PLAYFULNESS IN THE PROCESS OF LEARNING MATHEMATICS IN ELEMENTARY SCHOOL
LA ALEGRÍA EN EL PROCESO DE APRENDIZAJE DE LAS MATEMÁTICAS EN LA ESCUELA PRIMARIA
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102501301613
Mônica Barbosa Lesco
RESUMO
A educação básica, principalmente a educação infantil e o ensino fundamental I, tem por objetivo oferecer às crianças e pré-adolescentes oportunidades ótimas de desenvolvimento integral nos âmbitos cognitivos, perceptivo-motor, afetivos e sociais para que no futuro tenha condições de se tornarem pessoas adultas no mais amplo sentido do termo, ou seja, conscientes de seu papel na sociedade. Desta forma, este trabalho tem por objetivo geral, analisar a metodologia desenvolvida pelos professores no ensino de matemática nos anos iniciais do ensino fundamental I além de especificamente descrever a ludicidade na educação como fonte do aprendizado matemático; analisar o lúdico com direito da criança como um ato de aprendizado brincando e verificar a utilização de técnicas lúdicas no ensino de matemática com uso de tecnologia da informação. A ludicidade é uma necessidade do ser humano, visto que promove vários benefícios dos quais sociais, psicomotores, físicos e mentais e culturais. A brincadeira promove interação social. Sabendo a importância da Matemática, deve ser levado em consideração esse contexto, de modo a não favorecer com entraves e bloqueios dos alunos para com a disciplina, e sim proporcionar aulas dinâmicas e prazerosas com a inserção de jogos lúdicos como ferramenta facilitadora na aprendizagem, contribuindo de modo positivo no desenvolvimento potencial e intelectual de cada criança, onde cabe ao professor o papel de intervir de maneira adequada para cada público correspondente e sempre reforçar que o lúdico possui um fator determinante na aprendizagem da criança.
PALAVRAS-CHAVE: Lúdico. Matemática. Ensino-aprendizagem. Fundamental I.
ABSTRACT
Basic education, especially early childhood education and elementary school, aims to offer children and pre-adolescents optimal opportunities for integral development in the cognitive, perceptual-motor, affective and social spheres so that in the future they will be able to become adults in the broadest sense of the term, that is, aware of their role in society. Thus, this work has as its general objective, to analyze the methodology developed by teachers in the teaching of mathematics in the early years of elementary school I, in addition to specifically describing playfulness in education as a source of mathematical learning; to analyze the playfulness as a child’s right as an act of learning through play and to verify the use of playful techniques in the teaching of mathematics with the use of information technology. Playfulness is a human need, as it promotes several benefits, including social, psychomotor, physical, mental and cultural. Play promotes social interaction. knowing the importance of Mathematics, this context must be taken into account, so as not to favor obstacles and blockages of students to the discipline, but to provide dynamic and pleasurable classes with the insertion of playful games as a facilitating tool in learning, contributing positively to the potential and intellectual development of each child, where it is up to the teacher to intervene in an appropriate way for each corresponding audience and always reinforce that play has a determining factor in the child’s learning.
KEYWORDS: Ludic. Mathematics. Teaching-learning. Elementary I.
RESUMÉN
La educación básica, especialmente la educación inicial y la enseñanza primaria, tiene como objetivo ofrecer a los niños, niñas y preadolescentes oportunidades óptimas de desarrollo integral en los ámbitos cognitivo, perceptivo-motor, afectivo y social para que en el futuro puedan convertirse en adultos en el sentido más amplio del término, es decir, conscientes de su papel en la sociedad. Así, el presente trabajo tiene como objetivo general, analizar la metodología desarrollada por los docentes en la enseñanza de las matemáticas en los primeros años de la escuela básica I, además de describir específicamente la lúdica en la educación como fuente de aprendizaje matemático; analizar la ludosimilitud como derecho del niño como acto de aprendizaje a través del juego y verificar el uso de técnicas lúdicas en la enseñanza de las matemáticas con el uso de las tecnologías de la información. La alegría es una necesidad humana, ya que promueve varios beneficios, entre ellos sociales, psicomotores, físicos, mentales y culturales. El juego promueve la interacción social. Conociendo la importancia de las Matemáticas, se debe tener en cuenta este contexto, para no favorecer obstáculos y bloqueos de los estudiantes a la disciplina, sino para brindar clases dinámicas y placenteras con la inserción de juegos lúdicos como herramienta facilitadora en el aprendizaje, contribuyendo positivamente al potencial y desarrollo intelectual de cada niño, donde corresponde al docente intervenir de manera adecuada a cada público correspondiente y siempre reforzar que el juego tiene un factor determinante en el aprendizaje del niño.
PALABRAS CLAVE: Lúdica. Matemáticas. Enseñanza-aprendizaje. Primaria I.
INTRODUÇÃO
A educação de fato e de direito (escola/família) é aquela que contribui para o desenvolvimento da inteligência e para a formação da personalidade, do autoconceito, do pensamento crítico, da independência, da responsabilidade e ainda do espírito cooperativo e da amizade, conforme os preceitos emanados dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs do Ministério da Educação – MEC, que segue as premissas básicas dos grandes educadores brasileiros, como Anísio Teixeira, Paulo Freire, Moacir Gadotti, Darci Ribeiro, dentre outros.
A educação básica, principalmente a educação infantil e o ensino fundamental I, tem por objetivo oferecer às crianças e pré-adolescentes oportunidades ótimas de desenvolvimento integral nos âmbitos cognitivos, perceptivo-motor, afetivos e sociais para que no futuro tenha condições de se tornarem pessoas adultas no mais amplo sentido do termo, ou seja, conscientes de seu papel na sociedade.
A estrutura do pensamento infantil, ou seja, até os 12 anos de idade, exige-se que a criança conheça seu mundo e crie seus próprios valores, para formar juízos pessoais, disciplinar sua conduta de acordo com eles e, ao mesmo tempo, tornar-se um ser autônomo e autoconfiante. Mas, o problema está nos métodos de ensino.
O Brasil ainda possui escolas com estrutura do século XIX, professores, em todos os níveis de ensino (da educação infantil ao ensino superior) do século XX e, alunos do século XXI, ou seja, uma contraposição completa entre estrutura, métodos de ensino e, expectativas novas e inovadoras que acabam por chocar. Isso precisa ser rediscutido a partir das expectativas dos alunos.
Ensinar matemática com todas as suas dificuldades, deve ter como foco somente o aluno, principalmente nos primeiros anos do ensino fundamental e o professor não pode ser visto como um processo de interações que serão inferidas pelo aluno, mas funciona como indutor da aprendizagem significativa.
Desta forma, este trabalho tem por objetivo geral, analisar a metodologia desenvolvida pelos professores no ensino de matemática nos anos iniciais do ensino fundamental I além de especificamente descrever a ludicidade na educação como fonte do aprendizado matemático; analisar o lúdico com direito da criança como um ato de aprendizado brincando e verificar a utilização de técnicas lúdicas no ensino de matemática com uso de tecnologia da informação.
Baseando-se em estudos em trabalhos e pesquisas em sites relacionados ao tema, o presente artigo está organizado em subtítulos que iniciarão com a importância do lúdico na educação, destacando que, a escola ao valorizar a atividade lúdica estabelece o necessário caminho no processo de desenvolvimento infantil. Em seguida sobre a importância do lúdico como direito da criança, assegurado na Constituição Federal de 1988 (CF), tanto no âmbito familiar como no âmbito estatal. Bem como do ato de aprender brincando, e o lúdico mais a tecnologia. Logo após, falar-se-á sobre as contribuições sobre o ensino da matemática e o lúdico na matemática.
REFERENCIAL TEÓRICO
A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO
O lúdico é uma das mais importantes ferramentas metodológicas e didáticas, tanto na educação infantil como no Ensino Fundamental I, pois através dele, a criança pode desenvolver habilidades para que a aprendizagem se desenvolva em um ritmo normal.
A escola ao valorizar a atividade lúdica estabelece o necessário caminho no processo de desenvolvimento infantil, pois, a valorização das técnicas lúdicas de aprendizagem infere e valoriza a realidade da brincadeira e suas emergentes aplicações no contexto da educação.
Neste contexto a principal função do lúdico é proporcionar na criança a satisfação de suas necessidades afetivas. A promoção do respeito à criança contribui para diminuir a rigidez e opressão do sistema educacional, fundado em práticas autoritárias que não inferem modelos de liberdade de ação para as crianças. Já o professor deve direcionar toda a prática em sala de aula utilizando a brincadeira, no intuito pedagógico com o objetivo de promover a interação social e o desenvolvimento de habilidades intelecto-afetivas.
Brincar é fundamental para a socialização das crianças, pois é na brincadeira que podem ser aprendidas regras e princípios de vivência social. É um dos processos educativos mais completos, pois envolve o emocional, o corporal, o intelectual e promove a integração da criança com o meio em que ela convive. Rau (2011, p.63) afirma que:
A abordagem feita sobre a ludicidade na educação até aqui aponta essa ferramenta como recurso pedagógico que pode ocupar um espaço na educação básica, atendendo as necessidades e interesses do educando e do educador no processo de ensino-aprendizagem. Um dos aspectos que justifica a ludicidade na educação básica seria justamente a possibilidade de utilização de recursos pedagógicos que venham ao encontro dos diferentes estilos de aprendizagem encontrados em sala de aula, o que atualmente é um grande desafio para o professor da educação infantil.
A afirmativa do autor em voga fala da interação que as práticas lúdicas provocam na criança, principalmente por incitar os estímulos participativos, pois, na participação está inserido os processos de interação e, para a criança, interação é brincar com a turma, se inserir em jogos organizados, que certamente aplica um grau de exigência intenso na criança. Esses processos participativos têm por finalidade estabelecer os mecanismos do respeito a si mesma e aos outros colegas.
É importante destacar que o uso de práticas lúdicas tem que seguir os padrões pedagógicos determinados na matriz curricular, ou seja, não pode estar dissociado das Diretrizes Curriculares de cada nível de ensino (educação infantil e ensino fundamental I), ou seja, precisa ter objetivos muito claros bem delineados para estabelecer uma relação de causa e efeito eficiente. Thiessen e Beal (2009, p. 15) dizem com muita propriedade:
O uso das técnicas lúdicas deverá compreender que uma coisa leva a outra, ou seja, o ensino leva a aprendizagem e, como sua utilização imprime a participação é necessário que a criança tenha perfeita noção das regras para saber o que é certo e o que é errado. O educador que trabalha com a faixa etária do ensino fundamental I precisa ter claro que são necessárias qualidades emocionais, sociais e intelectuais para que a criança atinja seu estágio de desenvolvimento.
As autoras em voga falam que é necessário que as práticas lúdicas de ensino que levem a aprendizagem têm que está ligado ao momento e ao ritmo de cada faixa etária, ou seja, a cada estágio de desenvolvimento. Não se pode imprimir um ritmo fora da lógica do desenvolvimento de cada um.
No ato de brincar, a criança desenvolve aspectos do pensamento abstrato. Quando brinca faz de conta, começa a exercitar a mudança de pensamento concreto, além de incorporar outros papéis sociais e aplicar valores que observa à sua volta no seu cotidiano.
A ludicidade é uma necessidade do ser humano, visto que promove vários benefícios dos quais sociais, psicomotores, físicos e mentais e culturais. A brincadeira promove interação social. Ao ser utilizada como recurso pedagógico em ambiente de ensino traz o prazer como um referencial das ações dos educandos. Nesta perspectiva, Santos (2017, p.12) lembra que “a ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão”.
Tais discussões estão presentes na percepção de muitos educadores preocupados em organizar o trabalho pedagógico na sala de aula, de modo atraente e problematizador. É necessário buscar uma renovação do campo da aprendizagem que supere o velho conceito e as práticas arcaicas de pressão como os famosos bolos e castigos, o lúdico promove ainda a verificação de certo nível de aprendizagem do aluno. É preciso conhecer as características dos processos lúdicos para ter feedback eficazes.
O LÚDICO COMO DIREITO DA CRIANÇA
A livre manipulação dos mais variados objetos e materiais dão às crianças a possibilidade de ir passando aos poucos de uma fase do conhecimento para outra, além de perceber relações, causas e consequências.
Essa manipulação deveria acontecer em todas as etapas da educação escolar como um todo. Alguns materiais como os jogos – industrializados ou preparados pelo próprio (a) educador (a) – são especialmente planejados para desafiar e estimular o desenvolvimento em todos os sentidos da criança e precisam ter lugar especial na sala de jardim da infância.
O período que a criança passa na escola é de extrema importância na construção dos alicerces de sua afetividade, socialização e inteligência e, consequentemente, em seu desenvolvimento integral e harmônico. Para que a escola possa cumprir esse papel, é necessário conhecer as características do desenvolvimento das crianças e organizar o ambiente e as atividades de modo a atender as necessidades das crianças em que cada etapa de suas vidas.
Neste sentido é importante destacar que o brincar é um direito assegurado para as crianças na Constituição Federal de 1988 (CF), tanto no âmbito familiar como no âmbito estatal. Esta família, que recebe a proteção estatal, não tem só direitos. Utilizar o lúdico como recurso pedagógico se coaduna com o que está estabelecido na Constituição da República Federativa do Brasil, art. 227; “direitos a vida, a saúde, a alimentação, ao respeito, a liberdade e a convivência familiar e comunitária”, e no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Ao Estado incube ainda promover programas de assistência integral a saúde da criança e do adolescente, incluindo prevenção e atendimento especializado aos portadores de deficiência física, sensorial ou mental, dispondo a lei sobre normas que facilitem seu acesso a logradouros, edifícios públicos e a veículos de transporte coletivo.
A Constituição é minuciosa e redundante na previsão de direitos e situações subjetivas de vantagens das crianças e adolescentes que deveriam constar em Lei Complementar. Essa Lei é o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 que, expressa como parte do direito à liberdade brincar, praticar esportes e divertir-se.
Assim, colaborar para que as crianças tenham acesso à brincadeira não é dever apenas dos governos e dos pais, mas também de todos os cidadãos, por ser a criança um sujeito de direitos e, esse direito começa pelo ato de poder brincar e, a escola não pode se furtar a esse momento tão importante para a vida da criança e seu desenvolvimento. Nesta linha Chamboredon e Prévot (1973) apud Ferreira (2017, p. 34) observam com muita propriedade que o trabalho com as técnicas lúdicas se afirmar como um importante recurso pedagógico:
Brincar é o ofício da criança. Este direito foi incluído na Declaração das Nações Unidas dos Direitos da Criança em 1959 e reiterado em 1990, quando a ONU adotou a Convenção dos Direitos da Criança. No artigo 31 da Convenção estabelece-se que “1. Os Estados Partes reconhecem à criança o direito ao repouso e aos tempos livres, o direito de participar em jogos e atividades recreativas próprias da sua idade e de participar livremente na vida cultural e artística”.
Brincar é uma atividade social muito importante para as crianças como forma de interagir em relações sociais e das formas coletivas e individuais de interpretar o mundo, segundo Borba (2005) apud Ferreira et. al. (2015, p. 37).
Brincar é a forma fundamental das crianças desfrutarem da sua infância. É essencial para a sua qualidade de vida como crianças; Brincar é divertido; Brincar pode promover o desenvolvimento das crianças, a aprendizagem, a imaginação, a criatividade e a independência. É uma atividade propiciadora da aprendizagem da sociabilidade; Brincar pode ajudar a manter crianças saudáveis e ativas.
Vários estudos constataram a mudança do brincar no decorrer dos séculos, em todo o mundo. Friedmann (1996, p. 67) reuniu uma coletânea minuciosa de documentos sobre esta evolução. Ela reuniu aproximadamente trezentas brincadeiras na cidade de São Paulo e, mais de mil nos vários Estados do Brasil. Neste estudo a autora supracitada destaca: “uma significativa redução do espaço físico: com o crescimento das cidades e a falta de segurança, os espaços lúdicos viram-se seriamente ameaçados e diminuídos”.
Assim, tanto dentro da escola como fora dela, o brincar tem sofrido estas transformações. Dentro da escola, a brincadeira integra um espaço de trabalho. A brincadeira livre passa a ser considerada como uma atividade não-produtiva. Fora da escola, nos diferentes contextos, a tendência até similar. A situação difere de um ponto a outro do país, segundo Weiss (2007, p. 33), “de uma grande cidade para o interior, de um contexto mais pobre para um mais abstrato”. Mas a modernização chega aos pontos mais longínquos do país, através dos meios de comunicação, sem que, no entanto, seja garantido o acesso ao que elas divulgam. Tais transformações, com suas vantagens e desvantagens, não podem ser negadas. Deve-se, pois, pensar em como é possível atuar para mudar os aspectos negativos da realidade lúdica atual: a falta de espaço para brincar, a falta de tempo, enfim, a falta de oportunidade de brincar.
É nesse contexto que se afirmam as práticas lúdicas para o ensino fundamental I, como metodologia didática, justamente para atender os anseios da criança de ter na escola uma extensão do cotidiano de sua vida, já que dos textos do ordenamento jurídico brasileiro determinam que o brincar é um direito fundamental da criança e, a escola não pode se furtar de garantir esse direito fundamental.
LÚDICO + TECNOLOGIA = BRINCADEIRA
O trabalho pedagógico vem se modificando, principalmente na educação infantil, com a era da informação e o avanço da tecnologia, o lúdico ganha uma abordagem diferente, inovadora. Isso porque a criança, desde cedo, é exposta a um número maior de estímulos cerebrais, que por sua vez provocam reações diferentes. Rau (2011, p. 68 e 69) afirma que: “A criança é naturalmente hiperestimulada pela agitação da era tecnológica. Em decorrência dessa realidade, surgem contradições que se revelam nas discussões sobre as brincadeiras na vida das crianças. Apesar da maioria dos professores concordarem com os avanços tecnológicos”, observando as devidas precauções, esses profissionais situam os jogos e brinquedos eletrônicos como parte integrante dos interesses das crianças atualmente.
Piaget (1976) entendia o brinquedo e o jogo como fundamentais para a evolução e crescimento social. Vygotsky (1988) afirmava que através do jogo a criança aprende a agir em uma esfera cognitivista. A utilização de jogos, como dominó, jogo da memória, sequência, seriação, quebra-cabeças e outros, possibilita que o aluno faça da aprendizagem um processo prazeroso.
Criança adora brincar, imaginem se essa brincadeira envolver a tecnologia, como por exemplo, um vídeo game com jogos educativos, tipo quebra-cabeças e jogos da memória, ou até mesmo através de jogos com formas. Todos esses jogos e brincadeiras citados acima já podem ser inseridos ao computador, devido à evolução da tecnologia. Esse recurso hoje já pode ser utilizado, pois as escolas estão se adequando tecnologicamente.
Temos que citar aqui um detalhe importante, cabe ao professor conhecer a necessidade de uma abordagem sobre o jogo que vá além da sua prática, aproveitando a motivação lúdica para estimular ainda mais a formulação de questionamentos construtivos, reflexivos, e criando assim um leque de oportunidades no processo ensino aprendizagem, atendendo claro aos objetivos propostos no projeto político pedagógico da escola no qual está inserido.
As escolas fazem hoje uso de datashow, tela de projeção para realizar as sessões de cinema com as crianças. Ainda nas escolas, os professores mostram vídeos em 3D, os ensinam a utilizar computadores. As não tão novas tecnologias de informação e comunicação, agora já presentes nos cenários escolares, vem transformando a vida humana e interferindo na maneira como nos relacionamos em sociedade e como adquirimos conhecimento, instituindo um “novo estado de cultura que se caracteriza pela ampliação dos lugares em que nos informamos e nos quais de alguma forma aprendemos a viver, a sentir e a pensar sobre nós mesmos”. (FISCHER, 2017, p. 62).
Claro que toda essa tecnologia não está disponível em toda a rede escolar, temos que levar em consideração a divisão em rede pública e privada. Os elementos, aqui citados, nos parágrafos anteriores são disponibilizados na educação infantil, principalmente nas escolas da rede privada. A aprendizagem requer a significação das informações para que se torne conhecimento.
Assim, sempre que se aprende algo novo há um universo de significações que passam pela área cognitiva, afetiva, motora e social. Exemplo: para aprender a jogar em um computador, um jogo que envolva matemática, é necessário que a criança encontre um sentido. É preciso que as funções cognitivas, como raciocínio lógico, possibilitem a elaboração da solução.
A ludicidade praticada através da tecnologia, utilizada como recurso pedagógico em ambiente de ensino traz o prazer como um referencial das ações dos educandos.
LÚDICO NA MATEMÁTICA
A forma como se definem os objetivos do ensino da Matemática são formulados a partir de concepções que se desenvolvem, a partir, dos requisitos da vida cotidiana. Também é muitas vezes referida pelo seu valor em ensinar pessoas a pensar e resolver problemas. Mas, é claro que não existe nenhuma comprovação de que estudar Matemática é a melhor maneira de treinar o pensamento. Segundo Orton e Frobischer (2006, p. 25):
Poderão ser referidas outras razões para ensinar matemática, que possivelmente serão base de outro tipo de concepções. O fato de que os nossos alunos têm o direito de conhecer quão importante é a matemática presente no nosso mundo atual e de que esta é parte da nossa herança cultural. Apreciar a matemática e criar o gosto de fazer matemática como qualquer outra coisa deve ser uma das finalidades principais.
Schoenfeld (1992) caracteriza a Matemática como uma atividade essencialmente social, na qual a comunidade de praticantes (matemáticos) se envolve, sistematicamente examinando e procurando regularidades abstratas que tanto podem ser reais como imaginárias, visuais ou mentais.
Quando as crianças chegam à educação formal já possuem um grande conjunto de conhecimento anterior, capacidades, crenças e conceitos que significativamente influenciam a forma como percebem o ambiente, organizam e interpretam a informação. Este conhecimento afeta a sua capacidade de recordar, raciocinar, resolver problemas e adquirir novos conhecimentos (BRANSFORD, 2009).
A aprendizagem da Matemática refere-se a um conjunto de conceitos e procedimentos que comportam métodos de investigação e raciocínio, formas de representação e comunicação. Como ciência, a Matemática engloba um amplo campo de relações, regularidades e coerências, despertando a curiosidade e instigando a capacidade de generalizar, projetar, prever e abstrair. Abrantes (2004, p. 56) diz:
O desenvolvimento desses procedimentos amplia os meios para compreender o mundo que nos cerca, tanto em situações mais próximas, presente na vida cotidiana, como naquelas mais gerais. Por outro lado, a Matemática também é a base para a construção de conhecimentos relacionados às outras áreas do currículo.
Dessa forma, torna-se necessário criar em sala de aula um ambiente de busca, de construção, de descoberta, trabalhando a autoconfiança do aluno em resolver problemas, explorar, desenvolver, testar, argumentar e aplicar as ideias matemáticas, enfim, valorizar a aprendizagem em Matemática. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), as finalidades do ensino de Matemática indicam como objetivos do ensino fundamental, levar o aluno a:
– Identificar os conhecimentos matemáticos como meios para compreender e transformar o mundo à sua volta e perceber o caráter de jogo intelectual, característico da Matemática, como aspecto que estimula o interesse, a curiosidade, o espírito de investigação e o desenvolvimento da capacidade para resolver problemas;
– Fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos do ponto de vista do conhecimento e estabelecer o maior número possível de relações entre eles, utilizando para isso o conhecimento matemático (aritmético, geométrico, métrico, algébrico, estatístico, combinatório, probabilístico); além de selecionar, organizar e produzir informações relevantes, para interpretá-las e avaliá-las criticamente;
– Resolver situações-problema, sabendo validar estratégias e resultados, desenvolvendo formas de raciocínio e processos, como dedução, indução, intuição, analogia, estimativa, utilizando conceitos e procedimentos matemáticos, bem como instrumentos tecnológicos disponíveis;
– Comunicar-se matematicamente, ou seja, descrever, representar e apresentar resultados com precisão e argumentar sobre suas conjecturas, fazendo uso da linguagem oral e estabelecendo relações entre ela e diferentes representações matemáticas;
– Estabelecer conexões entre temas matemáticos de diferentes campos e entre esses temas e conhecimentos de outras áreas curriculares; – Sentir-se seguro da própria capacidade de construir conhecimentos matemáticos, desenvolvendo a autoestima e a perseverança na busca de soluções;
– Interagir com seus pares de forma cooperativa, trabalhando coletivamente na busca de soluções para problemas propostos, identificando aspectos consensuais ou não na discussão de um assunto, respeitando o modo de pensar dos colegas e aprendendo com eles.
Na realidade o PCN incentiva que crianças que tenham um conhecimento informal de matemática as utilizem constantemente; que as crianças podem aprender matemática mais interessante e mais substancial do que a introduzida na maioria dos programas da educação infantil e do 1º ano do ensino fundamental; e que as crianças estão prontas e ansiosas para aprender as ideias matemáticas (BRASIL, 1998).
Pesquisas recentes sobre o brincar livre de crianças forneceram evidências de que as crianças estão profundamente interessadas em atividades que têm conexões com as principais ideias matemáticas e que a frequência, natureza e complexidade das atividades não variam significativamente de acordo com gênero, grupo socioeconômico ou etnicidade. Em resumo, praticamente todas as crianças são capazes de aprender ideias e métodos matemáticos interessantes (DE PAULA, 2018).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo buscou corroborar ainda mais com a relevância de se trabalhar com atividades lúdicas no ensino de matemática, enaltecendo suas contribuições tanto para a criança quanto o professor.
Sabendo a importância da Matemática, ciência que faz parte do nosso cotidiano desde a infância pois antes mesmo de aprender a ler já aprendemos a contar nossa idade, memorizar regras de jogos, dentre outros, deve ser levado em consideração esse contexto, de modo a não favorecer com entraves e bloqueios dos alunos para com a disciplina, e sim proporcionar aulas dinâmicas e prazerosas com a inserção de jogos lúdicos como ferramenta facilitadora na aprendizagem, contribuindo de modo positivo no desenvolvimento potencial e intelectual de cada criança, onde cabe ao professor o papel de intervir de maneira adequada para cada público correspondente e sempre reforçar que o lúdico possui um fator determinante na aprendizagem da criança.
A prática pedagógica utilizando os meios lúdicos, se torna um ambiente acolhedor, servindo como impulso para o desenvolvimento integral da criança, visto que é capaz de fazer com que os alunos comecem a sentir as aulas com mais entusiasmo e prazer, motivados pelo desejo de brincar, o que ajuda os professores nesse processo tão difícil que é ensinar matemática. Por meio desse pensamento lúdico, deseja-se melhorar o interesse pelas aulas, o raciocínio, o aprendizado, e o desejo de aprender matemática de modo diferenciado e divertido. Mas com enfoque nos objetivos pedagógicos alicerçados na alfabetização matemática da vida dos alunos.
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