INTEGRANDO TECNOLOGIA AO ENSINO:O USO DAS TIC COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA

INTEGRATING TECHNOLOGY INTO EDUCATION: THE USE OF ICT AS A PEDAGOGICAL TOOL

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.11522204


Janneene Brum Guimarães[1]
Sérgio Nunes de Jesus[2]


Resumo: A integração das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) ao ensino, oferece oportunidades para aprimorar as práticas pedagógicas e incentivar a participação dos alunos, o que propicia maior autonomia aos alunos e amplia as possibilidades de interação em sala de aula. Todavia, é importante investir na formação dos professores e reconhecer o impacto da tecnologia na educação da nova geração. A integração eficiente das tecnologias da informação promove a educação mais significativa, dinâmica e alinhada às necessidades atuais. Nesse contexto, o texto apresenta a importância das TIC, bem como a prática das metodologias ativas em sala de aula, para o processo de ensino-aprendizado, ao qual estão inseridos professor-aluno no percurso educacional. Por consequência, explicita também, a necessidade de investimentos  na formação do professor, para que esse se integre de maneira efetiva em sua prática docente, visto que, precisa familiarizer-se com as ferramentas tecnológicas, para que haja a condução de forma produtiva dos conteúdos ministrados em suas aulas.

Palavras-chave: TIC. Formação de Professor. Nova Geração.

Abstract: The integration of Information and Communication Technologies (ICT) into teaching offers opportunities to enhance pedagogical practices and encourage student participation, which provides greater autonomy to students and expands the possibilities for classroom interaction. However, it is important to invest in teacher training and recognize the impact of technology on the education of the new generation. Efficient integration of information technologies promotes more meaningful, dynamic, and current-aligned education. In this context, the text highlights the importance of ICT, as well as the practice of active methodologies in the classroom, for the teaching-learning process, which includes both teachers and students in the educational journey. Consequently, it also emphasizes the need for investment in teacher training, so that teachers can effectively integrate ICT into their teaching practice, as they need to become familiar with technological tools to productively deliver the content in their classes.

Keywords: ICT. Teacher Training. New Generation.

Resumen: La integración de las Tecnologías de la Información y la Comunicación (TIC) en la enseñanza ofrece oportunidades para mejorar las prácticas pedagógicas y fomentar la participación de los estudiantes, lo que proporciona mayor autonomía a los alumnos y amplía las posibilidades de interacción en el aula. Sin embargo, es importante invertir en la formación de los profesores y reconocer el impacto de la tecnología en la educación de la nueva generación. La integración eficiente de las tecnologías de la información promueve una educación más significativa, dinámica y alineada con las necesidades actuales. En este contexto, el texto destaca la importancia de las TIC, así como la práctica de metodologías activas en el aula, para el proceso de enseñanza-aprendizaje, en el cual están inmersos tanto profesores como estudiantes en el recorrido educativo. En consecuencia, también explicita la necesidad de invertir en la formación del profesorado, para que estos se integren de manera efectiva en su práctica docente, ya que necesitan familiarizarse con las herramientas tecnológicas para llevar a cabo de manera productiva los contenidos impartidos en sus clases.

Palabras clave: TIC. Formación del Profesorado. Nueva Generación.

Primeiras palavras…

No decorrer da história da humanidade, tem-se observado um avanço tecnológico acelerado que impacta diretamente as metodologias de ensino-aprendizagem. Nesse contexto, a Tecnologia de Informação e Comunicação, doravante denominada como (TIC), apresenta-se como uma ferramenta de auxílio para o processo educacional, ao proporcionar oportunidades para aprimorar a metodologia de ensino e promover uma aprendizagem mais significativa, envolvente e dinâmica.

O presente texto tem como objetivo analisar o papel da TIC como instrumento pedagógico, pois enfatiza a sua integração em sala de aula como um elemento essencial no ensino contemporâneo. Para tanto, são discutidos em três tópicos fundamentais, que estão abordados a seguir.

O primeiro tópico visa investigar como as tecnologias da informação podem ser integradas de forma adequada ao ambiente de aprendizagem, uma vez que, enriquece as práticas educativas e proporciona novas oportunidades de ensino-aprendizagem.

Ao considerar que, o sucesso da integração das tecnologias na educação depende da habilidade dos professores em utilizá-las de forma eficiente, o segundo tópico destaca a importância da formação contínua e do aprimoramento profissional do corpo docente. Nesse mesmo tópico, abordada-se brevemente a discussão sobre as competências e habilidades necessárias, para que os educadores utilizem o potencial das tecnologias da informação em suas práticas pedagógicas.

Por fim, o terceiro tópico analisa como a presença constante da tecnologia no cotidiano das novas gerações de estudantes impacta as suas experiências de aprendizagem. Sendo assim, discutir-se-á como as tecnologias de informação podem ser aplicadas para atender às necessidades e expectativas dos alunos da era digital.

Diante do exposto, esse texto busca fornecer informações sobre o uso das tecnologias da informação como ferramentas pedagógicas eficazes, ao ressaltar a sua importãncia na promoção de uma educação relevante, autônoma e participativa no ambiente escolar. Em sequência, é possível observar a relevância da inclusão das TIC no processo educacional, como metodologia ativa na prática pedagógica do professor.

Inclusão das TIC no processo educacional: metodologia ativa

Conforme foi possível observar, as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), constituem recursos tecnológicos que facilitam a comunicação e o acesso à informação, tais como computadores, tablets, smartphones, impressoras, aplicativos, redes de computadores (internet, intranet e extranet), além de uma variedade de hardware[1] e software[2]

Os avanços tecnológicos têm exercido um impacto significativo na maneira como as pessoas se comunicam, trabalham, agem e estudam. Pode-se afirmar que, as Tecnologias de Informação desempenham um papel relevante na sociedade contemporânea, pois abrange diversas áreas como saúde, lazer, atividades comerciais e educação.

No contexto educacional, o uso das TIC  no processo de ensino-aprendizagem trazem diversos benefícios, como a interatividade, visto que, as ferramentas são dinâmicas e incluem simulações, jogos educativos e outras atividades que estimula o aluno a se envolver no desenvolvimento de sua educação. Essa característica é um dos pilares da metodologia ativa, que incentiva os educandos a aprenderem de forma autônoma e participativa.

[…] o processo de ensino-aprendizagem segue outro caminho, é estendido a colaboração e participação crítica e ativa dos educandos. E não fica resumido no simples fato de que o professor despeja o conteúdo da aula, e o aluno assume a função de “esponja” de apenas absorver o que é passado sem reflexão alguma (Silva; Girotti, 2020, p. 109). (grifo do autor)

Nessa perspectiva, a partir do uso das TIC, o professor pode personalizar o ensino consoante às necessidades de cada aluno, pois utiliza ferramentas tecnológicas que oferecem conteúdos adaptáveis ao ritmo do aluno. Outra característica positiva da tecnologia da informação na educação, é a possibilidade do estudo remoto, uma vez que, a internet permite o acesso remoto aos conteúdos de qualidade.

Apesar dos diversos benefícios, é fundamental que as TIC sejam manejadas de forma adequada. O uso imprudente e exagerado dessas ferramentas podem causar cansaço tanto para os alunos quanto para os professores. Como exemplo, vídeos longos e sem interação, faz com que o educando perca o foco no objectivo central da atividade proposta. Assim, os docentes precisam planejar e avaliar com cuidado suas aulas, para utilizar a tecnologia de maneira a incentivar a prática e envolver o estudante em sua própria aprendizagem (Silva; Girotti, 2020).

A realidade atual é que muitas crianças e jovens já possuem acesso diário aos recursos da TICs, no entanto, quase nunca sabem explorar essas ferramentas de forma a fomentar os objetivos de aprendizagem. A maioria utiliza a tecnologia de forma inconsciente, com olhar voltado para o lazer, diversão e entretenimento, não focando para o real aprendizado (Santos; Medeiros; Ribeiro, 2017, p. 86).

Assim, para que a educação seja realmente beneficiada pelo uso das novas tecnologias, é necessário o direcionamento adequado, evitando que os alunos acessem informações na internet sem respaldo científico, o que pode interferir negativamente na aprendizagem. É possível observar que, os estudantes utilizam as TIC com frequência, mas não para fins educacionais, o que sugere uma lacuna entre o potencial dessas tecnologias para o aprendizado e a sua efetiva utilização pelos alunos. Nesse contexto, destaca-se a importância do educador em direcionar o uso das tecnologias, para trazer inovações em sua prática cotidiana.

Sendo assim, a televisão, por exemplo, é uma ferramenta tecnológica utilizada de maneira ampla na educação, pois permite a exibição de uma variedade de formatos de mídia, como vídeos, áudios e imagens, sendo um meio de comunicação eficaz para transmitir informações, notícias, entretenimento e educação para um grande público simultaneamente.

Outro recurso popular é o computador, que permite à escola automatizar processos e administrar dados de maneira prática e rápida, visto que, oferece uma ampla gama de programas, como editores de texto, ferramentas de apresentação, calculadoras, entre outros. Sendo assim, os professores podem utilizá-lo para planejar aulas e atividades, enquanto os alunos podem fazer suas pesquisas e trabalhos acadêmicos.

Nesse viés, é possível observar que, a diversidade de programas educacionais disponíveis tanto para computadores quanto para dispositivos móveis, podem ser classificados em tutoriais, exercitação, investigação, simulação, apresentação, jogos e abertos. Esses programas são úteis para testar o conhecimento, acessar enciclopédias, simular situações reais, praticar habilidades, desenvolver raciocínio lógico, melhorar a leitura e a escrita, entre outras funções (Santos; Medeiros; Ribeiro, 2017).

Não obstante, as redes sociais também podem ser ferramentas valiosas no processo de ensino-aprendizagem, dada a sua popularidade e a sua familiaridade entre os alunos, como também ao fato de que professores e alunos tem acesso às redes sociais.

As redes sociais também podem se tornar uma boa aliada no processo de ensino-aprendizagem. Isso porque a maioria dos alunos já utiliza esses espaços, isto é, já estão íntimos em relação ao acesso desses aplicativos. Sendo assim, promover a aprendizagem por meio das redes é uma forma de unir professores e alunos, buscando uma boa relação entre eles. O professor através das redes sociais passa a identificar os interesses e gostos de seus alunos, pois na sala sempre existem aqueles alunos que são mais introvertidos e que têm receio de expor suas ideias e opiniões quando solicitados, já nas redes sociais se sentem mais seguros e confiantes em expor o que pensam (Silva; Girotti, 2020, p. 111-112).

Por meio das reflexões de Silva; Girotti, é possível notar que as redes sociais podem ser usadas pelos educadores como um meio de estreitar o vínculo entre professor e aluno, visto que, proporciona um canal de comunicação mais informal e acessível, que visa promover uma relação mais colaborativa. Nesse sentido, a escola também pode identificar e analisar a cultura, os interesses e as preferências dos alunos, de forma que as aulas e os conteúdos possam ser adaptados à realidade dos estudantes, ao estimular a participação ativa dos estudantes na aprendizagem.

Conforme Andrade et al. (2020, p. 9-10), existem diversas opções de metodologias ativas de ensino que podem ser adaptadas aos objetivos e necessidades educacionais, conforme é possível observar no quadro a seguir.

Quadro 1: Exemplos de metodologias ativas.

a) Sala de aula invertida (Flipped Classroom)[3]: Na concepção desse método, os estudantes estudam o material previamente à aula, utilizando recursos recomendados pelo professor, e dedicam o tempo em sala de aula para atividades práticas, participar de debates e esclarecimento de dúvidas.
b) Aprendizagem baseada em problemas (PBL): Os estudantes são desafiados a encontrar soluções para questões reais, colaborando em grupo para investigar, analisar e propor respostas, aplicando o aprendizado de forma prática.
c) Aprendizagem baseada em projetos: Os estudantes desenvolvem projetos que envolvem pesquisa, planejamento, execução e exposição de resultados, integrando diversas disciplinas e estimulando a criatividade e a independência na aprendizagem.
d) Gamificação: A incorporação de elementos de jogos em atividades de ensino, como desafios, premiações e competições, para envolver os estudantes, incentivar a cooperação e deixar a aprendizagem mais interessante e estimulante.

Fonte: Guimarães, 2024.

Em outras palavras, essas são apenas algumas das opções de metodologias ativas que podem ser utilizadas para promover uma educação mais interativa, relevante e adaptada às necessidades da geração atual, visto que, coloca o aluno como parte integrate do processo de ensino-aprendizado.

Sendo assim, compreende-se que, a sala de aula invertida permite que o aluno acesse o conteúdo proposto pelo professor, para em seguida tirar suas dúvidas e pôr em prática o aprendizado adquirido; Já no método da apendizagem baseada em problemas, o aluno é posto a identificar caminhos viáveis para as situações-problemas, que são direcionadas pelo professor em sala de aula; Em relação a aprendizagem baseada em projetos, o aluno envolve-se em caminhos norteadores que exigem a pesquisa, o planejamento, a execução e a exposição dos resultados, por meio do contexto sugerido pelo professor para ser explorado, o que permite sua participação de forma ativa no processo de aprendizado; E, por meio da gamificação, o aluno é estimulado ao raciocínio de maneira lúdica, pois utiliza dos recursos de jogos e competições, para se chegar aos resultados almejados, o que proporciona o aprendizado de maneira extrovertida.

Em suma, o aluno é ‘convidado’ a participação efetiva de seu processo de aprendizado. Porém, esse não o faz de forma isolada, pois necessita ser direcionado no processo pelo ensino do professor. Eis que, surge então a necessidade da formação do corpo docente, para que essa interação tenha resultados positivos na vida educacional do aluno.  

A importância da formação e aprimoramento dos professores

A incorporação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) nas salas de aula, como foi possível identificar, é reconhecidamente essencial, porém, antes disso, é fundamental que os professores estejam preparados para utilizar essas tecnologias de forma eficaz na educação. Embora as instituições de ensino estejam cientes da revolução tecnológica e da necessidade de atualização dos docentes nas metodologias de ensino, muitos cursos de licenciatura ainda não oferecem disciplinas voltadas ao uso das TIC no ambiente escolar. Como consequência, os recém-formados precisam buscar cursos extras de aperfeiçoamento para se capacitarem no uso das TIC na educação.

Assim, a capacitação dos professores torna-se essencial, pois, enquanto muitos estudantes já estão familiarizados com as tecnologias, a maioria dos educadores ainda não estão.

Muitos profissionais ainda rejeitam o uso de mídias ou aparatos tecnológicos em sala de aula ou dentro da escola; não possuem qualquer empolgação relacionada à educação mediada por tecnologias; desconfiam do potencial de determinadas ferramentas; e, ainda, demonstram sensação de impotência, por não conhecer, não possuir, não saber manusear ou simplesmente por saber menos que os alunos sobre as potencialidades de algumas ferramentas. A relação entre a tecnologia e grande parte dos professores ainda é muito confusa e conflituosa (Santos; Medeiros; Ribeiro, 2017, p. 86).

Nesse contexto, além do desafio da formação contínua dos professores, há profissionais da educação que não concordam com a ideia de utilizar tecnologia em sala de aula, pois acreditam que o seu uso visa apenas distrair os estudantes no ambiente escolar. Porém, há os que se interessam em tornar as aulas mais interativas e dinâmicas, embora que, com a falta de familiaridade com as tecnologias acabam desistindo da ideia. Dessa forma, torna-se evidente a relevância de disciplinas na graduação ou cursos que se concentram em ensinar como utilizar a tecnologia na educação.

Para a inclusão das TIC na educação, Santos; Medeiros; Ribeiro (2017, p. 85) afirmam que: “[…] é necessário antes de tudo atualizar os conceitos, as metodologias, a maneira de pensar, estudar e ensinar dos professores com relação à revolução tecnológica que reflete a realidade da sociedade no século XXI”. Por consequência, é imprescindível preparar o professor para lidar com os avanços tecnológicos e as constantes atualizações dos conceitos e metodologias de ensino,  bem como estimular a reflexão sobre o uso da informática em sala de aula.

O fato de a escola dispor de ferramentas tecnológicas inovadoras não garante, por si só uma melhoria significativa na qualidade da educação. Com efeito, o verdadeiro progresso ocorre quando os educadores compreendem como e quando utilizar essas tecnologias de forma adequada. Logo, torna-se essencial que o professor esteja familiarizado com o uso dessas ferramentas de maneira eficiente e integrada ao processo de ensino-aprendizagem (Silva; Girotti, 2020).

Vale dizer que, os educadores devem reconhecer os benefícios reais das tecnologias na educação, ao entender que o uso adequado das tecnologias podem não só inovar os métodos de ensino, mas também transformar a maneira como os alunos aprendem e como o conhecimento é transmitido em sala de aula. Assim, a inclusão efetiva das tecnologias na educação, requer mais do que apenas ter acesso a elas, demanda compreensão, habilidade e disposição dos educadores para aproveitar seu potencial máximo em prol do aprendizado dos alunos.

Segundo o trabalho de Andrade et al. (2020, p 7-9), pode-se dizer que os obstáculos os quais os docentes imigrantes digitais enfrentam ao lecionar para os nativos digitais, podem ser classificados de acordo com o quadro abaixo.

Quadro 2: Obstáculos enfrentados pelos docentes imigrantes digitais.

a) Variações na maneira de aprender: Os indivíduos nascidos na era digital adotam uma forma de aprendizado mais participativa e em conjunto, ao passo que os que não nasceram nesse contexto podem estar mais familiarizados com técnicas convencionais de ensino.
b) Manter-se atualizado é essencial: Educadores com pouca experiência em tecnologia precisam se manter informados sobre novas ferramentas e procedimentos de ensino a fim de corresponder às necessidades dos nativos digitais.
c) Inflexibilidade diante da mudança: Alguns educadores que não estão acostumados com o meio digital podem encontrar dificuldades ao tentar abandonar práticas tradicionais de ensino e incorporar métodos mais modernos e tecnológicos.
d) Desafios no uso das novas tecnologias: A inclusão adequada das tecnologias digitais na prática educativa pode representar um obstáculo para os professores que não nasceram na era digital, os quais talvez não tenham tanta afinidade com essas ferramentas.

Fonte: Guimarães, 2024.

Assim, os desafios acima citados, ressaltam a relevância do aprimoramento constante dos educadores e da adequação de suas estratégias de ensino para suprir as demandas e anseios dos alunos que nasceram na era digital no ambiente escolar. Em consonância, é possível identificar que há a diversidade na maneira de aprender e, ao ensinar é necessário manter-se atualizado com o auxílio da novas ferramentas tecnológicas que surgem.

Embora haja a inflexibilidade por parte de alguns educadores, as instituições de ensino precisam promover e incentivar a partiipação em cursos que promovam a utilização das TIC em sala de aula, mesmo que os desafios surjam no decorrer da prática docente, esses precisam ser superados.

Tão logo, professors-alunos se sintam partes integrantes e essenciais no processo de ensino-aprendizado, a utilização das TIC visam promover a inovação educacional na formação escolar e social dos seres que fazem parte desse processo, para o que se espera na evolução tecnológica do século XXI.

A educação da nova geração

Para contextualizar, o presente texto utiliza o termo “geração atual” referindo-se aos alunos do ensino infantil, fundamental, médio e superior que, em sua maioria, pertencem à geração Z (nascidos entre 1995 e 2009) e à geração Alpha (nascidos a partir de 2010). O estilo de vida desses alunos impulsionou escolas e educadores a reconsiderarem as metodologias de ensino, para promover uma participação mais ativa dos estudantes no processo educativo, enquanto os professores se tornam mediadores. Com o auxílio das tecnologias, as aulas podem se tornar mais dinâmicas e atraentes, uma vez que, a diversidade de recursos permitem ao professor diversificar suas aulas, e ao aluno o acesso variado de alcançar o seu aprendizado.

Nesse contexto, a principal função do professor em relação às novas tecnologias é mediar, facilitar e motivar o aprendizado dos alunos. Além disso, o professor necessita adequar-se as suas metodologias de ensino.

Os alunos que temos na atualidade devem ser vistos como colaboradores do processo educativo. O professor não trabalha mais sozinho dentro da sala, é necessária a participação dos discentes de forma ativa para que a aula aconteça. E a tecnologia, nesse sentido, tem a função auxiliadora na promoção de aulas mais dinâmicas e atrativas (Silva; Girotti, 2020, p. 109).

Outrossim, observa-se uma mudança nas preferências dos alunos em relação aos recursos tradicionais (livros e apostilas), uma vez que, eles se sentem mais à vontade e demonstram maior interesse em estudar com o auxílio das tecnologias de informação.  Tão logo, evidencia-se a relevância da integração dessas tecnologias nas abordagens educacionais, com o objetivo de manter o envolvimento e o interesse dos alunos durante o processo de aprendizagem.

Para tanto, Prensky (2001, p. 1) afirma que: “Nossos alunos mudaram radicalmente. Os alunos de hoje não são os mesmos para os quais o nosso sistema educacional foi criado”. Como resultado, destaca-se essa mudança porque os alunos do século XXI nasceram numa época de avanços tecnológicos, denominando-os como ‘nativos digitais’ e seus professores como ‘imigrantes digitais’. O primeiro termo, refere-se às pessoas que nasceram e estão habituadas a lidar com equipamentos tecnológicos, como computadores, celulares, internet. Já o segundo termo, designa aqueles que não nasceram no mundo digital, mas que em algum momento se interessaram pela tecnologia e aprimoraram seus conhecimentos nessa área.

Os jovens adolescentes que têm acesso às TD (Tecnologias Digitais), especialmente as associadas com a Internet, consideram que os ambientes virtuais, onde eles interagem e buscam informações como parte de si. Ou seja, são de certa forma uma extensão deles por permitirem que sejam percebidos por seus amigos no espaço virtual (Giraffa, 2013, p. 108). (grifos do autor)

A geração atual de alunos, tem um forte vínculo com as tecnologias, especialmente com a internet, pois sentem que é um local onde podem se relacionar e demonstrar sua personalidade. Isso significa que, para esses jovens, a vida online é relevante e integrativa à sua vida cotidiana. Portando, é possível considerar que os recursos digitais possam desempenhar um papel pertinente na motivação para o estudo, ao utilizar ambientes e ferramentas digitais para despertar o interesse e a participação dos alunos na aprendizagem.

Assim, para a geração atual há pesquisadores que defendem a ideia de utilizar as metodologias ativas, como Moran (2015, p. 18) ao propor que: “Quanto mais aprendamos próximos da vida, melhor. As metodologias ativas são pontos de partida para avançar para processos mais avançados de reflexão, de integração cognitiva, de generalização, de reelaboração de novas práticas”. É válido ressaltar que, há a necessidade do professor em adotar métodos que envolvam os alunos em atividades estimulantes, desafiadoras e significativas, com a finalidade de promover sua interação e incentivar a busca por caminhos que permitam a excelência pelo em seu aprendizado pelos conteúdos propostos pelo professor.

Em conformidade, as metodologias ativas incluem uma variedade de atividades que estimulam a reflexão, as capacidades cognitivas e socioemocionais para desenvolver o aluno de forma acadêmica, profissional e pessoal. Esse tipo de metodologia procura criar ambientes de aprendizagem mais dinâmicos e cooperativos, o que muitas vezes, requer a utilização de tecnologias de informação e de comunicação.

Na perspectiva de Moran (2015, p. 19): “Nas metodologias ativas de aprendizagem, o aprendizado se dá a partir de problemas e situações reais; os mesmos que os alunos vivenciarão depois na vida profissional, de forma antecipada, durante o curso”. Assim, a metodologia ativa apresenta alguns elementos relevantes para a sua implementação, como a criação de desafios e atividades pertinentes, o uso de jogos educacionais, plataformas adaptativas, aprendizado em grupo e o uso de tecnologia adequada.

Dessa maneira, essa abordagem procura não apenas informar, mas também formar os alunos, preparando-os para uma vida profissional e pessoal mais reflexiva, integrada e prática, alinhando o processo educacional às demandas e características da sociedade contemporânea. Logo, o aluno estará mais preparado para os desafios que serão propostos em sua vida acadêmica e profissional, com maior autonomia para o que o meio social possa exigir de suas ações cotidianas.

Considerações

A crescente exposição às tecnologias exige mudanças nos métodos de ensino. Sendo assim, é crucial que os educadores compreendam e adaptem-se à nova realidade, ao incorporar as tecnologias em suas práticas pedagógicas, para criar um ambiente de aprendizado mais dinâmico e relevante.

As instituições educacionais precisam adaptar-se às mudanças na sociedade, sobretudo no que diz respeito ao uso de tecnologias educacionais no processo de ensino-aprendizagem, uma vez que, os alunos vivem em um mundo digital, o corpo docente deve considerar a importância das tecnologias.

Para que esse percurso seja construído com êxito, os professores são fundamentais no processo de adaptação. É importante estarem cientes de que estão lidando com estudantes com demandas distintas das gerações anteriores, e que respondem positivamente aos métodos de ensino inovadores e envolventes, aqui em questão, as metodologias ativas. Além disso, os educadores precisam proporcionar condições para que os alunos se tornem protagonistas de sua própria aprendizagem, ao utilizarem as tecnologias como apoio pedagógico.

Sendo assim, a integração das TIC à educação é uma necessidade atual, posto que, evidencia o fato de que elas oferecem oportunidades para aprimorar as práticas pedagógicas, pois favorecem uma aprendizagem mais significativa e alinhada às demandas do mundo digital.

Apesar das TIC poderem ser aplicadas no ensino tradicional, é na metodologia ativa que se encontram diversas formas de aplicá-las com eficácia. Tão logo, as metodologias ativas e as tecnologias visam valorizar o papel do educador como mediador, e promover a participação ativa do estudante, que frequentemente se encontra em uma postura passiva no modelo de ensino tradicional.

É válido destacar que, mesmo com as metodologias ativas e as tecnologias abrindo portas para novas formas de aprendizado, a presença e a orientação do professor continuam sendo essenciais para o processo de ensino-aprendizado. Nesse contexto, o papel do professor não deve ser descartado, mas sim adaptado para proporcionar ao aluno maior autonomia e engajamento em seu próprio desenvolvimento educacional.

Sendo assim, ao adotar estratégias que favoreçam a integração das tecnologias da informação em sala de aula, os educadores podem incentivar a participação ativa dos alunos, estimular a criatividade e a colaboração, além de proporcionar experiências de aprendizagem mais dinâmicas e envolventes.

Logo, a inclusão das tecnologias da informação no ensino não apenas aumenta as chances de aprendizagem dos alunos, como também modifica o papel dos educadores e redefine os paradigmas educacionais. Outrossim, ao reconhecer e aproveitar o potencial das TIC como ferramenta pedagógica, pode-se criar um sistema educacional mais inclusivo, relevante e dinâmico, que proporcione de fato o que se espera da educação escolar, um ensino-aprendizado entre professor- aluno que prepare o aluno para a sociedade.

Referências

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MORAN, José. Mudando a educação com metodologias ativas. Coleção Mídias Contemporâneas. Convergências midiáticas, educação e cidadania: aproximações jovens, [s. l.], v. 2, p. 15-33, 2015. Disponível em: https://moran.eca.usp.br/wp-content/uploads/2013/12/mudando_moran.pdf. Acesso em: 10 maio 2024.

PRENSKY, Marc. Nativos digitais, imigrantes digitais. Tradução de Roberta de Moraes Jesus de Souza. NCB University Press: On the Horizon, outubro 2001. v. 9. n. 5. Disponível em: https://mundonativodigital.wordpress.com/wp-content/uploads/2015/06/texto1nativosdigitaisimigrantesdigitais1-110926184838-phpapp01.pdf. Acesso em: 9 maio 2024.

SANTOS, George França dos; MEDEIROS, Thalita Melo de Souza; RIBEIRO, Josivânia Costa Sousa. TICs E EDUCAÇÃO: desafios e perspectivas no século XXI. TICs & EaD em foco, v. 3, ed. 2, p. 81-97, 1 dez. 2017. Disponível em: https://www.uemanet.uema.br/revista/index.php/ticseadfoco/article/view/219/243. Acesso em: 8 maio 2024.

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[1] O hardwere é composto por toda a parte física e palpável que compõe o computador, como exemplos tem-se: as placas, a memória, o processador, o teclado, o monitor, dentre outros.

[2] O softwere tem a função de fornecer as instruções ao hardwere, para que possa realizar a realização das operações de um equipamento, sendo assim, a parte lógica formada por programas operacionais.

[3] O Flipped Classroom, termo de origem da língua inglesa, propõe a sala de aula invertida, onde o aluno estuda em casa por meio de vídeos, textos e outras fontes, enquanto as aulas presenciais são utilizadas para as atividades práticas e discussões em grupo, o que permite aos alunos tirarem suas dúvidas com o professor.


[1] Especialista em Educação Profissional e Tecnológica. Bacharel em Ciência da Computação (UNIR). Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica em Rede Nacional (ProfEPT-IFRO). É assistente em administração no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (campus Ariquemes-IFRO). Faz parte do DGP/CNPq de pesquisa Língua(gem), Cultura e Sociedade: Práticas Discursivas na Amazônia – PDA-IFRO.

Lattes: http://lattes.cnpq.br/7609408206779135  ORCID: https://orcid.org/0009-0002-9380-7243

Contato: janneene@ifro.edu.br

[2] Pós-Doutor em Ciências da Educação (UFLO). Doutor em Ciências da Linguagem (UNICAP). Professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica em Rede Nacional (ProfEPT). Professor efetivo EBTT no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (campus Cacoal-IFRO). Lidera o DGP/CNPq de pesquisa Língua(gem), Cultura e Sociedade: Práticas Discursivas na Amazônia – PDA-IFRO.

Lattes: http://lattes.cnpq.br/9648583745536616 ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8255-751X

Contato: grupo.pda.ifro@gmail.com