O EMPREENDEDORISMO E A SUSTENTABILIDADE NO PERÍODO PANDÊMICO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7643866


Autora: Leiliane Carvalho Barbosa Reinholez¹
Coautora: Samira Silva Leão²
Orientador: Juan Carlos Alvarado Alcócer3


1. INTRODUÇÃO

Desde o início da pandemia da covid-19³, o mundo, literalmente, adquiriu novos hábitos de higiene e de sobrevivência para evitar a disseminação e a contaminação do coronavírus que, por meio do ar atmosférico, contaminou e levou a óbito milhares de pessoas por causar graves problemas, em especial, no trato respiratório e motor. A crise sanitária global vivenciada em um momento histórico da humanidade, no período de 2020 e 2021, acarretou uma ruptura drástica no modo de vida das pessoas, afetadas abruptamente nos aspectos: econômicos, políticos, sociais e emocionais.

No tocante à construção social, o método de reconhecimento está estabelecido na heterogênea cadeia da sociedade, em que há diversas formas de intervenção, por meio das quais a identidade de cada pessoa é firmada. Mesmo com uso de álcool em gel, máscaras e medidas preventivas e protetivas não foi possível a eliminação total do vírus e a contaminação se alastrou entre a população ao ponto das entidades governamentais adotarem, cautelosamente, o lockdown4. Essa atitude foi exigida em quase todos os países, pois não houve alternativa.

O Ministério da Saúde5 reforça a importância do uso de máscara:

Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, o uso de máscaras faz parte de um conjunto de medidas que devem ser adotadas de forma integrada para prevenção, controle e mitigação da transmissão de determinadas doenças respiratórias virais, incluindo a Covid-19. As máscaras podem ser usadas para a proteção de pessoas saudáveis (quando em contato com alguém infectado) ou para controle da fonte (quando usadas por alguém infectado para prevenir transmissão subsequente). O uso de máscaras deve ser feito, no entanto, de maneira complementar com outras medidas nos âmbitos individual e comunitário, como a higienização das mãos, distanciamento social, etiqueta respiratória e outras medidas de prevenção (OMS, 2019, p. 1, grifo nosso).

Dentre tantos contratempos sociais e econômicos que foram agravados durante o período pandêmico, pode-se enfatizar o desemprego em larga escala. Muitos profissionais ficaram desempregados e os que conseguiram manter-se vinculados ao emprego, praticaram suas atividades de forma on-line6ou de forma remota (termo mais utilizado),conforme autorização das leis vigentes, como é o caso da legislação brasileira com a medida provisória nº 1036 de 17 de março de 2021, que alterou a Lei nº 14.046, de 24 de agosto de 2020.

Constituição Federal de 1998, que altera os artigos: 29-A, 37, 49, 84, 163, 165, 167, 168 e 169 da Constituição Federal e os arts. 101 e 109 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias; acrescenta à Constituição Federal os arts. 164-A, 167-A, 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G; revoga dispositivos do ato das disposições constitucionais transitórias e institui regras transitórias sobre redução de benefícios tributários; desvincula parcialmente o superavit financeiro de fundos públicos; e suspende condicionalidades para realização de despesas com concessão de auxílio emergencial residual para enfrentar as consequências sociais e econômicas da pandemia da Covid-19 (PEC 186/2019 – Fase 1- CD).

Diante do exposto, o objetivo geral desta pesquisa é mostrar que o empreendedorismo e a sustentabilidade são importantíssimos para a realidade mundial, vive-se em uma sociedade de consumo sem precedentes, onde o lucro é resultado de o mundo capitalista vigente. E os objetivos específicos são: identificar como o empreendedorismo e a sustentabilidade podem fazer a diferença na vida das pessoas; descrever novos olhares a partir do empreendedorismo e da sustentabilidade e evidenciar a importância da mudança de vida das pessoas com o empreendedorismo e a sustentabilidade.

A justificativa vem do anseio em identificar que atitudes mitigatórias são substanciais para não ocorrer maiores índices de desemprego em massa, tendo em vista que milhares de pessoas perderam suas principais fontes de renda, precisando muitas vezes se reinventar e empreender em novas oportunidades de trabalho, emprego e renda. Logo, esse cenário mundial vem trazendo muitos questionamentos e problemáticas, acerca dos novos trabalhos e fonte de renda das pessoas.

2. O EMPREENDEDORISMO E A SUSTENTABILIDADE FRENTE AO CORONAVÍRUS

O estudo do empreendedorismo, embora seja antigo, torna-se novo no campo do ensino e da aprendizagem com, aproximadamente, duas décadas, o que indica que está em fase de consolidação conceitual e, provavelmente, levará algum tempo para solidificar sua base científica, mostrando ser um campo evidente em termos de pesquisas e publicações (DOLABELA 1999 apud SILVA, 2012). Alguns estudos, embora abordem o termo do empreendedorismo, quando se trata de um envolvimento sustentável e do processo empreendedor, é perceptível que quantidade de publicações e de estudos ainda não é suficiente.

A abordagem síncrona do empreendedorismo sustentável e do processo empreendedor foi irradiada de modo condensado por Boszczowski e Teixeira (2012), que fizeram um estudo com base em uma revisão, análise e associação entre as diferentes tendências da literatura sobre o processo empreendedor, viabilizando um aprendizado comparativo, com o intuito de entender as semelhanças e as particularidades que rodeia a temática pesquisada.

A sustentabilidade7 é uma temática que surgiu no século XIX, com o acume do surgimento das indústrias e da revolução industrial, das novas tecnologias, que foram ampliadas, com o consumismo e pelas praticidades que ela oferece e que propiciou verídicas catástrofes ambientais, tais como a poluição atmosférica, o desmatamento de florestas, a poluição das águas e do solo.

Sabendo que o estudo do processo empreendedor engloba todas as funções, atividades e ações associadas com a percepção de oportunidades, conforme Dornelas (2012). Para Filion (1999), Shane e Venkatraman (2000), este processo pode ser compreendido como a junção de todas as atitudes, percepções e descobertas apresentadas na parte primitiva de um novo empreendimento ou na implementação de uma nova ideia

A análise e discussão sobre o empreendedorismo é um assunto discutido com bastante ênfase. O estudo do padrão comportamental e do perfil empreendedor, de forma genérica, teve início com McClelland (1976), que usou como base as características comportamentais de empreendedores de sucesso, de vários contextos culturais e com isso desenvolveu uma ferramenta para mensurar o potencial empreendedor de cada um.

Baseado na crença de que o estudo da motivação, além de levar em consideração a necessidade de realização dos empreendedores, deve também considerar que eles são motivados por suas necessidades de afiliação/planejamento e poder. E é a partir dessas necessidades que o autor identificou dez características comportamentais empreendedoras, sendo elas: busca de oportunidade e iniciativa; persistência; comprometimento; exigência de qualidade e eficiência; correr riscos calculados; estabelecimento de metas; busca de informações; planejamento e monitoramento sistemático; persuasão e rede de contatos e; independência e autoconfiança (BRANTS et al., 2015).

Sobre o comportamento empreendedor, as pessoas se fragmentam dois grupos, em que diante de uma chance de sucesso, um pequeno contingente de indivíduos determinados pode se esforçar para aproveitá-la ao máximo. Enquanto a minoria dedica muito trabalho e esforço para alcançar seus objetivos, a maioria não toma iniciativa para buscar o sucesso. Essa disparidade cria uma diferença entre aqueles que são movidos e motivados pela realização (MCCLELLAND, 1961 apud BRANTS et al., 2015).

Para Filion (1999), a percepção do empreendedor é um componente muito importante para explicá-la do perfil comportamental, pois julga que por meio dessa observação é que uma pessoa é capaz de almejar ser considerado um verdadeiro empreendedor. Esses estudos refutam as características determinantes de um empreendedor, bem como o poder de persuasão de influenciar, tais como as diferenças culturais e de mercado (NASCIMENTO JÚNIOR; DANTAS; SANTOS, 2005 apud PEDROSO; MASSUKADO-NAKATANI; MUSSI, 2009).

2.1 A SOLUÇÃO EMERGENTE, EMPREENDEDORA E SUSTENTÁVEL EM MEIO AO CAOS GLOBAL

As costureiras de Sussuanha, pequeno distrito de Guaraciaba do Norte no Ceará8, se mantiveram com uma nova modalidade com retalhos de tecido a confecção de máscaras. Um requisito previamente citado que se tornou item obrigatório e de maior durabilidade, pois, além de variedade de cores, a higienização ficava mais viável e econômica para os moradores locais.

As máscaras industrializadas se tornaram mais caras e exigidas com mais intensidade em hospitais e centro de saúde. Assim, a reutilização das máscaras de tecido facilitou como um recurso sustentável. Mesmo sem a direcionalidade de suas habilidades para tal fim, as costureiras colaboraram para minimizar a poluição mais agressiva do tecido descartável e contaminação do solo pelo coronavírus.

Segundo o relatório histórico da Organização Pan-America da Saúde (OPAS)9, dificuldades foram aterrorizantes desde o surgimento e descoberta do coronavírus em Wuhan, província de Huben na República popular da China em 31 de dezembro de 2019. Causando um caos de proporções geográficas alarmantes em todos os setores das atividades humanas, principalmente no número de óbitos alarmantes e na área econômica mundial.

Ainda segundo a Nota Técnica Nº 38/2022/sei/covig/ggpaf/dire5/anvisa, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2022):

Ao longo da pandemia, as discussões e decisões sobre temas de caráter eminentemente técnico ganharam contornos políticos e jurídicos. Como exemplo que merece ser citado, no dia 18 de abril de 2022, um juiz federal no estado norte-americano da Flórida derrubou um mandato nacional sobre a obrigatoriedade do uso de máscara em aviões e outros meios de transporte coletivo (ANVISA, 2022, p. 2).

Vale ressaltar que:

As companhias aéreas e aeroportos começaram rapidamente a revogar suas exigências de que os passageiros usem máscaras faciais. Isso levou a sérias preocupações epidemiológicas e com a equidade em saúde, além de receios legais, pois foi estabelecido o precedente de que os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) americanos não têm autoridade durante uma emergência de saúde pública especialmente porque ainda consideram necessário o uso de máscaras em aeronaves (ABC NEWS, 2022, p. 1).

Em meio a tantos transtornos e mudanças globais, pessoas de diversos lugares precisaram se reinventar para suprir as necessidades básicas para alimentação familiar, por exemplo. Um grupo de senhoras costureiras da comunidade de Sussuanha não tinha mais a quem vender seus tapetes e colchas de retalhos. Não havia mais compradores para os produtos não comestíveis.

2.2 O EMPREENDORISMO E A SUSTENTABILIDADE DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADE

No Brasil, o movimento do empreendedorismo teve início na década de 1990, com a formação dos elementos de apoio à atividade empreendedora (SILVA; FURTADO; ZANINI, 2015). Para Dornelas (2012), antes, pouco se falava em empreendedorismo e na abertura de pequenas empresas, ademais de que os ambientes político e econômico do país não eram pertinentes e não havia informações apropriadas para orientar o empreendedor em sua jornada empreendedora.

Na visão de Gomes et al. (2017, p. 15), “o Brasil já ocupou o primeiro lugar no grupo de países mais empreendedores do mundo, porém, paralelamente a tal performance imperava o alto índice de mortalidade empresarial”. O mesmo estudo informa que, segundo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2013), em 2002, “de cada 100 empresas constituídas, 49 não passavam do segundo ano de existência”.

Em 2008, o número de empresas que não passavam do segundo ano de existência caiu de 49 para 27. Fatores como o controle da inflação, a redução das taxas de juros, a ampliação do crédito para pessoas físicas e o aumento do poder de compra das classes C, D e E foram determinantes para essa melhora. Somam-se a esses fatores a melhoria em aspectos qualitativos do empreendedor, tais como: aumento na quantidade de tempo de estudos, a formação técnica e superior e a experiência adquirida pela vivência em outras empresas (GOMES et al., 2017, p. 35).

No geral, há uma gradual relevância e busca pelo estudo sobre empreendedorismo, porém, ainda há características que precisam sem concretizadas sobre o assunto. Essa busca por uma representação do termo se mostra com certa diversidade de significados, o que propicia a dificuldade no desenvolvimento da área como campo de investigação (SILVA, 2012).

Para Filion (1999), o empreendedor é um ser que idealiza, desenvolve e executa uma visão. Para Dornelas (2012), empreendedor é a pessoa que analisa, percebe uma boa oportunidade e concebe um negócio para capitalizar, assumindo, desse modo, todos os riscos envolvidos nesse processo.

Empreendedorismo é o processo de criar algo com valor, dedicando o tempo e esforço necessário, assumindo os riscos financeiros, psíquicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação: a independência econômica e pessoal (HISRICH; PETERS, 2004, p. 9).

Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000 apud SANTOS; LOPES; CLARO, 2009, p. 13).

Relaciona o empreendedorismo a estratégias de inovação, definindo como características do empreendedor a busca por oportunidades, centralização de poder, capacidade de lidar com o risco para conquistar lucros e sucesso nos negócios, sendo estimulado pela necessidade de realização.

De acordo com Dolabela (2008 apud SANTOS; PINHEIRO, 2017, p. 32), “empreendedorismo é um neologismo derivado da livre tradução que se utiliza para designar as características do indivíduo empreendedor, seu perfil, suas ações e suas percepções frente aos desafios e seu ambiente”. O termo empreendedorismo é usado para definir as características, o comportamento e a mentalidade de uma pessoa quando se trata de enfrentar desafios nos negócios. Tem suas raízes na tradução livre de ideias e conceitos. Com este termo, os indivíduos são incentivados a serem inovadores e criativos na busca de seus objetivos comerciais.

Assim sendo, é possível afirmar que “por mais distintas que pareçam as definições de empreendedor registradas, elas possuem noções semelhantes, como a novidade, a organização, a criação, a dedicação e a disposição para assumir riscos e aproveitar oportunidades” (DALMORO, 2009, p. 8). Além disso, a relevância dos empreendimentos no cenário empresarial e a necessidade de empreendedores capacitados a impulsionar o país em seu crescimento, proporcionam oportunidades de trabalho, renda e maiores investimentos (SILVEIRA et al., 2008 apud SILVA; FURTADO; ZANINI, 2015).

Foi o que aconteceu com as senhoras costureiras da comunidade de Sussuanha. Elas aproveitaram retalhos e fabricaram máscaras com esses pequenos pedaços de tecidos. Foi uma solução inovadora, que abrandou as dificuldades oriundas da pandemia do coronavírus.

Embora as máscaras cirúrgicas como Equipamento de Proteção Individual (EPI)10 dos profissionais da saúde e uso hospitalar – poderiam também ser usadas por qualquer pessoa, com o objetivo de proteção e medida sanitária para prevenção e alastramento da covid-19 – nem todos tinham condições econômicas para adquirir esse tipo de máscara, visto que, por serem industrializadas e de material sintético com especificidades, além da grande demanda, seus valores foram elevados e tonando um instrumento inviável para a população hipervulnerável, além de não ser reutilizada. A opção mais viável foi, então, a compra de uma proteção mais acessível, com durabilidade maior, lavável e sustentável, como foi o caso da máscara de tecido, que passou a ser um artigo de relevância social e no contexto da saúde.

2.3 OS MÉTODOS E A PESQUISA DO EMPREENDORISMO E DA SUSTENTABILIDADE

A pesquisa em questão consiste em uma pesquisa bibliográfica, com abordagem qualitativa. De acordo com Marconi e Lakatos (2008), a pesquisa bibliográfica deve ser realizada sobre a bibliografia tornada pública a respeito de um tema, compreendendo as etapas de identificação, compilação e fichamento das informações mais relevantes de um texto.

Com esse caráter teórico e descritivo, a pesquisa é realizada com artigos já produzidos sobre o assunto de interesse deste trabalho. O método de investigação corresponde à revisão sistemática de literatura com técnica de análise de conteúdo para obter-se as categorias de análise. Uma ferramenta que possibilita a compreensão de procedimentos especiais para o processamento de dados científicos e a percepção de diversas variáveis não explicitadas no texto.

Sampaio e Mancini (2007, p. 72) entendem que a análise sistemática de literatura ou revisão sistemática, como sendo:

Uma forma de pesquisa que utiliza como fonte de dados a literatura sobre determinado tema e afirma que uma investigação dessa forma disponibiliza um resumo das evidências relacionadas a uma estratégia de intervenção específica, mediante a aplicação de métodos explícitos e sistematizados de busca, apreciação crítica e síntese da informação selecionada.

A realização de uma revisão de literatura é uma forma de pesquisa que usa estudos existentes sobre um determinado tópico como seus dados. Pode ajudar a fornecer um resumo geral das evidências relacionadas a certas estratégias de intervenção sem exigir uma análise aprofundada, mediante processos de pesquisa detalhados e organizados e assimilar as informações escolhidas com compreensão crítica é o que nos permite obter insights valiosos. Os autores complementam essas afirmações dizendo que:

As revisões sistemáticas são particularmente úteis para integrar as informações de um conjunto de estudos realizados separadamente sobre determinada terapêutica/intervenção, que podem apresentar resultados conflitantes e/ou coincidentes, bem como identificar temas que necessitam de evidência, auxiliando na orientação para investigações futuras (SAMPAIO; MANCINI, 2007, p. 84).

Para Bardin (1977), a análise de conteúdo possibilita ao pesquisador obter, por procedimentos sistemáticos, o entendimento das condições necessárias ao alcance dos objetivos da pesquisa. Godói et al. (2017) apontam que esse método determina maiores níveis de padronização e sistematização no processo de coleta, análise e compreensão dos dados pesquisados e que, como um dos resultados positivos dele, pode-se dizer que o entendimento de uma determinada área de conhecimento pode ser representado com maior exatidão e confiança” se embasado através desse método de pesquisa.

2.4 OS DESAFIOS DO EMPREENDEDORISMO PARA A PRÁTICA SUSTENTÁVEL

É válido o pensamento de sobrevivência com ações empreendedoras das mulheres de Sussuanha através da cultura hereditária da prática das costuras domésticas de mães para as filhas. Uma ação matriarcal deixada como tesouro para ser utilizado não apenas nas atribuições diárias, mas para tempos de escassez. Sem notoriedade, essa herança emergiu como sustentável em dois significados: garantir sustento financeiro e proteção à natureza, sabendo atualmente que o descarte de retalhos no ambiente é um grave poluente, principalmente ao solo. Pezzolo (2021) informa que, a decomposição mínima de certo tipo de tecido é de 6 meses a 1 ano, aproximadamente.

Mulheres simples e empreendedoras deixaram impressões sustentáveis em todo o mundo através do instinto de cuidar/proteger, aproveitar, reciclar e caminhos para uma sustentabilidade significativa em tempos de crise. Boff (2016) reforça que qualquer pessoa disposta a se aventurar nos negócios deve estar preparada para assumir riscos e se esforçar ao máximo para garantir a sustentabilidade do negócio. Isso lhes permite inovar, competir no mercado e desenvolver novos produtos e serviços consumindo os recursos de forma equilibrada. Desse modo, o empreendedorismo sustentável abre caminho para reduzir o consumo de recursos naturais no longo prazo. Também ajuda a disseminar a consciência sobre sustentabilidade entre os jovens, que passaram a adotar bens e serviços com atributos ecologicamente corretos em seu dia a dia.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com as medidas de distanciamento social adotadas no Brasil para conter a disseminação do coronavírus, houve a urgente necessidade de avaliação da sociedade em geral, tanto dos trabalhos que passaram a ser realizados remotamente, pois até então não se pensava nesta mobilidade de trabalho, como a necessidade de se reinventar profissionalmente e, com isso, várias pessoas descobriram sua vocação empreendedora.

 Estudar os aspectos subjetivos do trabalho e a sua centralidade na vida de cada cidadão, sobretudo, na maneira impactante do processo identitário de cada indivíduo, faz com que sejam criadas várias empresas e, consequentemente, a vaga para empregos.

 Desse modo, este estudo identificou os aspectos que influenciam na adoção do empreendedorismo e da sustentabilidade e suas implicações diante da pandemia, sob a perspectiva da literatura e por meio da revisão sistemática dos autores pesquisados.

Um dos objetivos iniciais do estudo foi identificar os aspectos impactados pela pandemia da covid-19 e a utilização das máscaras como prevenção da disseminação e contaminação da doença. Quanto a isso, a literatura aponta como o empreendedorismo e a sustentabilidade estão modificando as relações sociais e o modo como as pessoas estão vendo a aplicação delas.

Foi possível perceber que, no meio de uma circunstância difícil, é exequível que a pessoa use sua criatividade e habilidade para investir em empreendimento, como foi o caso da criação da fabricação das máscaras de tecido. Logo, esse empreendimento, além de haver gerado renda, foi uma opção para a população hipervulnerável economicamente, que também auxiliou na preservação do ambiente, visto que a máscara de tecido é reutilizável e não denigre o ambiente.

REFERÊNCIAS

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3 O coronavírus (covid-19) é uma doença infecciosa causada pelo vírus SARS-CoV-2. A maioria das pessoas que adoece em decorrência da covid-19 apresenta sintomas leves a moderados e se recupera sem tratamento especial.
4 É um protocolo de isolamento que geralmente impede o movimento de pessoas ou cargas. Os lockdowns também podem ser usados para proteger pessoas.
5 Guia de Vigilância Epistemológico. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/publicacoes-tecnicas/guias-e-planos/guia-de-vigilancia-epidemiologica-covid-19. Acesso em: 30 maio 2022
6 O termo significa estar conectado direta ou remotamente a um computador e pronto para uso, ou estar em conexão com sistemas de processamento e/ou transmissão de dados
7 É uma característica ou condição de um processo ou de um sistema que permite a sua permanência, em certo nível, por um determinado prazo
8 Fundada em 12 de maio de 1791 Guaraciaba do Norte é uma cidade brasileira do estado do Ceará, a 320 km de Fortaleza, que se ergue a uma altitude de 902,40 m. 
9 A Organização Pan-Americana da Saúde é uma organização internacional especializada em saúde, a mesma foi criada em 1902, é a mais antiga agência internacional de saúde do mundo
10 O EPI é um equipamento de proteção individual ou dispositivo destinado a ser utilizados por uma pessoa contra possíveis riscos ameaçadores da sua saúde ou segurança durante o exercício de uma determinada atividade.


¹ Escritora, Educadora, Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Ceará – UFC (2011), Pós-graduada em Educação Infantil e Alfabetização na Faculdade Padre Dourado (2016), Pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Institucional e Organizacional – Faculdade Plus (2022), Mestranda em Sociobiodiversidade e Tecnologias Sustentáveis – MASTS (2022)

² Escritora, Palestrante, Supervisora, Terapeuta ABA, Terapeuta Familiar Inclusiva, CEO da NPE Cursos de Capacitação Profissional, Orientadora (Neuro) Psicopedagógica, Mediadora da Educação Inclusiva, Orientadora de Trabalhos Científicos, Tutora UFC/UAB, Mestra em Educação. Especialista em Linguística Aplicada ao Ensino de Língua Estrangeira, Especialista em Educação Inclusiva Especial e Políticas de Inclusão, Especialista em Gestão Escolar Integrada e Práticas Pedagógicas, Especialista em Educação à Distância: Fundamentos e Ferramentas, Especialista em Psicopedagogia Clínica, Institucional e Organizacional, Especialista em Neuropsicopedagogia Clínica e Institucional, Especialista em Autismo. Pós-graduanda em Intervenção ABA para Autismo e Deficiência Intelectual, Estudante de Formação em Psicanálise. Graduada em letras Português/Literatura/Espanhol

3Bacharel em Física pela Universidad de Costa Rica (1988), Mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas (1994) e Doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas (1999). Foi professor Titular da Universidade de Fortaleza. Na UNIFOR foi coordenador das turmas 1 e 2 do curso de especialização em automação industrial. Experiência em projetos de pesquisa e desenvolvimento para o setor elétrico e na área de Ciência da Computação, com ênfase em Software Básico. Orientador de trabalhos de graduação na área de engenharia elétrica, engenharia de controle e automação e engenharia biomédica. Atua principalmente nos seguintes temas: setor elétrico, simulação computacional, filmes de diamante, ensino em engenharia, software e engenharia biomédica. Nos últimos anos tem estudado a energia da biomassa. Experiência na construção de gaseificadores e biodigestores. Atualmente é professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – UNILAB no curso de Engenharia de Energias do Instituto de Engenharia de Desenvolvimento Sustentável. É também professor efetivo do Mestrado Acadêmico em Sociobiodiversidade e Tecnologias Sustentáveis – MASTS.