REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202507302301
Izabel Cristina Lopes da Silva1
Fábio Coelho Pinto2
RESUMO
Este estudo teve como objetivo analisar a inclusão escolar no ensino fundamental, com ênfase na educação especial e na aprendizagem de língua estrangeira, considerada um dos maiores desafios sociais enfrentados pela educação no século XXI. Busca-se discutir a importância da educação especial como suporte ao processo de aprendizagem de alunos com deficiência, bem como sua contribuição para promover a inclusão e enfrentar os desafios impostos pelo ensino de línguas estrangeiras. Historicamente, alunos com deficiência foram marginalizados pela sociedade; no entanto, após décadas de lutas e reivindicações, a integração tornou-se uma prática presente nas escolas. Atualmente, vivencia-se uma nova realidade: a presença de alunos com deficiência nas salas de aula do ensino fundamental exige o apoio de educadores e a adoção de metodologias inclusivas, especialmente no ensino de língua estrangeira. A partir de uma abordagem teórica, esta pesquisa buscou apresentar propostas aplicadas ao contexto da língua estrangeira, com foco nas práticas pedagógicas dos docentes da educação especial no ensino fundamental. Foram analisadas as metodologias utilizadas, os resultados obtidos, as dificuldades enfrentadas e os desdobramentos teóricos sobre a inclusão. Conclui-se que os resultados deste estudo podem contribuir significativamente para minimizar erros recorrentes no processo de ensino por parte dos educadores, oferecendo subsídios teóricos e práticos aos profissionais da educação especial que atuam no ensino fundamental e desejam aprimorar a participação e o desempenho dos alunos na aprendizagem de línguas estrangeiras.
Palavras-Chaves: Ensino Fundamental. Educação especial. Inclusão Escolar. Língua Estrangeira.
1 INTRODUÇÃO
A inclusão escolar, por sua complexidade e abrangência, exige que o pesquisador se aprofunde em temas como a acessibilidade de crianças com deficiência, considerando a abordagem adotada no estudo. Ao reconhecer a educação como um direito fundamental, emerge a questão sobre os fatores que dificultam a permanência de alunos incluídos nas instituições escolares. Nesse sentido, é pertinente questionar se as barreiras enfrentadas por esses estudantes se assemelham às dificuldades vivenciadas por crianças com deficiência no ambiente escolar, apontando para causas estruturais, pedagógicas e sociais comuns.
Indaga-se sobre as causas que influenciam a prática educativa voltada para alunos com deficiência no contexto da diversidade atendida pela inclusão escolar. Essa reflexão propõe considerar fatores distintos daqueles comumente apontados como responsáveis pelas dificuldades de inclusão, conforme evidenciam dados de diversas pesquisas. Ao se analisar a educação no ensino fundamental, observa-se que os atores envolvidos no processo educacional, por vezes, não reconhecem plenamente as necessidades específicas das crianças com deficiência, o que compromete a efetividade das práticas inclusivas.
Discute-se, portanto, uma política de inclusão que parte da constatação do papel fundamental da pedagogia, indo além de concepções ideológicas que, por vezes, minimizam a importância da escola inclusiva. Essa discussão deve considerar não apenas os aspectos relacionados à diferença em relação à normatividade e às expectativas sociais, mas também as reais necessidades dos sujeitos que aprendem de forma diversa. Com base em diferentes autores, observa-se que, além dos desafios no ensino de língua estrangeira, aspectos como a evasão escolar e a dificuldade de permanência também cumprem um papel central na trajetória de crianças com deficiência na escola, exigindo ações mais concretas e comprometidas com a inclusão efetiva.
O objetivo deste estudo foi analisar a inclusão escolar no ensino fundamental, com ênfase na educação especial e na aprendizagem de língua estrangeira, considerada um dos maiores desafios sociais enfrentados pela educação no século XXI. Para isto, foram estudadas as relações e a política de inclusão conforme a Lei 13.146/15, ou seja, a lei brasileira de inclusão da pessoa com deficiência que se estabelecem entre os alunos com deficiência de diferentes níveis de compreensão da revisão de literatura caracterizadas como heterogêneas, para, ao conhecer melhor o assunto inclusive do ponto de vista de quem está aprendendo (BRASIL, 2021)
A partir da análise dessas variáveis, é possível compreender melhor a complexidade que envolve a premissa de respeito às desigualdades e, consequentemente, a responsabilidade do educador e o seu papel em atuar para minimizar os efeitos de política de inclusão que essas diferenças aumentam.
Para esta pesquisa tomou-se como base o estudo das relações que se estabelecem entre estudantes e professores de diferentes patamares de compreensão da inclusão como as influências dos alunos que sabem mais sobre os que sabem menos e fatores dificultadores da aprendizagem na língua estrangeira. São também apontadas algumas conclusões quanto à funcionalidade que o ensino inclusivo tem para as pessoas que desenvolvem na educação uma forma de crescimento, ou seja, a inclusão nas escolas. Além de analisar a heterogeneidade sob dois aspectos: a promoção das atividades que ampliam os objetivos dos professores na inclusão, além de facilitar a inclusão também das crianças neste contexto.
2 DEFINIÇÃO E PRINCÍPIOS DA INCLUSÃO ESCOLAR
A sociedade contemporânea tem experimentado transformações significativas em diversos setores, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento de mecanismos de inclusão no ambiente escolar. Nesse contexto, a inclusão tem se consolidado como um princípio fundamental tanto na esfera social quanto educacional, promovendo a abertura para novas formas de ensino. Essas mudanças têm enriquecido as alternativas de ensino e aprendizagem, possibilitando práticas pedagógicas mais acessíveis, equitativas e adaptadas à diversidade dos estudantes.
De acordo com Alonso (2022), a sociedade está pautada no conhecimento, sendo que as inclusões exercem um papel impactante, provocando mudanças na estrutura do trabalho. Sendo importante que as instituições de ensino estejam atentas para promoverem os ajustes necessários em seus modelos de ensino inclusivo. Como as tecnologias estão revolucionando a inclusão em constante processo de aprendizagem tornou-se uma condição indispensável, tanto com relação à língua estrangeira e as escolas extremamente concorrido, como na permanência em si.
A existência da inclusão escolar deve-se, essencialmente, à modernização dos meios de comunicação e ao fluxo constante de informações, que possibilitam uma maior interação e acesso para alunos com deficiência. Nesse contexto, o enfoque na deficiência orienta o desenvolvimento de práticas pedagógicas que também funcionam como processos contínuos de formação para garantir a acessibilidade exigida pela nova realidade educacional. Por meio dessa inclusão, busca-se assegurar que o acesso ao aprendizado esteja preparado para atender aos desafios enfrentados por alunos e crianças com deficiência.
A inclusão tem colocado recursos como a internet a serviço das escolas, tecnologias assistidas e outras atividades, sendo que a tendência é desenvolver uma nova cultura de educadores e nas instituições especiais que favoreçam a acessibilidade, lazer e inclusão. Destaca-se que a autonomia dos alunos com deficiência é o foco dessa modalidade de educação, onde eles são instigados a buscar, o processo de construção motora, sensorial e de conhecimento.
Para Santos (2021), o conhecimento da inclusão avança em proporções excepcionais, principalmente focada nas deficiências de crianças. Neste enfoque, o ambiente de aprendizagem ao inclusivo deve ter como finalidade promover a reflexão crítica. Por esta razão, é necessário dar a importância fundada aos aspectos da inclusão ainda no contexto do ensino da língua estrangeira.
Diversos estudos, como o de Xavier (2024), apontam aspectos sociais que se configuram como determinantes para a inclusão escolar, destacando inovações voltadas para crianças com deficiência, sem, contudo, eximir a responsabilidade da escola nesse processo. A responsabilização exclusiva dos alunos com deficiência pelo seu sucesso acadêmico, no contexto da inclusão, fundamenta-se em uma visão educacional que legitima a ideia de que o indivíduo é o principal agente de sua trajetória escolar. Essa perspectiva, porém, pode desconsiderar a importância dos programas, metodologias e do suporte pedagógico adaptado às necessidades específicas dos estudantes, que são fundamentais para promover uma inclusão efetiva.
Portanto, cabe aos educadores assumir a responsabilidade pela inclusão e encaminhar os alunos para os profissionais especializados quando necessário. Uma formação adequada dos estudantes é fundamental para a construção de uma sociedade mais inclusiva e justa. Em síntese, discutir a inclusão vai além de apontar culpados; trata-se de compreender os processos que levam alguns alunos a alcançar sucesso na aprendizagem, enquanto outros enfrentam dificuldades e histórias escolares não bem-sucedidas. É justamente essa realidade que deve ser analisada pelos educadores, com ênfase na participação ativa dos alunos com deficiência na vida escolar, visando à melhoria contínua do aprendizado dessas crianças.
A inclusão é um tema histórico nos debates sobre a educação pública brasileira e, infelizmente, ainda mantém grande relevância no cenário da educação inclusiva atual. Nesse contexto, as discussões frequentemente focalizam o papel da escola e dos educadores na vida das crianças com deficiência, destacando suas responsabilidades e desafios no processo de inclusão (Silva et al., 2021).
No que se refere à educação inclusiva, destaca-se a responsabilidade de orientar os alunos ao longo de seu percurso escolar. Contudo, observa-se que a educação especial ainda não tem alcançado plenamente todas as pessoas, tampouco garantido a conclusão de todos os níveis de escolaridade. De fato, a educação inclusiva tem conquistado cada vez mais espaço nas discussões no âmbito da educação fundamental, especialmente em estudos e movimentos científicos relacionados ao tema.
2.1 Educação Especial e Inclusiva no Ensino Fundamental
Ressalta-se a importância de ações que visam garantir aos estudantes o respeito aos direitos legais de estudar junto aos seus pares em escolas regulares. As necessidades desses alunos devem ser atendidas de forma mais efetiva, buscando minimizar os desafios que surgem nesse processo. A educação especial e inclusiva deve ser pautada não apenas no conhecimento técnico, mas também na revisão e adaptação das práticas pedagógicas, de modo a responder adequadamente às necessidades específicas de cada aluno.
A educação especial e inclusiva possibilita ao aluno um maior envolvimento no contexto do ensino fundamental, contribuindo para a efetivação dos direitos das crianças e do processo educacional como um todo. A presença de educadores qualificados é fundamental para que alunos com deficiência possam reconhecer suas dificuldades, prevenindo maiores conflitos e desgastes no ambiente escolar. Além disso, a educação especial deve ser aplicada considerando as necessidades específicas dos estudantes, alinhadas às normas vigentes, de modo a promover intervenções adequadas e eficazes (Capella, 2015).
Os resultados na educação especial indicam a necessidade de escolher as melhores estratégias para promover o desempenho escolar, além de abordar questões relacionadas ao processo normativo, que deve garantir a formulação de leis eficazes. Para Kuhnen (2017), a qualificação dos educadores é fundamental para a efetiva operacionalização do ensino para alunos com deficiência, embora haja imprecisões nos textos legais. Acredita-se que, mais do que a especialização, a formação continuada dos educadores é urgente para atender às necessidades educacionais de todos os estudantes no ensino regular.
A necessidade no contexto educacional, principalmente no tocante aos critérios, cumpriu as exigências para a conclusão desses níveis, mas ainda precisa passar para a prática em determinadas situações.
A inclusão de crianças com deficiência na escola regular foi impulsionada a partir da década de 1990, principalmente, pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei no. 9.394/96. Esta, em seu capítulo V, Art. 58, entende por educação especial “a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com necessidades especiais”.
Surgindo da preocupação em esclarecer a sociedade de forma geral, o estudo sobre inclusão busca ser acessível e de fácil compreensão. A inclusão é fundamental para garantir que todos tenham igualdade de oportunidades, sendo necessário transformar esse ideal em realidade concreta. As instituições devem refletir sobre suas atitudes, evitando postergar direitos e legislação, e implementar ações eficazes que assegurem a saúde e a educação das crianças incluídas no sistema escolar (Araújo, 2024).
Ressalta-se que a inclusão escolar não substitui o ensino fundamental, mas visa suprir as necessidades e atender às especificidades dos alunos com deficiência, complementando e/ou suplementando sua formação. Para isso, são oferecidos recursos adaptáveis que permitem a esses estudantes superar barreiras que dificultem sua aprendizagem. Conforme o artigo 58 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o Atendimento Educacional Especializado pode ser realizado em classes, escolas ou serviços especializados sempre que a integração do aluno em classe comum do ensino fundamental não for possível, em razão de suas condições específicas (Carvalho et al., 2016).
A inclusão escolar oferece aos alunos com necessidades educacionais especiais materiais didáticos e pedagógicos acessíveis e adaptados, mobiliários e equipamentos específicos, espaços adequados, além de sistemas de informação e comunicação, transporte e outros serviços essenciais para garantir sua plena participação no ambiente escolar.
2.2 Ensino da Língua Estrangeira
Para Baptista (2019), na escola especial e inclusiva, a valorização da língua desempenha um papel fundamental, ampliando a função da educação fundamental como suporte aos alunos com deficiência. Essa valorização visa promover a participação plena de todos os estudantes, alinhada às disposições legais que reconhecem a importância dos valores sociais na educação inclusiva.
Pode-se salientar que as características da escola especial não devem ser consideradas totalmente ultrapassadas no que tange às melhorias no aprendizado de língua estrangeira. Apesar das dificuldades enfrentadas, a educação deve se fundamentar nos princípios de igualdade e direitos dos alunos inclusivos, visando à construção de um futuro melhor, o que constitui uma premissa essencial para a liberdade no ensino fundamental.
É fundamental que o ensino da língua estrangeira ocorra na própria escola fundamental onde o aluno está matriculado. Essa prática facilita a comunicação e a integração entre os professores, permitindo uma melhor compreensão das dificuldades e dos avanços dos alunos inclusivos. Além disso, para o próprio aluno com necessidades especiais, quanto maior o contato com o ambiente escolar, maiores são as chances de desenvolver seu potencial na aprendizagem da língua.
Para Zerbatoi (2021), no que diz respeito à aprendizagem da língua estrangeira, a integração e inclusão escolar funcionam como complementos fundamentais ao ensino na escola fundamental, auxiliando alunos com deficiência a superar as dificuldades que possam encontrar nas salas de aula.
A importância do professor torna-se evidente diante das vulnerabilidades relacionadas ao acesso e aos desafios da educação inclusiva, especialmente no ensino da língua estrangeira, que ocorre em diversos contextos escolares. Ao abordar as necessidades educacionais e o papel da escola especial e inclusiva, é fundamental também enfatizar a capacitação dos educadores, proporcionando-lhes oportunidades de aprimoramento profissional que possam contribuir para a melhoria do magistério e, consequentemente, para a qualidade da inclusão. As expectativas da escola especial e inclusiva na sua plenitude podem influenciar as pessoas a se comportar conforme interesse de desenvolver uma melhoria na língua estrangeira (Kassar et al, 2019)
Na escola especial e inclusiva, tanto professores quanto alunos promovem e favorecem uma maior integração com a língua estrangeira. Observa-se, entretanto, que, embora os professores identifiquem as principais dificuldades dos alunos e busquem desenvolver programas que despertem seu interesse e participação nas atividades, ainda há carências significativas na adaptação das práticas pedagógicas para o contexto da inclusão.
Assim, a presença dedicada do professor nas escolas promove uma formação que favorece a troca de ideias durante as aulas e, ao mesmo tempo, fortalece as relações entre os alunos com necessidades especiais, incentivando sua maior participação nas atividades (Manzini, 2018).
A educação para alunos com necessidades especiais, por meio de treinamentos e cursos específicos, deve minimizar as dificuldades no aprendizado da língua, considerando a necessidade de tempo para a atualização em novas metodologias, que vão além das atividades escolares. A língua é um espaço de construção que possibilita um futuro mais real e digno, especialmente na leitura. No contexto da educação especial e inclusiva, os alunos demonstram que essa prática está intrinsecamente ligada à realidade social, sendo a família um fator determinante para a continuidade dos estudos. Neste contexto, os professores apontam a necessidade de aprimorar a língua estrangeira e minimizarem os sofrimentos causados por várias situações, inclusive à inclusão do aluno com deficiência no aprendizado de uma língua que diferente da materna.
3 METODOLOGIA
No que se refere ao que se propõe no estudo, a revisão bibliográfica foi conduzida sob a abordagem qualitativa, caracterizada como uma análise comparativa, pois busca comparar dois ou mais objetos, processos, documentos ou conjuntos de dados. O objetivo principal foi obter explicações válidas para as semelhanças e diferenças observadas entre esses elementos.
Além disso, esta pesquisa realizou uma revisão bibliográfica a partir da seleção criteriosa de obras provenientes de um amplo acervo literário, incluindo revistas, livros, teses, dissertações, jornais, vídeos, diários, obras científicas e técnicas, cartas, memorandos, relatórios e outros documentos que asseguram a confiabilidade das informações analisadas (Severino, 2014).
Para aprofundar a análise dos dados, ressalta-se a questão central da inclusão neste contexto. No âmbito educacional, os professores, por meio de seus conhecimentos teóricos, evidenciam as dificuldades encontradas para o ensino e aprimoramento do aprendizado da língua estrangeira, problemática que também afeta os alunos das escolas especiais. Baseando-se nas reflexões propostas por Lakatos e Marconi (2023) sobre os objetivos da metodologia de estudo bibliográfico, destacou-se no cerne da literatura sobre educação especial e inclusiva os seguintes pontos:
- Oferecer conteúdo literário inclusivo, com ênfase em leituras e textos específicos;
- Incorporar cenários que façam parte da realidade do aluno inclusivo, servindo como apoio às atividades e teorias relacionadas ao ensino da língua estrangeira.
Nesse contexto, é importante compreender as dificuldades que os professores, com foco no ensino da língua estrangeira, podem enfrentar ao utilizar adequadamente as funcionalidades e atribuições das escolas especiais e inclusivas.
O tratamento dos dados foi realizado por meio de uma revisão sistemática da literatura, abrangendo o período de 2016 a 2024. A busca foi realizada utilizando palavras-chave como “educação inclusiva”, “ensino especial” e “língua estrangeira”. Foram consultadas bases de dados relevantes, como SciELO, Google Acadêmico e Periódicos CAPES, o que facilitou a localização de materiais pertinentes. Conforme Severino (2014), a revisão de literatura é fundamental para identificar lacunas no conhecimento e construir uma base sólida para a investigação.
A base de dados adotou o método de análise de conteúdo, conforme o período histórico até os dias atuais, segundo Lakatos e Marconi (2023). Esse método permite interpretar as informações coletadas, evidenciando os aspectos mais significativos relacionados ao objeto de estudo. A organização dos resultados foi apresentada de forma sintética e buscou as contribuições para o ensino da língua estrangeira no contexto da educação especial e inclusiva.
O levantamento se estabeleceu a partir de um levantamento sobre as práticas pedagógicas voltadas a inclusão de alunos com deficiência nas aulas de língua estrangeira. De modo que, procurou-se fazer um detalhamento de cada etapa desse caso para que se observassem as dificuldades aos autores pesquisados em se tratando de educação especial e inclusiva.
Severino (2014) destaca que a investigação qualitativa se caracteriza pelo trabalho com atitudes, considerando a complexidade dos fatos teóricos para compreender fenômenos que são, por natureza, complexos. Ao serem estruturados a partir de categorias de análise: Inclusão Escolar e Língua Estrangeira, foi possível apresentar a síntese e análise dos resultados dos levantamentos realizados.
4 ANÁLISE DE RESULTADOS
Observou-se, a partir das literaturas consultadas (Bezerra, 2020; Zerbato, 2021; Silva et. al., 2021; Mantoan et. al., 2023), que, embora os professores reconheçam que a forma como abordam os conteúdos desperta o interesse dos estudantes e estimula sua participação nas atividades escolares, ainda é necessário que a escola reflita e redimensione suas práticas pedagógicas. Essa necessidade é particularmente evidente no que se refere ao envolvimento dos docentes com o ensino da língua estrangeira no contexto da educação especial e inclusiva.
Aos professores que já atuam no magistério, devem ser oferecidas oportunidades de formação continuada com foco no ensino de língua estrangeira, visando à capacitação para a prática da educação inclusiva e à atuação diante da diversidade nas Salas de Recursos Multifuncionais. Além disso, essa formação deve auxiliar os docentes na resolução de desafios cotidianos relacionados ao ensino da língua para alunos com deficiência, especialmente no que se refere à abordagem da literatura na referida modalidade (Glat, 2018).
No entanto, as atribuições dos professores no ensino de língua estrangeira vão além das responsabilidades técnicas. É essencial, acima de tudo, que o docente adote uma postura humana, demonstrando sensibilidade para reconhecer as potencialidades de cada aluno com deficiência. Compreender que cada indivíduo possui uma forma única de aprender é fundamental para o sucesso da educação inclusiva.
Ainda a partir das literaturas analisadas, identificou-se como recorrente a preocupação com o comportamento dos professores frente aos principais fatores que envolvem a inclusão escolar. Esses fatores influenciam diretamente a forma como os docentes avaliam os processos educacionais na escola. Os dados evidenciaram elementos que incentivam a prática inclusiva no ambiente escolar, destacando a relação entre professores e alunos com deficiência, bem como a avaliação da qualidade do ensino de língua estrangeira nesse contexto.
O estudo de Mantoan (et. al., 2023) apresentou a perspectiva dos educadores que atuam com inclusão, destacando que o acompanhamento nas escolas especiais e inclusivas, aliado às estratégias pedagógicas empregadas, contribuiu significativamente para uma maior participação dos envolvidos no processo educativo. Parte-se do princípio de que promover a interação entre os profissionais dessas instituições é essencial para a consolidação de práticas realmente inclusivas. Além disso, torna-se imprescindível que as escolas especiais desenvolvam um planejamento estratégico voltado ao atendimento das demandas inclusivas, com especial atenção à presença, permanência e desenvolvimento dos alunos no ensino de língua estrangeira.
Assim, o impacto da inclusão no processo de aprendizagem está diretamente relacionado a aplicação efetiva do que está disposto na Política Nacional de Educação na Perspectiva da Educação Inclusiva, que foi elaborada com base no princípio de que cada aluno deve ter a oportunidade de aprender a partir de suas próprias capacidades. Nessa perspectiva, o conhecimento deve ser construído de forma acessível e sem barreiras. No entanto, observa-se que, mesmo com avanços, a inclusão ainda pode resultar na promoção de alguns alunos em detrimento de outros, contribuindo, em certos casos, para a marginalização de parte dos estudantes no ambiente escolar.
A compreensão do impacto da inclusão na Educação Especial, nessa perspectiva, está relacionada à necessidade de transformação das práticas da escola comum. Trata-se de uma mudança na lógica tradicional do processo de escolarização, de modo a acolher alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades. Essa abordagem pressupõe uma escola que não exclui, mas que se adapta para atender à diversidade dos estudantes, superando o perfil institucional idealizado e promovendo a equidade no acesso e na permanência escolar (Silva et al., 2021).
Para Ferreira e Mantai (2024), é um privilégio dispor de oportunidades para aperfeiçoar habilidades, especialmente no desenvolvimento da flexibilidade necessária para enfrentar os desafios de apoiar alunos com dificuldades escolares. Com compromisso e coragem para assumir os riscos inerentes à prática inclusiva, os educadores desenvolvem competências que promovem um ambiente em que todos possam estar efetivamente incluídos. Enfim, a inclusão configura-se como uma troca constante de aprendizagem, um contexto em que o respeito e a cumplicidade são fundamentais para transformar dificuldades em oportunidades de reconhecimento e desenvolvimento das capacidades dos alunos na educação especial e inclusiva.
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Ao longo da análise dados foram abordados aspectos essenciais relacionados à inclusão e à educação especial, entre outros, evidenciando a coexistência de posturas diversas nas práticas pedagógicas pertinentes ao tema. Inicialmente, destaca-se a importância da familiarização dos profissionais com informações sobre a condição dos alunos inclusivos, bem como a necessidade urgente de formação específica para capacitar professores a atenderem adequadamente alunos com deficiência e a lidarem com as complexidades dessa problemática.
O estudo realizado Bezerra (2020) aponta possíveis estratégias para assegurar o processo de inclusão dos alunos com deficiência nas aulas de língua estrangeira. Por isso serviu de suporte à pesquisa, pois, embora tenha adotado precauções para não expor os atributos de forma explícita, ainda assim foi possível identificar respostas variadas que contribuem para a análise da condição da educação especial e inclusiva no aprendizado dos alunos com deficiência.
O debate de Mantoan et al. (2023) evidenciou a importância de uma relação estreita entre aluno especial e professor, destacando a necessidade desse entrosamento para garantir uma aprendizagem contínua e efetiva para os alunos inclusivos. Além disso, a colaboração dos pais com as propostas da escola, especialmente quando estas são contextualizadas com a comunidade, contribui significativamente para o bom desenvolvimento nas escolas especiais e inclusivas.
A hierarquização da Educação Especial inclusiva abrange todos os níveis, etapas e modalidades de ensino, sem substituí-los, oferecendo aos alunos estratégias de acessibilidade ao ambiente escolar e aos conteúdos pedagógicos. Nesse sentido, conforme Xavier (2024), a Educação Especial deixa de ser um sistema paralelo com níveis e etapas próprios, passando a ser fundamental que a escola identifique precocemente dificuldades de aprendizagem, como problemas de comportamento, falta de memória e concentração, para garantir o suporte adequado.
Assim, em comparação com estudos anteriores, como o de Zerbato (2021), destaca-se a importância da avaliação psicopedagógica no processo inclusivo. Quando identificada a necessidade de intervenção por profissionais da área da saúde, o encaminhamento adequado é realizado, dando início ao tratamento inclusivo conforme previsto.
A consequência do processo de inclusão social evidencia os efeitos dos problemas de aprendizagem, ressaltando a necessidade da atuação constante do educador e do planejamento institucional para apoiar o trabalho em sala de aula. Segundo Alonso (2022), o professor diagnostica o sistema escolar e cria condições para resolver os problemas que comprometem o processo de aprendizagem. De fato, a atuação do educador na escola inclusiva exige características básicas específicas, pois somente uma escola qualificada para inclusão pode transformar a realidade do aluno especial, com ênfase na construção do conhecimento.
É importante destacar que alunos com deficiência requerem atenção diferenciada, pois muitas apresentam algum tipo de deficiência, tornando fundamental o estímulo ativo ao seu desenvolvimento. Nesse sentido, merece destaque a necessidade de um monitoramento educacional contínuo, visando favorecer o desenvolvimento cognitivo e mental, além de promover uma melhor qualidade e duração de vida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Verificou-se que a inclusão não é um problema restrito a algumas unidades escolares, mas sim uma questão nacional que ocupa papel relevante nas pesquisas educacionais, especialmente no ensino de língua estrangeira no Brasil. Ainda persistem condições precárias de apoio às crianças com deficiência, o que evidencia a necessidade de avanços.
Neste estudo, ao responder ao objetivo geral, destaca-se como a escola recebe e atua sobre os diferentes segmentos da sociedade em relação à inclusão. Ressalta-se a responsabilidade no ensino da língua estrangeira, que reflete características das escolas especiais, as quais precisam de comprometimento e interação efetiva com as crianças com deficiência.
Importante destacar que este estudo evidenciou que as escolas têm sido estimuladas a utilizar tecnologias assistivas e inovações, como brinquedos adaptados, fortalecendo a inclusão como um instrumento fundamental para a manutenção das escolas especiais. A inclusão também se relaciona às expectativas em relação aos comportamentos dos alunos, pois estudos indicam que os estudantes tendem a agir conforme as expectativas que são colocadas sobre eles.
Respondendo à problemática, observa-se que aspectos essenciais da educação para alunos com deficiência, como inclusão e práticas pedagógicas específicas, coexistem em diferentes ações pertinentes ao tema. Para a efetiva aprendizagem desses alunos, é fundamental o acesso a informações sobre suas condições específicas e a formação adequada dos educadores para lidar com essas demandas.
No contexto da escola fundamental, destaca-se que os conhecimentos educacionais voltados aos alunos com deficiência, especialmente nas escolas públicas, refletem a cultura atual de mudanças e avanços para esse público, impactando diretamente as práticas educativas.
Em conclusão, o presente trabalho, constatou que a educação especial e inclusiva para alunos com deficiência é um tema de grande relevância, que vem ganhando cada vez mais espaço nas discussões educacionais. Fica evidente que a escola fundamental precisa estar preparada para atender às diferenças inerentes às condições humanas, promovendo um ensino que respeite essas particularidades.
A especialidade no ensino da língua estrangeira merece atenção especial, pois ainda representa um desafio que demanda ações efetivas e contínuas para garantir a inclusão plena desses alunos. Assim, a pesquisa permitiu concluir que a transformação das atitudes em relação à inclusão escolar, envolvendo a adequação das escolas, a formação qualificada dos professores e a disponibilização de recursos e acervos específicos para os alunos inclusivos, é fundamental para o sucesso do processo educacional.
É imprescindível que a escola ofereça aos alunos com deficiência condições dignas e suficientes para seu aprendizado, permitindo o desenvolvimento de um trabalho eficaz. Para que isso se concretize, é necessário que haja justiça e mecanismos que assegurem o cumprimento dos dispositivos previstos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Contudo, a responsabilidade não pode recair apenas sobre as leis, mas deve ser assumida pela comunidade escolar, que precisa acreditar na possibilidade de mudança, iniciando desde a valorização do ensino da língua estrangeira até a transformação do comportamento dos educadores.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALONSO, Monserrat Alonso et al. A Educação Inclusiva e a formação continuada docente. Humanidades & Inovação, v. 9, n. 13, p. 33-45, 2022
ARAÚJO, Carlos Roberto Silva de. Navegando os desafios da inclusão escolar no brasil: insights de professores sobre formação, família, atuação multidisciplinar e acessibilidades. CAMINHOS DA EDUCAÇÃO diálogos culturas e diversidades, [S. l.], v. 6, n. 1, p. 01–20, 2024
BAPTISTA, C. R. Política pública. Educação especial e escolarização no Brasil. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 45, e217423, 2019
BEZERRA, G. F. (2020). A Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva: a problemática do profissional de apoio à inclusão escolar como um de seus efeitos. Revista Brasileira de Educação Especial, 26(4), 673-688
CARVALHO, Alexandre Freitas; COELHO, Vitor Antonio Cerignoni; TOLOCKA, Rute Estanislava. Professores de educação infantil e temas sobre inclusão de crianças com deficiência no ensino regular. Educação e Pesquisa, v. 42, p. 713-726, 2016
CAPELLA, A. C. N. Análise de políticas públicas: da técnica às idéias public policy analysis. Revista Agenda Política, São Carlos, v. 3, n. 2, p. 239-258, 2015.
FERREIRA COELHO, Darci; MANTAI VON-RONDON COELHO, Ana Cristina. Educação inclusiva na perspectiva dos desafios docentes em sala de aula e formação continuada. Revista Sociedade Científica, [S. l.], v. 7, n. 1, p. 3828–3854, 2024
FERREIRA, F. Educação Inclusiva: quais os pilares e o que a escola precisa fazer. PROESC. 2018. Disponível em: <https://www.proesc.com/blog/educacao-inclusiva-o-que-a- escolaprecisa-fazer>. Acesso em 15 de jun de 2024.
GLAT, Rosana. Desconstruindo representações sociais: por uma cultura de colaboração para inclusão escolar. Revista Brasileira de Educação Especial, v. 24, p. 9-20, 2018
KASSAR, M. C. M.; REBELO, A. S.; OLIVEIRA, R. T. C. Embates e disputas na política nacional de Educação Especial brasileira. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 45, e217170, 2019
KUHNEN, R. T. A concepção de deficiência na Política de Educação Especial Brasileira (1973-2016). Revista Brasileira de Educação Especial, Bauru, v. 23, n. 3, p. 329-334, 2017
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003
MANTOAN, Maria Teresa Eglér; PRIETO, Rosângela Gavioli; ARANTES, Valéria Amorim. Inclusão escolar: pontos e contrapontos. Summus editorial, 2023
MANZINI, E. J. Política de Educação Especial: considerações sobre público-alvo, formação de professores e financiamento. Revista on Line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 22, n. 2, p. 810-824, 2018.
SANTOS, Sebastiana, Gama. Desafios para a Educação Inclusiva: paradigmas educacionais no contexto da educação especial. Revista Triângulo, v. 14, n. 2, p. 114-132, 2021
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23 ª edição. São Paulo: Cortez, 2014.
SILVA, Gemma Galganni Pacheco; RAIKA, Márcia; LIMA, Silva. A nova política nacional de educação especial (2020) e a desconstrução de uma proposta educacional inclusiva: Os impactos conceituais e estruturais no processo de inclusão do aluno público-alvo da Educação Especial. Revista Teias de Conhecimento, p. 139-160, 2021.
XAVIER, Fabiano Pedro; FRÓES, Ângelo Ribeiro. Os Desafios do Professor na Inserção da Educação Inclusiva na Rede Pública de Ensino. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 10, n. 1, p. 68-83, 2024.
ZERBATO, A. P., Vilaronga, C. A. R., & Santos, J. R. (2021). Atendimento educacional especializado nos institutos federais: reflexões sobre a atuação do professor de Educação Especial. Revista Brasileira de Educação Especial, 27, 319-336.
1 Licenciada em Letras Habilitação em Língua Inglesa – UFPA, Pós-Graduada em Ensino da Língua Inglesa – ESMAC, Mestranda do Curso de Ciências da Educação – FICS, e-mail: profcris20tina@gmail.com
2 Doutor em Ciências da Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Educação da Faculdade Interamericana de Ciências Sociais – FICS; Mestre em Educação e Cultural pelo Programa de Pós-Graduação em Educação e Cultura pela Universidade Federal do Pará – UFPA; Mestre em Ciências da Educação – FICS; Especialista em Gestão e Planejamento da Educação – UFPA; Especialista em Gestão Financeira e de Projetos Sociais – Faculdade de Patrocinio – FAP; Graduado em pedagogia – UFPA; Graduado em Letras Habilitação em Língua Inglesa – UFPA; Graduado em Sociologia – UNIASSELVI; Acadêmico de Direito pela Faculdade Estratego. E-mail: profphabiopinto@gmail.com. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-7169-2716.