite em caráter de urgência no estado do Piauí de 2012-2022, que teve seu ápice em 2021 com 427 (13,33%) casos, sendo, dessa forma, o ano com o maior custo (R$ 297.660,75). O sexo que apresentou maior número de casos foi o masculino, com 58% das internações. A taxa de mortalidade total foi de 6,65%, sendo o ano de 2017 o que teve maior número de óbitos registrados. As faixas etárias mais recorrentes foram de 30 a 44 anos (1007 casos; 31%) e de 45 a 59 anos (800 casos; 25%). Constatou-se que dentro dos anos de 2012-2022 a média de gastos públicos por paciente foi R$ 724,43 reais. A partir da análise dos dados levantados nessa pesquisa observou-se que o estudo apresenta uma contribuição aos órgãos de saúde, pois, baseado nas informações apresentadas, será possível correlacionar elementos essenciais em busca de justificativas para custos, internações e mortalidade.
Palavras-chave: Tipos de Pancreatite; Internação; Gastos públicos.
ABSTRATC
Acute pancreatitis is an acute inflammatory process of the pancreas that corresponds to one of the most common pathologies that affect the gastrointestinal tract. This inflammation commonly presents with intense abdominal pain of varying severity, from milder conditions to more complicated conditions with high morbidity and mortality. This study was descriptive, quantitative and longitudinal in nature, using secondary data collected in the Hospital Information System of the Unified Health System (SUS) of the Ministry of Health, available on the DATASUS electronic portal. Data were collected for the months of January to December in the years 2012 to 2022, which reported on emergency hospitalizations for acute pancreatitis in the State of Piauí. The variables verified were: the number of hospitalizations per year, hospitalizations by age group, the nature of the care (elective and urgent), gender, the number of deaths and the total amount spent. In the analyzed context, a total number of 3202 cases of emergency hospitalization due to pancreatitis were observed in the state of Piauí from 2012-2022, which peaked in 2021 with 427 (13.33%) cases, thus , the year with the highest cost (R$297,660.75). The sex that presented the highest number of cases was male, with 58% of hospitalizations. The total mortality rate was 6.65%, with 2017 being the year with the highest number of deaths recorded. The most recurrent age groups were 30 to 44 years old (1007 cases; 31%) and 45 to 59 years old (800 cases; 25%). It was found that within the years 2012-2022 the average public expenditure per patient was R$724.43 reais. From the analysis of the data collected in this research, it was observed that the study makes a contribution to health bodies, as, based on the information presented, it will be possible to correlate essential elements in search of justifications for costs, hospitalizations and mortality.
Keywords: Types of Pancreatitis; Hospitalization; Public spending.
RESUMEN
La pancreatitis aguda es un proceso inflamatorio agudo del páncreas que corresponde a una de las patologías más comunes que afectan al tracto gastrointestinal. Esta inflamación comúnmente se presenta con dolor abdominal intenso de diversa gravedad, desde afecciones más leves hasta afecciones más complicadas con alta morbilidad y mortalidad. Este estudio fue descriptivo, cuantitativo y longitudinal, utilizando datos secundarios recopilados en el Sistema de Información Hospitalaria del Sistema Único de Salud (SUS) del Ministerio de Salud, disponible en el portal electrónico DATASUS. Se recolectaron datos de los meses de enero a diciembre de los años 2012 a 2022, que informaron sobre hospitalizaciones de urgencia por pancreatitis aguda en el Estado de Piauí. Las variables verificadas fueron: el número de hospitalizaciones por año, las hospitalizaciones por grupo de edad, la naturaleza de la atención (optativa y urgente), el género, el número de muertes y el monto total gastado. En el contexto analizado, se observaron un total de 3202 casos de hospitalización de urgencia por pancreatitis en el estado de Piauí en el período 2012-2022, con un máximo en 2021 con 427 (13,33%) casos, siendo así el año de mayor costo ( R$ 297.660,75). El sexo que presentó mayor número de casos fue el masculino, con el 58% de las hospitalizaciones. La tasa de mortalidad total fue del 6,65%, siendo 2017 el año con mayor número de defunciones registradas. Los grupos de edad más recurrentes fueron el de 30 a 44 años (1.007 casos; 31%) y el de 45 a 59 años (800 casos; 25%). Se constató que en el período 2012-2022 el gasto público promedio por paciente fue de R$ 724,43 reales. Del análisis de los datos recolectados en esta investigación, se observó que el estudio hace un aporte a los organismos de salud, ya que, a partir de la información presentada, será posible correlacionar elementos esenciales en la búsqueda de justificaciones de costos, hospitalizaciones y mortalidad.
Palabras clave: Tipos de Pancreatitis; Hospitalización; Gasto público.
INTRODUÇÃO
A Pancreatite Aguda é um processo inflamatório importante do pâncreas que corresponde a uma das patologias mais comuns que pode acometer o trato gastrointestinal. Essa inflamação apresenta comumente dor abdominal intensa e cuja gravidade dessa patologia varia amplamente, desde condições mais leves que requerem apenas tratamento conservador, até condições mais complicadas com alta morbimortalidade (Okabayashi et al., 2020). O pâncreas é um órgão glandular digestivo responsável pela secreção exócrina do suco pancreático (sintetizado nas células acinares) e pela secreção endócrina de glucagon e insulina (sintetizados nas ilhotas de Langerhans), ou seja, tem papel fundamental na digestão dos alimentos e na regulação dos níveis glicêmicos no sangue (Gapp et al., 2023).
São múltiplas as possíveis causas de pancreatite aguda, entretanto, a causa mais comum é relacionada ao cálculo biliar, uma vez que a microlitíase pode causar obstrução ductal, com hiperestimulação acinar secundária e refluxo desse conteúdo pancreático (ocorre comprometimento de excreção no duodeno) (Bertlin, et al., 2023). Logo, há ativação da cascata inflamatória, com liberação de interleucinas, fator de necrose tumoral alfa e fator ativador de plaquetas, com subsequente inflamação aguda do pâncreas (Mukherjee, et al., 2019), (Rajarshi, et al., 2019). Outras causas comuns são o consumo de álcool (mais preponderante em homens de meia idade) e de causa idiopática (Shah et al., 2018).
A pancreatite aguda leva a morbidade significativa a curto e longo prazo, podendo em uma minoria significativa, causar debilidade prolongada, doença recorrente e insuficiência pancreática exócrina e/ou endócrina (Lou, et al 2023). Além disso, pode levar a dor crônica, com grande impacto na qualidade de vida do doente, bem como consequências socioeconômicas do tratamento e hospitalização prolongada (Szatmary et al., 2022).
O objetivo desse artigo gira em torno de elucidar a epidemiologia da pancreatite aguda e de outras doenças do pâncreas entre os anos de 2012 a 2022 no estado do Piauí, por meio da análise do número de pacientes acometidos por essa patologia; do perfil epidemiológico desses pacientes com base na faixa etária; o caráter do atendimento, com foco no atendimento de urgência e dos gastos em saúde pública voltados para o tratamento dos pacientes em questão. Assim, foi pretendido encontrar uma relação entre essas variáveis e delinear a importância da pancreatite aguda no âmbito hospitalar e econômico piauienses.
METODOLOGIA
Para constituir esta pesquisa foi realizada a análise epidemiológica dos pacientes internados com pancreatite aguda em caráter de urgência, no Estado do Piauí, no período compreendido entre janeiro de 2012 a dezembro de 2022. Essa pesquisa apresentou-se como um estudo de cunho exploratório e descritivo, quantitativo, retrospectivo e longitudinal. Foram colhidas informações contidas no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) e no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM/SUS), ambos localizados no site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS).
O público investigado nesta pesquisa foi composto por todos os pacientes acometidos com pancreatite aguda que foram atendidos em caráter de urgência. Conforme o código da Décima Revisão da Classificação Internacional de Doenças e Causas de Mortalidade (CID-10) pancreatite aguda, que residiam no Estado do Piauí, no intervalo de tempo definido para esse estudo com enfoque em internações hospitalares por ano, casos segundo sexo, valor dispendido, caráter do atendimento, mortalidade e internações segundo faixa etária frente a pancreatite aguda. Os dados coletados no SIH seguiram uma variação temporal de janeiro/2012 até dezembro/2022.
Agregado a isso, foram consultadas bibliografias em sites e bancos de pesquisas científicas, como o PubMed, o Business Source Complete (EBSCO), o Scientific Electronic Library Online (SciELO), e o conteúdo presente no site da OMS e do IBGE, utilizando-se das palavras-chave “tipos de pancreatite”, “internação” e “gastos públicos”. Os resultados foram expostos por meio de gráficos e tabelas, recorrendo aos aplicativos Microsoft Excel e Microsoft Word.
Não houve exigências de submissão do estudo ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) devido aos dados serem de domínio de Bancos públicos, todavia, obedeceram-se a todas as normas e recomendações éticas delegadas pela Resolução n° 466 do Conselho Nacional de Saúde.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O apurado de internações por pancreatite aguda em caráter de urgência no estado do Piauí de 2012-2022 foi de 3202 casos, com uma média anual de 291,09 casos. No Gráfico 1, percebe-se que há uma tendência de aumento no número de internações por pancreatite no estado do Piauí. O ano com o maior número de casos foi o ano de 2021 com n= 427 casos (13,34 %), seguido do ano de 2022 com n= 385 casos (12,02%).
Gráfico 1. Notificação de casos de internações em caráter de urgência por pancreatite, Piauí, 2012 – 2022.
Sobre a análise gráfica, observou-se que o ano com o menor registro de casos foi o ano de 2012. Segundo Mukherjee et al. (2019), a pancreatite aguda é um agravo inflamatório e agudo que acomete o pâncreas, e afeta os tecidos peripancreáticos, que pode causar necrose e, em casos graves, implicar em falência múltipla de órgãos.
Apesar de sua importância clínica, ainda há poucos estudos epidemiológicos brasileiros que explanem sobre o tema, todavia, segundo os autores, no Brasil, de 2010 a 2020 foram notificados 235.052.349,09 casos de pancreatite aguda em todas as regiões do país. Assim como observado no presente estudo, Lima et al. (2021) também observaram o aumento gradual do número de casos com ênfase nos anos de 2017 a 2018.
De acordo com Martinez (2022) em seu estudo acerca das pancreatites no estado do Tocantins de 2010 a 2019 houve 1.428 casos de internações pelo agravo, com destaque para o ano de 2018. Estes dados também se assemelham os de Freire et al. (2022), em seu estudo apontou que a Região Nordeste apresentou 39.739.195 casos de pancreatite (2010-2020). A literatura não aponta motivos específicos para o aumento progressivo dos casos, todavia Alves et al. (2024) inferiram que o aumento do número de casos pode estar associado com doenças crônicas como a obesidade, o consumo de álcool e os medicamentos (como orlistate que é citada pelos autores).
Ademais, ao observar o gráfico, nota-se que há uma queda brusca dos casos desse tipo de inflamação em 2020 e a retomada destes em 2021, tal dado pode ser explicado pelo estudo de Formigosa; Brito; Neto (2022) em que os autores relatam a redução da notificação de demais agravos por conta da pandemia de COVID-19, em que os serviços de saúde acabaram por negligenciar as demais notificações em detrimento da COVID-19. O Gráfico 2 aborda os casos de internações por pancreatite no estado do Piauí, segundo o sexo de 2012 a 2022.
Gráfico 2. Notificação de casos de internações em caráter de urgência por pancreatite, segundo sexo, Piauí, 2012 – 2022.
No que concerne ao sexo dos pacientes, 58% dos enfermos correspondem ao sexo masculino, com um total de n=1864 internações, enquanto o sexo feminino corresponde a 42% das internações com n= 1338 casos. Ademais, a inferência gráfica também aponta a tendência de elevação do número de casos entre ambos os sexos, porém o sexo masculino apresentou um maior aumento, sobretudo, no ano de 2022 com 230 casos. O período que exibiu maior variação entre os sexos foi 2013 com percentil de diferença maior que 50%, aliado a isso 2020 caracterizou-se como o ano de menor taxa de variação, cerca de 11%.
Os resultados do estudo se mostraram semelhantes ao de Mendes et al. (2022) em seu estudo sobre as pancreatites na região Sudeste do Brasil (2010-2020), além disso, o estudo também corrobora com o estudo de Freire et al. (2022) em que a maior parte de sua amostra também foi composta pelo sexo masculino. O estudo difere do resultado encontrado por Lima et al. (2022), em seu estudo sobre o agravo nas macrorregiões do país, em que houve predomínio pelo sexo feminino.
A literatura apresenta-se diferente do que foi investigado por Lima et al. (2022), visto que, a pancreatite, em linhas gerais, sobretudo a aguda, está ligada a um perfil sociocultural de consumo maior de álcool, alimentos com alto teor de lipídeos, que são comportamentos historicamente masculinos, o que justifica o maior número de casos neste grupo, todavia, o aumento do consumo de medicamentos com fins emagrecedores pode justificar o aumento do número de casos entre o sexo feminino (Andrade, 2023). O Gráfico 3 aborda os casos de internações por pancreatite no estado do Piauí, segundo a faixa etária, de 2012 a 2022.
Gráfico 3. Notificação de casos de internações em caráter de urgência por pancreatite, segundo faixa etária, Piauí, 2012 – 2022.
Ao analisar o Gráfico 3, percebe-se que a faixa etária com o maior número casos de pancreatite em cenário de urgência foi de indivíduos de 30 a 44 anos com n=1007 casos (31%), seguida pela faixa etária de 45 a 59 anos com n= 800 casos (25%). O número de casos progride de forma ascendente, alcançando seu ápice na faixa de 30 a 44 anos, logo em seguida, regride progressivamente. Tal realidade é observada pelo fato de que os menores registros são observados nos extremos da vida.
Os resultados do estudo assemelham-se a literatura comparada, corroboram com os estudos de Chaves et al. (2021); Lima et. (2022) e Fucilini (2021). Tal semelhança ocorre devido ao caráter fisiopatológico do agravo que é fomentado pelo estilo de vida, como o alto consumo de álcool, que é observado em indivíduos a partir da adolescência, como observado por Andrade (2023), em que 65,4% de sua amostra possuía etiologia alcoólica, que é um comportamento mais presente em adultos jovens e adultos, geralmente a partir da segunda década de vida até a quinta. O Gráfico 4 aborda os casos de internações por pancreatite no estado do Piauí, segundo o caráter de atendimento, de 2012 a 2022.
Gráfico 4. Notificação de casos de internações por pancreatite, segundo caráter de atendimento, Piauí, 2012 – 2022.
Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS).
Constatou-se pelo Gráfico 4 que há um predomínio do caráter de urgência no atendimento ao paciente com pancreatite aguda no estado do Piauí. Destes atendimentos, n=621 casos foram admitidos em serviço de atendimento público e n=61 em rede privada. Um entrave para a análise dos dados foram os 2.520 casos em que o caráter de atendimento foi ignorado. Desses enfermos da rede pública, cerca de 8% evoluíram para óbito, já no que se refere aos pacientes da rede privada, aproximadamente 11% destes evoluíram para óbito.
O estudo corrobora com o encontrado por Martinez (2022), em que 99,86% de sua amostra foi observada em casos de urgência, isto ocorre devido ao caráter inflamatório e agudo do agravo, bem como sua sintomatologia exuberante que necessita de atendimento emergencial. O Gráfico 5 aborda os casos de internações por pancreatite no estado do Piauí, segundo o número de óbitos, de 2012 a 2022.
Gráfico 5. Notificação de casos de internações por pancreatite, segundo número de óbitos, Piauí, 2012 – 2022.
Ao analisar o Gráfico 5, observou-se que o ano com maior número de óbitos registrados por pancreatite aguda foi 2017 com n=25 casos (7,62%), contudo o de maior prevalência em mortalidade foi o ano de 2014 com n= 21 casos (11,73%). Além disso, o ano com menor índice de mortos foi o ano de 2012 com n=11 casos (7,69%) e o de menor prevalência foi o ano de 2021 (16 casos; 3,75%).
De acordo com Lima et al. (2022) de 2010 a 2020, as macrorregiões do Brasil apresentaram um índice de mortalidade de 5,38%, com um total de óbitos de 16.666 casos, além disso, os autores observaram que há maior mortalidade no sexo masculino, o que corrobora com a literatura acerca do predomínio de casos no sexo masculino, bem como a gravidade e o maior índice de óbitos (Andrade, 2023),( Brito, 2024) . O Gráfico 6 aborda os casos de internações por pancreatite no estado do Piauí, segundo o número de óbitos, de 2012 a 2022.
Gráfico 6. Notificação de casos de internações por pancreatite, segundo número de óbitos, Piauí, 2012 – 2022.
Ao analisar o Gráfico 6, percebe-se que o ano de 2021 foi o de maior custo, possivelmente devido ao maior número de internações registradas nesse ano, com o valor total dispendido em 2021 de R$ 297.660,75. Por outro viés, o período de menor montante foi 2013, o qual foi gasto R$ 113.948,97. Avalia-se também que o período que abrange os anos de 2012 a 2022 o custo médio foi de R$ 211.023,05.
De acordo com Freire et al. (2022) de 2010 a 2020, os custos associados às internações por pancreatite totalizaram R$ 35.157.560,41. Isso ocorreu, sobretudo devido ao elevado tempo de hospitalização desses pacientes. Lima et al. (2022) evidenciaram que de 2010 a 2020, a onerosidade das internações por pancreatite aguda custou R$ 206.9333.416,00 aos cofres públicos. Tais dados evidenciaram que o agravo trouxe elevado impacto ao sistema público de saúde, isso, junto ao crescente número de casos anuais, demonstram a necessidade de políticas de saúde que abordem a prevenção dessa patologia, a fim de reduzir o número de casos e os gastos com serviços hospitalares avançados.
CONCLUSÃO
A análise dos dados descritos nesse estudo nos permitiu traçar o perfil epidemiológico dos pacientes internados com pancreatite aguda no estado do Piauí. O maior número de casos foi observado no ano de 2021, revelando uma tendência ao crescente com o passar dos anos. Há o predomínio do sexo masculino e da faixa etária de adultos jovens e adultos, justificado pela maior exposição desses grupos aos fatores de risco para pancreatite, em especial o que está relacionado ao consumo excessivo de álcool.
O custo médio observado nas internações foi de R$ 211.023,05. Esse valor evidenciou o grande custo dessa patologia aos cofres públicos, devido a uma abordagem falha do manejo dessa doença, gerando internações prolongadas.
Diante disso, tornam-se essenciais pesquisas mais elaboradas e específicas sobre essa patologia. Sendo fundamental o presente estudo para aprofundar o conhecimento sobre o perfil epidemiológico da pancreatite aguda, e dessa forma, permitir o aprimoramento da realização das práticas médicas, desde o diagnóstico até o tratamento.
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1ORCID: https://orcid.org/0009-0006-0111-1281
Centro Universitário Unifacid
E-mail: george.ariel.1998@gmail.com
2ORCID: https://orcid.org/0009-0005-5294-2109
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E-mail: jose.roberto256@outlook.com
3ORCID: https://orcid.org/0009-0003-2086-0753
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4ORCID: https://orcid.org/0009-0002-2484-8666
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E-mail: brunabrito22.bb@icloud.com
5ORCID: https://orcid.org/0009-0004-3423-729X
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6ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1685-5658
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7ORCID: https://orcid.org/0009-0001-9159-5964
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8ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3448-670x
Centro Universitário Unifacid Wyden, Brasil
E-mail: jandsonvc@gmail.com
9ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1960-9647
Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil
E-mail: alice_lima_@hotmail.com
10ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9996-0850
Centro Universitário Unifacid Wyden, Brasil
E-mail: suelymelo6@gmail.com