O IMPACTO DA COVID-19 E O PAPEL DA GESTÃO PÚBLICA DE SAÚDE NO MUNICÍPIO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7446770


Adriana Moreira de Lira e Silva¹
Darla Miris Rodrigues de Oliveira¹
Robinson Brancalhão da Silva²


RESUMO

O presente artigo propõe analisar e estudar a necessidade da população de Itapuã D´Oeste- RO durante a pandemia e pós-pandemia. O aumento das pessoas infectadas pelo vírus suas necessidades e a recuperação financeira após esse período tão delicado. Devido a COVID-19 os atendimentos na área da saúde foram aumentando e consequentemente a falta de materiais da atenção básica assim como luvas, aventais descartáveis, remédios para pressão arterial e outros foram faltando não só no Município, mas a falta de Equipamento de Proteção Individual – EPI e medicamentos já se estendia em todo território brasileiro. As indústrias de fabricação desses materiais indiretamente já estavam sendo atingidas pelos impactos econômicos ocasionados pela pandemia. Qual foi o impacto financeiro em Itapuã do Oeste durante e pós pandemia? Quais foram os custos com vacinas no Município? Quais os efeitos da pandemia no mercado de trabalho? São essas perguntas que fazemos para saber se o nosso município conseguiu ou não se reestruturar depois desse grande desequilíbrio financeiro.

Palavras-chave: Pandemia, Saúde, Finanças.

1 INTRODUÇÃO

Este artigo científico insere-se na área da saúde tendo como foco analisar e averiguar corretamente sobre como o Município de Itapuã D´Oeste-RO se comportou durante e após a crise da pandemia ocasionada pelo vírus COVID-19. Neste período qual foi o impacto financeiro em Itapuã do Oeste durante e pós pandemia. 

Durante a pandemia o Município teve que recorrer a recursos advindos de outros locais para suprir as necessidades de medicamentos e EPIs. Por esse motivo a farmácia municipal fazia permutas com os municípios e estados vizinhos para não faltar materiais hospitalares e nem medicamentos. Essa foi a forma de “escape” que foi utilizada para não faltar esses insumos básicos e para que os atendimentos não viessem a cessar. Com a chegada dos testes rápidos e da vacina contra a COVID-19 o cenário começou a mudar não somente no Município mais em todo o Brasil, começando pelos leitos de Unidades de Tratamento Intensivo -UTI que estavam lotados devido a pandemia e foram esvaziando pouco a pouco.

No Município não há leitos de UTI, mas se uma pessoa estiver necessitando ser internada em leitos de tratamento intensivo a ambulância transporta o paciente até Porto Velho-RO, capital do Estado, levando cerca de uma hora e meia para chegar até o hospital de referência. Depois ela é encaminhada ao seu destino, neste caso na unidade de terapia intensiva onde lá o paciente conta com profissionais especializados para cada tipo de cuidado que necessitar. Ou seja, o paciente só é encaminhado para UTI em casos de risco de vida ou em casos que necessitam de um cuidado mais complexo como por exemplo utilização de aparelhos adequados para manutenção da vida.

O Brasil no ano de 2020, teve o primeiro caso confirmado de pessoa com o novo coronavírus que ocorreu em 26 de fevereiro de 2020. Desde então, já foram registrados mais de 28 milhões de casos no país. O ano de 2020 foi o marco da história pois foi necessário superar uma pandemia que ocasionou paralização de lojas, mercados, indústrias e outros.  Enquanto as pessoas protegiam seus amigos e familiares em casa os profissionais da saúde teve que se manter firme na linha de frente contra a COVID-19 para atender a população que fora acometida pelo vírus.

Diante da situação que o Município se encontrava a solução para a pandemia primeiramente veio diante de uma gestão de planejamento, organização e fiscalização de toda distribuição de equipamentos, medicamentos, vacinas e entre outras necessidades distribuídas de acordo com a demanda de cada local.

1.1 METODOLOGIA

Para entender como funciona a saúde do Município de Itapuã do Oeste e amenizar os impactos da COVID-19, se faz necessário identificar as pessoas infectadas pelo vírus que estão em período de isolamento e as pessoas que o indivíduo infectado teve contato. Dessa forma todos vão estar em observação sendo necessário que cada um faça o teste para identificação da presença ou não o coronavírus. Segundo o site transparência de Itapuã do Oeste- RO a Anvisa concedeu ao Município 1.270 vacinas para a população com comorbidades em 2021. Totalizando 1117 doses aplicadas. Essas vacinas vieram com o objetivo de amenizar os sintomas que apresentavam na população por conta da COVID-19.

2 A CRISE ECONÔMICA DURANTE A PANDEMIA

Nesse momento de pandemia toda população fora afetada tanto na saúde física, mental, espiritual e na saúde financeira.

No decorrer do dia a dia  essa mudança se tornou visível ao observar os dados do banco central do Brasil, o cenário mudou completamente e houve uma forte desvalorização das moedas de países emergentes levando o dólar comercial a um patamar histórico inédito no Brasil – com seu maior fechamento a R$5,84, no dia 7 de maio de 2020. Desde o início de 2020, o dólar comercial apreciou cerca de 37% (AMORIM, 2020).

Com essa oscilação, o governo teve alto custo desde a fabricação das vacinas até o seu recebimento nos serviços de saúde de cada estado.

A crise foi tão drástica que ocasionou falta de materiais de proteção individual para a população pois as indústrias estavam sobrecarregadas no processo de fabricação desde máscaras até o álcool 70.

A utilização de máscaras e o distanciamento social foi o primeiro método definido pela Anvisa sendo o mais eficaz até hoje para prevenir o Covid-19.

Esses equipamentos são roupas protetoras, capacetes, luvas, escudos faciais, óculos, máscaras, respiradores e entre outros, destinados para proteger os profissionais da saúde da exposição a infecções ou doenças.

Devido à possibilidade de transmissão pelo ar da Covid-19, é crucial que os profissionais de saúde tenham o equipamento necessário de proteção.

Para que esses equipamentos sejam distribuídos de maneira humanizada é necessário obtermos dados corretos do índice de pessoas infectadas de cada região, tendo esses dados a AGEVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) se organiza para distribuir de acordo com os dados apresentados.

Pois não seria viável a distribuição igualitária sendo que cada região possui um índice e uma necessidade diferente.

3 RECUPERAÇÃO ECONÔMICA PÓS-PANDEMIA

O trabalho remoto foi adotado em empresas, escolas, universidades e outras instituições com mais eficácia.

Pois antes da pandemia já havia um significativo uso do teletrabalho no Brasil. A análise do Ipea apontou que 7,3 milhões de pessoas trabalharam de forma remota no Brasil, de maio a novembro de 2020.

O número representa 9,2% da população ocupada e não afastada, sendo responsável por 17,4% da massa de rendimentos gerada via trabalho. O perfil médio dos trabalhadores em home office em novembro de 2020 é, na maioria, formada por mulheres (57,8%), pessoas que se declaram brancas (65,3%), com escolaridade de nível superior completo (76%), na faixa de 30 a 39 anos (31,9%) e, por fim, empregados no setor privado (61,1%). (INDIO, CRISTINA. 2021)

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) no balanço geral sobre a pandemia, a crise econômica e os impactos no trabalho, concebeu o teletrabalho como um recurso importante para a conservação de empregos durante a pandemia, sobretudo diante da projeção no início da crise sanitária de desemprego de 25 milhões de pessoas em razão da Covid-19.

Entretanto, recomenda que a modalidade de trabalho deva ser exercida em condições seguras, envolvendo o estabelecimento de elementos subjetivos como apoio gerencial, treinamento e suporte técnico adequados. (DURÕES, BRUNO ET AL. 2021).

O trabalho home office durante a pandemia mostrou-se eficaz e teve continuidade no período pós-pandemia, neste período foi observado várias vantagens no modelo de trabalho digital onde as empresas descobriram que o trabalho home office tem suas vantagens e benefícios na economia seja ela para o empregador, ou para o empregado.

Para uma recuperação econômica é necessário dar importância à retomada de agenda de reformas que retomem a confiança e remediação política externa com fins de cessar a desconfiança econômica dos parceiros comerciais e dos principais e futuros investidores. Seguem alguns exemplos de medidas que podem subsidiar a recuperação econômica:
– Dar suporte a vigência dos programas de crédito emergencial e às linhas de financiamento, principalmente para as pequenas empresas;
– Parcelar o pagamento dos tributos que foram adiados e instituir um programa de repactuação dos débitos tributários;
– Dar vazão à reforma tributária, que deve tornar a cobrança de impostos mais racional e gera aumento de competitividade dos produtos brasileiros tanto no mercado doméstico quando no internacional;
– Reduzir as despesas com o funcionalismo e aumentar a eficiência do setor público.

O caminho para retomada da economia do Brasil é enorme. Se governo, empresas e sociedade atuarem em conjunto, cada um dentro de suas especificidades, identificando os principais gargalos e buscando formas de solucioná-los, é possível impulsionar a retomada da economia no país. (PORTAL DA INDÚSTRIA, 2021)

4 CUSTOS E DESPESAS NA PANDEMIA

Para o enfrentamento do problema foi implantado a Central de Contingenciamento ao Coronavírus, sendo necessária a contratação emergencial de profissionais médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e motoristas, por um período de 60 dias, com objetivo de prevenir a transmissão do vírus. A referida equipe trabalha 7 dias por semana, das 07:00 às 19:00hrs, orientado aos pacientes as medidas de controle, realizando coletas nas residências. (PLANO DE CONTINGÊNCIA MUNICIPAL, 2020)

De acordo com o plano de contingência do município foi elaborado dados referentes a dois meses em relação aos recursos de alguns dos materiais e medicamentos solicitados, obtido pelo Sistema Hórus e conforme solicitação do Serviço Farmacêutico de Itapuã do Oeste-RO.

Tabela 1: Medicamentos e Materiais Médicos Hospitalares

Fonte: Plano de contingência municipal 2020. Elaborado para arrecadar recursos ao município para o combate da Covid-19.

5 EFEITOS DA PANDEMIA NO MERCADO DE TRABALHO

O problema antes da pandemia não era a falta de empregos, mas a baixa qualidade de grande parte dos postos de trabalho gerados.

Embora houvesse uma vigorosa criação de empregos para trabalhadores mais qualificados em segmentos de serviços modernos, como tecnologia da informação, uma parcela expressiva dos empregos se concentrava em atividades de serviços pessoais, caracterizadas por baixos salários e ausência de proteção social.

Os trabalhadores de qualificação intermediária, por sua vez, foram fortemente afetados pelas forças da automação e da globalização, especialmente na indústria. (VELOSO, FERNANDO. 2021).

As micro e pequenas empresas experimentaram um declínio maior na atividade empresarial em comparação com as empresas de médio e grande porte.

Uma descoberta que não surpreende, pois, grande parte das micro e pequenas empresas do país interromperam suas operações e muitas declararam que os seus pequenos negócios não conseguiriam funcionar de maneira online.

Essas medidas preventivas causaram um impacto financeiro negativo nessas empresas, sendo que algumas dessas não estavam preparadas e nem possuíam formas adequadas para gerenciarem tais situações. (NUNES, FABIANE 2021).

A partir dessa descoberta, podemos analisar que o trabalho online é de suma importância e se faz necessário e presente, independente do porte da empresa para ela possa garantir a continuidade de seu funcionamento e assim gerando oportunidades de emprego.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo do presente trabalho foi identificar e apresentar soluções para os impactos da Covid-19 no município de Itapuã do Oeste e frisar sobre a importância da gestão pública para a recuperação econômica do país.

Diante desse cenário, podemos concluir que a recuperação econômica do Brasil se mostrou positiva e eficaz quando as empresas começaram a adotar métodos de trabalho home office com o intuito que o mercado possa continuar dando seguimento aos seus trabalhos, os efeitos dessa ideia de recuperação foram bastante significativos no mundo financeiro tornando até hoje eficaz.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMORIM, A. 2020 Por que o dólar subiu tanto com a crise? Disponível em: https://www.parmais.com.br/blog/por-que-o-dolar-subiu-tanto-com-a-crise/#:~:text=Por%20causa%20da%20pandemia%20da%20COVID-19%2C%20o%20cen%C3%A1rio,2020%2C%20o%20d%C3%B3lar%20comercial%20apreciou%20cerca%20de%2037%25. Acesso em 06 de dezembro de 2022.

DURÕES, BRUNO ET AL. 2021. O teletrabalho na pandemia da covid-19: uma nova armadilha do capital? Disponível em: https://www.scielo.br/j/se/a/b56QNc5Fq73NVbkjZSH3hjj/. Acesso em: 06/12/2022.

INDIO, CRISTINA. 2021. Teletrabalho remoto foi mais recorrente para quem tinha curso superior. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2021-10/trabalho-remoto-foi-mais-recorrente-para-quem-tinha-curso-superior. Acesso em: 07/12/2022

NUNES, FABIANE. 2021. Os impactos financeiros causados pela pandemia da covid-19 nas micro e pequenas empresas e a atuação da contabilidade como instrumento de gestão. Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/contabilidade/impactos-financeiros. Acesso em: 08/12/2022.

PINHEIRO, SABRINA et al. 2020. plano de contingência municipal de enfrentamento à doença pelo coronavírus 2019 (covid19) Disponível em: http://transparencia.itapuadooeste.ro.gov.br/transparencia/aplicacoes/publicacao/download.php?id_doc=002906&extencao=PDF. Acesso 07/12/2022.

PORTAL DA INDÚSTRIA, 2021. Os desafios da retomada da economia e do crescimento pós-pandemia. Disponível em:https://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/retomada-do-crescimento-pos-pandemia/. Acesso em: 07/12/2022.

VELOSO, FERNANDO. 2021. O impacto da pandemia nos mercados de trabalho. Disponível em:https://blogdoibre.fgv.br/posts/o-impacto-da-pandemia-no-mercado-de-trabalho.Acesso em: 08/12/2021.


¹Discente(s) do Projeto de pesquisa de Graduação – Tecnologia em gestão Pública submetido ao edital do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia – IFRO
²Orientador