INCLUSÃO DE ALUNOS COM AUTISMO NO ENSINO REGULAR: ANÁLISE EM UMA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.11395240


Jacilene de Jesus Moraes Rodrigues¹
Fábio Coelho Pinto²


RESUMO 

O presente artigo trata-se de uma pesquisa de abordagem quali-quantitativa, cujo objetivo é verificar como ocorre a inclusão de alunos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) no ensino comum na escola pública. O trabalho parte inicialmente de um referencial teórico a respeito da inclusão da criança autista, além do papel da escola e da família para o desenvolvimento desta, bem como os desafios e a necessidade de uma formação adequada dos professores, a fim de que a inclusão se efetive. No que diz respeito ao trato com alunos autistas. Independentemente deste fato, para que haja a inclusão destes alunos no ensino comum, deve-se atrelar o respeito aos limites impostos pelo transtorno à utilização de recursos e estratégias para o atendimento do aluno com TEA, até porque os benefícios de um diagnóstico precoce e de parcerias com outros atores no ambiente escolar, assim como a família, são fundamentais para que os mesmos se sintam parte da sociedade em que vivem e agentes de direitos, como educação, atendimento prioritário, assistência social, cultura, esporte, dentre outros. 

 Palavras-Chave: transtorno do espectro autista (TEA), criança, inclusão escolar. 

ABSTRACT

This article is a qualitative and quantitative approach research, whose objective is to verify how the inclusion of students with Autism Spectrum Disorder (ASD) occurs in common teaching in public schools. The work initially departs from a theoretical framework regarding the inclusion of the autistic child, in addition to the role of the school and the family for its development, as well as the challenges and the need for adequate training of teachers, so that inclusion takes place. effective. With regard to dealing with autistic students. Regardless of this fact, for the inclusion of these students in regular education, respect for the limits imposed by the disorder must be linked to the use of resources and strategies for the care of students with ASD, not least because the benefits of an early diagnosis and partnerships with other actors in the school environment, as well as the family, are essential for them to feel part of the society in which they live and agents of rights, such as education, priority service, social assistance, culture, sport, among others.

Keywords: autism spectrum disorder (ASD), child, school inclusion.

INTRODUÇÃO 

O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades na interação social, comunicação e comportamento repetitivo e restrito. O transtorno do espectro do autismo (ASD) tem essas três características. (elementos determinados para o diagnóstico que são necessários para o diagnóstico. Os sintomas podem variar de acordo com cada caso, podendo ser percebidos antes dos três anos de vida; no entanto, muitas crianças ainda são diagnosticadas tardiamente, tanto por desinformação / resistência da família como por falta de experiência dos médicos (APA, 2014).

Este fato foi relatado por Cardoso et al. (2019) há um consenso geral de que, como um transtorno do neurodesenvolvimento infantil, é caracterizado por limitações na interação social, comunicação, comportamentos e interesses repetitivos, podendo também ter implicações sensoriais. No campo da educação, Klin (2006) mostra que o autismo não é considerado um estado mental fixo, irreversível e imutável, mas sim o resultado de um processo que pode ser pelo menos parcialmente modificado por intervenções.

Ao falar sobre a inclusão de crianças com autismo nas escolas regulares, Oliveira (2020) afirma que é preciso pensar também no professor pois muitas vezes ele não está preparado para aceitar alunos com autismo. Se o professor é cabido como um facilitador do processo, o professor deve facilitar o contato inicial da criança com a turma e as atividades expostas em aula.

Quanto à relevância do estudo em questão, Delors et al. (2003) avalia que o tema da inclusão de alunos com autismo em escolas comuns aparece recorrentemente na literatura. No entanto, segundo Gomes (2013), há muito a explorar nas atividades pedagógicas com esse público, principalmente porque existem lacunas de conhecimento e novas formas de explicar o desenvolvimento em sala de aula desses alunos em termos de educação integral.

Essa adição cria uma necessidade de investigar o desempenho e desempenho do professor na unidade escolar, a fim de compreender como é realizado o desenvolvimento dos alunos com autismo. Se o aluno com TEA apresenta características que comprometem tanto as relações afetivas quanto a linguagem então é urgente o apoio no processo de comunicação e ensino-aprendizagem, dependendo da atuação de uma equipe multidisciplinar e de intervenções diretamente relacionadas à motricidade, ou melhor, ao aspecto psicomotor..

Expressar ideias genuínas e discutir o assunto em questão, principalmente porque se percebe que a unidade acadêmica, os professores e o governo têm dificuldades em atender os alunos com deficiência, principalmente no caso dos alunos com TEA. Essa dificuldade é observada da seguinte forma: a escola apresenta uma visão elitista de educação, onde a escolarização parece ser privilégio de poucos; o professor principalmente o tradicionalista, pelo desinteresse em aprender a lidar com esse tipo de aluno; e ao governo pelo pequeno número de políticas públicas para a inclusão de alunos com deficiência no ensino regular.

Assim, de acordo com a formulação de políticas públicas e implementação de estratégias pedagógicas para o processo educacional, conforme sugerido por Cunha (2015), é possível destacar pesquisas que dizem respeito direta ou indiretamente ao desenvolvimento de alunos com TEA no ambiente escolar. com o intuito do presente estudo, justificando-o.

INCLUSÃO DO ALUNO COM TEA NO ENSINO REGULAR

O transtorno do espectro autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento anormal. comportamento Falta de comunicação e interação social Comportamento repetitivo e estereotipado e pode mostrar interesses e atividades limitadas.

Os sinais de alerta do desenvolvimento neurológico de uma criança são reconhecidos nos primeiros meses de vida, e o diagnóstico é feito por volta dos 2-3 anos de idade. A incidência é maior em homens. Assim, as pessoas com TEA introduzem prejuízos na interação social, como padrões estereotipados e repetitivos de comunicação e interesses e atividades estreitados, que geralmente aparecem nos primeiros cinco anos de vida.

Em 2013 houve uma alteração, criando a nova versão do DSM-5. Passou-se a mostrar que os transtornos estavam reunidos dentro do espectro do autismo em um só diagnóstico: TEA. A CID-10 trazia vários diagnósticos dentro dos Transtornos do Desenvolvimento sob o código F84, ou seja, Autismo Infantil, Autismo Atípico, Movimentos Estereotipados, Síndrome de Aspeger venha usar a palavra síndrome). A CID-11 reúne estes diagnósticos no TEA 6A02 e as subdivisões passaram a ser relacionadas a prejuízos na linguagem funcional e deficiência intelectual (COLLYER, 2022, p. 1). 

Alguns autores começaram a mencionar algumas características. Conforme sugerido por Dunlap, Pierce e Kay (1999, apud SOUSA; ARYA, 2010), alguns indivíduos apresentam aptidões excepcionais em determinadas áreas, como música, cálculos mecânicos ou aritméticos, mas apresentam atrasos significativos em outras.

No aspecto cognitivo, uma das principais dificuldades encontradas mesmo pelas crianças autistas mais capazes, segundo os estudos de Aarons e Gitters (1992, apud SOUSA; ĀRYA, 2010, p. 9), é a incapacidade de generalizar. Eles comentam: “Eles podem até saber o que fazer e como agir em determinada situação; no entanto, eles são incapazes de usar essa experiência e adaptá-la quando emerge uma nova situação. Consequentemente, para Asperger (1994, apud SOUSA; ARYA, 2010, p. 10) é possível encontrar regularmente 

[…] distúrbios de atenção nas crianças autistas, que teriam dificuldade, desde o início, em dirigir sua atenção para estímulos exteriores, prejudicando o desempenho escolar. Elas parecem seguir suas próprias ideias e não gostam de ser distraídas dos seus pensamentos. 

Além disso, algumas pessoas parecem isoladas e distantes. Algumas pessoas parecem apegadas a padrões estritos de comportamento, alguns autores entendem que vivem em um mundo separado e interagem com as coisas que imaginam. Atualmente, as características de uma pessoa com TEA estão associadas a prejuízos na interação social e na comunicação que incluem: padrões de fala incomuns; falta de contato visual; não atenda quando for chamado pelo nome; desenvolvimento tardio das incompetências linguísticas; dificuldade em manter uma conversa; repetição de frases ou palavras; tem dificuldade em entender os sentimentos de outras pessoas e expressar os seus próprios; comportamento repetitivo ou incomum.

Além disso, crianças com autismo podem demonstrar maior atenção e interesse por certos objetos. Usar seu corpo para realizar movimentos repetitivos, alinhar ou dispor brinquedos. Em geral, mudanças na rotina ou exposição a ambientes ruidosos e hiper estimulantes podem incomodá-los, causando explosões de raiva, frustração, ansiedade ou mágoa. Consequentemente, a diagnose de autismo só será oficialmente reconhecido por um médico ou conselho médico com base nos critérios do Manual Estatístico e Diagnóstico da Associação Estadounidense de psicopatologia (DSM-5). Ou seja, o diagnóstico é clínico, feito por médico especialista, que leva em consideração os relatos dos pais sobre o comportamento da criança e a observação da criança em diferentes ambientes.

Quanto aos fatores biológicos que aparecem no estado autista, quase 70 % dos casos introduzem deficiência intelectual e 30 % têm convulsões. Para destacar as limitações e os riscos associados ao autismo. É importante usar a triagem padronizada em todo o mundo. Com os resultados desses testes, a comunidade científica, portanto, continua a analisar os mistérios do TEA.

Carrega em consideração o tipo de cultura, etnia e nível socioeconômico em que o distúrbio pode ocorrer.

Ocorre, Camargos Jr. (2006, p. 42), em distúrbios frequentemente frequentemente associado retardo mental (DI), doenças orgânicas (epilepsia epilepsia e genéticas gênico síndrome síndrome X frágil, esclerose tuberosa). não limpe limpam ), mas sua causa causa provavelmente biológica biológica.

Em relação à inclusão, Klein e Hattge apontam que a palavra “inclusão” tem sido utilizada “como jargão no campo da educação para indicar as práticas que gostaríamos de ver mais justos, democráticas e solidárias” (KLEIN; HATTGE, 2010)., página 12 ). Portanto, ainda é um tema controverso no que diz respeito ao direito à educação e ao exercício da cidadania Justiça social e ao mesmo tempo incluir a formação de professores políticas públicas filosofia escolar seja público ou privado.

Segundo Santos (2010), o “direito de ser diferente” esse parece ser o imperativo proclamado pela política educacional. Adota princípios que incluem a construção de sociedades democráticas onde todos tenham cidadania, onde as diferenças sejam respeitadas e onde as diferenças sejam aceitas e reconhecidas politicamente.

A sociedade de estudo segundo Gomes (2009) é excluída porque privilegia certas formas de aprender e ensinar, quando determina critérios de avaliação parciais e circunstanciais, quando o tempo de aprendizagem tem um rigor e um ritmo que muitos aprendentes não conseguem seguir.

Apesar de tudo o que foi estudado, produzido e desenvolvido na educação mesmo no Brasil, a escola e seus profissionais vivem em um discurso distante da prática. Deste ponto de vista, os alunos não estão focados no que sabem e no que podem saber.

A escola não é uma ilha. Ela está inserida em um contexto econômico, cultural e social, que produz significados e traz efeitos para o cotidiano da comunidade escolar que dela participa; portanto, alunos, professores, gestores, comunidade, devem participar desse contexto (Hattge, apud KLEIN e HATTGE, 2010, p. 37). 

Nesta perspectiva, uma escola inclusiva é uma escola de qualidade, onde o seu sucesso se concretiza na aprendizagem e na participação de todos os seus alunos, sem qualquer tipo de discriminação. Consequentemente, a ideia de inclusão de Mantoan (2015), pioneiro dos estudos de inclusão no Brasil, representa exatamente a mudança do paradigma educacional, pois propõe uma saída do fluxo da escola viabilizando sua proposta educacional para todos. Para a inclusão de alunos com TEA, deve-se entender que durante o ensino pode ser fácil.

 […] ler, resolver expressões matemáticas com letras e números e navegar na internet. Pode ter muitos amigos e aprender o significado de emoções com orgulho e felicidade, basta que tenha o acompanhamento adequado tanto no ambiente familiar quanto no escolar (VEROTTI; CALLEGARI, 2008, p. 10). 

Assim, na educação Mantoan concorda que deveria haver também uma mudança radical na formação de professores: O papel do professor é desenvolver um plano educacional especial para cada aluno com o objetivo de reduzir os obstáculos específicos de cada um deles. O profissional maleável, capacitado e interessado em aprender é sempre bem-vindo ” (MANTOAN, 2015, p. 33). considerando essas informações, será possível repensar o sistema de educação inclusiva e descobrir novos métodos de ensino. Até muda nossa compreensão do que é aprender. 

A inclusão é o processo de alinhar uma sociedade com as necessidades de seus constituintes e permitir que, uma vez engajados, desenvolviam e exercerão plenamente sua cidadania. A inclusão deve ser incondicional, ou seja, ninguém pode ser excluído, e é importante em três aspectos: familiar, social e educacional. 

A escola surge na vida da criança como um dos principais ambientes extrafamiliares. Lá ela inicia a socialização, compartilha conhecimentos e amplia seu universo. Essa ampliação deve funcionar como continuidade do processo iniciado em casa, onde há muito tempo ela constroi sua história. O ser humano é um todo, não se fragmenta nos espaços aos quais pertence. Em cada um deles, é um ser por inteiro. Se na família se inicia a trajetória pessoal, na escola muitos capítulos serão escritos (CASARIN, 2008, p. 66). 

No aspecto familiar, os pais precisam ter uma sólida aliança com a escola. A necessidade dessa inclusão é percebida geralmente, segundo Queiroz, quando a criança nasce, 

[…] o nascimento de uma criança com a possibilidade de “deficiência” é um momento de crescimento para a família que se depara com mudanças e com a necessidade de reorganizar-se, até porque a família é o primeiro grupo social com o qual a criança convive (QUEIROZ, 2004, p. 40). 

Desta forma, Buscaglia (1993, apud QUEIROZ, 2004, p. 40) comenta que a possibilidade da deficiência traz consigo o confronto de uma realidade nova, inesperada, possivelmente devastadora. O ajustamento a esta realidade pode exigir uma drástica mudança em seu modo de vida, na profissão, nas esperanças para o futuro e nos planos para alcançar seus objetivos. 

Corroborando Buscaglia, Nascimento afirma que, “quando ao nascer a criança apresenta algum tipo de problema, cada um dos elementos da família reagirá de forma diferente, havendo na maioria das vezes uma alteração no desempenho de papéis” (ANDE/BR, 2007, p. 74). Anterior a Nascimento, Brito (2006, p. 53), faz um comentário relevante: 

 Geralmente quando nasce uma criança, há quem diga: é a cara do pai… outros acham que é a cara da mãe. Mas, quando nasce uma criança especial, poucos se arriscam a dizer com quem se parece; porém, sem dúvida é a cara da família e o corpo da sociedade. 

A inserção da criança autista na família é fundamental. Porém, é fundamental que haja preparo, pois muitas vezes acredita-se que após o nascimento do filho tudo ficará bem, mas diante da frustração de uma criança com ritmo diferente, e que exige muito do país principalmente em relação ao carinho atenção, compreensão, sem “dar nada em troca”; e devido à sua condição, segundo Werner (2002), um alto nível de ansiedade, querendo saber se são pais adequados”. 

Talvez por isso, Buscaglia (apud QUEIROZ, 2004, p. 34) disse que “o tipo de vida e futuro que as crianças com TEA terão quando crescer dependerá muito delas mesmas, mas também será influenciada pela sensibilidade, atitudes, conhecimento e personalidade em geral dos pais e familiares”. 

O mesmo autor cita as atitudes dos pais em relação aos filhos isolando-os da socialização social e impedindo-os de explorar e se relacionar com o mundo exterior; e faz o seguinte complemento, quando diz que a chave do processo de crescimento está na possibilidade de a família oferecer à criança um lugar seguro para descobrir a si mesma e aos outros em seu mundo” (apud QUEIROZ, 2004, p. 39). 

Segundo Dias, os fatores estruturais da empresa estão presentes dentro do grupo familiar, pois o 

[…] nascimento de um filho tem impacto na vida emocional, financeira e no dia-a-dia de seus progenitores e, também, na organização psíquica destes. A parentalidade possui especificidades e demandas de cuidados por toda a vida da prole, com as responsabilidades essenciais com a educação, a socialização e a proteção do subsistema filial. Estas atribuições provocam em pais e mães a vivência de sentimentos diversos, e se estes se deixarem tocar pela profundidade destas vivências poderão encontrar grandes possibilidades de transformação pessoal (DIAS, 2011, p. 142). 

 Esta é uma realidade onde a criança autista necessita do apoio dos pais e/ou responsáveis pela sua inclusão na sociedade através da formação social, afetiva e educativa; fortalecer laços; diversas conquistas como autoestima e autonomia; formação de valores pessoais, construção educacional, integração profissional e relacionamento interpessoal. No entanto, um dos problemas familiares mais usuais associados aos indivíduos autistas é recorrente, pois Aarons e Gittens (1992, apud SOUSA e ĀRYA, 2010, p. 14) descrevem características gerais do indivíduo

[…] o fato de sentirem estresse e preocupação quando sujeitos a mudanças mínimas que alterem as rotinas familiares. As crianças insistem na manutenção da rotina, experienciando acessos de raiva quando são conduzidas em uma direção que se desvie daquelas com que estão familiarizadas. 

Sob outro ponto de vista, Cor-De-Rosa (SUBA / BR, 2007, p. 128) afirma que é fundamental “planejar um programa de apoio, integração e socialização familiar; e a equipe interdisciplinar deve atuar de forma coesa nesse programa.”. 

Construir um liame entre a família e uma pessoa autista torna mais fácil descobrir e identificar verdadeira natureza e necessidades dessa pessoa. Seu desenvolvimento está intimamente relacionado com a participação da família O envolvimento da família pode ser alcançado através de vários tipos de atividades e atividades recreativas. Nesse sentido, a psicóloga Sônia Casarin observa que a necessidade de coerência e articulação entre diferentes contextos coloca os pais na posição estratégica de articuladores e mediadores.

São eles que podem fazer fluir a comunicação para integrar os envolvidos no trabalho que visa ao bem-estar e ao desenvolvimento das crianças autistas. Essa mediação possibilita também que a família se beneficie das ofertas de aprendizagem, adaptações e flexibilizações, valendo-se delas para dar continuidade a essas práticas no cotidiano dos filhos em casa (CASARIN, 2008, p. 66). 

 A construção do mundo e a compreensão do universo escolar e do significado da aprendizagem serão facilitadas se houver coerência entre o que o aluno autista vivencia no ambiente de ensino e nos demais a que pertence. Para ajudar com o “liame aluno-professor”. Por exemplo, as famílias podem revelar traços de caráter, forma de relacionamento e um estilo de comunicação que pode servir de ponto de partida para a construção desse tipo de relacionamento. Deve também ser tida em conta a possibilidade de aprendizagem na rede educativa geral. Casarin (2008) considera isso um aspecto positivo, pois dá aos alunos acesso aos elementos necessários para a construção de uma representação do mundo que os capacite a se tornar adultos autônomos e participativos. É uma forma de vivenciar o respeito às diferenças, conviver com os outros alunos e perceber-se como semelhante, ou seja, como um ser único em sua singularidade.

O conhecimento técnico-científico da deficiência também é importante, não rotulagem, mas informações relevantes para ajudar a expandir a compreensão das crianças. Esse conhecimento também pode ser obtido por meio de treinamentos e informações trazidas pelos próprios pais, que conhecem claramente a criança em sua subjetividade e características. Consequentemente, a relação com a família deve ser valorizada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

A partir do objetivo proposto por este artigo, qual seja, verificar como ocorre a inclusão de alunos com autismo na educação é necessário, primeiramente, mencionar a participação do professor e da estrutura escolar para acolher esse aluno. O papel do professor – seja ele gestor, coordenador, professor, etc. – versus inclusão a escola infantil TEA tem um papel muito importante no processo inclusivo e na promoção do ensino e aprendizagem. Outro fator importante é estimular o bom relacionamento dos alunos autistas com os demais alunos e a comunidade escolar por meio de atividades adaptativas e recursos / estratégias que garantem um trabalho educativo organizado e inclusivo. Mesmo levando em conta as informações veiculadas sobre o pequeno investimento em cursos de formação continuada propostos pelo município e a falta de políticas públicas voltadas para motivar a inclusão desse aluno na rede regular de ensino, a escola em questão continua tentando realizar atendimento educacional a esses alunos, baseado na colaboração interdisciplinar equipe-família, com o objetivo de promover e/ou fortalecer a autonomia a criatividade e a comunicação dos alunos. A missão desta parceria é esclarecer a conjectura do direito à educação que indivíduos autistas são relevantes apenas para as proteções legais atuais. Este aluno não foi encorajado a se ajustar na escola e na família para melhorias emocionais e cognitivas favoráveis ​​ao ensino e aprendizagem. Você deve entender que aprimorar suas habilidades é muito importante. Uma das maiores ferramentas para desenvolver crianças com autismo é a educação.

REFERÊNCIAS 

ANDE-BRASIL. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EQUOTERAPIA. Curso Básico de Equoterapia. Coordenação de Ensino e Pesquisa – COEPE. Brasília, nov./2007. 

ANGELO, J. S. O papel do professor na inclusão do aluno autista. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 07, Vol. 03, pp. 137-150. Julho de 2021. Disponível em: www.nucleodoconhecimento.com.br. Acesso em: abr 2022. 

BARROS, A. J. S.; LEHFELD, N. A. S. Fundamentos de Metodologia Científica. 3 ed. São Paulo: Prentice‐Hall, 2017. 

BESSA, L. A. S.; MACIEL, R. M. A Importância da Psicomotricidade no Desenvolvimento das Crianças nos Anos Iniciais. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 01, Ed. 01, Vol. 12, pp. 59-78, dezembro de 2016. ISSN: 2448-0959. 

BEYER, H. O. A educação inclusiva: resinificando conceitos e práticas da educação especial. Revista inclusão, v. 2, 8-12, 2007. 

BONAT, D. Metodologia da Pesquisa. 3 ed. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2009. 

BRASIL. Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Lei 12.764/2012). Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: jun 2023. 

BRITO, M. C. G. Minha Caminhada II – Equoterapia: cavalgar é preciso. 2 ed. Salvador: SMGráfica, 2006, 166p. 

BUSCAGLIA, L. F. Os deficientes e seus pais. Rio de Janeiro: Record, 1993. [Trad. Raquel Mendes]. 

CAVACO, N. Minha criança é diferente? Diagnóstico, prevenção e estratégia de intervenção e inclusão das crianças autistas e com necessidades educacionais especiais. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2014. 

CUNHA, E. Representações sociais de professores acerca da inclusão escolar: elementos para uma discussão das práticas de ensino. 162 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estácio de Sá. Rio de Janeiro, 2015. Disponível em: http://portal.estacio.br. Acesso em: 3 set. 2017. 

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 

JACOB, R. N.; SCAHILL, J. L. Autismo: tratamentos psicofarmacológicos e áreas de interesse para desenvolvimentos futuros. Braz. J. Psychiatry 28 (suppl 1), Maio 2006. Disponível em: scielo.br. Acesso em: dez 2021. 

KAPLAN, H. I.; SADOCK, B. J.; GREBB, J. A. Compêndio de Psiquiatria: ciências do comportamento e psiquiatria clínica. 11 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2017. 

KLEIN, R. R.; HATTGE, M. D. (orgs.). Inclusão escolar: implicações para o currículo. São Paulo: Paulinas, 2010. 

KLIN, A. Autismo e síndrome de Asperger: uma visão geral. Braz. J. Psychiatry 28 (suppl 1). Maio 2006. Disponível em: scielo.br. Acesso em: jul 2021. 

LOSAPIO, M. F.; PONDÉ, M. P. Tradução para o português da escala M-Chat para rastreamento precoce de autismo. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, 30(3), 221-229, 2008. 

NASCIMENTO, Y. O. O papel do psicólogo na Equoterapia. In: ANDE-BRASIL. Curso Básico de Equoterapia. Coordenação de Ensino e Pesquisa – COEPE. Brasília, nov./2007. 

OLIVEIRA, F. L. Autismo e inclusão escolar: os desafios da inclusão do aluno autista. Revista Educação Pública. V. 20, n. 34, 08/09/2020. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br. Acesso em: jun 2023. 

QUEIROZ, J. F. Repercussões da Equoterapia nas relações socioafetivas da criança com atraso no desenvolvimento por prematuridade. Dissertação de Mestrado em Psicologia Clínica. Universidade Católica de Pernambuco. Recife, 2004. 

ROSA, L. R. A educação física na Equoterapia. In: ANDE-BRASIL. Curso Básico de Equoterapia. Coordenação de Ensino e Pesquisa – COEPE. Brasília, nov./2007. 

SCHWARTZMAN, J. S. Etiologia do Transtorno Autista. Apostila. Seminário Nexo IC sobre Autismo, 2017, 106p. 

SOUSA, M. J. S. Professor e o autismo: desafios de uma inclusão com qualidade. UNB, Universidade de Brasília. Curso de Especialização. Brasília, 2015, Instituto de Psicologia. Disponível em: https://bdm.unb.br. Acesso em: jun 2023. 

VEROTTI, D. T.; CALLEGARI, J. A inclusão que ensina. In: Revista Nova Escola. Edição Especial. no. 24. Editora Abril, 2008.