REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202511181232
Vera Lucia Roberto Kottwitz1
Angela Maria Zanotelli
Luciene Silva Santos Campos
Roseli Roberto
Zulmira Alves Ribeiro Lorenz
RESUMO: A inclusão escolar é um tema fundamental para a construção de uma educação equitativa e acessível. No Brasil, políticas públicas têm incentivado práticas pedagógicas que garantam a participação efetiva de alunos com deficiência, transtornos do desenvolvimento e altas habilidades no ensino regular. No entanto, desafios como a falta de formação docente, infraestrutura inadequada e resistência à adaptação curricular ainda dificultam a efetivação desse processo. Assim, esta pesquisa tem como objetivo analisar as práticas inclusivas na educação básica, identificando desafios e estratégias para aprimorar a inclusão de estudantes com necessidades educacionais especiais. A metodologia utilizada baseia-se em uma revisão bibliográfica e análise qualitativa de documentos normativos e estudos acadêmicos. Foram analisadas diretrizes educacionais, artigos científicos e relatos de experiências que abordam a inclusão escolar no Brasil. Os resultados preliminares apontam que, apesar dos avanços legislativos e das experiências bem- sucedidas, ainda há dificuldades estruturais e pedagógicas que comprometem a inclusão efetiva. A formação continuada dos professores e a adoção de metodologias diferenciadas se destacam como estratégias fundamentais para superar esses desafios. Conclui-se que a inclusão escolar exige um compromisso conjunto entre gestores, educadores e a sociedade para garantir um ensino mais acessível e equitativo. A pesquisa reforça a necessidade de investimentos em capacitação docente, recursos pedagógicos e infraestrutura adaptada, promovendo um ambiente de aprendizagem mais acolhedor e eficaz para todos os estudantes.
Palavras-chave: Educação Acessível; Estratégias de ensino; Inclusão.
ABSTRACT: School inclusion is a fundamental issue for building equitable and accessible education. In Brazil, public policies have encouraged pedagogical practices that ensure the effective participation of students with disabilities, developmental disorders, and high abilities in regular education. However, challenges such as a lack of teacher training, inadequate infrastructure, and resistance to curricular adaptation still hinder the implementation of this process. Therefore, this research aims to analyze inclusive practices in basic education, identifying challenges and strategies to improve the inclusion of students with special educational needs. The methodology used is based on a literature review and qualitative analysis of normative documents and academic studies. Educational guidelines, scientific articles, and experience reports addressing school inclusion in Brazil were analyzed. Preliminary results indicate that, despite legislative advances and successful experiences, structural and pedagogical difficulties still exist that compromise effective inclusion. Ongoing teacher training and the adoption of differentiated methodologies stand out as fundamental strategies for overcoming these challenges. The conclusion is that school inclusion requires a joint commitment between administrators, educators, and society to ensure more accessible and equitable education. The research reinforces the need for investments in teacher training, pedagogical resources, and adapted infrastructure, promoting a more welcoming and effective learning environment for all students.
Keywords: Accessible Education; Teaching Strategies; Inclusion.
INTRODUÇÃO
A inclusão escolar é um dos pilares fundamentais para garantir uma educação equitativa e acessível a todos os alunos, independentemente de suas diferenças e necessidades. O avanço das políticas públicas voltadas para a educação inclusiva tem impulsionado reflexões sobre práticas pedagógicas que favoreçam a aprendizagem e a participação de estudantes com deficiência, transtornos do desenvolvimento e altas habilidades. No entanto, a efetiva dessas práticas ainda enfrenta desafios, exigindo adaptações curriculares, formação docente e metodologias inovadoras.
Diante desse cenário, a presente pesquisa busca compreender como a inclusão escolar tem sido aplicada no contexto educacional brasileiro, identificando desafios e estratégias para aprimorar essa prática. A relevância do estudo se justifica pela necessidade de fortalecer ações que promovam a equidade no ambiente escolar, garantindo que todos os alunos tenham acesso a uma educação de qualidade.
O problema que orienta esta investigação pode ser sintetizado na seguinte questão: Quais são os principais desafios e estratégias para a efetivação da inclusão escolar no ensino regular? A partir dessa problemática, o objetivo geral do estudo é analisar as práticas inclusivas no ambiente escolar, identificando dificuldades e propondo alternativas para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem dos alunos com necessidades educacionais especiais.
Como contribuição, esta pesquisa pretende fornecer subsídios teóricos e práticos para educadores e gestores escolares, auxiliando na criação de estratégias que favoreçam a inclusão e a aprendizagem de todos os estudantes. Além disso, espera-se que os resultados possam embasar futuras discussões sobre políticas públicas voltadas para a educação inclusiva.
A abordagem do estudo se fundamenta em uma revisão bibliográfica, analisando documentos legais, estudos acadêmicos e experiências práticas relacionadas ao tema. A metodologia inclui análise qualitativa de artigos científicos e normativas educacionais, buscando identificar boas práticas e desafios recorrentes na inclusão escolar.
Com isso, esta pesquisa pretende contribuir para o avanço do debate sobre inclusão educacional, ressaltando a importância de estratégias eficazes para garantir um ambiente escolar mais acessível, equitativo e acolhedor para todos.
1 METODOLOGIA
Este estudo adota uma abordagem qualitativa e baseia-se em uma pesquisa bibliográfica com procedimentos técnicos descritivos, tendo como foco em inclusão educacional. A coleta de dados foi realizada por meio da análise de artigos científicos disponíveis em plataformas como Google Acadêmico e bibliotecas virtuais. De acordo com Gil (2007), a pesquisa bibliográfica fundamenta-se em materiais previamente publicados, principalmente livros e artigos científicos. No que se refere à abordagem qualitativa, Creswell e Creswell (2017) destacam que ela permite compreender os significados atribuídos pelos participantes a determinados eventos, reconhecendo a subjetividade inerente ao relato e à descrição dos fenômenos estudados.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Inclusão Escolar: Desafios, Direitos e Caminhos para uma Educação Acessível
A inclusão de pessoas com deficiência no Sistema Regular de Ensino teve início principalmente na década de 1990, após um histórico de exclusão e segregação dessa população. No Brasil, o movimento em prol da inclusão começou a se manifestar de maneira mais efetiva a partir de meados da década de 1990, quando importantes documentos internacionais passaram a defender a educação como um direito de todos e a necessidade de proporcionar uma educação de qualidade para as pessoas com necessidades educacionais. (Alves, e tal.; 2013).
A inclusão é um princípio fundamental que busca garantir que todas as pessoas, independentemente de suas características, tenham direito ao pleno desenvolvimento e participação na sociedade. É responsabilidade de toda a sociedade, incluindo escolas, educadores, famílias e comunidades, trabalhar para criar ambientes mais inclusivos, respeitando a diversidade e promovendo a segurança de oportunidades para todos. Somente assim poderemos construir uma sociedade mais justa e verdadeiramente inclusiva.
A maioria das crianças com necessidades educacionais especiais são excluídas das atividades pedagógicas das escolas. Considerando os seres humanos como corpos, aqueles que se apresentam incompletos em sua estrutura biológica são denominados deficientes. São considerados incapazes e ineficientes diante do mundo de trabalho, do espaço da educação e do direito do convívio com seus pares em momento de lazer (Gaio; Porto, apud Marco, 2006).
O texto aborda a questão da exclusão de crianças com necessidades educacionais especiais das atividades pedagógicas nas escolas, bem como a percepção negativa que muitas vezes é atribuída a essas pessoas com base em sua estrutura biológica, infelizmente, é uma realidade que muitas crianças com necessidades especiais ainda enfrentam barreiras na participação plena nas atividades pedagógicas das escolas. Isso ocorre por diferentes razões, como falta de estrutura adequada, despreparo dos educadores, preconceitos sociais e uma visão limitada sobre as capacidades dessas crianças. É importante reconhecer que as pessoas com necessidades especiais têm habilidades e potenciais diversos, e o foco deve ser em suas capacidades, não apenas em suas limitações.
Essa percepção negativa é um reflexo de estereótipos e preconceitos que historicamente cercam as pessoas com deficiência. No entanto, é essencial entender que a incapacidade muitas vezes é resultado da falta de acessibilidade e oportunidades, e não das habilidades intrínsecas das pessoas.
A exclusão das pessoas com deficiência de oportunidades no mundo do trabalho, na educação e no lazer é uma violação dos direitos humanos fundamentais. A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada pela ONU em 2006, afirma que essas pessoas têm os mesmos direitos que qualquer outra, incluindo acesso à educação inclusiva, igualdade de oportunidades no emprego e participação em atividades de lazer. Para alcançar a inclusão escolar, é essencial garantir a acessibilidade em todos os ambientes, preparar os profissionais, adaptar banheiros, instalar rampas, utilizar pisos antiderrapantes, ter portas largas, corrimões e sinalização adequada para alunos com baixa visão e surdos. A Constituição de 1988 assegura a igualdade de condições de acesso e permanência no sistema educacional para todos, o que significa que todos os alunos devem ter a oportunidade de frequentar todas as aulas.
O texto destaca pontos fundamentais para alcançar a inclusão escolar de forma efetiva. A acessibilidade em todos os ambientes é um dos pilares para garantir que alunos com diferentes necessidades possam participar plenamente das atividades educacionais. Isso inclui a adoção de medidas como rampas de acesso, banheiros adaptados, pisos antiderrapantes, portas largas, corrimões e sinalização adequada para facilitar a locomoção e a comunicação dos alunos com baixa visão e surdos.
Além da infraestrutura física, é igualmente importante preparar os profissionais que sofrem na escola. Os seus educadores devem receber formação adequada para lidar com a diversidade de estudantes, compreender as necessidades individuais e oferecer o suporte necessário para o desenvolvimento pleno de cada aluno. Isso envolve a criação de estratégias de ensino inclusivas, adaptação de materiais e recursos, e valorização da singularidade de cada aluno.
A referência à Constituição de 1988 é de extrema importância, pois reforça que o direito à educação é garantido a todos os cidadãos, sem distinção. A igualdade de condições de acesso e permanência no sistema educacional é um princípio fundamental, e a escola tem o papel crucial de assegurar que todas as crianças e jovens tenham a oportunidade de frequentar todas as aulas, independentemente de suas características individuais.
Através da vivência de atividades físicas na escola, especialmente quando abordadas de forma lúdica, as crianças podem alcançar uma maior sociabilidade e integração, principalmente por meio do esporte. De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) de 2017, o esporte é uma prática amplamente difundida na contemporaneidade, com presença significativa nos meios de comunicação. Ele é caracterizado pela comparação do desempenho entre indivíduos ou grupos (adversários), seguindo um conjunto de regras formais e institucionalizadas por organizações, que definem as normas das disputas e promovem o desenvolvimento das modalidades em todos os níveis de competição.
É importante destacar que, na escola, o esporte não deve ser aplicado exclusivamente com foco no rendimento e na competição. A BNCC enfatiza o encorajamento de uma abordagem mais ampla e inclusiva do esporte, com ênfase no desenvolvimento das habilidades motoras, na promoção da saúde, na cooperação, no respeito mútuo e no aprendizado social que a prática esportiva pode proporcionar.
Assim, a escola deve oferecer uma educação física que valorize o esporte como uma oportunidade para a socialização, a integração, a aprendizagem de valores como trabalha em equipe, respeito às regras e superação de desafios. Dessa forma, as crianças poderão desfrutar dos benefícios físicos, emocionais e sociais do esporte, independentemente de suas habilidades atléticas, confiantes para um ambiente escolar mais inclusivo e enriquecedor.
Portanto, o texto ressalta a importância de criar um ambiente escolar inclusivo, onde a diversidade seja valorizada e onde todos os alunos se sintam acolhidos e apreciados, somente por meio de ações concretas que promovam a acessibilidade e a formação de educadores qualificados, podemos alcançar uma educação oficial inclusiva, preparando nossas crianças e jovens para uma sociedade mais justa e igualitária.
2.2 Estratégias de ensino
Estratégia de ensino na educação refere-se ao planejamento e à seleção de métodos, técnicas e recursos utilizados pelos educadores para facilitar o processo de aprendizagem dos alunos o (Fiorini; Manzini, 2018). As estratégias de ensino são fundamentais para tornar o ensino mais eficaz, envolvente e significativo, atendendo às necessidades e características individuais dos estudantes.
Uma estratégia de ensino bem elaborada envolve a definição clara de objetivos de aprendizagem, a seleção de conteúdos relevantes, a escolha de métodos de ensino adaptado, a utilização de recursos e tecnologias educacionais, além da adoção de abordagens pedagógicas que favorecem a participação ativa dos alunos. Monereo (1990) enfatiza que as estratégias de aprendizagem são caracterizadas pelo planejamento e pela intencionalidade das ações do aluno. É fundamental que o aluno treine e utilize os procedimentos capacitados para realizar suas atividades de estudo, compreendendo e como essas estratégias contribuirão significativamente para a construção do seu aprendizado. Em outras palavras, a conscientização e a aplicação das estratégias de aprendizagem são essenciais para que o estudante desenvolva suas habilidades de estudo de maneira mais eficiente e autônoma.
Algumas estratégias de ensino comuns incluem aulas expositivas, discussões em grupo, debates, atividades práticas, estudos de caso, jogos educacionais, uso de tecnologias interativas, projetos de pesquisa, entre outras. A escolha da estratégia depende do conteúdo a ser ensinado objetivo, das características dos alunos e dos alunos almejados. Sendo assim, o uso de demonstração ou de um modelo para facilitar a aprendizagem de uma habilidade motora encontra suporte na teoria proposta por Bandura (1969), também conhecida como aprendizagem social. No que consiste em o professor apresentar os movimentos que se deve fazer em uma determinada atividade para que assim seus alunos tenham um ponto de partida nas aulas, essas demonstrações devem ser com respeito a capacidade física das crianças realizarem tal movimento.
Além disso, as estratégias de ensino podem ser adaptadas para atender às necessidades de alunos com diferentes estilos de aprendizagem e habilidades.
2.3 A Conscientização Corporal: Desenvolvimento, Inclusão e Autonomia
A conscientização corporal é um aspecto essencial e enriquecedor que pode ser desenvolvido por meio das aulas de Educação Física. Albuquerque (2009) afirma que, cabe ao profissional de Educação Física estimular e incentivar a participação, para que os alunos se relacionem cada vez melhor e atribuam valor a essa disciplina, criando a possibilidade de se tornarem indivíduos ativos e autônomos nos aspectos motor, cognitivos e socioafetivos. Essa disciplina oferece uma oportunidade única para os estudantes se conectarem com seus corpos, explorando seus recursos físicos e desenvolvendo uma maior compreensão de como o corpo funciona e interage com o ambiente.
Nas aulas de Educação Física, os alunos têm a chance de experimentar diferentes tipos de movimentos, atividades esportivas, jogos e exercícios. Essas experiências permitem que eles percebam a diversidade de habilidades motoras que possuem e identificam seus clientes e emocionados na área física. Além disso, o contato com atividades possibilita a descoberta de novas formas de se movimentar, estimulando a criatividade e a expressão corporal.
A conscientização corporal também pode ser desenvolvida por meio da prática de atividades que promovem a consciência postural, o controle corporal e o controle dos movimentos. Exercícios de alongamento, equilíbrio e coordenação são exemplos de abordagens que ajudam os alunos a perceberem melhor o próprio corpo e trabalharem para melhorar sua eficiência motora.
De acordo com Piaget (1998), o crescimento cognitivo da criança se dá através de assimilação e acomodação. O indivíduo constrói esquemas de assimilação mentais e assimila. Ele incorpora a realidade a seus esquemas de ação, diferente da pessoa que não consegue assimilar determinada situação. O aluno percebe, então, que o corpo é um instrumento de comunicação, que através dele pode explorar e observar seus movimentos fazendo comparações com o de outra criança, adulto e até mesmo animais, apresentando assim um conhecimento preciso, por meio da conscientização corporal. Portanto, a conscientização corporal é o conhecimento de si mesmo, que pode ser adquirido com os movimentos do próprio corpo. Dessa forma, essa conscientização corporal vai mudando conforme a criança for crescendo e se desenvolvendo por meio dos movimentos. Então, todas as aulas devem estar relacionadas a essa perspectiva de conhecimento corporal, e não deixar a aula fluir de qualquer maneira, sem finalidade para os alunos.
Além disso, o ambiente inclusivo proporcionado pelas aulas de Educação Física permite que os alunos com diferentes habilidades e características físicas aprendam a competir e a enfrentar a diversidade corporal. Esse processo de sensibilização pode ser fundamental para combater estereótipos e preconceitos relacionados ao corpo, promovendo uma cultura de aceitação e inclusão, a conscientização corporal adquirida nas aulas de Educação Física não se restringe apenas ao ambiente escolar, mas pode se refletir em diversas áreas da vida dos alunos. O conhecimento e o conhecimento do próprio corpo podem influenciar positivamente a forma como eles se relacionam com a saúde, o bem-estar, a autoestima e a qualidade de vida.
Portanto, as aulas de Educação Física desempenham um papel fundamental na conscientização corporal dos alunos, proporcionando uma experiência valiosa e transformadora que contribui para o desenvolvimento integral dos alunos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa abordou a inclusão escolar e a importância das estratégias de ensino e da conscientização corporal na promoção de uma educação acessível e efetiva para todos os alunos, especialmente para aqueles com necessidades educacionais especiais. O tema central envolveu a análise dos desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência no acesso à educação regular, destacando a necessidade de ações concretas para garantir a participação plena e a integração desses alunos no ambiente escolar.
Os objetivos deste estudo foram claros: compreender os principais obstáculos enfrentados pelos estudantes com deficiência, analisar a importância de um ambiente inclusivo e refletir sobre as estratégias de ensino que promovem a autonomia e o desenvolvimento integral desses alunos. A partir de uma análise crítica, observou-se que a inclusão escolar não se limita apenas à adaptação física dos espaços, mas também envolve a preparação dos educadores, a adoção de metodologias adequadas e a conscientização sobre a importância da diversidade.
Os resultados obtidos reforçam a ideia de que a falta de estrutura e de formação adequada dos profissionais ainda são barreiras significativas para a inclusão efetiva. No entanto, as práticas pedagógicas que priorizam a adaptação do conteúdo e o uso de diferentes metodologias, como as baseadas na conscientização corporal, têm mostrado ser eficazes para promover uma educação mais inclusiva. A conscientização corporal, como demonstrado, é um dos elementos mais importantes nesse processo, permitindo que os alunos se relacionem melhor com seus corpos, desenvolvam suas habilidades motoras e melhorem sua autoestima.
A hipótese inicial de que a inclusão escolar depende de um conjunto de fatores, como acessibilidade, formação de educadores e estratégias de ensino adaptadas, foi confirmada. A pesquisa revelou que, embora existam avanços importantes, ainda há um longo caminho a percorrer para garantir que todos os alunos tenham igual acesso às oportunidades educacionais.
Os próximos passos envolvem a continuidade da implementação de práticas pedagógicas mais inclusivas, com foco na adaptação de conteúdos e na formação constante dos profissionais de educação. Além disso, a conscientização sobre a importância da diversidade deve ser aprofundada, tanto no âmbito escolar quanto na sociedade como um todo. É essencial que a escola continue a ser um espaço de respeito e valorização das diferenças, garantindo que todos os alunos, independentemente de suas características, possam se desenvolver plenamente.
Portanto, a inclusão escolar é um processo contínuo e desafiador, mas com as estratégias certas e o compromisso de todos os envolvidos, é possível construir um ambiente educacional mais justo, acessível e verdadeiramente inclusivo para todos. necessidades especiais, garantindo uma abordagem mais inclusiva e equitativa.
Segundo Dembo (1994), as estratégias de aprendizagem podem ser categorizadas em duas principais abordagens: estratégias cognitivas e estratégias cognitivas. As estratégias cognitivas são ações diretas que os alunos empregam para processar, organizar, compreender e recuperar informações. Essas estratégias estão relacionadas ao próprio processo de aprendizagem e envolvimento de formas de codificar, armazenar e recuperar conhecimento. Algumas das estratégias cognitivas mais comuns incluem a repetição, o uso de mnemônicos, a elaboração de resumos, a organização de informações em esquemas ou mapas mentais, o uso de imagens mentais e a prática espaçada. Essas estratégias são tratadas para o processamento das informações de forma mais eficiente e eficaz.
As estratégias cognitivas, por sua vez, são abordagens mais amplas e reflexivas sobre o próprio processo de aprendizagem. Elas envolvem o monitoramento e o controle da própria compreensão, além da regulação da aprendizagem. Os estudantes que utilizam estratégias metacognitivas estão conscientes de suas habilidades, conhecimentos e limitações, sendo capazes de autorregular o seu aprendizado. Isso inclui o estabelecimento de metas, a seleção e o uso apropriado de estratégias cognitivas, a avaliação do próprio desempenho e a correção de possíveis erros. O desenvolvimento de habilidades metacognitivas permite aos estudantes se tornarem aprendizes mais autônomos e eficazes.
Dessa forma, as estratégias cognitivas se concentram na maneira como os alunos processam e retêm informações, enquanto as estratégias metacognitivas envolvem a reflexão sobre o próprio processo de aprendizagem e a regulação do mesmo. O uso conjunto e adequado dessas duas categorias de estratégias pode potencializar o desempenho acadêmico dos alunos e contribuir para uma aprendizagem mais efetiva e autônoma.
Portanto, as estratégias de ensino são ferramentas essenciais para tornar o processo educacional mais eficiente, estimulante e significativo, promovendo o desenvolvimento integral dos alunos e preparando-os para enfrentar os desafios do mundo atual.
REFERÊNCIAS
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BANDURA, A. Social-Learning Theory of Identificatory Processes. In D. A. Goslin (Ed.), Handbook of Socialization Theory and Research (1969). (pp. 213-262).
BRASIL. Presidência da República. Lei nº 9.394 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial, Brasília, 2 dezembro 2003a.
DEMBO, M.H. Applying educational psychology (5 ed.). New York: Longman. (1994).
FIORINI, M. L. S.; MANZINI, E. J. Estratégias de professores de educação física para promover a participação de alunos com deficiência auditiva nas aulas. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v.24, n.2, 2018. No prelo.
GAIO, Roberto; PORTO, Eline. Educação Física e Pedagogia do movimento: possibilidades do corpo em diálogo com as diferenças. In: MARCO, Ademir de et al. Educação Física: cultura e sociedade. Campinas: Papirus, 2006.
MONEREO, C. Las estrategias de aprendizaje en la educación formal: enseñar a pensar y sobre el pensar. Infancia y Aprendizaje, Cerdanyola del Vallès, Spain, v. 50, n. 51, p. 3-25, 1990.
ONU – Organização das Nações Unidas. Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU. Disponível em: http:/www.onu-brasil.org.br/documentos direitos humanos.php. Acesso em :16 JULHO. 2023
PIAGET, J. A psicologia da criança. Ed Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.
1Graduada em História pela Fundação Universidade Federal do Estado de Rondônia – UNIR, e Pós-Graduação em Metodologia e Didática pela Faculdade Integrada de Ariquemes – FIAR.
vera_lucia_roberto@hotmail.com
