O ENSINO REMOTO, O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM E A INFRESTRUTURA PARA O TRABALHO COM A TECNOLOGIA NO ENSINO DE GEOGRAFIA DURANTE A PANDEMIA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7660203


Matheus De Moura Dos Reis
Maria Das Graças De Lima


RESUMO

A pandemia de COVID-19 trouxe mudanças significativas para o ensino em todo o mundo, forçando escolas e professores a se adaptarem rapidamente ao ensino remoto.

O processo de ensino-aprendizagem foi afetado em todos os níveis de educação, incluindo o ensino de geografia. O uso da tecnologia e a infraestrutura necessária para a realização do ensino remoto se tornaram essenciais para manter os alunos envolvidos e conectados com o conteúdo.

Neste contexto, o ensino de geografia tem sido desafiado a encontrar maneiras criativas de ensinar conceitos geográficos e explorar as relações entre os fenômenos sociais e ambientais, utilizando recursos digitais e plataformas de ensino online. Essas ferramentas permitem aos alunos aprender de forma interativa e colaborativa, mesmo que de maneira remota.

No entanto, é importante destacar que o ensino remoto requer uma infraestrutura adequada para que professores e alunos possam se conectar e colaborar. Isso inclui acesso à internet de alta velocidade, dispositivos digitais confiáveis e software de comunicação e colaboração. Além disso, os professores precisam ser treinados e capacitados para utilizar a tecnologia de maneira eficaz, promovendo um processo de ensino-aprendizagem de qualidade.

Palavra-Chave: Tecnologia, Infraestrutura, Geografia, Ensino e Pandemia.

ABSTRACT

The COVID-19 pandemic has brought significant changes to teaching around the world, forcing schools and teachers to quickly adapt to remote learning.

The teaching-learning process was affected at all levels of education, including geography teaching. The use of technology and the necessary infrastructure to carry out remote teaching have become essential to keep students engaged and connected with the content.

In this context, geography teaching has been challenged to find creative ways to teach geographic concepts and explore the relationships between social and environmental phenomena, using digital resources and online teaching platforms. These tools allow students to learn interactively and collaboratively, even remotely.

However, it is important to highlight that remote teaching requires adequate infrastructure so that teachers and students can connect and collaborate. This includes high-speed internet access, reliable digital devices, and communication and collaboration software. In addition, teachers need to be trained and qualified to use technology effectively, promoting a quality teaching-learning process.

Keywords: Technology, Infrastructure, Geography, Teaching and Pandemic.

INTRODUÇÃO

Com a chegada da pandemia muitas coisas tiveram de ser alteradas para poder comportar a nova realidade que a sociedade Brasileira iria passar. É nesse contexto em que essa dissertação é escrita e nele são realizadas todas as pesquisas e reflexões.

Inicialmente quando pensamos no assunto proposto podemos notar uma certa semelhança entre os temas, uma vez que a tecnologia digital e o ensino remoto estão intimamente ligadas. Mesmo que se passarmos que a alguns anos atrás era comum cursos serem apresentados em TVs ou mesmo o Estudo por correspondência poderia se encaixar nessas classificações, o ER de hoje não pode ser comparado com o de antes.

Novas interfaces, tecnologias de comunicação instantânea otimizaram esse ensino, de modo que se tornou necessário toda uma nova logística, infraestrutura e criação de métodologias de ensino exclusivas para essa modalidade e ainda sim, com a sua popularidade, encontramos algumas ressalvas que veem a justificar a pesquisa desse tema.

Ao nos deparar com essa temática, a primeira coisa que podemos observar é a contradição do ensino ativo, contra o ensino tradicional. A época em que o Brasil atravessa se dá em uma transição, em que, ao mesmo tempo que temos professores nascidos digitais, com facilidade para aprender, pensar e aplicar aulas utilizando os recursos digitais, também temos professores que permanecem no analógico e encontram dificuldades para se adaptar as novas metodologias de ensino e mesmo as novas gerações.

A ideia dessa temática veio de uma percepção do autor, em relação a alguns colegas professores, que na época – ainda 2019, antes do inicio da pandemia do COVID-19 – não sabiam utilizar ferramentas simples, como Google Docs, Meet, Power Point, etc. E dessa observação, trouxe a nossa curiosidade em investigar por que esse fenômeno ocorre e apontado na discussão desse trabalho.

Desta forma, com o chegada da pandemia, muitas coisas se transformaram, muitos desses professores foram obrigados a se adaptar, alguns gastando dinheiro do próprio bolso, para conseguir trabalhar e ministrar suas aulas. É nessa perspectiva que essa artigo resultado da dissertação de mestrado, sendo ela vinculada ao programa de Pós-Graduação da UEM e para melhor entendimento, divimos em três Capítulos, divididos em tópicos e subtópicos, terminando cada capitulo com uma breve discussão da escrita proposta, em uma tentativa de amarrar o pensamento relatado. São os capítulos:

MATERIAIS E MÉTODOS

Para esta dissertação foi utilizado como metodologia de pesquisa a revisão e estudos de materiais bibliográficos, a pesquisa de relato de experiência, uma vez que o autor, atuou como profissional docente, durante o período de estudo e desta forma, conseguiu em caráter empírico vivenciar as dificuldades e desafios propostos pela tema e a realização de entrevistas.

A metodologia de revisão de materiais bibliográficos é uma abordagem comum em muitas áreas de pesquisa e pode ser usada para analisar e sintetizar informações existentes sobre um tema específico. 

A revisão de materiais bibliográficos, também conhecida como revisão sistemática ou revisão da literatura, é uma técnica de pesquisa que visa coletar, avaliar e sintetizar informações existentes sobre um determinado tema ou questão de pesquisa. Essa metodologia pode ser utilizada em várias áreas, como saúde, educação, psicologia e ciências sociais, e pode ajudar os pesquisadores a identificar as lacunas de conhecimento existentes em sua área de estudo.

O objetivo principal da revisão de materiais bibliográficos é obter uma compreensão abrangente e sistemática das evidências existentes sobre um tema ou questão de pesquisa, com o objetivo de informar decisões ou práticas futuras.

A metodologia de relato de experiência é uma abordagem comum em muitas áreas de pesquisa e pode ser usada para coletar e analisar informações sobre as experiências pessoais de um indivíduo ou grupo de indivíduos. Esse método é especialmente útil quando se deseja explorar temas complexos e multifacetados que não podem ser facilmente capturados por meio de outras abordagens de pesquisa. 

O relato de experiência é uma técnica qualitativa de pesquisa que busca compreender as experiências e perspectivas dos participantes por meio de suas próprias narrativas. Isso pode incluir uma ampla gama de temas, desde experiências pessoais e emocionais até questões sociais e políticas.

O objetivo dessa metodologia é obter uma compreensão detalhada e aprofundada das experiências dos participantes e como elas se relacionam com o contexto em que ocorrem. (CRESWELL, 2013.)

Entrevistas são uma das ferramentas mais importantes para coletar informações em muitos campos de pesquisa, incluindo ciências sociais, ciência de dados e negócios. Uma entrevista bem planejada e realizada pode fornecer insights valiosos e detalhados sobre as experiências, opiniões e comportamentos das pessoas, bem como informações sobre os processos e estratégias organizacionais.

A metodologia de entrevista é uma estrutura que orienta o planejamento, a condução e a análise de entrevistas. Ela inclui a seleção de participantes, o desenvolvimento de perguntas e protocolos de entrevista, a condução da entrevista em si, a análise de dados e a apresentação de resultados. Nesta metodologia, discutiremos os principais componentes da metodologia de entrevista, incluindo o planejamento, a condução e a análise de entrevistas. (RUBIN e RUBIN, 2012; KVALE e BRINKMANN, 2009; BRYMAN, 2004.)

RESULTADOS E DISCUSSÇÕES

A pandemia do COVID-19, que se espalhou pelo mundo a partir do final de 2019, tem sido uma das crises de saúde pública mais graves e desafiadoras da história recente. A partir de março de 2020, quando a doença foi oficialmente declarada uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o mundo inteiro se viu enfrentando um inimigo invisível, com um alto potencial de contágio e letalidade.

No Brasil, o primeiro caso do novo coronavírus foi confirmado no final de fevereiro de 2020. A partir daí, a doença se espalhou rapidamente pelo país, levando as autoridades de saúde a implementarem medidas rigorosas de distanciamento social e restrições de circulação para tentar conter a propagação do vírus. No entanto, mesmo com essas medidas, o país enfrentou uma das piores crises sanitárias de sua história.

A pandemia de COVID-19 teve um grande impacto na educação em todo o mundo. Com escolas e universidades fechando as portas para minimizar a propagação do vírus, as instituições educacionais foram obrigadas a se adaptar rapidamente a novas formas de ensino e aprendizagem. A educação durante a pandemia tem sido um desafio para alunos, professores e pais, com uma série de questões relacionadas à qualidade do ensino, acesso à tecnologia, desigualdade e saúde mental.

O ensino remoto tornou-se a norma para muitos alunos em todo o mundo, com aulas on-line, videoconferências e conteúdo virtual. Embora a tecnologia tenha sido um recurso valioso para manter a educação em andamento, ela não está disponível para todos. Muitos alunos, especialmente os de áreas rurais ou de baixa renda, não têm acesso a computadores, internet ou dispositivos móveis para participar das aulas on-line. Isso pode levar a um aumento na desigualdade educacional, com alunos de áreas mais privilegiadas tendo acesso a melhores recursos e, portanto, a melhores oportunidades educacionais.

A qualidade do ensino também tem sido afetada pela pandemia. A mudança repentina para o ensino on-line sem uma preparação adequada pode ter um impacto negativo na qualidade do ensino e na capacidade dos alunos de aprender. Os professores também precisam se adaptar rapidamente às novas tecnologias e mudanças no currículo, o que pode ser um desafio para alguns. A educação presencial também tem um valor inestimável que pode ser difícil de replicar com o ensino on-line. A interação face a face entre alunos e professores é importante para o desenvolvimento cognitivo e social dos alunos.

Além dos desafios educacionais, a pandemia também tem um impacto na saúde mental dos alunos. O isolamento social, a ansiedade e o estresse podem afetar negativamente a capacidade dos alunos de aprender e seu bem-estar geral. Isso é especialmente verdadeiro para os alunos que estão perdendo a interação social e a rotina diária que a escola oferece. Os pais também podem estar sobrecarregados com o aumento da responsabilidade de apoiar a educação de seus filhos em casa enquanto trabalham e lidam com o estresse financeiro e emocional.

A TECNOLOGIA E SEU DESENVOLVIMENTO

A tecnologia é um conceito amplo que inclui vários campos, como tecnologias de engenharia, eletrônica ou mecânica.  Nesse sentido, a tecnologia é um conceito complexo que tem uma definição ampla.

Os humanos usavam ferramentas básicas para caçar e coletar alimentos.  Não precisando se preocupar com smartphones ou computadores.  Com o tempo, os humanos usaram seu conhecimento da natureza e dos recursos para criar ferramentas eficazes.  À medida que essas ferramentas se tornaram mais sofisticadas, as pessoas foram capazes de criar tecnologias mais complexas.  Com o tempo, isso levou à criação de dispositivos que podem facilitar nossas vidas. 

A tecnologia melhorou significativamente a qualidade da vida humana.  Isso levou a novas descobertas e invenções nos campos da medicina, comunicação e transporte.  Por exemplo, a invenção da internet teve um efeito profundamente positivo na sociedade.  A invenção do rádio e da televisão também teve um impacto significativo na sociedade ao trazer notícias e entretenimento para nossas vidas diárias.  Estes são apenas alguns exemplos de como a tecnologia está constantemente melhorando nossas vidas. 

O desenvolvimento da tecnologia depende principalmente da inteligência humana.  Os grandes inventores da tecnologia juntaram suas diferentes ideias para criar algo novo e útil para a humanidade.  As invenções são criadas pela combinação de diferentes pensamentos e mentes.

Existem muitos avanços tecnológicos que ainda estão sendo desenvolvidos e implementados em nossas vidas diárias.  Um desses campos é a tecnologia da informação (TI).  Este campo envolve o desenvolvimento de software de computador, hardware ou produtos eletrônicos para melhorar as operações comerciais;  também melhora a qualidade de vida ao fornecer facilidades de comunicação, como telefone e internet.  TI é um dos campos de crescimento mais rápido hoje devido à sua utilidade na maioria das indústrias. 

No entanto, existem alguns aspectos negativos da tecnologia que afetam as sociedades humanas hoje em dia.  Um desses efeitos negativos é o vício causado por smartphones e outros dispositivos eletrônicos que trazem notícias de todo o mundo instantaneamente – às vezes sem verificar primeiro.  

A tecnologia está mudando rapidamente no mundo de hoje à medida que se torna mais acessível para os consumidores.  No entanto, existem preocupações éticas em relação à tecnologia à medida que ela se torna mais poderosa e acessível ao público

Portanto, é de se pensar que as pessoas devem ser educadas sobre como usar esses aparelhos de forma responsável. Afinal, todo esse poder de informação chegando às grandes massas, nos cabe a pergunta se talvez não fosse o papel da Escola e mesmo do professor o encaminhamento dessa educação e assim evitar graves consequências que podem afetar democracias inteiras.

A Era Digital consigo a capacidade de fornecer informações em tempo real, permitindo que as pessoas tomem decisões com base em informações atualizadas.

Com as novas tecnologias da Era Digital, a velocidade e a eficiência dos serviços melhoraram dramaticamente, permitindo que as pessoas realizem tarefas em segundos que levariam dias diferentes para concluir.

A tecnologia se desenvolveu ao longo dos séculos, com novos avanços e inovações surgindo a cada era. A Revolução Industrial iniciada no século XVIII já havia mudado a forma como as pessoas trabalhavam, substituindo as tarefas manuais por máquinas mais eficientes. No século XIX, viveu os meios de transporte modernos, como o trem. No século XX, a tecnologia alcançou novas alturas, com a invenção do computador em 1945 e o desenvolvimento da Internet em 1969. As pessoas entraram em um novo mundo de informações que não eram limitadas ao seu entorno imediato.

Desta forma, é possível pensarmos num mundo onde a tecnologia atrelada à educação, consegue se tornar cada vez mais presente ou mesmo indispensável, uma vez que as novas gerações se relacionam de maneira diferente com a tecnologia as quais nascem e convivem.

A INOVAÇÃO E SUA APLICAÇÃO NO ENSINO

A inovação é um tema que desperta grande interesse em diferentes áreas do conhecimento, desde a tecnologia até a administração, passando pela economia, engenharia, design, entre outras. Em linhas gerais, a inovação refere-se à criação de algo novo, que traz benefícios em termos de eficiência, qualidade, produtividade, satisfação do cliente, entre outros aspectos.

A inovação original, por sua vez, é aquela que traz algo realmente novo e diferente, que desafia as convenções e quebra paradigmas. Trata-se de uma inovação que não se limita a melhorar algo que já existe, mas que propõe uma mudança radical no modo como fazemos as coisas.

A inovação original pode surgir a partir de diferentes fontes, como a criatividade individual, o trabalho em equipe, o diálogo com os clientes, a observação do mercado, a análise de tendências, entre outras. O importante é que ela seja capaz de gerar valor e impacto, tanto para a empresa quanto para a sociedade como um todo.

Para entender melhor o que é a inovação e como ela pode ser estimulada, é importante explorar alguns exemplos práticos. A seguir, apresentamos três casos que ilustram diferentes formas de inovação..

O primeiro exemplo ainda que com ressalvas é o da empresa Tesla, fundada por Elon Musk em 2003. A Tesla é uma fabricante de carros elétricos que revolucionou o mercado automotivo ao propor uma nova visão de mobilidade urbana. A empresa não se limitou a criar um carro elétrico mais eficiente ou mais barato do que os concorrentes, mas propôs um novo modelo de negócio baseado na inovação tecnológica, no design diferenciado e na experiência do usuário. Com isso, a Tesla conseguiu criar uma marca forte e um público fiel, que vê nos carros elétricos uma alternativa mais sustentável e moderna ao modelo tradicional de transporte.

O segundo exemplo é o da empresa Airbnb, fundada em 2008 por Brian Chesky e Joe Gebbia. A Airbnb é uma plataforma de hospedagem que permite que pessoas comuns aluguem quartos ou casas para turistas e viajantes. O que torna a Airbnb uma inovação original é a maneira como ela transformou o mercado de hospedagem, desafiando a hegemonia dos hotéis e criando uma alternativa mais barata e personalizada para quem quer viajar. Além disso, a Airbnb também transformou a experiência do usuário, oferecendo uma plataforma fácil de usar, segura e confiável.

O terceiro exemplo é o da empresa Patagonia, fundada em 1973 por Yvon Chouinard. A Patagonia é uma marca de roupas e equipamentos para esportes outdoor que se destacou por seu compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade social. O que torna a Patagonia uma inovação original é a maneira como ela conseguiu integrar a preocupação ambiental em todas as etapas de seu processo produtivo, desde o design até a distribuição. A empresa também se destacou por sua postura ativista, defendendo causas ambientais e sociais e apoiando organizações não governamentais.

Esses exemplos ilustram diferentes maneiras de inovação pode surgir e como ela podegerar impacto e valor para a sociedade. Cada uma dessas empresas propôs uma abordagem única para resolver um problema específico ou atender a uma necessidade do mercado, e esse diferencial foi o que as tornou bem-sucedidas.

Na educação isso não é diferente, uma vez que o professor pode sempre inovar em suas areas. Mesmo com um quadro e giz, ou uma folhinha de atividades, sempre é possível trazer algo novo, original e eficaz.

Uma dessas práticas é a criação de espaços de colaboração e experimentação. Muitas vezes, a inovação surge a partir de um diálogo aberto entre diferentes áreas da educação ou mesmo entre o professor e aluno. Por isso, é importante criar espaços físicos ou virtuais que facilitem essa troca de ideias e experiências.

Outra prática importante é o estímulo à diversidade e à criatividade. A inovação original muitas vezes surge a partir de um olhar diferente sobre um problema ou desafio. Por isso, é importante incentivar a diversidade de opiniões, backgrounds e experiências dentro da escola, e criar espaços para a experimentação e a criatividade.

MÉTODOS TRADICIONAIS DE ENSINO-APRENDIZAGEM E O ENSINO TRADICIONAL DE GEOGRAFIA.

Os métodos tradicionais de ensino são baseados na padronização dos alunos e da aprendizagem. Em outras palavras, o professor é peça central no processo de aprendizagem, pois a disciplina é exposta e exigida a partir de uma certa hierarquia na qual o profissional se apresenta como detentor de todo conhecimento.

As aulas são expositivas, ou seja, o professor explica o conteúdo oralmente, além de fornecer exercícios para ajudar os alunos a lembrar o que foi ensinado. Assim, o professor explica o conteúdo, dá os exercícios e, por fim, conecta o tema a outras disciplinas, criando uma dinâmica.

Podemos perceber que a educação não é apenas depositar conteúdo nos alunos. O princípio do ensino tradicional é o domínio da palavra do professor na transmissão oral do conhecimento e nos livros. Os mestres devem cumprir estritamente as tarefas de instruir, punir, treinar, supervisionar, organizar o conteúdo, avaliar e julgar para garantir a produção e o comportamento da aprendizagem.

No entanto, o método tradicional de ensino-aprendizagem tem suas limitações, pois se baseia em uma abordagem unilateral, em que o professor ensina e o aluno absorve o conteúdo. Atualmente, essa abordagem não é suficiente para fornecer aos alunos conhecimento que seja significativo e duradouro. Por isso, muitos educadores passaram a adotar métodos de ensino que priorizam a construção conjunta do conhecimento.

Uma das principais vantagens desses novos métodos é que os alunos não são mais meros receptores de conteúdo, mas participantes ativos na construção do conhecimento. Nessa abordagem, os alunos fazem parte do processo de aprendizagem e se tornam protagonistas de sua própria educação.

No entanto, o método tradicional de ensino-aprendizagem ainda é muito utilizado em muitas escolas. Ele se baseia principalmente na memorização de conceitos e no ensino linear de conteúdos. O professor apresenta os conteúdos de forma didática e espera que os alunos os memorizem. Essa abordagem é muitas vezes insuficiente para promover um aprendizado significativo.

Nesse contexto, é importante destacar que o modelo tradicional de ensino-aprendizagem carece de técnicas mais inovadoras para melhorar o processo.

Na geografia tradicional que ainda é amplamente utilizada nas abordagens de educações no Brasil, o ensino de geografia se resume em trabalhar com um espaço não contraditório, sem crises, uma analise superficial, apresentando os mais diversos aspectos da natureza, sem fazer ou fazendo pouca referência ao homem, fazendo uma fala na atualidade sem colocar dados políticos (CARVALHO, 2004)

Desta forma, os métodos mais comuns na geografia tradicional, podem ser reconhecidos como o “decoreba”, pintura de mapas e bandeiras, o encher do quadro negro para o aluno apenas decorar antes da avaliação, ou o expor do conteúdo sem instigar o aluno a se questionar sobre os fatos de sua realidade. (ALMEIDA, 2014)

METODOLOGIA ATIVA DE ENSINO APRENDIZAGEM E NA GEOGRAFIA.

Uma abordagem de aprendizagem ativa é uma técnica de ensino baseada em atividades que permite aos alunos participar e, de fato, tornar-se protagonistas no processo de construção de seu próprio conhecimento. Ou seja, são abordagens baseadas menos na transferência de informações e mais no desenvolvimento de habilidades.

Como o nome sugere, na abordagem ativa, o aluno está no centro do processo de ensino. Os professores atuam como mentores em sala de aula, oferecendo sugestões de atividades e orientando os alunos sobre como realizá-las. Ou seja, os alunos participam de cada etapa da produção do conhecimento, e seu desempenho pode ser avaliado passo a passo, alterando significativamente o resultado final.

Métodos ativos são criados para que os alunos possam participar e assim se interessar mais pela aula. Isso acontece por exemplo quando os professores pedem aos alunos que leiam o material que foi discutido anteriormente em sala de aula. Dessa forma, facilita-se o debate sobre quem é a favor ou contra o tema e por quê, o que é bom e o que é ruim. O que é muito divertido para testar conhecimentos e absorver novas informações.

A criação de ambientes que favoreçam essas interações diferenciadas também pode auxiliar nesse processo. Uma opção interessante são os makerspaces, que vêm crescendo no contexto da educação. Esse ambiente ajuda a desenvolver características como criatividade, autonomia e disposição para buscar soluções.

Uma sala de aula invertida é uma variação de aprendizagem combinada que mistura atividades presenciais e online. Na prática, as escolas podem facilitar o uso dessa abordagem desenvolvendo plataformas instrucionais com conteúdos digitais em diferentes formatos para ampliar as possibilidades de engajamento com o conteúdo desejado. Alguns exemplos incluem: cursos em vídeo, textos, podcasts, eBooks, documentários e infográficos.

Além disso, é uma forma de transformar a rotina em um momento de descontração sem perder de vista a disciplina e o conteúdo necessários. Como resultado, os alunos aprendem brincando e interagem com mais comprometimento – a intenção de vencer o jogo e ser vitorioso reforça o engajamento no aprendizado.

Dessa forma, a sala de aula fica mais dinâmica, o que aumenta o interesse dos alunos e, consequentemente, potencializa seu aprendizado. Ao propor e aplicar cada solução com resultados positivos, os alunos muitas vezes sentem o poder do pensamento criativo, individual e em grupo.

Além da experiência prática, a criação de projetos podem promover uma interação construtiva entre professores e alunos. Esses dois fatores favorecem o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. No principal, podemos destacar a liderança e a criatividade.

A aplicação de métodos ativos facilita experiências imersivas, permitindo que os alunos se envolvam diretamente com o conteúdo por meio de problemas, projetos ou estudos de caso. Isso ajuda a aumentar o interesse pela pesquisa e promover a compreensão do tema.

Dessa forma, pode-se dizer que a utilização de atividades lúdicas e interativas funcionaram significativamente para promover uma compreensão mais profunda dos conteúdos. Por exemplo, a realização de jogos, problemas matemáticos, desafios e simulações permitem que os alunos vivam a teoria de uma forma mais prática.

Já na geografia critica, que seria utilizada nas instituições de ensino para favorecer e formar o pensamento critico no discente, munindo-os com um olhar diferente e transformador na sociedade. Pois esta geografia trabalha com a analise de conteúdos sociais, dando ao homem o seu devido peso na modificação do espaço e também justificativa da aprendizagem da geografia nas escolas. Como a geografia critica nasce da necessidade de juntar o qualitativo com o quantitativo e com a chegada do maquinário, assim como do estudo da globalização as tecnologias passam a ficar cada vez mais próximas do ensino da geografia, de modo que, as tecnologias não podem mais ser ignoradas pela escola, afinal, os educadores podem despertar o senso critico e atuante dos alunos, fazendo uso desta ferramenta como um mecanismo de conscientização, no ensino aprendizagem de geografia. Pois agora, não mais estas tecnologias estão separadas da nossa realidade (GOMES; ARCHELA, 2010.). 

Na geografia, podemos utilizar as mais diversas ferramentas, as mais comuns se dão na forma do Google Earth, Google Maps e recentemente até mesmo no uso de fotografias. Utilizando estas ferramentas facilitam a discussão de temas como por exemplo o Lugar, ou apresentar aos alunos impactos ambientais.

UM CONFLITO GERACIONAL DE GERAÇÕES E METODOLOGIAS DE ENSINO.

Ana Prado (2015) nos questiona a razão pela qual o professor precisa ir além do DataShow, entre uma de suas razões está a diferença de gerações e as atenções, ambições e prioridades de cada uma delas. Entendendo essa premissa, podemos até nos vislumbrar com a ideia de que algumas metodologias de ensino, poderiam funcionam em determinada época, mas, ela entrará em conflito com as gerações atuais, desta forma, não podemos pensar em uma educação estática, ou em um modelo ensino definitivo, uma panaceia  para todos os problemas do professor. 

A educação vai muito além disso, a cada geração de discentes que chegam na escola, possuirá sua forma pensar e são reflexo da sociedade em que vivem, cabe ao professor identificar o seu aluno e planejar de acordo com este. 

O docente atualmente não apresenta dificuldades na utilização de ferramentas analógicas em sua prática de ensino. Evidenciamos isso com as atividades impressas ou com a já famosa “TV Laranja”, muito comum no estado do Paraná. A TV Laranja, é uma televisão de tubo, implementada nas escolas do Paraná durante o governo Requião em 2006. Na época, fora uma grande revolução no ensino, pois ela tinha a capacidade de ler pendrives e naquele período o professor, poderia utilizar slides, filmes, músicas, vídeos e outras coisas possibilitadas pela TV, com a desvantagem proporcionada apenas pela resolução e polegadas daquela ferramenta. Hoje, um aparelho semelhante, porém mais eficiente, também fora disponibilizado nas escolas, sendo ele o projetor (ou Datashow) e muitos professores apresentavam um receio e dificuldade na utilização desta nova tecnologia, pelo simples fato desta projetar a tela de um notebook ou computador. Alguns professores inclusive, durante a volta às aulas presenciais, optaram por comprar um adaptador analógico de notebooks para utilizar nas TVs. 

Porém, nos últimos tempos, com a pandemia, a tecnologia passou a ser um recurso utilizado como forma de unir professores e alunos. Com isso, houve a necessidade de proporcionar o controle para aumentar a diversidade na metodologia do docente, bem como, aprimorar a qualidade da educação.

Nesta perspectiva, vários protocolos foram criados para tornar a educação virtual mais eficaz e acessível.

Além disso, também foram integradas ferramentas que permitem que os professores monitorem e avaliem o desempenho dos alunos a distância. Isso inclui conferências de vídeo, plataformas de aprendizagem virtual, bem como, recursos para a criação de conteúdos de qualidade. A nova realidade da pandemia trouxe a necessidade de adaptar os métodos de ensino a esta nova situação.

A tecnologia moderna desempenhou um papel fundamental neste processo, permitindo aos professores adaptar seus métodos de ensino de forma rápida e eficiente. Plataformas online como o Google Classroom, Zoom e Skype foram utilizadas para que os professores pudessem lecionar à sua turma. Estas plataformas possibilitaram que os professores desenvolvessem aulas à distância, tanto com conteúdos pré-gravados quanto com aulas em tempo real. Além disso, os professores também passaram a utilizar outras formas de comunicação, como o WhatsApp, para manter contato com seus alunos e tirar dúvidas.

No entanto, apesar das vantagens da tecnologia para a educação durante a pandemia, ela também traz alguns desafios. Por exemplo, muitos alunos não possuem acesso à internet ou equipamentos adequados para receberem as aulas de forma remota. Esses alunos estão em maior deficiência e podem ter suas notas prejudicadas devido à falta de acesso. 

Enquanto os professores estão se esforçando para se adaptarem à tecnologia e proporcionar educação de qualidade mesmo à distância, os alunos também estão fazendo sua parte. Muitos alunos têm investido tempo na criação de conteúdo útil para auxiliar os professores

UM PASSO PARA FRENTE, DOIS PASSOS PARA TRÁS.

O que podemos observar durante esses anos de pandemia, foi um avanço significativo do Estado do Paraná nos investimentos do uso de tecnologias, a troca das TVs Laranjas pelo recente Educatron – uma televisão tipo Slim, smart mas não configurada, com um computador acoplado na parte de trás, instalado com um sistema operacional tipo Linux – foi uma mudança na infraestrutura das escolas. 

Porém, de nada adianta essa infraestrutura se o problema das escolas continua sendo o mesmo, ou seja, a forma de ensinar. Os professores continuam utilizando o mesmo método tradicional de ensino, porém, agora, adaptados minimamente com as tecnologias digitais. 

Durante a pandemia, os professores tiveram que se adaptar muito rapidamente para levar a educação às suas salas de aula virtuais. O uso de tecnologias digitais cresceu significativamente para garantir que os alunos continuassem a aprender e se desenvolvessem. Os docentes foram forçados a usar tecnologias que nunca usaram antes, como aulas online, videoconferências, ferramentas de colaboração e outros programas. Essas tecnologias permitiram que os professores continuassem a ensinar mesmo durante a pandemia.

Essas tecnologias também permitem que os alunos e professores desenvolvam novas habilidades de aprendizagem. Os professores tentam usar métodos de ensino mais interativos para manter os alunos interessados, como fazer perguntas e discutir assuntos em salas de aula virtuais. Além disso, muitos professores também desenvolveram habilidades de ensino online, tais como a personalização do conteúdo de acordo com o nível de aprendizado dos alunos e uso de diversos meios de comunicação para manter os alunos engajados.

A pandemia também contribuiu para a mudança no ensino e aprendizagem, tendo em conta que os professores se adaptam rapidamente às novas realidades. Isso significa que os professores estão se tornando muito mais do que fornecedores de conteúdo, pois eles também precisam ser especialistas em tecnologia e ter habilidades de comunicação para ajudar os alunos a aprender. O que necessariamente aumentou o trabalho do professor que precisa ter essa formação para ministrar as suas aulas, ou mesmo se capacitar de maneira autodidata para tal.

Mesmo assim, hoje, é uma obrigação moral dos professores aproveitarem a tecnologia educacional para melhorar a experiência de aprendizagem dos alunos. Ferramentas de ensino e aprendizado on-line, como aulas virtuais, videoaulas, jogos educativos, módulos de autoaprendizagem, etc., foram muito úteis para ajudar os alunos a lidar com as mudanças no ensino e aprendizagem impostos pela pandemia.

Os professores também tiveram um papel vital na utilização dessas tecnologias educacionais para manter os alunos motivados e proporcionar melhores oportunidades de aprendizagem. Eles fornecem um ambiente seguro e confortável para seus alunos para que eles possam aprender de forma interativa, acessar os materiais de apoio e pesquisas adicionais.

No entanto, o emprego de tecnologias educacionais para fins de ensino e aprendizagem também vem acompanhado de desafios. Como os professores são obrigados a trabalhar com novas tecnologias educacionais, eles precisam gerenciar os problemas técnicos que surgem durante o processo de ensino e aprendizagem. Durante as entrevistas os professores relataram queda de internet, energia elétrica, alguns usaram os próprios dados móveis para suprir essa necessidade.

A pandemia trouxe ainda mais complexidade à tarefa dos professores. Agora, eles não precisam implementar apenas tecnologia educacional, mas também lidar com o desafio adicional de ministrar aulas em um novo ambiente.

Para ajudar os professores nessa tarefa, muitos programas e ferramentas educacionais foram criados para apoiar o ensino à distância. Essas ferramentas permitem que os professores criem conteúdos ricos e interativos para as aulas e facilitem o gerenciamento da sala de aula em tempo real. O problema, é que o professor em sua grande maioria, continua sem a formação necessária para aplicar essas ferramentas e muitos se sentem abandonados nesse quesito, enquanto o estado cobra a utilização dessas ferramentas. 

As ferramentas de tecnologia educacional também permitem que os professores forneçam feedback instantâneo aos alunos, consigam acompanhar seu progresso e criar experiências de aprendizagem personalizada.

A infraestrutura das escolas do Paraná nos anos de 2020 a 2022 tem sido um tema de grande preocupação para educadores, pais e alunos. A pandemia de COVID-19 acentuou as dificuldades que já existiam antes da crise sanitária, levando a um maior questionamento sobre as condições de ensino oferecidas pelo sistema educacional paranaense.

Entre os principais problemas enfrentados pelas escolas, destaca-se a falta de recursos financeiros para manter a infraestrutura adequada. Muitas instituições apresentam salas de aula lotadas, com pouca ventilação e iluminação insuficiente. Além disso, a falta de recursos também impacta na manutenção dos prédios, gerando problemas como infiltrações, mofo, e danos nas estruturas físicas. Outra questão importante é a acessibilidade para alunos com deficiência. Embora existam leis que estabelecem a obrigatoriedade de adaptações em prédios públicos, muitas escolas do Paraná ainda não oferecem condições adequadas para que estudantes com deficiência possam acessar o ambiente escolar com segurança e conforto. (PRADO, 2021)

A falta de equipamentos tecnológicos também é um grande desafio. Durante a pandemia, a necessidade de aulas remotas evidenciou a desigualdade digital presente nas escolas do Paraná. Muitos alunos não possuem acesso a computadores ou internet de qualidade, o que comprometeu o processo de aprendizagem.

Além disso, a falta de investimentos em infraestrutura básica também impacta na qualidade da alimentação oferecida nas escolas. Muitas instituições não possuem cozinhas adequadas para o preparo de alimentos, o que compromete a qualidade da merenda escolar.

Para solucionar esses problemas, é necessário que o governo do Paraná invista em infraestrutura escolar de qualidade, com recursos destinados à manutenção de prédios, à aquisição de equipamentos tecnológicos e à adaptação de prédios para alunos com deficiência.(PRADO, 2021) Além disso, é preciso ampliar o diálogo com a comunidade escolar, ouvindo as demandas e sugestões de alunos, pais e professores para aprimorar a infraestrutura das escolas.

Em resumo, a infraestrutura das escolas do Paraná de 2020 a 2022 enfrenta desafios significativos. A falta de recursos financeiros, a desigualdade digital, a acessibilidade para alunos com deficiência e a qualidade da alimentação são alguns dos principais problemas enfrentados pelas instituições. No entanto, é possível superar esses desafios com investimentos em infraestrutura de qualidade e diálogo constante com a comunidade escolar (PRADO, 2021)

A REALIDADE DO PROFESSOR DE GEOGRAFIA PARA O ENSINO VIRTUAL E HÍBRIDO

O papel do professor de geografia tem passado por mudanças significativas com o advento do ensino virtual e híbrido. Com a pandemia de COVID-19, muitos educadores se viram obrigados a adotar novas práticas pedagógicas para poder levar o conhecimento aos seus alunos, já que o ensino presencial se tornou inviável em muitas regiões do país.

Embora o ensino virtual e híbrido tenham suas vantagens, é importante destacar que eles também apresentam desafios significativos para os professores de geografia. Entre esses desafios, podemos destacar a necessidade de adaptação às novas tecnologias, a necessidade de repensar as práticas pedagógicas e a falta de interação presencial com os alunos.

Um dos maiores desafios que os professores de geografia enfrentam no ensino virtual e híbrido é a necessidade de adaptação às novas tecnologias. Muitos professores nunca haviam utilizado plataformas digitais antes da pandemia, o que torna a transição para o ensino online ainda mais difícil. Além disso, as ferramentas disponíveis para a realização de aulas virtuais são bastante diversas e nem sempre fáceis de usar, o que pode demandar um tempo significativo para o seu aprendizado e uso adequado.

Outro desafio que os professores de geografia enfrentam no ensino virtual e híbrido é a necessidade de repensar as práticas pedagógicas. As aulas online não são iguais às aulas presenciais, e muitos dos métodos tradicionais de ensino não funcionam tão bem no ambiente virtual. É necessário repensar as estratégias de ensino e aprendizagem para que os alunos possam obter o máximo de benefícios da aula, mesmo que ela seja realizada a distância.

A falta de interação presencial com os alunos também é um desafio para os professores de geografia no ensino virtual e híbrido. O contato com os alunos é um dos aspectos mais gratificantes do ensino, e a falta desse contato pode levar a uma sensação de isolamento e desconexão. Além disso, a ausência da sala de aula física pode tornar mais difícil a compreensão das dificuldades dos alunos e a adaptação do ensino às suas necessidades específicas.

Para superar esses desafios, os professores de geografia precisam estar abertos a novas possibilidades e ferramentas. É necessário buscar o conhecimento sobre as tecnologias disponíveis para a realização de aulas virtuais e híbridas e aprimorar as habilidades de uso dessas ferramentas. Além disso, é importante repensar as práticas pedagógicas e encontrar novas maneiras de engajar os alunos e transmitir o conhecimento.

Para isso, é fundamental a formação continuada, para que os professores possam estar sempre atualizados e prontos para enfrentar os desafios do ensino virtual e híbrido. A formação pode ser realizada em cursos oferecidos pelas próprias instituições de ensino ou por meio de instituições especializadas em educação a distancia.

Mas além de todas essas dificuldades, os professores de Geografia ainda têm que lidar com outra questão crucial: a adaptação dos alunos ao ensino virtual e híbrido. Muitos estudantes não têm o equipamento adequado em casa para acompanhar as aulas online, o que cria uma enorme disparidade no aprendizado. Além disso, mesmo os alunos que têm acesso a computadores e internet muitas vezes enfrentam dificuldades para se manterem motivados e concentrados durante as aulas virtuais.

Isso ocorre porque a aprendizagem virtual exige muito mais autodisciplina e autodeterminação dos alunos. Eles têm que ser capazes de gerenciar seu tempo, manter um ritmo de trabalho constante e lidar com uma infinidade de distrações em casa, desde a TV até a família e os amigos. E, como muitos alunos são ainda jovens e não têm a maturidade e o autocontrole necessários para lidar com esses desafios, muitos acabam ficando para trás e tendo dificuldades para acompanhar o currículo.

Por tudo isso, os professores de Geografia têm um desafio gigantesco pela frente. Eles precisam se adaptar rapidamente às novas tecnologias e plataformas de ensino, lidar com a falta de equipamentos e conectividade de muitos alunos, e ainda encontrar maneiras de manter seus alunos motivados e envolvidos no processo de aprendizagem. É um trabalho árduo e cansativo, mas que é fundamental para garantir que os alunos continuem a receber uma educação de qualidade, mesmo em meio a um cenário tão desafiador.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É de certo que a educação na Geografia caminha a passos largos, a pandemia nos trouxe uma das maiores catástrofes que poderiamos vivenciar em solo Brasileiro, sendo a morte de mais de 600 mil mortes em toda a Nação. Contudo, apesar dos pesares, pudemos observar uma mudança na educação Brasileira.

Antes quase estagnada, os professores se viram obrigados a mudar e se aperfeiçoar, fazendo com que muitos dos docentes que antes não dominavam ferramentas básicas do conhecimento da informática, agora conseguissem dominar pelo menos o básico. Nesse sentido, podemos notar uma evolução no campo da educação, porém, ao analisarmos todas as metodologias descritas nesse trabalho, podemos notar como todas elas exigem um professor ativo, com tempo de sobra, bem remunerado e motivado. Enquanto o perfil do professor Brasileiro, no geral é justamente o contrario.

Na verdade, muitos professores não buscam formação por conta, sendo sua principal motivação subir de nivel no concurso, ou ganhar preferencia na escolha de aulas. Enquanto professores PSS – Professores contratados no Estado do Paraná, sigla para Processo Seletivo Simplificado – muitos tem como o ser professor uma fonte de renda extra, ou mesmo trabalha como professor durante o dia e complementa a renda com outro serviço a noite. Esta realidade inviabiliza que seja o ensino híbrido, presencial ou EaD, visto que o professor não vê motivos para se especializar e portanto, isso acaba afetando no proprio ensino-aprendizagem

O que podemos notar de fato, é que os problemas encontrados na Escola de hoje, são os mesmos de antes da pandemia, agora, acentuados por essa época de exceção e também evidenciados, afinal, muitos pais, que antes não se importavam, ou fingiam não enxergar, perceberam a precariedade que o ensino Paranaense se encontrava. Agora, o problema do déficit de formação dos professores, diminuiu, porém, os problemas continuam o mesmo. 

Ao estudarmos sobre a infraestrutura do Paraná, percebemos a sua carência, ainda que esteja sendo construída e mesmo tido um avanço em relação aos anos anteriores, contudo, de nada adianta uma sala bem equipada, se o método de ensino do professor continua sendo o mesmo, ou sejá, uma sala com equipamentos para serem usados de maneira ativa, porém em uma aula tradicional. A pergunta que fica e, como fazer para o professor de outrora e também os novos, entenderem a diferença desses dois métodos e a importância da utilização de uma metodologia ativa? 

Para aplicarmos um ensino híbrido que funcione é necessário um grande investimento em infraestrutura na escola, seria necessário uma política pública de reforma total. Pois seria necessário que uma parte da escola fosse convertida em um polo EaD, com internet, bons computadores, câmeras etc. Porém, se o professor não tiver o incentivo e a formação adequada, este por sua vez, manterá a mesma aula linear, porém, agora, utilizando ferramentas digitais ao invés do quadro e giz. Utilizar a tecnologia sem inovar é o mesmo que não utilizada e portanto permanece a situação do problema de ensinagem e não de aprendizagem. Os quais vem perseguindo a educação Brasileira já a algum tempo. 

Para que o professor ideal possa surgir é primeiro necessário mudar o ambiente em que ele atua. Desta maneira, não apenas na questão da estrutura do colégio, mas do sistema em si. Colaborando para que o professor se aperfeiçoe, gratificante pós-graduação como mestrado e doutorado, aumentando as horas atividades, liberando parte dela, para que o professor possa se especializar fora da escola, fazendo cursos em universidades e afins. Ofertando cursos, ministrados por mestres e doutores e não apenas uma reprodução de conteúdo formulado pela SEED, valorizando o professor através do salário e assim melhorando sua qualidade de trabalho e consequentemente sua qualidade de vida. Durante a pesquisa, foi muito comum escutar professores que gastaram dinheiro do próprio bolso, alguns construindo estudios, outros comprando computadores caros que sequer usam hoje, devido a mudança do sistema, ou seja, primeiro lhe foi exigido que fizesse o impossível para continuar trabalhando e quando retorna, não pode exercer o seu trabalho da maneira como era.

Dito isto, este trabalho teve como objetivo fazer uma reflexão e entender as razões pelas quais os professores tiveram dificuldades em ministrar suas aulas durante a pandemia. Isto se deve a falta de recursos de infraestrutura, mas também do recurso humano. O conflito geracional de professores não nascidos digitais, com alunos nascidos digitais, se tornou gritante durante a pandemia e o abandono do Estado para com o professor o motivou ainda mais a desistir de sua profissão, causando a deserção docente. Entendemos que parte disso, vem do fato do professsor tentar manter seu método tradicional de ensino, ainda que se mostre disposto a mudar faltando o incentivo necessário para que isto ocorre, do contrário, mesmo que haja uma superestrutura para realizar qualquer sistema de ensino, neste sentido, colocamos uma questão para reflexão, se talvez não seja a hora de, mesmo que demos um passo adiante, retornar dois passos para trás e resolver o primeiro o problema de ensinagem, para então seguirmos em frente. 

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