REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11354061
Gisele Rodrigues da Cruz¹*; Givanildo Ferreira Bento²; Rayana de Moura Guimarães³; Hytalo Mangela de Sousa Faria¹**.
Resumo: Pessoas com deficiência física enfrentam uma série de desafios em relação à sua sexualidade no Brasil. Estes desafios podem incluir acesso limitado a informações sobre saúde sexual, estigmas sociais que afetam sua autoestima e relacionamentos, falta de acessibilidade em espaços íntimos e serviços de saúde, e a percepção equivocada de que eles não têm interesse ou capacidade para uma vida sexual plena. O objetivo desta pesquisa visa compreender os desafios na sexualidade de pessoas com deficiência física (motora) no Brasil. A metodologia adotada foi uma revisão bibliográfica com uma abordagem qualitativa para uma compreensão mais profunda do objeto de estudo. Os desafios são agravados pela falta de educação sexual inclusiva nas escolas e pela escassez de profissionais de saúde treinados para lidar com as necessidades específicas das pessoas com deficiência física em relação à sua sexualidade. Como resultado, muitas pessoas com deficiência enfrentam dificuldades em desenvolver relacionamentos satisfatórios, explorar sua sexualidade de forma segura e receber apoio adequado para suas necessidades emocionais e físicas.
Palavras-chave: “Deficiência Física.” “Sexualidade.” “Educação.”
1. INTRODUÇÃO
Ao explorarmos a sexualidade de pessoas com deficiência física no contexto brasileiro, deparamo-nos com uma intrincada rede de percepções arraigadas na sociedade. Estigmas profundamente enraizados, frequentemente alimentados por desconhecimento, levam à concepção equivocada de que a expressão plena da sexualidade está além do alcance dessa população. Lamentavelmente, a sociedade ainda associa erroneamente a deficiência física à ausência de desejos e necessidades sexuais, perpetuando uma visão estigmatizada que transcende a mera limitação física.
A sexualidade possui componentes genitais, emocionais e psicossociais, que se fazem presentes nas relações afetivas, na identidade de gênero, na vida e orientação sexual, por exemplo, durante todo o desenvolvimento, em todos os indivíduos, independentemente de suas diferenças, inclusivamente nas pessoas com deficiência (MAIA, 2016).
Segundo Diniz (2017), deficiência envolve aspectos biológicos, psicológicos e sociais, que se referem à lesão, limitação de atividade ou restrição de participação, proveniente do diagnóstico, a forma como tal fato é entendido pelo sujeito e como a sociedade lida com essa condição de diferença, em termos de direitos, justiça social e políticas de bem-estar.
A construção social dos conceitos de sexualidade e deficiência possui componentes culturais e históricos, passando por períodos de marginalização. Atualmente, essas temáticas são debatidas de forma aberta, porém, quando associadas, causam incômodo, primeiramente, porque a sexualidade costuma ser relacionada apenas ao ato sexual e, em segundo lugar, quando envolve pessoas com deficiência, provoca discussões sobre as possíveis dificuldades sexuais, orgânicas e psicossociais, vivenciadas por esses sujeitos. As dificuldades sexuais orgânicas estão relacionadas à influência do comprometimento proveniente da deficiência na resposta sexual (desejo, excitação e orgasmo) e as dificuldades psicossociais correspondem à forma como os padrões normativos, impostos socialmente, interferem nessa resposta. No campo da sexualidade, os padrões normativos estão vinculados à moral, ou seja, determinam a orientação e a resposta sexual, a estética, a configuração familiar e os sentimentos que são moralmente aceitáveis, quanto à deficiência, esses padrões estão relacionados ao corpo (saúde, funcionalidade e estética) e são correspondentes as características da maioria, da classe dominante (MAIA, 2016).
Para Maia e Ribeiro (2017) o conceito de sexualidade ultrapassa a questão da genitalidade, pois abrangem contextos culturais, sociais, costumes diversos, sentimentos, afeto, gênero, práticas sexuais, e não somente algo mecânico. Para a pessoa com deficiência a sexualidade também deve ser assegurada como um direito, sendo ele à saúde, à educação ou o de ir e vir. Levando em conta toda a influência do contexto social envolvido na sexualidade durante os anos, como a ideia de beleza, sensualidade, conquista e desempenho físico, assim como muitas outras atribuições, faz com que se crie uma imagem errônea de que o deficiente não possui sexualidade por não pertencer a esse padrão, e sendo assim, muitas vezes é privado desse direito.
A acessibilidade e a adaptação de práticas sexuais são apenas a ponta do iceberg; emergem também questões psicológicas complexas relacionadas à autoimagem, autoestima e ansiedades ligadas ao desempenho sexual. Essa concepção restritiva não apenas subestima as experiências e identidades individuais dessas pessoas, mas também estabelece as bases para sua marginalização em relação à expressão saudável da sexualidade. O estigma associado à deficiência frequentemente contribui para a exclusão social, limitando não apenas a compreensão pública, mas também as próprias percepções que as pessoas com deficiência física podem ter sobre sua sexualidade. Desafiar essa visão é, portanto, um imperativo não apenas para o avanço da pesquisa, mas também para a promoção da inclusão e da igualdade (FERREIRA; e BARROS, 2019).
Diante das exigências impostas pelos padrões normativos, quando se fala sobre sexualidade das pessoas com deficiência, alguns mitos são construídos e disseminados, descrevendo-as como: assexuadas ou pervertidas; que não precisam receber orientação sobre sexualidade; que são pouco atraentes e incapazes de manter um vínculo amoroso e sexual; têm disfunções sexuais; não necessitam de privacidade; merecem a piedade das pessoas; são estéreis, geram filhos com deficiências e/ou não tem condição de cuidar (MAIA, 2016).
Entendendo a sexualidade como parte dos direitos sexuais e reprodutivos, que devem ser exercidos de forma positiva e saudável por todos os indivíduos, e reconhecendo que o conceito de sexualidade parte das representações sociais que são construídas e compartilhados individual e socialmente, guiando percepções, conhecimentos e atitudes (SILVA, 2019)
Assim, esta pesquisa, ancorada na esfera da psicologia, transcende os limites acadêmicos tradicionais. Ela é um chamado à ação, um convite à reflexão e, acima de tudo, uma tentativa de catalisar mudanças tangíveis na compreensão e aceitação da diversidade de experiências sexuais, independentemente de limitações físicas.
Pessoas com deficiência física enfrentam uma série de desafios em relação à sua sexualidade no Brasil. Estes desafios podem incluir acesso limitado a informações sobre saúde sexual, estigmas sociais que afetam sua autoestima e relacionamentos, falta de acessibilidade em espaços íntimos e serviços de saúde, e a percepção equivocada de que eles não têm interesse ou capacidade para uma vida sexual plena. Além disso, muitas vezes falta suporte adequado para lidar com questões específicas, como disfunções sexuais relacionadas à sua deficiência ou barreiras físicas que podem dificultar a intimidade.
2. DEFICIÊNCIA
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a deficiência representa “qualquer perda ou alteração de uma estrutura ou de uma função psicológica fisiológica ou anatómica” (OMS, 1989). Esta caracteriza-se pela perda ou alteração, temporária ou definitiva (de uma estrutura ou de função psicológica, fisiológica ou anatómica) que inclui a existência ou ocorrência de uma anomalia, defeito ou perda de um membro ou órgão, tecido ou estrutura do corpo, incluindo a função mental (OMS, 1989). As deficiências podem ser intelectuais, da linguagem, da audição, da visão, dos outros órgãos, musculoesqueléticas, estéticas, das funções gerais e sensitivas (OMS, 1989).
A deficiência não é um problema médico ou problema pessoal, mas um conjunto de barreiras físicas e sociais que constrange, regula e discrimina pessoas com incapacidade. Esta deve ser encarada não como um déficit corporal, mas em termos do modo como as pessoas excluem as estruturas e oprimem este tipo de pessoa. Apesar de estarem mais limitadas relativamente aos outros, com as suas características, necessidades e interesses, não se pode cair no esquecimento de que as pessoas com deficiência são também cidadãos e principalmente são também seres humanos que merecem ser respeitados com a devida dignidade (HUGHES, 2022).
As pessoas portadoras de deficiência (deficientes) representam e são identificados como contendo elementos que as afastam dos grupos dominantes de quaisquer sistemas sociais. Sendo portadores de desvios negativos nos padrões de referência, estão sujeitos aos pressupostos e preconceitos sociais. A sociedade ao considerar as pessoas portadoras de deficiência como algo de negativo, acaba por obrigar os deficientes a esconderem-se cada vez mais e a viverem cada vez mais isoladas como se estas fossem uma ameaça para o mundo, quando na verdade é precisamente o oposto. Muitas vezes, as pessoas nos dias de hoje, cada vez mais tentam enganar a si próprias e tentam ter comportamentos que não são verdadeiros, agindo de forma obrigatória e imposta pela sociedade (MARQUES, 2017).
Marques, 2017, complementa que a sociedade impõe e obriga comportamentos específicos em relação às pessoas com deficiência baseado em: estigmatização e preconceito; normas sociais e expectativas; barreiras arquitetônicas e de comunicação; exclusão educacional e laboral; invisibilidade e representação inadequada; e, atitudes de piedade e superproteção. Os jovens sem deficiência tendem a ter atitudes e comportamentos quase que forçados, interiorizando-os como uma regra apenas para se convencerem a eles próprios que é assim e que têm de agir dessa forma, não agindo de acordo com aquilo que sentem.
Os portadores de deficiência são capazes de se expressar sexualmente, com maior ou menor dificuldade, dependendo do grau de suas limitações. Cabe a cada indivíduo o direito de explorar, descobrir e experimentar a sexualidade de acordo com a sua realidade. O deficiente é um ser biopsicossocial em constante evolução. Como qualquer ser humano tem necessidade de expressar sentimentos de modo particular e intransferível. Tem, portanto, direito ao prazer e a uma vida saudável dentro de possibilidades e limites reais (PUHLMANN, 2020).
2.1 DEFICIÊNCIA MOTORA
Relativamente à deficiência motora, segundo a Classificação Internacional da Funcionalidade, Incapacidade e Saúde – CIF (2023), esta caracteriza-se como os problemas nas funções ou nas estruturas do corpo, tais como desvio importante ou perda. A deficiência motora pode ser considerada como uma perda de capacidades, afetando diretamente a postura e/ou movimento, fruto de uma lesão de natureza congénita ou adquirida, ao nível de estruturas efetivas e reguladoras do movimento no sistema nervoso e osteomuscular. Assim, este tipo de deficiência consiste na existência de um qualquer défice ou anomalia que se traduza numa dificuldade, alteração e/ou inexistência de um determinado movimento considerado normal no ser humano. A incapacidade que se traduz na perda ou limitação das capacidades motoras, implicando a perda ou redução da liberdade, nos indivíduos portadores de deficiência motora conduz a grandes limitações, relativamente a sua autonomia impedindo-os de viver a sua vida de igual forma aos das outras pessoas, tornando-os por isso especiais, onde, para alguns deles, essa condição pode acabar sendo um fator motivacional pra superação, lhes tornando mais fortes e com uma experiência de vida muito mais rica e muito mais intensa.
A incapacidade refere-se, segundo a Organização Mundial de Saúde, a qualquer restrição ou falta (resultante de uma deficiência) da capacidade para realizar dentro dos moldes e limites considerados normais para um ser humano (OMS, 1989). Surge como consequência direta ou é resposta do indivíduo a uma deficiência psicológica, física, sensorial ou outra representando a objetivação da deficiência e refletindo os distúrbios da própria pessoa, nas atividades e comportamentos essenciais da vida diária. Esta pode ser temporária ou permanente, reversível ou irreversível e progressiva ou regressiva. As incapacidades podem ser ao nível do comportamento, da comunicação, do cuidado pessoal, do posicionamento do corpo, da destreza, face a diversas situações e face a situações particulares (OMS, 1989).
O termo deficiência remete para a ideia de falta, falha, carência, imperfeição, defeito, insuficiência. Esta falta de igualdade ou semelhança apoia-se, de modo fundamental, no plano da imagem, a imagem do outro. O uso de cadeiras de rodas tem sido também descrito como um fator de constrangimento para os deficientes motores. Mantém-se a imagem de que os utilizadores de cadeiras de rodas dependem, necessariamente, de terceiros e de cuidados terapêuticos contínuos. A própria reabilitação considera, primeiramente, a incapacidade, em detrimento do potencial físico, intelectual e social dos indivíduos (SAPEY, STEWART & DONALDSON, 2016).
2.2 A SEXUALIDADE
O tema da sexualidade, em diferentes contextos educacionais, vem sendo debatido intensamente. Porém, no âmbito da educação especial, as propostas de intervenção em relação à sexualidade parecem extremamente limitadas. Ainda há pouca discussão sobre a sexualidade da pessoa com deficiência, tanto no ambiente do ensino especial (escolas especiais ou classes especiais), quanto no ambiente do ensino comum, considerando a opção política do país pela construção de sistemas educacionais inclusivos e a inserção de muitos alunos com diferentes deficiências em escolas regulares.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (2015), a sexualidade é definida como uma energia que motiva para encontrar amor, contacto, ternura e intimidade; integra-se no modo como nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados; é ser-se sensual e ser-se sexual. A sexualidade influencia pensamentos e, por isso, influência também a saúde física e mental.
Refere-se às características coletivas que marcam as diferenças entre o macho e a fêmea. O termo sexualidade apresenta-se como tendo dois significados: por um lado, a procura de prazer sexual, reprodução, a necessidade de amor e realização pessoal e por outro, a tomada de consciência da sua identidade sexual, ou seja, o sentimento de ser macho ou fêmea (SORENSEN, 2018).
O desenvolvimento da sexualidade está presente desde a infância, sendo que, as crianças se automanipulavam em busca de prazer que inicialmente se trataria de um prazer oral, depois anal e por fim tomaria a forma de prazer genital (Sigmund Freud). O Ciclo da Resposta Sexual Humana apresenta-se descrito em quatro fases: excitação, platô, orgasmo e resolução. A sexualidade abarca muito mais do que a resposta sexual humana, envolve toda uma série de sensações, emoções e afetos, que acompanham o indivíduo no seu dia a dia ao longo de todo o seu ciclo vital. O ser humano é sexual desde o nascimento até à morte, sendo essa uma parte importante da pessoa, ao longo de todo o seu ciclo vital (NODIN, 2022).
A sexualidade manifesta-se em vários níveis, orgânico ou físico, revelado no crescimento e na maturação sexual, ou psicológico e cultural/social, revelado nos comportamentos e na vida de relação (CORDEIRO, 2022).
Ao longo da infância e da adolescência as experiências serão determinantes para um adulto sexualmente feliz. O sistema de crenças, a organização social e a própria capacidade de controle da pulsação ou a habilidade para encontrar companheiro sexual definem, entre muitos outros fatores, o comportamento sexual das pessoas (LÓPEZ, FUERTES, 2019).
O desenvolvimento da sexualidade acontece durante toda a vida do indivíduo. É uma construção social operando em campos de poder e não um mero conjunto de imperativos biológicos que podem ou não encontrar satisfação direta, ou seja, para além da componente biológica da sexualidade, esta passou também a ter uma componente social e psicológica que reflete as diferentes culturas e as diferentes épocas (ANTUNES, 2017).
A sexualidade humana nasce com cada indivíduo e mantém-se presente até ao fim da vida. As atitudes e os valores relacionados com a sexualidade são culturalmente impostos, sendo definidos pela família, pela religião, pelos parceiros sexuais, pelos grupos de pares, pela economia, pelos órgãos de comunicação sexual e pelos estabelecimentos de ensino (VILELAS, 2019).
2.2.1 A Sexualidade e Deficiência
A sexualidade ampla, independentemente de se ter ou não uma deficiência, existe e se manifesta em todo ser humano. O erotismo, o desejo, a construção de gênero, os sentimentos de amor, as relações afetivas e sexuais, são expressões potencialmente existentes em toda pessoa, também naqueles que têm deficiências (ANDERSON, 2020).
A pessoa com deficiência é uma pessoa íntegra na sua sexualidade. Isto é, independentemente das possíveis limitações e complicações que possam ocorrer na manifestação sexual, ninguém se torna assexuado em função de uma incapacidade física, sensorial ou mental. Compreende-se por sexualidade um conjunto de conceções e valores que envolvem a intencionalidade humana e a expressão afetiva de cunho social e histórico. A sexualidade abarca então, uma amplitude de condutas humanas, para além da sua genitalidade e não deve ser entendida, exclusivamente, como sinónimo de sexo, relação sexual, orgasmo, órgãos sexuais, mas sim, na sua dimensão ampla e cultural que abrange diferentes aspetos como o amor, relacionamentos afetivos e sexuais, a sensualidade, o erotismo e o prazer, a expressão da identidade e dos papéis sexuais etc. (Chauí, 2015). Neste sentido, uma pessoa jamais pode ser considerada assexuada, pois a sexualidade é inerente ao ser social. (VEIGA, 2023).
Ser deficiente físico na nossa sociedade é viver em permanente conflito com a incapacidade, com a dificuldade de ser aceito por si mesmo e pelos outros. O estigma da deficiência interfere em todos os aspetos da vida da pessoa, criando preconceitos, favorecendo a discriminação, dificultando a realização plena do indivíduo. No que diz respeito à mudança da atitude social em relação às pessoas com deficiência, esta tem sido lenta e preconceituosa. Desde há muito tempo os indivíduos deficientes são apontados como “diferentes”, sendo muitas vezes alvo de ações desumanas por parte de antigas sociedades, onde as crianças com qualquer tipo de imperfeição eram mortas à nascença. Simultaneamente a uma evolução nos restantes domínios sociais, surge um diferente estatuto social da pessoa com deficiência. O preconceito é substituído pela misericórdia e nasce, no século XX, uma corrente de apoio que dá origem a um conjunto de normas e políticas educativas e reabilitativas a favor da integração destes indivíduos na sociedade (BRITTAIN, 2004).
A sexualidade do portador de deficiência deve ser abordada de maneira englobante, levando em consideração tanto os aspetos físicos e subjetivos como os valores, crenças e expectativas da sociedade na qual o indivíduo se encontra inserido.
2.2.1 As dificuldades da sexualidade e deficiência
Quanto ao conceito de “desvantagem”, segundo a Organização Mundial de Saúde, ela refere-se à “condição social de prejuízo, sofrido por um dado indivíduo, resultante de uma deficiência ou de uma incapacidade que limita ou impede o desempenho de uma determinada atividade considerada normal para esse indivíduo, tendo em atenção, a idade, o sexo, e os fatores socioculturais” (OMS, 1989). As pessoas com deficiência ao estarem limitadas não conseguem desempenhar as atividades que a sociedade considera como normais da mesma forma das pessoas que são consideradas como “normais” e por isso faz com que as pessoas com deficiência estejam em desvantagem em relação às outras apenas por realizarem as atividades que são impostas pela sociedade de uma forma diferente, de uma forma especial própria de cada indivíduo que dentro das suas condições é aquela forma que encontram e que conseguem para viverem a sua vida de uma forma plena e se sentirem realizados e felizes. As desvantagens podem ser relativas à orientação, a independência (física e económica), a mobilidade e a capacidade de integração social (OMS, 1989).
A deficiência pode até comprometer alguma fase da resposta sexual, mas isso não impede a pessoa de ter sexualidade e de vivê-la prazerosamente. Na expressão do sexo normal e prazeroso há a necessidade de penetração vaginal e orgasmos. A prática sexual que não é completa com esses atributos é considerada menor, como o sexo oral ou a masturbação, por exemplo, mas pessoas de todo tipo se masturbam e se satisfazem com essa prática sexual. Outro conceito normativo comum é a ideia de que sexo é uma atividade espontânea, algo que vem naturalmente como o amor verdadeiro. Isso também afeta a todos que procuram a satisfação sexual a partir modelos idealizados e mediáticos, por exemplo, e temos dificuldades em reconhecer no cotidiano que o sexo inclui um aprendizado (BAER, 2019).
No caso de pessoas com deficiência que, muitas vezes, para as relações sexuais, precisam realizar o planeamento e as adequações do ambiente e isso torna-se um problema ainda maior porque nessas condições o sexo não será nunca espontâneo e isso, no entanto, não inviabiliza a possibilidade de sentimentos de prazer e satisfação sexual. Sentimo-nos atraídos sexual e afetivamente por certas pessoas, mas raras vezes essa atração contraria os gostos ou preconceitos de classe, “raça”, religião ou posição económico-social que limitam o rol dos que “merecem ser amados” (COSTA, 2018).
A própria sociedade dificulta a possibilidade de pessoas com deficiência de exercerem a sexualidade porque não disponibiliza igualmente para todas as oportunidades de privacidade, o que se torna uma barreira para muitas pessoas com deficiência para exercer uma sexualidade positiva, que é ainda mais evidente em instituições onde o controle e a vigilância não permitem a privacidade e o fato dela não existir conduz à ideia de que o sexo vai ser inexistente, perigoso ou dificultoso para essas pessoas. O modo preconceituoso com que a sociedade lida com a sexualidade de pessoas com deficiência tem a ver com a maneira pela qual, em geral, se trata das diferenças em relação aos padrões definidores de normalidade. Devido a esses padrões de comportamento, que não dizem respeito somente aos aspetos laborais e económicos, mas também aos aspetos afetivos e sexuais, construímos uma noção de sexualidade feliz que coloca em desvantagem aqueles que são diferentes, no caso, deficientes e que, de modo equivocado, são colocados de lado dessa possibilidade justificando-se a partir de crenças preconceituosas. (WEREBE, 2021).
2.3 FATORES QUE DIFICULTAM O DESENVOLVIMENTO DA SEXUALIDADE DO DEFICIENTE
2.3.1 A família (superproteção)
A família tem um papel fundamental na evolução de qualquer indivíduo, com o papel de ensinar, doutrinar, educar, preparar para a vida, servir de exemplo, dentre muitos outros papeis importantes, um deles é ajudar a sanar as dúvidas que surgem ao longo da vida sobre assuntos diversos, sendo um deles a sexualidade (BASTOS E DESLANDES, 2015).
Ainda para Bastos e Deslandes (2015) as dúvidas mais frequentes sobre a sexualidade, como um todo, costumam se iniciar junto com a puberdade, ou seja, ao adolescer. Quando essas dúvidas surgem em um indivíduo com alguma deficiência, seja ela qual for, a família tende a não sanar essas questões, por achar que o deficiente não está apto a desenvolver esse papel na sociedade. O adolescente com deficiência tende a ser infantilizado pela família, até como uma maneira de superproteção, por cuidado e até mesmo por despreparo desses pais para lidarem com esse assunto.
Transferir esse papel de informação sexual para outras pessoas é uma das formas mais fáceis de lidar com o assunto para uma parcela considerável dos pais, de forma geral, e isso não e diferente para os pais de pessoas com deficiência. Muitas vezes esse papel é passado para primos, irmãos mais velhos e amigos, sendo abordado pelos pais apenas temas como gravidez, doenças e o quanto uma dessas coisas na adolescência pode ser prejudicial para o desenvolvimento da vida adulta deste indivíduo (BEZERRA, PAGLIUCA; 2020).
Os pais costumam ter muita dificuldade de lidar com a sexualidade dos filhos com deficiência, não sabem como abordar o tema e, muitas das vezes acabam não tocando no assunto e/ ou não sanando as dúvidas dos filhos, isso ocorre devido ao fato dos pais acharem que os mesmos não podem levar uma vida sexualmente ativa, que não conseguiriam se relacionar de forma afetiva, e até por medo que os mesmos não possam desempenhar esse papel e com isso sejam magoados por terceiros, sendo assim torna-se mais fácil evitar o assunto, com a ideia de que se o tema não for abordado os filhos não conheceriam, e assim não sentiriam necessidade de entender ou conhecer a sexualidade como um todo. (VIEIRA, ALVES, 2020)
Com a deficiência o indivíduo acaba se tornando dependente da família e a família por sua vez acredita que esse indivíduo “adoecido” dependerá sempre dos mesmos. A partir desse ponto cria-se um estigma de que esse deficiente não tem capacidade e nem a necessidade de relacionar-se amorosamente, e que o mesmo não usará seu corpo como forma de prazer e expressão (SOARES, MOREIRA e MONTEIRO; 2018).
É percebido a partir da leitura dos artigos que os deficientes se sentem muito dependentes das famílias, que doutrinam os mesmos desde muito cedo para que pensem assim, e mesmo de forma implícita, demonstram achar que os filhos são seres assexuados e que não precisam de interações afetivo-sexuais. (MOURA e PEDRO, 2016; SOARES, et. al., 2016)
Mas em alguns casos, as famílias acabam entendendo que os filhos podem se relacionar amorosamente com outras pessoas. Para Luiz e Kubo (2017), a influência da família no aprendizado da sexualidade é algo muito importante, que atualmente é discutido com mais frequência e de forma menos vergonhosa. Sendo assim não é mais considerado um assunto proibido, mas ainda assim, tratado com cautela. Outra coisa observada pelos autores é que o nível socioeconômico da família, e consequentemente, dos deficientes, acabam se tornando um fator a ser considerado quando o assunto é a forma com que a família lida com esses assuntos, em seu estudo as famílias com maior poder aquisitivo obtiveram uma melhor reação a doutrinar os filhos sobre sexualidade.
2.3.2 Educação Sexual
Os deficientes são por vezes lesados em relação ao aprendizado voltado para a sexualidade e para o reconhecimento do seu corpo, tanto de forma biológica/ física, como de forma simbólica. A educação sexual que deveria ser iniciada em casa, muitas vezes é deixada de lado, por falta de interesse do paciente, por vergonha dos pais em abordarem determinado assunto, ou ainda por acharem que o adolescente ainda não está preparado para vivenciar sua sexualidade (ALMEIDA e CENTA 2019).
A educação sexual não serve apenas para ensinar sobre gravidez e transmissão de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s – são infecções que se propagam predominantemente através do contato sexual, incluindo sexo vaginal, anal e oral. Elas podem ser causadas por bactérias, vírus, parasitas ou fungos. Algumas ISTs também podem ser transmitidas por outras vias, como o contato com sangue contaminado, da mãe para o filho durante a gravidez, parto ou amamentação, e por meio de compartilhamento de agulhas ou outros instrumentos perfurocortantes) mas também serve como forma de auxiliar na autonomia do indivíduo como ser que tem desejos e que pode realizá-los. Com a deficiência, os adolescentes acabam não fazendo parte de um desenvolvimento igual ao dos demais e com isso acabam sendo negligenciados no início do desenvolvimento de sua sexualidade. No momento das descobertas desse novo universo, eles acabam não tendo a vivência do aprendizado que, na maioria das vezes, se inicia dentro de casa e mais para frente no ambiente escolar e na comunidade. Os pais, muitas vezes, por acreditarem erroneamente que os filhos não poderão viver um relacionamento e as experiências do sexo devido a sua deficiência, acabam não os instruindo de forma adequada, aparentemente com a ideia de que defenderão os mesmos de frustrações desnecessárias (VIEIRA, ALVES, 2020).
3. METODOLOGIA
A metodologia adotada para esta pesquisa é uma revisão de literatura abrangente com uma abordagem qualitativa, tem o objetivo que visa compreender os desafios na sexualidade de pessoas com deficiência física (motora) no Brasil. A partir disso, foi realizado um levantamento de estudos que abordavam esta temática. O processo envolveu atividades de busca, identificação, fichamento, mapeamento e análise, sendo realizada a leitura flutuante dos artigos selecionados, etapa de suma importância, pois apesar do uso dos descritores utilizado, muitos estudos não condiziam com o tema em questão.
A revisão bibliográfica, essencial no início deste estudo, constitui um ponto de partida sistemático, abrangendo diversas fontes confiáveis no campo da psicologia. Este levantamento bibliográfico exploratório teve a base teórica a partir de análise de material já publicado, como livros, artigos de periódicos e recursos online, indexados nas bases de dados da SCIELO (Scientific Eletronic Library Online), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e PePSIC (Periódicos Eletrônicos de Psicologia), entendidas como boa fonte de pesquisa pela grande quantidade de material disponível.
Os artigos científicos selecionados para fornecer dados ao estudo deveriam conter o texto original publicado em revistas científicas e estar acessíveis, na íntegra, nas referidas bases de dados na língua portuguesa, artigos completos. Foram excluídos artigos incompletos, indisponíveis, bem como teses, editoriais, dissertações e artigos em outra língua que não seja o português. Os critérios de inclusão para a seleção dos estudos foram artigos nacionais publicados no período de 2013 a 2023. Inicialmente, realizou-se um levantamento bibliográfico no qual se fez necessário a utilização de alguns descritores para verificar a frequência de produções relativas ao tema, sendo eles: “deficiência física”, “sexualidade” e “dificuldade enfrentada na sexualidade dos deficientes”
Assim, a combinação dessas abordagens – a revisão bibliográfica como fundamento teórico e a pesquisa qualitativa para uma compreensão mais profunda do objeto de estudo – proporciona uma metodologia robusta para compreender os desafios na sexualidade de pessoas com deficiência física (motora) no Brasil.
Segundo Cellard (2008), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.
A pesquisa qualitativa, de acordo com Lakatos (2003), se ocupa com um nível de realidade que não pode ou não deveria ser quantificado, isto é, trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes. Sendo esse aplicado na pesquisa que segue.
4. CONCLUSÃO
A partir dessa pesquisa constatou-se a grande incidência de estudos qualitativos, descritivos, que utilizam de entrevistas para investigar as concepções das pessoas com deficiência sobre sua sexualidade, além de seus responsáveis e educadores.
Para entender as considerações a respeito do objeto de estudo dessa pesquisa, nota-se nos diversos trabalhos estudos que caso das pessoas com deficiência intelectual, sua sexualidade ainda é relatada principalmente a partir da visão de outros. Esse grupo não é inteiramente legitimado a falar sobre a própria sexualidade, as outras pessoas ainda falam por elas, tanto seus professores/as quanto seus responsáveis. Já quem tem deficiência física é legitimado a falar sobre sua própria sexualidade. Em ambos os casos, os mitos da assexualidade das PCD se fazem visíveis, sendo que esses grupos vivem um eterno processo de desconstrução de preconceitos.
O modo preconceituoso com que a sociedade lida com a sexualidade de pessoas com deficiência tem a ver com a maneira pela qual, em geral, se trata das diferenças em relação aos padrões definidores de normalidade. Devido a esses padrões de comportamento, que não dizem respeito somente aos aspetos laborais e económicos, mas também aos aspetos afetivos e sexuais, construímos uma noção de sexualidade feliz que coloca em desvantagem aqueles que são diferentes, no caso, deficientes e que, de modo equivocado, são colocados de lado dessa possibilidade justificando-se a partir de crenças preconceituosas.
Novas pesquisas na área da sexualidade e da deficiência se fazem necessárias, tanto para colher mais relatos das pessoas com deficiência quanto para investigar grupos pouco estudados. Uma atenção profissional maior e o reconhecimento da sociedade de que estes indivíduos têm necessidades e desejo sexual constituem grande avanço. Enquanto a sociedade ainda engatinha nas discussões sobre a inclusão, a população com deficiência intelecto-motora caminha a passos largos em busca do direito a uma vida sexualmente ativa. Afinal, a sexualidade é a mais normal das características humanas, sentida de maneira idêntica por deficientes e não deficientes.
Esses desafios são agravados pela falta de educação sexual inclusiva nas escolas e pela escassez de profissionais de saúde treinados para lidar com as necessidades específicas das pessoas com deficiência física em relação à sua sexualidade. Como resultado, muitas pessoas com deficiência enfrentam dificuldades em desenvolver relacionamentos satisfatórios, explorar sua sexualidade de forma segura e receber apoio adequado para suas necessidades emocionais e físicas.
Para enfrentar esses desafios, é crucial promover a inclusão e a acessibilidade em todas as áreas da sociedade, incluindo a educação sexual, os serviços de saúde e os espaços íntimos. Isso requer a conscientização sobre as necessidades das pessoas com deficiência física em relação à sua sexualidade, bem como o desenvolvimento de políticas e programas que garantam seu direito fundamental à expressão sexual e ao apoio necessário para uma vida sexual saudável e satisfatória.
REFERÊNCIAS
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1*Gisele Rodrigues da Cruz. Graduanda em psicologia. E-mail: gika.cruz2@gmail.com.
²Givanildo Ferreira Bento. Graduanda em psicologia. E-mail: givanildofb8@gmail.com.
³Rayana de Moura Guimarães. Graduando em psicologia. E-mail: raymougui@gmail.com.
1**Hytalo Mangela de Sousa Faria. Professor orientador Esp. E-mail: trabalhospsi.uninassau@gmail.com.