DETECÇÃO DE SINAIS DE PROBLEMAS EMOCIONAIS EM ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO E SUAS POTENCIAIS CAUSAS

DETECTION OF SIGNS OF EMOTIONAL PROBLEMS IN HIGH SCHOOL STUDENTS AND THEIR POTENTIAL CAUSES

DETECCIÓN DE SEÑALES DE PROBLEMAS EMOCIONALES EN ESTUDIANTES DE SECUNDARIA Y SUS POSIBLES CAUSAS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202504301641


Mercedes Morita Salas Santa Cruz1
Roberto Pereira Veras2


RESUMO

A presente pesquisa é aplicada, do tipo descritiva, que teve como objetivo geral detectar problemas emocionais dos alunos do ensino médio. Entre os objetivos específicos, destacam-se a identificação dos níveis de compreensão, regulação e expressão das emoções, bem como o reconhecimento da tendência à busca por situações de risco e perigo em alunos do 1º, 2º e 3º ano do ensino médio de uma instituição de ensino privada, localizada na cidade de Rio Branco, capital do Estado do Acre, na região Norte do Brasil. Com sua abordagem quantitativa, para a qual utilizou a amostra de 106 estudantes com idades entre 14 e 18 anos. Os resultados obtidos demonstraram um 50% no nível intermediário; isto significa que existe uma percentagem de adolescentes que estão expostos a determinados riscos, mas podem ter alguns fatores de proteção ou mecanismos de enfrentamento que lhes permitam resistir ou mitigar parcialmente os efeitos negativos. No entanto, não são totalmente resistentes ou protegidos. Se os problemas não forem identificados eles se tornaram fatores de risco, desenvolvimento ou agravamento de alguns problemas no futuro. Um aluno com problemas emocionais dificilmente conseguirá um bom desempenho nas aulas; será um aluno distraído, ausente e com pouca motivação para participar da dinâmica da aula.

Palavras-Chave: problemas emocionais; adolescente; aprendizagem.

ABSTRACT

The present research is applied in nature and descriptive in type, with the general objective of detecting emotional problems among high school students. Among the specific objectives are the identification of levels of understanding, regulation, and expression of emotions, as well as the recognition of the tendency to seek out risky and dangerous situations among students in the 1st, 2nd, and 3rd years of high school at a private educational institution located in the city of Rio Branco, capital of the State of Acre, in the northern region of Brazil.

The study adopted a quantitative approach, using a sample of 106 students aged between 14 and 18 years. The results showed that 50% of the participants were at an intermediate level, indicating that a portion of adolescents is exposed to certain risks but may possess some protective factors or coping mechanisms that allow them to resist or partially mitigate negative effects. However, they are not entirely resilient or protected. If emotional problems are not identified early, they may become risk factors, contributing to the development or worsening of future psychological issues. A student experiencing emotional problems is unlikely to achieve good academic performance; they tend to be distracted, absent, and show little motivation to engage in classroom activities.

Keywords: emotional problems; adolescent; learning.

RESUMEN

La presente investigación es de naturaleza aplicada y de tipo descriptivo, teniendo como objetivo general detectar problemas emocionales entre los estudiantes de educación secundaria. Entre los objetivos específicos se destacan la identificación de los niveles de comprensión, regulación y expresión de las emociones, así como el reconocimiento de la tendencia a buscar situaciones de riesgo y peligro entre los alumnos de primero, segundo y tercer año de secundaria de una institución educativa privada ubicada en la ciudad de Río Branco, capital del estado de Acre, en la región norte de Brasil.

El estudio adoptó un enfoque cuantitativo, utilizando una muestra de 106 estudiantes con edades comprendidas entre los 14 y 18 años. Los resultados mostraron que el 50 % de los participantes se encontraba en un nivel intermedio, lo que indica que una parte de los adolescentes está expuesta a ciertos riesgos, pero podría poseer algunos factores de protección o mecanismos de afrontamiento que les permiten resistir o mitigar parcialmente los efectos negativos. Sin embargo, no son completamente resilientes ni están totalmente protegidos. Si los problemas emocionales no se identifican a tiempo, pueden convertirse en factores de riesgo, contribuyendo al desarrollo o agravamiento de problemas psicológicos futuros. Un estudiante que experimenta problemas emocionales difícilmente logrará un buen desempeño académico; tiende a estar distraído, ausente y a mostrar poca motivación para participar en las actividades de clase.

Palabras clave: problemas emocionales; adolescente; aprendizaje.

1. INTRODUÇÃO

A adolescência é uma fase marcada por profundas transformações biológicas, emocionais, psicológicas e sociais. Esse período crucial para o desenvolvimento humano é amplamente estudado nas ciências sociais e biológicas devido à sua significativa influência no bem-estar e na formação da identidade dos indivíduos. No contexto educacional, é comum observar que os adolescentes enfrentam problemas emocionais que podem afetar diretamente seu desempenho escolar e suas interações sociais

Estudos mostram que casos como ansiedade, depressão e desregulação emocional são comuns entre os estudantes e frequentemente passam despercebidos por professores e famílias (Siegel, 2016). O problema a ser investigado nesta pesquisa está relacionado à identificação de sinais e fatores causadores de problemas emocionais em alunos do Ensino Médio. Este grupo, que compreende estudantes na faixa etária entre 12 e 19 anos, enfrenta desafios específicos, como a pressão por desempenho acadêmico, mudanças psicológicas, hormonais e questões relacionadas à autoimagem e ao pertencimento social. 

Os problemas emocionais que emergem nessa fase, se não tratados, podem se tornar fatores de risco para o desenvolvimento de distúrbios mais graves na vida adulta, como transtornos de ansiedade e depressão (Pereira, Cia & Barham, 2008). Portanto, a detecção precoce desses problemas no ambiente escolar pode ser uma medida essencial para a promoção da saúde emocional dos estudantes. O objetivo principal desta pesquisa é determinar os níveis predominantes de problemas emocionais em estudantes de diferentes anos do Ensino Médio, explorando o impacto de fatores emocionais e comportamentais no contexto escolar e identificando áreas de vulnerabilidade. Especificamente, busca-se avaliar como esses alunos compreendem, regulam e expressam suas emoções, além de identificar tendências de busca por situações de risco ou perigo que possam comprometer sua saúde e segurança; e isso constitui uma vulnerabilidade para o aparecimento de problemas mais graves. (SENA; Fernández-Pinto et al., 2015). A relevância desta pesquisa para o campo da educação é significativa. O entendimento dos problemas emocionais no ambiente escolar permite o desenvolvimento de estratégias de intervenção que podem apoiar o crescimento pessoal e acadêmico dos estudantes, promovendo ambientes de aprendizagem mais inclusivos e saudáveis. 

Além disso, ao fornecer subsídios para educadores e gestores escolares, a pesquisa contribui para a formulação de políticas educacionais que considerem as necessidades emocionais dos alunos, conforme preconizado pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). No âmbito social, a pesquisa se justifica pela importância de compreender os fatores que influenciam o bem-estar emocional dos jovens. Estima-se que o aumento de problemas de saúde mental entre adolescentes tenha implicações não só para o ambiente escolar, mas também para a sociedade em geral, pois adolescentes emocionalmente instáveis podem ter dificuldades de adaptação e comprometimento no desempenho futuro tanto no âmbito pessoal quanto no profissional (Wang et al., 2014). 

Assim, o desenvolvimento de competências emocionais desde a escola pode atuar como fator protetor, promovendo resiliência e habilidade de enfrentamento. A pesquisa foi realizada em um colégio no Brasil, com uma amostra composta por 106 estudantes de ambos os sexos, matriculados no 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio. Esses alunos foram submetidos a um questionário, que permite identificar tanto problemas de regulação emocional quanto a presença de comportamentos de busca por situações de risco. A escolha desse colégio foi baseada na relevância de compreender o contexto educacional brasileiro e os desafios específicos enfrentados pelos estudantes do Ensino Médio. 

A presente dissertação, portanto, oferece uma abordagem multidisciplinar ao considerar aspectos biológicos, psicológicos e sociais dos problemas emocionais. A perspectiva adotada busca integrar os achados da psicologia e da educação, destacando a importância de um acompanhamento sistemático e da criação de programas que promovam a saúde emocional. As intervenções sugeridas com base nos resultados desta pesquisa poderão ser aplicadas no cotidiano escolar, beneficiando não apenas os alunos, mas também os profissionais da educação, que terão subsídios para lidar com questões emocionais no contexto educacional.

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Concepções de Emoção

As diferentes teorias que buscam explicar a origem das emoções oferecem perspectivas distintas sobre como as emoções surgem e se desenvolvem. A teoria da evolução, por exemplo, sugere que as emoções têm uma função adaptativa, ajudando os indivíduos a responderem de forma eficaz a situações de perigo ou oportunidade. Já a teoria cognitiva enfatiza o papel dos processos mentais na geração e interpretação das emoções, destacando a importância da percepção e do pensamento na experiência emocional. Por sua vez, a teoria social destaca a influência do ambiente social na regulação e expressão das emoções, considerando fatores como normas culturais e interações sociais (Comparini, & Wechsler, 2015). 

No campo das neurociências, a emoção é definida como uma reação comportamental subjetiva produzida por informações provenientes do mundo externo ou interno do indivíduo. As emoções são o resultado de como vivenciamos física e mentalmente a interação entre nosso mundo interno e externo. Eles são expressos por meio de comportamentos, expressões de sentimentos e alterações fisiológicas. Isto quer dizer que as emoções, são conjuntos complexos de reações químicas e neurais, formando um padrão; todas as emoções têm algum tipo de papel regulador a desempenhar, levando, de um modo ou de outro, à criação de circunstâncias vantajosas para o organismo em que o fenômeno se manifesta; as emoções estão ligadas à vida de um organismo, ao seu corpo, para ser exato, e seu papel é auxiliar o organismo a conservar a vida (Damásio, 2000). 

Compreender as emoções dos adolescentes é fundamental, dada a complexidade desse período marcado por intensas mudanças físicas, emocionais e sociais. As transformações neurobiológicas podem impactar diretamente o funcionamento emocional dos adolescentes, tornando-os mais suscetíveis a oscilações de humor e impulsividade. Além disso, as pressões sociais e expectativas em relação ao desempenho acadêmico e à identidade pessoal podem gerar conflitos internos que se refletem nas emoções dos jovens (Andrade, Enumo, Passos, Vellozo, et al., 2021). As emoções exercem uma influência significativa no comportamento dos adolescentes, podendo levá-los a agir impulsivamente ou de forma inadequada em determinadas situações. 

A falta de habilidades para lidar com as próprias emoções pode resultar em comportamentos de risco, como uso de drogas, violência ou isolamento social. Portanto, é essencial promover o desenvolvimento da inteligência emocional nos adolescentes para que possam regular suas emoções de forma saudável e construtiva (Freitas, 2017). Os principais problemas emocionais enfrentados pelos adolescentes incluem ansiedade, depressão, transtornos alimentares e automutilação. Essas condições podem ter origens diversas, desde fatores genéticos até experiências traumáticas ou estressantes. É importante estar atento aos sinais desses problemas emocionais para intervir precocemente e oferecer o suporte necessário aos jovens em sofrimento (Lima, Pacheco, 2018). 

A relação entre os problemas emocionais dos adolescentes e fatores externos é complexa e variada. Pressão acadêmica excessiva, conflitos familiares não resolvidos e situações de bullying podem contribuir para o desenvolvimento de problemas emocionais nos jovens. Portanto, é fundamental abordar não apenas os sintomas visíveis desses problemas, mas também investigar suas causas subjacentes para promover uma intervenção eficaz (Alba et al., 2021). 

Oferecer apoio psicológico aos adolescentes que enfrentam problemas emocionais é crucial para sua recuperação e bem-estar. A terapia cognitivo-comportamental tem se mostrado eficaz no tratamento de diversos transtornos emocionais na adolescência, ajudando os jovens a identificarem padrões disfuncionais de pensamento e comportamento. Além disso, o acompanhamento psiquiátrico pode ser necessário em casos mais graves que requerem intervenção medicamentosa (Jacomini, Lopes, Ramos, 2023). Promover um ambiente escolar acolhedor e inclusivo é essencial para prevenir e lidar com os problemas emocionais dos adolescentes.

Incentivar o diálogo aberto sobre questões emocionais, oferecer espaços seguros para expressão das emoções e promover o respeito às diferenças são estratégias fundamentais para criar um ambiente favorável ao desenvolvimento saudável dos jovens. Os profissionais da educação desempenham um papel fundamental nesse processo ao atuarem como facilitadores do bem-estar emocional dos estudantes dentro do contexto escolar (Borba, Marin, 2017).

2.2 Função das emoções

As emoções desempenham um papel fundamental na tomada de decisões dos adolescentes, influenciando diretamente suas escolhas e ações. “As emoções acabam por ajudar a ligar a regulação homeostática e os ‘valores’ de sobrevivência a muitos eventos e objetos de nossa experiência autobiográfica” (Damásio, 2000). E ademais, “…ajudam a avaliar situações e a moldar comportamentos adaptativos”. (Damásio, 2023). Por tanto, as emoções têm caráter motivacional e adaptativo, orienta novos comportamentos e ações adequadas e pode contribuir para o bem-estar do indivíduo ou para o sofrimento. 

Problemas emocionais, como ansiedade, depressão e raiva descontrolada, podem afetar negativamente esse processo, levando os jovens a decisões impulsivas e prejudiciais. Estudos mostram que adolescentes com dificuldades emocionais têm maior propensão a agir de forma irracional e a tomar decisões precipitadas, o que pode resultar em consequências negativas para suas vidas (Machado & Mosmann, 2019).

A relação entre as emoções e o desempenho acadêmico dos adolescentes é igualmente significativa. Questões emocionais, como estresse, baixa autoestima e falta de motivação, podem interferir diretamente no rendimento escolar dos jovens. Problemas emocionais não tratados podem levar a dificuldades de concentração, falta de interesse nas atividades escolares e até mesmo ao abandono dos estudos. Portanto, é essencial que pais e educadores estejam atentos aos sinais de problemas emocionais nos adolescentes para garantir um ambiente propício ao desenvolvimento acadêmico (Mosmann et al., 2017). 

A ligação entre as emoções e o comportamento dos adolescentes também merece destaque. Problemas emocionais não resolvidos podem levar a atitudes impulsivas e autodestrutivas por parte dos jovens. Comportamentos como agressividade, isolamento social e uso de substâncias nocivas são frequentemente associados a questões emocionais mal geridas. Nesse sentido, é crucial que haja um acompanhamento psicológico adequado para os adolescentes que enfrentam problemas emocionais, visando prevenir comportamentos prejudiciais à sua saúde física e mental (Freitas, 2017). 

Além disso, a influência das redes sociais e da pressão social na saúde emocional dos adolescentes não pode ser subestimada. O constante contato virtual e a busca por aceitação nas redes sociais podem contribuir para o surgimento ou intensificação de problemas emocionais nos jovens. A comparação constante com os outros, a exposição à cyberbullying e a necessidade de se encaixar em padrões estabelecidos pela sociedade podem gerar sentimentos de inadequação e ansiedade nos adolescentes (Andrade et al., 2023). 

Diante desse cenário complexo, estratégias eficazes para lidar com problemas emocionais em adolescentes se fazem necessárias. Promover o bem-estar emocional e a saúde mental nessa fase da vida requer uma abordagem multidisciplinar que envolva profissionais da saúde mental, educadores e familiares. Incentivar práticas como terapia cognitivo-comportamental, atividades físicas regulares, expressão artística e diálogo aberto sobre emoções pode ser fundamental para ajudar os adolescentes a enfrentarem seus problemas emocionais de forma saudável (Borba, Marin, 2017). 

Em suma, compreender a função das emoções na vida dos adolescentes é essencial para lidar adequadamente com os problemas emocionais que possam surgir nessa fase da vida. A interação entre as emoções, as decisões tomadas pelos jovens, seu desempenho acadêmico, seu comportamento social e sua saúde mental demanda uma atenção especial por parte dos adultos responsáveis por seu cuidado, e dos educadores.  Investir na prevenção, no diagnóstico precoce e no tratamento adequado dos problemas emocionais em adolescentes é fundamental para garantir seu desenvolvimento saudável e equilibrado (Comparini, & Wechsler, 2015).

2.3 Problemas emocionais:

A relação entre problemas emocionais e comportamentais em adolescentes é complexa. Especificamente sobre os aspectos emocionais. McLaughlin et al. (2015) apontam que os adolescentes experimentam as emoções de forma mais intensa. Eventos estressores provocam facilmente um forte efeito negativo se comparado às outras etapas do desenvolvimento, sugerem que os adolescentes experimentam mais intensamente as associações entre eventos estressantes e os efeitos negativos, provocando desregulação emocional e comportamental. Um problema emocional não tratado pode se manifestar através de comportamentos inadequados, como agressividade, isolamento social ou até mesmo uso de substâncias ilícitas. Da mesma forma, comportamentos problemáticos podem desencadear sentimentos de ansiedade, depressão e baixa autoestima. Portanto, é essencial compreender que as emoções e os comportamentos dos adolescentes estão intrinsecamente ligados, sendo essencial abordar ambos os aspectos no processo de intervenção (Pinheiro, Fernandes, Relva, 2017). 

Diversos fatores podem desencadear problemas emocionais em adolescentes, sendo importante destacar a influência da pressão social, dos conflitos familiares e das mudanças hormonais nesse processo. A busca por aceitação entre os pares, a falta de comunicação dentro do ambiente familiar e as alterações fisiológicas, biológicas e psicológicas típicas da adolescência podem contribuir para o surgimento de sintomas emocionais negativos inadequados. Portanto, é crucial considerar esses elementos ao avaliar a saúde emocional dos adolescentes e desenvolver estratégias de intervenção adequadas (Marin & Borba, 2018). 

As redes sociais e a tecnologia desempenham um papel significativo no desenvolvimento de problemas emocionais em adolescentes. A exposição excessiva às redes sociais pode levar à comparação constante com os outros, à busca por validação externa e à construção de uma imagem distorcida da realidade. Além disso, o cyberbullying e a pressão para se encaixar em padrões inatingíveis também contribuem para o aumento da ansiedade e da depressão entre os jovens. Portanto, é essencial promover o uso saudável das tecnologias digitais e educar os adolescentes sobre os riscos associados à sua utilização. O apoio familiar e o acompanhamento psicológico desempenham um papel crucial na superação dos problemas emocionais em adolescentes. Um ambiente acolhedor, empático e seguro pode proporcionar aos jovens o suporte necessário para lidar com suas emoções de forma saudável (Andrade, Bernardes, Lisboa, 2021).

Os problemas emocionais na adolescência configuram uma preocupação crescente nas áreas de Educação e Saúde, dado seu impacto direto no desenvolvimento integral dos estudantes. A adolescência é marcada por intensas mudanças biológicas, psicológicas, fisiológicas e sociais, período em que os jovens enfrentam o desafio da construção da identidade, a definição de valores e crenças, além de lidar com pressões acadêmicas, expectativas sociais e alterações hormonais (Papalia, 2006). Tais fatores, quando não gerenciados de forma adequada, tornam os adolescentes mais suscetíveis a problemas emocionais, como ansiedade, depressão e desregulação emocional, que comprometem tanto o desempenho escolar quanto às relações sociais.

No ambiente escolar, essas dificuldades emocionais manifestam-se por meio de comportamentos como falta de concentração, indisciplina, apatia e, em casos mais graves, agressividade e autolesões. Apesar de seu papel fundamental no desenvolvimento emocional dos alunos, a escola muitas vezes carece de profissionais preparados para identificar e intervir nesses casos, o que pode agravar o quadro emocional dos estudantes. Segundo Carvalho (2007), um ambiente escolar que promova apoio, inclusão e diálogo pode atuar como fator de proteção emocional; porém, a ausência dessas práticas transforma o espaço escolar em um fator de risco.

Sob a perspectiva da Saúde, estudos indicam que a persistência da desregulação emocional durante a adolescência eleva significativamente a probabilidade de surgimento de transtornos mentais graves, como ansiedade, depressão e comportamentos suicidas. Conforme destacam. (Beauchaine e Cicchetti, 2019), a desregulação emocional atua como um mecanismo central no desenvolvimento de diversas psicopatologias emergentes nessa fase do desenvolvimento.

A relação entre saúde emocional e saúde física também é evidenciada por estudos que mostram como o estresse emocional pode comprometer o sistema imunológico e gerar impactos negativos a longo prazo (Ader, Felten & Cohen, 1991).

Diante desse cenário, é fundamental integrar conhecimentos das Ciências da Educação e da Saúde para a criação de programas de intervenção que reconheçam a complexidade dos problemas emocionais na adolescência. A adoção de práticas baseadas em evidências científicas no contexto escolar é essencial para promover o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, prevenir agravos à saúde mental e física e, assim, contribuir para a formação de indivíduos mais saudáveis e resilientes.

2.4 Adolescência

A adolescência é uma fase de transição entre a infância e a idade adulta, caracterizada por profundas transformações biológicas, psicológicas, culturais e psicossociais. Geralmente, ocorre entre os 10 e 19 anos de idade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Porém, o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) considera adolescentes as pessoas com idade entre 12 anos completos e aqueles que ainda não completaram 18 anos (Brasil, 2001). 

A fase da adolescência é marcada por certas características. (Mende et al. 2017) apontam que a aquisição do pensamento abstrato gera a intenção de experimentar e demonstrar a capacidade de raciocínio, mas muitas vezes se apresentam de forma imatura. Apresentam dificuldades para tomar decisões, procuram e apontam imperfeições nas figuras de autoridade. Outras características é a sensação de invulnerabilidade, que leva a muitos comportamentos autodestrutivos e arriscados. A justificativa para essas características está relacionada às regiões cerebrais que amadurecem em tempos diferentes. A região responsável por funções como memória, emoção, audição e linguagem, sendo representadas por comportamentos de coragem, iniciática e determinação, amadurecem mais rapidamente que a região responsável pela tomada de decisão, responsabilidade, planejamento e resolução de problemas. Por essa razão se observa na adolescência comportamentos de impulsividade.

Nesse período, ocorrem mudanças físicas, como o desenvolvimento sexual, e mudanças emocionais, cognitivas e comportamentais, que marcam a busca pela construção da identidade e o desejo de independência. Durante a adolescência, os jovens enfrentam uma série de desafios, como o ajuste às novas demandas sociais e a regulação emocional, que podem impactar tanto o seu bem-estar quanto suas interações no ambiente escolar e social.

As redes sociais desempenham um papel significativo no desenvolvimento de problemas emocionais em adolescentes. A pressão por likes e a constante comparação com outras vidas aparentemente perfeitas podem levar a sentimentos de inadequação e baixa autoestima. A busca por validação online pode resultar em ansiedade, depressão e outros distúrbios emocionais. Portanto, é essencial que os pais e educadores estejam atentos ao uso das redes sociais pelos adolescentes e promovam uma relação saudável com a tecnologia (Resett, 2021). 

A comunicação aberta e o apoio familiar desempenham um papel crucial na prevenção e tratamento de problemas emocionais na adolescência. Um ambiente familiar acolhedor e receptivo pode ajudar os adolescentes a expressarem seus sentimentos e buscar ajuda quando necessário. A falta de apoio emocional em casa pode aumentar o risco de desenvolvimento de problemas emocionais, tornando fundamental o fortalecimento dos laços familiares como parte do processo de intervenção (Souza & Cunha, 2019). 

Os principais sinais de alerta que podem indicar a presença de problemas emocionais em adolescentes incluem mudanças bruscas de humor, isolamento social, irritabilidade constante e alterações no padrão de sono ou alimentação. É importante que os pais, professores e profissionais de saúde estejam atentos a esses sinais para identificar precocemente possíveis problemas emocionais e intervir adequadamente (Marin & Borba, 2018). 

O ambiente escolar também desempenha um papel crucial no surgimento de problemas emocionais em adolescentes. As dificuldades na escola podem afetar o funcionamento psicológico da pessoa, dando origem a problemas internalizados ou externalizados e, inversamente, a presença de problemas psicológicos pode ser a causa implícita do mau desempenho escolar.

O bullying, a pressão acadêmica e a falta de suporte emocional por parte dos colegas e professores podem contribuir para o desenvolvimento de transtornos mentais. É fundamental que as escolas adotem medidas preventivas contra o bullying e ofereçam apoio psicológico aos estudantes para promover um ambiente escolar saudável (Jacomini, Lopes, Ramos, 2023). A implementação de políticas públicas voltadas para a saúde mental dos adolescentes é essencial para garantir a prevenção e o tratamento adequado dos problemas emocionais nessa faixa etária. 

Investir em programas educacionais sobre saúde mental nas escolas, disponibilizar serviços psicológicos acessíveis e promover campanhas de conscientização são medidas importantes para abordar essa questão de forma abrangente (Leusin, Petrucci, Borsa, 2018). A intervenção precoce nos casos de problemas emocionais em adolescentes é fundamental para evitar complicações futuras e promover um desenvolvimento saudável. 

Quanto mais cedo os problemas forem identificados e tratados, maiores são as chances de recuperação dos adolescentes. Portanto, é essencial que haja uma rede integrada de apoio envolvendo família, escola, profissionais de saúde mental e serviços sociais (Momeñe et al., 2021). As possíveis consequências negativas dos problemas emocionais não tratados na adolescência são alarmantes. 

Face às transições típicas da faixa etária, a adolescência pode ser um período de vulnerabilidade para o surgimento de problemas emocionais e de comportamento. (Jacobs, Reinecke, Gollan, Kane, 2008). Sem dúvida, a adolescência é considerada uma fase com características específicas de desenvolvimento e ações que ofereçam risco para esta população geram danos que podem se propagar para a vida adulta e se conservam na relação com o outro.  Portanto, a atenção à saúde mental dos adolescentes deve ser uma prioridade nas políticas públicas e nas práticas clínicas, visando prevenir essas consequências devastadoras a longo prazo (Andrade, Bernardes, Lisboa, 2021).

2.5 Vulnerabilidade

A relação entre vulnerabilidade emocional e o desenvolvimento de problemas emocionais e comportamentais em adolescentes é um tema de extrema relevância no campo da psicologia. A vulnerabilidade emocional pode ser entendida como a predisposição de um indivíduo a reagir de forma intensa e negativa a situações estressantes ou desafiadoras. Nesse sentido, adolescentes que apresentam maior vulnerabilidade emocional estão mais suscetíveis a desenvolver problemas emocionais, tais como ansiedade, depressão e transtornos de humor. 

Essa relação complexa entre vulnerabilidade e problemas emocionais pode ser influenciada por diversos fatores, como genética, ambiente familiar, experiências traumáticas e pressões sociais (Gauy, 2016). Os fatores de risco que podem aumentar a vulnerabilidade emocional em adolescentes são variados e interconectados. Traumas passados, como abuso físico ou emocional, negligência parental e eventos traumáticos podem deixar marcas profundas na psique dos jovens, tornando-os mais propensos a desenvolver problemas emocionais (Andrade, Bernardes, Lisboa, 2021).

Além disso, o cérebro adolescente está em mutação especialmente vulnerável a responder ao uso das drogas com o início de uma enxurrada de respostas fisiológicas e comportamentais que podem contribuir para o vício. Tal vulnerabilidade ao vício deve-se tanto à ativação de certos genes quanto à alteração do funcionamento neuronal, tornando a liberação de dopamina dependente do uso de drogas. Quanto mais cedo forem expostos ao álcool e as drogas, mais provável que desenvolvam um vício. Na perspectiva do desenvolvimento cerebral, foi claramente demonstrado que a intoxicação alcoólica mata células do cérebro e suas conexões, principalmente em regiões que controlam a atenção e a memória. Repetidas festas regadas a álcool prejudicam o cérebro. (Daniel J. Siegel, 2016)

Além disso, as pressões sociais e familiares também desempenham um papel significativo na vulnerabilidade emocional dos adolescentes, uma vez que expectativas irrealistas, conflitos familiares e bullying podem contribuir para o aumento do estresse e da ansiedade nessa faixa etária. A identificação precoce da vulnerabilidade emocional em adolescentes é fundamental para prevenir o surgimento de problemas emocionais mais graves no futuro (Souza, Cunha, 2019).

A influência das redes sociais e da tecnologia na vulnerabilidade emocional dos adolescentes é um aspecto preocupante atualmente. Pois a influência da internet no comportamento dos adolescentes, tanto remodelação de hábitos e estilos de vida como no acesso constante e generalizado a essa ferramenta com potencial para modificar redes neuronais em períodos sensíveis do desenvolvimento. (Santos, Andrade & Bueno, 2015). Ademais, o uso excessivo dessas ferramentas pode contribuir para o isolamento social, comparação constante com os outros e cyberbullying, impactando negativamente a saúde mental dos jovens. Portanto, é essencial promover o uso consciente das redes sociais e orientar os adolescentes sobre os potenciais riscos envolvidos nesse ambiente virtual (Estévez, Jiménez, 2017). 

Pais e educadores devem estar atentos aos sinais precoces de vulnerabilidade emocional, tais como mudanças bruscas de humor, isolamento social e dificuldades acadêmicas. Ao identificar esses sinais precocemente, é possível intervir de forma eficaz e oferecer suporte adequado aos adolescentes antes que os problemas emocionais se agravem (Silva, Silva, Enumo, 2017). 

Um ambiente acolhedor e seguro em casa pode proporcionar suporte emocional necessário para lidar com os desafios da adolescência. Da mesma forma, escolas que promovem um ambiente inclusivo e empático podem contribuir para o bem-estar psicológico dos estudantes, oferecendo recursos como orientação vocacional, aconselhamento psicológico e programas preventivos (Freitas, 2017). As consequências a longo prazo da não abordagem da vulnerabilidade emocional são significativas e podem impactar negativamente a vida adulta dos indivíduos. 

Diversas estratégias de intervenção podem ser adotadas para ajudar adolescentes vulneráveis a lidar com seus problemas emocionais. A terapia cognitivo-comportamental tem se mostrado eficaz no tratamento de transtornos mentais em jovens, ao auxiliar na identificação e modificação de padrões de pensamento disfuncionais. Além disso, grupos de apoio com outros jovens que enfrentam desafios semelhantes podem proporcionar um espaço seguro para compartilhar experiências e aprender estratégias de enfrentamento saudáveis (Machado & Mosmann, 2019). 

Adolescentes que não recebem apoio adequado para lidar com seus problemas emocionais correm o risco de desenvolver transtornos mentais ao longo do tempo. Além disso, a falta de intervenção precoce pode levar a dificuldades interpessoais, baixa autoestima e comprometimento do funcionamento social na vida adulta. Portanto, é fundamental investir na promoção da saúde mental dos adolescentes desde cedo para garantir um desenvolvimento saudável ao longo da vida (Comparini, & Wechsler, 2015).

3. RELAÇÃO DAS EMOÇÕES COM A APRENDIZAGEM

As emoções se encontram no centro da aprendizagem. O sistema atencional, pilar fundamental em que se baseia toda a aprendizagem porque a atenção e a emoção são dois aspectos da cognição em permanente interação. Isso significa que as emoções que governam a atenção, por exemplo o estresse e o medo constante afetam o funcionamento normal das conexões neurológicas no cérebro e dificultam a aprendizagem. A ansiedade e depressão, exercem uma influência significativa na capacidade de concentração e memória dos adolescentes durante o processo de aprendizagem. Estudos mostram que a ansiedade pode prejudicar a atenção dos alunos, dificultando a absorção de novos conhecimentos e a retenção de informações. Da mesma forma, a depressão pode afetar a motivação e o interesse pela escola, comprometendo o desempenho acadêmico; o atraso na aprendizagem pode ser apenas um reflexo da disfunção afetiva. As dificuldades na escola podem afetar o funcionamento psicológico dos alunos, dando origem a problemas internalizados ou externalizados e, pelo contrário, a presença de problemas psicológicos pode ser a causa do mau desempenho escolar. Por isso a importância de uma correta observação e avaliação por parte dos pais, professores e profissionais que acompanham esses casos (Cruvinel; Boruchovitch, 2003; Wright-Strawderman; Watson, 1992; Colbert et al., 1982). Portanto, é fundamental que os educadores estejam atentos a esses sinais emocionais nos alunos para oferecer o suporte necessário e ajudá-los a superar essas dificuldades (Resett, 2021). 

Por outro lado, a motivação e entusiasmo, desempenham um papel crucial no desempenho acadêmico dos adolescentes. Estar emocionalmente envolvido com o processo de aprendizagem pode aumentar a disposição para enfrentar desafios e buscar novos conhecimentos (Souza, Cunha, 2019). Dessa forma, é importante destacar a importância do bem-estar emocional para o sucesso escolar dos jovens. Os educadores devem incentivar e valorizar as emoções positivas dos alunos, criando um ambiente propício ao desenvolvimento cognitivo e emocional (Machado & Mosmann, 2019). Porque as emoções têm uma influência poderosa na consolidação das memórias, a memória é afetada pelas emoções, pois tudo o que é vivenciado com emoção fica gravado profundamente no cérebro. (Mora, 2013) afirma que o desempenho mental requer três processos cognitivos: atenção, memória de trabalho e funções executivas. Os quais são todos controlados pela emoção, não pela cognição. O aluno se verá distraído, ausente e com pouca motivação para participar das aulas. Sem dúvida, as emoções estão intrinsecamente ligadas à cognição, que por sua vez está ligada ao processo de aprendizagem e esse processo comumente faz parte do seu desenvolvimento no ambiente escolar. Portanto, como somos parte essencial da nossa interação com o mundo, é necessário despertar emoções no contexto escolar. 

A sala de aula é um ambiente no qual podem ser produzidas inúmeras associações emocionais entre situações, matérias escolares, professores, colegas etc.; em suma, entre uma infinidade de contextos e estados emocionais que podem ser positivos e negativos. Existem emoções que favorecem o processo de aprendizagem e outras que o dificultam. Diferentes investigações conseguiram estabelecer a ligação que existe entre as emoções, seus ativadores e os comportamentos resultantes.

Tabela 1. Relação entre ativadores, emoções e comportamento (chabot e chabot,2009)

ACTIVADORESEMOÇÕESCOMPORTAMENTO
Insatisfação com o sistema escolar. (ameaça)Insegurança (medo)Desconexão (fuga)
Dificuldade com algumas matériasFrustração (raiva)Críticas ao sistema (ataque)
Falha (perda)Decepção (tristeza)Desmotivação (retrair-se em si mesmo)
Repreensão (situações adversas)Humilhaçãosem compromisso (rejeição)
Resultados inesperados (insegurança)Estupefação (Surpresa)Nervosismo e irritabilidade
Feedback negativo dos professores (desprezo)Desdémfalta de respeito pelo Educador.
Sucesso e suporte (situação desejada)Entusiasmo (alegría)Motivação e interesse (abordagem)

Para promover um ambiente escolar acolhedor e empático, é fundamental adotar estratégias pedagógicas que favoreçam o desenvolvimento emocional dos adolescentes. A prática da empatia por parte dos educadores pode contribuir para criar vínculos mais fortes com os alunos, estimulando sua autoestima e confiança. Além disso, atividades que promovam a expressão emocional e o diálogo aberto podem ajudar os jovens a lidarem melhor com suas emoções e desenvolver habilidades socioemocionais essenciais para sua formação integral (Andrade, Enumo, Passos, Vellozo, et al., 2021). Os pais também desempenham um papel fundamental no acompanhamento da saúde emocional de seus filhos adolescentes. 

Um ambiente familiar favorável ao desenvolvimento cognitivo inclui apoio emocional, comunicação aberta e estímulo ao autoconhecimento. Os pais devem estar atentos aos sinais de problemas emocionais nos filhos e buscar ajuda profissional quando necessário. O envolvimento ativo dos pais na vida escolar e emocional dos adolescentes pode contribuir significativamente para seu bem-estar psicológico (Comparini, & Wechsler, 2015). 

4. EMOÇÃO E COMPORTAMENTO SOCIAL

As emoções controlam em grande parte os nossos comportamentos sociais, por isso é natural que as regiões cerebrais que desempenham um papel importante nas emoções também desempenhem um papel importante no processamento de sinais sociais. Sandra, A. Sam, W. (2009 p. 132). Isto significa que a nossa opinião sobre uma determinada situação muitas vezes influencia a forma como reagimos emocionalmente a ela. Da mesma forma, Lisa Feldman Barrett argumenta que as emoções não são inatas, mas são construídas a partir de experiências, interpretações e contextos culturais. Ela enfatiza que as emoções são flexíveis e podem variar amplamente de pessoa para pessoa. As emoções são construídas socialmente e variam culturalmente, isto pode ser entendido como que durante a adolescência os jovens aprendem a interpretar e expressar emoções de acordo com as normas sociais e culturais do seu ambiente, o que influencia a forma como desenvolvem as suas competências emocionais, certamente aprender as normas emocionais do seu ambiente cultural ajuda os adolescentes a adaptarem-se socialmente e a interagirem eficazmente com os outros. Entretanto, o comportamento mediado por seus pares também se relaciona à preferência por atividades mais imediatas, no sentido de gratificação a exposição a maior risco, em termos de regulação afetiva.  (Muszkat,M. et. al, 2015). 

Com a chegada e o uso inadequado das tecnologias, por exemplo a Internet e seus derivados têm vantagens muito poderosas para facilitar a vida em múltiplos aspectos, mas seu uso indevido resulta em comportamentos prejudiciais para a mente e para comportamento; e a tela é o pior educador para conseguir isso; os adolescentes de hoje não sabem expressar suas emoções olhando nos olhos da pessoa que está à sua frente porque estar diante das telas retarda a capacidade de compreender as emoções, de se conectar com as pessoas, com suas emoções, e anula a capacidade de expressar o que eles têm que sentem olhando nos olhos. Está comprovado que crianças ou adolescentes que têm dificuldades de relacionamento ou de aceitação pelos colegas tendem a ter problemas de abandono escolar, comportamento violento e distúrbios psicopatológicos na idade adulta (Ison & Soria, 1997). Dessa forma, podemos afirmar que o papel da escola é de extrema importância, sendo um espaço social que facilita a convivência e, consequentemente, o desenvolvimento psicossocial, prevenindo o surgimento de comportamentos antissociais, especialmente nesta fase da vida, em que o conflito é uma das marcas características. 

A adolescência é um período de intensas mudanças, e compreender o impacto das emoções no comportamento social auxilia tanto os jovens quanto os professores a oferecerem o apoio adequado. 

5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os problemas emocionais e comportamentais têm um impacto significativo na saúde física e mental, na aprendizagem e no ambiente social dos adolescentes. Sendo as emoções parte integrante da experiência humana, elas também desempenham um papel importante na determinação de comportamentos futuros e as suas perturbações podem levar a graves alterações comportamentais de natureza patológica. Por tanto, o impacto dos problemas emocionais e comportamentais a nível pessoal, familiar, escolar, de saúde e de saúde pública é evidente. É necessário, portanto, implementar estratégias de detecção precoce, dentro de um modelo de promoção do bem-estar emocional e prevenção de problemas mais graves. Uma estratégia de prevenção ideal é a identificação e detecção fiável de adolescentes em risco. Por esse motivo, considera-se de extrema importância determinar o nível de problemas emocionais dos alunos do ensino médio BR. A população está constituída por 106 alunos do 1 er, 2do e 3er ano do Ensino Médio, entre homens e mulheres nas idades de 14 até 18 anos de idade na escola Associação Modelar de Ensino – AME. 

Para o tratamento dos dados, e para o melhor desempenho da pesquisa, utilizou-se como instrumento, um questionário de 14 questões de fácil aplicação dentro das questões, temos 8 itens que medem, problemas de regulação emocional, e 6 itens que medem a busca de sensações. O número total de questões mede a área de vulnerabilidade. Dentro desta área estão os problemas de regulação emocional e a busca de sensações. 

Este questionário tem como objetivo a detecção de problemas emocionais, comportamentais e exploração da área de vulnerabilidade dos alunos do 1º, 2º e 3º ano do ensino secundário. Isso pode contribuir na detecção de alguns problemas que podem se tornar mais graves, porque as informações que oferece podem ser utilizadas não só para fins de detecção, mas também para prevenção.

A escala e seus domínios foram avaliados por meio do cálculo do índice de consistência interna por meio do coeficiente Alfa de Cronbach. A tabela 4 permite-nos perceber que na consistência interna global da escala (14 itens) na amostra estudada, o alfa varia entre 0,810 e 0,825, o que pode ser valorizado como um indicador de elevada fiabilidade visto que ultrapassa o ponto de corte igual para 0,70 considerado como um indicador de boa confiabilidade para instrumentos de medição. Observa-se também que os escores de confiabilidade na maioria dos itens são aceitáveis.

Tabela 2 – Alfa de Cronbach.

N° ÍtemsAlfa de Cronbach
10.82
20.824
30.823
40.823
50.823
60.81
70.813
80.816
90.813
100.812
110.818
120.825
130.814
140.822
Fonte: Dados originais da pesquisa (2024)

Estatísticos de fiabilidade 

Os itens são confiáveis, portanto, possuem consistência e podem ser replicados em grupos semelhantes.

Tabela 3 – Alfa de Cronbach baseada nos elementos tipificados

Alfa de CronbachAlfa de Cronbach (basada en los elementos tipificados)N° de elementos
.829.82914
Fonte: Dados originais da pesquisa (2024)

O objetivo geral

O objetivo geral desta pesquisa é determinar os níveis predominantes de problemas emocionais em alunos do 1º ano. 2º. 3º ano do ensino médio BR. Os resultados gerais aparecerão na tabela a seguir.

Fonte: Resultados originais da pesquisa (2024)

Esta área compreende aspectos relacionados à labilidade emocional, bem como ao grau de persistência e à susceptibilidade dos estados emocionais. Na adolescência existem muitas transformações que se expressam por uma fragilidade emocional. (Papalia, Olds e Feldman, 2006). O desajustamento emocional constitui um problema que vem se agravando nas últimas décadas, com consequências crônicas e graves, e parece haver alguma relação entre problemas de saúde na adolescência e problemas comportamentais (Costello et al., 2006; Pacheco, Vitalle, Montesano, & Pedromônico, 2003).

De acordo com os resultados obtidos na escala total de problemas emocionais aplicada à amostra de 106 alunos, observa-se que 50% dos participantes situam-se no nível intermediário, 27,4% no nível baixo e 15,1% no nível alto. 

O termo intermediário se refere a conceitos que estão entre dois pontos opostos. Neste contexto estão entre o nível baixo e o alto nível da escala de problemas emocionais. No nível baixo revela uma percentagem de 27,4% este resultado significa que este grupo de alunos não têm dificuldades em compreender e regular as próprias emoções ou em expressálas.  Mas no nível alto, apresenta um 15.1%. Uma pontuação alta nesta escala poderia indicar dificuldades do adolescente em controlar e regular suas emoções e humores, bem como identificar e reconhecer as causas ou eventos que a fazem vivenciar determinadas emoções. (Mclaughlin et al, 2015) aponta que os adolescentes experimentam as emoções de forma mais intensa. Por exemplo, os eventos estressores provocam facilmente um efeito negativo se comparado às outras etapas do desenvolvimento, sugerem que os adolescentes experimentam mais intensamente as associações entre eventos estressantes e os efeitos negativos, provocando desregulação emocional e comportamental. Isto pode dever-se, por um lado, a região responsável por funções como memória, emoção, audição e linguagem sendo representadas por comportamentos de coragem, iniciativa e determinação, amadurecem mais rapidamente que a região responsável pela tomada de decisões, responsabilidade, planejamento e resolução de problemas. 

Em decorrência dessas transformações, é comum que adolescentes apresentam instabilidade emocional, manifestada por mudanças bruscas de humor, explosões de raiva e uma propensão a se envolver em situações de risco ou perigo, como forma de explorar limites e afirmar sua identidade; os comportamentos externalizantes podem levar os alunos a experimentarem relações negativas com os professores e colegas, o que, por conseguinte, diminui o seu interesse e motivação para aprender (Malinauskienea et al., 2011). A diminuir o seu interesse e motivação para aprender, poderia apresentar dificuldades para lidar com as demandas da escola. Nesse contexto, os resultados estiveram também de acordo com a literatura onde define-se desregulação emocional como a dificuldade ou inabilidade de lidar com as experiências e processar as emoções (Leahy, Tirch e Napolitano, 2013). 

Do mesmo modo, as diferentes investigações afirmam, os alunos com problemas externalizantes costumam apresentar dificuldades para lidar com as demandas da escola, pois, devido a característica de seus sintomas, não conseguem permanecer na sala de aula por muito tempo e se engajar em atividades escolares, o que compromete o seu rendimento escolar (Dessen & Szelbracikowski, 2006).  

Os dados são consistentes com a literatura, que apontam uma alta incidência dessas dificuldades em crianças e adolescentes, com potencial para gerar fracasso acadêmico, prejuízo social, dificuldades de relacionamento, suicídio e abuso de drogas (Costello; Foley; Angold, 2006).  E o isolamento social, a falta de motivação e a baixa autoestima são apenas algumas das consequências que podem surgir quando os problemas emocionais não são abordados adequadamente (Silva, Barros, 2021).

Objetivo Específico 1:

Identificar os níveis de compreensão, regulação e expressão das emoções em alunos do 1º, 2º e 3º ano do ensino médio BR.

Fonte: Resultados originais da pesquisa (2024)

Nesta área se avalia a presença de dificuldades em compreender e regular as próprias emoções e a sua expressão, que se manifestam em mudanças de humor repentinas e frequentes e alterações de humor ao longo do dia. Inclui também aspectos relacionados à dificuldade de controlar reações emocionais ou de identificar e compreender determinados estados de humor, conforme indicado (Biazus; Ramires, 2012).  

Nos resultados nesta área de regulação das emoções é possível observar uma percentagem de um 32.1% no nível baixo, o que significa que este grupo de alunos não têm dificuldade em compreender e regular as próprias emoções ou expressá-las. Isto pode deverse a o estilo de disciplina adotado pelos pais, as dinâmicas interpessoais familiares e as interações entre irmãos desempenham papeis cruciais no desenvolvimento dos adolescentes. Esses elementos fornecem lições valiosas em áreas como resolução de conflitos, conformidade, cooperação, competição e estratégias para influenciar o comportamento dos outros. Desta forma, os pais constituem um fator importante no desenvolvimento de competências emocionais, podendo fazê-lo agindo diretamente sobre os filhos ou indiretamente através da observação e modelagem. (Martí, 2008). Como também, O bom relacionamento com colegas e professores também é fundamental, pois proporciona apoio social e oportunidades de aprendizado interpessoal que contribuem para o bem-estar emocional dos adolescentes (Mosmann et al., 2017)

Por um lado, temos um 20.8% no nível alto, o nível alto nesta escala significa, dificuldades da pessoa avaliada em controlar e regular suas emoções e humor, bem como em identificar e reconhecer as causas ou eventos que a fazem vivenciar determinadas emoções, razão pela qual provavelmente apresentará alterações repentinas de humor, ou oscilações de humor. Estas dificuldades em reconhecer e regular os próprios estados emocionais estão associadas a problemas internalizados e externalizados, pelo que a presença de desregulação emocional representa um fator de vulnerabilidade pessoal que torna a pessoa mais propensa a apresentar um conjunto de perturbações como por exemplo ansiedade, depressão, abuso de substâncias, problemas comportamentais, distúrbios alimentares etc. Uma vez que as emoções não parecem ser expressas de maneira saudável, o adolescente pode encontrar sua capacidade de lidar com pensamentos e sentimentos sobrecarregados, ou é um fator de risco para ele se expressar de forma desregulada, por meio de dois sintomas “ou ações físicas”. 

A desregulação pode corresponder a um estilo problemático que resulta em comportamentos agressivos, ações impulsivas, expressões disfuncionais, uso da comida como escape para o desconforto emocional, uso de álcool e/ou outras substâncias, ou ainda outras ações que não resultam no manejo saudável das emoções (Neufeld, 2019). Estima-se que aproximadamente uma em cada cinco crianças e adolescentes apresentam problemas psicológicos. (G.V. Polanczyk, et 2009). Como podemos refletir, as raízes da maioria dos problemas de saúde mental residem nestas fases iniciais de desenvolvimento. Com efeito, a presença de sintomas afetivos e/ou comportamentais em nível subclínico aumenta o risco subsequente de desenvolvimento de um transtorno mental (Radua et al, 2018). Por tanto, as diferentes investigações demonstraram que “os adolescentes com baixas competências emocionais tendem a ter mais problemas de identidade, stress, depressão, anorexia, perturbações psicossomáticas, menos capacidade para pedir ajuda e apoio social, bem como mais ideias suicidas”. (Santos, A. C. A.; Gondim, S. M. G. 2021)

Verificou-se também uma proporção significativa de 27,4% dos participantes no nível intermediário de regulação emocional, indicando uma vulnerabilidade moderada, embora com a presença de possíveis fatores de proteção que podem ser fortalecidos por meio de intervenções adequadas.

Essa média de desregulação sugere que, embora a maioria dos adolescentes esteja exposta a fatores de risco, alguns mecanismos de enfrentamento podem ajudar a mitigar os efeitos negativos. Contudo, sem intervenções adequadas, essa vulnerabilidade pode evoluir para problemas emocionais mais graves.

Objetivo específico 2:  

Reconhecer os níveis de tendência à procura de situações de risco e perigo em alunos do 1º, 2º e 3º ano do ensino médio BR.

Fonte: Resultados originais da pesquisa (2024)

Esta escala avalia a preferência por situações de risco ou perigo que possam comprometer a saúde ou a segurança do avaliado e que constituam vulnerabilidade para o aparecimento de tipo externalizado.

A busca de sensações tem sido identificada na literatura como um fator de risco associado ao desempenho de comportamentos de risco e perigosos para a saúde e segurança da pessoa, bem como de comportamentos antissociais, como sexo desprotegido, tentativa de suicídio e acidente automobilístico. Estes comportamentos estão associados a alterações que ocorrem a nível fisiológico e psicológico (elevada atividade hormonal, maturação sexual, variabilidade na dinâmica intelectual etc.), que impulsionam o indivíduo para uma procura constante de situações que envolvam elevados níveis de risco.  (Yunier Broche-Pérez; Denisse CruzLópez, 2014) 

Os resultados do nível baixo têm um 32,1 % uma porcentagem muito significativa. Este grupo de adolescentes tem uma baixa vulnerabilidade a fatores de risco e perigo. Eles não se expõem a realizar condutas atrevidas e perigosas, normalmente este grupo de adolescentes não apresentam problemas de conduta. Certamente, estes adolescentes contam com pais que compreendem e interpretam adequadamente seus comportamentos. A importância da família na prevenção de comportamentos de risco deve-se ao facto de ser um primeiro agente protetor e facilitador do desenvolvimento saudável do adolescente; é na família que se conhece e aprende, a utilidade dessa aprendizagem pode ajudar o adolescente a enfrentar as mudanças de forma adequada. (Valenzuela, 2013). É fundamental que os pais compreendam as diferentes fases do desenvolvimento humano para interpretar adequadamente os comportamentos dos seus filhos adolescentes. Ao identificar os fatores que colocam um adolescente em risco e reconhecer aqueles que podem mitigar os efeitos negativos, os pais podem implementar estratégias que promovam a proteção e reduzam esses riscos.

No nível alto com 19,8%, uma pontuação alta nesta área indica que a pessoa busca ativamente situações que envolvam altos níveis de risco e emoção. Por isso, tendem a evitar situações rotineiras ou monótonas e procuram ambientes novos e estimulantes. Têm maior tendência a realizar comportamentos de risco físico e social porque se consolidam devido às substâncias neuroendócrinas associadas ao prazer que esses comportamentos proporcionam. 

Segundo a neurociência, esses comportamentos também se explicam pelo fato de que os lóbulos frontais, responsáveis por funções como planejamento, tomada de decisões, memória de trabalho e controle dos impulsos, são as últimas regiões do cérebro a atingir plena maturação, o que só ocorre, em média, por volta da terceira década de vida. A tomada de decisões é um mecanismo cognitivo complexo, e um déficit nessa função pode se manifestar de diversos modos, e o estado de ânimo influi muito nessa capacidade. (Facundo Manes, Mateo Niro, 2015). O córtex frontal normalmente desempenha um papel determinante ao restringir manifestações impulsivas e um déficit nesse circuito aumentaria a vulnerabilidade de uma pessoa à agressão impulsiva. (Facundo Manes, Mateo Niro, 2015). Tal vulnerabilidade pode ser explicada, em parte, pelo fato de que regiões cerebrais associadas a funções como memória, emoção, audição e linguagem, frequentemente relacionadas a comportamentos como coragem, iniciativa e determinação, amadurecem mais rapidamente do que as áreas responsáveis pela tomada de decisões, responsabilidade, planejamento e resolução de problemas

Por outro lado, a aquisição do pensamento abstrato gera a intenção de experimentar e demonstrar a capacidade de raciocínio, mas muitas vezes se apresentam de forma imatura. (Mende et al. 2017). Por essa razão observamos na adolescência comportamentos de impulsividade. 

A intensa hiperestimulação característica do século XXI tem causado impactos significativos tanto em crianças quanto em adolescentes, que, acostumados a um constante bombardeio de estímulos, passam a necessitar de experiências cada vez mais intensas para se manterem motivados. Esse cenário tem levado muitos jovens a buscar, de forma recorrente, situações de alto risco, na tentativa de obter novas formas de gratificação e excitação.

No nível intermédio temos também um 31,1% bastante considerável que se situam entre os dois níveis opostos, neste caso o nível alto e o nível baixo. Embora esta escala não represente especificamente problemas, podem representar fragilidades ou fatores de risco pessoais que, em conjugação com outras características da pessoa ou do ambiente em que se insere, tornam mais provável o aparecimento de problemas psicológicos e o consequente aumento de dificuldades de adaptação, por exemplo um défice de regulação emocional. (Wang et al., 2014). Porque certamente na adolescência costuma ser considerada como um período de risco para o desenvolvimento de problemas emocionais e de comportamento. O qual leva a reflexão das medidas de prevenção e/ou manutenção adequadas para este grupo de adolescentes. 

Os resultados derivados deste estudo concordam com os obtidos em pesquisas anteriores, tanto nacionais quanto internacionais. Todos esses estudos, além da diversidade de instrumentos de coleta de informações, amostras e técnicas de análise, parecem apresentar resultados convergentes que indicam sintomas emocionais e comportamentais, são comuns na adolescência e são as queixas mais comuns nas escolas por parte dos professores. 

Como vimos, compreender os problemas emocionais na adolescência exige vários conhecimentos, principalmente sobre o desenvolvimento biológico, psicológico e social, assim como os estilos parentais, a vinculação, a existência de um histórico familiar de psicopatologia, que podem ser relevantes para explicar os principais fatores associados ao surgimento e manutenção dos problemas emocionais e comportamentais na adolescência.

Este estudo representa um avanço na compreensão dos problemas emocionais dos estudantes. Com base nos resultados obtidos, poderão ser desenhadas e implementadas estratégias de promoção do bem-estar emocional ou de prevenção e intervenção precoce neste tipo de problemas. O objetivo seria mitigar o seu possível impacto a diferentes níveis; tanto na saúde física e mental, como no âmbito escolar, familiar e social.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa teve como objetivo principal determinar os níveis predominantes de problemas emocionais em estudantes do Ensino Médio, especificamente nos alunos do 1º, 2º e 3º anos, explorando a compreensão, regulação e expressão das emoções, bem como a tendência para buscar situações de risco. Através dessa investigação, foi possível obter uma visão detalhada dos desafios emocionais enfrentados pelos jovens em um período crítico de desenvolvimento, oferecendo insights valiosos para a comunidade educativa e de saúde.

Os resultados da pesquisa indicam que muitos alunos se encontram em um nível intermediário de regulação emocional, o que sugere uma certa vulnerabilidade, mas com potenciais fatores de proteção que podem ser reforçados. Essa média de desregulação sugere que, embora a maioria dos adolescentes esteja exposta a fatores de risco, alguns mecanismos de enfrentamento podem ajudar a mitigar os efeitos negativos. Contudo, sem intervenções adequadas, essa vulnerabilidade pode evoluir para problemas emocionais mais graves.

A análise dos níveis de compreensão, regulação e expressão das emoções revelou que há uma disparidade significativa entre os estudantes no que diz respeito à habilidade de processar e expressar emoções de maneira saudável. Aqueles que possuem baixa habilidade de compreensão e regulação emocional frequentemente demonstram dificuldades em lidar com situações desafiadoras, o que pode resultar em comportamentos impulsivos e reações desproporcionais a situações de conflito.

Um achado significativo foi a tendência de busca por situações de risco, que é uma característica importante a ser monitorada. Os adolescentes com baixa capacidade de regulação emocional tendem a buscar situações de risco como forma de lidar com suas emoções, o que pode incluir o uso de substâncias, envolvimento em atividades perigosas e comportamentos impulsivos. Esse comportamento evidencia uma tentativa de encontrar um escape ou aliviar o estresse, mas que, na verdade, potencializa a exposição a novos riscos.

Esses resultados são especialmente relevantes para o campo da Educação, pois indicam a necessidade de programas que abordem diretamente a educação socioemocional. A escola, sendo um dos principais ambientes de convivência dos adolescentes, possui o papel de oferecer um espaço seguro e acolhedor onde os alunos possam desenvolver suas habilidades emocionais. Integrar a educação emocional ao currículo escolar é uma forma de preparar os jovens para lidar com seus sentimentos e interações de maneira construtiva, contribuindo para um ambiente de aprendizado mais positivo.

Para os adolescentes, a relevância da pesquisa se reflete na possibilidade de se autoconhecerem e desenvolverem uma compreensão mais aprofundada de suas próprias emoções. Isso é crucial em uma fase de vida marcada por intensas transformações e pela busca de identidade. A regulação emocional não só facilita o sucesso acadêmico e social, mas também promove a resiliência e o bem-estar geral, ajudando os adolescentes a enfrentarem os desafios de forma mais equilibrada e saudável. No contexto da sociedade, a pesquisa reforça a importância de investir em políticas públicas e programas de apoio à saúde mental dos adolescentes.

A adolescência é uma fase vulnerável e suscetível a influências externas, e os problemas emocionais não tratados podem gerar impactos a longo prazo, afetando o desenvolvimento social e econômico da população. Portanto, programas preventivos e de intervenção precoce são essenciais para evitar o agravamento desses problemas na fase adulta. Além disso, a pesquisa destaca a necessidade de um trabalho conjunto entre a escola, a família e os serviços de saúde, pois o suporte emocional e os valores transmitidos em casa desempenham um papel fundamental na formação da personalidade e na estabilidade emocional dos adolescentes. 

Em muitos casos, a falta de apoio familiar, ou um ambiente doméstico instável, contribui para o surgimento de problemas emocionais e comportamentais. A aplicação prática dos resultados pode envolver o desenvolvimento de estratégias de detecção precoce e suporte para os adolescentes. Por exemplo, oferecer capacitação para pais, professores e funcionários escolares sobre como identificar sinais de problemas emocionais e comportamentais, e conscientizando para as especificidades decorrentes de cada período do desenvolvimento humano, promovendo um ambiente de compreensão e apoio. 

Com essas estratégias, a escola pode atuar não apenas como um espaço de aprendizado acadêmico, mas também como um ambiente protetor e de desenvolvimento emocional. 

De maneira geral, a pesquisa reforça a ideia de que o desenvolvimento socioemocional dos adolescentes deve ser uma prioridade na educação e nas políticas de saúde. Ao compreender as especificidades dos problemas emocionais nessa faixa etária, é possível desenvolver intervenções que se alinhem às necessidades dos jovens e contribuam para o seu desenvolvimento integral. Além disso, a integração entre as Ciências da Educação e da Saúde permite que profissionais dessas áreas colaborem para criar programas de apoio mais abrangentes e fundamentados. 

Tais programas devem reconhecer as emoções como parte essencial da experiência humana e como fatores determinantes para o bem-estar e o sucesso dos estudantes. Essa abordagem interdisciplinar beneficia a sociedade como um todo, pois forma cidadãos mais conscientes de si mesmos e mais preparados para enfrentar os desafios da vida adulta. A promoção da saúde emocional nas escolas contribui para a criação de uma sociedade mais saudável e resiliente, onde os jovens são capazes de gerenciar suas emoções e interagir de maneira positiva com o mundo.

Em conclusão, a pesquisa destaca que, para alcançar um desenvolvimento pleno dos adolescentes, é essencial adotar uma abordagem preventiva e integrativa, envolvendo todos os atores responsáveis pela educação e bem-estar dos jovens. A escola, juntamente com o apoio familiar e o suporte de políticas públicas, têm o potencial de ser um espaço transformador na vida dos adolescentes, proporcionando-lhes as ferramentas necessárias para um desenvolvimento saudável e equilibrado.

Assim, os dados obtidos revelam que os problemas emocionais, apesar de serem comuns na adolescência, podem ser mitigados e até prevenidos por meio de intervenções adequadas. Ao fomentar a educação emocional, a sociedade investe no futuro, ajudando a moldar uma geração de adolescentes mais preparados para contribuir positivamente com suas comunidades e, consequentemente, com o mundo. Por fim, o avanço no entendimento dos problemas emocionais nos adolescentes representa um passo importante para o fortalecimento da saúde mental no contexto educacional.

Essa pesquisa oferece subsídios valiosos para que escolas e políticas públicas possam direcionar esforços na promoção de ambientes que acolham e incentivem o desenvolvimento emocional dos adolescentes. Esses esforços conjuntos não só beneficiam os jovens, mas também promovem uma sociedade mais consciente e proativa na criação de um ambiente de aprendizado saudável e inclusivo, sendo imprescindível que as políticas educacionais e de saúde continuem a avançar para oferecer um suporte integral que responda às demandas emocionais dos adolescentes, contribuindo para a formação de cidadãos mais preparados para o futuro.

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1Psic. Mercedes Morita Salas Santa Cruz.
Licenciada em Psicología – Universidad Inca Garcilaso de la Vega – UIGV – Perú.
Graduação em Administração – Instituto de Educação Superior Privado De Comércio Exterior – ADEX Escuela – Perú.
Mestranda em ciências da educação – World University Ecumenical – WUE – Miami, Flórida / Brasília DF.
Cursando Mestrado em Psicologia Clínica – Univerisade Antonio Ruiz de Montoya – UARM – Perú Socia da Sociedade Brasileira de psicologia – SBP.

2Prof. Orientador. Roberto Pereira Veras
Pós-doutorado em Educação pela Universidade Católica de Brasília – UCB
Doutor e Mestre em Ciências das Religiões – UFPB
Graduação em Filosofia pela Universidade Federal de Campina Grande – UFCG
Professor do Colégio Militar de Brasília – CMB e da Escola Superior de Guerra – ESG
Membro da Associação Brasileira Filosofia da Religião – ABFR
Membro Associado da Cátedra Unesco de Juventude, Educação e Sociedade – UCB