METODOLOGIAS ATIVAS, RECURSOS TECNOLÓGICOS E DESAFIOS NO ENSINO DA DISCIPLINA DE HISTÓRIA: ESTUDO REALIZADO NA ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR ROMERITO DA SILVA BRITO EM JURUÁ-AM/BR NO PERÍODO DE 2023-2024¹

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202504301955


Priscila Mariano da Silva2


Resumo: Este trabalho é uma pesquisa que teve como principal ponto de investigação fazer uma análise de como os docentes que ministram a disciplina de história que atuam na escola estadual Professor Romerito da Silva Brito em Juruá, contemplam em seu planejamento a temática das Metodologias ativas e do uso de recursos tecnológicos para desenvolver o ensino de história, O tipo de pesquisa realizado foi descritivo exploratória e teve como enfoque qualitativo segundo Marcone e Lakatos 2010, participaram da pesquisa dois (05) docentes que ministram a disciplina de história e contemplam os três turnos que a escola opera. Os descritores que embasam esta dissertação foram autores com pesquisas renomadas que tratam da historicidade do processo de formação docente bem como do processo histórico do planejamento escolar e autores que investigam o avanço no processo tecnológico educacional, na qual se toma o método discursivo dialético na condução desta dissertação, cujo objetivo foi trazer uma relação dinâmica entre o sujeito e o objeto pesquisado. A coleta de dados ocorreu entre os meses de fevereiro de 2023 a junho de 2023, como instrumentos para coleta de dados se utilizou a entrevista aberta semiestruturada e a aplicação de um questionário, tendo em vista que essa técnica atende principalmente finalidades exploratórias, bem como a observação do fenômeno. Os resultados remetem a uma ampla discussão com intuito de melhorar os aspectos operacionais para o bom desenvolvimento do trabalho docente na perspectiva de ofertar a população uma educação de qualidade tendo como base a utilização de ferramentas educacionais informatizadas.

Palavras-chave: Planejamento, Metodologias Ativas e Recursos Tecnológicos

Abstract: This work is a research that had as its main point of investigation to analyze how teachers who teach the subject of history who work at the state school Professor Romerito da Silva Brito in Juruá, contemplate in their planning the theme of active methodologies and the use of technological resources to develop the teaching of history. The type of research carried out was descriptive exploratory and had a qualitative focus according to Marcone and Lakatos 2010, two (05) teachers who teach the subject of history and contemplate the three shifts that the school operates participated in the research. The descriptors that support this dissertation were authors with renowned research that deal with the historicity of the teacher training process as well as the historical process of school planning and authors who investigate the advancement in the educational technological process, in which the dialectical discursive method is used in the conduction of this dissertation, whose objective was to bring a dynamic relationship between the subject and the object researched. Data collection took place between February 2023 and June 2023. The instruments used for data collection were semi-structured open interviews and a questionnaire, considering that this technique mainly serves exploratory purposes, as well as the observation of the phenomenon. The results lead to a broad discussion with the aim of improving the operational aspects for the good development of teaching work with the perspective of offering the population a quality education based on the use of computerized educational tools.

Keywords: Planning, Active Methodologies and Technological Resources

Introdução

 Este trabalho de pesquisa inicia-se por apontar que a educação apresenta muitos desafios a quem nela se envolve. Muito se tem estudado, escrito e discutido sobre educação, mas seu tema é sempre atual e integral, pois seu foco principal é o ser humano. Pensar em educação é pensar na pessoa como um todo, seu corpo, seu ambiente, suas preferências.

Como docente que atua há 14 anos na SEDUC/AM, tem-se percebido desafios que os docentes têm enfrentado em seu labor diário, entre os quais o planejamento de suas aulas com pouca ou ausência de metodologias ativas e tecnológicas. É inegável que os avanços tecnológicos nos fazem refletir sobre a importância em se manter preparados para lidar com as adversidades que se encontram nas salas de aula, neste sentido o desenvolvimento de metodologias inovadoras ativas é essencial para garantir um bom desenvolvimento social. Nessa perspectiva, esta investigação discute a teoria e a prática das práticas metodologias ativas e os recursos tecnológicos no desafio do ensino de história. Trazendo como propulsor de um novo horizonte a aplicação de aplicativos educacionais frente às metodologias inovadoras.

Como se sabe o caminho de transmissão do conhecimento é um processo que perpassa por várias etapas em nosso cotidiano, este processo é contínuo e requer diversas maneiras, técnicas e procedimentos para alcançar com êxito o objetivo final, onde este é apresentado através de avaliações que têm como objetivo medir o aprendizado de um indivíduo, neste processo de avaliação os professores têm encontrado muita dificuldade para expressar em números o conhecimento real adquirido pelos alunos no processo de ensino-aprendizagem. Neste sentido, as inovações tecnológicas podem ser um grande aliado no estímulo de docentes e alunos.

A utilização dos meios tecnológicos na educação permite a simulação e demonstração das variáveis envolvidas nos fenômenos em que a matéria se transforma passando de um simples conhecimento empírico para o conhecimento científico com o uso apropriado de instrumentos educacionais se pode conseguir com que esses conhecimentos se difundam de maneira mais efetiva e dinâmica. Existem iniciativas educacionais que utilizam ferramentas tecnológicas quando se trata de abordagens de conteúdos significativos. Estes permitem o estudo de arranjos pedagógicos que facilitam a transformação do processo de ensino e aprendizagem tornando os assuntos que eram tidos como insuportáveis em aulas agradáveis.

As ferramentas tecnológicas e abordagens inovadoras ou proativas demonstram seu potencial para aprimorar as ações instrucionais em sala de aula para promover de forma colaborativa e substantiva a aprendizagem significativa dos conteúdos escolares. Para facilitar a compreensão destes recursos, é necessário propor algumas definições e compreensões destes meios tecnológicos, tendo em conta a sua adaptabilidade ao processo de ensino e aprendizagem. As mídias tecnológicas são recursos técnicos, também conhecidos como recursos técnicos de mídia porque incluem aspectos de comunicação e informação relacionados à tecnologia, apresentando aplicação no processo de educação e formação contemporâneo.

Neste sentido a situação problema, da pesquisa surgiu quando se observou o processo de ensino-aprendizagem da disciplina de História na escola estadual Professor Romerito da Silva Brito não tem obtido resultados satisfatórios, deixando professores frustrados e desanimados com a docência. Desta forma surgiu-se alguns questionamentos como: será que os Planejamentos docentes têm contemplado metodologias ativas e recursos tecnológicos no ensino de História na Escola Estadual Professor Romerito da Silva Brito em Juruá-AM/Brasil, no período de fevereiro a junho do ano de 2023? – Os professores tiveram formação especificas em Metodologias Ativas e recursos tecnológicos? – O que têm dificultado a aplicação de Metodologias Ativas e Recursos tecnológicos em sala de aula?

Essas perguntas foram fundamentais para entender-se com clareza o panorama da escola pesquisada. Como consequência da investigação buscou-se mostrar que o uso correto das metodologias ativas bem como os recursos tecnológicos educacionais podem proporcionar aos docentes uma ferramenta inovadora que irá auxiliar no processo de ensino aprendizagem, ao mesmo tempo que os discentes irão se sentir mais motivados na realização de suas atividades diárias. A pesquisa teve como abordagem qualitativa embasados nas orientações de Marcone e Lakatos (2010). O tipo de pesquisa realizado foi descritivo exploratória, os dados estão distribuídos em tópicos, cujo primeiro versa sobre o estado da arte, o segundo apresenta o embasamento teórico e o terceiro os resultados e discursões.

A educação tradicional tem sido criticada por sua incapacidade de dar as respostas e formar os profissionais necessários para a nova realidade. Além disso, está claro hoje que há mais perguntas do que respostas nesse processo. Uma certeza pode ser tirada desta discussão: o modelo tradicional já não consegue satisfazer as aspirações e necessidades da sociedade atual, mas novos modelos eficazes ainda não foram implementados

METODOLOGIAS ATIVAS E RECURSOS TECNOLÓGICOS

A forma como o conteúdo é tratado pelo professor em sala de aula é uma das tratativas discutidas na BNCC (2017) e esta é tratada de acordo com as competências. Num contexto educacional, as competências incentivam os alunos a resolver situações que exigem uma combinação de conhecimentos, habilidades e decisões para executar uma tarefa. Olhando para

Philippe Perrenoud para o seu argumento sobre este conceito, as capacidades são “a mobilização de recursos, conhecimento ou conhecimento experiencial”. Ela se consubstancia na adaptação das ações diante de situações complexas, imprevisíveis, mutáveis e sempre únicas” (Perrenoud apud Dias, 2010, p. 74).

Portanto, este trabalho baseado nas competências trazidas pela BNCC (2017) mostra que, o processo educativo deve continuar a evoluir e os professores devem ver os conteúdos não apenas como conhecimento a ser transmitido, mas como um meio de gerar aprendizagem.

O trabalho baseado nas competências discutidas por Base Nacional e Dias (2010) retrata as nuances e a necessidade do papel do educador. Os professores precisam dominar sua área, compreender as necessidades e o potencial de seus alunos e entender o que cada turma deve dominar para desenvolver as habilidades que os alunos devem desenvolver ao longo do ano.

Portanto, a BNCC (2017) elenca diversas competências que os professores podem ajudar os alunos a alcançar, desde habilidades específicas em áreas específicas e módulos de ensino até habilidades em diversas áreas, línguas, ciências exatas, humanidades, etc.

As competências da fase de ensino, e mesmo as competências gerais da própria Base Nacional Comum Curricular, podem ser incorporadas neste processo. Nesse sentido, o papel dos professores, de fato, não é fácil, mas deve ser prazeroso, pois está em suas mãos a responsabilidade da educação de garantir a aprendizagem na busca por uma sociedade mais equitativa.

Nos últimos anos, com o desenvolvimento da tecnologia, a tecnologia na área da educação tem desempenhado um papel importante na sociedade, interferindo no processo de ensino e no ensino dos alunos da educação básica. Surgiram diversas discussões que oferecem debates mediados pela tecnologia sobre a aprendizagem dos alunos e o ensino dos professores. Novas necessidades educacionais estão surgindo e o ambiente escolar tem passado por muitas mudanças que afetam a sociedade, criando um novo perfil de alunos, muitos dos quais familiarizados com a tecnologia na escola e na vida social.

Uma abordagem diferenciada em sala de aula pode tornar o aprendizado mais significativo, e os educadores poderão trabalhar em sala de aula para ajudar todos os alunos simultaneamente, sempre trabalhando para garantir que os alunos sejam capazes de desenvolver seu próprio conhecimento. Freire (1996), afirma que “a aprendizagem e o ensino devem estar centrados no aluno e o professor deve respeitar a curiosidade, a autonomia, e a linguagem do aluno”.

Existem metodologias ativas para proporcionar aos professores atividades diferenciadas e explícitas, integradas ao ensino, para que possam refletir sobre sua prática docente e a aprendizagem dos alunos. “O professor não é técnico e nem improvisador” (NOVOA, 1999, p.74), mas um profissional da educação que está diante de seus discentes para utilizar seu conhecimento em prol do desenvolvimento da aprendizagem dos estudantes.

A metodologia ativa coloca os estudantes no centro do processo de educacional tornando os protagonista de suas histórias de suas atividades, mostrando o quanto é importante a valorização do conhecimento empírico que esta carrega para dentro do ambiente escolar, tornando-os participativos, dinâmicos e criativos sob a supervisão dos professores, com foco na investigação, descoberta e até resolução de problemas, considerando que tem havido um ensino menos centrado no professor ao longo dos anos, John Dewey Dewey (1944).

Metodologias Ativas são estratégias de ensino centradas na participação efetiva dos estudantes na construção do processo de aprendizagem, de forma flexível, interligada e híbrida. As metodologias ativas, num mundo conectado e digital, expressam por meio de modelos híbridos, com muitas combinações. A junção de metodologias ativas com modelos flexíveis e híbridos traz contribuições importantes para o desenho de soluções atuais para os aprendizes de hoje. (BACICH, MORAN 2018, p. 4).

FIGURA 01: APRENDIZADO BASEADO EM METODOLOGIAS ATIVAS

Fonte:www.novaescola.org.br/conteudo/comoasmetodologiasativasfavorecemoaprendizado

“O aluno é chamado a agir como um matemático, não só na formulação de questões e conjecturas, na realização de provas e refutações, mas também na apresentação de resultados e na discussão e argumentação com seus colegas e o professor”, sustentam Ponte, Brocardo e Oliveira (2003, p.23). As Metodologias Ativas fazem provocações aos estudantes antes do início da própria aula, tornando desse modo, uma aprendizagem ativa.

Para Bacich e Moran (2018, p.10). Metodologias Ativas apontam a possibilidade de transformar aulas em experiências de aprendizagem mais vivas e significativas para os estudantes da cultura digital, cuja expectativas em relação ao ensino, a aprendizagem a ao próprio desenvolvimento e formação são diferentes do que expressavam as gerações anteriores.

Baseado no que diz Moran (2018) o conceito de metodologias como “[…] diretrizes que orientam os processos de ensino e aprendizagem, que se concretizam em estratégias, abordagens e técnicas concretas, específicas e diferenciadas” (MORAN, 2018, p. 4). Nesse sentido, pode-se dizer que, ao longo da história do pensamento educacional, existem diversas metodologias com características distintas da época, que têm maior ou menor probabilidade de influenciar a prática escolar e até se tornarem duradouras.

Atualmente, o termo “metodologia ativa” é amplamente utilizado, enfatizando a necessidade de compreensão do significado em que é utilizado. Moran (2018, p. 4) constatou que as metodologias ativas “[…] enfatizam o papel protagonista dos estudantes e seu engajamento direto, participativo e reflexivo em todas as etapas do processo”. O autor mencionou que desde o nascimento até e por todo o percurso de sua vida, as pessoas aprenderão ativamente em diferentes processos de acordo com situações específicas, e gradativamente se expandiram e generalizaram a partir de processos indutivos, e/ou de ideias e teorias, testando-as em processos concretos e dedutivos.

Para Moran (2018), esses processos são repletos de aprendizados de quem tem mais experiência e/ou mesmo de aprendizado por meio de suas próprias descobertas. Enfatiza também que em cada situação entende-se o que é importante e o que ressoa de perto, possibilitando prosseguir a partir do que se conhece até atingir níveis mais elevados ou mais complexos com base no estágio de desenvolvimento de suas descobertas.

Ou seja, pode-se dizer que a aprendizagem ativa envolve atitudes e habilidades mentais dos alunos para buscar, processar, compreender, pensar, elaborar e declarar o que aprenderam de forma personalizada. Longe da atitude passiva de apenas ouvir e repetir modelos prontos. É claro que neste conceito a atividade cognitiva do aluno é necessária em qualquer caso e não se limita à capacidade de memorizar e repetir, mesmo que isso signifique atividade cerebral.

As metodologias ativas mudaram drasticamente o modelo escolar: o professor espalhava o conhecimento na frente da sala de aula e os alunos sentavam-se uns atrás dos outros para ouvir e depois repetir de alguma forma. Como resultado, novas formas de organizar o espaço e movimentar professores e alunos surgem dentro de metodologias ativas que colocam os alunos no centro do processo. A aprendizagem é o foco na medida em que ativa e mobiliza diferentes modalidades e processos cognitivos dos alunos, bem como as interações com outros colegas e professores. Existem diversas metodologias ativas devido a esse conceito, mas diferem na definição de estratégias, métodos e técnicas, explicando o que consideram os papéis dos professores e dos alunos no processo de ensino e aprendizagem.

Os métodos ativos de aprendizagem são um conjunto de métodos utilizados para transformar os alunos em protagonistas de sua própria jornada educacional. A prática dentro e fora da sala de aula é centrada no aluno, com os professores como mediadores. Ao utilizar métodos ativos, o comportamento do professor é contrário aos métodos tradicionais de ensino, nos quais os alunos não estão envolvidos na aprendizagem. Dessa forma, o conhecimento passa a ser compartilhado e a sala de aula se torna um espaço de troca de experiências e conhecimentos.

Neste sentido, a educação na era 4.0 significa ter-se um processo educacional mais conectado ao mundo globalizado. Vale lembrar que as crianças e adolescentes da terceira década do século XXI são diferentes daqueles dos anos anteriores e do século XX, confirmando Machado (2018). Portanto, segundo Digital Planet (2016), a educação passou por um salto qualitativo e metodológico no qual os professores podem e devem trabalhar com os alunos.

TECENDO CONCEITOS SOBRE PLANEJAMENTO ESCOLAR

O planejamento nos permite ter uma visão do nosso contexto e ações que podemos tomar, pois, quando planejamos construímos em nossa mente o que queremos alcançar e como vamos alcançá-lo conforme planejado. Desta forma os planejamentos nos permitem obter uma compreensão mais ampla de nossas operações e investigar novas maneiras de melhor atender às nossas necessidades. Deste modo ter uma visão de mundo ampla permitirá aos docentes realizar um planejamento que seja consistem com a realidade que este vivenciará no cotidiano escolar, assim o docente deve está dotado de conhecimento de como executar atividades que atendam de maneira eficaz seus alunos e não apenas fazer um plano para atender os anseios burocráticos impostos pelo sistema educacional.

Nesse sentido Libâneo (1994) afirma que, 

A ação de planejar, portanto, não se reduz ao simples preenchimento de formulários para controle administrativo: é antes, a atividade consciente da previsão das ações docentes fundamentadas em opções político pedagógicas e tendo como referência permanente as situações didáticas concretas, isto é, a problemática social, econômica, política e cultural que envolve a escola, os professores, alunos, os pais, a comunidade, que interagem no processo de ensino. (LIBÂNEO, 1994, p. 222).

O mesmo autor ainda salienta que:

O planejamento consiste numa atividade de previsão da ação a ser realizada, implicando definição de necessidades a atender, objetivos a atingir dentro das possibilidades, procedimentos e recursos a serem empregados, tempo de execução e formas de avaliação. O processo e o exercício de planejar referem-se a uma antecipação da prática, de modo a prever e programar as ações e os resultados desejados, constituindo-se numa atividade necessária à tomada de decisões. (LIBÂNEO, 2001, p. 123).

O planejamento é uma ferramenta de trabalho do professor porque é ele quem implementa o plano em sala de aula e é quem conhece os fatores decisivos e mais importantes que precisam ser tratados no processo de ensino. Porém, o professor precisa ter clareza sobre seus objetivos ao formular planos, caso contrário não estará significativamente envolvido na mudança das possibilidades da realidade. Isto pode prejudicar a assunção de um papel mais ativo na mudança das realidades educativas.

Libâneo (1994, p. 221) acredita que “o planejamento escolar é uma tarefa docente que envolve tanto a antecipação da organização e coordenação das atividades à luz dos objetivos propostos quanto a sua revisão e ajuste durante o processo de ensino”. dito isso, o planejamento não pode ser estático, ele precisa mudar com base nas necessidades observadas na sala de aula, nas circunstâncias dos alunos e na flexibilidade do professor.

O planejamento é o reflexo da ação docente e o professor deve compreender sua importância, caso contrário não haverá fundamentos e objetivos para sua prática docente, o que inclui cultivar um indivíduo mais capaz de apreciar, construir e analisar elementos cruciais para sua formação. Segundo Vasconcellos (1995, p. 27), “Se planejar significa antecipar uma intervenção na realidade com vistas a mudá-la, então a possibilidade de planejar está intrinsecamente ligada à probabilidade de tal transformação ocorrer”.

Portanto, o processo educativo exige ações práticas docentes voltadas para uma educação de qualidade, com o objetivo de promover a cidadania. Possibilita também o desenvolvimento dos conhecimentos necessários ao desenvolvimento pessoal e profissional do indivíduo, para que o nível de qualidade do ensino e da aprendizagem atinja o mais elevado grau de excelência, integrando a concretização dos objetivos com a concretização global do ensino.

As escolas são espaços nos quais busca-se desenvolver aprendizagens significativas, desempenhando papel fundamental na formação pessoal e profissional. Nessa perspectiva, contribui para a ordem e continuidade da experiência individual ou coletiva, uma vez que a orientação educacional é um fator de aprendizagem que promove o desenvolvimento cognitivo, moral e social do indivíduo. Isto requer uma combinação de atividades relevantes entre o conteúdo teórico e a prática em sala de aula, incluindo a alavancagem do conhecimento dos alunos para que eles não sejam mais fatores passivos, mas sim construtivos na dinâmica geral do planejamento.

Portanto, é viável atingir esse objetivo através do desenvolvimento de projetos que incluam atividades diversas como a realização de seminários, oficinas práticas, pesquisas, exposições, etc. Desta forma, esta metodologia contribuirá para a formação de indivíduos conscientes e ativos no meio social em que vivem. Vasconcellos (1995, p. 45) acredita que “no contexto escolar, o planejamento participativo caracteriza-se pela busca de uma integração efetiva entre a escola e a realidade social, primando pela inter-relação entre teoria e prática”.

O planejamento deve ser entendido como uma estratégia do professor, um meio pelo qual ele prepara as aulas. Isto precisa ser flexível, fundamentado na realidade e dentro das possibilidades de implementação, atendendo às necessidades dos envolvidos no processo de construção do conhecimento. O planejamento ainda pode ser entendido como um auxílio ao pensamento estratégico do professor, um recurso inteligente por meio do qual ele pode realizar o ensino presencial sem fechar vias de acesso, pelo contrário, o planejamento só pode ser realizado em sala de aula.

Para Ostetto (2000) planejar não é apenas uma questão de pensar sobre como e o que fazer, é principalmente uma questão de o que fazer e para quem. Para o autor, o planejamento não deve ser confundido com um formulário preenchido formalmente que contém ideias sobre o que você pretende fazer em sala de aula. 

Neste sentido Ostetto (2000) explica que:

Planejar é essa atitude de traçar, projetar, programar, elaborar um roteiro para empreender uma viagem de conhecimento, de interpretação, de experiências significativas para/com o grupo de crianças. Planejamento pedagógico é atitude crítica do educador diante de seu trabalho docente. Por isso não é uma forma! Ao contrário, é flexível e, como tal, permite ao educador repensar, revisando, buscando novos significados para sua prática pedagógica (OSTETTO, 2000, p.177).

Nesse sentido, o planejamento é instrumento norteador do trabalho docente e marca a intencionalidade do processo educativo. Na hora de escrever um plano o importante é o princípio e não a forma, pois a forma de escrever é muito pessoal, alguns professores precisam de orientação passo a passo para não se “perderem”, enquanto alguns professores precisam apenas do tema. Segundo Vasconcellos (2000), planejar é ser capaz de mudar. Alguns docentes acreditam que planejar é uma forma de se privar, planejar não permite a criatividade, mas planejar na verdade abre uma série de possibilidades de trabalho, ou seja, a reorganização do espaço, do tempo, dos recursos, etc. Mas requer uma boa base de preparação, que pode ser proporcionada por um planejamento bem elaborado

Percurso Metodológico 

A presente investigação foi realizada na Escola Estadual Professor Romerito em Juruá/AM/BR no período de fevereiro a junho de 2023. A pesquisa foi desenvolvida em três etapas, que permitiram uma progressão estruturada da investigação, cada etapa foi dividida em momentos.

A primeira etapa destinou-se na estruturação da investigação com o objetivo de aprofundar a teoria do tema em estudo com o levantamento do estado da arte em sites, revistas científicas, livros, artigos científicos, dentre outras formas. O segundo momento foi buscar autorização junto aos setores competentes para que a pesquisa pudesse ser desenvolvida na referida escola, neste sentido procurou-se a direção e a equipe pedagógica da unidade escolar, uma vez autorizados, lançamos o convite aos docentes que se ministram a disciplina de história, bem como a equipe pedagógica. Uma vez recebida as autorizações, a etapa seguinte foi destinada à pesquisa de campo.

O estudo realizado, caracteriza-se pelo seu carácter exploratório descritivo, mas também pelo seu carácter explicativo, uma vez que permite ao investigador explicar os fatores que determinam o fenômeno estudado após a conclusão do trabalho. A pesquisa representacional tem como foco os métodos qualitativos, para Ludke e André (2012), esse tipo de pesquisa pode ser entendido como o contato direto com o ambiente em que a pesquisa é realizada e permitirá ao pesquisador a compreensão do objeto de estudo.

Os informantes da pesquisa foram compostos pela equipe pedagógica da escola onde está é formada pelo gestor pedagógico e pela pedagoga, os professores que ministram a disciplina de história nos três turnos da unidade pesquisada e a equipe administrativa da escola está equipe é formada pelo administrador escolar, a secretaria da escola o os assistentes técnicos administrativos da escola. O tempo de realização da pesquisa aconteceu durante o percurso dos meses de fevereiro de 2023 a junho do ano de 2023. Lakatos e Marconi (2010) afirma que a população é o conjunto de pessoas que tem pelo menos uma característica em comum.

Análise dos Resultado e Discussões

De acordo com Fernandes (2020), o momento da análise é um dos momentos mais delicados da pesquisa. É o momento decisivo da obra, pois ao criticar internamente a obra, visa o conteúdo e o sentido da obra. Ou seja, a análise cai em duas categorias: críticas de interpretação ou hermenêutica e críticas do valor intrínseco do conteúdo. Segundo Bardin, a análise de conteúdo é:

Um conjunto de técnicas de análise das comunicações, visando, por meio de procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, obter indicadores, quantitativos ou não, que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção e recepção. (BARDIN, 1997, p.42).

Por sua característica científica, deve ser eficaz, rigorosa e precisa; deve ser baseado em teorias relacionadas como uma estrutura para explicar as descobertas dos pesquisadores.

Os investigados são docentes que na atualidade atuam na secretaria de educação do estado do Amazonas na escola estadual Romero Brito situado no município de Juruá interior do estado, este público pesquisado são professores que atuam nos níveis fundamental I e fundamental II e ensino médio, ou seja, a amostra completamente todos os segmentos ofertados pela escola.

A fala dos docentes está transcrita e está apresentada de forma individualizada e as considerações foram feitas de forma sistêmica analisando todo o contexto das falas dos investigados. Para iniciar as discussões dos dados encontrados, procurou-se saber se os docentes tiveram algum contato com as metodologias ativas na realização de sua graduação, para isto foi feita a seguinte indagação a estes. “Durante a sua graduação você teve algum contato com as ditas metodologias ativas como mecanismo para um bom planejamento escolar? Se teve descreva como se deu este contato e como você avalia o mesmo”;

Fiz minha graduação mais de 20 anos atrás e na época não se fala-se em nem se aplicava esses conceitos de metodologias que temos na atualidade, não só éramos ensinados a manter uma postura tradicional, como os nossos próprios professores da universidade tinham uma metodologia tradicional, na concepção deles essa era a melhor forma em se manter o controle dos conteúdos e principalmente manter um bom domínio de sala. (D-1).

Quando realizei minha graduação não cursei nenhuma disciplina que tinha como objetivo apresentar metodologias que fossem inovadoras, mesmo porque toda essa revolução é muito nova e minha graduação foi feita a mais de 15 anos atrás. (D-2).

Não lembro de ter cursado nenhuma disciplina que apresentasse ou mostrasse como desenvolver metodologias ativas, a disciplina que mais se aproximou foi a disciplina de didática especial do ensino de história, que apresentou alguns conceitos de como desenvolver os conteúdos da matéria, porém essa disciplina focou basicamente em trabalhar com educação infantil. (D-3).

Na época em que realizei a graduação tínhamos mal os professores das disciplinas que eram mais específicas e obrigatórias para o nosso curso, lembro que algumas disciplinas foram cursadas no período de férias, pois a universidade estava com déficit muito grande de docentes. (D-4).

Quando cursei a graduação não tive nenhuma disciplina neste seguimento, muito pelo contrário nossas aulas eram sempre muito tradicionais e para piorar alguns de nossos professores pareciam ter medo em lidar com a turma, fiz minha graduação pelo projeto da UEA chamado PROFORMAR, meu curso foi realizado totalmente no período de férias. (D-5).

Observa-se nas falas dos docentes um fator em comum onde estes afirmaram que não tiveram nenhuma disciplina que os apresentassem as metodologias ativas, este fator que se repetiu nas falas apresentadas mostra uma grande falha na formação dos docentes, estes justificaram nas entrelinhas que eles fizeram o curso de graduação a bastante tempo atrás, no entanto, mesmo no passado já era para as universidades iniciarem uma forma de se pensar no futuro, pois não pode-se deixar de destacar que estamos falando em desenvolvimento educacional, neste sentido sempre deve-se pensar a longo prazo, pois os estudantes devem sempre ser preparados para o desenvolvimento social e é dever do professor está preparado para auxiliar os estudantes nessa preparação.

 No que tange ao contato com os recursos tecnológicos os docentes também formam questionados como se deu este contato em seu processo de graduação, o questionamento feito foi o seguinte: “durante o curso de graduação você teve algum contato com os recursos tecnológicos como mecanismo para um bom planejamento de aula? Se teve descreva como se deu este contato e como você avalia o mesmo;

Da mesmo forma que que relatei referente a metodologias ativas, não tive nenhum contato com ferramentas tecnológicas, nem laboratório de informática tinham disponível na universidade e nossa disciplina que era obrigatória de informática básica, quase não foi possível cursar, a maioria das aulas que tivemos foi teórica, com nosso professor nos ensinando como formatar um trabalho científico utilizando um quadro branco e pincel (D-1).

O único contato que tive com ferramenta tecnológica se deu nas aulas de informática básica que foi uma disciplina obrigatória do curso, porém esta foi pouco aproveitada, pois era em média três (03) alunos para cada computador. (D-2).

O contato que tive com material de mídia foi quando cursei a disciplina obrigatória de informática básica, no entanto a disciplina tinha como objetivo ensinar os comandos básicos de como formatar um trabalho acadêmico seguindo as normas da ABNT. (D-3).

As ferramentas tecnológicas são novas e até mesmo na atualidade ainda existem muitas universidades que não disponibiliza esse material, na época que fiz minha graduação não tínhamos nada disso as aulas eram todas com a utilização de livros apostilas tudo material físico (D-4).

Conforme já relatei anteriormente, fiz minha graduação totalmente no período de férias e todas as aulas forma bem corridas, hoje se tem muitas aulas online, mas na minha época de graduação não tinha nada disso, nem a disciplina de informática básica que era obrigatória não tivemos pois não tinha laboratório para que fosse desenvolvida a disciplina (D-5).

Da mesma maneira que o tópico anterior, os docentes concordam quando afirmam não terem tido contato com as ferramentas tecnológicas no período da graduação, este fator segundo eles se deu por motivos que mostram que havia uma grande carência na infraestrutura da universidade onde estes cursaram suas graduações. Esta falha estrutural de maneira efetiva, proporcionou falhas graves na formação dos profissionais, esta falha esta destacada na afirmação dos investigados quando estes relataram que não tiveram nem a disciplina obrigatória de informática básica. A difusão das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) provocaram mudanças comportamentais radicais na sociedade (SILVA, 2017) e essas mudanças, descontínuas e singulares, não tem mais volta (PRENSKY, 2001).

Apesar dos investigados terem realizado suas graduações a alguns anos atrás e somente na atualidade as tecnologias se apresentarem como uma das ferramentas mais utilizadas no processo educacional informatizado, as universidades deveriam ter proporcionado aos estudantes no mínimo o conhecimento básico, para que estes não se sentissem tão despreparados ao sair da universidade e ingressarem na carreira profissional como docente.

Na atualidade, a educação é acompanhada por um enorme processo de mudanças, no sentido de melhor formar um novo ser, capaz de tomar suas próprias decisões, tornando-se este mais crítico, objetivo e independente. Porém, o conhecimento não existe apenas nos nossos livros, mas também nas conversas e trocas de experiências, e devemos refletir constantemente sobre como está se dando este processo de transmissão do conhecimento.

Os aparelhos tecnológicos móveis, principalmente os celulares/smartphones, aos poucos, têm dominado o mercado e adentrado na maioria dos lares, sendo este um exemplo vivo de como o mundo tecnológico tem transformado/influenciado novos hábitos na sociedade contemporânea. As consequências de tais mudanças têm alcançado a escola, portanto, o professor não pode ignorar essas mudanças, e nem suas implicações para o processo educativo (SILVA, 2017).

A discussão se inicia utilizando os parâmetros previstos nas Diretrizes Educacionais Nacionais e na (LDB) nº 9.394/96 (Brasil, 1996), bem como as informações dos dados processadas e tabulação de todas as respostas individuais e coletivas dos investigados. Os dados provenientes de questões fechadas e/ou relacionadas às características individuais foram organizados e transcritas para facilitar a visualização e compreensão.

O objetivo desta investigação traz para luz do conhecimento que os docentes investigados afirmaram que tiveram falhas no processo de formação acadêmica, onde estes afirmaram que não tiveram contato com as metodologias ativas e principalmente com os recursos tecnológicos. Como se sabe todo processo de formação requer um planejamento que seja aplicado de forma que se garanta a transmissão de conhecimentos mínimos sobre determinados assuntos, quando se trata especificamente da formação de docentes, esse planejamento deve ser tido como primordial.

Não trazendo como clichê, mas a profissão docente deve ser entendida sem dúvidas alguma como a principal profissão, pois é esta que garante a formação de todos os profissionais que irão compor todos os ambientes da sociedade. Neste sentido, preparar de forma adequada estes profissionais é de suma importância, uma vez que são estes os responsáveis em lidar diretamente com os alunos no ambiente escolar.

O processo educativo do aluno é fruto da constante interação entre os diversos campos em que o sujeito está inserido: a família, a sociedade, o momento histórico, a filosofia e as tecnologias. O avanço cada vez mais acelerado de dispositivos eletrônicos e a democratização do acesso à internet mudaram os fluxos informacionais, a velocidade e o alcance com que as informações são compartilhadas […]. Sendo assim, a escola tem pela frente um enorme desafio. (SILVA; SALES, 2017, p.783).

A qualidade do ensino recebido pelos estudantes nas escolas é o reflexo direto da forma como os profissionais veem e realizam seu trabalho pedagógico. São muitas as expectativas depositadas no desenvolvimento da educação, e é responsabilidade do educador atender essas expectativas com a mais alta qualidade possível, mas é preciso lembrar que a maioria dos profissionais da educação não tem ou não estão preparados para atender essas perspectivas. Mattar (2010) destaca que “as escolas têm tentado preparar o jovem para o futuro, todavia, continuam utilizando ferramentas de ensino e sistemas de avaliação do passado”. Ademais, falta ao ambiente escolar a visão de quais são as habilidades necessárias para os alunos contemporâneos e os do futuro.

O fato de os profissionais não estarem preparados para atuar conforme se espera, pode ser justificado por fatores que iniciam com as falhas encontradas no processo de sua formação. Os docentes investigados apresentaram falas que justificam que estes cursaram suas graduações quase 20 anos atrás. É fato que a revolução educacional principalmente no que tange aos recursos tecnológicos é um evento contemporâneo, no entendo entende-se também que é dever das universidades ter essa visão a longo prazo, pois a educação está sempre em constante modificação e sem dúvidas alguma não se pode fazer educação sem pensar no amanhã, pois os estudantes que hoje estão no ensino fundamental só irão integrara o mercado de trabalho daqui a no mínimo 3 anos desta forma pesar a longo prazo deveria ser sempre uma prática que as universidades deveriam ter adotado no passado.

Acredita-se que as universidades deveriam ter apresentado de forma sistemática os passos para que os docentes pudessem ir se adequando as novidades que iriam surgir com o passar dos anos e como estes deveriam fazer as mudanças em seus planejamentos para que quando estes encarrassem algumas dificuldades que forma anteriormente relatadas estes não se sentissem tão inseguros e desorientados.

A formação de professores nem sempre representa a qualidade da educação. É necessário considerar uma série de fatores que contribuem significativamente para a formação de professores. Dessa forma, as instituições de ensino superior que desejam formar educadores comprometidos com a humanização devem se esforçar para oferecer excelência curricular, transformando assim o processo educacional, pois a desvalorização dos educadores começa no currículo ou na instituição de ensino. Eles são graduados e não se preocupam em adotar uma abordagem que incentive os professores a buscar outras qualificações após a conclusão da graduação.

Vale lembrar que a boa formação dos professores depende também da sua busca contínua por conhecimentos e qualificações, uma vez que a renovação dos profissionais da educação melhora, assim, a sua capacidade de orientar e orientar a aprendizagem, contribuindo significativamente para o desenvolvimento global dos alunos. Neste sentido os profissionais que afirmaram ter tido falhas no processo de graduação deveriam ter o entendimento em buscar o mais rápido possível curso que pudesse complementar e sanar as falhas que estes julgaram ser cruciais para o bom desenvolvimento educacional dos estudantes.

A boa formação dos alunos depende diretamente da boa formação dos professores, pois, sem uma preparação adequada, os professores não podem ministrar aulas de alta qualidade, ainda mais para o público da atualidade que a cada dia se torna mais informatizado. A educação tem um papel social e político básico e contribui para a difusão do conhecimento como o principal objetivo de garantir um bom desenvolvimento social desta forma o professor deve ser um facilitador e deve usar a sua sabedoria, experiência e criatividade para promover a promoção e o desenvolvimento dos alunos em caráter individual e coletivo.

Mas para que estes desenvolvimentos aconteçam, é primordial que os docentes saibam como elaborar um planejamento que contemple não só os meios científicos acadêmicos, mas também entender a importância em inserir em seus planejamentos a vivência cotidiana dos estudantes, pois, quando se tem estes fatores juntos em um planejamento a chance de se obter resultados positivos aumenta significativamente, pois o aluno verá no desenvolvimento do planejamento do professor ações que irão estar ligadas diretamente com o dia a dia do estudante.

Para que se possa alcançar os melhores resultados possíveis no desenvolvimento de qualquer atividade se faz necessário realizar um bom planejamento das ações que deverão ser desenvolvidas. Não há dúvidas que estar preparado para enfrentar as maiores diversidades do cotidiano escolar não é tarefa fácil, porém, todo primeiro passo deve ser dado para que se possa alcançar o mais alto nível de excelência, neste sentido elaborar um bom planejamento escolar é sem dúvidas o melhor caminho para alcançar êxito.

Um bom planejamento escolar traz consigo uma maior segurança para os docentes na hora de desenvolver suas atividades laborais diárias. Como somos sabedores trabalhar a educação nunca foi uma tarefa fácil ainda mais nos dias atuais onde o docente além de está trabalho todos os dias sobre uma pressão diária, não qual estes são exigidos dar doar-se ao máximo para que se possa alcançar resultados que na maioria das vezes não condizem com a realidade vivenciadas por estes profissionais.

Trabalhar os aspectos básicos para ter-se um bom planejamento é de fundamental importância, pois é embasado neste planejamento que as ações a serem desenvolvidas pelos professores alcançaram seus objetivos propostos, neste sentido entende-se que neste planejamento elaborado pelos docentes devem esta contemplados metodologias que sejam além de inovadoras, que despertem nos estudantes a vontade deste explorarem com mais ânimo os conteúdos apresentados pelos professores, deste modo acredita-se que implementar nos planejamentos as metodologias ativas bem como os recursos tecnológicos é de fundamental importância.

Como se observou se não tiver um bom planejamento as ações por mais que tenham um bom propósito, não iram conseguir atingi-los uma vez que as ações não foram bem desenvolvidas. Neste sentido entender como funciona cada aspecto, cada realidade, cada ambiente, cada método é de fundamental importância para que se possa ter um planejamento completo e eficaz. Atuar na profissão docente nunca será uma tarefa fácil, pois ao mesmo tempo que é muito gratificante ver os frutos que o trabalho docente traz nas vidas das pessoas está labuta se torna desafiadora, pois o profissional docente deve ser tido como o exemplo a ser seguido o tempo todo, este acaba se tornando muitas das vezes sem querer uma referência para seus alunos.

Por mais incrível que pareça, os docentes investigados afirmaram que estes não contemplam o uso de metodologias ativas e nem o uso de ferramentas tecnológicas em seus planejamentos uma vez que estes não foram preparados para lidar com essa situação. O mais incrível e que vale ressaltar é que estar-se saindo de um período pandêmico, onde todos os que fazem parte da equipe pedagógica da escola, necessitou utilizar aparatos tecnológicos para dar continuidade ao desenvolvimento educacional.

O mundo está mudando e junto com ele as pessoas também, no entanto é impossível falar em mudanças sem destacar a importância que a educação exerce nesse processo. Nunca foi tão importante  exercer o controle nas mudanças que estão ocorrendo em nosso cotidiano, porém para que esse controle possa acontecer de forma controlada acredita-se que deve-se ser adotados dois fatores são, o primeiro refere-se em ter conhecimentos básicos sobre o que está acontecendo no processo de mudança e o segundo é ter a capacidade em realizar um planejamento que seja eficaz e que os leve a alcançar um objetivo concreto das mudanças desejadas. Deste modo entende-se que o principal ponto a ser fixado está correlacionado em saber se o indivíduo está apto para realizar um bom planejamento.

Considerações finais

Esta pesquisa teve como principal objetivo fazer uma análise de como os docentes que ministram a disciplina de história que atuam na escola estadual Romerito Brito em Juruá, contemplam em seus planejamentos a temática das metodologias ativas e do uso de recursos tecnológicos para desenvolver o ensino de história.

Contemplar as metodologias ativas bem com a utilização dos recursos tecnológicos tornou-se um desafio para os profissionais da educação, tendo em vista que na atualidade os planejamentos escolares devem estar voltados para a valorização do conhecimento do aluno e os novos paradigmas, que deve ser utilizados para auxiliar sua prática pedagógica, direcionando os passos que devem ser seguidos diante da realidade encontrada, tendo que sair da teoria para a prática, numa visão social e de inclusão. Nessa ação torna-se necessário ter a clareza de que o planejamento escolar deve se concentrar no acompanhamento do processo de construção e assimilação do conhecimento, como o aluno aprende, quais são dificuldades que este tem, tornando isto um ato amoroso, primando pela qualidade do que é ensinado.

Destacou-se na pesquisa com bastante clareza que os docentes, apesar de afirmarem possuir limitações estes também estão dispostos a mergulhar profundamente no universo das metodologias ativas e a utilização dos recursos tecnológicos e modificarem seus planejamentos para que estes estarem à altura dos seus alunos. Enquanto aos aspectos motivacionais os docentes demonstraram possuir habilidades que podem ser aprimoradas para melhorar a qualidade destes enquanto profissionais.

A pesquisa apontou que muito ainda precisa ser realizado e pensado para que a o planejamento escolar seja realmente utilizado como um instrumento de transformação social. Porém, um dos primeiros passos já está sendo dado: a reflexão e a inquietação dos docentes com relação ao ato de inserir metodologias ativas e principalmente com a inserção dos recursos tecnológicos no ambiente educacional. Neste sentido o planejamento escolar é entendido como um processo contínuo, sistemático e abrangente de acompanhamento e julgamento do desempenho de alunos e professores na consecução dos objetivos pretendidos.

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1 Artigo extraído, da dissertação de Mestrado apresentado a Facultad de Postgrado Maestría en Ciências de la Educación em la Universidad de la Integración de las Américas – UNIDA, Localizada na Cidad del Este – Paraguai, para obtenção do título de Mestra em Ciência da Educação no ano de 2024.
2 Professora Graduada em Licenciatura em história pelo Centro Universitário do Norte no ano de 2008; Mestra em Ciência da Educação pela Universidad de La Integración de Las Américas – UNIDA/PY no ano de 2024, Doutoranda em Ciência da Educação pela Universidad De La Integración De Las Américas – UNIDA/PY 2025.