PAPEL DO PROFESSOR NO ENSINO DE ADMINISTRAÇÃO

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10248121853


José Antonio Corrêa da Silva Moreira


Resumo

A principal proposta deste texto é compreender o papel do professor na formação dos alunos dos cursos superiores em administração e gestão espalhados pelo país. Através de investigação bibliográfica propõe-se identificar quais as principais dificuldades para o desempenho da atividade docente para a continuidade da formação destes profissionais. O texto pretende identificar dificuldades e fazer considerações sobre a prática docente no Brasil, seguindo-se com uma discussão sobre o ensino de administração no país e algumas de suas questões específicas. Por último tentaremos discutir a docência nos cursos superiores de administração.

PalavrasChave: Administração, Docência, Ensino Superior.

Abstract

The main proposal of this text is to understand the role of the teacher in the training of the students of the superior courses in administration and management spread throughout the country. Through the bibliographic research, it is proposed to identify the main difficulties for the performance of the teaching activity for the continuity of the training of these professionals. The text intends to identify difficulties and to make considerations about the teaching practice in Brazil, followed by a discussion about the teaching of administration in the country and some of its specific questions. Finally, we will attempt to discuss teaching in higher education courses.

Keywords: Administration, Teaching, Higher Education.

1. INTRODUÇÃO

            O papel do professor é uma questão que deve ser constantemente estudada e avaliada, já que a sociedade é dinâmica e as necessidades formativas dos indivíduos devem acompanhar às novas possibilidades e necessidade dos grupos sociais.

Os professores dos cursos de ensino superior devem ter em mente que mais do que as técnicas e práticas do fazer profissional, eles têm a função formativa do indivíduo social, da sua capacidade de reflexão e contestação tanto na vida pessoal como no desempenho de sua atividade profissional.

Saber os objetos e caminhos que todos os alunos irão trilhar é tarefa impossível para qualquer professor, do mesmo modo que formar convicção entre seus alunos de qual é a melhor prática profissional para suas vidas produtivas é inaceitável. Tendo em vista que um jovem ao entrar para o contingente produtivo em um determinado ramo profissional tenderá a ficar 30, 40, 50 anos vinculado a este ramo de atividade, pode-se afirmar que os conceitos, as técnicas e mesmos as necessidades que a sociedade demanda deste ramo de atividade pode mudar de forma muito rápida e profunda ao longo de uma ou duas gerações de profissionais. Assim resta ao professor passar a seus alunos uma formação crítica e consistente que permita fazer um juízo adequado das novas possibilidades e necessidades que venham e se colocar ao longo da sua vida, a fim de que este possa se reinventar ao longo de sua trajetória profissional, passando por momentos de crise e mudanças com serenidade e capacidade de ler conjunturalmente as situações.

2. O TRABALHO DOCENTE

O trabalho docente muitas vezes é visto como vocação ou forma de sacerdócio, no qual o professor é dotado de um dom natural e pelo qual deve se submeter a todas as formas de exploração e desvalorização. Temos que encarar a carreira docente como espaço de trabalho, no qual a valorização da carreira é tão importante quanto a satisfação de estar exercendo uma função prazerosa.

            Ser profissional e exigir ser tratado como tal por alunos, colegas e contratantes é uma das premissas para a atividade docente, também há necessidade constante de aperfeiçoamento e formação continuada, para melhor adequar as aulas ministradas as necessidades correntes de utilização de novas tecnologias e adequação do conteúdo apresentados aos alunos.

A formação do professor é fundamental para o desempenho de suas atividades, para que o docente consiga compreender, além dos saberes técnicos qual o seu papel no processo educativo e como obter melhor resultados neste processo, para Carneiro (2013, p. 159), “Os professores universitários devem possuir qualidades e habilidades que promovam discussões, apresentações, que saibam interagir os alunos e incentivar a participação dos mesmos nas atividades oferecidas em sala de aula”. Estas habilidades vêm da soma dos saberes práticos e teóricos que devem ser adquiridos através da formação e qualificação, e da prática em sala de aula, além da troca de experiências e informações com outros profissionais da área.

A compreensão do papel do professor no processo educativo é um dos principais elementos a ser abordado para tratar da questão do docente no ensino superior, em qualquer campo do conhecimento, pois o professor deve ser elo de transmissão nos processos de descoberta dos alunos, mas esta   função requer o domínio do que Carneiro (2013) define como o papel do professor universitário:

O papel do professor universitário para realizar a sua função deve ter um tripé envolvendo os conhecimentos específicos relacionados à matéria, as suas habilidades pedagógicas e à sua motivação. Ainda em relação aos papéis que são desempenhados pelo professor universitário, observa-se uma variedade de competências e habilidades atribuídas e dele esperadas. (CARNEIRO, 2013, p. 161).

O professor deve possuir um grande arcabouço de habilidade para conseguir atingir os objetivos do processo educativo. A atividade docente é material de estudo ilimitado, já que para conhecer cada um dos aspectos de seu desempenho é necessário muito tempo de estudo debate e avaliação de campo. Esta tarefe exige dedicação, trabalho, muita motivação e apoio, pois o desenvolvimento profissional e intelectual do professor constituem, não mero capricho, mas tarefa continua própria da carreira.

O professor de forma geral e particularmente os professores das Instituições de Ensino Superior devem estar cientes de suas muitas funções e responsabilidades nos processos de formação de seus alunos, Gil (2008, apud. Carneiro, 2013) propõe uma serie de papéis para os professores universitários:

Administrador, especialista, aprendiz, membro de equipe, participante, didata, educador, diagnosticador de necessidades, conferencista, modelo profissional, modelo de professor, facilitador da aprendizagem, assessor do estudante, mentor, avaliador, assessor de currículo, preparador de material, elaborador de guias de estudo, líder, agente de socialização, instrutor, animador de grupos, pesquisador, pessoa, planejador de disciplina, coach, conselheiro.  (Gil 2008, apud. Carneiro, 2013, p161)

É evidente a necessidade de se desdobrar, exigida do professor das instituições de ensino superior, e esta exigência deve ser refletida em valorização e estimulo ao desenvolvimento continuo. Para Carneiro (2013, p 159) ”Os professores universitários devem possuir qualidades e habilidades que promovam discussões, apresentações, que saibam interagir os alunos e incentivar a participação dos mesmos nas atividades oferecidas em sala de aula”,

O trabalho docente apresenta desafios próprios da relação professor aluno e tem na didática elemento fundamental para a mediação desta relação. No caso especifico do ensino superior, o saber ensinar e o saber técnico ou profissional devem caminhar juntos para que não haja prejuízos nos processos de aprendizagem:

De fato, os grandes desafios que se impõem à prática docente no ensino superior relacionam-se às possibilidades de articular as duas ações didáticas – ensinar e aprender –, no contexto de sala de aula. Nem sempre quem domina conhecimentos para sua atuação profissional sabe transpô-los para uma situação de aprendizagem! Entendo, deste modo, que dificilmente um professor consegue planejar, gerir e avaliar situações didáticas eficazes para o desenvolvimento da autonomia dos acadêmicos se não compreender os conteúdos próprios de sua área de atuação, que serão objeto de sua ação didática. Assim, se a docência é sua área de atuação, além das especificidades inerentes aos diferentes campos de conhecimento, a Didática também compõe o quadro como conteúdo próprio da prática pedagógica universitária. (ALTHAUS, 2004, p. 102)

A atuação didática deve ser capaz de transpor as competências apresentadas em sala de forma a permitir que os alunos apreendam os conteúdos de forma crítica e reflexiva, a partir dos elementos apresentados no processo.

Em um processo de expansão dos cursos de nível superior tão intenso como podemos verificar na Tabela 1:

Tabela 1

É possível partir do pressuposto que é de profunda importância para as instituições de ensino superior que os docentes estejam preparados para garantir a qualidade do processo de ensino/aprendizado de forma a contribuir com o sucesso e permanência dos ingressantes, atuando como facilitadores e permitindo o melhor aproveitamento dos recursos disponibilizados.

3. O ENSINO DE ADMINISTRAÇÃO NO BRASIL

A formação de administradores é bastante recente no Brasil, quando comparado, por exemplo, com países como os Estados Unidos da América no qual os primeiros cursos na área remontam ao século XIX. Os primeiros cursos de graduação na área foram criados a partir da década de 50 e a profissão de Administrador só é reconhecida oficialmente em 1965, através da Lei 4769/65 (CFA, 2015). Desde então, o número de cursos e formandos neste campo de conhecimento cresceu muito rapidamente. Como mostra a tabela a seguir, compilada pelo Conselho Federal de Administração:

Tabela 2 – Expansão dos cursos de administração no Brasil entre 1960 e 2010

O gráfico abaixo , publicado na Revista Administrador Profissional (RAP) de julho de 2017 Ano 40 – n° 373, p 22, como parte do artigo intitulado “Avanço acelerado da tecnologia impulsiona o Ensino a Distância” (STROKA, 2017); monstra não só a expansão dos cursos superiores de administração, mas também a expansão dos cursos na modalidade da educação a distância, que aumenta a necessidade de apropriação de novas tecnologias didáticas por parte dos professores, já que estes cursos demandam uma abordagem diferente e em certos aspectos mais complexa na relação educador educandos.

Figura 1 – Evolução das Matrículas nos Cursos de Administração.

Fonte: Revista Administrador Profissional (RAP) de julho de 2017 Ano 40 – n° 373, p 22.

O Conselho da categoria (CFA, 2015) comemora a grande visibilidade e prestigio que a profissão tem conseguido nos últimos cinquenta anos, sendo o segundo curso mais procurado pelos vestibulandos e o primeiro em número de concluintes. Superando carreiras como a de pedagogia e direito.

Tabela 3 – Cursos mais procurados do Brasil segundo senso INEP/MEC 2013

Fonte: CFA, (Brasil).50 anos que fizeram história: jubileu de ouro: Sistema CFA/CRAs / Conselho Federal de Administração. – Brasília, DF, 2015.

A rápida expansão tornou muito difícil formar profissionais específicos para lecionar nesta área, os cursos de pós-graduação tiveram uma expansão bem mais lenta e não foram capazes de atender a demanda por professores qualificados.

Castro (1981) ilustra este quadro:

Os cursos de administração no Brasil têm uma história muito curta, principalmente quando comparamos com os EUA, onde os primeiros cursos na área se iniciaram no final do século passado, com a criação da Wharton School, em 1881.(…) Em menos de 30 anos, os cursos de administração no Brasil alcançaram dimensões sígnífícativas. De dois cursos em 1954, passou-se para 31 em 1967 e 177 em 1973. Os dados mais recentes disponíveis (1978) indicam a existência de 244 cursos de graduação, 14 de mestrado e quatro de doutorado. (CASTRO, 1981, p. 58)

Os cursos de pós-graduação na área de administração e gestão tiveram uma expansão de oferta bem inferior ao dos cursos de graduação, assim o déficit de mão de obra disponível para a docência nesta área gerou um grande número de cursos ministrados por professores sem a devida qualificação. Este problema só se agravou ao longo do tempo, já que maior formação tende a tornar os profissionais da área mais interessantes para o mercado de trabalho, afastando grande parte destes profissionais da docência.

Esta dificuldade em atrair e manter profissionais da Administração e gestão com boa qualificação atuando como professores se reflete, em muitos casos, em má formação dos futuros administradores para Maranhão (2010) o início do ciclo vicioso é tratado da seguinte forma:

(…)como é um curso nascente no Brasil, recruta alunos de baixo potencial acadêmico, o que acaba por criar um ciclo vicioso de má formação e desprestígio da profissão, pois maus alunos são mal formados para o exercício da profissão na empresa e mal formados para a docência, que acaba ficando a cargo de outros profissionais mais bem formados como economistas, sociólogos, engenheiros. (MARANHÃO, 2010, p. 157)

A análise de Maranhão (2010) demostra como é falha a formação dos administradores em grande parte dos cursos, já que esta formação é feita com intermédio de profissionais que não têm formação específica na área de gestão. Esta formação incompatível com a que está sendo pretendida aos alunos dificulta a avaliação das questões mais intrínsecas ao propósito do curso, assim dificultando o desenvolvimento de uma leitura crítica das relações entre o conteúdo e a prática profissional.

A rápida expansão dos cursos de administração aumenta a distância entre a demanda de mão de obra qualificada para lecionar nestes cursos e a oferta de quadros com formação acadêmica e experiência de mercado suficientes para orientar o desenvolvimento adequado dos alunos nos cursos de administração das instituições de ensino superior no país. Souza-Silva (2005) traz as seguintes informações sobre este processo.

A área de Administração foi a que mais se expandiu em termos de cursos de graduação. Por exemplo, em 1992, havia somente quatro cursos de Administração localizados na região metropolitana de Salvador. Em setembro de 2002, existiam 55 cursos de Administração e suas respectivas habilitações (INEP/MEC). A expansão do ensino superior em Administração, no entanto, não foi um fenômeno ocorrido apenas na Bahia. Segundo dados do INEP/MEC (apud Siqueira, 2001), em 1998, Administração foi o curso campeão de matrículas nas regiões Nordeste, Sul e Centro-Oeste, ficando em segundo no Sudeste e, em terceiro, na região Norte. (SOUZA-SILVA, 2005, p. 117)

Este processo torna urgentes a ampliação de cursos de pós-graduação na área e o recrutamento de egressos dos cursos de administrador para a área de docência e formação de novos profissionais. Esta possibilidade de atração de profissionais exige uma estrutura adequada de formação e de incentivo a pesquisa e desenvolvimento de tecnologia na área, para que através da concorrência por estes espaços os melhores profissionais sejam selecionados e mantidos dentro das universidades promovendo o ensino, a pesquisa e extensão nas áreas relacionadas a administração e todas a competências paralelas e os campos correlatos.

A necessidade de melhorar a formação dos egressos dos cursos de administração exigira um enorme esforço para modificar a formação e qualificação dos professore grande parte dos cursos superiores no país. Reter talentos na área acadêmica e atrair profissionais com experiência de trabalho na área, tanto no setor público como no privado é fundamental para elevar a qualidade dos cursos de graduação espalhados pelo país.

4. A DOCENCIA NOS CURSOS SUPERIORES DE ADMINISTRAÇÃO

A formação necessária para ministrar aulas em Instituições de Ensino Superior constitui um dos problemas para o bom desempenho do processo de ensino/aprendizagem, porém outros fatores contribuem para dificultar o bom andamento deste processo, como os objetivos das próprias instituições e suas constituições. Para Colossi (1998, p 38) a educação superior é uma instituição social e, ainda segundo o autor “Uma Instituição Social caracteriza-se pela estabilidade e durabilidade de sua missão. Além disso, uma instituição social é estruturalmente assentada em normas e valores emanados do grupo ou sociedade onde ela se insere”. Neste contexto o papel do professor como elemento formador é substancialmente importante, pois é o professor que irá mediar o processo no qual os alunos estão inseridos, dentro dos parâmetros legais e da instituição na qual está atuando.

O docente deve possuir o arcabouço adequado para possibilitar uma formação que seja capaz de contemplar os saberes técnicos, mas que também possibilite uma formação cidadã e humanista.

As diretrizes curriculares básicas recomendadas pelo Ministério da Educação para os cursos de graduação em Administração apontam que o processo pedagógico deve garantir que o futuro administrador tenha, além de habilidades técnicas, uma formação humanística, pois ele deve estar apto a tomar decisões compreendendo o meio onde está inserido. (Paula, 2001, p78)

O trabalho necessário para o bom desempenho da docência nos cursos de administração exige constante observância dos objetivos do processo formativo, pois cabe ao docente facilitar o contado dos alunos com os mais diversos temas relacionados ao curso de administração.

O professor deve manter processo constante de aprimoramento, já que é necessário que ele possua bom domínio da sua área e dos aspectos com os quais a sua área de atuação se relaciona com as demandas da sociedade. Colossi (1998, p. 39) coloca que “é a concepção substantiva de Educação Superior, que a caracteriza como uma instituição social, cujo objetivo é promover a formação superior do homem, capaz de implementar os mais elevados ideais da vida humana associada”.

Esta instituição social não se realiza sem o intermédio de docente, ou mesmo sem um docente que possua adequado grau de desenvolvimento. Assim, a pesquisa e a extensão têm papel central no processo constante de requalificação e desenvolvimento dos professores e dos decentes, já que as atividades de orientação e acompanhamento de desenvolvimento ultrapassam as portas da sala de aula e permitem o desenvolvimento acadêmico e social, como diz Colossi (1998, p. 39) “Educação Superior não pode ser reduzida a uma perspectiva instrumentalista, segundo a qual ela, apenas, prepara o homem para o mercado de trabalho”. Neste sentido Paula (2001) corrobora:

O administrador deve ser capaz de analisar as organizações e antever mudanças. Valores como responsabilidade social, justiça e ética profissional também são relevantes. Além disso, o administrador deve ter consciência da grande influência de suas decisões sobre as esferas social, política, econômica e ecológica. Tal perfil demanda uma sólida formação teórico-analítica, o que se traduz na necessidade de ter instituições de ensino que privilegiem a pesquisa e que orientem o processo de aprendizado para o desenvolvimento da cidadania. (Paula, 2001, p. 78)

Porém é difícil imaginar como o docente pode atingir tamanho grau de desenvolvimento sem que haja condições adequadas para facilitar e estimular o seu enriquecimento para o desempenho da função. Fatores como o pouco estimulo para o seu desenvolvimento e a baixa valorização da carreira podem afastar considerável contingente de profissionais qualificados do ensino superior, para Maranhão (2010)

Atualmente percebemos a crescente mercantilização do ensino superior, permitida pelo Estado, mediante a liberação da abertura de instituições privadas e do sucateamento das instituições públicas. Nas instituições de ensino privadas, submete-se a escola à racionalidade econômica, buscando-se a máxima produtividade ao menor custo, padronizando-se os processos de ensino, precarizando-se as condições de trabalho dos docentes e estabelecendo relações de consumo entre o aluno, que paga por uma mercadoria, e o empresário, que a entrega. (Maranhão, 2010, p. 102-103)

Temos que ter profunda preocupação com a qualidade dos professores nos cursos de administração, já que como diz Colossi (1998, p. 39) “Educação Superior em Administração é, muito mais do que um status ou grau acadêmico profissional”, o administrador é fundamental na tomada de decisões que afetam a sociedade, seja atuando na esfera pública ou na esfera privada.

A formação de administradores capazes de compreender e refletir de forma crítica sobre quais as soluções mais adequadas para atender as demandas da sociedade é o objetivo central dos cursos de administração, porém sem que tenhamos professores a altura para a formação acadêmica destes profissionais que irão compor o contingente de administradores, corremos o risco de as deficiências no processo formativo dificultarem a solução dos problemas de caráter aspecto administrativo nas nossas instituições.

5. CONCLUSÃO

Ao longo do desenvolvimento do trabalho ficou evidente a necessidade de professores bem formados e qualificados para atuarem na atividade docente nas instituições de ensino superior do país. Esta qualificação permite melhorara a qualidade da formação das próximas gerações de administradores e garante a adequação na condução desta formação as necessidades demandadas pela sociedade.

O restrito número de cursos de pós-graduação no campo da administração dificulta a formação acadêmica necessária para o grande número de cursos de graduação existentes atualmente no pais, assim é urgente a implementação de estímulos para a criação e expansão das vagas para a pós-graduação na área.

A criação de novos cursos de pós-graduação permitirá não só melhorar a qualidade da formação dos professores, mas também permitirá ampliar os espaços de pesquisa auxiliando o desenvolvimento de respostas as demandas crescentes relativas a áreas relacionadas a administração e gestão.

A constante demanda por pesquisa neste campo, necessita da ampliação das pós-graduações, sobretudo stricto sensu, para permitir atender conjuntamente as emergentes necessidades por mais pesquisa e por mais profissionais com perfil acadêmico adequado para ministrar aulas nos cursos de graduação.

REFERÊNCIAS

ALONSO, M. K. A expansão do ensino superior no Brasil e a EaD: dinâmicas e lugares. In:  Educação & Sociedade, 31.113 (2010).

ALTHAUS, M. T. M. Ação didática no ensino superior: a docência em discussão. In: Revista Teoria e Prática da educação 7.1 (2004): 101-106.

AKTOUF, O. Ensino de Administração: por uma pedagogia para a mudança. In: Organizações & Sociedade 12.35 (2005): 151-159.

BARREYRO, G. B. Mapa do ensino superior privado. MEC, Ministério da Educação, INEP, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2008.

CARNEIRO, P. O. Ensino superior no Brasil e o trabalho docente. In: Anais do Encontro de Pesquisa em Educação e Congresso Internacional de Trabalho Docente e Processos Educativos. Vol. 1. No. 1, 2013.

CFA – Conselho Federal de Administração (Brasil). 50 anos que fizeram história: jubileu de ouro: Sistema CFA/CRAs / Conselho Federal de Administração. – Brasília, DF, 2015.

CASTRO, C. de M. “O ensino da administração e seus dilemas: notas para debate.” Revista de Administração de Empresas 21.3 (1981): 58-61.

COLOSSI, N. Educação superior em administração: uma concepção substantiva. In: Revista de Ciências da Administração 1 (1998): 37-42.

DE PAULA FRANCO, A. “Ensino Superior no Brasil: cenário, avanços e contradições.” Jornal de políticas educacionais 2.4 (2008).

ISAIA, S. M. A. & BOLZAN, D. P. V. Formação do professor do ensino superior: um processo que se aprende?. In: Educação (UFSM) 29.2 (2004): 121-134.

FISCHER, T. Administração pública como área de conhecimento e ensino: a trajetória brasileira. In: Revista de Administração de Empresas 24.4 (1984): 278-288.

__________. A formação do administrador brasileiro na década de 90: crise, oportunidade e inovações nas propostas de ensino.  In: Revista de Administração Pública 27.4 (1993): 11-20.

___________. Uma luz sobre as práticas docentes na pós-graduação: a pesquisa sobre ensino e aprendizagem em administração. In: Revista de Administração Contemporânea 10.4 (2006): 193-197.

FORMIGA, J. M. M. & GERMANO, R. M. Por dentro da história: o ensino de administração em enfermagem. In: Revista Brasileira de Enfermagem, 58.2 (2005): 222-6.

FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. Editora Paz e Terra, 2014.

________. Educação e mudança. Editora Paz e terra, 2014b.

________. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. Editora Paz e Terra, 2014.

________. Professora, sim; tia, não: cartas a quem ousa ensinar. Editora Paz e Terra, 2015.

MARANHÃO, C. M. S. A. Indústria cultural e semiformação: análise crítica da formação dos administradores.  (2010). 

PAULA, A. P. P.. “Tragtenberg e a resistência da crítica: pesquisa e ensino na administração hoje.” Revista de Administração de Empresas 41.3 (2001): 77-81.

PAULA, A. P. P. & MARCO A. R. “Pedagogia crítica no ensino da administração: desafios e possibilidades.” Revista de Administração de Empresas 46.SPE (2006): 10-22.

PIMENTA, S. G. & ANASTASIOU, L. D. G. C. Docência no ensino superior. Cortez Editora, 2002.

RISTOFF, D. I. Universidade em foco: reflexões sobre a educação superior. Editora Insular, 1999.

ROGGERO, R. “Organização do trabalho docente: uma discussão necessária na educação superior.” Boletim Técnico do Senac 33.2 (2007): 21-37.

SAMPAIO, Helena. “Ensino superior no Brasil: o setor privado.” Cadernos de Pesquisa 111 (2000): 213-213.

SOUZA-SILVA, J. C. & EDUARDO D. “Concepções, práticas e desafios na formação do professor: examinando o caso do ensino superior de administração no Brasil.” Organizações & sociedade 12.35 (2005): 113-134.

TEIXEIRA, A. Ensino superior no Brasil: análise e interpretação de sua evolução até 1969. Vol. 10. Editora UFRJ, 2005.

VEIGA, I. P. A. “Docência universitária na educação superior.” Docência na Educação Superior. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (2006).

STROKA, M. C. Avanço acelerado da tecnologia impulsiona Ensino a distância. In: Administrador Profissional, CRA-SP, ano 40 – nº373, Julho, 2017. Disponível em: <http://www.crasp.gov.br/crasp/rap/?edicao=17758> Acesso em: 13 Ago. 2017.