MALE BREAST CANCER: A COMPREHENSIVE APPROACH TO EPIDEMIOLOGY, DIAGNOSIS, TREATMENT AND FUTURE PERSPECTIVES
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11137341
Raul Bomfim Neto1; Laís Viana Aragão Almeida2; Danilo Jose de Andrade Santos Silveira3; Luane Mascarenhas Magalhães4; Ecliê Santos Ferreira Filho5; José Monteiro Sobral Neto6; Yasmim Maria Barbosa Vasconcelos Lima7; Felipe Augusto Gonçalves Costa Joia8; Stéphane Carvalho Bastos9; Décio Fragata da Silva10
Resumo
Introdução: O câncer de mama em homens é uma neoplasia que surge da desregulação dos mecanismos de proliferação celular, muitas vezes tornando-se insensível aos mecanismos reguladores normais do tecido. Embora seja raro, tem sido observado um aumento significativo recente na sua incidência, especialmente em homens mais velhos, com a média de idade ao diagnóstico sendo de 58 anos e uma taxa média de diagnóstico aos 67 anos, cinco anos a mais do que nas mulheres. Objetivo: Demonstrar a epidemiologia, genética, fatores etiológicos associados, apresentação clínica, biologia tumoral, diagnóstico, manejo, tratamento cirúrgico e prognóstico relacionado ao câncer de mama masculino. Metodologia: Foi realizada uma revisão integrativa da literatura, abordando os aspectos quantitativos, qualitativos e descritivos do câncer de mama masculino. O período de estudo abrangeu 187 artigos publicados de 2019 a 2024, com uma busca nas bases de dados Medline pelo portal PubMed, SciELO, Embase, Lilacs e Google Acadêmico. Os critérios de seleção incluíram estudos sobre epidemiologia, perfil clínico-patológico, diagnóstico e tratamento, sendo selecionados 57 artigos para compor esta revisão. Resultados e Discussão: A incidência do câncer de mama masculino tem aumentado ao longo dos anos, representando cerca de 1% de todos os casos de câncer de mama no Brasil. Os fatores de risco incluem mutações genéticas nos genes BRCA1 e BRCA2, bem como ginecomastia e exposição a determinadas substâncias. O diagnóstico é desafiador devido a barreiras socioculturais e crenças equivocadas. O tratamento envolve principalmente cirurgia, seguida de quimioterapia, radioterapia e terapias hormonais, com base em diretrizes de tratamento principalmente desenvolvidas para o câncer de mama feminino. Conclusão: O câncer de mama em homens é uma condição clinicamente relevante que requer uma abordagem multidisciplinar e mais estudos específicos. A compreensão dos fatores de risco, diagnóstico precoce e tratamento adequado são essenciais para melhorar os resultados e a qualidade de vida dos pacientes afetados por essa doença.
Palavras-chave: Breast Neoplasms; Men’s Health.
1. INTRODUÇÃO
O câncer de mama em homens é uma doença rara: apenas 1% de todos os cânceres de mama Para cada ano do triênio 2023-2025 foram estimados 73.610 casos novos, o que representa uma estimativa de 736 casos novos em homens no período (INCA, 2022). Para o Brasil, o valor da mediana da taxa ajustada de incidência de câncer de mama em homens foi de 4 casos a cada 1 milhão de homens. Em 2016, foram registrados 185 óbitos por câncer de mama na população masculina no Brasil. O risco de morrer por câncer de mama, entre homens, em 2016, foi de 0,2 óbitos por 100 mil homens (INCA, 2019). Pesquisas étnicas indicam taxas de sobrevida de 66% para homens brancos, 57% para negros e 75% para outras etnias (RAMOS et al, 2017).
De 2010 a 2013, o Brasil registrou 544 casos, com São Paulo liderando com 77 casos e Minas Gerais em segundo, com 71 casos diagnosticados (MELO, 2020). É notável que a frequência do câncer de mama em homens cresce gradualmente com a idade, destacando o envelhecimento como fator de risco relevante para o desenvolvimento da doença (DAZA et al, 2020).
Os fatores de risco para o câncer de mama masculino são amplos e abrangem não apenas elementos externos/ambientais, como consumo de hormônios e exposição a produtos tóxicos, mas também mutações genéticas, principalmente nos genes BRCA1 e BRCA2 (DA SILVA et al, 2020). Os fatores de risco para CMM apresentam diferenças sutis. Em contraste com o câncer de mama feminino, o masculino é mais propenso a ocorrer no contexto de uma mutação de BRCA2 do que de uma mutação no BRCA1. As mutações BRCA1 e BRCA2 conferem um aumento estimado de 1 a 6% e 7%, respectivamente, no risco de desenvolver câncer de mama ao longo da vida, enquanto o risco geral na população masculina é de 0,1%. Além disso, o baixo estado androgênico é um fator de risco conhecido para CMM (YADAV et al, 2020).
Um diagnóstico para o câncer de mama em homens, necessita de métodos de mamografia, acompanhada de uma biópsia e o melhor método para um resultado positivo é através da cirurgia com ou sem a radioterapia (MELO, 2020). Porém devido à crença de que os homens não possuem mamas, a raridade do câncer e toda construção social da masculinidade pela sociedade, as ações de prevenção enfrentam diversas barreiras socioculturais para serem implementadas. Por esses fatores, o diagnóstico do câncer nos homens ocorre tardiamente quando comparado aos casos da população feminina (DE LIMA et al, 2021). Em 2022, foram realizadas 8.719 mamografias em homens, incluindo para fins diagnósticos e de rastreamento. A opção de mamografia de rastreamento existe desde 2022 no SUS para homens trans (INCA, 2024).
O carcinoma ductal invasivo é o tipo mais comum de câncer de mama masculino, representando mais de 90% de todos os casos de câncer de mama em homens. Outros tipos menos comuns incluem carcinoma medular, papiloma e lobular (ALFEHAID, 2023). Além disso, existe uma subclassificação que utiliza perfis de expressão gênica, introduzindo o conceito de subtipos intrínsecos. Os cinco principais subtipos intrínsecos do câncer de mama são: Luminal A (50–60%), Luminal B (10–20%), Basal-like (10–20%), HER2-enriquecido (10–15%), Normal-like (5–10%) (JOHANSSON et al, 2014).
Existem poucos artigos sobre o tratamento do câncer de mama masculino. As diretrizes de tratamento atuais são de pesquisas sobre o câncer de mama em mulheres. As modalidades terapêuticas são: Procedimentos cirúrgicos (Mastectomia radical modificada e Cirurgias conservadoras de mama) Gerenciamento da axila e Radioterapia (ALFEHAID, 2023). O tratamento geralmente é cirúrgico, sendo feita a ressecção total do local onde está a neoplasia (tecido mamário, mamilo) e esvaziamento da axila (MELO, 2020).
O objetivo foi revisar a epidemiologia, genética, fatores etiológicos associados, apresentação clínica, biologia tumoral, diagnóstico, manejo, tratamento cirúrgico e prognóstico relacionado ao câncer de mama masculino. Para tanto, foi conduzido um estudo de revisão integrativa.
2. METODOLOGIA
Foi realizada uma revisão integrativa da literatura, com abordagem quantitativa, qualitativa e descritiva. O período selecionado dos artigos publicados foi de 2015 a 2024. A estratégia de busca envolveu as seguintes etapas: elaboração de pergunta norteadora (Qual o estado atual da arte sobre o câncer de mama masculino?), busca na literatura, coleta de dados, análise crítica dos estudos selecionados, discussão dos resultados e apresentação da revisão. Foi realizada uma busca nas bases de dados MEDLINE pelo portal PubMed, SciELO, Embase, Lilacs e Google Acadêmico. A busca foi realizada usando o descritor: “(Male Breast Cancer) [title]”. Foi aplicado o filtro de texto completo gratuito, idioma inglês e ou português. Após a remoção das duplicatas, foram encontrados 187 artigos. Após leitura dos títulos e resumos, foram selecionados manualmente 57 artigos que atendiam aos objetivos da revisão versando sobre os tópicos: epidemiologia, genética, fatores etiológicos associados, apresentação clínica, biologia tumoral, diagnóstico, manejo, tratamento cirúrgico e prognóstico.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS
3.1 Epidemiologia
Os principais resultados epidemiológicos dos estudos envolvidos nesta revisão foram apresentados na tabela 1. Foi resumida a idade média dos pacientes, a idade média de óbito, a taxa média de óbitos, incidência anual relacionada ao câncer de mama, mortalidade, taxa de sobrevivência e média de seguimento (Tabela 1).
Tabela 1: Resultados epidemiológicos dos estudos incluídos nesta revisão
Autores | Quantidade de estudos | Resultados |
BIELCIKOVA et al, 2024; KHALID et al, 2024; SHANG et al, 2023; SONI et al, 2023; SCHRÖDER et al, 2023; ZHAO e JIANG, 2023; DOĞAN et al, 2022; LEE et al, 2023; MAJUMDAR et al, 2021; KHANDELWAL et al, 2021; EL FOUHI, MESFIOUI e BENIDER, 2020; YADAV et al, 2020; LIU et al, 2020; EGGEMANN et al, 2020; PELLINI et al, 2020; CO, LEE e KWONG, 2020; YADAV et al, 2020; ANDRÉ et al, 2019 | 18 | Quantidade de pacientes: 15.456 Idade média: 64,84 |
ILIC et al, 2024 | 1 | Idade média de óbito: 76 anos |
ILIC et al, 2024; EL FOUHI, MESFIOUI e BENIDER, 2020 | 2 | Taxa média de óbitos: 41% |
ZHANG et al, 2021 | 1 | Incidência anual relacionada ao câncer de mama: 1,16% |
CUI et al, 2022; KHALID et al, 2024; PARK et al, 2021; FORSTER et al, 2020; ROLF et al, 2020; SAUDER et al 2020 | 6 | Mortalidade média em 5 anos: 23% |
ZEESHAN et al, 2022; KHALID et al, 2024 | 2 | Taxa de sobrevivência média livre de doença: 28,65% |
DOGAN et al, 2022; YLDIRIM et al, 2022; KHANDELWAL et al, 2021; EL FOUHI, MESFIOUI e BENIDER, 2020; YADAV et al, 2020; FORSTER et al, 2020; KATANO et al, 2020; DARRE et al, 2020; HASBAY et al, 2020; EGGEMANN et al, 2020 | 10 | Média de seguimento: 34,32 meses |
Legenda: A tabela apresenta os autores e resume os principais resultados relatados nos estudos.
Ao longo do período, a incidência variou entre 0,8 (1989) e 2,5 (2011) casos a cada 100.000 homens, em curva ascendente e mostrando um aumento médio na incidência ao longo do tempo. Já para a mortalidade o que se observou na verdade foi uma tendência média de queda no período, variando entre 0,3 e 0,8 casos a cada 100.000 homens. A curva de sobrevivência em 5 anos ficou constante a partir de 2003 com tendência de queda até 2017, já a curva de sobrevivência em 10 anos mostrou tendência ascendente até 2009. Ao longo do período a incidência de metástase se manteve constante, já a incidência das formas localizada, regional e estágio desconhecido apresentaram uma tendência ascendente e a descoberta apenas post mortem reduziu no período, mostrando uma melhora em relação ao diagnóstico precoce clínico e radiológico. Em relação a idade a incidência foi levemente crescente até os 59 anos, porém a partir dos 60 anos foi evidenciado um aumento mais importante nos casos de câncer de mama. A proporção de sobreviventes especificamente para câncer de mama reduziu de forma mais importante no primeiro ano de diagnóstico. Já em relação aos estágios, notou-se uma mortalidade mais acentuada no primeiro ano do diagnóstico para as formas distantes. E o grupo acima de 80 anos sofreu mais no primeiro ano do diagnóstico com uma mortalidade mais acentuada. O período que apresentou a mortalidade mais abrupta foi de 1983-1987 (ILIC et al, 2024).
3.2 Genética
O gene mais comumente alterado na média de seis estudos foi o BRCA2 (13,74%), seguido pelo PALB2 (0,8-6,4%), CHECK2 (4,10%), BRCA1 (1,3%) e NF1 (0,60%) (ZHENG et al, 2022; DOGAN et al, 2022; ROLFES et al, 2022; SZWIEC et al, 2021; CAMPOS et al, 2021; STROJNIK et al, 2021).
3.3 Fatores etiológicos associados
Apesar de os homens não terem as mamas desenvolvidas como as mulheres, possuem tecido mamário e podem desenvolver câncer nessa região. O estímulo hormonal ao desenvolvimento das glândulas mamárias nos homens é bem menor, resultando em um tecido mamário plano e pequeno. Entretanto, os homens podem desenvolver o tecido das glândulas mamárias, evoluindo para ginecomastia, aumentando o tecido mamário e consequentemente o risco de câncer de mama (MAKDISSI et al, 2022).
A ginecomastia em homens pode estar associada a recém-nascidos, puberdade ou envelhecimento, obesidade, alterações orgânicas ou idiopáticas. O abuso de cannabis, uso de esteroides anabolizantes, exposição ocupacional a fluidos de embalsamento, contraceptivos orais ou contato ambiental com fitoestrógenos ou ftalatos foram associados como possíveis causas de ginecomastia. Uma série de medicações, inclusive, de uso em atenção básica como antihipertensivos e estatinas, foram associadas a ginecomastia (MAKDISSI et al, 2022). Essas medicações e substâncias, associadas ou não, podem, assim, aumentar o risco de câncer de mama masculino.
3.4 Apresentação clínica
Os sintomas mais comuns em homens com câncer de mama incluem fadiga, insônia e dor (SCHRODER et al, 2023). Pode apresentar nódulo com ou sem ulceração, bilateralmente, mais comum à esquerda, localizados centralmente (KHANDELWAL et al, 2021). A presença de sintomas urinários deve chamar atenção para a metástase. A incidência de câncer de próstata em pacientes com câncer de mama variou entre 3,6% e 9,2% em estudos com acompanhamento médio de 26 anos (MAKDISSI et al, 2022).
3.5 Biologia tumoral
O subtipo patológico mais comum foi o carcinoma ductal invasivo com média de 82,27% em 7 estudos. A maioria dos pacientes foram no estágio II ou III. Os receptores hormonais foram positivos em cerca de 90% dos casos (DOGAN et al, 2023; KHALID et al, 2024; ZEESHAN et al, 2022; SANG et al, 2021; MAJUMDAR et al, 2021; YADAV et al, 2020; PELLINI et al, 2020).
3.6 Diagnóstico
Homens com mutação do BRCA devem ser submetidos a exame clínico das mamas a partir dos 35 anos. A triagem com mamografia anual deve ser considerada em homens com ginecomastia iniciando aos 50 anos, em homens com história familiar de câncer de mama dez anos antes da idade de diagnóstico do caso mais jovem da família (DALY et al, 2021). Uma massa irregular em mama masculina pode ser identificada em mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética (MAKDISSI et al, 2022).
3.7 Manejo
Frente ao paciente com diagnóstico de câncer de mama invasivo, todos devem ser aconselhados geneticamente e testados. É importante diferenciar a forma não metastática da forma metastática. Na forma não metastática na ausência do receptor HER2 e presença do receptor de estrógeno, faz a cirurgia e em seguida a quimioterapia adjuvante (com antraciclina ou associado a taxano). Essa mesma ideia vale para o paciente HER2 positivo ou triplo negativo no estágio 1. Em caso de receptor HER2 positivo ou triplo negativo nos estágios 2 ou 3, faz primeiro a quimioterapia neoadjuvante e depois a cirurgia. Se houver doença residual, faz nova quimioterapia com trastuzumabe (HER2 positivo) ou capecitabina (triplo negativo). Em qualquer caso, a radioterapia é indicada se o tumor primário for acima de 5 cm, com envolvimento linfático, invasão da parede torácica ou se submetido a cirurgia conservadora da mama. E ainda se houver receptor de estrógeno positivo em qualquer caso faz tamoxifeno por 5 anos ou análogo de GnRH. Em caso de metástase, se o paciente for receptor responsivo ao hormônio, o tratamento de primeira linha é com tamoxifeno, inibidores de aromatase ou análogos de GnRH com ou sem inibidor CDK4 e CDK6. A segunda linha é com Fulvestrant ou inibidor de aromatase com ou sem inibidor de CDK 4/6. Para os receptores não responsivos ao hormônio ou endócrino resistentes, pode-se fazer o uso de antraciclina (ZHENG e LEONE, 2022).
A avaliação do risco e triagem para homens trans e mulheres foi determinada (MAKDISSI et al, 2022). Em geral para homens cis e homens trans após mastectomia não há indicação de mamografia. Para mulheres cis e homens trans com as mamas, inicia anualmente a partir dos 40 anos. Como homens trans tem menor risco que mulheres cis, fica a mamografia bianual a partir dos 50 anos, valendo o mesmo para mulheres trans. Para mulheres cis com mutação BRCA inicia mamografia precocemente, com indicação de ressonância para triagem. Já para homens cis com mutação BRCA e ginecomastia, inicia triagem a partir dos 50 anos ou 10 anos antes da idade de diagnóstico do caso mais jovem da família (MAKDISSI et al, 2022).
3.8 Tratamento cirúrgico
Diversos estudos relataram preferência pela mastectomia, devido ao menor volume da mama e a presença do tumor próximo do complexo areolopapilar na maioria dos casos. As taxas foram acima de 80%, sendo 87,8% de 49 casos (SROUR et al, 2020), 86% de 81 casos (YADAV et al, 2018), 81,2% de 1263 casos (LEONE et al, 2016).
3.9 Prognóstico
O prognóstico depende de condições associadas ao câncer de mama. A presença de metástase cerebral, número de localizações metastáticas, localização do tumor, uma história de etilismo foram fatores de pior prognóstico significativos (p<0,005) (DOGAN et al, 2024; YAO et al, 2022). Também pioram o prognóstico de idade de início tardio, alta proporção da forma invasiva não específica, tumor de alto grau e subtipo luminal (WANG et al, 2021). Comparado ao câncer de mama feminino, os homens com câncer de mama com metástase óssea, hepática ou pulmonar isolada ou metástase pulmonar e óssea tiveram pior prognóstico, sendo que a metástase a distância foi um fator de risco independente, que impactou o prognóstico do homem com câncer de mama (XIE et al, 2019). Porém não houve diferença significativa na sobrevivência entre homens e mulheres com câncer de mama (LI et al, 2023). Além disso, outros fatores de risco independentes de pior prognóstico foram a idade, subtipo tumoral e cirurgia (ZHOU et al, 2022). Os receptores de progesterona e HER2 não influenciaram a sobrevivência de homens com câncer de mama (YAO et al, 2022). Alguns estudos investiram na estimativa do prognóstico de homens com câncer de mama (GAO et al, 2022). A utilidade de marcadores inflamatórios para predição do prognóstico é incerta (LI et al, 2021).
4. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
O câncer de mama em homens é uma condição clinicamente relevante, com características distintas em comparação com a incidência em mulheres. A idade média dos pacientes com câncer de mama masculino é de cerca de 65 anos, com uma taxa de mortalidade média de 41% e uma incidência anual de 1,16%. A genética desempenha um papel significativo, com mutações frequentes no gene BRCA2. Além disso, fatores etiológicos variados, desde condições hormonais até o uso de certas medicações, foram associados ao desenvolvimento da doença. Os sintomas incluem fadiga, insônia e dor, enquanto o diagnóstico é desafiador, requerendo uma abordagem multifacetada. Quanto ao tratamento, estratégias como cirurgia, quimioterapia e terapias hormonais são comuns. O estudo apresenta limitação por ser uma revisão integrativa da literatura. O ponto forte é que foram encontrados muitos artigos realizando abordagem quantitativa e qualitativa. O ponto fraco dessa área é que há poucos estudos clínicos randomizados de alto impacto e qualidade. Para o futuro, mais estudos serão necessários para avaliar melhor a qualidade de vida dos pacientes frente ao impacto do tratamento com o objetivo de otimizar o manejo do câncer de mama nos homens.
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1Discente do Curso Superior de medicina da Universidade Tiradentes Campus Farolândia. e-mail: rbneto_@hotmail.com
2Discente do Curso Superior de medicina da Universidade Tiradentes Campus Farolândia. e-mail: vianalais.1999@gmail.com
3Discente do Curso Superior de medicina da Universidade Tiradentes Campus Farolândia. e-mail: daniloosilveira@gmail.com
4Discente do Curso Superior de medicina da Universidade Tiradentes Campus Farolândia. e-mail: luane.mascarenhas@souunit.com.br
5Discente do Curso Superior de medicina da Universidade Tiradentes Campus Farolândia. e-mail: eclie.santos@souunit.com.br
6Discente do Curso Superior de medicina da Universidade Tiradentes Campus Farolândia. e-mail: josesobralneto01@gmail.com
7Discente do Curso Superior de medicina da Universidade Tiradentes Campus Farolândia. e-mail: yasmimbvlima@gmail.com
8Discente do Curso Superior de medicina da Universidade Tiradentes Campus Farolândia. e-mail: felipe.augusto.joia@gmail.com
9Discente do Curso Superior de medicina da Universidade Tiradentes Campus Farolândia. e-mail: stephane.bastos@souunit.com.br