DEPRESSÃO E SUICÍDIO EM ESCOLAS DE ENSINO MÉDIO EM BELÉM: PROBLEMAS REAIS ACERCA DO ENEM

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7730776


Jhon Wender Ferreira de Souza
Jessica Aline Cardim Pinto
Rômulo do Carmo Baião
Alana Cardoso de Almeida
Wiris Pantoja Da Cruz
Letícia Luz Quaresma
Jodielle Rodrigues Dias
Max Juan Diniz da Silva
Laise Rodrigues Macedo
Daniela Rodrigues Coutinho


Resumo

No presente trabalho, aborda-se uma pesquisa sobre o tema depressão e suicídio como problemas reais em escolas de ensino médio em Belém. Pretende-se com esse trabalho,conhecer e compreender a ansiedade em estágios precoce e ter um olhar mais atento para os níveis de depressão e ideações suicidas no contexto escolar acerca do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Com objetivos de identificar fatores ou situações que potencializam tais sentimentos e ideações,realiza-se uma pesquisa bibliográfica exploratória a partir das contribuições literárias de autores e das experiências práticas vivenciadas dentro do campo de estágio escolar na cidade de Belém.Parte-se da hipótese que a vulnerabilidade social e ausência de profissionais da psicologia em instituições escolares públicas são fatores que fomentam o sentimento depressivo e a ideação suicida nesse período. Por fim, a pesquisa constatou de maneira dedutiva a comprovação da hipótese levantada no trabalho.

Palavras-chave: Educação. Ensino-Médio. Ansiedade. Depressão. Suicídio. ENEM. Escola de Belém.Teoria Cognitiva-Comportamental. Terapia Cognitiva.

Abstract

In this paper, research on the topic of depression and suicide as real problems in high schools in Belém is approached. With this work, we intend to know and understand anxiety in early stages and have a closer look at levels of depression and suicidal ideations in the school context about the National High School Exam (ENEM). In order to identify factors or situations that potentiate such feelings and ideations, an exploratory bibliographic research is carried out based on the literary contributions of authors and the practical experiences lived within the school internship field in the city of Belém. It is assumed that social vulnerability and the absence of psychology professionals in public school institutions are factors that foster the feeling of depression and suicidal ideation in this period. Finally, the research found in a deductive way the proof of the hypothesis raised in the work.

Keywords: Education. High school. Anxiety. Depression. Suicide. ENEM. Belém School. Cognitive-Behavioral Theory. CognitiveTherapy.

1. Introdução

Estávamos realizando estágio escolar em uma escola pública estadual do município de Belém do Pará, onde nos deparamos com situações que instigaram e despertaram nossa curiosidade para investigar de maneira mais profunda o que nos atravessam. O período que vivenciamos, foi o período de preparação para o Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM).

A fim de compreendermos possíveis problemáticas, procuramos nos aproximar ainda mais da equipe gestora da instituição, com o intuito de conhecer melhor a realidade da comunidade escolar daquela região. 

Após duas semanas de estágio, iniciou-se o último mês que antecede o exame. Foi então que a equipe gestora e professores da escola começaram a relatar casos de alunos que estavam vivenciando altos níveis de estresse, ansiedade, sintomas depressivos e alguns manifestando segundo os professores, pensamentos recorrentes de suicídio. 

Todos os relatos foram essenciais para a elaboração de uma intervenção que girou em torno da descoberta da seguinte indagação: Quais fatores potencializam a depressão e ideação suicida em alunos do ensino médio candidatos ao ENEM?

Baseado no que lhes foi apresentado, o objetivo geral deste trabalho é de conhecer e compreender a ansiedade em estágios precoce e ter um olhar mais atento para os níveis de depressão e ideações suicidas no contexto escolar acerca do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Como objetivos específicos, pretende-se identificar situações de vulnerabilidade que potencializam o sentimento depressivo em alunos do médio que são candidatos ao Enem, explicar a tríade ansiedade, depressão e suicídio dentro desse contexto, evidenciar a importância da intervenção da psicologia para essa demanda ,analisar a eficácia da Terapia Cognitiva Comportamental(TCC) na dinâmica desse processo em foco.

Parte-se da hipótese de que a vulnerabilidade social e a ausência de profissionais da psicologia em escolas públicas de Belém,são algumas das principais causas de tais problemas, inviabilizando identificação precoce para manejo deles. Nesse sentido, buscou-se encontrar a partir das contribuições literárias de autores que abordam a temática proposta e de experiências práticas já vividas dentro do campo escolar na cidade de Belém, conteúdos possibilitem maior clareza sobre o assunto, com a finalidade de ajudar os adolescentes e jovens nesta etapa fundamental da vida do indivíduo.

Para tanto, com o intuito de viabilizar a hipótese,realizou-se como metodologia  pesquisas bibliográficas com o objetivo descritivo e exploratório na perspectiva da Terapia Cognitiva Comportamental (TCC).

Os capítulos consolidam o trabalho a partir de um material teórico pesquisado e analisado sobre os respectivos temas e assuntos, elucidando e embasando o projeto com referenciais do campo bibliográfico, sendo respeitada uma sequência de títulos e subtítulos apresentados, explanados ediscutidos somando juntamente com as experiências vivenciadas e ocorridas em campos de estágios, sendo consolidado com as referências, teorias, materiais, abordagens, técnicasetc. sendo estes: Vulnerabilidade social do aluno, Vulnerabilidade e educação, Ansiedade e suas perspectivas no contexto escolar, Experiências a partir do campo educacional, Breve exposição sobre o suicídio, Terapia Cognitiva: ansiedade, depressão e suicídio, Pretensões deste trabalho, Resultados e Discussões: Iniciando as reflexões e Considerações Finais.

Dessa forma, no segundo capítulo são apresentados alguns conceitos chaves para o desenvolvimento do problema, abordando temas necessários para compreensão do assunto como: vulnerabilidade social, suicídio e depressão; no terceiro capítulo, são relatadas as pretensões desse trabalho; no quarto capítulo, abordam-se as justificativas para a elaboração do trabalho; no quinto capítulo, subtítulos para o desenvolvimento do trabalho.

Ao final conclui-se que os objetivos foram atendidos e a pergunta respondida, por meio da confirmação da hipótese, indicando que se faz necessário um investimento em prevenção de problemas psíquicos nas escolas públicas de Belém através da contratação de profissionais da área de psicologia e assistência social. 

2. A importância deste tema

A justificativa deste projeto se dá primeiro pela percepção de que há pouca produção acadêmica sobre a temática e que vai rumo ao incentivo de pesquisas e criação de conteúdos a respeito do assunto, com a pretensão de realização de maiores estudos, resultados, experiências, análises sobre o tema e a produção de mais materiais de estudo acadêmicos para auxílio e contribuições futuras. Dessa forma, facilitando encontrar uma luz como fonte de conhecimento na educação sobre o contexto escolar, sendo esta a que vai viabilizar, oportunizar, gerar e proporcionar mudanças nas vidas dos envolvidos, para uma direção mais bem desenvolvida e melhor. Nesse sentido, a ideia vem corroborar com um pensamento produzido acerca da formação, em que vemos a educação como uma peça chave de rumos positivos na sociedade, da necessidade em mudança, valorização da instrumentação da educação como porta de entrada para conhecimentos, aprendizados, melhoria de produtividade positiva na vida de quem está envolvido e inserido no contexto educacional, proporcionando modificações de espaços e formações de subjetividades a partir de políticas qualitativas que beneficiem a sociedade.Sander destaca que:

O caminho político e administrativo para a promoção de uma forma qualitativa de vida humana é o da participação, pois ela favorece a definição justa dos espaços de contribuição e de beneficiamento individual e local da experiência de vida nacional. Finalmente, a participação como estratégia de ação humana coletiva possibilita a adoção de opções existenciais relevantes, pertinentes e significativas para os indivíduos e os grupos de determinada organização ou sociedade que nela tentam desenvolver uma forma qualitativa de vida humana coletiva (SANDER, 1984, p.04).

Por tanto, a psicologia acolhe uma grande e importante temática na visão desenvolvimentista, que envolve diretamente os desafios e mazelas do campo educacional em paralelo as técnicas e manejos de ferramentas sobre a abordagem da Teoria Cognitivo – Comportamental, com o propósito de encarar os diversos e desafiadores problemas em busca  de mudanças. É um processo que requer muita força e desejo de quem quer fazer a diferença e acredita no ideal de que a educação é um caminho para a um vasto horizonte de saberes imensuráveis.Em particular, os alunos do ensino médio encontram um enorme desafio que é a desigualdade educacional, social, material, estrutural, emocional, psicológica, econômica, local etc. Além dos problemas externos que alunos enfrentam que refletem em sala de aula, em contextos mais bem analisados, percebemos as grandes dificuldades que algumas escolas públicas possuem com a estruturas físicas e na prática do ensino aprendizagem, e de modo mais particular, em instituições de ensino médio.

Nessa perspectiva, os profissionais da psicologia juntos aos educadores devem manter-se comprometidos como seus papéis sociais, ressaltando e transparecendo cada vez mais a importância da presença da Psicologia no meio Educacional,especialmente no ensino médio, a fim de se organizar um processo de reconstrução do sistema educacional que contribua para a formação de subjetividades mais humanizadas e conscientização da criticidade como ferramenta transformadora de uma sociedade. Porém, é preciso agir em conjunto com outros educadores e profissionais humanistas de boa vontade, comprometidos com uma escola democrática. 

Aliás, nunca foi tão necessário retomarmos as ideias de Paulo Freire, certamente um dos mais importantes educadores de nossa época: a Educação tem um papel fundamental no processo de transformação da consciência ingênua em consciência crítica, ou seja, no processo de conscientização dos homens (FREIRE, 1980, p.15).

Pois encontramos afrente alguns problemas que são realidadespróximas da gente e que talvez em algum momento nos encontramos lá, naquele lugar, ambiente que é uma escola pública, com suas inúmeras limitações, e com uma demanda que é resumidamente pressionada a se ver num papel onde precisa necessariamente dar retorno “produtivo” quantitativo, e de víeis mais exatos, para poderem serem melhores aceitos na sociedade contemporânea,o que de grosso modo é, o capitalismo direcionando de forma muito objetiva a vida, quer elas com sequelas, transtornos (ansiedade, depressão e talvez até mesmo o suicídio)problemas internos, ou até mesmo externos, dentro ou fora das escolas (quer sejam públicas ou particulares), tudo com caráter de requerer a todo modo um resultado bem-sucedido, triunfante e com sinônimo de destaque, de vencedor, de conquistador.

Então, por essas e outras razões, neste trabalho vê-se a necessidade de propor através da psicologia formas diretas ou indiretas de intervenção junto a comunidade escolar como um todo, com metodologias, abordagens, encaminhamentos, palestras, rodas de conversas etc. São propostas que viabilizem a importância do papel da psicologia dentro da escola no contexto mais específico que é a atmosfera gerada pelo ENEM, e a assistência do profissional da psicologia é de grande importância tanto para os discentes, quanto para os docente, afinal, é um momento muito especial e importante por muitos professores, educadores de verdade que se comprometem com o saber e com a aprendizagem, como um momento de ajudar ao máximo a sua escola, seus alunos, mas também para os alunos, que dedicam-se anos de suas vidas para aquele momento, que de muitas vezes demonstrar ser mais do que somente uma prova ou um vestibular, porém, a oportunidade de ascensão a uma nova vida, um novo mundo, uma nova esperança.

Este trabalho possui uma valiosa contribuição, pois se vale de experiências vivenciadas na prática do campo escolar, e a partir do referido material a comunidade poderá favorecer-se de relatos próximos e vívidos de maneira especial no seio das escolas de educação pública. A partir dos relatos, das experiências, das análises, das contribuições, trabalhos, intervenções, resultados e de outros dados, a comunidade acadêmica poderá e disponibilizará de todas as práticas referenciadas nos determinados contextos com seus devidos autores, para assim validar o projeto e se fazer útil e disponível ao demais.

Apesar de ter sido um estágio limitado, houve outros encontros no sentido de acompanhamento da escola como: visitas e assistências em períodos de campanhas (como a campanha do Setembro Amarelo – prevenção ao suicídio, e demais períodos e meses onde acompanhamos, trazendo para as salas de aula a importância e relevância de temas como depressão, ansiedade, violência, drogas, etc.),porém,faltaram assertividade em alguns fechamentos (que partiram como demandas extraordinárias do corpo técnico) e de encaminhamentos para as instituições de apoio psicológico, e de forma mais clara, a presença da psicologia dentro do contexto escolar, ainda mais para aqueles alunos que estão em ano de prestação de ENEM, o que aumenta a autocobrança e pressão sobre o indivíduo,

As críticas sobre os níveis de cobrança que recaem sobre os alunos e para a instituições de educação são impressionantes, ainda mais se a escola for pública, onde não se tem na maioria dos casos espaços ou ambientes favoráveis, estruturas acolhedoras, recursos didáticos, materiais e investimento, assim como profissionais multidisciplinares, em especial para o profissional da psicologia, que detêm os manejos e técnicas próprias para essas e outras situações dentro do contexto escolar e consegue entender e ajudar o aluno a encarar de forma mais tranquila os desafios que surgem, possibilitando então acompanhamento e auxílio psicológico nesta empreitada da vida  tão conturbada que é a preparação para  o ENEM. Com a perspectiva de olhar com carinho para essas escolas, esses profissionais (que também precisam de auxílio e ajuda), porém, principalmente para os alunos, que se veem desesperançosos e desencorajados a buscar seus sonhos através da educação.

Então, os estágios se tornam oportunidades riquíssimas e valiosas para que possamos aprender junto deles, e ao mesmo tempo fazer com que eles se compreendam. Ao mesmo tempo, ajudamos o corpo técnico e os professores na resolutividade, proposta e algumas sugestões de atividades que por si só são métodos de intervenção, o que acaba por ajudar na metodologia, e no ensino aprendizado do aluno, o que é um benefício de mão dupla, tanto para aluno, como para o educador.

3. Alguns conceitos-chave para o entendimento do problema

Para desenvolver a argumentação do referencial teórico, julga-se importante a apresentação de determinados conceitos e ideias de como vemos nosso objeto de pesquisa e que assuntos se pensa tem uma correlação mais direta com ele. Desse modo, inicia-se com os conceitos e discussões que embasam a teoricamente assunto abordado para apontar a direção de nossa pesquisa. Nesse sentido utilizaram-se os subtópicos que se desenvolvem a seguir.

3.1 A vulnerabilidade social do aluno

O conceito de vulnerabilidade é elaborado e aplicado de modo interdisciplinar a diferentes campos e situações. Na área da saúde o fenômeno possui presença na: Bioética, Saúde Mental, Saúde Ambiental e Epidemiologia (SEVALHO, 2018). Originalmente, vulnerável é algo referente a ferida, dano físico, emocional, moral, social que de forma simbólica traduz a significância de mágoa, ofensa, insensibilidade emocional e moral. (SEVALHO, 2018)

Representativamente, o conceito de vulnerabilidade se articula como: componente individual, tocante às informações que o indivíduo tem sobre o problema e a operacionalização que vai abordar como medidas de proteção ligadas ao cotidiano, o componente social, alusivo a arrecadação de informações e na perspectiva de influenciar social e politicamente no avanço da livre expressão, segurança e proteção.O componente programático, a propósito da manutenção da qualidade do funcionamento efetivo dos programas de controle e serviços. Com isso, os três componentes do quadro conceitual fazem interligações entre si, deixando análises multidimensionais, sendo a vulnerabilidade caracterizada pelo enredar de condições materiais, psicológicas, culturais, morais, jurídicas, políticas que encaminham a práticas e saberes em saúde. (SEVALHO, 2018)

Para Prati, Couto e Koller (2009), os últimos anos tiveram um crescimento considerável no debate sobre vulnerabilidade social, e esse crescimento também foi observado nos meios de pesquisas que envolvem os campos educacionais e psicológicos. A vulnerabilidade social pode ser percebida num contexto familiar ou em comunidades inteiras, o que é mais comum. As situações de desequilíbrio no ambiente familiar, normalmente estão sujeitas diretamente a várias rupturas na instituição familiar, como o pouquíssimo poder econômico, exposição a contextos de marginalidade e uso de drogas.

Segundo Kowarick (2009), no Brasil a vulnerabilidade é percebida como uma deterioração de direitos, de perdas de garantias asseguradas, além da fragilização da cidadania. Kowarick (2009) ainda destaca mais pontos específicos, como a desigualdade perante a lei e sujeição à violência, dificuldade de acesso à moradia, serviços de saúde, assistência social e emprego, dentre outros fatores. Então, fica claramente explicado a diferença entre uma vulnerabilidade socioeconômica, referente a um desamparo as suas garantias de direitos trabalhistas, saúde, educação e direitos básicos sociais, de um outro tipo de vulnerabilidade, a civil que demonstra as ameaças por parte da violência e pela falta de segurança.

3.2 Vulnerabilidade e educação

Essa conceituação é vista também como paralelismo a educação – muito esplanada por Freire (1996), pois é tão fundamental, por envolver direitos básicos constitucionais a vida, assim, vulnerabilidade não é exatamente um conceito escolhido a priori por Freire (1996), mesmo que exista uma respeitável e considerável representação dentro da Saúde Coletiva em favor de pensamentos autônomos e de dependentes no que se refere às relações de opressão social. Segundo Ricouer (2008), a vulnerabilidade e autonomia criam uma relação paradoxal e de completude. 

Freire pontua que Educação não é transmissão, mas é a construção de conhecimento por intermédio das relações entre educando e educador democrático. Os seres humanos costumam absorver a realidade em fragmentos, e é papel do educador com senso humanístico, dialógico e problematizado, “o esforço de propor aos indivíduos dimensões significativas de sua realidade, cuja sua análise crítica lhe possibilite reconhecer a interação de suas partes”(FREIRE, 1986, p.95).

Cabe à escola um papel importante e estratégico para o desenvolvimento, manutenção, promoção e proteção da saúde dos alunos e da comunidade escolar, porque é o local onde se reproduz os padrões de comportamentos e de relacionamentos que podem vir a colocar em perigo a saúde dos jovens. Por este entender, acredita-se que a escola tenha um local de privilégio a fim de reconhecer precocemente as situações problemáticas, já que os aspectos relacionados à família, aos amigos e a escola são de fundamental significado para a qualidade de vida do adolescente (PALAZZO, 2001).

Existem diferentes perigos dentro e fora do contexto escolar, sendo o fator (vulnerabilidade) uma questão que pode interferir, favorecer e propiciar uma potencialidade no agravamento ao que se refere a ideações suicidas.

3.3 Ansiedade e suas perspectivas no contexto escolar

A ansiedade é um estado emocional que todos os seres humanos experimentam, pode ser considerada como normal desde que não interfira e prejudique o indivíduo em executar suas tarefas do dia a dia. Quando isso ocorre acaba se tornando um transtorno mental de ansiedade. O transtorno de ansiedade tem se tornado um fenômeno que tem tido um grande crescimento no mundo. Segundo (CASTILLO, 2000), os transtornos ansiosos são os quadros psiquiátricos mais comuns tanto em crianças quanto em adultos. No Diagnostic and Statistical Manual 5(Manual de Diagnóstico e Estatística e o número 5 – DSM – 5) uma das características do transtorno de ansiedade é a Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou atividades (tais como desempenho escolar ou profissional).

Dessa forma, podemos apontar como um fator de alto risco para o desenvolvimento desse transtorno, o período de preparação para a realização do o exame nacional do ensino médio (ENEM). Visto que, a grande pressão sofrida por jovens e adolescentes que estão imbuídos nesse processo acaba por elevar o nível de estresse e por sua vez desencadeia em uma elevação do nível de ansiedade. Rodrigues e Pelisoles (2008) apontam que, durante a preparação para o vestibular, o adolescente enfrenta, além das incertezas e inseguranças inerentes à sua condição de desenvolvimento, a cobrança da família, de amigos e da própria sociedade para que ele obtenha a aprovação. Nesse sentido, podemos dizer que o ENEM envolve muito mais do que o teste em si, pois existem fatores sociais e relacionais que contribui de maneira muito, muito significativa para o desenvolvimento da ansiedade patológica. 

Segundo Rodrigues e Pelisoles (2008) O medo da reprovação, o elevado número de candidatos por vaga e os fatores específicos da escolha profissional também são aspectos ansiosos. Além disso, existe o fato do aluno de escola pública se sentir menos preparado que alunos que se encontram em situações sociais mais privilegiadas que estão se preparando através de cursinhos particulares.  O’Que aumenta ainda mais sua insegurança em relação ao futuro lhe levando a ter previsões negativas e catastróficas, elevando o seu nível de ansiedade.

Segundo Peres e Rosenburg (1998), a adolescência é um período de intensas mudanças e alterações no corpo e no desenvolvimento humano, relacionadas a fatores que influenciam diretamente o indivíduo, uma questão biológica seria a puberdade, porém outras questões como a pessoalidade do indivíduo começa a formar e conceituar suas visões de mundo.

Birmahe (1996) diz que a depressão é algo comum para a faixa etária dos adolescentes, muito embora não consiga ser percebida ou reconhecida. Descreve também como sendo “debilitante e crônica” com efeitos e adversos se não tratada. Para Bahls (2002) as questões que envolvem a depressão em si vêm ganhando maiores visibilidade pelas proporções devastadoras, constituindo-a como um caso de saúde pública, mesmo que existam poucos estudos epidemiológicos sobre o assunto neste período de vida. 

Ainda é preciso expandir os estudos que envolvam a depressão em adolescentes em virtude da gravidade da doença, a todos os seus efeitos colaterais adversos e a sua incidência crescente. Percebe-se que existe uma necessidade pertinente de associar a presença da ansiedade sendo um estágio da depressão, assim apontam as investigações, pelo fato de a ansiedade ser a comorbidade mais frequente nos transtornos depressivos.

3.4 Experiências a partir do campo educacional

Algumas experiências como os estágios obrigatórios ou até mesmo não obrigatório, foram interessantes e pertinentes, pois nos possibilitou ver de perto como que é o dia a dia dos alunos, do corpo técnico, dos professores e gestores de modo geral e também do psicólogo (se a escola possuir), o que acaba por aproximar o olhar rumo a verdade de cada um, a realidade vivida ali, na comunidade, no bairro, na família, e também no indivíduo com um ser único, porém também social.

Durante o período de estágio, fomos designados a cumpri-lo em uma escola pública do ensino médio, onde a equipe gestora da instituição escolar nos solicitou uma contribuição para ajudar os alunos do 3º ano do ensino médio que iriam participar do ENEM. A escola organizou um mini curso para todos os alunos que iriam participar do exame, a preparação se deu durante três meses, mas nossa contribuição como alunos do curso de psicologia da Escola Superior da Amazônia foi solicitada apenas para o último dia. A intenção dos organizadores com isso era de proporcionar um alívio de tensão, estresse e ansiedade que os alunos estavam tendo devido à sobrecarga de informações e a ansiedade que era muito latente ao ponto que se aproximava a data do exame.

Desse modo, marcamos para o último dia do cursinho nosso encontro com os alunos para uma roda de conversa, em que direcionamos algumas perguntas como: como estão suas expectativas para em relação ao Enem? Para que área vocês pretendem ingressar na faculdade? Qual o seu maior medo e por quê? Dessa forma, obtivemos respostas que nos revelaram um nível muito elevado de ansiedade não somente ligado ao teste em si, mas principalmente aos seus círculos relacionais dos alunos como: tenho medo de não passar e meus amigos passarem e ficar só eu da minha turma sem passar para a faculdade esse ano, porque meus amigos podem se formar na minha frente se eu não consegui passar esse ano, meus pais irão ficar muito tristes se eu não conseguir nota boa, se eu não consegui passar minha vida acabou porque já pensou todo mundo em uma faculdade e eu não? Não sei o que fazer se eu passar, pois ainda não escolhi uma profissão.

Foram algumas respostas fornecidas por eles que nos revelaram fatores como cobranças da sociedade, familiares, amigos e até do próprio aluno para que ele tenha uma boa nota e obtenha aprovação contribuem para o desenvolvimento da ansiedade nessa fase da vida escolar

Já em uma outra participação também dentro do contexto escolar, foi percebido e era recorrente, conforme observamos as inúmeras situações problemáticas trazidas de “casa”, e a escola acaba fornecendo um papel de segundo lar ou local para aqueles que se encontram em situações de vulnerabilidade ou problemas familiares graves, uma vez que eles ficavam várias horas do dia, em vários dias da semana, inclusive, mesmo quando não tinha aula. 

O contexto social e de localização, leva a realidade de um bairro periférico da grande Belém, que traz consigo uma forte discriminação e carrega um estereótipo negativo por ser subúrbio, e a experiência por si só é algo bastante relevante, analisar a localidade, os costumes, cultura, estilos e a própria subjetividade de cada um, além de perceber a autonomia da direção.

É preciso ter uma metodologia acessível para poder chegar e abordar determinados assuntos, e temas (citar o autor) pois, eles ao se sentirem mais à vontade, a interação vai se tornar e acontecer naturalmente, e as vivências com campanhas (Setembro Amarelo), palestras (sobre: drogas, depressão, suicídio, ansiedade, violências), rodas de conversa, aconselhamentos, encaminhamentos (para a clínica escola da ESAMAZ), acompanhamento junto aos gestores com os casos mais graves, e comunicando a família para entender mais sobre o contexto num geral e assim dá suporte para o adolescente ou jovem que está em sofrimento, e que muitas das vezes acaba se mutilando e tem ideações suicidas.

No geral, as vivências e experiências que os estágios nos proporcionam são ricas, e é nesse campo que nos deparamos na prática com todo o meio da comunidade escolar, logo, vamos percebendo e nos envolvendo naquele contexto, ouvindo os alunos, professores, técnicos, gestores, etc. numa perspectiva de tentar ajudar desde o aluno ao gestor, e os relatos e queixas são inúmeros, cada uma mais complexo que o outro, e por esse motivo é primordial e fundamental a participação e se possível contribuição de forma direta ou indiretamente na instituição, de modo que essas atividades tenham relevância no contexto e agregue resultados positivos aos envolvidos. 

Assim, as reflexões acabam se tornando mais claras e objetivas, numa perspectiva de o porquê desse projeto, do tema deste trabalho, desta demanda, das inúmeras carências dentro do contexto escolar, e de realidades de muitos jovens e adolescentes.

3.5 Breve exposição sobre o suicídio

Para Bertolone e Fleischmann (2004) no ano de 2001, o suicídio foi representado com a porcentagem de 1,4% do certamente mundial de doenças, com a real possibilidade de atingir 2,4% (o que gira em torno de cerca de um milhão e meio de pessoas) no ano de 2020. Configurando-se como uma entre as dez principais causas de óbito em pessoas maiores a faixa etária de 5 anos de idade, isso em todos os países que repassam informações precisas e autênticas sobre os índices de mortalidade. Baseando-se a partir dos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS, 2002), foi verificado um deslocamento da ascendência relacionada a frequência de suicídio para a faixa mais juvenil, demonstrando números significativamente superior em pessoas com menos de 45 anos de idade. Sendo assim, o suicídio pode ser considerado, um grave problema de saúde pública. 

A adolescência pode ser considerada, em algumas vezes, como um processo evolutivo de conflitos intensos e de mudanças. Na perspectiva de resolver os problemas, os jovens podem apresentar comportamentos vários e até mesmo estranhos, como violência, comportamentos impulsivos, assim como o próprio suicídio. Dessa maneira, analisar e investigar as ideações suicidas se faz importantíssimo por ser um dispositivo antecipador aos riscos e eminências que venham a configurar suicídio e por se apresentar em um dos polos continnum que possa levar ao autocídio. (BARRIOS et al, 2000; FLECHNER, 2000; WERLANG & BOTEGA, 2004).

Segundo Rodrigues e Barbalho Filho (2005 – 2006), os fatores principais e as situações apontadas de risco dentro da literatura são referentes a: idade, raça, gênero, estado civil, ocupação, situação financeira, aspectos psicológicos, ambientais e culturais, estado de saúde mental e físico, tentativas anteriores e uma reincidência com histórico familiar as ideações ou ao suicídio.

Segundo um estudo desempenhado por Souza, Minayo,e Malaquias(2002), as capitais do Estado do Rio Grande do Sul (Porto Alegre) e a do Paraná (Curitiba)foram detectadas como as maiores possuidoras de índices de suicídios apontado em jovens com idade entre 15 e 24 anos, comparadas a outras 9 capitais (Belém, Fortaleza, Natal, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro e São Paulo). Essa estatística se torna de fato preocupante, pois os números levantados sobre suicídio são falhos (DE LEO, BERTOLOTE & LESTER, 2003) tendo visto que muitas mortes são classificadas de maneira imprecisa, não intencionais ou até mesmo de cunho acidental. 

Carvalho, Puccini e Silva (2000) realizaram um estudo, mostrando que, as causas externas foram responsáveis por 11,8% e 9,1% das hospitalizações de adolescentes de 10 a 19 anos na cidade de Belém – PA e em todo o Estado do Pará, respectivamente. No mesmo ano, os índices de mortalidade igual por componentes externos, na mesma faixa etária, na cidade de Belém e no Pará, foram de 55,5% e 49,5%, respectivamente.

Portanto, a identificação de fatores de vulnerabilidade que influenciem o suicídio é fundamental, afinal, as pessoas com pré-disposições de atos suicidas fatais e não fatais sinalizam à vontade e intenção antes da ideação ou do ato suicida. 

Infelizmente no Brasil não se ouve falar sobre suicídio, este tema tão relevante dentro das escolas. Triste e lastimável são as instituições terem conhecimentos das dimensões problemáticas e mesmo assim não atuarem de maneira minimamente preventiva, assumindo um papel de mero espectador silencioso das tragédias que acontecem com os alunos. 

3.6 Terapia Cognitiva: ansiedade, depressão e suicídio

A terapia cognitivo-comportamental nasceu de uma cultura atual na América do Norte, na Europa, na África do Sul e em outras partes do mundo, no início dos anos 60. Tratando-se desta abordagem, acredita-se que um treinamento adequado e com muito foco as pessoas aprendem a ter consciência sobre seus próprios pensamentos e a maneira que estes vão influenciar nas manifestações emocionais de acordo com as situações presentes. (DOBSON E DOBSON, 2010)

O foco da Terapia Cognitiva está, sobretudo, nos pensamentos automáticos angustiantes que sustentam a ansiedade. O ato de conhecer ou reconhecer nossas vivências pode ser adequado ao termo cognição, por tanto, a terapia cognitiva é um tratamento psicológico organizado e estruturado para que as pessoas aprendam a como mudar os pensamentos disfuncionais, também crenças e atitudes que trazem impactos no humor de forma negativa como ansiedade e depressão. (CLARK E BECK, 2012)

A ansiedade traz impactos físicos, emocionais, comportamentais e cognitivos. Mesmo que não consciente no momento, o estado de pensar, agir e sentir é diferente de quando o indivíduo não está ansioso. A ideia fundamental na terapia cognitiva é que a maneira como pensamos traz impacto ao modo como sentimos; assim sendo, mudar nossa maneira de pensar pode mudar nosso humor. (CLARK E BECK, 2012)

De acordo com Serra (2019) o funcionamento cognitivo dos depressivos costuma refletir e avaliar situações de forma pessimista. Tratando-se da autoavaliação, habitualmente é autodepreciativo, enxergando-se como desprovido de qualidades e habilidades.  Sobre o futuro, é visto com desesperança e crer que a insatisfação presente é eterna.

O modelo cognitivo-comportamental não defende o conceito de que as respostas emocionais acontecem por acaso, mas que está relacionado a forma que interpretamos ou pensamos sobre aquele acontecimento ou situação, isso sim, será crucial para determinar o que sentimos. Do mesmo modo acontece com nossas cognições ou pensamentos que tem um forte poder sobre nossos padrões comportamentais em várias situações. (DOBSON E DOBSON, 2010)

4. Resultados e Discussões: Iniciando as reflexões

Iniciando desde a fase de relevância para a explanação do tema, é importante entender que adolescência é um período de muitas transformações e mudanças, e junto disso vem as muitas modificações até mesmo no que se refere a seu desenvolvimento enquanto ser humano, desde fatores mais físicos e biológicos (a sua puberdade), a relações mais apuradas a partir da sua maturidade biopsicossocial.Então, ali no contexto escolar de nível fundamental e médio, a escola engloba um número muito alto de adolescentes, de gostos, estilos, jeitos particulares e subjetivos. Peres e Rosenbur (1998) descrevem esta fase sendo um período de crise, por conta de várias transformações que vão acontecendo de maneira simultânea no corpo do indivíduo, sendo elas orgânicas ou mentais, a fim de causar uma espécie de padronização ou normalidade peculiares de comportamentos referentes aquela faixa etária. 

O que também se vê bastante dentro da escola ou da sala de aula é o processo de maturação desses indivíduos segundo Blazer e Hybels (2005), e que certamente varia de adolescente para adolescente, porém a mudança de forma geral é nítida, iminente e deve ser encarada com paciência e diálogo.

Blazer e Hybels (2005), também afirmam que a adolescência pode ser entendida como uma fase de transformações, quer sejam físicas, afetivas, psicológicas e sociais. E que a maneira com que a patologia apareça pode e vai depender da forma com que o indivíduo está inserido e de suas devidas perspectivas. Ainda seguindo adiante, algumas características típicas da faixa etária se acusam enquanto a este quadro como, irritabilidade, instabilidade, momentos de explosão, raiva e ideações suicidas (BAHLS, 2002).Para Ranña (2001) os conflitos da adolescência forem mal conduzidos eles podem contribuir para ter algumas consequências futuras, como alguns transtornos de humor, ou mais especificamente de depressão. 

No entendimento de Birmaher (et al., 1996)a depressão por mais que ela seja de difícil reconhecimento, ainda sim é comum nesta faixa etária. Frequentemente os sintomas se apresentam de maneira debilitantes ou crônicas no decorrer do curso, e com efeitos adversos de longo prazo, de maneira especial se não for tratada. Então Bahls (2002) traz a discussão de que assim a depressão na adolescência vem cada vez mais produzindo e ampliando um problema real de saúde pública, ainda também por conta da carência de estudos epidemiológicos sobre o tema neste período. 

Para Graeff (2007), apesar da carência sobre os temas abordados, é muito comum que durante a preparação para o Enem o adolescente se coloca em cheque, questionando-se e fazendo surgir incertezas e inseguranças que emergem em decorrência das cobranças externas (escola, família, amigos, sociedade etc.) e até mesmo das cobranças internas, criadas a partir da subjetividade individual que desembocam numa aprovação capitalista e social, esse contexto acaba por propiciar e favorecer o transtorno da ansiedade enquanto um problema grave e real, pois é muito comum em candidatos que se inscrevem para o Exame Nacional do Ensino Médio. “A ansiedade é definida como um padrão de resposta incondicionado caracterizado por um conjunto de reações fisiológicas referentes à emissão de comportamentos de luta ou fuga, diante de situações de perigo” (CAMINHA, 2003. p.31).

Por isso, é muito importante ressaltar que, a didática e metodologia aplicada por nós, realizava-se diretamente sobre as demandas indicadas pela equipe gestora da instituição escolar, possibilitando-nos um deslocamento mais específico em relação às classes que necessitavam de intervenção, para executarmos uma abordagem mais específica e direta. Comumente se ouvia falar de depressão, ansiedade, mutilação é até mesmo sobre suicídio, o que é algo gravíssimo dentro de uma escola que já tem um histórico de estudantes que cometeram suicídio em anos anteriores. 

De turmas do ensino fundamental, aproximadamente de séries finais como (6º ao 9º ano), até séries como as do ensino médio e concluintes, relatam que estes temas e o profissional capacitado, são ausências reais e que carecem serem tratados e abordados de forma muito responsável dentro da escola, pois, isso também acaba por fomentar situações que colocam  pessoas em descontrole e vulnerabilidade se não forem prestadas assistências corretas as demandas que emergem do meio de adolescentes e jovens que estão exposto a tais situações.

Segundo Bahls (2002), a depressão é uma patologia que acontece de forma muito especificamente na fase da adolescência. Com extensa morbilidade, aguda e crónica (BIRMAHER & BRENT, 2007) e mortalidade que em muito se deve ao suicídio (APA, 2014).

De acordo com Abou-Nazel et al. (1991), um desempenho escolar fraco indica ou pode estar associado a um agente de risco para esta patologia na faixa etária de 11 a 17 anos, onde a queda na produção escolar, o humor mais deprimido, a incapacidade de concentrar-se e de fadiga, os desajustes no sono e no apetite e as reclamações somáticas são sintomas que podem vir a se apresentar e poderão aproveitar de precaução dentro da sala de aula. (SUKIENNIK et al., 2000). 

Logo, os transtornos produzidos a partir deste turbilhão podem desembocar em situações que:

Segundo vários outros estudiosos sobre a temática do suicídio, tanto no que se refere àpopulação geral quanto à população clínica, também estimam que a depressão e a desesperança são fatores importantes para a predição de ideação suicida em adolescentes (BECK, BROWN, & STEER, 1997)

A partir da literatura, faz-se importante reconhecer os relatos de alunos que trazem consigo problemas externos, para dentro da escola. Isso acaba potencializando os transtornos e os desafios, agravando de forma significativa a situação. 

O que é muito comum, é perceber que essa exterioridade vem em sua grande maioria como queixas ou demandas problemáticas oriundas de contextos familiares, no ambiente de casa, transformando então em muitas vezes a família ou o ambiente em um lugar aversivo. 

Segundo Sopelsa(2000, p.34) cita que ‘desde o nascimento até a morte, o homem sofre influências das pessoas, da sociedade, do mundo, e reage a estas influências de acordo com as raízes que lhe foram impressas, ao longo de sua existência, pelas suas vivências e sentimentos’ (CARARA, 2017, p.04, grifo do autor).

Nesse sentido, entende-se a necessidade de um olhar mais atento aos acontecimentos que percorrem no período de aula e as nuances que permeiam o ambiente escolar quando se trata de períodos tão importantes como o período preparatório para a prova do ENEM.

Dados estatísticos do QEdu, que é um portal desenvolvido pela Meritt e Fundação Lemann, com objetivo de permitir que a sociedade brasileira saiba e acompanhe como está a qualidade do aprendizado dos alunos nas escolas públicas e cidades brasileiras, utiliza-se de informações dos sites e portais oficiais do governo como: Censo Escolar, IDEB, Prova Brasil e ENEM para transformá-los em dados estatísticos, transformou-se em uma importante ferramenta de pesquisa para as instituições escolares. Dito isto, utilizamos os dados estatísticos do censo escolar de 2018, que relatam que somente nas áreas urbanas do município de Belém do Pará existem pelo mesmo 100 escolas públicas que lecionam o ensino médio regular. Com a matrícula inicial de no segundo ano e terceiro ano do ensino médio 27.959 alunos matriculados. Alunos esses que estavam em boa parte na preparação para realização das provas do Exame Nacional do Ensino Médio. O que nos revela uma grande demanda de alunos que precisam de um suporte que os proporciona um equilíbrio psíquico, emocional, sentimental, a estarem ainda mais preparados e assim não fiquem vulneráveis a pressão exercida pelo sistema educacional nessa fase de suas vidas.

Sistema esse, que é influenciado pela ideologia neoliberal, onde é introduzido a lógica de mercado para o ambiente educacional, fomentando a competição e valorização do esforço individual para a determinação do futuro do indivíduo em meio a sociedade (VIANA, 2016, p.68).Gerando de maneira muito sutil uma competitividade que em muitos casos se comparamos às condições socioeconômica de cada indivíduo torna-se desigual.

Com isso, o papel do psicólogo no contexto escolar é de suma importância, pois ele será o regente das técnicas e ferramentas que virão a servir como suporte para uma forte e tensa atmosfera, que gira sobre o aluno no período da realização do ENEM.

Nesse sentido, (VIANA 2006) nos diz que o olhar do psicólogo educacional tende a está voltado para as demandas que emergem do aluno ou da comunidade escolar. Assim sendo, entende-se que o modelo a ser trabalhado no contexto escolar, deve ser voltado para as relações sociais em que estão envolvidos os indivíduos.

Assim, compreende-se que o profissional de psicologia que atua em instituição escolar, deveria atuar de maneira preventiva, utilizando de ferramenta tais como: roda de conversa para ajudar os alunos encontrem respostas sobre suas angústias e inquietações em relação ao futuro que ainda é incerto e orientação profissional ajudando o discente a ter uma visão mais esclarecida sobre cada profissão e o deixando mais confiante sobre qual escolher,  ajudando diminuir o sofrimento causado pela dúvida de que área ele pretende atuar, com o intuito de amenizar as manifestações de sofrimentos psicológicos em que os alunos são acometidos.

Porém, a realidade está muito aquém do que desejamos, e isso é um fato que não tem como omitir ou negar, pois a rede pública de ensino municipal não dá suporte dentro do seu campo de assistência para as escolas com os profissionais, que deveriam ocupar seus postos dentro da esfera da educação, a fim de juntar metodologias que também e formas de intervenções mais aplicadas aos discentes, para que o aluno seja a referência enquanto ser que sofre psíquico/emocionalmente, porém com uma equipe composta por mais profissionais humanistas, as experiências junto com o ensino aprendizagem acaba se tornando mais fácil de compreensão, menos aversivo e logo, com rumos opostos a uma auto cobrança e pressão sobre o indivíduo. O Estado consegue contribuir de forma ainda que mínima com a presença de psicólogos nas Unidades Regionais de Educação (URE’s), e a partir daí são feitos os encaminhamentos, além de alguns psicólogos que ficam em escolas mais referenciadas do Estado na capital. 

Em alguns momentos, essa pressão chega a ser tão forte que a pessoa imagina-se dentro de um túnel sem fim ou um poço sem saída, e seu pensamentos disfuncionais acabam por lhe sabotar, gerando um campo psíquico adoecido e vulnerável propício para ideações suicidas, pois a relutância por tentar várias vezes por uma vaga na faculdade dos sonhos e a não aprovação acaba gerando uma forte frustração e decepção por parte do indivíduo, que certamente muito se cobra, muito se pressiona e se esforça, porém não consegue alcançar e pior, não consegue ressignificar seus sentimentos de frustração, sofrendo muita das vezes em silêncio e sozinho, gerando pensamentos negativos, logo, ideações suicidas.

Por tanto, é fundamental a presença do profissional de psicologia nos espaços escolares, para que o cuidado a integridade da vida e da saúde mental possam estar sempre em desenvolvimento, ajudando de maneira que o aluno potencialize suas qualidades e consiga amenizar suas angústias e sofrimentos acerca do ENEM.

Assim, ao abordarmos esses temas de grande relevância, percebemos que a Terapia Cognitiva apresenta respostas congruentes à ideia central do trabalho, e que vai de acordo com a nossa perspectiva de contribuição. 

A Terapia Cognitiva (TC) defende a ideia de que a depressão se manifesta em determinadas pessoas que já tem a vulnerabilidade, sendo estas: predisposição biológicos, fatores hereditários, déficit em habilidades de resolução de problemas, fatores ambientais e contingenciais, fatores de personalidade, traços obsessivos, estados particulares de desamparo e desesperança, entre outros. Sendo assim, basta um estressor para que ative um episódio depressivo. (Serra, 2019).

A TC, tem demonstrado utilidade para a resolução de diversos problemas emocionais e cognitivos, entre essas, o suicídio. Esta abordagem é eficaz na prevenção. Quando identificada, é necessário concentrar-se em todos os tipos de condutas suicidas e atentar-se aos níveis, desde a ideação, que seria ver o suicídio como uma possibilidade de finalizar todos os problemas, até propriamente a tentativa. Comportamentos suicidas podem apresentar de forma sutil, que muitas vezes se manifestam nas afirmações do tipo “minha vida não vai melhorar”; “sou um peso para todos” e “vou desapontar todo mundo” (SERRA, 2019, p.06).

Há uma técnica comportamental para estudantes ansiosos que irão prestar concurso, ENEM ou qualquer outro tipo de processo seletivo.  Chama-se: Procedimentos de autocontrole que se encontra no livro dos autores Piccoloto, Piccoloto e Wainer (2007), definindo assim o horário de estudo, a quantidade de conteúdo, a auto avaliação, se premiando quando alcançasse a meta de estudar até tal horário. Além disso, algumas dicas como organizar o ambiente, cuidar da alimentação, equilíbrio entre lazer e trabalho, fazer anotações em sala, manter uma rotina organizada foram propostas de acordo com o que os autores dizem ser bom para manter a atenção nos estudos.

Tratando-se de técnicas cognitivas, de acordo com Leahy (2006) a visão-chave da terapia cognitiva é de que depressão, ansiedade e raiva são, com frequência, resultadas de padrões recorrentes de distorções cognitivas. Existem algumas distorções chamadas: Previsão do futuro; você prevê o futuro em termos negativos envolvendo fracasso ou perigo “Irei mal naquela prova”. Desqualificação dos aspectos positivos; você alega que as coisas positivas são triviais “sei boa parte do conteúdo, mas não importa se não aprendi tudo”. Filtro negativo; você foca quase exclusivamente os aspectos negativos e raramente percebe os positivos “veja o tanto de pessoas mais inteligentes que eu”. As técnicas para essas distorções: custo e benefício de manter os pensamentos disfuncionais, exames de evidências (situações que comprovam que seus pensamentos estão certos ou errados), duplo padrão (perguntar se teria coragem de cobrar tanto de alguém que ama assim como cobra de si mesmo) e registro dos aspectos positivos.

Para além dessas abordagens, propomos também para estudos futuros de grande preciosidade e de modo mais aprofundado ainda dentro dos campos da Educação, Psicologia e Serviço Social, o Projeto de Lei 3.688/2000, que foi aprovado no Congresso Nacional, que é primordial e necessário para o contexto educacional atual no país, pois ele disponibiliza das atribuições e serviços da Psicologia  e do Serviço Social nas redes públicas de ensino, atuando de forma conjunta, efetiva e de maneira multidisciplinar sobre o aluno. O Projeto de Lei ainda destaca a relevância das atuações das equipes multiprofissionais em relação à qualidade do processo ensino-aprendizagem, destacando os vínculos e contextos da comunidade escolar como um todo, e fazendo um papel de mediador nas relações institucionais e sociais, ou seja, estas propostas garantidas por lei vem de encontro a carência e precariedade do campo educacional que ainda precisa auxiliar discentes, docentes, gestores e a comunidade escolar como um todo, por isso, vale ressaltar a importância de deixar isto como sugestão de pesquisa e de aprimoramento afim de contribuir futuramente com a comunidade acadêmica e com a sociedade. 

5. Considerações Finais

Após o período de pesquisas e leitura de artigos relacionados ao tema abordado, foi percebido que a apesar de ser um assunto de extrema relevância e de muita importância não somente para o meio acadêmico como também para a sociedade, ainda existem poucos materiais produzidos disponíveis sobre o assunto, principalmente sobre a região metropolitana de Belém do Pará e até mesmo sobre o próprio estado do Pará. Além disso, podemos chegar às conclusões em relação ao que nos despertou para tal problemática, que nossas hipóteses sobre fatores que estavam contribuindo para o desenvolvimento de problemas psíquicos nos alunos das escolas de ensino médio de Belém do Pará foram confirmadas.

A hipótese era que a vulnerabilidade social contribui significativamente para o insucesso de alunos que se encontram em tal situação e consequentemente para o desenvolvimento de problemas psíquicos como a depressão e a ideação suicida. Assim sendo, esses alunos que passam por momentos turbulentos durante o período de preparação do ENEM, acabam por desenvolver tais problemas. O’Que nos remete a expor a outra hipótese, que seria a ausência ou o contingente insuficiente de profissionais da psicologia atuando na área da educação, que de fato, é um agravante muito sério e preocupante ao mesmo tempo, pois a falta de tais profissionais deixa alunos que se encontram em fase de adoecimento psíquico sem suporte de profissionais capacitados especificamente para essa área de atuação. A ausência de psicólogos atuando no âmbito escolar foi uma das principais queixas que recebemos de profissionais da área de pedagogia e de alunos das instituições escolares de ensino médio onde estagiamos. Dessa forma alunos e profissionais da educação ficam sem a cobertura necessária para lidar com essa demanda, deixando-os sem saber o que fazer quando tais acontecimentos ocorrem. Nesse sentido, comprova-se de maneira dedutiva que essa ausência impede de que tais demandas sejam tratadas de maneira preventiva ou precoce, acabando por desenvolvê-las para níveis mais graves.

Devido ao período de pandemia em nosso país e no mundo, ficamos impossibilitados de buscarmos informações através de pesquisas de campo, o que nos daria maiores conhecimentos e dados sobre nosso tema. Nesse sentido, deixamos nossas contribuições para a sociedade e a comunidade acadêmica, baseada em nossas experiências no campo de estágio e pesquisas bibliográficas, mas mesmo com tais limitações, percebemos que a temática abordada deixará uma importante contribuição para que se desenvolvam mais estudos no futuro sobre a área de conhecimento exposta neste artigo. 

E assim, consideramos que é muito importante o incentivo à produção de novos estudos, adjunto de metodologias inovadoras a respeito destas temáticas para contribuições acadêmicas e aplicação de fato no contexto socioeducacional. Assim como as sugestões abertas para discussões que deveriam deste projeto, bem como a questão do PL que obriga a rede pública de ensino a ter apoio e suporte de profissionais da Psicologia e Serviço social como um dos pontos a serem levantados e debatidos enquanto mecanismos de políticas públicas.  

Referências

ABOU-NAZEL, M.W., FAHMY, S.I., YOUNIS, I.A., SEIF EL-DIN, A.G., FATAH, M.A., MOKHTAR, S. & AYOUB, A.L. (1991). A Estudo de depressão entre adolescentes da Escola Preparatória de Alexandria. J Egypt Public Health Assoc, 66(5-6), 649-674. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1797970

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (2014). DSM-5: Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais. 5ª Edição. Lisboa: Climepsi.

BAHLS, Saint-Clair. Aspectos clínicos da depressão em crianças e adolescentes: clinicalfeatures. J. Pediatr. (Rio J.),Porto Alegre ,  v. 78, n. 5, p. 359-366,  out.  2002 .   Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572002000500004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em:20 Set  2020.  https://doi.org/10.1590/S0021-75572002000500004..

BARRIOS, L.C., EVERETT, S.A., SIMON, T.R., & BRENER, N.D. (2000) Ideação de suicídio entre estudantes universitários dos EUA: associações com outros comportamentos de risco de lesões. Jornal da saúde americana da faculdade, 48, 229-233.

BECK, A. T., BROWN, G. K., & STEER, R. A. Características psicométricas da Escala de Ideação Suicida com pacientes psiquiátricosambulatoriais.BehaviorResearchandTherapy, 35(11), 1039-1046. 1997.

BERTOLOTE, J.M., & FLEISCHMANN, A. (2004). Suicídio e doença mental: Uma perspectiva global. In: N.J. BOTEGA& B.G. WERLANG (Eds.), Comportamento suicida (pp. 35-44). Porto Alegre: ArtMed.

BIRMAHER, B. & BRENT, D. (2007). Parâmetro de prática para avaliação e tratamento de crianças e adolescentes com transtornos depressivos. Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry, 46(11), 1503-1526. doi: 10.1097/chi.0b013e318145ae1c.

BIRMAHER B, RYAN N, WILLIAMSON D, BRENT DA, KAUFMAN J, DAHL RE, PEREL J, NELSON B. Depressão infantil e adolescente: uma revisão dos últimos 10 anos.Part I. J AmAcadChildAdolescentPsychiatr, 35(11): 1427-1439, 1996.

BLAZER, D. G., & HYBELS, C. F. (2005). Origens da depressão na vida adulta.Psychological medicine, 35(09), 1241-1252. doi: 10.1017/S0033291705004411

CARARA, Mariane Lemos. Dificuldade de aprendizagem e vulnerabilidade social sob a Percepção da comunidade escolar Artigo apresentado como trabalho de conclusão de curso de Pós Graduação em Educação e Direitos Humanos: Escola, Violência e Garantia de Direitos, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de especialista. Orientadora: Professora Luciana Flor Correa.Luciana.Flor@unisul.br (2017). Disponível em: http://www.uniedu.sed.sc.gov.br/wp-content/uploads/2017/02/Artigo-Mariane.pdf. Acesso em: 10 set 2020. 

CARVALHO, Maria Florinda P. P. de; PUCCINI, Rosana Fiorini; SILVA, Edina Mariko K. da. Acidentes não fatais em adolescentes escolares de Belém, Pará. Rev. paul. pediatra.,  São Paulo ,  v. 25, n. 4, p. 324-330,  Dec.  2007 .   Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-05822007000400005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em:20 Set2020.  http://dx.doi.org/10.1590/S0103-05822007000400005.

CASTILLO, Ana Regina GL et al . Transtornos de ansiedade. Rev. Bras. Psiquiatr.,  São Paulo ,  v. 22, supl. 2, p. 20-23,  Dec.  2000 .   Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462000000600006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em:20 Set2020.  http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462000000600006. 

CLARK, David; BECK, Aaron. Vencendo a ansiedade e a preocupação com a terapia cognitivo-comportamental: manual do paciente. Tradução Daniel Bueno. Porto Alegre: Artmed, 2012.

DE LEO, D., BERTOLOTE, J., & LESTER, D. (2003). A violência auto infligida.

DOBSON, Débora; DOBSON, Keith. A Terapia Cognitivo-Comportamental baseada em evidências. Porto Alegre: Editora Sênior, 2010.

FRANSCHINI, Rosângela; VIANA, Meire Nunes. Psicologia Escolar: que fazer é esse? Conselho Federal de Psicologia. – Brasília: CFP, 2016. Disponível em:http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2016/08/CFP_Livro_PsinaEd_web-1.pdf. Acesso em: 26 nov 2020.

FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática da libertação – uma introdução ao pensamento de Paulo Freire.S.Paulo: Editora Moraes. 1980.

______. Pedagogia da autonomia – saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra; 1996.

______;SHOR, I. Medo e ousadia – o cotidiano do professor. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 1986.

GRAEFF FG. Ansiedade, pânico e o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal.Revista Brasileira de Psiquiatria. 2007;29(Supl I):S3-6. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbp/v29s1/a02v20s1.pdf. Acesso em: 20 Set 2020.

KNAPP, Paulo; CAMINHA, Renato Maiato. Terapia cognitiva do transtorno de estresse pós-traumático. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo, v. 25, supl. 1, p. 31-36, jun.  2003.   Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462003000500008&lng=pt&nrm=iso>. acessos em: 30 nov.  2020.  https://doi.org/10.1590/S1516-44462003000500008.p. 267-79.

KOWARICK L. Viver em risco – sobre a vulnerabilidade socioeconômica e civil. São Paulo: Editora 34; 2009.

LEAHY, Robert. Técnicas de terapia cognitiva: manual do terapeuta.Porto Alegre: Artmed, 2006.

OMS, Organização Mundial da Saúde (2002), Relatório Mundial de Saúde. Saúde Mental, Nova Concepção, Nova Esperança, Lisboa, Direção-Geral da Saúde / OMS. Disponível em: http://www.who.int/whr/2001/en/whr01_po.pdf. Acesso em: 30 Nov 2020.

PALAZZO LS, BÉRIA JU, ALONSO-FERNÁNDEZ F, TOMASI E. Depressão na adolescência em centros de atenção primária: importância de um problema oculto na saúde coletiva.Aten Primaria 2001; 28:543-9.

PERES F, ROSENBURG CP. Desvelando a concepção de adolescência/adolescente presente no discurso da saúde pública. Saúde e Sociedade, 7(1): 53-86, 1998.

PICCOLOTO, Luciane; PICCOLOTO, Neri; WAINER, Ricardo. Tópicos Especiais em Terapia Cognitivo-Comportamental. 1 ed. São Paulo: Casa do Psicólogo 2007.

PRATI, L.E; COUTO, M. P. de P.; KOLLER; S. H. Famílias em Vulnerabilidade Social: Rastreamento de Termos Utilizados por Terapeutas de Família. Psicologia: Teoria e Pesquisa. Porto Alegre, v.25, n.3, p. 403408, mar. 2009.

RANÑA W. Infância e adolescência – enfoque psicodinâmico. In: Fráguas RJ, Figueiró JAB. Depressões em medicina interna e em outras condições médicas – depressões secundárias. São Paulo: Atheneu 401-405, 2001.

RICOEUR P, organizador. O justo. São Paulo: Martins Fontes; 2008. Autonomia e vulnerabilidade; v. 2, p. 79-100.

RODRIGUES SMS, BARBALHO FILHO L. L.L.C. Estudo sobre a incidência e o perfil dos casos de suicídio na cidade de Belém.Monografia de Graduação em Medicina da Universidade Federal do Pará – UFPA. (2005 – 2006). Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/0101-5907/2008/v22n4/a2237.pdf. Acesso em: 15 Set 2020.

RODRIGUES, Daniel Guzinski; PELISOLI, Cátula. Ansiedade em vestibulandos: um estudo exploratório. Rev. psiquiatr. clín.,  São Paulo ,  v. 35, n. 5, p. 171-177,    2008 .   Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832008000500001&lng=en&nrm=iso>. Acesso em:10 Set 2020.  2020.  http://dx.doi.org/10.1590/S0101-60832008000500001. 

SANDER, B. Consenso e conflito: Perspectivas Analíticas na Pedagogia e Administração da Educação. São Paulo: Pioneira: Rio de Janeiro, Universidade Federal Fluminense, 1984.  

SERRA, Ana. Estudo da Terapia Cognitiva: Um novo conceito da psicoterapia. São Paulo: Instituto de Terapia Cognitiva, 2019.

SEVALHO G. O conceito de vulnerabilidade e educação em saúde com base na teoria apresentada por Paulo Freire. Interface (Botucatu). 2018; 22(64):177-88.

SOPELSA, Ortelina. Dificuldades de Aprendizagem: respostas em um atelier pedagógico. 2d. Porto Alegre: Edipucrs, 2000.

SOUZA, E. R., MINAYO, M. C. S., & MALAQUIAS, J. V. (2002). Suicídio entre jovens em algumas capitais brasileiras. Cadernos de Saúde Pública, 18(3), 673-683.

SUKIENNIK, P. B., SEGAL, J., SALLE, E., PILTCHER, R. B., TERUCHKIN, B., & PREUSSLER, C. M. (2000). Implicações da depressão e do risco de suicídio na escola durante a adolescência. Adolescência Latino-americana, 2(1), 36-44. http://ral-adolec.bvs.br/pdf/ral/v2n1/p07v2n1.pdf


1Graduanda(o) do curso de Psicologia ESAMAZ – 2020.Lattes: http://lattes.cnpq.br/3985140996971861 jhonsouza30191@gmail.com
2Graduanda(o) do curso de Psicologia ESAMAZ – 2020