FELINE POLYCYSTIC DISEASE: CAT REPORT
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10914455
Mariana Moreira Mendonça1; Luciano Wagner Dorea Reis2; Gislayne Amorim Silva3; Gisele de Freitas Lopes4; Míriam Cristina Alves de Oliveira Campos5; Lígia Rayssa Figuerêdo de Paiva Rodrigues6; Maria Bernardete Oliveira Trajano da Silva7; Silvio Pires Gomes8; José Mykael da Silva Santos9; Eliane Senger Ramos10; Victor Gabriel Farias Gonçalves11; Orientadora: Maria Raquel Silva12
Resumo
A Doença policística renal (DPR) constitui uma condição genética comum em gatos persas, caracterizada pela presença progressiva de cistos renais, frequentemente conduzindo à insuficiência renal crônica (IRC) ao longo de vários anos. Não há tratamento específico para a DPR, e deter seu avanço é desafiador. Portanto, um programa de triagem para identificar animais portadores é essencial para evitar sua procriação e erradicar a doença nesta espécie. No presente relato de caso, foi diagnosticado um caso de DPR em um gato persa atendido em uma clínica veterinária. O exame físico revelou aumento craniano e abdominal, membranas mucosas normocoradas, desidratação leve e temperatura retal de 37,8°C. A ultrassonografia confirmou a presença de cistos renais bilaterais. Este relato visa descrever esse caso clínico, oferecer uma breve revisão da literatura sobre a patologia e abordar o tratamento realizado no paciente, que, lamentavelmente, veio a óbito devido à gravidade e extensão da doença.
Palavras-chave: cistos, felino, rins.
Abstract
Polycystic kidney disease (PKD) is a common genetic condition in Persian cats, characterized by the progressive presence of kidney cysts, often leading to chronic renal failure (CRF) over several years. There is no specific treatment for RPD, and halting its progress is challenging. Therefore, a screening program to identify carrier animals is essential to prevent breeding and eradicate the disease in this species. In this case report, a case of RPD was diagnosed in a Persian cat treated at a veterinary clinic. Physical examination revealed cranial and abdominal enlargement, normocolored mucous membranes, mild dehydration and a rectal temperature of 37.8°C. Ultrasound confirmed the presence of bilateral renal cysts. This report aims to describe this clinical case, provide a brief review of the literature on the pathology and discuss the treatment carried out on the patient, who unfortunately died due to the severity and extent of the disease.
Keywords: cysts, feline, kidneys.
1 INTRODUÇÃO
Trata-se de uma enfermidade dominante de origem genética em gatos da raça persa e raças semelhantes, caracterizada por uma anormalidade estrutural na qual uma parte considerável do tecido renal é substituída por cistos. A sua significância em felinos decorre da sua elevada ocorrência (até 50%), e elevada taxa de incidência (quase 100%), atribuída à sua natureza genética autossômica dominante. A patologia é progressiva, na qual, ao longo do tempo, os cistos aumentam em tamanho e comprimem o tecido renal, resultando em insuficiência renal crônica (IRC) de natureza irreversível (NEWMAN et al., 2009).
É uma doença genética que acomete ambos os sexos, mais comum a partir dos seis meses de idade, mas também em animais jovens ou recém-nascidos (Nunes e Castro, 2008), afetando com alta frequência gatos Persas e raças afins (ONDANI et al., 2009).
No entanto, a elevada proporção de felinos que sofrem devido à DPR permanece desconhecida devido à descoberta ocasional de portadores durante exames de ultrassom de rotina, tornando-se essencial uma intervenção precoce para evitar o avanço da condição. Existem relatos de como os cistos foram tratados por meio da administração de medicamentos através de procedimentos percutâneos para controlar o crescimento dos cistos e os sintomas resultantes, embora haja uma escassez de estudos sobre o tema (CANNON et al., 2001).
De acordo com Biller et al. (1996), gatos persas propensos à insuficiência renal apresentam azotemia, hiperfosfatemia, anemia regenerativa e acidose metabólica.
Os animais diagnosticados como portadores da DRP podem ser assintomáticos (Roudebush et al., 2009), ou apresentar sinais clínicos compatíveis com insuficiência renal (IR), como poliúria, polidipsia, sensibilidade dos flancos à palpação, desidratação, anorexia e atenuação da perda de peso (LOPES et al., 2015).
Os animais afetados apresentam múltiplos cistos que podem atingir o córtex e a medula renal, desenvolver-se uni ou bilateralmente e aumentar de tamanho com a idade, levando a um comprometimento renal lento, progressivo e irreversível até a insuficiência renal (COLETTI, 2006; ONDANI et al., 2009).
Uma vez que a formação de cistos e suas consequências não possuem tratamento específico, é imprescindível realizar exame de ultrassom para detectar os cistos em tempo hábil para que os animais possam ser removidos da procriação a fim de reduzir a ocorrência da doença. Com isso, o diagnóstico da patologia tem se tornado mais detectável com mais precisão e mais rápido, o que tem ajudado a prevenir a doença (OTTESEN, 2004).
Os cistos são geralmente esféricos, variando em dimensão e revestidos por uma fina membrana de tecido conjuntivo fibroso. Preenchidos com líquido aquoso transparente, a membrana dos cistos é de cor cinza claro, lisa e translúcida quando observada na superfície renal. A aparência geral dos cortes de rins com poliquistose macroscópica foi comparada à textura de “queijo suíço” (NEWMAN et al., 2009). Por ser difícil distinguir cistos de tumores, o exame radiográfico é inespecífico, sendo a ultrassonografia o exame mais indicado para o diagnóstico (KEALY e MCCALLISTER, 2012).
Devido à complexidade em diferenciar cistos de tumores, a radiografia se mostra um método diagnóstico pouco específico, sendo a ultrassonografia a técnica mais indicada para essa finalidade (KEALY e MCCALLISTER, 2012).
Scalon et al. (2014) optaram por utilizar a técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR) como abordagem diagnóstica para identificar mutações pontuais, empregando dois primers específicos para o alelo mutante. Eles obtiveram resultados positivos em 9% dos felinos testados, sendo que 33% destes eram da raça persa.
O controle da doença envolve o diagnóstico precoce de animais portadores e a monitorização de seus descendentes por meio de ultrassonografia antes de serem utilizados na reprodução. Além disso, é recomendada a esterilização dos animais identificados como portadores e a realização de estudos epidemiológicos para avaliar a prevalência da doença renal policística em gatos persas (COLLETI, 2006).
Assim, a doença é de caráter progressivo, em que, com o passar dos anos, os cistos crescem e comprimem o parênquima renal, levando à insuficiência renal crônica (IRC) irreversível. O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso de doença renal policística em um gato Persa atendido em uma clínica veterinária particular.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Sistema urinário felino
O aparelho excretor é composto por dois rins, dois ureteres, uma vesícula urinária e uma uretra. A urina é produzida pelos rins e flui pelos ureteres até a vesícula urinária, onde é armazenada até ser eliminada pela uretra. Além de formar a urina por meio de um processo complexo que envolve a absorção de água por mecanismos ativos e passivos, além da filtração, os cães também são capazes de regular a pressão sistêmica e produzir novas células sanguíneas, tudo isso com o objetivo de eliminar os metabólitos em excesso. Cada rim produz aproximadamente 125 mL de filtrado por minuto, sendo que 124 mL são reabsorvidos nos túbulos renais e apenas 1 mL é excretado como urina pelos cálices. Esta é armazenada no trato urinário inferior, especialmente na vesícula urinária, que possui um epitélio especializado capaz de se expandir ou contrair conforme a quantidade de urina presente. O ureter penetra na vesícula urinária de forma oblíqua, impedindo o refluxo de urina, que é eliminada para o ambiente externo por meio da micção através da uretra (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004).
2.2 Os Rins
O rim é um órgão retroperitoneal com uma cápsula, regiões corticais e medulares. São dois órgãos e, externamente, apresentam um lado convexo e um lado côncavo, onde está localizado o hilo renal, local de entrada e saída de vasos sanguíneos, nervos e ureteres. O hilo também inclui os cálices renais, que se conectam para formar a pelve renal, a parte superior do ureter dilatado (Junqueira & Carneiro, 2004). O rim desempenha duas funções primárias nos mamíferos: excreção de resíduos metabólicos celulares e regulação do volume e composição do fluido extracelular, incluindo a eliminação de eletrólitos e outros compostos em excesso (DUKES, 1993).
A unidade funcional básica do rim é o néfron, composto pelo corpúsculo renal, túbulo contorcido proximal, partes espessas e delgadas da alça de Henle e túbulo contorcido distal. Os corpúsculos renais consistem em aglomerados de capilares originados das arteríolas aferentes, o próprio glomérulo, envolto por uma cápsula glomerular que acompanha o túbulo contorcido proximal, seguido pela alça de Henle. A partir daí a urina flui para o ducto coletor, passa pelas papilas, cálices e pelve renal, e deixa o rim através do ureter. A alça de Henle é uma estrutura em forma de U composta por quatro segmentos: descendente espesso, descendente fino, ascendente fino e ascendente grosso (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004).
Os gatos possuem predominantemente néfrons justaglomerulares (DUKES, 1993), os quais são mais eficazes do que os néfrons corticais na criação e manutenção de gradientes hiperosmolares no interstício medular, o que é fundamental para a produção de filtrado hipertônico. No segmento ascendente grosso, o NaCl é ativamente removido do lúmen tubular como um mecanismo para conservar água no corpo, enquanto o NaCl é transferido do lúmen tubular para o parênquima medular por meio de pressão osmótica (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004).
2.3 Doença Renal Policística em felinos
2.3.1 Definição
Trata-se de uma patologia autossômica dominante na qual múltiplos cistos aparecem no córtex e na medula renal, afetando todas as raças de gatos domésticos, mas é altamente prevalente na raça de gatos persas e equivalentes de mesma linhagem (MALIK, 2001). Em humanos, a DRPAD (Doença Renal Policística Autossômica Dominante Dominante, é um dos distúrbios genéticos mais comuns, afetando aproximadamente quatro a seis milhões de pessoas em hemodiálise em todo o mundo. Corresponde a aproximadamente 10% dos casos de insuficiência renal crônica (IRC) entre candidatos a hemodiálise ou transplante (ALVES, 2015).
2.3.2 Fisiopatogenia
De acordo com Biller et al. (1996), a fisiopatologia da formação de cistos na PRD não está totalmente estabelecida, mas existem várias teorias multifatoriais. Primeiro, os cistos podem se formar como resultado da obstrução, seguidos por células epiteliais hiperplásicas que se tornam pólipos ao longo dos anos, resultando em túbulos renais dilatados. Outra teoria é que a mutação interfere na estrutura da membrana sub epitelial dos túbulos renais, que é defeituosa e torna-se frágil, fazendo com que o filtrado renal se acumule e forme os cistos. No entanto, a teoria mais aceita foi confirmada em outras espécies e também foi detectada.
Em gatos persas, os cistos se formam como resultado da não união de células em certas partes do néfron. Pesquisas sobre DRPAD em humanos tem relatado anormalidades na apoptose e proliferação de células epiteliais tubulares renais, que são eventos normais mantidos pelo rim.
De acordo com Woo (1995), esses dois processos desempenham papel importante no crescimento e formação dos cistos renais, podendo a apoptose também contribuir para a evolução progressiva da doença devido à perda do parênquima renal e comprometimento de sua função. Embora os mecanismos de ação da apoptose e proliferação das células tubulares não estejam totalmente definidos, uma hipótese é que a cavitação ocorre como resultado de alterações conformacionais celulares e perda de adesão intercelular devido à apoptose. Além disso, isso também pode estimular a proliferação de células vizinhas (CHEN et al., 1997), confirmando a teoria mais aceita da fisiopatologia dos cistos em gatos persas de (BILLER et al.,1996).
O fluido nos cistos é originário da depuração sanguínea ou da secagem de fluidos e de eletrólitos dentro das células da epiderme que o compõem. Este fluido é geralmente retirado e é chamado de transudato, mas também pode ser chamado de transudato modificado, quando sua cor é mais avermelhada. Além disso, há casos mais extremos em que o material excretado pode ser purulento, o que indica que o cisto está infectado (GONZALES e FROES, 2003).
Os cistos geralmente aumentam em tamanho e idade do animal, o que gera uma pressão sobre o parênquima do rim e acaba por prejudicar sua função, sendo este um quadro equivalente à insuficiência renal crônica (IRC). Em algumas circunstâncias, o aumento do tamanho dos cistos pode causar a conhecida como renomegalia, mas a relação entre a gravidade da função do rim e o tamanho do cisto não é clara. Alguns gatos tendem a viver até uma idade mais avançada, mesmo com o diagnóstico de DRP, enquanto outros podem mostrar sinais de falta de IR com meia-idade, mesmo tendo poucos e pequenos cistos (MALIAK, 2001). Assim, embora os cistos não se enquadrem da mesma forma e na medida em que forem comparados em termos de tamanho, na DRP, eles se enquadram da mesma quanto a etiologia (HELPS et al., 2007).
2.3.3 Sinais Clínicos
A DRP é um distúrbio de evolução lenta e que pode estar ligado a uma complicação renal permanente em felinos afetados (DI BARTOLA, 2000). Na espécie de gato Persa, o processo geralmente termina com a falência do órgão renal crônica (BILLER et al., 1996). Quando sintomática, a DRP tem sintomas não específicos, como por exemplo, a falta de apetite, a diarreia, o emagrecimento, a poliúria e a polidipsia. A taxa de aumento dos cistos é diferente para cada um deles, dependendo do indivíduo e das gerações que o cercam, assim como dos rins. Azotemia, hiperfosfatemia, isostenúria, anemia e acidose metabólica são comuns em gatos que são predispostos a ter problemas com a função renal. Em algumas situações, é possível encontrar cistos no fígado e hérnias no peritônio, estas últimas, associadas à DRP (MALIK, 2006).
2.3.4 Diagnóstico
Como a forma como o DRP é apresentado no consultório médico é devido à insuficiência renal crônica (IRC) gerada pela compressão do parênquima do rim por vários cistos, os exames clínicos e os testes laboratoriais geralmente não são capazes de exclamar ou determinar o diagnóstico definitivo e imediato da DRP, para isso é necessária a utilização de métodos de diagnóstico por imagem (BILLER et al., 1996). O crescente uso da ultrassonografia para diagnósticos em pequenos animais, o que facilitou o reconhecimento de animais portadores de doenças, anteriormente limitado pela falta de métodos de diagnóstico pré-mortem sensíveis e não invasivos. Além disso, facilitou o diagnóstico precoce da doença antes do desenvolvimento da insuficiência renal (GONZALES e FROES, 2003). A ultrassonografia em forma de série tem o benefício de ser capaz de prever a gravidade e o quão bem o paciente está indo em termos de desenvolvimento da doença, tendo ou não apresentado nenhuma mudança (WILLS et al., 2009).
A ultrassonografia tem demonstrado ser a mais eficaz forma de diagnóstico para a triagem da DRP em felídeos, além de ser um modo de avaliação da espécie para indivíduos que podem estar com DRP (BECK e LAVELLE, 2001).
De acordo com o que foi escrito por Biller et al. (1996), cerca de 68% dos gatos com DRP são identificáveis por meio de ultrassom de alta qualidade e transdutores de frequência alta (7,5 MHz a 10 MHz). Alguns autores sugerem que que essa triagem seja feita aos 10 meses de idade, pois nessa fase é mais fácil de detectar os acometidos sem muitas alterações, além disso, também de acordo com Lyons (2004), mostraram a confiabilidade e eficácia do exame de ultrassom na hora de fazer o diagnóstico da DRP, considerando-o igual a dois exames de genética que deram 100% de compatibilidade. Entretanto, a capacidade de detectar a DRP no gato em animais com menos de três meses de idade é melhor através da análise de DNA do que através da ultrassonografia (DOMANJKO-PETRIC et al., 2007).
Recentemente, a sensibilidade do exame ultrassonográfico foi considerada de 96,2% para animais de 3 meses de idade (BONAZZI et al., 2009), superior aos descritos animais de 3 meses de idade anterior de 91% (BECK e LAVELLE, 2001).
De acordo com Bonazzi et al. (2009), um motivo que pode ter causado o aumento da sensibilidade no diagnóstico precoce é a tecnologia em questão, que é composta por transdutores que trabalham em diferentes frequências, como 10 MHz e 14 MHz, que geram imagens de áreas menores e mais superficiais com uma melhor resolução.
2.3.5. Tratamento
Várias terapias para a DRP têm sido sugeridas, algumas são mais intrusivas, como a excisão cirúrgica da cápsula cística, e outras são menos intrusivas, como a drenagem percutânea simples e a drenagem percutânea seguida da administração de agentes esclerosantes (FONTANA, 1999). Segundo o que foi escrito por Akinci et al. (2005), durante muitos anos, a terapia por drenagem percutânea foi a primeira forma de tratamento em humanos, pois é um método que requer poucos passos e é minimamente invasivo. No entanto, ela está sujeita a uma taxa de recorrência de 30% a 80%, o que fez com que vários pesquisadores (BROWN et al. 1995; PAANEN, 2001; PHELAN et al., 1999;) estudassem a utilização de agentes esclerosantes, como o é o caso de iodopovidona, de fenol, de ácido acético, de tetraciclina e de etanol.
Na análise dos resultados, foi observado que os sinais secundários à DRP, a não ser a pressão alta, foram controladas sem complicações. Entretanto, esta ainda não é uma terapia muito investigada ou usada em larga escala na rotina das clínicas (ZATELLI et al., 2007), desta forma, não há nenhuma terapia específica dedicada à DRP do gato (EATON et al., 1997).
2.3.6 Acompanhamento do paciente com IRC
A IRC é uma patologia que progride, e a condição e as exigências do paciente podem mudar com o tempo, por isso é importante que o plano de tratamento tenha como meta o monitoramento constante do paciente a cada seis meses, com a anotação dos objetivos e a análise do desenvolvimento da terapia. No entanto, os pacientes em fases avançadas de IRCs devem ser monitorados a cada 3 a 4 meses. Os cuidados de acompanhamento com o gato renal devem incluir seu histórico de saúde, além de uma verificação da medicação, uma análise física, uma contagem de corpos, uma verificação da pressão sanguínea, um exame de urina e um monitoramento da temperatura corporal. As variáveis que definem a razão proteína/creatinina e a cultura de urina são provavelmente idênticas para cada indivíduo (POLZIN, 2011).
2.3.7 Prognóstico
Assim como foi visto anteriormente, os tratamentos para a IRC são restritos aos cuidados paliativos, ou seja, o prognóstico da DRP é definido quanto ao grau de comprometimento da função renal do paciente, sendo importante no fim de vida da doença. Os gatos que têm IRC têm uma progressão de sua saúde que é semelhante à dos cães, mas que geralmente é mais lenta, e em alguns casos é permanente. O transplante renal bem-sucedido é a única terapia potencialmente aplicável para a maioria dos indivíduos com doença renal em fase terminal (LEES, 2005).
2.3.8 Erradicação da DRP em gatos
A eliminação da doença deve ser alcançada em um curto período através de métodos de diagnóstico, considerando o quão frequentes são os sintomas da doença, sua potencial hereditariedade, especificidade e sensibilidade do procedimento de seleção (BARTHEZ, 2003). Hipoteticamente, se todos os gatos de pelo longo de uma raça pura fossem rastreados por ultrassonografia e os indivíduos DRP positivos fossem encontrados, então a população felina poderia ser livre da doença através da exclusão de tais indivíduos da procriação. Um programa semelhante no país australiano, para o combate da DRP em cães da raça Bull Terriers, teve um grande sucesso na diminuição de sua ocorrência, embora este sucesso tenha sido conseguido apenas com a ajuda de vários criadores individuais, grupos de criadores e veterinários utilizando-se ultrassonografia (MALIK, 2001). O processo de lenta superação da DRP é aconselhável para doenças que têm uma alta prevalência, pois a eliminação rápida de uma grande quantidade de gatos poderia levar a outros sintomas da pressão intrínseca (LYONS, 2010).
3 METODOLOGIA
3.1 Relato de Caso
Uma gata persa, fêmea, com idade de 9 anos, pesando 1,8 kg, foi recebida em clínica particular, apresentando sintomas como inapetência, apatia, anorexia, poliúria e polidipsia quando foi ao médico. O exame clínico revelou mucosa com coloração normal, com desidratação de 7%, abdome cranial aumentado nos flancos, sensível à palpação e temperatura retal de 37,8°C. O animal foi internado para estabilização do estado geral e feita a coleta de sangue para hemograma e exames bioquímicos. Foi encaminhado para diagnóstico por imagem para exame de ultrassonografia visto na figura 1.
Fig. 1- A: Imagem ultrassonográfica do paciente (gato persa), de 9 anos com doença renal policística. O comprimento do rim esquerdo é de cerca de 6,49 cm. B: O rim direito tem cerca de 7,6 cm de comprimento. O rim é aumentado com múltiplos cistos de tamanhos variados ao longo do parênquima. Fonte: Arquivo pessoal.
Não houve alterações significativas na TGPase (glutamato acetona transaminase), fosfatase alcalina ou proteínas totais e cálcio.
Nelson e Couto (2015) descreveram a presença de azotemia como característica da fase crônica da insuficiência renal e está associada à hiperfosfatemia, em consequência da diminuição da excreção renal (Biller et al., 1996).
A antibioticoterapia à base de amoxicilina foi administrada na dose de 12,5 mg/kg-BID, pois a infecção bacteriana dos cistos é um fator complicador em alguns gatos (NORSWORTHY, 2004; COLETTI, 2006). Analgésicos opióides (cloridrato de tramadol) e Buscopan ® são usados para diminuir o desconforto abdominal decorrente de alterações renais. Diante da anorexia crônica do paciente, ele foi submetido à exploração esofágica e faleceu dois dias após o procedimento.
O hemograma não revelou anemia normocítica normocromática, trombocitopenia e linfopenia, características descritas por Lopes et al. (2015) e Carvalho et al. (2017), que associaram essas alterações a estados avançados da doença renal. No exame bioquímico foi confirmada azotemia, sendo os valores de ureia e creatinina de 381,0 mg/dL e 10,5 mg/dL, respectivamente (valores padrão: ureia: 10 a 60 mg/dL; creatinina: 0,5 a 1,7 mg) /dL), além de hiperfosfatemia (fósforo 22mg/dL).
Por ser uma doença irreversível, o tratamento é paliativo. Além de manter a qualidade de vida do paciente, visa-se o controle dos sintomas clínicos e da progressão da doença (LOPES et al., 2015). Como tratamento, a fluidoterapia diária foi instituída e continua sendo o tratamento de escolha em animais com insuficiência renal crônica, auxiliando na correção dos distúrbios eletrolíticos e ácido-básicos, bem como da uremia (BILLER et al., 1996; COLETTI, 2006; LOPES et al., 2015). Também é complementado com vitaminas e minerais por tomar complexo B, vitamina C e Hemolitan ®, Glicopan ®.
A paciente foi internada para cuidados paliativos, porém faleceu 6 dias após a consulta. Os proprietários foram solicitados para permitir a realização da necropsia.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ondani et al. (2009) concluíram que a maioria dos persas diagnosticados com PKD são de um mesmo plantel, confirmando um perfil genético da doença, porém, isso não se constatou no caso relatado A ultrassonografia abdominal revelou assimetria renal, tamanho aumentado, contorno irregular e mal definido, perda da relação córtico-medular e múltiplas estruturas circulares bem definidas anecóicas no parênquima renal bilateral, sugestivas de cistos renais (Figura 1).
Esses achados confirmam a descrição de Lopes et al. (2015) e Santos et al. (2017), que descreverem múltiplos cistos renais bilaterais.
Relataram ainda Ondani et al. (2009), em seus estudos que, todos os animais PKD positivos apresentavam um ou mais cistos em ambos os rins, ao invés de apenas um, o que é semelhante a este trabalho.
O DRP pode ser facilmente diagnosticado com ultrassom porque é uma técnica não invasiva que pode detectar a doença precocemente, antes que ocorra a insuficiência renal. Portanto, o diagnóstico precoce é crucial (BILLER et al., 1996).
A autópsia confirmou a suspeita de doença renal policística. O rim estava aumentado com superfície irregular e textura variando de firme a ondulado. Havia um grande número de cistos de vários tamanhos no córtex renal e medula na seção dorsal. A parede do cisto era fina e continha substâncias semelhantes à água, e líquido claro, levando à destruição completa do parênquima renal. Achados semelhantes também foram encontrados por Santos et al. (2017), e Lopes et al. (2015), que diagnosticou a causa da morte em animais com base em achados anatomopatológicos.
Figura 2– Imagem do rim após a necropsia de um gato persa de 9 anos com doença renal policística. Na porção dorsal, numerosos cistos esféricos e múltiplos de paredes finas de vários tamanhos foram vistos no córtex e na medula renal. Os cistos contêm líquido claro e aquoso. Fonte: Arquivo pessoal.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A DRP é uma doença grave que afeta significativamente a população de gatos, além de ser recorrente e ter um curso clínico pendente. Por esta razão, além dos esforços feitos para eliminar ou reduzir a prevalência da doença em gatos da espécie Persa e em raças correlatas, é também importante fazer um tratamento preventivo de sua origem clínica. Isto é particularmente importante no que diz respeito à natureza da sintomatologia do gato, ou seja, tanto nos casos em que o paciente ainda não apresentou sintomas de falência renal, quanto nos casos em que ele já está totalmente incapaz.
Animais com doença renal policística (DRP), por ser uma doença hereditária, necessitam de diagnóstico precoce, principalmente por ultrassonografia. Portanto, como não há tratamento específico e, o desenvolvimento de insuficiência renal crônica seja irreversível tendo prognóstico severo para os animais acometidos por esta doença, ainda é possível melhorar a qualidade de vida dos animais.
Pode-se ainda controlar a doença e até erradica-la no plantel, eliminando da procriação animais com propensão à doença, através do diagnóstico por imagem, como é o caso da ultrassonografia.
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1ORCID: https://orcid.org/0009-0001-6810-6472;
2ORCID: https://orcid.org/0009-0009-1728-7865;
3ORCID: https://orcid.org/0009-0001-3271-9197;
4ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5100-6889;
5ORCID: https://orcid.org/0009-0005-1967-8123;
6ORCID: https://orcid.org/0009-0009-8595-4711;
7ORCID: https://orcid.org/0009-0000-9643-3473;
8ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9981-1230;
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10ORCID: https://orcid.org/0009-0002-1401-5214;
11ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4137-7870;
12ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4570-2113