LIDERANÇA ORGANIZACIONAL.

ORGANIZATIONAL LEADERSHIP.

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8218239


Fabio Luis Teixeira da Silva1
Gabriel Santos Maciel de Lima2
Claudio Augusto Kelly3


RESUMO 

A liderança no contexto da gestão do conhecimento, muitas vezes é mencionada passageiramente, de maneira superficial, como  um fator auxiliar, outras vezes é abordada de maneira demasiadamente centralizada, se restringindo aos líderes de alto escalão  das organizações. O presente artigo consiste numa revisão sistemática da literatura sobre liderança organizacional, visando  entender o processo de liderança e a avaliação do liderado nas organizações. Este artigo analisa criticamente a produção  acadêmica mais citada nos últimos 15 anos sobre a liderança nos processos de gestão do conhecimento nas organizações. Foram  utilizados os critérios de exclusão de artigos que não fossem de língua inglesa, artigos repetidos, que não tinham o tema  relacionado a linha de pesquisa. Foram utilizados como bases de dados o Google Acadêmico e o Scielo. As palavras-chaves utilizadas para seleção dos artigos envolvidos nesta pesquisa foram: Liderança; Motivação; Resultados. Os resultados  indicaram que, entre os assuntos mais abordados dentro da temática, estão: características do líder, estilos de liderança,  coaching, líder e gestor, liderança feminina, papel do líder e processo de liderança. Essa pesquisa contribuiu com a literatura,  pois mostrou como a liderança vem sendo discutida no ramo acadêmico e como sugestão de estudos futuros, apontou-se a  importância da ampliação do presente estudo. 

Palavras-chave: Liderança; Motivação; Resultados. 

ABSTRACT 

Leadership in the context of knowledge management is often mentioned briefly, superficially, as an auxiliary factor, at other  times it is approached in an overly centralized way, restricting itself to high-ranking leaders of organizations. The present article  consists of a systematic review of the literature on organizational leadership, aiming to understand the leadership process and  the evaluation of the leader in organizations. This article analyzes critically the most cited academic production in the last 15  years on leadership in knowledge management processes in organizations. The exclusion criteria were used for articles that were  not in the English language, repeated articles that did not have the theme related to the line of research. Google Scholar and  Scielo were used as databases. The keywords used to select the articles involved in this research were: Leadership; Motivation;  Results. The results indicated that, among the most discussed subjects within the theme, are: leader characteristics, leadership  styles, coaching, leader and manager, female leadership, leader role and leadership process. This research contributed to the  literature, as it showed how leadership has been discussed in the academic field and as a suggestion for future studies, the  importance of expanding the present study was pointed out. 

Keywords: Leadership; Motivation; Results. 

1. Introdução 

A Liderança contribui para o alcance dos objetivos organizacionais quando utilizada de forma acertada. De acordo com  SILVA (2004) a liderança é o processo de dirigir e influenciar as ações com o propósito de alcance dos objetivos em cada  momento. 

É papel do Líder, traçar os objetivos no intuito de se ter eficácia, pois toda organização necessita dessa prática, onde o  Líder deve ser ativo para que haja a satisfação das pessoas envolvidas e como consequência resultados positivos. Se a liderança não for direcionada da forma correta a fim de satisfazer e alcançar a missão, visão e objetivos da mesma,  e também focando nos colaboradores parte fundamental para o funcionamento da mesma, não serão alcançados os resultados  esperados.

Conforme Hunter (2004) Liderança é a habilidade de influenciar as pessoas para trabalharem com entusiasmo a fim de  atingir metas para o bem comum, com um caráter que inspire confiança. Percebe-se a importância inestimável de ter uma  liderança nas organizações, seja ela pública ou privada, e presente em todos os níveis. 

Neste contexto, esta pesquisa visa entender o processo de liderança praticado e também a avaliação do liderado sobre  esse processo. 

2. Referencial Teórica 

2.1 Gestão de Pessoas 

Somente no final do século passado é que as empresas, e a sociedade em geral, passaram efetivamente a perceber que  o sucesso das organizações depende intrinsecamente das pessoas e, nesse contexto, elas deveriam ser tratadas como parceiros e  não como recursos (Chiavenato, 1999). De acordo com o autor, apesar de as pessoas sempre terem sido importantes para as  organizações, foi somente por volta de 1990 que o fator humano começou a ser valorizado. 

Chiavenato enfatiza, inclusive, a importância da área nos últimos anos, mencionando que: “A Gestão de Pessoas tem  sido a responsável pela excelência de organizações bem sucedidas e pelo aporte de capital intelectual que simboliza, mais do  que tudo, a importância do fator humano em plena Era da Informação”. Segundo o autor, na era da informação temos o início da  gestão de pessoas, que assumiu o papel de consultoria interna, sendo uma das ferramentas mais importantes para o sucesso e  crescimento das organizações. 

Para adquirir um bom desempenho profissional, o administrador necessita ter três tipos de habilidades, que segundo o  criador dessa tipologia, Katz (1955 apud Chiavenato, 2003), são de natureza: técnica, humana e conceitual. A Gestão de Pessoas tem como função relacionar os interesses da organização com os dos colaboradores, visando  sempre o aumento da produtividade. Gerir pessoas é uma tarefa complexa, onde as pessoas devem ser tratadas como pessoas  dotadas de características pessoais e profissionais. Pois, elas “podem ampliar ou limitar as forças e fraquezas de uma  organização, dependendo da maneira como elas são tratadas.” (Chiavenato, 1999a, p. 09). Neste contexto, a gestão de pessoas  pode ser definida não simplesmente pelas atividades que executa, mas pelos resultados que agrega à organização, através de uma  visão analítica que incorpore os interesses da organização à execução pelos colaboradores, levando em consideração suas  características. 

2.2 Liderança e Líder 

A liderança é uma forma de influência. A influência é uma transação interpessoal em que uma pessoa age para modificar  ou provocar o comportamento de outra pessoa, de maneira intencional (Chiavenato, 1999, p. 553). Segundo o autor, a liderança  é um fenômeno tipicamente social que ocorre exclusivamente em grupos sociais. Podemos defini-la como uma influência  interpessoal exercida numa dada situação e dirigida através do processo de comunicação humana para a consecução de um ou  mais objetivos específicos. 

Liderança é ‘o início e a manutenção da estrutura em termos de expectativa e interação’ (Stogdill, 1974, p.411). Segundo  o autor, liderar é estruturar a equipe para que todos tenham o mesmo objetivo e superem as expectativas por meio de confiança  e superação. 

Liderança é o processo de influenciar as atividades de um grupo organizado na direção da realização de um objetivo  (Rauch & Behling, 1984, p. 46) .Portanto, liderar é ter em mãos o controle das ações do grupo onde todos trabalham em comum  focando no mesmo objetivo. 

A liderança pode levar os seguidores a níveis superiores de consciência, como liberdade, justiça e auto-realização  (Bennis; Nanus, 1988, p.183).De acordo com o autor, um líder deve passar para seus colaboradores a autoconfiança e autoestima  para que todos tenham motivação suficiente e que isso possa refletir em benefício no ambiente de trabalho.

Liderança é uma interação entre pessoas na qual uma apresenta informação de um tipo e de tal maneira que os outros  se tornam convencidos de que seus resultados serão melhorados caso se comporte da maneira sugerida ou desejada’ (Jacobs,  1970, p.232).Entretanto um líder deve ter o poder de ser e convencer seus colaboradores de tal forma que isso reflita sempre em  resultados positivos. 

A liderança organizacional pode ser entendida como o conjunto de estratégias e ações que guiam uma equipe rumo aos  objetivos e metas de uma empresa. Entre as ações desenvolvidas pela liderança organizacional, estão gestão de equipe e conflitos,  melhoria de processos, engajamento e motivação dos colaboradores, recrutamento de novos talentos, treinamento de equipes,  manutenção do relacionamento com o time e definição de metas e objetivos do departamento. 

Em sua natureza, a liderança organizacional é a valorização e preservação do capital humano. A plena consciência de  que são os colaboradores que constroem uma empresa é a base para a elaboração das estratégias por essa liderança. A liderança organizacional serve para direcionar uma equipe aos resultados de qualidade, por meio de um bom  desempenho e alta performance. Para isso, são muitos os elementos que devem ser levados em consideração, como: definição  de metas atingíveis; clareza nos processos; capacitação para desenvolver o conhecimento necessário; clima organizacional; plano  de carreira; segurança psicológica e feedbacks. Quando todos esses elementos estão em sinergia, os colaboradores podem exercer  suas tarefas com todo o seu potencial, ampliando as conquistas da empresa, aumentando também sua vantagem competitiva e  lucratividade. Sem a liderança organizacional, por mais capacitados fossem os membros de uma equipe, poderiam se encontrar  desnorteados, a execução das atividades seria prejudicial e os resultados, portanto, seriam instáveis. 

Falamos muito sobre como a liderança organizacional está ligada aos resultados, mas a verdade é que ela pode fazer  muito mais pelo seu negócio, principalmente no que diz respeito à gestão de pessoas. Sua importância está aplicada na grande  quantidade de benefícios que ela proporciona. Veja quais são as vantagens: reforça a cultura organizacional; diminui o índice de  turnover e absenteísmo; aumenta os níveis de satisfação dos colaboradores; promove um clima organizacional mais agradável; eleva a reputação da empresa; assegura o bem-estar emocional dos funcionários; previne erros e retrabalhos; atrai novos talentos; estimula a produtividade e responsabilidade; melhora o relacionamento com o cliente; encoraja a criatividade e inovação; incentiva o melhor de cada colaborador. 

O líder é aquele que exerce influência que conduz, orienta os liderados ao alcance de um objetivo comum. Hunter (2004,  p. 25). Para o autor liderar é ter o dom de convencer os colaboradores que realmente suas ideias são as melhores possíveis, além  disso vale ressaltar que dentro de uma organização não é preciso que todos se agradem, mais que trabalhem como o mesmo  objetivo em comum ou seja pela melhoria e desenvolvimento da organização. 

Os líderes têm dispositivos para ensinar suas organizações a perceber, pensar,sentir e se comportar, baseados em suas próprias convicções conscientes. São artefatos visíveis da cultura emergente e criam diretamente o que, tipicamente, seria chamado de clima organizacional (Schein, 2009, p. 230). Segundo o autor, o clima organizacional reflete em benefícios visíveis e notórios para a melhoria da organização como um todo. 

Quanto ao perfil do líder, deve-se levar em conta suas competências organizacionais. Conforme Bittel (1982) para ser  um bom líder este deve possuir: 

1. Senso de missão: baseado na confiança em sua própria capacidade de liderar, exercendo amor pelo trabalho e dedicação às  pessoas e à organização; 

2. Abnegação: relacionada à disposição para renunciar a atitudes modestas como perder a paciência e capacidade de suportar  os problemas inerentes à função; 

3. Bom caráter: líderes bem sucedidos são geralmente honestos consigo e com os outros, enfrentando situações desagradáveis de forma honrosa e não temendo a crítica nem os próprios erros, além de serem sinceros e confiáveis;

4. Competência na função: a importância da qualificação técnica do supervisor em sua função, pois uma pessoa que está familiarizada com o trabalho que realiza tem excelentes estruturas básicas para realizar uma boa liderança;

5. Discernimento: bom senso, capacidade de distinguir o que realmente é Importante, tato e critérios suficientes para analisar o  futuro e planejar em função dele; 

6. Energia: liderar significa inclusive ter “pique” para permanecer no trabalho até mais tarde, se necessário for, tendo pouco  tempo livre para repouso ou alívio da pressão dos problemas. Requer boa saúde moral e energia ilimitada para realização do  trabalho. 

2.3 Os estilos de liderança nas organizações 

De acordo com o estudo de Ralph K. White e Ronald Lippitt, os autores Smith e Timby (2005, p. 46) descreveram sobre  as vantagens, desvantagens e em que tipo de organização ou situação é possível obter bons resultados com cada estilo de  Liderança conforme a seguir: 

• Liderança Autocrática: os resultados obtidos na experiência admitem que na adoção deste estilo, não há espaço para a iniciativa  pessoal, sendo esse tipo de liderança gera conflitos, atitudes de agressividade, de frustração, de submissão e desinteresse, entre  outras. A presença desse profissional autoritário causa intimidação e desconforto nas equipes, já que ele não visa consultar  opiniões, pois está focado em resultados. 

Os liderados são considerados objetos e acabam se sentindo incapazes, podendo prejudicar em seu desempenho. Este  estilo de liderança tende a diminuir no mercado, porém ainda é utilizado em algumas organizações, geralmente, por profissionais  com mais tempo no mercado e que seguem as crenças para gerir equipes de maneira opressiva. 

Os empresários optam por este estilo de liderança pois devido à pressão, eles conseguem chegar no objetivo da empresa  em curto prazo, porém o desgaste é inevitável causando a alta rotatividade de funcionários e até ações trabalhistas, resultando na  desmotivação dos colaboradores. 

• Liderança Democrática: este líder assume uma atitude de apoio, integrando-se ao grupo, sugerindo alternativas sem, contudo,  as impor. A produtividade é boa e, sobretudo, constata se uma maior satisfação e criatividade no desempenho das tarefas, com  maior intervenção pessoal, bem como o desenvolvimento da solidariedade entre os participantes. 

Demonstra a importância de cada membro da equipe e tem a capacidade de delegar, dar autonomia e independência aos  liderados. Assim, a equipe se torna mais focada nos resultados. Se preocupa em atender tantos os objetivos da empresa como os objetivos pessoais de cada membro de sua equipe. Incentiva seu grupo a buscarem a cada dia aperfeiçoamento e maior qualidade  no trabalho, dá liberdade para colaborador expor suas opiniões, apontando tais problemas e soluções. 

Porém é preciso tomar cuidado com esse tipo de líder para que ele não se torne refém de sua própria equipe. Quando o  time começa a se manifestar em momentos que não deveria, significa que o chefe perdeu a mão e acabou dando liberdade demais  aos funcionários. Assim, o líder democrático deve balancear a abertura de espaço para diálogo com objetividade e foco nos  resultados. 

Neste estilo podemos citar uma empresa que esteja desenvolvendo e aperfeiçoando um processo da organização. É  relevante destacar que Araújo (2006) atribui este estilo como uma característica amplamente presente em líderes femininas, já  que nestes casos, o líder do grupo precisa de opiniões das diversas áreas envolvidas, além de conseguir harmonizar os interesses,  para que as decisões sejam tomadas de forma transparente, compartilhada e visando o bem de todos. 

• O Líder Liberal, é um líder que deixa sua equipe livre para qualquer tomada de decisão, não exerce seu papel com firmeza e  autonomia, em algumas situações como por exemplo em um grupo de especialistas, no qual a equipe tem habilidades e  conhecimentos, podem trabalhar de uma forma independente, eles têm autonomia para tomar suas próprias decisões, ou seja,  depende da situação que seus subordinados se encontram a liderança liberal é uma forma de demonstrar confiança em sua equipe.

Por outro lado, esse tipo de liderança pode ficar mais vulnerável aos erros, cronogramas, planejamentos podem ser  afetados, equipe passa a ser individualista e desmotivada, pois não terá acompanhamento de um gestor mais participativo. • O Líder Situacional, se adapta diante das situações, consiste da relação entre estilo do líder, maturidade do liderado e situação  encontrada. Não existe um estilo de liderança adequado para todas as situações, mas ocasiões e estilos diferentes de gestores.  Esse modelo de liderança dita as funções e os objetivos a serem alcançados, tem percepção para distribuir tarefas de acordo com  a capacidade e o nível de maturidade de cada colaborador. A maturidade do colaborador faz o líder agir de modos diferentes  conforme a necessidade. Muitas vezes o colaborador inclusive tem autoridade para decisões de mudanças ambientais conforme  o nível hierárquico. 

Este modo de liderança pode ser dividido em quatro estilos, que vão ter relação com os níveis de maturidade dos  subordinados: 

⮲ Direção: a liderança ocorre quando o colaborador necessita aprender a tarefa a ser executada, sendo o líder supervisor da  tarefa até seu fim, direcionando o colaborador para elaborá-la até conquistar confiança. 

⮲ Orientação: este estilo de liderança ocorre quando o colaborador necessita conhecer a tarefa e conquistar um estímulo para  execução dela. O líder contribui apoiando a obtenção de novas ideias e disseminando conhecimento quando o colaborador  necessita de ajuda. 

⮲ Apoio: o líder se encarrega de estimular o colaborador para adquirir segurança e buscar o aprendizado, aumentando suas  habilidades e conhecimento, dando mais respaldo para o colaborador executar suas tarefas. O líder presta apoio, porém  supervisiona pouco. 

3. Metodologia 

Neste artigo, procedeu-se à realização de uma revisão sistemática de literatura para identificar a literatura existente  sobre a liderança organizacional na atualidade, visto que o líder tem como principais funções, obter resultados e engajar os  colaboradores de acordo com a missão, visão, valores e objetivos da empresa. 

Esse tipo de investigação disponibiliza um resumo das evidências relacionadas a uma estratégia de intervenção específica,mediante a aplicação de métodos explícitos e sistematizados de busca, apreciação crítica e síntese da informação  selecionada (Linde & Willich, 2003). 

A pesquisa bibliográfica sistemática é um método científico amplamente utilizado para explorar e analisar de forma  organizada e sistemática as fontes bibliográficas relevantes sobre um tema específico. Ao realizar uma pesquisa bibliográfica  sistemática, o pesquisador busca identificar e coletar uma ampla gama de fontes bibliográficas relevantes, como artigos científicos, livros, dissertações e teses, que abordam a liderança ética e sua importância no ambiente de trabalho. Essa abordagem  garante que a pesquisa seja baseada em evidências sólidas e atualizadas, contribuindo para uma análise aprofundada e bem  fundamentada. 

Durante o processo de pesquisa bibliográfica sistemática, é importante estabelecer critérios de inclusão para a seleção  das fontes. Esses critérios podem envolver a data de publicação, a relevância para o tema, o tipo de fonte e o idioma. Ao realizar  as buscas em bases de dados acadêmicas e bibliotecas, é possível utilizar palavras-chave relacionadas à liderança ética, ambiente  de trabalho, comportamento ético, cultura organizacional, entre outros termos relevantes. A análise das fontes selecionadas  envolve a leitura crítica, a identificação de tendências, lacunas e pontos de convergência e divergência entre os estudos. A partir  dessas análises, é possível desenvolver uma compreensão mais completa sobre a liderança ética e sua importância no ambiente  de trabalho, bem como identificar as principais contribuições teóricas e práticas nessa área. 

Em suma, a pesquisa bibliográfica sistemática é um método valioso para explorar o tema da liderança ética e sua  importância no ambiente de trabalho. Ao utilizar essa abordagem, podemos coletar e analisar uma ampla gama de fontes  bibliográficas, proporcionando uma base sólida para a construção do conhecimento e a elaboração do trabalho acadêmico.

Para desenvolver o presente trabalho foram usados artigos publicados nos últimos 15 anos, e foram utilizados os critérios  de exclusão de artigos que não fossem de língua inglesa, artigos repetidos, que não tinham o tema relacionado a linha de pesquisa.  Foram utilizados como bases de dados o Google Acadêmico e o Scielo. As palavras-chaves utilizadas para seleção dos artigos envolvidos nesta pesquisa foram: Liderança; Motivação; Resultados. 

4. Resultados e Discussão 

No Quadro 1 é mostrado a síntese dos artigos utilizados na revisão sistemática, bem como à abordagem provocada pela  presente revisão sistemática, sendo atributos e características do líder, gestor: líder ou gerente, percepções sobre liderança, habilidade dos líderes, liderança feminina, a importância do líder nas organizações, liderança e gestão da qualidade, a influência dos  estilos de liderança e por fim perfil de liderança de gestores. 

Quadro 1. Síntese dos artigos utilizados na revisão sistemática.

Atributos e Características do líder. 

O líder é uma peça fundamental no ambiente organizacional para guiar os indivíduos e estimular as suas competências.  Quando as competências individuais são determinadas o gestor utiliza a união dessas competências em prol de um bem comum,  nascendo então, as competências coletivas que são uma grande influência na gestão de pessoas. Na pesquisa desenvolvida por  Almeida; Dias & Rocha (2016) observou-se que quando a organização se torna unida e com uma perspectiva em conjunto, o  processo de desenvolvimento do trabalho torna-se ágil, eficiente, eficaz e menos desgastante tanto para o indivíduo quanto para  a organização, obtendo resultados visivelmente positivos em todas as áreas. 

No artigo desenvolvido por Assis & Maia (2014) dentre os bibliotecários de Goiânia que ocupam a posição de líderes,  a maioria pertence ao sexo feminino e possui idade superior a quarenta anos. Constatou-se também que os bibliotecários que  desempenham a função de gestor são também aqueles que têm mais tempo de serviço na instituição. A maioria dos bibliotecários  possui especialização, demonstrando que o bibliotecário de Goiânia busca a educação continuada. A maioria das bibliotecas  conta com apenas um bibliotecário na equipe, ou seja, somente o bibliotecário gestor. Verificou-se, também, que em grande parte  das bibliotecas, não há auxiliar de biblioteca, estagiários de biblioteconomia e nem outras categorias profissionais em suas equipes, ou seja, há somente o bibliotecário gestor, o qual executa todas as tarefas rotineiras da unidade de informação. Os resultados  da pesquisa apontaram que em relação à tomada de decisões com a equipe liderada, os bibliotecários de Goiânia tendem a adotar  o estilo de liderança democrático. Embora este estilo de liderança seja o de maior ocorrência, os bibliotecários, nas situações  vivenciadas, procuram seguir o estilo que melhor se adapte à situação, visando sempre atingir os objetivos propostos e fórmula dos em equipe. Em algumas situações, adotam o estilo de liderança situacional ou contingencial, em outras, o estilo de liderança  transformacional, confirmando a literatura existente sobre liderança, a qual afirma não existir um melhor estilo de liderar, e a  alternância de estilos, conforme cada situação torna a liderança eficaz. Dados da pesquisa ainda indicam que os bibliotecários no papel de líder enfrentam diversos problemas e desafios, desde a falta de pessoal capacitado, de recursos financeiros, desmotivação em virtude de baixos salários, falta de comprometimento de membros da equipe, de autonomia nas tomadas de decisões, fatores que geram obstáculos no desempenho da liderança dos bibliotecários.

De acordo com a pesquisa realizada por Agusti (2013), as principais características propostas para o perfil do líder da  manutenção e que devem ser inerentes ou desenvolvidas por este líder são: (1) competência técnica; (2) competência administrativa, e; (3) experiência. A maneira como esse líder deve lidar com as pressões exercidas pela administração e pela produção da empresa em seu setor, as dificuldades no gerenciamento de recursos e as habilidades necessárias para tal gerenciamento estão  contidas no perfil sugerido. 

Para Barbosa et al. (2019) um bom líder consegue enxergar nas pessoas o potencial que, muitas das vezes, o próprio  indivíduo não reconhece em si e, com isso, trabalha junto a ela para desenvolver e ser cada dia melhor, demonstrando respeito,  humanidade, colocando-se no lugar do outro e mostrando que os colaboradores podem contar com ele em qualquer situação. Liderar uma equipe não é papel muito fácil de se exercer, pois existem pessoas com pensamentos diferentes, culturas diferentes  e saber como gerir e usar isso a favor de um crescimento coletivo harmonioso, sem que um invada o espaço do outro, é uma  tarefa difícil, hoje cada vez mais, pois as informações estão na palma da mão e há argumento pra tudo. Portanto, visando conseguir contornar isso tudo, o líder tem que ser perspicaz, audacioso, persistente e, principalmente, amar o que faz, o que fica nítido  em suas atitudes e faz toda a diferença no dia a dia. Atualmente, os líderes estão cada vez mais cientes de que, para liderar  pessoas, há que se conhecer uma por uma, atentar-se de que ninguém é igual, cada um tem suas diferenças e particularidades.  Tendo isso como objetivo, o líder saberá quais são os limites de cada um para explorar seu potencial, mostrando para o colaborador que ele é capaz ou identificando as dificuldades e ajudando a desenvolver a melhor estratégia para melhorar. 

Os estudos desenvolvidos por Figueiredo & Pereira-Guizzo (2020) apontam a importância do desenvolvimento das  seguintes habilidades dos líderes para a caracterização da liderança transformacional e promoção da cultura da inovação:  estabelecer e comunicar visão de futuro; prever e promover mudanças organizacionais; atender necessidades individuais;  reconhecer comportamentos esperados; promover trabalho desafiador em equipe; encorajar a assunção de riscos; estimular a  criatividade e promover capacitação. 

Estilos de liderança. 

O trabalho realizado por Milani & Gonçales Filho (2022) a respeito dos tipos de liderança adotadas por empresas do  segmento de tecnologia da informação apresentou como resultados a identificação dos tipos de liderança encontradas na revisão  teórica, sendo comparadas com as práticas das empresas estudadas, identificando-se a aderência e a motivação dos liderados.  Como contribuição real desta pesquisa, foi apontado o tipo de liderança transacional como necessário para possibilitar melhores  resultados por meio de uma relação ganha-ganha, quando os respondentes mencionaram, unanimemente, a importância de  adicionar incentivos e recompensas às metas organizacionais. 

Na pesquisa realizada por Lopes; Martins & Zanetti (2017) sobre estilos de liderança como geradores de  sustentabilidade organizacional, proporcionou a identificação dos fatores que podem auxiliar a constante busca da sustentabilidade organizacional na empresa “Instituição Financeira de Pinhais”, onde evidenciou-se a variação motivacional  entre seus colaboradores, que na literatura reduz significativamente a produção da organização. Encontrou-se na empresa um  grande percentual de gestores centrado em pessoas que demonstram se importar com seus liderados. E colaboradores  comprometidos com a empresa mostrando um sentimento de participação e pertencimento. Evidenciando que a busca pela  sustentabilidade organizacional está próxima e se faz necessário o aprimoramento de todos os colaboradores através de cursos e  treinamentos sobre os temas abordados neste artigo, além de constantes reflexões sobre o papel da empresa e de cada colaborador  como parte integrante desta organização. Além das variáveis que podem ser utilizadas para o aperfeiçoamento dos líderes, como  o caso da existência de 35% de gestores com perfil autoritário, os quais podem trabalhar para alterar o estilo de liderança para  obter maior interação com seus colaboradores. Outro aspecto que pode ser trabalhado é a aproximação dos gestores com seus  colaboradores, uma vez que o relacionamento é a chave para o conhecimento de seu próximo e para que isto ocorra à empresa deve investir em atividades descontraídas dentro e fora da jornada de trabalho para gerar maior aproximação entre todos os  colaboradores. 

Paes et al. (2021) demonstraram em seus estudos que os líderes utilizam as três formas de liderança para gerir suas  equipes. A liderança autocrata, que geralmente não é muito eficaz; a liderança democrática, que tem os pontos positivos, mas requer muita habilidade do líder em conduzir a sua equipe; e a liderança liberal. O estudo revela como as atitudes e cada decisão  tomada pelo líder afeta diretamente a conduta dos liderados, nos mostrando que no ambiente de trabalho a falta de um líder  acarreta consequências que podem afetar o resultado de um setor ou de toda a empresa. 

Já no estudo desenvolvido por Gomes; Garces & Bezerra (2015) a respeito das percepções de enfermeiros sobre liderança revelou um predomínio do entendimento de liderança na perspectiva autocrática, em que as principais características de  um enfermeiro líder devem ser: tomada de decisão, competência técnica e trabalho em equipe. Os resultados remetem à necessidade de repensar o constituinte liderança na existência profissional, bem como descortinar experiências e vivências que carecem transpor a abordagem administrativa marcada pelo paradigma tradicional embasado na teoria clássica da administração. 

Liderança feminina a cargos de hierarquias superiores. 

Sobral & Ribeiro (2018) realizaram um estudo sobre a ascensão feminina a cargos de hierarquias superiores, bem como  nas suas características e estilos de liderança. As amostras de estudo tipicamente consistiram em mulheres executivas, de diversos  setores e revelaram uma tendência positiva na ocupação de cargos de liderança pelo gênero feminino, porém, caracterizado por um processo lento e aquém do desejável, fomentando um aumento de publicações neste âmbito. Deste modo, é necessário perceber que as mulheres não são melhores nem piores que os homens. Não são completamente diferentes deles, nem  totalmente iguais”. São-lhe reconhecidas características de líder, como: comunicação, carisma, competência e capacidade  de relacionamento passível de influenciar e inspirar o comportamento dos subordinados. No entanto, parece persistir o  glass ceilling. Impera-se o desenvolvimento e a gestão de carreira, priorizar questões relacionadas com a qualidade de vida  no trabalho, a definição de uma quota para mulheres em cargos de liderança bem como a harmonização da vida pessoal e  familiar com a profissional (Spricigo, 2017). 

5. Conclusão 

Hoje os líderes estão cada vez mais cientes de que, para liderar pessoas, há que se conhecer uma por uma, atentar-se  de que ninguém é igual, cada um tem suas diferenças e particularidades. Tendo isso como objetivo, o líder saberá quais são os  limites de cada um para explorar seu potencial, mostrando para o colaborador que ele é capaz ou identificando as dificuldades e ajudando a desenvolver a melhor estratégia para melhorar. 

Os conhecimentos de habilidades, valores e necessidades das pessoas são cruciais para a organização, cabe ao líder  (gestor) identificar tais comportamentos variados e encaminhá-los para áreas e cargos mais pertinentes a determinados hábitos,  atitudes e costumes. Tem-se como dever do líder, também, manter a equipe unida e motivada, evitando qualquer tipo de atitude que atrapalhe o bom desempenho e a harmonia do grupo a ele confiado. 

Atualmente as empresas de sucesso tem uma profunda preocupação com o seu capital humano, valorizando-os,  descobrindo que ao valorizá-los, estão levando o seu próprio patrimônio à prosperidade, aprimorando os seus próprios  processos internos, alcançando a excelência em qualidade e benefício sem suas tarefas, produtos e serviços. Levando todo  esse processo a culminar no fator principal que é a satisfação do cliente, parte crucial da competitividade empresarial.

Nota-se que as competências coletivas são e serão cada vez mais necessárias para as organizações alcançarem seus  objetivos, por isso acredita-se que podem ser realizadas pesquisas futuras na área, pois, o seu conceito é um tema relevante para  a administração e para gestão de pessoas. 

Enfim, liderar é ter em mente que, independente dos obstáculos, há que se permanecer firme nas decisões é não deixar de  lado a parte humana que torna o líder tão admirável aos olhos dos seus colaboradores. 

Referências 

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1Graduando em Administração no Centro Universitário – UniFUNVIC. E-mail: fabioluisteixeiradasilva123@gmail.com
2Graduando em Administração no Centro Universitário – UniFUNVIC. Email: gabriel.s.maciel@outlook.com
3Doutor em Engenharia de Materiais e professor do Centro Universitário – UniFUNVIC. E-mail: prof.claudiokelly.pinda@unifunvic.edu.br