CRIANÇAS AUTISTAS NO AMBIENTE ESCOLAR E AS DIFICULDADES  QUE OS PROFESSORES ENFRENTAM

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.11106402


Elielma Almeida Silva1
Eliane da Costa2
Maria Luciana Reis de Souza3
Professor Orientador: Thiago Matos Saltão4 


RESUMO 

O presente trabalho tem como o tema “Crianças autista no ambiente escolar e as dificuldades   que os professores enfrentam” e ao estudo do  Transtorno do Espectro Autista (TEA), buscando a apresentar as dificuldades encontradas e como elas ocorrem. O objetivo é identificar e analisar estratégias utilizadas pelos professores na inclusão de alunos autistas e seus desafios em sala de aula com os alunos do ensino fundamental I. Observa-se que é cada vez maior o número de estudos sobre o tema no esforço de melhorar a situação não só das pessoas com TEA, mas também das pessoas que lidam diariamente com o autismo. Este trabalho busca proporcionar uma reflexão sobre as dificuldades que os professores encontram ao acolher em suas aulas alunos com TEA, e na metodologia para a realização deste trabalho foi utilizada a bibliográfica qualitativa, dando prioridade às publicações como fontes livros, artigos e trabalhos, foram encontrados 26 artigos sobre a temática, dos quais  14 apresentaram as características de elegibilidade para inclusão, sendo 8 revisões sistemáticas de literaturas e 6 artigos com metodologias. Os resultados demonstram que o tema apresenta bom nível de evidência científica, sites de trabalhos científicos e acervo pessoal do autor e do orientador da enquete. Portanto, os autores argumentam sobre a necessidade da inclusão nas escolas para que as crianças com TEA tenham a oportunidade de conviver com outras crianças sem exclusão e que, apesar da presença da Inclusão nas escolas os professores enfrentam vários obstáculos por não entender o crescente número de indivíduos com as características e dificuldades que aparecem nesse espectro do TEA, o que torna necessária a formação de educadores profissionais para que possam proporcionar uma educação de qualidade às crianças com esse diagnóstico. 

Palavras-chaves: Autismo. Dificuldades. Professor. 

ABSTRACT 

The present work has the theme “Autistic children in the school environment and the challenges that teachers face” and the study of Autism Spectrum Disorder (ASD), seeking to present the difficulties encountered and how they occur. The objective is to identify and analyze strategies used by teachers in the inclusion of autistic students and their challenges. Aware of the complexity of the problem to be investigated, a conceptual approach to the definitions that cover this topic will be presented. It is observed that the number of studies on the topic is increasing in an effort to improve the situation not only of people with ASD, but also of people who deal with autism on a daily basis. This text seeks to provide a reflection on the difficulties that teachers encounter when welcoming students diagnosed with ASD into their classes, and in the methodology for carrying out this work qualitative bibliography was used, giving priority to publications as sources: books, articles and scientific works from the last 10 years, websites of scientific works and personal collections of the author and survey supervisor. As for the final considerations of this work, it is concluded that the authors argue about the need for inclusion in schools so that children with ASD have the opportunity to live with other children without exclusion and that, despite the presence of Inclusion in schools, teachers face several obstacles due to not understanding the growing number of individuals with the characteristics and difficulties that appear in this spectrum of ASD, which makes it necessary to train professional educators so that they can provide quality education to children with this diagnosis. 

Keywords: Autism. Difficulties. Teacher. 

1 INTRODUÇÃO 

O autismo é um distúrbio do neurodesenvolvimento que causa prejuízos na comunicação social, interação social e comportamento restrito e repetitivo em vários contextos. A maioria das pessoas com esse transtorno perde o interesse pelos estímulos ao seu redor, dificultando o aprendizado. Segundo Silva (2018), o transtorno do autismo é um grupo de distúrbios do neurodesenvolvimento que introduzem estados de atraso no início do desenvolvimento da criança antes mesmo de ingressar na escola e a acompanham por toda a vida. 

A escola é essencial no desenvolvimento das habilidades sociais dessas crianças, mas isso exige interação entre a pessoa com TEA e o professor portanto a inclusão torna-se uma necessidade essencial, onde ajuda os professores a se adaptarem, crescer e se desenvolver. Aprendizagem de alunos autistas, não só existe uma abordagem específica que pode abordar a gestão do comportamento e os métodos de ensino para cuidar destas crianças, como também existem estudos que introduzem evidências de métodos de formação altamente eficazes que ajudam os profissionais a reagir com mais confiança às situações dificuldades de aprendizagem como as expostas neste trabalho. 

Diante da pesquisa a duas questões serem observadas: Quais são os desafios encontrados na inclusão de crianças autistas no ambiente escolar e quais as dificuldades que os professores enfrentam ao atender alunos com autismo? Com essa dificuldade à necessidade de asserção do direito à inclusão dessas pessoas, temos que conhecer as dificuldades dos profissionais da área em que estão diretamente envolvidos na aprendizagem desses alunos no ambiente escolar, com o objetivo de poder saber contribuir através do conhecimento científico, o processo de aprendizagem desses alunos com TEA é mais eficaz. 

Em meio a justificativa a relevância dessa pesquisa, tem como motivação as dificuldades que os professores enfrentam, na busca de estratégias para a inclusão autistas nas salas de aula. O autismo nas escolas é uma realidade presente cada vez mais encarada por profissionais, sendo necessário conhecer as diversidades que esta especialidade apresenta. A motivação para abordar esse tema, tem a finalidade de buscar estratégias para que esses professores busquem especializações, para que consigam incluir esses alunos, sem medo de lidar com essas deficiências. 

A inclusão de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e alunos com outras deficiências é garantida pela Lei nº 13.146, de 6 de junho de 2015. Conhecida como lei Brasileira de Inclusão de Pessoa com Deficiência ou Estatuto da pessoa com Deficiência, porém a maioria das escolas brasileiras não estão adequadas para receber esse público, isso sempre são exploradas. 

Essa pesquisa tem por objetivo geral identificar e analisar estratégias utilizadas pelos professores na inclusão de alunos autistas e seus desafios. Tem como objetivo específico analisar o processo de aprendizagem da criança com TEA, assegurar a participação e a aprendizagem de todos os indivíduos, sem qualquer exceção e identificar as dificuldades enfrentadas com as crianças autistas. A metodologia utilizada baseou-se em pesquisas bibliográficas de diversos autores e criadores dos métodos citados.  

2 MÉTODOLOGIA 

O presente artigo trata de revisão bibliográfica que objetiva compreender a importância da criança autista, no ambiente escolar e as dificuldades, destacando estudos de casos que avaliaram o processo cognitivo, comportamental e de desenvolvimento pedagógico destes alunos, com base nos avanços científicos na área. Foi realizada, então, uma pesquisa qualitativa, exploratória e bibliográfica.  

Muitos autores abordam esse tema, no entanto é relevante e cabe ainda estudar para aprofundar e verificar os avanços na área, enquanto um processo que atende a diferentes propósitos, mas que deve estar ao alcance de todos em função da busca contínua de informação e pelos avanços científicos apresentados. Os descritores utilizados foram “Transtorno do Espectro Autista”, “autismo”, “inclusão do aluno com autismo” e “educação com crianças autistas”. Os estudos analisados ocorreram no período de 2012 a 2024, principalmente no Brasil. O objetivo é pesquisar o tema, com a produção científica que estão encontradas nas bases de dados no Google Acadêmico e na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). 

Foi selecionado alguns autores que tratam sobre o tema, assim, as ideias de Dias (2020), Brito (2017), Silva (2012) e outros autores citados na pesquisa. Os autores contribuir para definição de conceitos e ideias relevantes para compreensão do atual papel do professor junto aos alunos com diagnóstico do Transtorno Espectro Autista (TEA). 

Foram utilizados os métodos científicos, organizado e planejado, para tomar este estudo confiável. O objetivo da enquete permitiu-nos responder ao problema e para este resultado. 

3 RESULTADOS 

3.1 O QUE É AUTISMO? 

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um transtorno do desenvolvimento neurológico, caracterizado por dificuldade de comunicação e interação social e comportamentos ou interesses repetitivos ou restritos. Embora esses sintomas formam o cerne do transtorno a gravitação dos sintomas varia (DIAS, 2020). 

É uma condição generalizada e persistente sem cura. No entanto, a intervenção precoce pode alterar a prognose e aliviar os sintomas. Além disso, é importante realçar que a intervenção precoce intensiva e baseada em evidências também pode alterar o impacto econômico nas famílias e nos países. 

Este documento concentra fortemente no diagnóstico e intervenção precoces. O TEA inicia logo nos primeiros anos de vida. Mas as trajetórias iniciais não são as mesmas, sendo que em algumas crianças os sinais dos sintomas aparecem logo após o nascimento BRITO (2017). Entre outros casos os sintomas do TEA não são reconhecidos de forma resistente até os 12 e 24 meses de idade. 

Com 1 ano de idade incluem objetos (brinquedos, objetos com cores ou giratórios) e/ou exploração visual. Apesar desses diagnóstico de TEA ocorre, numa faixa etária entre 4 ou 5 anos de idade. Está relacionado a melhorias significativos no funcionamento cognitivo e adaptativo das crianças. 

Vale lembrarmos que os primeiros passos para a intervenção se referem à identificação de alguns desses “sinais”, sendo eles: 

  • A criança diz “Ele não quer! Ele não quer!” para expressar que não deseja algo. 
  • Ecolalias (repetição da fala das outras pessoas). 
  • Rigidez de significados (por exemplo, dificuldade em compreender metáforas, piadas, sarcasmo e expressões com duplo sentido). 
  • Ausência de ou pouco contato visual durante situações de comunicação. 
  • Dificuldades para expressar suas vontades por meio de gestos representativos. 
  • Dificuldades na atenção compartilhada durante as interações e conversações. 
  • Dificuldades para iniciar a comunicação com outra pessoa. 
  • Dificuldades em jogos sociais (por exemplo, em brincadeiras de faz de conta e de imaginação), entre outros sinais (BRITO, 2017). 

A busca por sinais precoces do autismo continua sendo uma área de intensa investigação científica. Alguns marcadores potencialmente importantes durante o primeiro ano de vida incluem anormalidades no controle motor, atraso no desenvolvimento motor, diminuição da sensibilidade às recompensas sociais, emoções negativas e dificuldade em controlar a atenção.  

Recentemente, foi promulgada a Lei nº 13.146, de 6 de junho de 2015 que institui a Lei Brasileira de Inclusão da pessoa com deficiência, também sancionada, na época pela Presidente Dilma Rousseff. Esta lei consolida todas as leis existentes que respaldaram a inclusão das pessoas com deficiência e demonstra seu avanço nos princípios de cidadania. 

De acordo com a atual lei 13.146/2015: 

A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistemas educacionais inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, interesses e necessidades de aprendizagem (Brasil, 2015, art. 27). 

3.2 OS DESAFIOS QUE OS PROFESSORES ENFRENTAM E AS DIFICULDADE NO DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS COM AUTISMO. 

Envolver os alunos autistas nas atividades oferecidas tornou-se um desafio. Porque nem todo mundo se sente atraído por tudo. Os professores dão o melhor de si e utilizam mecanismos que atendem às necessidades das crianças. E acima de tudo, deixe-o participar das atividades. Porém, a professora acredita que precisa de ajuda para superar esse desafio porque sozinha não consegue atender satisfatoriamente todos os seus alunos.  

Há uma necessidade considerável de um auxiliar em sala de aula, pois o período de concentração é bastante curto e um auxiliar poder ajudar a ficar próximo do aluno promover a concentração e evitar a dispersão dos alunos. Na verdade, as crianças autistas precisam de muita ajuda. E um professor não pode cuidar de uma turma inteira. E ao mesmo tempo dedica toda a sua atenção às crianças autistas. Este ponto se confunde com a afirmação de Silva (2012) que: 

O apego à rotina é algo muito característico das crianças com autismo. Os professores logo notam que uma pequena mudança ou inversão de horários pode desestruturar a criança e até desencadear momentos de agitação. Até mesmo apagar atividades já realizadas pode ser um sofrimento para elas. Um ambiente estruturado e organizado traz mais tranquilidade as crianças e mais confiança ao professor (SILVA, 2012, p. 24). 

Nesse sentido, as dificuldades enfrentadas pelos professores podem ser resumidas em dois aspectos. Falta de assistentes para apoiar o desenvolvimento dos alunos que atrai a atenção do aluno o que afeta negativamente o seu desenvolvimento. Embora tenha havido melhoria no comportamento e na interação com outros colegas, ainda são necessários melhorias para garantir o progresso da aprendizagem e consolidar a inclusão escolar efetiva. 

Toda criança que tem autismo precisa de muito cuidado e atenção especial em casa, no dia a dia e também na escola. Os pais têm dificuldade em cuidar dos seus filhos autista, pois acham difícil até mesmo no aprendizado em diversas áreas. Dificuldades de se comunicar, de interagir com eles e no aprendizado, esses são alguns dos fatores que dificultam os pais. Os professores tem dificuldades com esses alunos em atividades nas quais eles não têm interesse nenhum em realizá-lo. Embora o TEA seja um tema bastante estudado nos últimos anos, ainda é difícil compreender e aceitar essas crianças, principalmente aquelas que têm pouca interação no ambiente escolar e têm pouco interesse em aprender. A frequência escolar é uma política pública que garante que todas as crianças possam aprender, independentemente das suas limitações motoras ou cognitivas.  

A legislação brasileira promove padrões de conduta inclusiva, incluindo educação regular Educação especial e ensino privado. Receber os alunos com TEA na escola não é nada fácil, exige muita dedicação não só para os professores, mas também da equipe educacional, a escola deve ser adequada para receber esses alunos. 

A inclusão não se trata só de levar as crianças com TEA para a escola mas sim de adaptar o lugar para que essa inclusão possa acontecer e para que isso aconteça é preciso um planejamento e cooperação entre os professores envolvidos no ensino. 

Outra dificuldade está em realizar atividades na sala de aula pois não só o aluno com TEA é diferente, o professor deve se adaptar a outra metodologia de ensino para atender a todos, utilizando métodos específicos para a condição de cada aluno.  

A falta de recursos adequados para o tratamento de pessoas autistas dificulta o progresso do trabalho com os alunos. As dificuldades de comunicação com a família responsável também é um grande desafio para os professores, pois muitos não aceitam a criança com autismo, mesmo com diagnóstico, o que cria um contraste entre o professor que trabalha na escola com um método diferenciado das outras crianças e o que os pais tem que fazer em casa (CAMARGO, SILVA, CRESPO, OLIVEIRA E MAGALHÃES, 2020). 

3.3 O PAPEL DOS PROFESSORES NO PROCESSO DE ENSINO DE CRIANÇAS COM TEA. 

Embora o diagnóstico não seja uma função essencial do professor do ponto de vista técnico é possível ao professor identificar problemas que afetam a aprendizagem da criança e em muitos casos esses problemas podem se tornar obstáculos que tornam o caminho desinteressante e mais difícil.  Identificar e compreender cada aluno de forma única, a partir do seu desenvolvimento, torna-se um fator que facilita o trabalho do professor pois diferentes estratégias podem ser utilizadas para atingir o objetivo de auxiliar no desenvolvimento e aprendizagem da criança. 

Dizer sobre diferentes estratégias permite pensar nos diversos diagnósticos que os profissionais podem encontrar em sala de aula. Segundo Freitas e Corso (2016, p. 209), o professor deve ter consciência de que a criança é um ser integral e todos os aspectos devem ser notados e desenvolvidos, pois estão inter-relacionados. Em segundo lugar, reconhece a importância da brincadeira como ferramenta de ensino. 

Em 2013, o Ministério da educação publicou a nota Tecnológica nº 24/2013 / MEC / SECADI / DPEE que orienta a implementação da lei nº 12.764/2012. A referida nota orienta sobre a formação de professores, especificando que é necessária a formação de profissionais que promovam o desenvolvimento sociocognitivo de alunos com transtornos do espectro do autismo. 

Não é apenas o diagnóstico clínico que não dá suporte aos professores, mas a observação da rotina dos alunos é ponto fundamental. Schmidt et al. (2016) citam uma enquete com professores realizada entre 2013 e 2015, na qual relataram que os alunos com TEA são percebidos com base em seus déficits de comunicação verbal e não verbal e em seus comportamentos lúdicos restritos. 

Na esfera comportamental, pesquisas relatam comportamentos e interesses restritos e repetitivos, pois os relatos destacam a percepção dos alunos com TEA a partir de seus comportamentos estereotipados. 

3.4  ESTRATÉGIAS UTILIZADAS PELOS PROFESSORES 

Em termos de treinamento encontramos relatos na literatura de adaptações ou estratégias que os professores utilizam para promover a participação e a aprendizagem dos alunos com TEA, como a utilização de recursos visuais e temas que promovam os interesses das crianças. Além disso, foram encontrados relatos na literatura que indicavam dificuldades dos professores com a inclusão e sentimentos de intensa frustração e pavor de determinados comportamentos agressivos dos alunos. 

A este respeito, Schmidt et al. (2016) realçaram o seguinte: 

Dada a dificuldade dos professores em avaliar a aprendizagem e ensinar conteúdos acadêmicos em nível escolar, é essencial desenvolver uma cultura de avaliação da prática pedagógica aplicada no Brasil, a fim de educar efetivamente os alunos com TEA nas escolas primárias. (SCHMIDT et al. 2016, p. 230). 

Desta forma, enfatizamos mais uma vez a importância da preparação e formação adequada dos professores, mencionada no capítulo anterior, seja por parte do governo ou da própria escola. A falta desta especialização pode levar a dificuldades no planeamento e avaliação da aprendizagem adequada para crianças com TEA. 

Estratégias de ensino para alunos com autismo têm sido estudadas e desenvolvidas com base em pesquisas sobre práticas estabelecidas e bem-sucedidas. O importante no campo da educação baseia-se na teoria da análise do comportamento. 

O objetivo desta metodologia é ensinar comportamentos e competências para as pessoas com dificuldade para que se tornem independentes e se socializem na comunidade. Para que isso seja possível, os professores utilizam técnicas para desenvolver habilidades comunicativas, lúdicas, sociais e acadêmicas e de autocuidado (Figueiredo, 2014, p. 48). 

É necessário entender esses métodos para uma prática pedagógica eficaz com alunos TEA, para que o processo educacional não seja voltado para a integração, mas sim para a inclusão. Para isso, os professores da educação devem saber conhecer e estudar a aba (Análise aplicada do comportamento, que, segundo Figueiredo (2014, p. 48), “é uma abordagem analítico-comportamental” e que, pela sua relativa eficácia para utilização com autistas crianças, é uma abordagem frequentemente utilizada (Figueiredo, 2014). 

3.4.1 COMO OCORRE O PROCESSO DE APRENDIZAGEM EM CRIANÇAS COM AUTISMO? 

O envolvimento dos pais é muito importante no processo de aprendizagem da criança e eles são responsáveis por grande parte da aprendizagem da criança bem como por incentivar a interação social. Os pais de crianças com autismo devem passear com seus filhos de preferência em locais públicos onde as elas possam passear, brincar, e interagir com outras crianças. É muito importante que cada atividade praticada, seja planejada com antecedência e que os pais tenham a certeza de ter o controle da situação para não serem surpreendidos por imprevistos. 

Crianças com autismo tendem a ter uma rotina e podem usar isso a seu favor. As rotinas podem ser organizadas com horários pré-determinados para diversas tarefas do dia, mas isso acontece naturalmente. Embora as atividades de rotina seja importante, também é preciso entender que os autistas aprendem a aceitar as mudanças no seu dia a dia. 

É necessário que pais/responsável e professores façam pequenas mudanças no dia a dia do aluno, um de cada vez, como mudar o trajeto para a escola fazendo outro percurso ou tentar mudar de posição da carteira em que o aluno senta na escola. As rotinas não são inalteráveis e isso deve ser seguido e mostrado à criança desde pequeno enquanto é criança. 

As escolas devem estar preparadas para que os alunos com autismo ou necessidades educacionais especiais se tornem cidadãos capazes de pensar, aprender, erigir e tomar decisões. As crianças com TEA podem frequentar escolas regulares, mas ainda existem dificuldades, levando à necessidade de procurar outra escola que ofereça educação especial. 

Os professores confessam o aluno que é diferente, que tem uma necessidade mas não conseguem identificar o problema as crianças autistas conseguem ler sem saber do que se trata, conseguem resolver problemas de matemática sem entender o enunciado. É necessário preparar profissionais da educação que estão envolvidos na vida das crianças com TEA, para que os alunos possam aprender e desenvolver, para então integrar-se na sociedade. Essa incerteza da formação docente em lidar com os alunos portadores dessa doença é um dos desafios que deve ser superado para que o aluno tenha sucesso na escola regular. 

Por fim, para a inclusão desses alunos em sala de aula é necessária a realização de atividades que estimulam a convivência de forma mais ampla com todos os alunos é preciso transmudar a escola. Neves (2018, p. 39) afirma o seguinte: 

Todo aluno tem oportunidade de aprender, e profissionais mais experientes devem ensinar de formas diferentes, conhecendo e explorando os limites de cada um. Os recursos aplicados pelo professor podem ajudar as crianças com deficiência a alcançar verdadeira inclusão, interação social e desenvolvimento. 

O professor deve desenvolver uma metodologia de aprendizagem para que o aluno autista consiga se comunicar e se desenvolver. O conteúdo do programa da criança autista deve estar de acordo com o seu desenvolvimento e potencial, de acordo com a sua idade e de acordo com o seu interesse, o ensino é o principal objetivo a ser alcançado e a sua continuidade é muito importante, para que ela se torne independente. 

4 CONCLUSÃO 

A intenção deste estudo foi aprofundar o conhecimento sobre o tema abordado, buscando compreender o ponto de vista de alguns teóricos sobre os desafios que os professores enfrentam no processo de inclusão e aprendizagem de alunos com deficiência do espectro do autismo (TEA). Procuramos compreender melhor o processo de inclusão e aprendizagem, bem como aprofundar o nosso conhecimento sobre os métodos que podem ser aplicados na intervenção educativa de alunos com TEA, resolvendo assim algumas das dificuldades de trabalhar com estes alunos em contexto de uma escola inclusiva.  

Os autores estudados apresentam que ainda existem muitos desafios e um longo caminho a percorrer pelos professores no que diz respeito ao atendimento aos alunos com TEA no contexto escolar. Para tal, é necessário sublinhar a necessidade de continuar a valorizar e implementar intervenções precoces e intensos, através da formação sistematizada destes estudantes. Pesquisas mostram que o ponto de partida desses métodos é interceder o processo de ensino e educacional. Desenvolver o sentido crítico e os conteúdos criativos dos professores no planeamento e implementação do ensino em sala de aula com alunos com TEA. Em geral, é evidente que a maioria das instituições escolares tem fraquezas em termos de abordagens específicas.  

O foco neste tema foi relevante, pois aumentou o conhecimento sobre as configurações, os constrangimentos, as necessidades e as oportunidades que rodeiam o mundo dos alunos com TEA.  

REFERÊNCIAS 

BRASIL. Ministério da Educação. Nota Técnica nº 24/2013. Orientação ao Sistema de Ensino para a implementação da Lei nº 12.764/2012. Brasília-DF: MEC/SECADI/DPEE, 2015. 

BRITO. M.C. Estratégia prática de intervenção nos transtorno do aspectro do autismo. E-book: Saber Autismo, 2017. 

CAMARGO, S. P. H; SILVA, G. L; CRESPO, R. O; OLIVEIRA, C. R; MAGALHÃES, S. L. Desafios no Processo de Escolarização de Crianças com Autismo No Contexto Inclusivo: Diretrizes para Formação Continuada na Perspectiva dos Professores. EDUR. Educação em Revista. 2020. 

DIAS. A. A, et al. Crianças com transtorno do espectro autista: contextos de inclusão/exclusão na educação infantil. Zero-a-Seis, 2020. 

FREITAS, Clariane do Nascimento de; CORSO, Helena Vellinho. A psicopedagogia na educação infantil: o papel das brincadeiras na prevenção das dificuldades de aprendizagem. São Paulo, 2016. 

FIGUEIREDO, Carolina Salviano de. Um estudo sobre programas de intervenção precoce e o engajamento dos pais como coterapeutas de crianças autistas. 2014. 91f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica), Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica, Departamento de Psicologia do Centro de Teologia e Ciências Humanas, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.  

Lei nº 13.146 de 06 de julho de 2015 INSTITUI A LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA). 

NEVES, P. F. de A. C. Descortinando os propósitos da educação para as crianças com transtorno do espectro autista: em cena os serviços de apoio. 2018. 135 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Goiás, Catalão, 2018.  

PAULI, P. A. C. de. A integração das tecnologias ao currículo inclusivo de crianças com TEA: um estudo de caso. 2018. 201 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2018. 

SILVA, Ana Beatriz Barbosa. GAIATO, Mayra Bonifácio; REVELES, Leandro Thadeu. Mundo singular: entenda o autismo. Editora Fontana, 2012. 

SILVA, Beatriz dos Santos. O papel dos pais frente à criança com autismo: a importância da intervenção precoce. Revista Científica Educação, v. 2, n. 3, p. 336 – 351, 14 maio 2018.  

SCHMIDT, Carlo et al. Inclusão escolar e autismo: uma análise da percepção docente e práticas pedagógicas. São Paulo, 2016.