REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11212451
Marilene José1
Cícero Ridalro Gonçalo de Melo2
Deusemar Pereira Vanderlei3
Lais Maria Medeiros de Albuquerque Machado4
Rejanea Ferreira Tavares Costa5
Kevny Soares Porto6
Alessandra de Sousa Porto7
Flávio Facha Gaspar8
Carla Angelica de Carvalho Silveira9
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo estudar a relevância e o papel do Lúdico na Educação Infantil e, consequentemente no processo de aprendizagem dos educandos. Para tal, foram analisados livros, teses, dissertações e artigos no campo da educação. A abordagem metodológica aplicada deu-se de natureza qualitativa, no qual utilizamos o método de indução e a descrição como elementos centrais para coleta e análise dos dados. Neste sentido, entende-se que a ludicidade e todos os seus elementos de operacionalização são relevantes para ampliação e efetivação no desenvolvimento do estudante, bem como no incentivo das habilidades no processo de do conhecimento integral dos educandos e educandas.
Palavras- chave: Educação Infantil. Ludicidade. Ensino. Aprendizagem.
1.INTRODUÇÃO
A ludicidade possui um papel pertinente no desenvolvimento cognitivo dos estudantes, pois assume uma influência relevante no processo de ensinoaprendizagem (COSTA; OLIVEIRA, 2016).
Os jogos, as brincadeiras são relevantes, pois estão presentes na vida dos educandos e ajuda no desenvolvimento, porque o jogo possibilita a comunicação entre as crianças e contribui para socialização destes sujeitos (COSTA; OLIVEIRA, 2016; SILVA, 2013).
A importância do lúdico na e para a educação é incomensurável, o leque de opções de trabalhos diferentes para se aplicar nas aulas utilizando o lúdico é imenso, a aceitação, o envolvimento e interesse dos educandos nas aulas é visível, principalmente quando o educador ou educadora conhece e tenham interesse em utilizar este método em suas aulas, saindo da monotonia das aulas tradicionais e de alguma maneira entediantes, para aulas que envolvam a brincadeira, a interação, as descobertas e a autonomia destes educandos.
É possível observamos na prática como a aplicação do lúdico traz resultados incríveis à aula, ao aprendizado dos educandos, despertando neles habilidades e inteligências que ficavam “encubadas” em seu interior, pedindo que fossem estimuladas para se externarem, como as habilidades musicais, sensoriais – motoras, lógico – matemáticas, entre outras.
Este trabalho tem como objetivo analisar a relevância do papel do lúdico no desenvolvimento infantil. Neste sentido, tentamos refletir sobre importância da ludicidade como estratégias de ensino, entender o papel da escola e a participação do professor na brincadeira, assim como pesquisar sobre as contribuições que o brincar traz para o desenvolvimento dos educandos e educandas.
A educação, analisada do ponto de vista da sala de aula e da relação educando – educador, para alcançar seu objetivo pleno, que é um ensino – aprendizagem de qualidade, precisa ainda ser estimulada com mais afinco, com atitudes diferentes e inovadoras.
O trabalho está estruturado, primeiramente pela introdução, depois temos a metodologia no qual descrevemos os processos de consecução do artigo, em seguida a fundamentação teórica onde apresentamos os conceitos chaves que embasaram as discussões sobre a questão da ludicidade e por final faremos as devidas considerações finais
1.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste item iremos abordar fundamentalmente sobre a ludicidade como estratégias de ensino, o papel da escola, assim como a participação do professor na brincadeira.
1.1 Ludicidade na Educação Infantil
Para oferecer situações de aprendizagem diferenciadas é necessária uma alocação de tempo do professor, planejando, criando a partir dos materiais que tem disponibilizado pela escola. Segundo Wajskop (1999), a importância de o professor produzir materiais didáticos para propiciar ao aluno momentos diferenciados de ensino é necessário, ter um planejamento com foco na possibilidade de estruturar estratégias de ensino.
É uma ação de o professor rever sua pratica e avaliar seus resultados diante da forma que ministra e direciona a aula. Para cada momento de ensino é necessário fazer a reflexão sobre a sua ação frente a reação no sentido de aprendizagem da turma, devesse rever o que é positivo e negativo e recriar maneiras de se fazer e dizer.
Segundo Libânio (1994), planejar uma aula requer o conhecimento do perfil da turma, as dificuldades principalmente para que se possam diferenciaras estratégias didáticas, os recursos matérias, a dinâmica, sair dos métodos tradicionais e legendários livros didáticos, requer esforço, porém, o resultado apresentado ao final pode ser significativo.
Não podemos confundir, entretanto, a ligação entre os conhecimentos e a pratica com ministrar somente “conhecimentos práticos”. Muitos professores entendem que ligar o ensino com a realidade significa ensinar apenas coisas práticas. Não é bem assim. Há conhecimentos (por exemplo, alguns conteúdos de Matemática e História) cujo vínculo com a prática é indireto; entretanto, contribuem para desenvolver o pensamento e o raciocínio, ampliam nossas capacidades e habilidades e, com isso, enriquecem nossa atuação na vida pratica (LIBÂNEO, 1994, p.157).
As estratégias de ensino não são atividades desenvolvidas para passar tempo e manter os alunos ocupados, são situações desenvolvidas para ativação do cognitivo, maneiras de ensino diferentes para maior domínio dos alunos ao se depararem com os conceitos no processo de aprendizagem.
Esses caminhos são normalmente valorizados e apreciados pelos educandos por serem meios que não estão acostumados a vivenciar nas aulas, por esta causa que refletem resultados positivos no processo de ensino-aprendizagens por isto são denominadas estratégias. “Os métodos consistem na mediação escolar tendo em vista ativar as forças mentais dos alunos para assimilação da matéria”, (LIBÂNEO, 1994, p.160). Ensinar não é a transferência de conteúdo, ensinar vai além, é potencializar a aprendizagem a partir de estratégias didáticas que motivem o aluno a gostar e de aprender. Para que o profissional da educação desenvolva é importante que tenham acesso a material de qualidade e recursos substantivo.
Segundo Wajskop, (1999), as estratégias são elaboradas com o objetivo de propiciar a aprendizagem significativa, para que os alunos saibam aplicar os saberes adquiridos na resolução de problemas. Porque sábio é aquele que possui saberes e não conhecimentos, e além de saber, o sábio precisa saber por em pratica seu saber.
A função da didática do professor é criar caminhos que leva os alunos a aprendizagem, é manter o aluno motivado e participativo, tornando a aprendizagem em um ato significativo para o estudante.
1.2 O Papel da Escola e a Participação do Professor na Brincadeira
De acordo com Freire (1996), no que diz respeito ao papel do educador, cabe a ele, não só selecionar os materiais, mas também verificar o que de fato as crianças necessitam, enquanto desenvolvimento e aprendizagem.
Vale ressaltar que o educador deve perceber o que é significativo para a criança a partir das brincadeiras e jogos que elas desenvolvem no ambiente escolar. Daí a importância da observação, do registro e da reflexão que Freire (1996, p.77)
“situa como instrumentos fundamentais para a ação pedagógica”.
Na realização da brincadeira devem atuar dois elementos importantes: o objeto, que muitas vezes uma coisa vale por outra e os papéis que aparecem como mediadores da atividade. Aqui o brinquedo ou objeto é o mediador nesta relação.
Ele também incorpora uma situação imaginária expressando personagens de diferentes tamanhos e formas.
É interessante que o educador selecione as brincadeiras que vai realizar com as crianças e que estas estejam relacionadas com os temas que estão sendo desenvolvidas com as demais atividades. Ao elaborar sua proposta para desenvolver o trabalho pedagógico é necessário compreender neste contexto que a brincadeira é também um espaço de investigação e construção de novas aprendizagens. A partir dessas atividades lúdicas, envolvendo todo e qualquer objeto, fazendo com que a criança aprenda a lidar com as diferentes linguagens, com muitos elementos da natureza e também da cultura.
Os professores ou educadores possuem papel preponderante no processo de inserção da ludicidade nas aulas, ao pensarem para além da sala de aula brincadeiras que podem ampliar as maneiras de interagir de forma positiva com qualquer criança (ANTUNES, 2012).
Para compreendermos a natureza das atividades lúdicas, envolvendo os jogos e as brincadeiras tradicionais, é necessário que, enquanto educadores façamos uma reflexão cerca de todo o contexto infantil, desde o início da história, as mudanças que foram acontecendo, os vários conceitos de infância que surgiram ao longo dos tempos, a preocupação dos teóricos em estudar e compreender a infância em suas especificidades (BROUGÉRE, 1995). Nesta toada, buscar, pesquisar, inovar, transforma nossos conhecimentos para que tenhamos possibilidades de entender o desenvolvimento das crianças em seus vários aspectos, inserindo em nossas práticas pedagógicas, atividades lúdicas que auxiliem os educandos, tanto na aprendizagem como também no seu desenvolvimento.
Uma outra atividade que demanda a atenção redobrada do educador é observar de forma atenciosa as brincadeiras e jogos entre os educandos, pois é a partir dessa que o professor poderá elaborar práticas ou atividades pedagógicas centradas nos educandos de maneira individualizadas (COSTA; OLIVEIRA, 2023; MOLON; PACHECO; BRANDÃO, 2017).
Segundo Brougére (1995), a atuação do educador nas atividades diversificadas pode se tornar mais significativa na medida em que permite uma mediação também diferenciada, dependendo das necessidades que o grupo demonstrar.
Diante desta situação o educador terá maiores possibilidades de analisar a brincadeira, para só assim tomar atitudes coerentes, envolvendo o tema, conteúdo, os papéis assumidos pelas crianças, as interações lúdicas e reais, os materiais utilizados, bem como a duração e a quantidade de crianças participantes da brincadeira, para que a intervenção do educador contribua no jogo e na brincadeira.
De acordo com Oliveira (2000), todo educador necessita de uma vasta formação no que se refere ao jogo e a brincadeira na vida das crianças pequenas, pois só assim tem a possibilite de discutir e refletir sobre os vários aspectos relacionados às atividades lúdicas e a contribuição que trazem para o desenvolvimento da criança. Resgatar as muitas brincadeiras que foram deixadas de lado é uma forma de reviver, transformar essas ricas possibilidades criadas pelos nossos antepassados e que podem contribuir na vida de muitas crianças, que hoje apenas procuram brincar com objetos fabricados pelas indústrias e não construídos por elas, isto faz com que todas criança o educador pode aprender a observar, olhar a realidade com arte e fazer de sua ação pedagógica uma prática reflexiva, teórica ou também lúdica. Nestas mediações pode recuperar a ludicidade da infância através de abordagens sobre o brincar relacionando adulto-criança, contemplando sua história, a brincadeira, o espaço e também o brinquedo. Com isso o participem da fabricação de seus próprios brinquedos.
2.METODOLOGIA
A construção deste trabalho deu-se mediante uma abordagem de natureza qualitativa. Fazemos pesquisa bibliográfica em livros, dissertações, teses e artigos no qual o acesso era livre e gratuito. É uma pesquisa de caráter descritivo e indutivo, neste caso a dimensão descritiva se centra em descrever os elementos que constituem o fenômeno pesquisado, e suas caraterísticas fundamentais. E a indutiva tem a ver com o desenvolvimento de conceitos, ideias e o entendimento que o pesquisador constrói em volta das informações coletadas (GOES, 2008).
3.CONSIDERAÇÕES FINAIS
O papel educacional do lúdico na educação infantil, objetivou mostrar a relevância da ludicidade na educação infantil. Tendo como unidade de análise artigos, dissertações e teses no campo da educação e ludicidade.
O lúdico é importante para a educação porque nas aulas, faz com que os pequenos se envolvam e participem com mais intensidade e entusiasmo nas mesmas, estimula a inteligência musical, a inteligência linguística, lógico – matemática, entre outras, a motricidade, a interação, a saúde física e mental e muitos outros benefícios, onde cada tipo de ludicidade aplicada, seja com música, com jogos, brincadeiras ou contos traz resultados positivos emocionalmente, cognitivamente e fisicamente. No entanto, sabemos que há muitas gestões de instituições e educadores que ainda possuem mentalidades arcaicas e “fechados” para estas mudanças, e no nosso olhar (e deveriam estar mais aberto com estas mudanças), pois poderiam potenciar mais nas aulas, no aprendizado, na educação e no desenvolvimento cognitivo dos educandos. Neste sentido, a falta de vontade de muitos atores relevantes na educação em nosso país resiste ao novo, ficam presos às suas zonas de conforto, mas o autor deste trabalho tem esperança de mudanças deste cenário.
Portanto, é necessário pensar a ludicidade para além de práticas que envolvem a dança, a brincadeira ou até mesmo a motricidade dos educandos e educandas, é preciso e sobretudo colocar esta prática no centro de atividades escolares como condição sine quo non para o desenvolvimento do processo educacional dos educandos e educandas.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, C. Interações, brincadeiras e valores na educação infantil. Rio de Janeiro: Vozes, 2012.
BROUGÉRE, Mariza Del Cioppo. Célestine Freinet: Uma pedagogia de atividade e cooperação. 8ª ed. Petrópolis, Rio Janeiro: Vozes,1995.
COSTA, J.S.O; OLIVEIRA, J.S. A importância da ludicidade na educação infantil: um estudo na escola são Miguel Arcanjo. VIII Congresso Nacional de Educação. João Pessoa: Paraíba, 2023.
GOÉS, M. Brincadeira e deficiência mental: um estudo em instituição especial para deficientes mentais. 5° Congresso de Pós Graduação, 2008.
LIBANEO, S. et al. Infância e educação infantil. Campinas: Papirus, 1994.
MOLON, H.S; PACHECO, R.D; BRANDÃO, D.M. A influência do lúdico na educação infantil.Marabá:Pará, 2017.
OLIVEIRA, Manuel Jacinto. VASCONCELLOS, Vera Maria Ramos (org). Infância (in) visível. Araraquara: Junqueira & Marin, 2000.
SILVA, A. M. A ludicidade construindo a aprendizagem de crianças na educação Infantil. João Pessoa: Paraíba, 2013.
WAJSKOP, Gisela. Concepções de brincar entre profissionais de educação infantil: implicações para a prática institucional. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP). São Paulo, 1999.
WALLON, Henry. Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. 2ª. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.
1Mestranda em Educação pela Universidad Tecnológica Intercontinental – UTIC, Asunción, Paraguay; E-MAIL: marilene.jose@yahoo.com; Telefone: (48) 984512733.
2Mestrando em Educação pela Universidad Tecnológica Intercontinental – UTIC, Asunción, Paraguay; E-mail: ciceroridalro1981@gmail.com ;Telefone: (88)81677217.
3Mestranda em Educação pela Universidad Tecnológica Intercontinental – UTIC, Asunción, Paraguay; E-mail: deusemarvanderlei@yahoo.com.br; Telefone: (88) 999626160.
4Mestranda em Educação pela Universidad Tecnológica Intercontinental – UTIC, Asunción, Paraguay; E-mail: machadolais589@gmail.com; Telefone: (88) 9 96077173.
5Mestranda em Educação pela Universidad Tecnológica Intercontinental – UTIC, Asunción, Paraguay; E-mail: prof.rejanea@gmail.com; Telefone: (88)97687126.
6Mestrando em Educação pela Universidad Tecnológica Intercontinental – UTIC, Asunción, Paraguay; E-mail: vinnysporto@gmail.com; Telefone: (92) 99357-0967.
7Mestranda em Educação pela Universidad Tecnológica Intercontinental – UTIC, Asunción, Paraguay E-mail: alesousaporto@gmail.com; Telefone: (92) 99134-064.
8Mestrando em Administração pela Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC/ESAG, Florianópolis, Santa Catarina; E-mail: flaviofachagaspar9@gmail.com; Telefone: (48) 996806716.
9 Mestranda em Educação pela Universidad Tecnológica Intercontinental – UTIC, Asunción, Paraguay E-mail: carlinhaangelica@hotmail.com; Telefone: (91)984803636.