MANAGEMENT OF CONSUMABLE MATERIALS IN THE HEALTH DEPARTMENT: A CASE STUDY ON THE STORAGE AND DISTRIBUTION OF RESOURCES IN THE MAUÉS HEALTH DEPARTMENT FOR THE UBS.
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202507051032
Bruno Pereira de Souza
Abigail Alegria de Lima
Orientador(a): Prof. Me. Carlos Alessandro Lima de Oliveira
RESUMO
O presente trabalho analisou a estrutura da armazenagem e distribuição de materiais de consumo na Secretaria de Saúde do município de Maués. Especificamente, buscou-se examinar as percepções dos profissionais envolvidos na gestão de materiais, identificar desafios e oportunidades de melhoria, e desenvolver recomendações para otimizar essa gestão. A metodologia empregada foi de natureza aplicada, com abordagem mista (qualitativa e quantitativa) e caráter exploratório. A coleta de dados incluiu pesquisa bibliográfica e a aplicação de um questionário com 10 perguntas fechadas a 6 funcionários da área de controle de estoque da Secretaria de Saúde de Maués. O estudo focou no setor financeiro da Secretaria Municipal de Saúde de Maués (AM). A pesquisa revelou que a Secretaria de Saúde de Maués possui uma estrutura formalizada para o controle de estoque, com 100% dos respondentes confirmando a existência de uma equipe dedicada. No entanto, o estudo também identificou desafios e áreas para desenvolvimento. A maioria dos profissionais tem menos de um ano de experiência, sugerindo a necessidade de programas contínuos de integração e capacitação. A otimização do espaço físico e da organização do almoxarifado foi apontada como o fator que traria a maior melhoria no controle de estoque. A Secretaria de Saúde demonstra uma abordagem proativa, com a maioria dos respondentes indicando a existência de um plano de melhoria contínua ou que ele está em desenvolvimento. Em síntese, o trabalho conclui que, apesar de uma gestão de estoque sólida e organizada, a otimização da infraestrutura física do almoxarifado é crucial para avanços. Recomenda-se a continuidade do investimento em capacitação, aprimoramento tecnológico e melhoria da comunicação intersetorial para consolidar uma gestão de materiais mais eficiente em benefício da saúde pública local.
Palavras-chave: Gestão de materiais; Saúde pública; Unidades Básicas de Saúde; Controle de despesas.
ABSTRACT
The research paper, titled “Management of Consumable Materials in the Health Department: A Case Study on the Storage and Distribution of Resources in the Maués Health Department for UBS.” The general objective of the research was to analyze the structure of storage and distribution of consumable materials in the Health Department of the municipality of Maués. Specifically, it aimed to examine the perceptions of professionals involved in material management, identify challenges and opportunities for improvement, and develop recommendations to optimize this management. The methodology employed was applied in nature, with a mixed approach (qualitative and quantitative) and an exploratory character. Data collection included bibliographic research and the application of a 10-question closed-ended questionnaire to 6 employees in the stock control area of the Maués Health Department. The study focused on the financial sector of the Municipal Health Department of Maués (AM). The research revealed that the Maués Health Department has a formalized structure for stock control, with 100% of respondents confirming the existence of a dedicated team. However, the study also identified challenges and areas for development. Most professionals have less than one year of experience, suggesting the need for continuous integration and training programs. The optimization of physical space and warehouse organization was pointed out as the factor that would bring the greatest improvement in stock control. The Health Department demonstrates a proactive approach, with most respondents indicating the existence of a continuous improvement plan or that it is under development. In summary, the work concludes that, despite solid and organized stock management, the optimization of the warehouse’s physical infrastructure is crucial for further advancements. Continued investment in training, technological improvement, and and enhanced inter-sectoral communication is recommended to consolidate more efficient material management for the benefit of local public health.
Keywords: Material management; Public health; Primary Health Units; Expense control.
1 INTRODUÇÃO
A crescente complexidade da gestão pública em saúde, associada a restrições orçamentárias e à alta demanda por serviços, impõe às instituições a necessidade de desenvolver práticas mais eficazes de gestão de recursos. Entre os diversos aspectos que impactam a sustentabilidade e a qualidade dos serviços ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), destaca-se a gestão de materiais de consumo nas Secretarias de Saúde . A disponibilidade e o uso racional desses insumos são essenciais para garantir a continuidade dos atendimentos, especialmente em municípios do interior, onde os recursos são ainda mais limitados.
Neste cenário, gestão de despesas com materiais de consumo deixa de ser uma função meramente operacional para assumir um papel estratégico dentro das organizações públicas de saúde. A ausência de planejamento, monitoramento e avaliação sistemática desse processo pode acarretar desabastecimentos, desperdícios, compras emergenciais com sobrepreço e, em última instância, prejuízos à população usuária do sistema. Assim, torna-se imprescindível desenvolver estudos que analisem criticamente a eficácia dos sistemas de controle existentes, propondo alternativas sustentáveis e alinhadas às melhores práticas de gestão pública.
O presente estudo foi desenvolvido durante o estágio supervisionado na Secretaria Municipal de Saúde de Maués (AM), com foco no setor financeiro, visando observar como ocorre a gestão de armazenagem e distribuição dos materiais de consumo na Secretaria de Saúde. A escolha do tema justifica-se pela relevância da gestão de insumos para o desempenho institucional das unidades de saúde, impactando diretamente na resolubilidade dos serviços e na satisfação dos usuários.
Além disso, o contexto de Maués, município localizado em uma região geograficamente isolada da Amazônia brasileira, impõe desafios logísticos adicionais à gestão de materiais, como dificuldades no transporte, escassez de fornecedores locais e instabilidade no abastecimento. Isso torna o planejamento e a gestão ainda mais cruciais para assegurar o funcionamento contínuo dos serviços. De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, Maués conta com seis UBS que realizam atendimentos em áreas como atenção primária, imunização, saúde da mulher e da criança, e controle de doenças crônicas. A ausência de um sistema eficaz de controle de materiais compromete diretamente a prestação desses serviços.
Nesse contexto, o estudo visou responder à seguinte problemática: Como se realiza a gestão de armazenagem e distribuição dos materiais de consumo na secretária de saúde do município de Maués, e quais são os desafios e oportunidades para melhorar a gestão de recursos?
O objetivo geral da pesquisa foi analisar como a gestão de armazenagem e distribuição de materiais de consumo na Secretária de Saúde do município de Maues. E os objetivos específicos se referem a: I- examinar as percepções dos profissionais envolvidos na gestão de materiais; II- identificar os principais desafios e oportunidades para melhorar gestão desses recursos; III- desenvolver recomendações para otimizar o a gestão de matérias na secretaria de saúde do município de Maués.
Teoricamente, a pesquisa ancora-se em dois eixos fundamentais: I. Os fundamentos da gestão de materiais e estoques, com base nos estudos de Gomes e Ribeiro (2020), Vieira (2009), Dumas (2013) e Ching (2016), que destacam a importância do planejamento de compras, controle de estoques e eficiência logística. II. Conceituação, estrutura e funcionamento das UBS no contexto do SUS;
Do ponto de vista metodológico, trata-se de uma pesquisa aplicada, de abordagem mista, ou seja, qualitativa e quantitativa, e com caráter exploratório. Foram utilizadas fontes bibliográficas, e realizado a aplicação de um questionário com 10 perguntas para 6 funcionários da área de controle de estoque. A análise centrou-se em dados administrativos relativos ao consumo de materiais, com o intuito de identificar padrões, ineficiências e lacunas nos processos de controle.
O artigo está estruturado em cinco seções a saber, a primeira seção aborda a introdução ao estudo que foi realizado, a segunda seção versa sobre a contextualização a Gestão de Recursos Materiais das Unidades Básicas de Saúde. A terceira seção apresenta os aspectos metodológicos que compõem o estudo. A quarta seção refere-se aos Resultados e Discussão, e tem-se na última seção a apresentação das Considerações Finais.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 GESTÃO DE RECURSOS MATERIAIS
Conforme afirma Chiavenato (2014), a gestão de materiais abrange de forma integrada todos os fluxos físicos e informacionais relacionados aos materiais dentro da organização, desde o planejamento e o controle das necessidades até as operações de compras, recebimento, inspeção de qualidade, armazenamento, controle de estoques, movimentação interna e distribuição. Trata-se de um processo sistêmico e estratégico que visa garantir o fornecimento contínuo e eficiente de insumos, com foco na redução de custos, na otimização dos recursos logísticos e na manutenção do equilíbrio entre oferta e demanda no ambiente produtivo.
De acordo com Gomes e Ribeiro (2020), a gestão de materiais envolve as atividades realizadas dentro de uma organização englobando as fases de reposição do estoque de materiais da unidade ou departamental, o que é essencial para o bom funcionamento de uma empresa.
Ressaltando que segundo Vieira (2009), a gestão de materiais inclui o fluxo de produtos para a organização, gestão de estoques e movimentação de atividades, relacionadas ao abastecimento da empresa. Além disso, essas atividades são responsáveis pelas compras e suprimentos da organização, pois afetam a economia e a eficácia da movimentação interna de materiais. Dumas (2013), afirma que se dividem em algumas partes denominadas subsistemas, sendo elas: controle de estoque, classificação de materiais, compra de material, almoxarifado, movimentação, recebimento, cadastro, inspeção de suprimentos e transporte de materiais.
Dificuldades são enfrentadas pelas empresas quando se trata de gestão de estoques, em razão de suas necessidades de mão de obra, espaço e máquinas que auxiliam sua manutenção. Em face disso foram criadas ferramentas para auxiliar no gerenciamento da maximização do estoque e no controle da entrega das matérias-primas (VIEIRA, 2009).
O gerenciamento de estoque necessita da utilização de métodos de controle e gestão. Esse controle de estoque é um procedimento frequente, caracterizado pelo controle da localização, quantidade e consumo de um determinado produto.
Ching (2016), enfatiza que a gestão eficiente de estoques requer a implementação de ferramentas de controle rigorosas, aliada à otimização do espaço físico e ao nivelamento adequado das cargas recebidas. Essas práticas são fundamentais para que as organizações possam estabelecer níveis de estoque precisos, reduzindo custos operacionais e prevenindo oscilações inesperadas causadas por variações na produção ou falhas logísticas, assegurando assim a continuidade e a estabilidade dos processos produtivos.
De acordo com Lima, Silva e Caliri (2020), o gerenciamento eficiente de recursos materiais em instituições de saúde é caracterizado por fluxos operacionais claramente definidos, que englobam as etapas de programação, aquisição, recepção, armazenamento, distribuição e controle, garantindo a disponibilidade adequada e o uso racional dos insumos para o funcionamento contínuo dos serviços.
2.2 UNIDADES BASICAS DE SAÚDE
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi afirmado na Constituição de 1988, alicerçado na premissa da saúde como direito de todos e dever do Estado e em princípios e diretrizes como a universalidade, equidade, integralidade, descentralização e controle social (BRASIL, 1988).
Conforme reportado no site oficial da Presidência da República, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) desempenham um papel crucial no Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro. UBSs atendem a população em geral, oferecendo atendimento de saúde primário, incluindo prevenção, diagnóstico e tratamento. Todos os municípios brasileiros e o Distrito Federal são elegíveis para receber recursos para construção das Unidades.
Segundo o Ministério da Saúde (2017), as Unidades Básicas de Saúde (UBS) são parte integrante da Rede de Atenção Básica, responsável por ações individuais e coletivas que englobam promoção, proteção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e redução de danos, visando a atenção integral no primeiro nível do Sistema Único de Saúde (SUS).
As Unidades Básicas de Saúde (UBS) desempenham papel fundamental no Sistema Único de Saúde (SUS), assegurando o acesso universal e equitativo aos serviços de saúde, com foco em ações de promoção e prevenção, além de viabilizar a descentralização da assistência ao aproximar os cuidados das comunidades (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019). A construção e modernização das UBSs seguem critérios rigorosos para garantir qualidade e acessibilidade. As propostas de construção devem ser enviadas pelos municípios e Distrito Federal, acompanhadas de documentação específica e seguindo padrões arquitetônicos fornecidos pelo Ministério da Saúde.
As UBSs são parte integrante do Sistema Único de Saúde (SUS), regulamentadas por leis e normativas federais que orientam sua estruturação e funcionamento. A Lei nº 8.080, de 19/09/1990 dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, instituindo o Sistema Único de Saúde (SUS).
O Brasil dispõe atualmente de mais de 47 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS) distribuídas em todo o território nacional, o que demonstra o comprometimento do Ministério da Saúde com o fortalecimento da atenção primária. Essa diretriz tem se concretizado, principalmente, por meio da Estratégia Saúde da Família (ESF), considerada a principal política de reorganização do modelo assistencial no âmbito da atenção básica. Entre os anos de 2022 e 2024, houve um incremento significativo no número de equipes da ESF, que passou de 52.358 para 61.262, conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde (2024).
De acordo com Victora et al. (2011), a ampliação da cobertura das Unidades Básicas de Saúde (UBS) tem desempenhado um papel relevante na redução das desigualdades regionais e socioeconômicas no acesso aos serviços de saúde no Brasil. Ao proporcionar atenção primária próxima às populações em situação de maior vulnerabilidade, as UBS contribuem para a superação de barreiras históricas de acesso, favorecendo a equidade e promovendo maior justiça social no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
A oferta de uma atenção primária de saúde qualificada nas Unidades Básicas de Saúde é determinante para a melhoria dos indicadores epidemiológicos populacionais, promovendo a redução de hospitalizações evitáveis e, consequentemente, diminuindo os custos financeiros e operacionais do sistema de saúde, reforçando a importância da atenção primária como pilar para a eficiência e sustentabilidade dos serviços públicos (MACINKO e HARRIS, 2015).
A proximidade das Unidades Básicas de Saúde com as comunidades facilita a identificação de demandas específicas, permitindo intervenções em saúde mais eficazes e adequadas às realidades regionais, aspecto essencial para a sustentabilidade das políticas públicas de saúde (PAIM et al., 2011).
3 METODOLOGIA
Esta pesquisa classifica-se, quanto à sua natureza, como aplicada, pois busca gerar conhecimento direcionado à solução de problemas práticos específicos (GIL, 2008). Quanto aos objetivos, caracteriza-se como exploratória, que de acordo com Gil (2002), as pesquisas exploratórias têm como objetivo principal proporcionar ao pesquisador um maior grau de familiaridade com o problema investigado, possibilitando a formulação de hipóteses ou o esclarecimento da questão em estudo. Entre as modalidades mais comuns de pesquisas exploratórias destacam-se pesquisa bibliográfica e estudo de caso.
A abordagem metodológica adotada é mista, que se fundamenta na interpretação dos fenômenos sociais, considerando os significados que lhes são intrínsecos ou aqueles construídos pelo pesquisador a partir da realidade contextual em que tais fenômenos se manifestam. Essa perspectiva valoriza a compreensão profunda dos sujeitos envolvidos, reconhecendo a complexidade, a subjetividade e as particularidades de suas experiências como elementos essenciais para a produção do conhecimento (NASCIMENTO, 2016).
O estudo foi organizado em etapas e teve seu início na Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA) do município de Maués, com foco no setor de distribuição financeira. A pesquisa adotou como métodos de procedimentos bibliográfico, os quais permitiram uma análise ampla e fundamentada sobre o tema investigado. Complementarmente, foi realizado um questionário estruturado em 10 perguntas fechadas, aplicado a 6 profissionais da Secretaria de Saúde de Maués, com foco específico na dinâmica da gestão e controle de estoque de materiais. A metodologia empregada permitiu a quantificação de variáveis pertinentes à eficiência dos processos logísticos internos. Os resultados obtidos fornecerão subsídios para uma compreensão aprofundada da percepção dos colaboradores em relação à infraestrutura existente, à alocação de recursos humanos, aos perfis dos materiais gerenciados, à periodicidade dos inventários, à prevalência de desequilíbrios no estoque (rupturas e excessos), ao impacto da disponibilidade de insumos básicos na qualidade dos serviços de saúde e à existência de estratégias de melhoria contínua. Adicionalmente, serão identificados e hierarquizados os fatores percebidos como catalisadores de maior aprimoramento.
Os resultados foram discutidos à luz de suas implicações para a eficiência operacional e a qualidade dos serviços prestados pela Secretaria de Saúde de Maués. Esta seção tem como finalidade apresentar uma análise detalhada dos gráficos resultantes de um questionário de entrevista sobre o controle de estoque na Secretaria de Saúde de Maués. O objetivo foi examinar as percepções dos profissionais envolvidos na gestão de materiais, abrangendo desde o tempo de atuação na Secretaria até os fatores considerados cruciais para a melhoria do controle de estoque. Através da interpretação desses dados visuais, buscou-se identificar padrões, desafios e oportunidades que possam subsidiar a otimização dos processos de gestão de suprimentos e, consequentemente, impactar positivamente a qualidade dos serviços de saúde oferecidos à população.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Este capítulo tem como objetivo apresentar e interpretar os resultados obtidos na pesquisa, bem como discuti-los, conectando-os à literatura existente e aos objetivos propostos. A análise detalhada dos dados permitirá não só compreender os achados, mas também discutir suas, limitações e contribuições para o campo de estudo. Dessa forma, buscamos oferecer uma visão abrangente e crítica do conhecimento gerado, abrindo caminho para futuras investigações e intervenções.
Gráfico 1- Tempo de atuação na secretaria de saúde.

Fonte: Elaborado pelo autor.
O Gráfico 1 mostrou que 83,3% dos respondentes têm menos de 1 ano de experiência, enquanto 16,7% têm mais de 4 anos de experiência. Não há respondentes nas categorias de 1 a 2 anos ou 3 a 4 anos. Isso indica uma força de trabalho com entrada muito recente, com uma notável ausência de experiência de médio prazo na data em que a pesquisa foi feita.
Gráfico 2- Existência de um setor ou equipe dedicada exclusivamente ao controle de estoque de materiais

Fonte: Elaborado pelo autor.
O Gráfico 2 mostrou claramente que 100% dos respondentes responderam “Sim”. Isso sugere que a Secretaria de Saúde possui uma estrutura formalizada para o controle de estoque, o que é um indicador positivo para uma gestão organizada de materiais. Ching (2016), enfatiza que a gestão eficiente de estoques requer a implementação de ferramentas de controle rigorosas, aliada à otimização do espaço físico e ao nivelamento adequado das cargas recebidas.
Gráfico 3- Os principais tipos de materiais armazenados e controlados.

Fonte: Elaborado pelo autor.
O Gráfico 3 mostrou que, materiais de escritório e materiais de limpeza os matérias que recebem maior controle e armazenamento. Materiais de escritório e limpeza são universalmente gerenciados.
Gráfico 4- Frequência da realização do inventário físico do estoque de materiais.

Fonte: Elaborado pelo autor.
O Gráfico 4 indicou que 40% dos respondentes afirmam que o inventário físico é feito mensalmente, 40% semanalmente e 20% diariamente. Não há respondentes para trimestralmente ou anualmente. Uma alta frequência de inventário físico (diário, semanal ou mensal) indica uma forte ênfase na manutenção de registros precisos de estoque e no monitoramento ativo dos níveis de materiais. De acordo com Lima, Silva e Caliri (2020), afirma que a gestão de negócios englobam as etapas de programação, aquisição, recepção, armazenamento, distribuição e controle, garantindo a disponibilidade adequada e o uso racional dos insumos para o funcionamento contínuo dos serviços.
Gráfico 5 – A Frequência que ocorrem rupturas de estoque.

Fonte: Elaborado pelo autor.
O Gráfico 5 mostrou que 66,7% dos respondentes relataram que as rupturas de estoque ocorrem “Raramente” e 33,3% relataram que ocorrem “Ocasionalmente”. Nenhum respondente indicou “Frequentemente”. Isso sugere que as rupturas de estoque de materiais essenciais não são um problema frequente dentro da Secretaria de Saúde, indicando uma cadeia de suprimentos relativamente eficaz para itens críticos.
Gráfico 6 – Frequência que ocorrem excessos de estoque.

Fonte: Elaborado pelo autor.
O Gráfico 6 indicou que 66,7% dos respondentes afirmam que o excesso de estoque acontece “Raramente”, enquanto 33,3% o experimentam “Ocasionalmente”. Nenhum respondente relatou “Frequentemente”. Similar às rupturas de estoque, o excesso de estoque também não é um problema generalizado ou frequente, o que aponta para práticas razoáveis de gerenciamento de estoque que minimizam o desperdício devido à obsolescência ou vencimento.
Gráfico 7 – Impacto da distribuição de material de expediente e limpeza na qualidade dos serviços oferecidos nas UBS.

Fonte: Elaborado pelo autor.
Observa-se no Gráfico 7 que a totalidade dos respondentes (100%) afirma que a distribuição de material de expediente e limpeza exerce um impacto positivo direto na qualidade dos serviços prestados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Esse dado ressalta o papel crucial desses suprimentos para o bom funcionamento das UBS e a percepção de excelência no atendimento.”
Gráfico 8 – Maior impacto na distribuição (ou falta dela) de material de expediente e limpeza nas UBS.

Fonte: Elaborado pelo autor.
O Gráfico 8 mostra, que 100% dos respondentes notaram um impacto na “Organização e higiene do ambiente”; 83,3% citaram um impacto no “Conforto e segurança para usuários e profissionais”; 66,7% identificaram um impacto na “Realização de tarefas administrativas (registros, form…)”; 66,7% também identificaram um impacto na “Produtividade dos profissionais” e 50% indicaram um impacto na “Imagem geral da UBS”. Os impactos mais significativos do material de expediente e limpeza são na higiene e organização do ambiente imediato, bem como no conforto e segurança dos que estão dentro da UBS. Eles também desempenham um papel crucial na eficiência administrativa e na produtividade profissional.
Gráfico 9 – Plano de melhoria contínua para o controle de estoque de materiais na Secretaria de Saúde.

Fonte: Elaborado pelo autor
O Gráfico 9 revela que 50% dos respondentes afirmaram “Sim” para a existência de um plano de melhoria contínua para o controle de estoque de materiais. Adicionalmente, 33,3% indicaram que tal plano está “Em desenvolvimento” , enquanto 16,7% responderam “Não”. Essa distribuição de respostas sugere que a maioria da Secretaria de Saúde tem um plano de melhoria contínua em vigor ou está em processo de desenvolvê-lo , o que aponta para uma abordagem proativa na otimização dos processos de controle de estoque. De acordo com Lima, Silva e Caliri (2020), o gerenciamento eficiente de recursos materiais em instituições de saúde é caracterizado por fluxos operacionais claramente definidos, que englobam as etapas de programação, aquisição, recepção, armazenamento, distribuição e controle, garantindo a disponibilidade adequada e o uso racional dos insumos para o funcionamento contínuo dos serviços.
G ráfico 10- Fator de maior melhoria para o controle de estoque de materiais na Secretaria de Saúde.

Fonte: Elaborado pelo autor.
O Gráfico 10 apresenta as seguintes afirmações: 50% acreditam que a “Otimização do espaço físico e da organização do almoxarifado” traria a maior melhoria; 16,7% cada citaram a “Implementação de um novo sistema de software de gestão de estoque”, “Treinamento e capacitação contínua da equipe” e “Maior integração e comunicação entre os setores (compras, almoxarifado)”. Nenhum respondente selecionou “Aumento do número de profissionais dedicados ao estoque”.
A otimização do espaço físico e da organização do almoxarifado é percebida como o fator mais impactante para a melhoria do controle de estoque. Embora soluções tecnológicas, treinamento e melhor comunicação entre setores sejam considerados importantes, o aumento do quadro de profissionais não é visto como uma prioridade para a melhoria.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa realizada sobre a gestão de materiais na Secretaria de Saúde de Maués, fundamentada nas percepções dos profissionais atuantes, revela um cenário com pontos fortes e áreas estratégicas para aprimoramento e trazendo a resposta sobre como se realiza a gestão de armazenagem e distribuição dos materiais de consumo na secretária de saúde do município de Maués, e quais são os desafios e oportunidades para melhorar a gestão de recursos?
Os principais achados incluem que existe uma estrutura formalizada para a gestão de materiais, com 100% dos respondentes confirmando a existência de um setor ou equipe dedicada a gestão de materiais. A alta frequência de inventários físicos (diário, semanal ou mensal) e a baixa incidência de rupturas ou excessos de estoque são indicadores de uma operação de estoque relativamente eficaz para os materiais gerenciados. A distribuição de material de expediente e limpeza tem um impacto positivo unânime na qualidade dos serviços nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
No entanto, o estudo também aponta áreas com limitações, a composição da força de trabalho, com a maioria possuindo menos de um ano de experiência, sugere a necessidade de programas robustos de integração e capacitação contínua para mitigar a lacuna de experiência de médio prazo. A prioridade para melhoria converge significativamente na otimização do espaço físico e da organização do almoxarifado, indicando que, apesar dos avanços, há um reconhecimento da necessidade de otimizar a infraestrutura existente para alcançar maior eficiência. A existência de planos de melhoria contínua reforça uma postura proativa da Secretaria.
Em síntese, embora a Secretaria de Saúde de Maués demonstre uma base sólida e organizada na gestão de seus estoques, a otimização da infraestrutura física do almoxarifado emerge como o principal vetor para avanços. A continuidade do investimento em capacitação e aprimoramento tecnológico, juntamente com a melhoria da comunicação intersetorial, complementará essa base, consolidando uma gestão de materiais ainda mais resiliente e eficiente em benefício da saúde pública local.
Especificamente, a pesquisa destaca a necessidade de: Otimização da infraestrutura física do almoxarifado; a continuidade do investimento em capacitação da equipe; aprimoramento tecnológico e melhoria da comunicação intersetorial, essas áreas representam oportunidades para futuras investigações e implementações que podem consolidar uma gestão de materiais ainda mais eficiente e resiliente para a saúde pública local.
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