THE POWER OF THE ENVIRONMENT IN HUMAN DEVELOPMENT: REFLECTIONS OF ON EDUCATOR
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202505081657
Fernanda Cristina Garcia Salgado de Almeida
Resumo
O artigo aborda a importância do ambiente e das interações sociais no desenvolvimento humano, especialmente na infância e adolescência. A autora compartilha sua trajetória na educação, e como a influência do meio contribuiu de forma significativa. Com embasamento em teorias de Jean Piaget, Paulo Freire, Emília Ferrero entre outros. O Texto defende a formação de um sujeito está diretamente ligada ao meio em que se constrói relações. Um exemplo citado, extraído da revista Veja, compara o comportamento agressivo de jovens elefantes órfãos à realidade humana, mostrando como a ausência de orientação pode comprometer o desenvolvimento emocional e social. Reforçando os professores, orientadores e responsáveis e suas importantes ações como mediadores nesse processo, promovendo um ambiente educativo que favoreçam o protagonismo infantil, a reflexão e a construção do conhecimento. O artigo propõe práticas pedagógicas centradas na escuta ativa, no planejamento intencional e na valorização da diversidade, defendendo uma educação ética, afetiva e inclusiva desde dos anos iniciais.
Palavras chaves: Desenvolvimento, protagonismo, sujeito, professores, ambiente
Introdução:
O artigo é um pequeno recorte de uma trajetória profissional, Jean Piaget, um cientista suíço, em um dos seus conceitos que perpassa até os dias de hoje, declara a sua ideia sobre o sujeito epistêmico. Cuja as características ainda segundo o autor, nos conferem as capacidades mentais de construir relações, tais relações me ajudaram a trilhar esse percurso pela Educação.
Uma criança cresce na periferia de Belo Horizonte (BH), seus pais ainda muito jovens e com pouca formação, sempre incentivaram seus estudos. Nesse período, quando criança brincava de lecionar com suas irmãs e primas, sendo a mais velha, também ensinava os deveres de casa. Na escola, as professoras faziam pequenos grupos de estudos e solicitavam que pudesse ajudar os colegas. Claro, o prazer em ensinar/aprender só cresceu, quando ingressou no magistério, já havia despertado o interesse em atuar na área da educação, o que foi consolidado em sua formação no ano 2000. No fim do ano seguinte, era aprovada no curso de graduação em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUCMINAS).
Ao começar a trabalhar em uma escola onde atuava como alfabetizadora em um turno, e no outro lecionava português para os alunos do fundamental. E lá obteve o prazer de receber uma formação continuada para professores, uma consultoria que ainda perpetua em seus objetos de estudos. Focando o trabalho na educação Infantil, tendo a perspectiva na valorização da diversidade, que atendesse uma pedagogia que permita a escuta para as crianças exercerem o seu papel principal no protagonismo. Visando a Educação Infantil como uma etapa educacional que garanta o “Educar Cuidando e Cuidar Educando”, conforme descrito em “Desafios da Formação I” da PBH, como princípio intrínseco em toda a formação das crianças pequenas.
Fundamentação Teórica:
Os impactos do meio
Você acredita que em qualquer sociedade os adolescentes tendem a se tornar agressivos? Quais seriam as causas da agressividade? O recorte da reportagem abaixo, foi publicada na revista VEJA, fala de um grupo de delinquentes que tem preocupado alguns especialistas.
Pais Ausentes
“A delinquência juvenil assumiu proporções gigantescas na África do Sul – seus rebeldes sem causa podem pesar mais de 5 toneladas e ter cerca de 3 metros de altura. Não, não se está falando de uma nova tribo de adolescentes humanos super vitaminados, mas de elefantes. De uns tempos pra cá, grupos de jovens proboscídeos passaram a atacar rinocerontes brancos em vários parques nacionais. O método obedece a um padrão, por assim dizer, serial: depois de derrubar o cascudo de chifre no nariz, os elefantes ajoelham-se sobre a vítima e enterram as presas em seu corpo.”
“(…)Por que esses jovens andam tão revoltados? A resposta mais provável poderia figurar num manual de psicologia: porque vêm de lares desfeitos e cresceram sem a orientação e o controle de adultos experientes.”
“(…)Os bandos que arrepiam as savanas são formados por animais retirados quando filhotes do maior parque da África do sul, o Kruger. Seus pais foram mortos para evitar o desequilíbrio ecológico representado pelo excesso de elefantes e, em seguida, os órfãos viram-se transferidos para restabelecer a população de outras reservas. Como os elefantes vivem em bandos unidos nos quais os mais velhos ocupam o papel de educadores e existe hierarquia bem definida, a operação acabou provocando danos psicológicos – talvez irreparáveis – nos adolescentes rebeldes. “Ninguém os ensinou a ser bons cidadãos”, disse a VEJA, mantendo a analogia com os humanos.” (VARELLA, 1997)
Por que ressaltar essa reportagem? Ao iniciar esse artigo, observa-se sobre o “sujeito epistêmico”, fazendo uma analogia a história descritiva nesse texto, pontuando o privilégio de ter uma base familiar ou um orientador com embasamento em valores importantes para a formação humana. Se esses animais da reportagem tivessem a orientação de um animal experiente, um mentor no grupo, nada desse desiquilíbrio ocorreria. Trata-se de um artigo baseado na importância das formações dos seres humanos e os ambientes que estão intrinsicamente interligados para ser desenvolver em todos os aspectos, tanto emocional, como cognitivo e afetivo. Lembrando que os professores podem e devem ser instrumentos de orientação no ato de criar hábitos de uma vida social e ética sendo que tens na prática educativa o ato de potencializar o papel essencial e crucial para formação acadêmica e de caráter dos alunos.
Metodologia:
Jean-Jacques Rousseau, foi um filósofo, que acreditava que os homens nasciam bons, e que a sociedade é os que corrompiam. Sendo assim, professores, orientadores, educadores, pais e responsáveis tens como contribuir para o desenvolvimento das capacidades mentais de construir relações, tais relações ajudarão no decorrer deste percurso pela Educação dos alunos. No livro “A Pedagogia do Oprimido” (2001b), Paulo Freire propõe uma explicação da importância e necessidade de uma pedagogia dialógica, liberdade do oprimido, o livro propõe uma nova forma de relacionamento entre professor, estudante e sociedade. Observa-se a base da Educação Infantil, como viés estrutural da formação humana, e que possa ficar evidente aos professores o que Paulo Freire também dialoga em seu livro “A Pedagogia da Autonomia”, (1996) “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”.
Ferreiro, em sua obra “Psicogênese da Língua Escrita” (1986) enaltece que, “…A minha contribuição foi encontrar uma explicação segundo a qual, por trás da mão que pega o lápis, dos olhos que olham, dos ouvidos que escutam, há uma criança que pensa. Nesse sentido, os educadores devem ter um olhar criterioso e observador que enxerga a criança em formação como sujeito, sujeito esse que tem uma história, que podemos participar para construção. Nesse processo de aprendizagem o ambiente também exerce seu papel, pois, o sujeito que nós conhecemos faz parte de um determinado grupo, social e cultural. Segundo a perspectiva de Magda Soares (2003), o construtivismo trouxe importantes e diferentes contribuições para o desenvolvimento, alfabetização e letramento das crianças. Pois valoriza o letramento através das significações vividas em sociedade.
Telma Weisz, consultora do Ministério da Educação e autora da tese doutorado orientada por Emília Ferreiro enfatiza: “Não é porque o aluno participa de forma direta da construção do seu conhecimento que o professor não precisa ensiná-lo”. Assim sendo, ressalta-se a importância dos professores, em organizar atividades e planejá-las de forma que favoreçam a reflexão do aluno sobre a leitura e escrita, porque é pensando que este aluno aprende, isso é o desafio da prática. “A formação dos seres humanos está inerentemente relacionada às interações sociais que estabelecem ao longo da vida”, livro Preposições curriculares para Educação Infantil, prefeitura de Belo Horizonte.Essa formação nos remete aos pensamentos dos filósofos citados neste trabalho. Acredita-se que devemos estar atentos aos conhecimentos que estão sendo construídos nas práticas pedagógicas e nas instituições garantindo uma formação em meio aos profissionais. Incentivando a busca que garanta as práticas de avaliações construtivista, tendo o aluno como sujeito central, não se esquecendo de oferecer o que temos de mais rico, o ato da leitura.
Intervenções indicativas/Conclusão:
Será necessário desde o início reconhecer o fato de que o trabalho pedagógico é uma atividade interacional ou relacional, ou seja, ele se realiza com base e em frente a um conjunto de interações pessoais entre professor e os alunos, pois são relações humanas que se efetivam na e em função da sala de aula.
Demonstrar ao docente e educadores, a importância do planejamento, e organização dos espaços, tais como:
- Pautar nas experiências que propicia às crianças;
- Planejar e organizar materiais e ambientes;
- Organizar as diversas maneiras de planejar a rotina;
- Oportunizar os diferentes portadores textuais;
- Propor situações que envolvam os conceitos de matemática, dos movimentos sensoriais, do conhecimento social.
- Favorecer o agrupamento dos alunos em (grandes grupos, pequenos grupos, em pares, em relação individual com o professor, com ou sem a interferência do educador…);
- Direcionar as experiências diante dos interesses e propostas dos pequenos;
- Conhecer o meio ambiente, perceber e respeitar a diversidade;
- Desafiar os alunos em seus níveis de desenvolvimento; E muitas outras situações, habilidades e valores.
Sob o primado desse artigo, a prática pedagógica parte da interação com as crianças, com o universo infantil e social dos pequenos. Na interação entre aluno/professor/orientador no cotidiano e nos desafios propostos e ao refletir sobre as ações pedagógicas. Como mediador, como momento certo de intervir, formular perguntas questionadoras que estimulem e os deixem cada vez mais confiantes. Crianças aprendem experimentando, elas precisam viver de corpo e alma as situações para construir seus aprendizados. Em um paradigma educacional que permite a construção de argumentos na formação dos sujeitos, com a qualidade do processo de ensino/aprendizagem com inserção mais atuante na sociedade, oportunizando assumir papéis que não fiquem a marginalização social.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SOARES, Magda. Letramento e alfabetização: as muitas facetas. 2003. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/rbedu, n. 25, p. n25a01, 2016.
FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana; LICHTENSTEIN, Diana Myriam. Psicogênese da língua escrita. Artes Médicas, 1986.
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PIAGET Jean, Epistemologia genética. Ed. Martins Fontes, 2012.
RAMOZZI CHIAROTTINO, Zélia. Psicologia e epistemologia genética de Jean Piaget. In: Psicologia e epistemologia genética de Jean Piaget. 1988.
VARELLA Flávia, Pais Ausentes, Revista Veja, São Paulo, p. 91, 15 out. 1997.