EMOTIONAL INTELLIGENCE: THE IMPORTANCE OF TEAM LEADERSHIP
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7242107
Natália Mendes Santana1
Natália Souza de Oliveira2
Carla Mitsue Ito3
RESUMO
Na contemporaneidade os profissionais estão sujeitos a demandas e pressões que podem causar impactos negativos na saúde mental, desta forma as organizações não estão visando somente a inteligência intelectual, mas estão buscando profissionais fortemente capacitados emocionalmente. Sendo assim, além de apresentar Inteligência Cognitiva tornou-se imprescindível e diferencial quando o profissional possui e sabe utilizar a Inteligência Emocional (IE). Posto isso, é vantajoso ser emocionalmente inteligente na liderança de equipes, este tipo de gestão estimula o engajamento dos seus liderados viabilizando a satisfação pessoal e desta forma contribuindo ativamente para o crescimento da empresa. Neste ponto de vista o presente artigo é de pesquisa bibliográfica, construído com objetivo de reunir arcabouços científicos disponíveis na internet, referentes à temática sobre a importância da Inteligência Emocional (IE), na liderança de equipes.
Palavras-chave: Inteligência Emocional. Liderança. Equipes.
ABSTRACT
In contemporary times, professionals are subject to demands and pressures that can cause negative impacts on mental health, in this way organizations are not only aiming at intellectual intelligence, but are looking for highly emotionally trained professionals. Therefore, in addition to presenting Cognitive Intelligence, it has become essential and differential when the professional has and knows how to use Emotional Intelligence (EI). That said, it is advantageous to be emotionally intelligent when leading teams, this type of management encourages the engagement of those who are led, enabling personal satisfaction and thus actively contributing to the growth of the business. From this point of view, this article is a bibliographic research, built with the objective of gathering scientific frameworks available on the internet, referring to the theme of the importance of Emotional Intelligence (EI) in team leadership.
Keywords: Emotional Intelligence. Leadership. Teams.
1 INTRODUÇÃO
A relação funcional existente entre as pessoas e organizações reflete em resultados satisfatórios bem como no adequado funcionamento empresarial. Após as organizações compreenderem quanto à importância de investir no capital humano, o ramo do comercio sofreu uma considerável evolução. A história nos mostra que antigamente as empresas compreendiam e tratavam seus empregados como máquinas concentrando seu trabalho somente na produção, no entanto com o passar do tempo e com surgimentos de novas concepções, os gestores começaram a desviar suas atenções, buscando novas competências com o intuito de alcançar resultados ainda mais precisos e volumosos, nesse cenário de transformações compreenderam que além de executar operações já mecanizadas o funcionário portava a capacidade de pensar, agir e raciocinar, tornando-se o foco principal por muito tempo das grandes organizações sendo ela a habilidade cognitiva, realizado pelo Quociente Intelectual (QI).
Com a expansão numérica das empresas, o mercado de trabalho tornou-se mais exigente e concorrido, sendo assim, apresentar o diferencial, automaticamente coloca a empresa a frente da concorrência, resultando no crescimento e ainda no sucesso como um todo da organização. Tendo em vista os dias atuais, no qual as pessoas a cada dia recebem novas influências, além das capacidades intelectuais é necessário estimular e/ou obter as habilidades da Inteligência Emocional (IE) desempenhado pelo Quociente Emocional (QE), pois é a partir destas competências de autoconhecimento, auto percepção, auto regulação, empatia e sociabilidade sendo as características da IE, que contribuirá para um perfil profissional mais qualificado.
Está temática vem sendo estudada por diversos autores e dentre eles Goleman (1995/1996 apud SIQUEIRA, BARBOSA, e ALVES 1999, p. 145) contribui com a seguinte definição:
O conceito de IE pauta-se em cinco habilidades básicas e interdependentes denominadas por autoconsciência, automotivação, autocontrole, empatia e sociabilidade. As três primeiras referem-se a exames de reações do eu e ao que o indivíduo faz com seus próprios sentimentos, enquanto que as duas últimas voltam-se para fora, em direção aos sentimentos dos outros e as interações sociais.
Em vista disso Goleman (2005 apud STEGEL, 2020, p. 3) relata, “não é necessário que o indivíduo possua um alto quociente de inteligência (QI) para possuir triunfos na vida, mas é importante desenvolver o seu quociente emocional para ter autodisciplina em suas ações”.
Levando em consideração estes aspectos, a Inteligência Emocional (IE) dentro do viés organizacional vem alcançando gradativamente visibilidade, na medida em que administradores, gestores, líderes e colaboradores percebem a eficácia que está capacidade promove, fomentando o equilíbrio no clima corporativo, crescimento pessoal bem como empresarial, desenvoltura sensata na resolução de conflitos, administração das emoções com inteligência, relacionamento interpessoal saudável, criatividade, empenho nas responsabilidades laborais, resiliência, saúde mental e dentre outras características que a utilização da IE pode propiciar.
Assim é de fundamental importância dentro das empresas, que o líder de equipe além de ser inteligente cognitivamente evidencie paralelamente a inteligência emocional, uma vez que o uso dela contribui para uma eficaz gestão de pessoas. Antes de assumir uma posição de liderança, ou até mesmo quando já exerce essa função, é plausível agir com sabedoria, e na ausência da IE, procurar conhecer, compreender e desenvolvê-la.
Posto isso, com seus subsídios a inteligência emocional potencializa a carreira de sucesso do líder de equipes e consequentemente do crescimento geral da empresa.
Os profissionais de hoje necessitam conhecer, aprender e a dominar as funções da inteligência emocional, visto que vivem em uma sociedade com alto nível de estresse emocional e com significativo número de resultados desastrosos que são frutos evidentes desse descompasso (FERREIRA, 2016, p. 10 apud FONTES, 2018, p. 32).
Diante ao pressuposto, o presente artigo pretende levantar estudos bibliográficos acerca da Inteligência Emocional (IE) referente à liderança de equipes nas organizações, direcionado a responder a seguinte questão. Qual a relevância da Inteligência Emocional na liderança de equipes?
Sendo assim, está pesquisa é de natureza bibliográfica, estando organizada do seguinte modo: inicia-se contextualizando a temática estudada na introdução, em seguida caracterizam-se os materiais e métodos utilizados para a construção do artigo, posteriormente explanam-se concepções de autores relacionados ao assunto, após coloca-se em discursão as teorias dos autores escolhidos, e no fim finaliza-se com as considerações finais das autoras do presente artigo.
2 METODOLOGIA
O desenvolvimento deste artigo optou-se pela pesquisa bibliográfica com objetivo de pesquisa descritiva, o acesso aos materiais ocorreu por intermédio dos veículos da internet, com isso utilizou-se livros, artigos, trabalhos, mamografia, teses, materiais publicados em revista, e site científico, dentre eles estão; Scielo, PePSIC.
Abordagem apresentada desta pesquisa é de natureza qualitativa, com método dedutivo.
Conforme destaca Michel (2005), na pesquisa qualitativa a verdade se comprova na forma de experimentação empírica, a partir do detalhamento de análises consistentes e coerentes, assim como na argumentação fundamentada de ideias. (apud LEITE, 2013, p. 23).
Considerou como critérios de inclusão arcabouços científicos que explanavam sobre a temática da inteligência, emoção, Inteligência Emocional (IE), liderança de equipes, gestão de pessoas e organizações.
3 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
3.1 INTELIGÊNCIA
Oliveira-Castro (2001) em sua dissertação cita Spearman (1923) relatando que o autor conceitua a inteligência como sendo uma habilidade intelectual, relacionada à capacidade de discernimento, atrelada ao aprendizado e capacidade de relacionar-se.
Para alguns, tais como Claparède e Stern (apud PIAGET, 2013, p. [37]), a inteligência é uma adaptação mental às novas circunstâncias. Claparède opõe, assim, a inteligência ao instinto e ao hábito que são adaptações, hereditárias ou adquiridas, às circunstâncias que se repetem; mas, em seu entender, ela começa desde o tateamento empírico mais elementar (origem dos tateamentos interiorizados que, ulteriormente, caracterizam a busca da hipótese).
Considerando o exposto a inteligência está diretamente atrelada ás capacidades de adaptar-se ao meio por intermédio das vivências adquiridas. Pensando neste mesmo viés Piaget (2013, p. [38]) declara que “a inteligência constitui o estado de equilíbrio para o qual tendem todas as adaptações sucessivas de ordem sensório-motora e cognitiva, assim como todos os intercâmbios assimiladores e acomodadores entre o organismo e o meio”.
3.2 EMOÇÃO
Com base em estudos referentes à emoção, entende-se que ela é uma reação imediata frente a um estimulo inusitado. Contribuindo a este pensamento Pergher et al. (2006, p. 61) assinala que “emoção é compreendida como possuindo um caráter de reatividade, geralmente breve, intensa e circunscrita, relacionada a um evento ambiental específico”.
Nessa mesma perspectiva Muniz (2007) ressalta que “o processo emocional funciona como um sistema de alerta sobre os eventos importantes na pessoa e no ambiente”. Ademais no ângulo mais detalhado Damásio descreve o seguinte argumento.
As emoções efectuam duas funções ao nível biológico: a primeira está relacionada com as reacções básicas do indivíduo, perante determinada situação […] a segunda está mais directamente relacionada com a regulação do estado interno do organismo […]”. (1999, apud SILVA, 2010)
Para Goleman (1995 p. [340]) além das reações biológicas, a emoção está associada a um conjunto de fatores que determinam o modo de agir de cada pessoa, ou seja, envolve questões psicológicas, emocionais, sentimentais e comportamentais.
Neste ponto de vista Mesquita (2019, p. 3) afirma que:
As emoções são, portanto, na sua gênese, reações do organismo à avaliação contínua da sua relação com o meio e compreendem alterações que ocorrem diante da apreensão sensório-perceptual da realidade, incluindo sensações provenientes do exterior e do interior do organismo (sensações exteroceptivas, interoceptivas e proprioceptivas).
Portanto, de forma positiva ou negativa o organismo tende a reagir de alguma maneira aos estímulos que lhe são apresentados, configurando assim o conceito de emoção.
3.3 CONCEITOS DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Tendo em vista os conceitos explanados acima quanto à inteligência e emoção, diversos estudiosos aprofundaram suas pesquisas construindo concepções em relação a temática, classificando a inteligência em vários tipos, dentre elas a inteligência emocional.
De maneira sucinta, a IE consiste na capacidade de o indivíduo perceber, nomear, administrar e compreender a emoção em si e nos outros para utilizá-la de forma a favorecer sua adaptação no meio em que vive (PRIMI, 2003 apud MUNIZ, et al., 2007).
Por conseguinte Goleman (1998, p. [569]) também apresenta a seguinte percepção, “inteligência emocional refere-se à capacidade de identificar nossos próprios sentimentos e os dos outros, de motivar a nós mesmos e de gerenciar bem as emoções dentro de nós e em nossos relacionamentos”. Logo, a capacidade de identificar o funcionamento de si mesmo, estar sensível a compreender as demandas do outro faz parte das características do autoconhecimento, propiciando comportamentos mais assertivos nas relações.
Nesse sentido “a inteligência emocional está relacionada a aptidão e a habilidade para automotivação, o autocontrole, a persistência, entre outras características essenciais ao alcance de objetivos de interesses comuns”. (MOLINA, 2013, p. 23).
Deste modo, as concepções apresentadas dos referidos autores apresentam similaridade no que tange ao conceito de inteligência emocional, pois abordam sobre as capacidades do indivíduo de construir relações saudáveis baseados no autoconhecimento e dentre outras habilidades que se referem à consciência das suas próprias competências, bem como suas limitações, consequentemente o indivíduo que dispõem do autoconhecimento tende a estabelecer relações maduras, uma vez que busca ter compreensão com respeito e empatia frente às ações do outro.
3.4 CARACTERÍSTICAS DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Para Goleman (1998, p. [58]) a “nossa inteligência emocional determina nosso potencial para aprender as habilidades práticas que estão baseadas em cinco elementos: auto percepção, motivação, auto regulação, empatia e aptidão natural para os relacionamentos”. Abaixo apresentam alguns pensamentos de teóricos inclusive de Goleman sobre cada ponto que atrelam-se as bases da inteligência emocional.
- Auto percepção está relacionada com a capacidade do indivíduo de “conhecer os próprios estados interiores, preferências, recursos e intuições” (GOLEMAN, 1998, p. [62]).
Richard Boyatzis […], diz que “trata-se de uma capacidade de concentração, a partir da familiaridade com os medidores internos e com os sinais sutis que informam o que estamos sentindo, que nos permite utilizá-los como um guia para avaliar permanentemente nosso desempenho”. (apud GOLEMAN 1998, p. [106-107]).
- Motivação, de acordo com Goleman são as “tendências emocionais que guiam ou facilitam o alcance de metas” (1998 p. [63]).
Nas palavras de Kotter, a motivação e a inspiração energizam as pessoas, mas não empurrando-as na direção certa como se fossem mecanismos de controle, e sim satisfazendo necessidades humanas básicas de realização, transmitindo a elas a sensação de serem parte integrante, um sentimento de controle sobre sua própria vida e a capacidade de corresponder aos seus próprios ideais. Esses sentimentos nos tocam profundamente e suscitam uma resposta vigorosa. (apud GOLEMAN, 1998, p. [360]).
Em seguimento, no ponto de vista de Longhi (2016) motivação é:
Vontade de realização, iniciativa, otimismo e engajamento. Este grupo refere-se à capacidade de buscar determinadas oportunidades e conduzir a percepção nessa direção, avançar apesar de todos os obstáculos, colocando os sentimentos á disposição para servir (2016, p. 904).
- Auto regulação é caracterizada por Goleman como a capacidade de “lidar com os próprios estados interiores, impulsos e recursos” (1998 p. [62]).
Refere-se ao autocontrole, confiabilidade, conscienciosidade, adaptabilidade e também inovação. […], ter consciência das ações tornando-se flexível perante as situações, lidando com os impulsos e recuperando-se com rapidez (resiliência). Gerir as emoções, canalizando-as para uma manifestação adequada a cada situação. (LONGHI, 2016, p. 903).
- Empatia segundo Longhi (2016, p. 6) “é a capacidade de compreende as perspectivas dos outros, de ter uma boa comunicação interpessoal e saber colocar-se no lugar das outras pessoas”. Neste mesmo sentido Goleman (1998, p. [63]) relata que a empatia é a compreensão quanto à “percepção dos sentimentos, necessidades e preocupações dos demais”.
Em sequência o mesmo autor ainda acrescenta quanto à empatia, como sendo a forma de “pressentir o que as pessoas estão sentindo, ser capaz de assumir sua perspectiva e cultivar o rapport e a sintonia com uma ampla diversidade de pessoas.” (GOLEMAN, 1998, p. [571]).
- Habilidades Sociais “referem-se à capacidade de influência, comunicação e liderança; de ser uma pessoa capaz de catalisar mudanças, gerenciar de conflitos, estabelecer vínculos buscando a colaboração e cooperação, ampliando assim a capacidade de equipe”. (LONGHI, 2016, p. 904).
No mesmo intuito de conceituar às habilidades sociais, Goleman explana que está competência vincula-se com a seguinte capacidade.
Lidar bem com as emoções nos relacionamentos e ler com precisão situações sociais e redes; interagir com facilidade; utilizar essas habilidades para liderar, negociar e solucionar divergências, bem como para a cooperação e o trabalho em equipe (GOLEMAN, 1998, p. [571]).
Deste modo Goleman salienta que os elementos constituintes das habilidades da inteligência emocional estão interligados, com isso explica que “a autopercepção é crucial para a auto-regulação e a empatia; a auto-regulação e a autopercepção contribuem para a motivação; todas as quatro primeiras atuam nas aptidões sociais”. (GOLEMAN, 1998, p. 59).
4 RELEVÂNCIA DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NA LIDERANÇA DE EQUIPES
À medida que as organizações encolhem, em ondas de enxugamento, as pessoas que ficam recebem mais e maiores responsabilidades e tornam-se mais visíveis (GOLEMAN, 1998, p. [29]). Com isso, apresentar inteligência emocional contribui para uma carreira profissional de destaque, conforme afirma o seguinte autor.
O sucesso profissional está fortemente relacionado ao bom desenvolvimento da inteligência emocional, uma vez que, pessoas que passam a compreender melhor seus comportamentos e sentimentos possuem maiores viabilidades de destaque entre os demais, em consequência obtém maior sucesso no desenvolvimento da sua carreira. (MARÇON, 2015, p. 8).
Neste mesmo sentido o autor continua abordando quanto à importância da inteligência emocional para alcançar o sucesso pessoal e profissional.
Acredita-se que as competências atribuídas à IE podem influenciar na vida pessoal e profissional dos indivíduos, essas competências podem beneficiar esses indivíduos que possuam conhecimento, mesmo que empírico sobre I.E. e, possibilita que as pessoas administrem seus sentimentos e emoções, de modo que tais elementos não sejam agentes que interfiram de maneira negativa em sua vida pessoal, bem como na carreira profissional. As relações entre os colaboradores e gestores, bem como o clima organizacional são importantes para a construção de um ambiente de trabalho entre as equipes saudável e motivador (MARÇON, 2015, p. 8).
Sendo assim, diante esta perspectiva Goleman (1998, p. [69]) também aborda que “a competência emocional ocupa uma posição central quanto à liderança, função cuja essência reside em fazer com que outras pessoas realizem seu trabalho de forma mais eficaz”.
Neste contexto Silva (2010) expõe que “a liderança cada vez mais desempenha um papel chave, numa equipe ou numa organização, considerando a possibilidade da utilização concreta das habilidades emocionais, é um mecanismo para a diminuição de incapacidades […]”.
A nível organizacional, os novos líderes cada vez mais se preocupam com a relação existente entre as pessoas e a organização, o que revela o crescente interesse pela área das emoções, sentimentos e consequentemente comportamentos inerentes assim como a consciencialização de que o motor das organizações são as pessoas (COSTA e JESUS, 2009 p. 16).
Deste modo as perspectivas apresentadas englobam que a inteligência emocional na liderança de equipes é essencial uma vez que o uso da mesma proporciona aos profissionais benefícios para uma gestão qualificada. Em vista disso, Molina (2013, p. 27) também disserta que “os líderes de sucesso ao desenvolver a habilidade de controlar suas próprias emoções são capazes de influir na harmonização necessária para o desenvolvimento e retenção de talentos […]”.
5 DISCUSSÃO
Mediante as pesquisas realizadas referentes ao tema inteligência emocional e liderança de equipes, será apontado na seguinte discussão o que os autores citam em seus estudos pertinentes ao tema abordado.
Na opinião de Goleman (1995) a inteligência emocional proporciona ao sujeito subsídios que colaboram de forma assertiva no desempenho das relações e ao comprimento de metas e objetivos.
Em sequência Goleman (1995, p. [58]) também afirma, que apesar das dificuldades que tendem a surgir no dia a dia é importante manter a automotivação e controlar os impulsos, a fim de manter um bom estado de espirito no qual gera consequências que refletem na diminuição da ansiedade, no aumento da capacidade de raciocinar, na empatia e na autoconfiança.
Conforme o pensamento de Goleman é notório perceber uma concordância entre o que Roberts (2002) disserta, no qual entende que “desenvolvendo a inteligência emocional as pessoas passam a gerenciar melhor suas emoções e com isso apresentam mais qualidade de vida e sucesso no mercado de trabalho”. Além das características relatadas, Cury também acrescenta referente ao conceito de inteligência emocional.
O indivíduo que aprende a controlar suas emoções torna-se mais resiliente, solidário, maleável, sensível, compassível, paciente, generoso e magnânimo. Quanto mais estável emocionalmente, mais o profissional torna-se um ser humano e deixa de ser um “Deus” rígido e suficiente. (CURY 2008 apud LONGHI, 2016, p. 902).
Nessa mesma lógica, Goleman (1995, p. [65]) expõe que a vida emocional exige um conjunto especial de aptidões que podem ser desenvolvidas, e na medida em que o indivíduo elabora essas competências é o que determinará o seu sucesso ou não.
Portanto, as capacidades de inteligência emocional começam em nossos primeiros anos e se desenvolvem naturalmente no currículo da vida. Se precisamos melhorar em uma coisa ou outra, podemos fazer isso a qualquer momento. Mas por que não dar a toda criança uma vantagem inicial nessas habilidades na vida? É por isso que defendo o movimento no que é chamado de “aprendizagem social/emocional”, ou SEL, programas escolares que ensinam todo o espectro das capacidades de inteligência emocional. (GOLEMAN, 2011, p. 78)
Conforme Oliveira et al (2020, p. 47), as pessoas são a ferramenta principal para o funcionamento das empresas e que para haver comportamentos satisfatório é necessário ter investimento dedicados a elas, assim como um gerenciamento eficaz. Entretanto, Gonzaga (2018, p. 17) relata que é necessário compreender que as emoções negativas e positivas sempre existirão, independente do ambiente ser bom ou não, surgindo assim impactos significativos para a organização, em virtude disso, a forma como essas emoções se chocam e são administradas é que determina o sucesso da instituição.
Considerando IE no contexto empresarial é de suma importância ser abordado as lideranças que compõem as organizações. Para Loenert (2002, p. 2) “o líder é aquele que coloca o desempenho da equipe em primeiro plano, reconhece e tem humildade para pedir ajuda, não buscando resultados com propósitos individuais”.
Segundo Longhi (2016, p. 905) a conquista de uma boa liderança não é definida só pelos resultados alcançados e sim pela qualidade do trabalho até que as metas sejam realizadas, relacionamento saudável com sua equipe contribuirá para uma preparação mais acentuada, implicando na motivação como um todo.
Além da convivência agradável com os colegas de trabalho, para Abelha (2020, p. 40) “líderes efetivos deveriam, portanto, possuir habilidades para mobilizar coordenar esforços e promover mudanças, mas também ser moralmente consistentes, isto é, orientar sua consulta por princípios éticos”. Diante ao exposto, o autor também complementa que a liderança sem sucesso se remete ao baixo rendimento do líder no que se refere ao olhar mais amplo e proativo diante de determinadas situações nas quais exigem comprometimento, seriedade e inovação.
Referindo-se ao sucesso na liderança “o autocontrole poderá ser utilizado para auxiliar na tomada de decisões mais acertadas, menos impulsivas e consequentemente, menos agressivas”. (MOREIRA, 2017, p. 87).
Do ponto de vista de Santos (2021, p. 45) a motivação e o desempenho da equipe estão atrelados na maneira como o líder se comporta, por isso é de fundamental importância aliança bem estabelecida entre líder e liderados visto que está parceria impulsiona o grupo ao sucesso.
Outro ponto importante atribuída na competência da inteligência emocional que mais se identifica com o líder visionário é “a empatia, pois a capacidade de compreender suas opiniões, ponto de vista e identificar os sentimentos permite que o líder tenha uma visão inspiradora”. (GOLEMAN, 2002 apud HANSEN, 2018, p. 7).
Das características da inteligência emocional Buchele et al. (2019, p. 27) articulam que, “a autoconfiança do líder com IE é capaz de influenciar no desenvolvimento das equipes, na busca do resultado desejado”.
É indiscutível que diante as demandas e pressões que o cargo de liderança exige pode haver momentos em que o erro de um colaborador ou até mesmo do próprio gestor irá refletir em aspectos negativos na equipe ou na organização. Sendo assim Goleman (1995 apud BUCHELE et al., 2019, p. 36) afirma que a emoção por si só é uma ação imediata e não premeditada diante algum evento não esperado, podendo gerar descontrole dos impulsos, e para não haver danos maiores o autor disserta que possuir autocontrole é uma ferramenta indispensável para inteligência emocional.
Buchele et al. (2019, p. 34) também citam que “inteligência emocional é uma forte ferramenta para a liderança, pois detendo controle dos próprios sentimentos, não permite que os acontecimentos o desviem do foco de seu trabalho”. Segundo Oliveira et al. (2020, p. 24).
A gestão da qualidade tem a finalidade de beneficiar a todos os envolvidos com a organização, não somente o cliente, gerando uma cultura organizacional adequada e coerente com os valores da organização, bem como proporcionando qualidade em todos os setores.
Um líder que possui Inteligência Emocional terá comportamentos interpessoais significativos, terá empatia para entender e compreender as emoções de seus liderados terá flexibilidade para lidar com os diversos desafios em equipe […] (OLIVEIRA et al., 2020, p. 50).
O fato de se ter um relacionamento baseado na confiança e lealdade aumenta a motivação dos envolvidos gerando maior qualidade de vida para todos os envolvidos. As pessoas ficam mais a vontade e se desenvolvem mais, com isso alcançam melhores resultados, afinal a tendência é se dedicar mais ao que estão fazendo quando se sentem motivadas. (JUNQUEIRA et al., 2011, p. 5).
Neste aspecto Oliveira et al (2020, p. 51) conclui que, quando “os colaboradores se motivam e se unam a fim de atingir os objetivos organizacionais, terão muito mais chances de se sentirem confiantes e satisfeitos no trabalho, tendo motivação para chegar onde desejam […]”.
Já para Bunn (2016, p. [12]) desafiar, incentivar e valorizar a equipe e suas opiniões faz com que está se sinta mais confortável para confiar e cooperar entre si, construindo relações fortes e estáveis. Ademais pontua Bunn (2019, p. [15]) que o líder está à frente da equipe para delegar e até desenvolver novos líderes, não fazendo papel de ditador empurrando as tarefas, sim orientando, acompanhando, e sendo o facilitador da equipe.
Desta forma, torna-se imprescindível para o líder, em qualquer atividade ter um bom relacionamento interpessoal, saber manter um clima harmônico, criando condições motivadoras para a sua equipe enfrentar os desafios diários e alcançar a excelência. (LONGHI, 2016, p. 911)
Por fim, de acordo com Weisinger (2001 apud JUNQUEIRA et al., 2011, p. 3) “ausência de inteligência emocional prejudica o progresso e o sucesso do indivíduo dentro da empresa e, por outro lado, o seu uso pode levar a resultados produtivos, tanto para o indivíduo quanto para a organização”.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em vista dos argumentos expostos relacionados à temática escolhida para elaboração desta revisão bibliográfica. A partir das discussões levantadas entre os autores, o conhecimento ampliou-se referente ao tema abordado, possibilitando compreender à relevância da Inteligência Emocional na liderança de equipes.
Sendo assim, é notório que as empresas que mais conquistam suas metas e objetivos são as que possuem o entendimento relacionado à gestão de pessoas, compreendendo que para ocorrer um bom desempenho das atividades é necessário que o colaborador tenha um direcionamento bem aplicado através do seu líder. Além disso, foi possível compreender que sim, o avanço da organização é uma via que depende do gestor e do liderado, deste modo o líder que será o mediador do sucesso da organização, uma vez que utilize os recursos da Inteligência Emocional.
À vista disso, de modo geral foi possível analisar que os autores direcionam paralelamente a importância da IE ao profissional alcançar a capacidade de ser resiliente, empático, comunicativo, seguro, possuir autoconhecimento, bem como ser capaz de se relacionar de forma saudável com as pessoas, e no que tange a gestão, saber incentivar, treinar e lidar com as vastas personalidades dos seus liderados, além de enfrentar as situações conflituosas com sabedoria.
Ademais, foi possível compreender que a Inteligência Emocional é um fator intrínseco, no entanto ao trabalhar as habilidades relacionada a está inteligência, o líder pode influenciar externamente a quem compartilha a vivência com ele no meio organizacional.
Portanto, reconhecemos a amplitude do assunto e no considerável potencial de contribuição nesse ramo, sendo assim é inegável não considerar as vantagens às quais esta capacidade gera dentro do contexto empresarial, promovendo crescimento pessoal, interpessoal de modo a refletir também no desenvolvimento da empresa como um todo.
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1, 2Acadêmicas de Psicologia. Artigo apresentado à Faculdade Interamericana de Porto Velho-UNIRON, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Psicologia Porto Velho, 2022.
3Professora Orientadora. Professora de Psicologia