Autora:
Dyana dos Santos Brito1
Orientadora:
Esp. Natália Gonçalves2
1Discente do Curso Superior de Fisioterapia UNINORTE.
2Especialista em Neurofuncional.
Docente do Curso Superior de FISIOTERAPIA – UNINORTE.
RESUMO
INTRODUÇÃO: A forma e a função normal do assoalho pélvico (AP) são determinadas pela interação e o bom funcionamento de suas estruturas. Entretanto, a gestação e o parto podem causar traumas e diminuir o tônus muscular levando a problemas denominados disfunções do assoalho pélvico. Esses problemas causam impacto negativo na qualidade de vida da mulher (SVARE et al.,2019) OBJETIVO: Mostrar a incidência de disfunções do assoalho pélvico em mulheres com múltiplas gravidezes decorrentes da ausência de acompanhamento multidisciplinar adequado, com a presença de fisioterapeutas. METODOLOGIA: Método Qualitativo – Leitura documental: para levantamento informações sobre as disfunções mais frequentes na situação avaliada. CONCLUSÃO: Os graus de intensidade de força correlacionados às seguintes variáveis: primíparas e multíparas, tipos de parto e existência ou não de perda urinária, não atingiram o valor crítico fixado, não podendo ser aplicado o Coeficiente de Contingência C (estatística). Mas, houve uma tendência da variável perda de urina em relação à diminuição da intensidade de força dos músculos do AP.
Palavras Chaves: gravidez múltiplas, enfermagem, disfunção do assoalho pélvico
ABSTRATC
INTRODUCTION: The normal shape and function of the pelvic floor (PA) are determined by the interaction and proper functioning of its structures. However, pregnancy and childbirth can cause trauma and decrease muscle tone, leading to problems called pelvic floor disorders. These problems have a negative impact on women\’s quality of life (SVARE et al., 2019) OBJECTIVE: To show the incidence of pelvic floor disorders in women with multiple pregnancies resulting from the absence of adequate multidisciplinary follow-up, with the presence of physical therapists. METHODOLOGY: Qualitative Method – Documentary reading: to gather information about the most frequent dysfunctions in the assessed situation. CONCLUSION: The degrees of strength intensity correlated to the following variables: primiparas and multiparas, types of delivery and the existence or not of urinary loss did not reach the fixed critical value, and the Contingency Coefficient C (statistics) could not be applied. However, there was a trend of the variable urine loss in relation to the decrease in the intensity of strength of the PA muscles.
Key words: multiple pregnancy, nursing, pelvic floor dysfunction
PROJETO DE PESQUISA
1. TEMA
A incidência de disfunções do assoalho pélvico em mulheres com múltiplas gravidez.
2. DELIMITACAO
Em mulheres gravidas (revisão de literatura)
3. PROBLEMA
Mostrar a incidência de disfunções do assoalho pélvico em mulheres com múltiplas gravidez decorrentes da ausência de acompanhamento multidisciplinar adequado.
4. HIPOTESES
O número de mulheres com disfunções do assoalho pélvico devido à falta de acompanhamento adequado parece extremamente significativo, o que não ocorreria caso houvesse acompanhamento da equipe multidisciplinar com a presença de fisioterapeutas.
5. OBJETIVOS
5.1 OBJETIVO GERAL
Mostrar a incidência de disfunções do assoalho pélvico em mulheres com múltiplas gravidez decorrentes da ausência de acompanhamento multidisciplinar adequado, com a presença de fisioterapeutas.
5.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS
5.2.1 – Apontar as principais disfunções do assoalho pélvico devido o processo de múltiplas gravidez;
5.2.2 – Mostrar a incidência de disfunções do assoalho pélvico em mulheres com múltiplas gravidez
5.2.3 – Evidenciar a falta de acompanhamento multidisciplinar adequado, ou seja, sem a presença de fisioterapeutas, para esse público, ou seja, mulheres com múltiplas gravidez
5.2.4 Destacar os benefícios da Fisioterapia no acompanhamento pré e pós-natal.
6. JUSTIFICATIVAS
6.1 A pesquisa é importante porque vai apontar as principais disfunções do assoalho pélvico devido o processo de múltiplas gravidezes para as mulheres de maneira geral;
6.2. Ao pesquisar o assunto será mostrado para maiores providências a incidência de disfunções do assoalho pélvico em mulheres com múltiplas gravidez
6.3. É importante que se destaque que a falta de acompanhamento multidisciplinar adequado, ou seja, sem a presença de fisioterapeutas pode ocasionar;
6.4. Finalmente, a pesquisa vai proporcionar maiores conhecimentos sobre os benefícios da Fisioterapia no acompanhamento pré e pós-natal.
7. METODOLOGIA
No que tange à metodologia, trata-se de uma revisão bibliográfica, a partir da extensa literatura que há a respeito,incidência de disfunções do assoalho pélvico em mulheres com múltiplas gravidezes em bases de dados eletrônicos, como Scientific Eletronic Library Online (SciELO); Google Acadêmico; (LILACS); (BVS). Aplicaram-se como descritores “gravidez múltiplas”, “enfermagem”, “” “disfunção do assoalho pélvico” como descritores. A busca foi feita para o período compreendido entre 2017 a 2021, incluindo artigos publicados em língua portuguesa, e bibliografias recentes publicados acerca do tema.
1. INTRODUÇÃO
Segundo BARBOSA (2018), durante o ciclo gravídico-puerperal, ocorrem diversas adaptações fisiológicas em todo o organismo materno. Na gestação, no trabalho de parto e no pós-parto surgem mudanças na posição anatômica, na musculatura pélvica, nas vísceras e no períneo. Por isso podem ocorrer alterações urinárias e sexuais devido ao enfraquecimento da musculatura do assoalho pélvico (MAP).
A gestação leva ao aumento de peso no útero e nas vísceras pélvicas sobre a MAP, enfraquecimento e consequente incontinência urinária (IU). A bexiga comprimida com o crescimento do útero desloca-se, alterando o ângulo uretrovesical, não permitindo que a mesma mantenha expansibilidade, diminuindo então a sua complacência. O aumento da pressão abdominal leva ao aumento da frequência urinária e altera a quantidade de armazenamento de urina (BARACHO;2017).
O parto pode desencadear mudanças anatômicas e funcionais, como distensão da MAP e enfraquecimento dos músculos perineais. O parto vaginal pode causar estiramentos da musculatura local e compressão mecânica dos nervos pélvicos, podendo levar a traumas neuromusculares no assoalho pélvico (AP) ou, ainda, descolamento da fáscia pubocervical (MORKVED;2018)
A episiotomia que ocorre durante o parto vaginal, também promove danos ao suporte pélvico, corpo perineal e esfíncter anal externo, comprometendo a simetria da contração muscular e a sustentação pélvica. Já a cesariana pode alterar o ângulo formado entre a bexiga e a sínfise púbica, mudando a posição da uretra (PALMA;2019
Assim, ambos podem provocar enfraquecimento perineal, alargamento vaginal e diminuição da contratilidade dos músculos da região perineal. Após o parto, o AP está enfraquecido, pois é ele que sustenta continuamente o peso abdominal e extrapélvico durante todas as semanas de gestação (DINK;2019).
2. DESENVOLVIMENTO
A forma e a função normal do assoalho pélvico (AP) são determinadas pela interação e o bom funcionamento de suas estruturas. Entretanto, a gestação e o parto podem causar traumas e diminuir o tônus muscular levando a problemas denominados disfunções do assoalho pélvico. Esses problemas causam impacto negativo na qualidade de vida da mulher (SVARE et al.,2019).
A expressão disfunção do assoalho pélvico (DAP) é um termo geral utilizado para descrever as condições que comprometem o mecanismo de continência urinária e fecal feminina e/ou suporte dos órgãos pélvicos (KIM et al.,2017).
O AP, que é o conjunto de tecidos que reveste a porção inferior da pelve, é composto pelos diafragmas pélvico e urogenital e fáscia endo pélvica. Os diafragmas são formados por músculos organizados em camadas superficiais e profundas do períneo que atuam no mecanismo de sustentação das vísceras pélvicas, na continência urinária e anal e na função sexual (CABAR et al.,2017).
Quando essa musculatura pélvica perde sua integridade, aumenta o risco de ocorrer DAP, tais como incontinência urinária (IU), incontinência anal (IA) e prolapso de órgãos pélvicos (POP). Calcula-se que cerca de um terço das mulheres durante a vida apresentam disfunções do assoalho pélvico com gravidades variadas (ASSIS et al.,2018).
A IU e IA são situações angustiantes e, a longo prazo, potencialmente incapacitantes que afetam mulheres de idades variadas, frequentemente com o primeiro episódio ocorrendo durante a gravidez ou após o parto (BROWN et al.,2018).
Fatores vinculados à gravidez e ao parto são apontados como risco para o desenvolvimento de DAP, incluindo o tempo prolongado do trabalho de parto e do período expulsivo, o emprego de episiotomia e o peso elevado do recém-nascido (FEREDERICE et al.,2017).
É citada na literatura uma associação entre parto vaginal ou instrumental e lesões obstétricas, principalmente, do esfíncter anal, com IU e IA. No entanto, ainda são muito controversos os resultados dos estudos sobre o potencial da cesariana para diminuir o risco de IU, sobretudo se precedida do trabalho de parto (LAINE et al.,2018).
A IU é definida pela Sociedade Internacional de Continência (International Continence Society – ICS) como perda involuntária de qualquer quantidade de urina e é uma das condições que ocorrem entre as mulheres em todas as faixas etárias (ABRAMS et al.,2019).
Além disso, é um grave problema de saúde pública e tem implicações físicas, sociais, psicológicas e econômicas. A maioria das mulheres não relata essa queixa aos profissionais de saúde por se sentirem envergonhadas, acreditarem que nada pode ser feito, não saberem a quem procurar ou por imaginarem que os profissionais não estarão interessados (Perlen al.,2018).
As estimativas de prevalência da IU são discrepantes, com taxas que variam de 17% a 45% em mulheres adultas (JOHNSTON et al.,2017).
As mudanças gravídicas contribuem para a IU no pós-parto, e existem evidências científicas de que, quando ocorre na gravidez, esse problema é um fator de risco para sua presença no puerpério (HANSEN et al.,2019).
Por sua vez, a IA consiste em perda involuntária de fezes e/ou de flatos, definida como a incapacidade de manter o controle fisiológico do conteúdo intestinal, em local e tempo socialmente adequado. É classificada como incontinência fecal (perda involuntária de fezes) e incontinência de flatos (perda involuntária de gases) (BRUBAKER et al.,2019).
Em uma classificação de moderada a grave, a incontinência fecal pode provocar constrangimento e isolamento social, além de levar a mulher a ter suas atividades reduzidas e uma qualidade de vida severamente prejudicada (BORELLO et al.,2017).
2.1 Afecções do assoalho pélvico
As afecções do assoalho pélvico feminino constituem um importante problema de saúde pública, devido sua alta prevalência e incidência, bem como pelas repercussões deletérias na qualidade de vida e pelos elevados custos de tratamento (THOM et al., 2018); a incontinência urinária (IU), incontinência anal (IA) e os prolapsos de órgãos pélvicos (POP) representam as principais disfunções pélvicas (Figura 1).
No caso das incontinências, tem-se a perda involuntária da urina ou do conteúdo intestinal. Estas condições que refletem a perda funcional da musculatura esfincteriana podem afetar indivíduos de diferentes idades e gêneros, aumentando progressivamente com a idade, sendo que um em cada três indivíduos idosos apresenta algum problema com o controle da bexiga. As mulheres, contudo, têm três vezes mais chances de sofrerem incontinência, principalmente por causa do esforço físico causado pela gestação, mas, sobretudo, devido aos danos teciduais oriundos do parto vaginal, bem como pela diminuição nos níveis de estrógeno observado com a menopausa; ressalta-se que a incontinência anal é sete a oito vezes mais frequente em mulheres com mais de três partos vaginais, bem como em indivíduos com mais de 70 anos de idade (XU et al., 2018)
Os dados americanos mostram que anualmente são aportados cerca de 84 bilhões de dólares para o tratamento das afecções de pelve e períneo. Apesar de não se conhecer os custos de tratamento das afecções perineais e pélvicas no Brasil, as observações epidemiológicas atuais, aliada ao aumento da população idosa, permitem projetar um aumento considerável nos custos dos tratamentos para os sistemas públicoprivados de saúde para as próximas décadas (KOPP et al., 2018).
As incontinências acarretam a redução na qualidade de vida dos indivíduos afetados na proporção da gravidade do quadro clínico. A clínica das incontinências pode variar de leve a moderada causando pequenos escapes em situações de aumento na pressão abdominal (tosse, espirro, levantamento de peso, etc), denominada incontinência por esforço, ou na incapacidade de controlar a musculatura esfincteriana quando ocorre a necessidade da micção ou eliminação de gases, por exemplo, nesse caso tem-se a incontinência de urgência; é possível também que alguns indivíduos apresentem incontinência mista, quando ocorre à urinária e anal conjuntamente. Nos casos mais graves, por exemplo, tem-se a incontinência intensa que pode ser por transbordamento, quando ocorre a perda intermitente ou total das excretas posteriormente ao seu acúmulo na bexiga, ocorre a perda funcional do esfíncter permitindo o escape contínuo de urina ou fezes (CAMARANO; KANSO, 2019).
2.2 Considerações sobre manometria e a força dos músculos do assoalho pélvico
Os músculos do assoalho pélvico, bem como os músculos do diafragma urogenital, esfíncter anal externo e interno, esfíncter uretral externo e interno, além das túnicas mucosa, conjuntiva e muscular lisa da uretra, vagina e ânus cumprem com a importante tarefa de sustentar os órgãos pélvicos, manter a continência urinária e fecal, e facilitar o intercurso sexual (MOORE et al;2018) Sabe-se que, especialmente, a fraqueza desses grupos musculares favorece a manifestação de afecções como prolapso de órgãos pélvicos, incontinências e queixas sexuais.Pelo exposto até aqui, percebe-se que a investigação da força dos músculos da pelve e períneo deve ocupar papel importante nas consultas com ginecologistas, urologistas, proctologistas e fisioterapeutas, visto que tais músculos possuem papel chave na fisiologia da região em questão. Assim, discutem-se as repercussões da multiparidade na investigação das pressões intra-anal durante o tônus basal de repouso, bem como na contração reflexa e evocada.
Quanto ao tônus basal, observou-se que as multíparas possuem menor força em relação as nulíparas. Esses achados corroboram com Pool-Goudzwaard et al. (2017), que demonstraram que a multiparidade pela via vaginal contribui para o menor desenvolvimento de força dos MAPs.
Da mesma forma, Meyer et al. (2018), apontaram que o parto vaginal diminuiu o registro de força de pressão intra-uretral, intra-vaginal e intra-anal após nove semanas do parto.
Balsamo et al. (2019), observaram que o aumento da intensidade da sintomatologia de incontinência fecal está relacionado à diminuição progressiva das pressões basal de repouso. Conforme o que foi exposto acima e correlacionando com os achados do nosso experimento, entendemos que todos os elementos constituintes responsáveis pela continência urinária e fecal sofrem modificações induzidas pela gestação e pelo mecanismo de parto, o que explica a diferença encontrada entre as multíparas e nulíparas.
Em relação a contração reflexa, os dados demonstraram não existir diferença entre nulíparas e multíparas. Isso pode ser explicado pelo reflexo vaginopuborretal preservado em ambos os grupos, que consiste numa contração muscular dos MAPs em função de estiramento do introito vaginal e das suas paredes (SHAFIK, 2017).
O mecanismo desse reflexo é semelhante ao clássico reflexo de estiramento monossináptico. Assim, ao introduzir a sonda do eletroestimulador na vagina das ratas, deflagrou-se o reflexo vaginopuborretal, que apresentou como resultante a contração dos músculos da pelve e períneo, além de aumentar a tensão dos músculos lisos das paredes dos órgãos dessa região (RODRIGUES, 2018).
É importante salientar que a vagina é o órgão da cópula feminino e a estimulação dela inicia uma série de padrões comportamentais, que se expressão em movimentos estereotipados que neste caso, culminaram em aumento da tensão muscular na pelve e períneo registrados pelo manômetro (PFAUS, 2019)
2.3 Benefícios da Fisioterapia no acompanhamento pré e pós-natal
A gestação é uma fase marcante na vida da mulher, e nessa etapa pode ser beneficiada com o auxílio e apoio da Fisioterapia em Ginecologia e Obstetrícia pré e pós-parto, na orientação de cuidar de alguma alteração comum no decorrer da gravidez ou prevenir qualquer alteração inerente à sua condição, aonde a mesma colabora com o seu conhecimento em conjunto aos demais profissionais de saúde, a serviço do bem-estar da mulher e seu bebê, o fisioterapeuta tem por finalidade cooperar com a reeducação postural, exercícios de alongamento para desconfortos musculoesqueléticos, relaxamento, recomendações para alívio do estresse, posições confortáveis para dormir (ANJOS et al;2019).
No período pré-natal a fisioterapia age precavendo dores em geral como modificações no assoalho pélvico, mudanças posturais, desenvolvendo o domínio respiratório, ajudando no trabalho de parto, reduzindo a ansiedade, o estresse e possibilitando um parto mais humanizado e participativo, com melhores condições para a mulher passar a gestação e o parto (MATSUDO et al;2021).
Já a fisioterapia após o parto visa assessorar a mãe através de normas higiênicas, caminhar despretensiosamente, exercícios fisioterapêuticos, cuidados com as mamas, estímulo ao aleitamento materno, recomendações posturais, regresso às atividades físicas e de vida diária (BARROS;2020).
O exercício no período gestacional tem como finalidade a melhoria da qualidade de vida da gestante por meio da aplicação de um planejamento de exercícios e de orientações sobre a cumprimento das atividades cotidianas, as quais carecem ser adaptadas às circunstâncias da gestação, sendo considerável também um apoio psicológico (ANJOS; PASSOS; DANTAS, 2019).
De acordo com Nogaretti (2018) no período gestacional, o corpo passa por intensas adaptações aonde são considerados ajustes funcionais em resposta as alterações da carga fisiológica aumentada. Podendo acontecer modificações sistêmicas na postura, deambulação, metabolismo, sistema cardiovascular, sanguíneo, geniturinário, respiratório, equilíbrio ácido-básico, digestivo, pele e fâneros cutâneos.
O treinamento físico para as gestantes tem a necessidade de incluir a combinação de exercícios aeróbias abrangendo grandes grupos musculares e atividades que desenvolvam a força de determinados músculos.
3. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
De acordo com o estudo, a fisioterapia traz muitas contribuições no período Gestacional, uma vez que promove uma gestação serena e o profissional tem o papel de avaliar e orientar a paciente sobre as alterações físicas que ocorrem em seu corpo, a fim de ampliar seu conhecimento sobre as modificações fisiológicas impostas pela gravidez, informar e esclarecer maiores condições de passar por esse período tão delicado de maneira mais tranquila e prazerosa. A proposta da pesquisa procurou por meio da literatura obter um conhecimento mais amplo sobre a gestação e as alterações que a mulher sofre em seu corpo. Procurou por meio deste estudo analisar a importância da fisioterapia para diminuir dores e desconfortos, auxiliar no posicionamento da parturiente, a fim de contribuir para que ela se torne um elemento ativo no processo de parto, diminuindo assim, o tempo e a dor, durante o trabalho de parto
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os graus de intensidade de força correlacionados às seguintes variáveis: primíparas e multíparas, tipos de parto e existência ou não de perda urinária, não atingiram o valor crítico fixado, não podendo ser aplicado o Coeficiente de Contingência C (estatística). Mas, houve uma tendência da variável perda de urina em relação à diminuição da intensidade de força dos músculos do AP.
Concluiu-se que quanto maior a idade menor foi a força dos músculos do AP e vice-versa, de forma estatisticamente significante. Com isso, em acordo com a literatura atual, podemos inferir que a manutenção funcional dos músculos do AP é importante para preservar a força muscular local e a continência urinária em qualquer fase da vida da mulher.
Dentre as perspectivas pretende-se descrever os efeitos da multiparidade nas fibras reticulares e as do sistema elástico e na proliferação de células no estroma e parênquima dos órgãos associados á pelve e períneo.
Portanto,considerando os resultados obtidos para a força de contração muscular, será de grande valia a determinação dos tipos de fibras musculares esqueléticas na musculatura esfincteriana.
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4. LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Pelve Feminina
5. LISTAS DE ABREVIATURAS
Assoalho pélvico (AP)
Musculatura do assoalho pélvico (MAP).
Incontinência urinaria (UI)