PARTICIPATORY TEACHING STRATEGIES: FACILITATING THE TEACHING PRACTICE OF 4TH AND 5TH YEARS, ELEMENTARY EDUCATION, STATE SCHOOL PROFESSORA MYRTHES MARQUES TRIGUEIRO
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10953219
Suélia Cardoso da Silva¹
RESUMO
Este estudo analisa as estratégias didáticas participativas, a partir da perspectiva educacional da ação dos educadores. O estudo foi realizado na Escola Estadual Professora Myrthes Marques Trigueiro. A população do estudo foram nove (09) professores de 4º e 5º anos, do Ensino Fundamental, de Língua Portuguesa e Matemática. Houve análise de documentos, observação participante, entrevistas por meio de questionário, com perguntas abertas e fechadas. Os docentes foram observados, durante as aulas, para analisar sua prática pedagógica e métodos que utilizam, responderam questionários no início e final do estudo. Ao analisar os resultados das entrevistas, foram pontuadas questões necessárias para intervir, com o objetivo de contribuir com o trabalho do professor. A intervenção foi realizada em colaboração com o docente, foram apresentadas estratégias de ensino, por meio de apresentação do estudo, por práticas dialogadas, com atividades individuais e coletivas, por meio do lúdico, de jogos e brincadeiras, de material concreto, com atividades práticas, retomando uma perspectiva educativa participativa na atuação dos educadores. Estas estratégias possibilitaram contribuir com as práticas docentes, para desenvolver da melhor forma o processo de ensino. Os resultados confirmam que a metodologia participativa é essencial no processo educativo, por permitir que os participantes atuem efetivamente e consequentemente desenvolva seu aprendizado.
Palavras chave: metodologia; participação; aprendizagem.
ABSTRACT
This study analyzes participatory didactic strategies, from the educational perspective of the action of educators. The study was carried out at the Professora Myrthes Marques Trigueiro State School. The study population consisted of nine (09) 4th and 5th grade teachers, from Elementary School, Portuguese Language and Mathematics. There was document analysis, participant observation, interviews through a questionnaire, with open and closed questions. Teachers were observed, during classes, to analyze their pedagogical practice and the methods they use. They answered questionnaires at the beginning and end of the study. When analyzing the results of the interviews, questions necessary to intervene were pointed out, with the aim of contributing to the teacher’s work. The intervention was carried out in collaboration with the teacher, teaching strategies were presented, through the presentation of the study, through dialogued practices, with individual and collective activities, through play, games and games, concrete material, with practical activities, resuming a participatory educational perspective, in the performance of educators. These strategies made it possible to contribute to teaching practices, to develop the teaching process in the best way possible. The results confirm that the participatory methodology is essential in the educational process, as it allows participants to act effectively and consequently develop their learning.
Keywords: methodology; participation; learning.
1. INTRODUÇÃO
O presente estudo visou contribuir com a prática pedagógica dos professores, de Língua Portuguesa e Matemática, dos 4º e 5º anos, do Ensino Fundamental, da Escola Estadual Professora Myrthes Marques Trigueiro, na perspectiva de colaborar com o professor, através de estratégias e didáticas participativas, de forma que envolva o aluno a participar ativamente de seu aprendizado.
O estudo possibilitou compreender as relações dos dados coletados, buscando uma interpretação da realidade por meio de observações, entrevistas, questionários, registros e análises de documentos que oferecem subsídios para contribuir com a prática docente. Foi realizada também a pesquisa bibliográfica que ofereceu suporte teórico para o estudo.
Como fonte e instrumento de coleta de dados para a pesquisa, a observação, realizada durante o estudo, possibilitou obter determinados aspectos da realidade do campo, tanto por meio da observação sistemática, da elaboração de questionários para obtenção de registros padronizados das observações feitas, quanto pelas observações naturais.
O artigo apresenta as formas de educação participativa, explanando sobre metodologias e didáticas, de forma que sejam aplicados os princípios da participação, contribuindo para fortalecer a aprendizagem significativa.
Por meio do estudo foi possível analisar a prática docente e apresentar relevantes contribuições ao trabalho pedagógico do professor, através de métodos e estratégias participativas, na busca de facilitar o aprendizado discente.
Nesse sentido, compreende-se que para consolidar o conhecimento teórico e prático docente, a formação continuada, deve ser aquela que vise à articulação com a prática do professor, de maneira sistemática, contínua, voltada para as necessidades formativas dos docentes e respaldada por mediadores culturais que lhes permitam ir além do imediato.
2. ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS PARTICIPATIVAS: facilitando a prática docente dos 4º e 5º anos, do ensino fundamental, da Escola Estadual Professora Myrthes Marques Trigueiro
A prática docente atual, no processo de ensino-aprendizagem, tem apresentado preocupações sobre o método e didática aplicada aos educandos, visto que, ao analisar criticamente o exercício do professor, em sala de aula, verifica-se a passividade discente, pois apresentam-se sem interesse nos estudos, apenas receptivos, em que não participam das aulas ativamente.
Contudo, entende-se que se faz necessário envolver o estudante no processo de ensino, por meio de metodologias e didáticas pedagógicas diversificadas, adequadas ao nível do conhecimento discente, relacionadas aos currículos escolares, com técnicas e estratégias de ensino e de aprendizagem, que promova reflexões e desenvolvimento educacional.
Conforme Leal (2004), ao ensinar é necessário que haja compreensão, em que o professor seja mediador do conhecimento, promovendo situações didáticas diversificadas, que envolva o educando a participar ativamente do processo de ensino, favorecendo o desenvolvimento e aprendizado discente. Por isso, o docente precisa considerar que:
é imprescindível, no processo pedagógico, que nós, professores, planejemos nossa ação considerando os princípios teórico-metodológicos que desejamos adotar, os conhecimentos já construídos pelos alunos dentro e fora da escola sobre o objeto de ensino e a natureza do conhecimento a ser enfocado (Leal, 2004, p. 77).
Freire (1996, p. 25), defende que o professor precisa: “Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. Ressaltando ainda que é essencial uma pedagogia pautada na solidariedade, na ética, no respeito à dignidade e autonomia discente.
Portanto, com base em Vigotski (2000), compreende-se que o trabalho pedagógico deve estar associado ao contexto social em que o aluno está inserido, pois o entorno socioeducativo precisa ser considerado, em uma perspectiva histórica, promovendo a pedagogia da inclusão social.
Vigotski, (2000), destaca que é pela cultura que o homem forma o seu processo de vida social e individual, portanto, considera a educação como uma forma social de organização do conhecimento, capaz de levar o indivíduo à apropriação do conhecimento historicamente acumulado.
Para a construção de uma nova prática educacional, Salinas e Núñez (2020) defendem uma educação para todos por meio de valores universais para o bem e patrimônio da humanidade. Os autores ressaltam a importância de repensar a prática em contexto de liberdade e democracia. Enfatizam que as práticas pedagógicas possibilitam interpretar o significado da realidade, estrutura básica de experiência da vida. Que as práticas são os conhecimentos sistemáticos e codificados, dilemas a serem resolvidos na vida cotidiana. Em que, a estrutura social da prática docente e a concepção de conhecimento é uma forma de desenvolver o aprendizado, permitindo interpretar os significados da realidade.
Ressalta, Leal (2010), que para desenvolver uma ação consistente é essencial refletir sobre a prática, pois facilita o exercício docente, tendo mais capacidade de improvisar situações quando necessário, de acordo afirma Marcelo (1998, p. 52) que:
A improvisação desempenha papel importante no processo de reflexão-naação, uma vez que o professor tem de ter a capacidade de variar, combinar e recombinar, em movimento, um conjunto de elementos de uma dada situação.
No trabalho docente a reflexão sobre as ações tem um papel relevante, conforme Leal (2010, p. 96), cita os autores abaixo, que:
São as observações, os registros de situações e as reflexões sobre essas observações que lhe possibilitam distanciar-se de seu fazer e compreendê-lo de forma mais ampla, não mais como simples agir, mas como uma ação didática possível de ser generalizada e transferida para novas situações. Sem uma ação reflexiva, suas experiências, por melhores que sejam, mantém-se no âmbito da vivência, circunscritas àquele grupo e momentos únicos em que foram concebidas (Magalhães; Yazbek (1999, p. 37).
Nesse contexto, Freire (1996), retrata a importância da reflexão crítica sobre a prática docente, que deve ser contínua na formação e exercício permanente do professor, em um movimento dialético e dinâmico que envolve o pensar e o fazer docente, em que caminham juntas a teoria e a prática, instigando a curiosidade do aluno, na busca de facilitar seu aprendizado.
A relação entre professor e aluno também envolve a relação teoria e prática, visto que é através dos gestos, das atitudes, das percepções, em que ambos observam o posicionamento do outro, que precisam ser de acordo com a teoria, ou seja, com o que é defendido, com o que é falado, pois o estreitamento dessas relações é essencial no espaço democrático escolar, eis que favorece o processo de ensino e aprendizagem.
Freire, (1996), ressalta que é necessário estimular a pergunta, pois a curiosidade discente não pode ser impedida por procedimentos autoritários, eis que o processo de aprender e ensinar move-se por meio da curiosidade, que quanto mais praticada, fortalece o conhecimento. O autor considera ser de extrema relevância saber escutar o aluno, pois na comunicação, através da fala e da escuta é fundamental no processo de comunicação dialógica. Freire enfatiza que o educador democrático deve motivar quem escuta, colocando-se a disposição para ouvir, sempre com palavras incentivadoras, provocando a curiosidade crítica no educando para sua compreensão, pois ao saber escutar, o docente desenvolve da melhor forma seu posicionamento.
Nesse sentido, considera-se ser de fundamental importância envolver a participação do estudante no processo de ensino, visto que através de métodos e técnicas, da utilização de estratégias, incentivando o aluno a desenvolver tarefas, na busca de conhecimentos, tanto facilita o trabalho do professor quanto melhora o aprendizado discente.
A metodologia participativa tem por base o princípio fundamental da participação, em que são usadas ferramentas e técnicas para atingir o mesmo objetivo, de forma que favoreça a participação dos sujeitos e o processo dialógico, nas relações sócioeducativas.
Com base no Portal Educação, a didática é uma forma prática de ensino pedagógico, que aplica métodos e técnicas teóricas convenientes que contribuam no processo de aprendizagem discente. Ressalta-se que a didática tanto favorece o desenvolvimento do estudante, quanto facilita exercício docente, possibilitando buscar estratégias, fontes de ensino que auxiliam a prática do professor.
Ventosa, (2017), defende que a didática da participação é uma necessidade educacional, que visa o sujeito e a sociedade que deseja formar, visto que, a participação tem uma dimensão social e educativa. Destacando que o desenvolvimento e aplicação da participação só será possível por meio de seu aprendizado e exercício em contextos sociais propícios.
Luama e Miklos (2021) enfatizam a necessidade do modelo participativo, diante a necessidade do cenário atual educativo, porém enfatizam que os resultados dessa mudança de modelo ocorrerá aos poucos, mas que é relevante dar o primeiro passo, visto que o método da participação é essencial na prática docente, que envolve aspectos sócioculturais, para a formação de um indivíduo participativo, autônomo e responsável.
Nesse sentido, considera-se que a metodologia e a didática participativa pressupõem diversificadas práticas de ensino-aprendizagem que permitam a efetiva participação dos sujeitos, valorizando as trocas de experiências e aprendendo com prazer, por meio de jogos atrativos, resolução de situações-problema que façam real sentido para o aprendizado.
Os professores responderam um questionário com perguntas abertas e fechadas no início do estudo, no qual foi realizada análise com base nas respostas docentes, apresentada na tabela abaixo:
Ao examinar a prática docente, por meio de observações durante as aulas, foi extremamente relevante, pois, possibilitou identificar os métodos de ensino utilizados, servindo de base para pontuar as questões necessárias para intervir, possibilitando apresentar aos docentes estratégias didáticas participativas para colaborar com sua ação educacional.
As técnicas e estratégias didáticas participativas apresentadas abaixo foram desenvolvidas com os professores, ao fechamento do estudo realizado, com a finalidade de contribuir com a prática pedagógica docente, possibilitando despertar interesse dos alunos e promover sua participação ativa no processo de aprendizagem.
2.1. TÉCNICAS E ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS PARTICIPATIVAS
ADEDONHA / ABECEDÁRIO / STOP
Objetivos:
- Escrever palavras com uma letra do alfabeto, dentro de cada tema, no menor tempo possível;
- Identificar Substantivos Próprios e Comuns, Verbos, Adjetivos…
- Listar palavras em ordem alfabética; • Fazer contagem de 5 em 5, 10 em 10;
- Realizar cálculos de adição.
Material: Cartelas contendo os temas para cada aluno;
Número de jogadores: Toda a turma ou equipes.
COMO JOGAR:
- O preenchimento do quadro poderá ser feito individualmente ou em equipe.
- Deverá ser escolhida uma letra do alfabeto, por sorteio, e com ela, como inicial, escrever uma palavra em cada tema do quadro no menor tempo possível ou em até 2 minutos.
- Quem terminar o quadro antes do tempo máximo deverá falar STOP e os demais participantes deverão parar seu preenchimento de seus quadros. Somente pode falar STOP após preenchimento do quadro completo.
- Cada resposta dos participantes deverá ser conferida. Se não houver preenchimento ou estiver incorreto, não há pontuação. Se houver acerto, mas outro(s) participante(s) repetir(em) a mesma resposta, estes ganham 5 pontos. Se apenas 1 participante acertar a resposta, ele ganhará 10 pontos.
- Os pontos deverão ser somados ao final de cada rodada.
- O vencedor será aquele que acumular o maior número de pontos.
Sugestões de temas:
Variantes:
- Com o auxílio do alfabeto móvel, professor pode dar continuidade ao jogo passando por entre os estudantes e solicitando que tirem uma pedra da caixa e não mostrem a ninguém;
- Eles deverão preencher uma linha do STOP/Abecedário/Adedonha com a letra escolhida;
- Ao término dos 2 minutos solicitar que elaborem um texto com as palavras escritas;
- Em seguida, pedir que cada estudante leia o seu texto e a turma deverá adivinhar qual foi a letra sorteada pelo colega.
QUEBRA-CABEÇA DE PALAVRAS E TEXTOS FATIADOS
Objetivos:
- Favorecer que o aluno se aproprie de “modelos” de expressão escrita, representados pelos diversos gêneros textuais;
- Identificar as estruturas textuais encontradas em diferentes tipos de narrativa de modo lúdico.
- Favorecer que o processo de produção de textos seja um momento de interação entre alunos e professor;
- Alternar produções orais e escritas; individuais; em grupo e coletivas;
- Desenvolver atitudes de escuta, respeito e avaliação do texto do outro, bem como respeito por visões de mundo distintas.
Material: Histórias digitadas em papel A4 e fatiadas (início, meio e fim) para compor o quebra-cabeça.
Número de jogadores: Todos os alunos da turma.
Como jogar:
Utilizando pequenos textos literários digitados (os mais indicados para esta atividade são os gêneros: contos, lendas e as fábulas), o (a) professor(a) recorta as partes da estrutura textual, como algumas do início, outras do desenvolvimento da narrativa e o seu final, para que os estudantes montem o texto.
Esta atividade é muito útil para que o estudante compreenda as estruturas textuais encontradas em diferentes tipos de narrativa de modo lúdico.
Sugestão de texto para “fatiar”: Cinderela – Autor: Masaru Mizutani
BAÚ DA POESIA
Objetivo: ampliar o repertório de poemas e de autores conhecidos pelos alunos.
Material:
- 1 Baú decorado (Caixa de papelão);
- 5 poemas de 5 autores diferentes (poema ilustrado)
Número de jogadores: Toda a turma.
Procedimentos:
O professor deve providenciar previamente o Baú de Poesias, que deve seguir a seguinte estrutura:
- O baú pode ser uma caixa de papelão (por exemplo: caixa de papel ofício, de sapatos etc.).
- Deve ser decorado com cores divertidas (por exemplo: pode-se fazer colagem de retalhos de E.V.A, papéis coloridos ou pedaços de tecidos, decupage ou papietagem etc.).
- Dentro deve conter: 5 poesias de 5 autores diferentes. Totalizando assim a soma de 25 textos.
- Se possível, as poesias podem estar acompanhadas de ilustrações (Exemplo: pode colar figuras de revistas que ilustrem o que está sendo dito).
- Cada poema deve estar em folha individual.
Estratégias:
Para realização da atividade da leitura de novos poemas, o professor deve organizar a turma numa roda (círculo).
O Baú deve passar pela roda lentamente e cada um pegará um poema. O professor deve conduzir a atividade sempre lembrando que não vale olhar, pois a escolha será aleatória, pois um dos objetivos desta atividade é causar expectativas nos alunos.
Quando todos tiverem com seus poemas em mãos, o professor deve solicitar que cada um leia primeiro o nome do autor.
Em seguida, serão formados 5 grupos, cada grupo deve ter poemas do mesmo autor.
Na sequência o professor solicitará a leitura silenciosa dos poemas, e depois, cada um lerá em voz alta para o grupo.
Para o desenvolvimento desta atividade, o professor deve orientar os alunos na realização de jogos dramáticos, que consistem em expressar com gestos, entonação de voz e outros recursos o conteúdo que está sendo lido. Portanto, a leitura para o grupo será acompanhada de gestos e expressões teatrais, de modo que os alunos consigam expressar a ideia do poema e os sentimentos que o autor quis passar.
BINGO DA SUBTRAÇÃO, ADIÇÃO, MULTIPLICAÇÃO, DIVISÃO E DAS FRAÇÕES
Objetivos:
- Desenvolver o raciocínio lógico matemático;
- Reconhecer números e desenvolver operações matemáticas;
- Conhecer a tabuada da subtração, adição, multiplicação e divisão.
Conteúdo: Subtração, Adição, Multiplicação e Divisão.
Material: Cartelas de Bingo com os produtos da operação em estudo; Pedras para cantar o bingo.
Exemplos:
Número de Jogadores: De acordo com o número de estudantes da turma.
COMO JOGAR:
- Esse jogo é semelhante ao bingo tradicional.
- Sorteia-se uma carta contendo uma operação (subtração, adição, multiplicação e divisão).
- A operação ditada deve ser efetuada mentalmente e/ou oralmente e o participante precisa buscar em sua cartela o resultado correspondente.
- Vence o jogo da mesma forma que no jogo tradicional (completar uma sequência na horizontal, vertical ou transversal ou ainda cartela cheia). Fica a critério do professor, mas deve ser combinado antes de começar o jogo.
Variação:
Podem ser realizadas com as quatro operações matemáticas ou apenas com a operação em estudo.
BINGO DAS FRAÇÕES
Objetivos:
- Desenvolver o raciocínio lógico matemático;
- Explorar as diferentes formas de representação das frações;
- Analisar a relação entre frações na forma gráfica e numérica;
- Utilizar números para representar frações gráficas;
- Fazer simplificações de frações;
- Identificar frações com o mesmo denominador;
- Realizar adição de fração com o mesmo denominador;
- Desenvolver o cálculo mental por meio da resolução de problemas envolvendo frações.
Conteúdo: Representação fracionária de números racionais.
Material:
- Cartelas de Bingo com os produtos da Fração.
- Produtos para “cantar” o Bingo;
- Pedras, tampinhas ou para marcar o Bingo
Número de Jogadores: De acordo com o número de estudantes da turma.
Regras:
COMO JOGAR:
- Distribuir uma cartela contendo dez frações para cada aluno.
- O professor terá uma caixa com fichas contendo operações com frações (situações problemas) e fará o sorteio.
- Os alunos resolvem a operação sorteada e aquele que tiver a fração resultante da operação marca na sua cartela.
- Vence o jogo quem preencher a cartela inteira primeiro.
Variação:
- Dependendo do nível da turma, o professor pode apenas ler/ditar a fração e os alunos marcarão na cartela.
- As situações problemas devem ser trabalhadas antecipadamente com os alunos.
BINGO DAS FRAÇÕES
Situações Problemas para cantar o Bingo
1) Marque em sua cartela a fração correspondente às seguintes sentenças:
a) Paulo comeu três sextos de uma pizza.
Resposta: 3/6
b) Na garrafa, ainda há três décimos de guaraná.
Resposta: 3/10
c) João correu trinta e cinco centésimos da pista de corrida.
Resposta: 35/100
d) A água cobre dois terços da superfície da Terra.
Resposta: 2/3
2) Que fração corresponde a:
a) Três dias de uma semana?
Resposta: 3/7
b) Cinco horas de um dia?
Resposta: 5/24
c) Um mês de um ano?
Resposta: 1/12
d) Dois meses de um semestre?
Resposta: 2/6
3) Um chocolate foi dividido em cinco pedaços iguais.
a) Cláudia pegou um pedaço. Qual é a fração que representa o pedaço que ela pegou?
Resposta: 1/5
b) Beto pegou dois pedaços. Que fração do chocolate ele pegou?
Resposta: 2/5
c) Que fração do chocolate eles pegaram juntos?
Resposta: 1/5 + 2/5 = 3/5
d) Que fração do chocolate representa o todo?
Resposta: 5/5
4) João abriu um pacote de pão de forma que tinha oito fatias. Ele pegou duas fatias para fazer um sanduiche.
a) Que fração do pão ele pegou?
Resposta: 2/8
b) Que fração do pão restou?
Resposta: 6/8
5) Na turma do professor Luiz, foram matriculados 30 alunos. Desses alunos, 12 usam óculos. Que fração do total de alunos representa:
a) Os alunos que usam óculos?
Resposta: 12/30
b) Os alunos que não usam óculos?
Resposta: 18/30
Observação: Todos os professores receberam o material completo, em formato digital, e alguns docentes receberam o material físico ao serem premiados no Bingo dos Nomes Próprios, no dia de apresentação do estudo, realizado na Escola Campo.
3. Conclusões
Conclui-se, com base no estudo, nos dados coletados e intervenção realizada na Escola Estadual Professora Myrthes Marques Trigueiro, com os professores de Língua Portuguesa e Matemática, dos 4º e 5º anos, do Ensino Fundamental, que o trabalho realizado atingiu o objetivo proposto, havendo contribuição à prática pedagógica docente.
Ao participarem do estudo, os professores também responderam um questionário com perguntas abertas e fechada, ao final da pesquisa, para sinalizar a importância do estudo, conforme apresentado na tabela abaixo:
Com base nos dados coletados acima foi possível perceber que os professores consideraram o estudo de grande relevância para suas práticas, conforme registraram os resultados com as respostas docentes apresentadas na tabela acima. Verificou-se também, com base nas respostas e falas docentes, a necessidade de Cursos de Formação Continuada, que possibilitem adquirir estratégias para maior envolvimento e participação discente.
A partir do estudo, considera-se que para especificar as estratégias e técnicas pedagógicas que melhoram a participação ativa do educando, entende-se, a partir de embasamento teórico, que o educador precisa ter habilidades de pensar no processo educativo, criando estratégias metodológicas para atrair a atenção e despertar interesse do aluno. Havendo a necessidade de respeitar e valorizar o conhecimento prévio discente.
No entanto, é importante, ainda, envolver o estudante, de modo que ele construa coletivamente o conhecimento, através da interação e participação ativa, fazendo parte do processo educativo, possibilitando desenvolver um cidadão crítico e reflexivo na vida, em sociedade.
Contudo, no processo formativo do docente, se faz necessário estabelecer metodologias adequadas a aprendizagem discente, metodologias de ensino junto a seleção de objetos de conhecimento, relacionados, a prática pedagógica que proporcione ao aluno adquirir conhecimentos, tendo domínio às habilidades e competências educacionais, compreendendo os interesses que contribuam para o desvelamento e para a solução das contradições sociais impostas pelo projeto econômico dominante.
Por fim, com base nas falas e respostas docentes nos questionários, considera-se, ainda, que a formação inicial não é suficiente para que o professor apreenda todos os elementos do trabalho docente em profundidade, fazendo-se necessário o seu vínculo com a formação continuada, porém sustentada em conhecimentos científicos tomados em seu movimento histórico de constituição.
Recomendações
Recomenda-se ser necessário o Estado responsabilizar-se em garantir políticas públicas de formação continuada, para que se efetivem as condições objetivas condizentes e comprometidas com a formação de professores voltada para a formação humana.
Nessa perspectiva, a escola deve-se pensar em uma educação constituída em um processo de luta e contrária à alienação, relacionando esta com as situações sociais, econômicas e políticas, que determinam a sociedade capitalista, possibilitando formar sujeitos conscientes e emancipados, capazes de transformar e intervir na sociedade, contribuindo para uma educação humanizadora.
Educar nesse século significa que o docente precisa ter um olhar inovador, assimilando as transformações provocadas pelos avanços tecnológicos, de forma que a inclusão digital escolar permita pensar a tecnologia, a partir da realidade discente. Em que o docente necessita utilizar metodologia de ensino de novos tempos, ou seja, um modelo mais adequado ao século XXI.
É nessa direção que considera-se relevante organizar e realizar uma perspectiva de formação continuada de professores, que possibilite a aprendizagem dos envolvidos no processo e a interação mútua dos sujeitos em constante crescimento intelectual, favorecendo o desenvolvimento profissional, em que o professor possa reconhecer o seu papel como mediador do processo de apropriação de conhecimento, para o desenvolvimento.
Portanto, recomenda-se aos pesquisadores aprofundar seus conhecimentos na compreensão que o processo de formação continuada, que busca superar as práticas do trabalho pedagógico do professor, deve partir das necessidades do docente, dando-lhes voz e possibilitando trocas de experiências vivenciadas na escola e reflexão sobre elas, sendo mediada pelo conhecimento científico, tomado historicamente.
REFERÊNCIAS
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¹Mestre em Ciências da Educação; Professora Nível Superior da Educação de Jovens e Adultos – EJA; Pedagoga da Secretaria de Educação do Estado do Amazonas.