YOUTH AND ADULT EDUCATION: FACTORS THAT INFLUENCE SCHOOL DROPOUT AMONG STUDENTS OF YOUTH AND ADULT EDUCATION AT THE STATE SCHOOL SENADOR JOÃO BOSCO RAMOS DE LIMA, MARAÃ-AMAZONAS, BRAZIL
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202509191320
Maria da Conceição Alves Ferreira
Resumo
O presente Artigo discute sobre a Educação de Jovens e Adultos, onde pontua-se os fatores que possibilitam a evasão escolar na modalidade da EJA, bem como sobre as expectativas futuras dos alunos da Escola Estadual Senador João Bosco ramos de Lima, Maraã-Amazonas-Brasil. Teve como objetivo geral conhecer os fatores que influenciam na evasão dos alunos da Educação de Jovens e Adultos, da Escola Estadual Senador João Bosco Ramos de Lima, Maraã, Amazonas./Brasil. A pesquisa foi de cunho qualitativo, através de um estudo de caso. Os procedimentos metodológicos adotados foram: pesquisa exploratória, pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo, com a aplicação de questionários e/ou entrevistas. Busca-se, constatar através de descobertas científicas que os fatores econômicos, familiares e sociais são determinantes para a evasão escolar e/ou retorno dos alunos na modalidade da EJA, e também procura-se conhecer as expectativas futuras destes alunos, haja vista que existem inúmeros problemas de ordem econômica, os quais têm contribuído para evasão escolar e, estes são visíveis através da falta de vínculo empregatício, causado pelas desigualdades sociais, a formação do professor e a família. Verifica-se que há a necessidade da equipe gestora da escola, juntamente com os professores, desenvolverem ações que busquem possíveis soluções nos casos de evasão escolar na modalidade EJA. Essas ações devem refletir sobre as práticas da escola, visando propostas que reconheçam as individualidades e diversidades do aluno da Ensino de Jovens e Adultos. Nesse sentido, a escola deve buscar encontrar as múltiplas faces destes problemas, os quais estimulam e induzem os alunos a se afastarem do ambiente escolar. O papel da escola frente ao problema da evasão é de redefinir suas práticas pedagógicas e ferramentas metodológicas, para manter o aluno na escola e possibilitar sua inserção no nível superior e no mercado de trabalho.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos, Evasão Escolar, Fatores
Abstract
This article discusses Youth and Adult Education, where the factors that enable school dropout in the modality of EJA are pointed out, as well as the future expectations of students of the State School Senador João Bosco Ramos de Lima, Maraã-Amazonas-Brazil. The general objective was to know the factors that influence the dropout of students from Youth and Adult Education at the Escola Estadual Senador João Bosco Ramos de Lima, Maraã, Amazonas-Brazil. The research was qualitative in nature, through a case study. The methodological procedures adopted were: exploratory research, bibliographical research and field research, with the application of questionnaires and/or interviews. The purpose is to verify through scientific findings that economic, family and social factors are determining factors for the school dropout and/or return of students in the EJA modality, and also to know the future expectations of these students, since there are numerous problems of economic order, which have contributed to school dropout and these are visible through the lack of employment ties, caused by social inequalities, the teacher’s training and the family. It is necessary for the school management team, together with the teachers, to develop actions that seek possible solutions in cases of school dropout in the EJA modality. These actions should reflect on the school practices, aiming at proposals that recognize the individualities and diversities of the Youth and Adult Education student. In this sense, the school must try to find the multiple faces of these problems, which stimulate and induce the students to leave the school environment. The school’s role when facing the dropout problem is to redefine its pedagogical practices and methodological tools, in order to keep the student in school and make possible his insertion in the higher education level and in the labor market.
Keywords: Youth and Adult Education, School Dropout, Factors.
1. INTRODUÇÃO
No Brasil, a EJA tem se constituído, nos últimos anos, como um campo estratégico para fazer frente à exclusão e desigualdade social e, se observarmos a Lei 9.394, de 1996, o Parecer CEB 11/2000 e acompanharmos a conclusão a que chegou a Conferência de Hamburgo, bem como a orientação do relatório da UNESCO sobre educação para o século XXI, percebemos que essa modalidade tem pretensões de assumir contornos que transbordam os limites do processo de escolarização formal ao abarcar aprendizagens realizadas em diversos âmbitos.
A constituição histórica da educação brasileira nos remete, necessariamente, à organização da escola pública como espaço de atendimento às classes populares e sua relação com a dinâmica do fracasso e evasão escolar. Esta história, ao longo de seu desenvolvimento, tem negado o acesso ao conhecimento, para um número significativo de brasileiros, através da omissão na oferta, pela evasão e repetência.
Com a implantação da Lei 9.394, de 1996, (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no artigo 37) aparece, pela primeira vez, a preocupação em garantir o acesso e a continuidade dos estudos àqueles que não tiveram a oportunidade em idade própria.
A partir do Parecer CEB 11/2000, o Conselho Nacional de Educação regulamentou as “Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos”, e com a aprovação desse parecer a EJA não possui mais apenas a função de suprir ou compensar a escolaridade perdida, mas também a função reparadora, que promove a cidadania por meio da reparação do direito negado à educação, a função equalizadora, que garante o acesso aos bens sociais e à permanência na escola de maneira equitativa, considerando cada sujeito com suas necessidades específicas, e, por último, a função qualificadora, ao efetivar uma educação permanente que corresponde às necessidades de atualização e aprendizagem contínuas.
A evasão escolar em especial na EJA é um problema complexo, cheio de indagações e muito frequente entre alunos. Quando se trata de alunos com idade superior agrava-se a situação da evasão do ensino formal, dado que, normalmente trata-se de um público alvo que é em sua maioria, composto por jovens, casado (as) e com prole, onde os mesmo se inserem no mercado de trabalho para custear suas necessidades básicas e ajudar na renda familiar. Mediante esta realidade, faz-se necessário compreender as principais causas que levam alunos já matriculados e cursando a desistirem de concluir o ano letivo. Pois, dessa maneira a partir da identificação das dificuldades que contribuem para a evasão escolar nesta modalidade de ensino é possível criar estratégias de permanência desse público, até a conclusão da educação básica.
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
A educação de jovens e adultos, EJA, é uma modalidade do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, que possibilita a oportunidade para muitas pessoas que não tiveram acesso ao conhecimento científico em idade própria dando oportunidade para jovens e adultos iniciar e /ou dar continuidade aos seus estudos, é, portanto uma modalidade de ensino que visa garantir um direito aqueles que foram excluídos dos bancos escolares ou que não tiveram oportunidade de acessá-los.
Hoje no Brasil, a evasão escolar se constitui como um problema que cresce cada vez mais, afetando principalmente as escolas públicas. O maior índice de evasão escolar está relacionado às necessidades dos jovens trabalharem para ajudar na renda da família, fazendo com que aumente cada vez mais o número de adolescentes que deixam cotidianamente as salas de aula (SILVA, 2011).
Vale lembrar que essa evasão acontece em todos os níveis de ensino, incluindo ensino fundamental, ensino médio, ensino superior, o que não exclui desses índices a modalidade de ensino EJA.
A questão evasão escolar na educação de jovens e adultos – EJA, levanta algumas contradições entre autores, pois cada um vê a evasão de ângulos diferentes, de modo diverso e por amplos motivos como afirma Amaral e Costa (2005). Segundo esses autores, várias são as causas da evasão na EJA, tais como as sociais, políticas, culturais e pedagógicas.
Os mesmos enfatizam que entre as pedagógicas, pode-se destacar a falta de uma proposta pedagógica em que as disciplinas sejam integradas, já que no mundo elas não estão separadas e, o adulto, por carregar um conjunto de saberes que adquiriu na prática social, precisa se situar nos conteúdos propostos para cada disciplina.
Geralmente quando o adulto volta para a escola sente-se um pouco retraído, vê-se como uma pessoa já velha, que não teve oportunidades e desse modo, cabe ao professor estimulá-lo a fim de que ele possa participar de todas as atividades propostas e que possa se sentir bem com o seu grupo de estudos (AMARAL; COSTA, 2005).
Oliveira e Eiterer (2008) ao abordar sobre os motivos da infrequência de jovens e adultos na EJA assinalam que muitos desses alunos, em especial os que trabalham, buscam a (re) escolarização, possuem uma contradição entre o seu discurso e a realidade. Pois, segundo o autor em questão, os alunos afirmam que estudar é importante, porém quando estão matriculados em um programa de EJA, o que se observa é uma significativa taxa de infrequência.
Entretanto, os autores supracitados ressaltam que infrequência não está associada com o mesmo conceito de “evasão”. Pois, para eles a evasão escolar na EJA pode ser registrada como um abandono por um tempo determinado ou não. Diversas razões de ordem social e principalmente econômica concorrem para a “evasão” escolar dentro da EJA, essas transpõem a sala de aula e vão para além dos muros da escola (OLIVEIRA; EITERER, 2008).
Vários motivos para a evasão escolar na EJA foram listados por Oliveira e Eiterer (2008, p.5) e são estes:
…quando o jovem e adulto abandonam a escola para trabalhar; quando as condições de acesso e segurança são precárias; os horários são incompatíveis com as responsabilidades que se viram obrigados a assumir; evadem por motivo de vaga, falta de professor, da falta de material didático; e também abandonam a escola por considerarem que a formação que recebem não se dá de forma significativa para eles
É essencial reforçar a importância de integrar os alunos na vida escolar e aproveitar e fazer bom uso da experiência deles em sala de aula. Deve-se destacar que essas são algumas das chaves para abrir as portas da escola àqueles que demoraram tanto para chegar até ela, pois tiveram: pais analfabetos ou machistas; necessidade de trabalhar; inexistência de escolas próximas; paternidade e maternidade precoces e ainda, a falta de dinheiro, de transporte, de comida e oportunidade.
Essas podem ser algumas das causas sociais para a evasão escolar que acompanham os alunos da EJA e impedem que essas pessoas concluam a educação básica, essencial para que essa pessoa tenha voz ativa na sociedade e um convívio social de qualidade.
Existem diversos fatores que muitas vezes não possibilitam a alfabetização no período da infância no decorrer dos anos, o indivíduo sente a necessidade de inserir-se nesse processo e procura a EJA (Educação de Jovens e Adultos) oferecido por escolas públicas.
Em termos de acesso a essa modalidade, a legislação educacional define que a idade mínima para o ingresso nos cursos de educação de jovens e adultos e a participação nos exames supletivos é de 15 anos completos para o ensino fundamental e de 18 para o ensino médio.
2. ABORDAGEM DO PROBLEMA
Os alunos da Educação de Jovens e Adultos apresentam um acervo de experiências muito denso. Em geral, são pessoas excluídas socialmente em processos de desigualdade escolar que os afastaram da escola e reiteraram processos profundos de analfabetismo. Encontramos jovens que ultrapassaram a idade estabelecida para o estudo diurno por sucessivas reprovações.
Por serem considerados problemáticos nos turnos matutino e vespertino, ou devido ao emprego, pais e mães de família e outras questões. Muitos desses jovens sentem se fracassados e de certa forma excluídos. Em contrapartida estão os adultos, idosos (empregados ou não, alguns não tiveram ainda a possibilidade do emprego formal, enquanto outros estão aposentados).
No que diz respeito às mulheres, algumas em período gestacional e outras já com filhos. Nesse contexto há também avós buscando uma nova expectativa de vida após décadas de exclusão e trabalho desqualificado, entre outras questões sociais. Observamos que as experiências difíceis são o ponto comum entre essas gerações.
Ambas sofrem ou sofreram graves problemas sociais gerados por desigualdade social e exclusão. A característica desses alunos é buscar o letramento para dar sentido às questões básicas do cotidiano.
Está embutida aí a necessidade de elevar sua escolaridade, tentar inserir-se ou manter-se no mercado de trabalho, assumindo uma identidade estudantil, na tentativa de construir uma nova identidade, a de cidadão crítico consciente capaz de utilizar a leitura e a escrita, afirmar e conquistar novos espaços na sociedade, na tentativa de diminuir o abismo que a desigualdade social cria da cidadania plena.
É necessário que se investigue sobre o modo de vida dos alunos e onde estão inseridos para que trace seu perfil. Se a proposta pedagógica condiz com a realidade deste aluno; se o fator socioeconômico está interferindo no seu processo de ensino e aprendizagem causando a problemática, se os métodos apresentados aos educandos pelos docentes estão sendo eficientes e condizentes com a sua realidade.
Entendemos que a Educação de Jovens e Adultos é um direito importante e valioso, uma condição prévia para que o cidadão possa interagir com aspectos básicos da sociedade: ler livros, escrever ou entender cartazes, sentar à frente de um computador e saber manuseá-lo, votar com consciência e escrever o próprio nome em registros, ler um manual de instrução, e, tratando-se de poetas e músicos, escrever e ler seus próprios versos e notas (Cury, 2001).
As pesquisas demonstram o quanto é necessário intervir sobre as causas e consequências da evasão escolar na EJA, na Escola Estadual Senador João Bosco Ramos de Lima, Maraã, Amazonas.
3.LIMITAÇÕES DA PESQUISA
A pesquisa sobre evasão escolar – foi realizada na Escola Estadual Senador João Bosco Ramos de Lima, na modalidade da EJA com um total de 175 educandos.
Primeiramente, fez-se o estudo bibliográfico do tema abordado e em seguida deu-se continuidade com a pesquisa qualitativa com perguntas semiestrutura, com pesquisa de campo a nível exploratória e descritivo, na qual foi realizada em dois meses in lócus.
Os estudos foram realizados na Escola Estadual Senador João Bosco Ramos de Lima, onde foram aplicados questionários e realizadas entrevistas semiestruturada, para coletar dados qualitativos.
Devido a pandemia do covid 19 as aulas passarem a ser realizadas de forma remota – online por aplicativos, Whatzapp, apostilados e ensino hibrido. Houve dificuldades de se fazer a pesquisa de campo na data prevista pelo fato dos decretos Municipais e Estaduais expedidos pela Vigilância e Saúde devido a pandemia do novo coronavirus – COVID-19.
O estudo ocorreu nos meses de julho a outubro de 2021. A pesquisa foi realizada levando em consideração todos as medidas de proteção e segurança seguindo todos os protocolos de saúde.
4.REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
A educação de jovens e adultos, EJA, é uma modalidade do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, que possibilita a oportunidade para muitas pessoas que não tiveram acesso ao conhecimento científico em idade própria dando oportunidade para jovens e adultos iniciar e /ou dar continuidade aos seus estudos, é, portanto uma modalidade de ensino que visa garantir um direito aqueles que foram excluídos dos bancos escolares ou que não tiveram oportunidade de acessa- los.
Hoje no Brasil, a evasão escolar se constitui como um problema que cresce cada vez mais, afetando principalmente as escolas públicas. O maior índice de evasão escolar está relacionado às necessidades dos jovens trabalharem para ajudar na renda da família, fazendo com que aumente cada vez mais o número de adolescentes que deixam cotidianamente as salas de aula (SILVA, 2011).
Vale lembrar que essa evasão acontece em todos os níveis de ensino, incluindo ensino fundamental, ensino médio, ensino superior, o que não exclui desses índices a modalidade de ensino EJA. A questão evasão escolar na educação de jovens e adultos – EJA, levanta algumas contradições entre autores, pois cada um vê a evasão de ângulos diferentes, de modo diverso e por amplos motivos como afirma Amaral e Costa (2005).
Segundo esses autores, várias são as causas da evasão na EJA, tais como as sociais, políticas, culturais e pedagógicas. Os mesmos enfatizam que entre as pedagógicas, pode-se destacar a falta de uma proposta pedagógica em que as disciplinas sejam integradas, já que no mundo elas não estão separadas e, o adulto, por carregar um conjunto de saberes que adquiriu na prática social, precisa se situar nos conteúdos propostos para cada disciplina.
4.2 FATORES FAMILIARES QUE INFLUENCIAM NA EVASÃO ESCOLAR
A constituição federal de 1988 trata da família no art. 226.
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes. § 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. A família (do termo latino família) é um agrupamento humano formado por duas ou mais pessoas com ligações biológicas, ancestrais, legais ou afetivas que, geralmente, vivem ou viveram na mesma casa (Wikipedia.org)
A família é a primeira sociedade que convivemos e que levamos por toda vida, portanto, base para a formação qualquer indivíduo. É no convívio familiar que aprendemos, um com o outro, a respeitar, partilhar, ter compromisso, disciplina e a administrar conflitos.
É inegável que cada um carrega um histórico de experiências, aprendizados e lembranças que apresentarão reflexos por toda vida. Uma criança bem instruída terá um futuro promissor, suas estruturas mentais e psíquica serão forte e saudável, os pais são responsáveis de firma os pés dos jovens aos caminhos para trilhar.
Bons filhos conhecem o prefácio da história dos seus pais. Filhos brilhantes vão muito mais longe, conhecem os capítulos mais importantes das suas vidas. Bons jovens se preparam para o sucesso. Jovens brilhantes se preparam para as derrotas. Eles sabem que a vida é um contrato de risco e que não há caminhos sem acidente ( AUGUSTO CURY,p ).
Pais e filhos vivem ilhados, raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos, mágoas, alegrias, frustrações.
Muitos pais trabalham para dar o mundo aos seus filhos, mas esquecem de abrir o livro da sua vida para eles ( AUGUSTO CURY, p)
Como vimos muitas famílias atuais vivem em constantes conflitos, pais e filos que vivem no mesmo ambiente mas que suas relações são extintas, não a troca de vivencias, não a carinhos nem tão pouco respeito. Uma das instituições mais antigas, a família é pilar de sustentação para todos, afinal é nela que aprendemos a conviver e interagir com o mundo em que nos cerca, além de sermos preparados para a vida. Uma família cercada de amor, paciência, respeito e cumplicidade educa e forma indivíduos seguros e aptos para o convívio social.
4.3 FATORES SOCIOECONÔMICOS QUE INFLUENCIAM NA EVASÃO ESCOLAR
Sabemos que além da família a uma serie de causas que podem contribuir com a evasão escolar dos alunos da EJA, uma delas são as questões socioeconômicas local, podemos citar alguns desses fatores como; Pobreza e situação econômica desfavorável, Necessidade de ir cedo para o mercado de trabalho, Distância da escola, Pouco investimento em tecnologia, Falta de acompanhamento contínuo, Gravidez na adolescência e envolvimento com drogas, Dificuldades de aprendizagem, A permanência do aluno na escola, a preguiça, o cansaço do dia a dia do alunos, desigualdade social, racial, salarial, educacional, desigualdade de oportunidade de crescimento ( intelectual ), de lazer, desigualdade cultural, política e econômica.
Diante de tantas dificuldades, torna-se, difícil, para os filhos da classe operária, ou seja, os menos favorecidos acompanhar aprender e apreender o uso da criticidade em relação ao processo de aprendizagem escolar.
O poder econômico afeta todas as áreas, não sendo diferente no que diz respeito à educação do jovens e adultos-EJA, sendo talvez esta área a mais afetada, uma vez que torna difícil para qualquer ser humano aprender a ler, escrever, contar quando se está com fome e carente de tudo: alimentação, amor, carinho, afeto, espaço físico, atenção, enfim; são muitas e gigantescas as carecias de indivíduos que são obrigados a viverem e conviverem com a miséria, fome, violência, e com a covardia de uma sociedade opulenta e discriminatória; uma sociedade que se apropria do poder econômico e político para, assim, impor a dominação às massas.
5. METODOLOGIA
A metodologia da pesquisa se dará com a revisão bibliográfica onde serão revistos os conceitos das variáveis dependentes e independes, coleta de dados através das entrevistas, questionários e análises como forma ou ferramenta que permitirão a caracterização e identificação dos fatores que influenciam a evasão dos alunos do Educação Jovens e Adultos-EJA, do turno noturno, da Escola Estadual Senador João Bosco Ramos de Lima, Maraã, Amazonas.
Para que se adquira informações correspondente a pesquisa, será feito um questionário com perguntas abertas e fechas para os discentes pais e/ou responsáveis participantes, explanado os conceitos de caráter socioeconômico, escolar e familiar.
Para os professores, as entrevistas e questionários serão compostos por perguntas abertas e fechadas para explanarem sobre os conceitos que condizem com sua prática pedagógica, formação de professores, regimento escolar, dificuldades de aprendizagem da leitura e escrita e fatores que podem facilitar a aprendizagem. Para os alunos serão aplicados questionários de caráter socioeconômicos com perguntas fechadas.
Para o gestor será feita uma entrevista de análise dos fatores que condizem com a sua realidade escolar tai como: Questão familiar, Fator Socioeconômico, Formação do docente.
A entrevista será aberta para que o gestor possa analisar de forma crítica cada fator que podem influenciar na evasão dos alunos da EJA da referida escola. Portanto, o enfoque qualitativo oferece a possibilidade de obter-se informações de maior profundidade e ao mesmo tempo maior amplitude do problema investigado.
5.1 TIPO DE INVESTIGAÇÃO
Mesmo reconhecendo a importância do método dialético e de outras metodologias, optamos pela metodologia qualitativa porque ela pressupõe uma análise e interpretação de aspectos mais profundos da complexidade do comportamento humano ela“[…] fornece análise mais detalhada sobre investigações, hábitos, atitudes e tendências de comportamentos” LAKATOS e MARCONI, p. (2005).
MINAYO (2002) caracteriza a pesquisa qualitativa apresentando alguns aspectos que lhe são característicos: “[…] responde a questões particulares; [preocupa-se com] um nível de realidade que não pode ser quantificado; trabalha com um universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores, atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.”
Por isso, optou-se por um enfoque qualitativo de investigação, com professores, alunos, pais e ou responsáveis, usando como metodologia a análise da realidade social dos grupos em pesquisa, através da técnica de entrevista para melhor compreensão do problema.
6.RESULTADOS E DISCUSSÃO
6.1 ANÁLISES DOS DADOS
Serão utilizados instrumentos em forma de questionários, entrevistas e análises.
Para os professores serão ultimados os questionários com perguntas fechadas e abertas para explanarem sobre suas metodologias, práticas e avalição.
Para os alunos serão aplicados questionários de pergunta fechadas e abertas, a fim de explanarem sobre as questões de cunho socioeconômico, família e metodologia de ensino da docência.
Tais instrumentos e métodos foram utilizados para que se chegassem ao diagnóstico e assim traçar alternativas a fim de alcançar os objetivos expostos no documento.
6.2 RESULTADOS INTEGRAIS DA PESQUISA
De acordo com os resultados da população em pesquisa (discentes e docentes) da Escola Estadual Senador João Bosco Ramos de Lima, Maraã, Amazonas, procurou trazer para a sociedade maraaense os resultados obtidos. Esses resultados poderão contribuir para futuros estudos concernentes as metodologias que a escola pode aplicar para o seu público com a finalidade de reduzir o alto índice da evasão escolar dos alunos da educação de jovens e adultos.
Abaixo apresenta-se as perguntas do questionário aplicado, com as respostas dos participantes da pesquisa.
Quadro 01- Respostas sobre os fatores familiares que contribuem para a evasão escolar da Educação de Jovens e Adultos.
Com base na evasão escolar – De que forma os fatores familiares influenciam na evasão escolar dos alunos da Educação Jovens e Adultos da escola Estadual Senador João Bosco Ramos de Lima? | |
Sigla para os entrevistados | Respostas dos entrevistados |
GEESJBRL – 1 | A EJA é uma modalidade onde, sua maior parte é formada por jovens que na maioria estão na fase de “confrontos familiar” essa fase a família os vê como membro de importância na contribuição da renda familiar, na obrigação de zelar e cuidar de seus filhos, arcar com responsabilidades diversas, preocupar-se com seus pares, lidar com as exigências familiar na inserção no mercado de trabalho, entre outros fatores, que contribuem para que os educandos evadem ou deixam de sonhar de seu tão esperado diploma de conclusão. |
PDEEESJBRL- 1 | Por serem alunos que enfrentam tantos desafios e situações, os educandos da EJA a maioria deles já são pai e mãe de família ou que por motivo de uma estrutura familiar já desestruturada estão ou são mais vulneráveis a desistência ou a evasão, muitas das vezes isso ocorre pela falta de apoio e motivação familiar. |
PEESJBRL – 1 | A maioria dos alunos da EJA, são de pais separados e precisam se desdobrar entre os seus afazeres doméstico e a escola, desgastando – os fisicamente e mentalmente, contribuindo para a sua desistência. |
PEESJBRL – 2 | Na maioria das vezes os educandos relatam que, seus companheiros os proíbem de frequentar a escola por motivos de ciúmes, e acabam desistindo do ano letivo. |
PEESJBRL – 3 | O aluno muitas vezes trabalha o dia inteiro para ajudar na renda familiar, chegam desgastados e às vezes a escola não os motiva para permanecer. |
PEESJBRL – 4 | Muitas alunas não têm com quem deixar os filhos e acabam desistindo. |
PEESJBRL – 5 | Os pais dos educandos da EJA, na maioria são de família de vulnerabilidade social, seus conhecimentos são limitados e isso influencia no seu processo de ensino e aprendizagem já que, a motivação por parte da família os leva a evadir. |
AEESJBRL – 1 | A necessidade de sustentar a família me fez passar anos longe da escola, sou solteiro mas tenho 2 filhos. |
AEESJBRL – 2 | A dificuldade de terminar é que não tenho muitas vezes com quem deixar meu filho, pois sou mãe solteira e moro só. |
AEESJBRL – 3 | Meu companheiro reclama muito quando vou pra escola, já desisti duas vezes devido o ciúme dele. |
AEESJBRL – 4 | Sou de família de pais separados e tenho que além do trabalhar cuidar de casa e dos meus 3 irmãos, já desistir uma (1) vez mas se Deus quiser esse ano termino. |
AEESJBRL – 5 | Os problemas familiares me desgastam, devido às diversas responsabilidades de ter que sustentar a família e não sobra tempo para me dedicar aos estudos e muitas vezes acabo desistindo. |
Fonte: Própria autora (2021)
Vários são os fatores familiares que acabam contribuindo para a evasão escolar na Escola Estadual Senador João Bosco Ramos de Lima, muitas mães alunas, não tem com quem deixar os filhos, outras os maridos tem ciúme e acabam proibindo os estudos da mulher.
A fala do gestor – 1,
A EJA é uma modalidade onde, sua maior parte é formada por jovens que na maioria estão na fase de “confrontos familiar” essa fase a família os vê como membro de importância na contribuição da renda familiar, na obrigação de zelar e cuidar de seus filhos, arcar com responsabilidades diversas, preocupar-se com seus pares, lidar com as exigências familiar na inserção no mercado de trabalho, entre outros fatores, que contribuem para que os educandos evadem ou deixam de sonhar de seu tão esperado diploma de conclusão (entrevista GEESJBRL , 1, concedida em 14 de outubro de 2021).
A fala do professor – 5,
Os pais dos educandos da EJA, na maioria são de família de vulnerabilidade social, seus conhecimentos são limitados e isso influencia no seu processo de ensino e aprendizagem já que, a motivação por parte da família os leva a evadir (entrevista PEESJBRL, 5, concedida em 14 de outubro de 2021)..
A fala Aluna – 3,
Pela falta de compreensão do meu companheiro, e o ciúme que ele tinha de mim, por várias vezes acabei desistindo da aula (entrevista AEESJBRL, 3, concedida em 14 de outubro de 2021).
Como vimos nas falas da maioria dos entrevistados, gestor, pedagogo, professor e aluno, os fatores familiares tem sua parcela de contribuição na evasão escolar dos alunos da Educação de Jovens e Adultos, da referida escola em pesquisa. Esta questão cultural está enraizada na questão do machismo, na falta de planejamento familiar, as questões financeiras onde os mesmos precisam dividir-se entre, o tempo para ir à escola, e o tempo do trabalho, entre outros. Infelizmente a maioria desses fatores atingem muitas mulheres, que sonham em sua conclusão na perspectiva de lhes propor uma vida digna e de qualidade.
7. CONCLUSÃO
Diante do exposto, a evasão na Educação de Jovens e Adultos na Escola Estadual Senador João Bosco Ramos de Lima, Maraã – Amazonas, pode ter diversas razões, porém é inegável que esse fato compromete a qualidade de vida do estudante e os seus anseios para o futuro.
Porém, constatou-se que o principal motivo para o retorno à escola na modalidade EJA, para a maioria dos discentes é o ingresso no mercado de trabalho, pois uma das exigências é a conclusão da educação básica, ou seja, o término do ensino médio, a necessidade de ocupar uma vaga no mercado de trabalho é uma questão de sobrevivência, e a conclusão da educação básica é uma condição colocada nos dias atuais.
Além disso, as maiores taxas de evasão escolar continuam sendo de jovens com idade entre 16 e 20 anos, tal dado nos remete a longa superação das taxas de analfabetismo no Brasil, quando os mais jovens ainda continuam evadindo da escola. Os motivos para a evasão foram vários, conforme demonstrado nessa pesquisa, embora já tenha um conjunto de pensadores que trouxeram alguns desses motivos, essa pesquisa reforçou alguns deles, como principalmente a falta de qualificação do corpo docente para trabalhar com esse perfil de alunos.
O professor ao ter diante de si uma turma de alunos na modalidade EJA, deve ter algumas bases e recursos didáticos diversificados daqueles utilizados para os alunos de modalidades regulares. Esse aluno precisa ter acesso ao conhecimento de forma que o conteúdo ministrado faça parte de sua vida, parta de suas experiências, e as supere.
REFERÊNCIAS
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