BIOSAFETY IN WORK ACTIVITIES: RISKS, ACTIONS AND PREVENTION OF INFECTIONS FOR HEALTHCARE PROFESSIONALS
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11152653
Bruna Vital Pereira Moreira1; Aline Soares de Santana Dutra2; Nicole Stephanie Silva Santos3; Daniela Oliveira Borges4; Monyk Karol Braga Gontijo5; Alan Cézar Rodrigues6; Ismael de Alencar Pessoa7; Sabrina de Sousa Oliveira8; Victor da Costa Sackisda Valladão9; Ana Paula da Penha Alves10
RESUMO
Objetivo: Identificar os riscos e medidas de prevenção para os profissionais de saúde como princípio de redução de ocorrências e contaminação recorrente de riscos biológicos, em ambientes de trabalho na área da saúde, principalmente nos hospitais, em consequência, que o convívio com os enfermos é mais constante. Método: O artigo foi elaborado por meio de um estudo com objetivos descritivos exploratório, sendo utilizados os seguintes bancos de dados: SCIELO, LILACS, PUBMED, BVS BRASIL, MEDLINE, BDENF e legislações e normas regulamentadoras pertinentes a Biossegurança. Realizou-se um corte temporal de 05 anos, 2018 a 2023, com critérios de inclusão: artigos em inglês, português e espanhol. Desde modo, com base na análise de conteúdo, antecedida por leitura metódica e, foram escolhidas as abordagens relacionadas à Biossegurança. Resultados: A partir das abordagens relacionadas à Biossegurança seus riscos e medidas de prevenção para os profissionais da saúde entre os 14 artigos escolhidos observam-se que, mesmo diante da relevância ainda se percebe o insuficiente número de material com relação ao conteúdo proposto, é evidente a importância de se argumentar mais sobre o tema, com a finalidade motivar e instigar de os profissionais de saúde a considerar mais sobre suas condutas assistenciais. Considerações Finais: O presente estudo constatou que é imprescindível uma análise sobre a reflexão sobre como conduzir as normas de Biossegurança. O acesso ao conhecimento desta temática nos cursos de formação e capacitação dos profissionais de saúde objetiva-se conquistar um desempenho na prática cada vez mais seguro, considerando que o número de pesquisas sobre o referido tema é reduzido.
Palavras-chave: Biossegurança. Contenção de riscos biológicos. Profissionais da saúde.
ABSTRACT
Objective: To identify risks and prevention measures for health professionals as a principle of reducing occurrences and recurrent contamination of biological risks, in work environments in the health sector, mainly in hospitals, as a consequence, that coexistence with the sick is more constant. Method: The article was prepared through a study with exploratory descriptive objectives, using the following databases: SCIELO, LILACS, PUBMED, VHL BRASIL, MEDLINE, BDENF-ENFERMAGEM and legislation and regulatory standards pertinent to Biosafety. A 6-year time frame was made, from 2018 to 2023, with inclusion criteria: articles in English, Portuguese and Spanish. Therefore, based on content analysis, preceded by methodical reading, approaches related to Biosafety were chosen. Results: From the approaches related to Biosafety, its risks and prevention measures for health professionals, among the 14 articles chosen, it is observed that, despite the relevance, the insufficient number of material in relation to the proposed content is still evident. the importance of arguing more about the topic, with the aim of motivating and instigating health professionals to consider more about their care behaviors. Final Considerations: This study found that it is essential to analyze how to conduct Biosafety standards. Access to knowledge on this topic in training and training courses for health professionals aims to achieve increasingly safe performance in practice, considering that the number of research on this topic is reduced.
Keywords: Biosafety. Containment of biological risks. Health professionals.
1. INTRODUÇÃO
A Biossegurança é uma área que aplica desafios não somente aos trabalhadores de saúde, como também às empresas que investem em pesquisa (Borgheti; Viegas; Caregnato, 2016). Assim sendo, a Biossegurança caracteriza um campo de conhecimento e um conjunto de atividades e ações técnicas, com cuidado, destinados a conhecer e monitorar os riscos que o trabalho pode gerar ao ambiente hospitalar e à vida dos profissionais (Machado et al., 2020).
Na área da saúde podem-se observar riscos gigantescos, especialmente ao considerar se que o hospital é o principal ambiente de trabalho dos profissionais que atuam nesta área. Por esse motivo, a adesão de normas de Biossegurança em ambientes de saúde é uma premissa crucial para a seguridade dos trabalhadores, não importa qual a área de atuação, logo os riscos estão sempre presentes (Borgheti; Viegas; Caregnato, 2016).
Em se tratando de trabalhadores de saúde, consideram-se riscos ocupacionais aqueles que os mesmos estão expostos, fazendo com que as medidas de Biossegurança se tornem fundamentais, principalmente aqueles que trabalham na assistência. Costa et. al. (2020) certificam que a Biossegurança, durante muitos anos, tornou-se um revés para os profissionais de saúde, porque ainda que acolhesse as normas, infelizmente, a grande maioria ainda não aderiu às medidas recomendadas.
Por conseguinte, a Biossegurança provém a ser um instrumento imprescindível para todo e qualquer profissional que trabalhe em toda a sua integralidade as atividades laborativas e, por consequência, os parâmetros e medidas de Biossegurança constituem um relevante elo, como um molde fundamental de prevenção de acidentes (Costa et. al., 2020).
Entendendo a relevância das medidas e parâmetros de prevenção em Biossegurança, e da carência de trabalhos científicos a respeito desse tema, transfigura-se necessário a execução de uma instrução, voltado à temática de Biossegurança, riscos, medidas e prevenções para os profissionais de saúde. Posto isso, este trabalho é de grande significância por incentivar a discussão a respeito da minimização das ações e falhas constantes realizadas por profissionais de saúde em relação às normas; dado que, esses trabalhadores se deparam frequentemente com a exposição de inúmeros riscos, em seus ambientes de trabalhos. Principalmente no que diz respeito aos riscos biológicos.
2. METODOLOGIA
O presente estudo é de natureza básica, com propósitos descritivos e exploratórios. Correia e Mesquita (2014) apontam a existência de dois tipos de revisão da literatura: básica e avançada, a depender do objetivo. O estudo descritivo busca caracterizar um objeto de estudo, neste caso, a aplicabilidade da Biossegurança na área de saúde, especificamente para os profissionais da saúde. Já o estudo exploratório aborda a relação entre o uso das técnicas de Biossegurança frente à pandemia e os efeitos na rotina dos profissionais que atuam na área da saúde.
O método utilizado foi a revisão integrativa, que é um formato mais amplo, permite a inclusão de estudos experimentais ou não, buscando assim compreender de forma ampla o tema. Com abordagem qualitativa, por ser a que compreende o objeto estudado, a forma como se manifesta e acontece. Tratando-se assim, de uma revisão de literatura, embasada em materiais pré-existentes integrados principalmente por artigos científicos publicados em revistas indexadas nacionais e internacionais, leis e normativas.
Os dados foram coletados por meio das bases de dados: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Pubmed, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Base de Dados de Enfermagem (BDENF). Além disso, foram realizados os seguintes cruzamentos dos descritores com o operador booleano “AND” da seguinte forma: “contenção de riscos biológicos AND saúde”, “containment of biohazards AND health”, “saúde AND prevenção AND contenção de riscos biológicos”, “health AND prevention AND biological hazard containment.
Foram selecionados artigos publicados com recorte temporal de cinco anos, sendo preconizado o período compreendido entre 2018 a 2023, com critérios de inclusão artigos em inglês, espanhol e português, relacionados a Biossegurança e suas vertentes, riscos biológicos, que tratam da temática com relação aos profissionais de saúde. Como critérios de exclusão, foram elencados os artigos que atenderam parcialmente o tema analisado, artigos com mais de cinco anos de publicação, em outras línguas que não o português, espanhol e inglês.
Com a pesquisa, foram encontrados nas bases de dados, um total de 196 artigos conforme aplicação dos descritores, que após leitura de título e resumos foram selecionados destes, 49 artigos, que após analisados, foram utilizados 14 artigos para a construção do trabalho, além de Normas Regulamentadoras e Legislação pertinente a temática.
Para a construção deste estudo adotou-se a Técnica de Análise de Conteúdo de Bardin (1977), a qual se divide em três etapas, sendo elas: Etapa I – organização do material coletado, posteriormente uma leitura flutuante do material coletado, para escolha daqueles que foram pré-analisados. Nesta etapa, o material selecionado foi lido de forma criteriosa, a fim de conhecer os conteúdos abordados nos textos, confeccionou-se fichamento dos artigos e seleção daqueles que foram utilizados. A etapa II foi a exploração do material de forma aprofundada, categorizando-os de acordo com os eixos norteadores. Na etapa III, os resultados obtidos nas duas etapas anteriores foram analisados adotando um olhar crítico, reflexivo e com possíveis inferências.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Perante os 14 artigos escolhidos, exclusivamente quatro foram aplicados para conceituação, em razão de que foram os que mais chegaram próximo do tema em discussão. Deste modo, observou-se que 11 artigos pautam a temática de forma mais palpável mostrando sua importância e relevância. Observou-se também, o nível de evidência dos artigos aplicados
sendo eles classificados em: A, B e D (Quadro 1). Além dos artigos, utilizaram-se também: quatro Leis, uma Portaria, quatro Normas Regulamentadoras e um Protocolo.
Quadro 01: Distribuição dos artigos selecionados em relação ao ano de publicação, periódico, metodologia, objetivo e nível de evidência.
Fonte: autoria própria (2023).
3.1 BREVE HISTÓRICO DA BIOSSEGURANÇA NO BRASIL:
Sobre a Biossegurança no Brasil, a primeira normatização surgiu com a Resolução n°1 do Conselho Nacional de Saúde, no ano de 1988, que autorizou normas em pesquisa de saúde (Brasil, 1988).
No Rio de Janeiro aconteceu, em 1992, aconteceu a 6 Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no decorrer dessa conferência, realizou-se um acordo chamado Protocolo de Cartagena de Biossegurança, que obteve validade exclusivamente no ano de 2003. Já no ano de 1995, foi originada a Lei n° 8.974, e o Decreto de Lei n° 1.752, que instituiu a criação a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que dentre outras coisas trata da saúde do trabalhador, bem como do meio ambiente e da biotecnologia (Brasil,1995).
Referindo-se ainda sobre a legislação acima citada e o acordo de Cartagena, realizou se uma busca, para estabelecer normas e medidas sobre a movimentação de Organismos Vivos Modificados (OVMs) por meio de fronteiras, alcançando assim, definir um melhor nível de proteção e segurança à diversidade biológica e à saúde humana (Stapenhorst et al.; 2018). Em 2005, a Lei nº 8.974/95 foi revogada pela Lei nº 11.105/05, que estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, gerou o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, reorganizou a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, dispôs sobre a Política Nacional de Biossegurança – PNB, existindo até os dias de hoje. (Brasil, 2005).
Andrade et. al. (2018), indicam que no enquadramento da Biossegurança em saúde, esta pode caracterizar-se de duas formas particulares: a primeira, focada para a pesquisa envolvendo células-tronco e manipulação de DNA (Ácido desoxirribonucleico), e na segunda, sucede nas práticas por profissionais de saúde dentro das organizações.
3.2 RISCOS INERENTES ÀS ATIVIDADES LABORAIS DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE:
Dentro da vida profissional do trabalhador da saúde, a biossegurança exerce um papel importante, que carrega um objetivo de promover a segurança dos trabalhadores e usuários e ambiente, por meio de um quadro de normas (Stapenhorst et al., 2018).
Baseando nos artigos que foram analisados, constatou-se que inúmeras causas de risco encontram-se habitualmente no dia de trabalho do profissional de saúde, sendo os riscos constatados como qualquer condição que venha colocar o profissional em situação de perigo, afetando sua integridade, seja ela física, moral e psicossocial, (Andrade et al., 2018), permanecendo assim, o profissional de saúde, visível a fatores de riscos ocupacionais, visto que o mesmo contribui com os cuidados direto aos enfermos.
Conforme a Portaria nº 3.214, do Ministério do Trabalho do Brasil, de 1978, aprova as Normas Regulamentadoras – NR – do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, dentre as NRs contempladas nessa Portaria destaca-se as NR – 1, NR – 5. e NR – 6, conforme quadro abaixo. Além dessas NRs, o Ministério do Trabalho, traz ainda, por meio da Norma Regulamentadora 9 (NR-9), NR-12 e da Portaria N° 25/1994, a classificação dos riscos ocupacionais em cinco tipos: físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e acidentais (Quadro 2).
No presente, conforme a NR-9 em sua nova Portaria SEPRT (Secretaria Especial de Previdência e Trabalho) nº 6.735, de 10 de março de 2020 estabelece os requisitos para a avaliação das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos quando identificados no Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR, pensado na NR-1, e subsidiá lo quanto às medidas de prevenção para os riscos ocupacionais. Os riscos biológicos como agentes causadores das bactérias, vírus, fungos, parasitos e outros. Profissionais da enfermagem, trabalhadores de hospitais, profissionais da limpeza pública, de laboratórios dentre outros, estão expostos a esse tipo de risco.
Por sua vez, o risco físico dispõe de agentes causadores como por exemplo: o calor, frio, vibração, ruído, pressão e outros; essa classe de risco pode ocasionar inúmeros prejuízos à saúde do trabalhador, a depender do tempo de exposição e do agente ao qual o mesmo está exposto. Em relação aos riscos químicos, têm como agentes causadores, as substâncias, compostos ou produtos que possam adentrar no organismo do trabalhador pela via respiratória, isto é, pela a atividade, que sejam capazes de ter aproximação ou ser impregnado através da pele ou por ingestão, seu grau de agravos irá sujeitar-se da quantidade de produto absorvida pelo organismo, como também pelo tempo de exposição e via de penetração (NR-9, 2020).
Em contrapartida, a NR-5 que discorre sobre a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), indica haver uma classificação por cor para favorecer a elaboração do Mapa de Riscos Ocupacionais e a promoção de medidas de prevenção de acidentes. Nesse Mapa de Riscos Ocupacionais, cada tipo de risco está referente à uma cor, consistindo-se da
interpretação gráfica dos riscos à saúde e segurança do trabalhador em cada ambiente de trabalho. Riscos físicos – verde; Riscos químicos – vermelho; Riscos biológicos – marrom; Riscos ergonômicos – amarelo e Risco de acidentes – azul.
Quadro 02: Distribuição das Normas Regulamentadoras conforme objetivo, disposição e portaria.
Fonte: autoria própria (2023).
3.3 IMPORTÂNCIA DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL NAS ATIVIDADES LABORAIS:
O Ministério do Trabalho e Emprego instituiu a Norma Regulamentadora – NR – 32 (quadro 2 acima), que versa sobre Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde bem como a Norma Regulamentadora – NR – 6 que visa o uso de Equipamento
Individual de Proteção (EPI), ambas as normas estão destinadas à proteção da integridade dos trabalhadores e de prevenir doenças ocupacionais.
Ainda em conformidade com a NR – 32 no item 32.2.4.17 ao tratar da Vacinação dos Trabalhadores do Serviço de Saúde, devem ser ofertado de forma gratuita, vacinas contempladas no programa de imunização ativa contra tétano, difteria, hepatite B, além daqueles estabelecidos no Programa de Controle Médico da Saúde Ocupacional – PCMSO, e sempre que houver vacinas eficazes contra outros agentes biológicos aos quais os trabalhadores estão, ou poderão estar expostos, estes terão o direito de ser vacinados, estando assim protegidos. Além do uso de EPIs, Silva (2021) demonstrou que existe necessidade de treinamento da equipe para enfrentar patógenos infecciosos, bem como as situações de surtos de doenças, sugerindo que se faça preciso uma reestruturação de novas rotinas na prática dos serviços, bem como a realização de monitoramento dos profissionais de saúde, em especial a testagem.
Visto ainda que, mesmo havendo diretrizes e medidas preventivas, Rodrigues et al. (2018) apontam haver uma baixa adesão na utilização dos EPIs mesmo sabendo do risco que correm em suas atividades laborais. Alguns profissionais de saúde ainda insistem em trabalhar de forma em não conformidade com os preceitos da Biossegurança. Os motivos são variados, dentre os referidos, os autores apontam os seguintes: dificuldade de adaptação ao uso dos EPIs, uso inadequado dos EPIs, ausência ou inacessibilidade dos equipamentos no posto de enfermagem, sobrecarga de trabalho, desmotivação e falta de conhecimento dos riscos ocupacionais. Atualmente, mais do que nunca, as medidas de Biossegurança precisam ser levadas a sério e se tornar parte da rotina das práticas laborais.
3.4 PREVENÇÃO DE INFECÇÕES E BIOSSEGURANÇA NO CONTEXTO SAÚDE:
Polakiewicz (2020), aponta que conforme está na lei, toda a empresa, em especial as unidades de saúde, tem por obrigação fornecer EPIs, aos seus funcionários de forma gratuita, devendo estar adequado de acordo com o seu funcionamento, estado de conservação apropriado e os riscos aos quais os profissionais estão expostos.
As medidas de prevenção e controle de contaminação durante o período de trabalho, são de suma importância dentro dos serviços de saúde, em especial para os profissionais da linha de frente de cuidados, pela necessidade de proteção individual, uma vez que os mesmos são expostos a diversos tipos de patógenos em seu ambiente de trabalho (Gallasch et. al.; 2020).
Cardoso et. al. (2021) enfatiza que as medidas de prevenção são procedimentos comuns que devem ser adotados para cuidar de pacientes com doenças infecciosas e de todas as doenças transmissíveis. As práticas conhecidas como precauções padrão ou universais são procedimentos que devem ser adotados em instituições de saúde, aplicados ao atendimento de todos os pacientes, independentemente do seu diagnóstico provável. Seu objetivo é minimizar os riscos de transmissão de patógenos, e as precauções padrão incluem o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), vacinas e, principalmente, a lavagem das mãos com água e sabão.
A prevenção e o controle das infecções relacionam-se aos diferentes elementos que participam no elo da cadeia epidemiológica de transmissão, esta por sua vez, aponta a sequência da interação entre o agente, o hospedeiro e o meio. A forma de transmissão é o elo mais importante na cadeia de transmissão de doenças, por ser o elo mais suscetível a ser rompido ou interrompido. As medidas de prevenção e isolamento buscam interromper esses mecanismos de transmissão, prevenindo infecções. (Protocolo de Unidade de Vigilância em Saúde e Qualidade Hospitalar, 2017).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa demonstrou que é indispensável uma reflexão sobre a forma de agir dentro do contexto de Biossegurança. O acesso ao conhecimento desta temática nos cursos de formação e capacitação profissional constante, alcançará uma prática cada vez mais segura e constante.
A disponibilidade de EPIs em quantidade e qualidade, bem como ambientes organizados e adequados a assistência prestada, são fundamentais, assim sendo inadmissível que profissionais tenham que improvisar e/ou adaptar materiais de EPIs, fato esse que os coloca em exposição desnecessária e em situação de risco e que por muitas vezes fazem parte de suas práticas profissionais dentro das instituições.
A garantia de acesso a EPIs em quantidade suficiente e de qualidade, são itens indispensáveis para promover uma prática segura, como também é um direito dos profissionais de saúde assegurados por lei. Dessa forma as instituições de saúde são obrigadas a fornecer condições adequadas aos seus trabalhadores, não apenas ofertando o material como também oferecendo capacitações contínuas sobre a importância do uso dos mesmos, como sua retirada e descarte no local adequado.
Diante deste contexto, os profissionais de saúde ganharam grande visibilidade. Com isso as condições de trabalho destes profissionais encontram-se em destaque, e o reconhecimento de suas competências em todos os seus níveis de complexidade.
Tal cenário apresenta os mais diferentes riscos e problemas diariamente enfrentados pelos profissionais, no entanto, seu senso de dever e comprometimento com o cuidado com o outro sempre se mantém, independentemente da situação que o mesmo está inserido.
Contudo, todos os profissionais como os estudantes da área da saúde devem ser estimulados e ter durante a graduação, a temática de Biossegurança sempre presente, estimulando a discussão sobre a sua importância e uso dos EPIs e EPCs, sempre se correlacionando com a Biossegurança.
O conhecimento dos profissionais de saúde e as ações de prevenção e promoção em saúde, podem gerar um ambiente de trabalho com menores riscos de acidentes ocupacionais, além de promover capacitações em educação continuada de maneira efetiva visando a adesão às medidas de Biossegurança.
REFERÊNCIAS
Andrade, G. B., Weykamp, J. M., Cegagno, D et al. (2018). O processo de trabalho em um ambulatório de oncologia na percepção da equipe técnica de enfermagem. Rev Fund Care Online. 10(2): 565-71. http: // dx.doi.org/10.9789/2175-5361.2018.v10i2.565-571.
Angerami, E. L. S. & Correia, F. A. (1989). Em que consiste a enfermagem. Revista Escola Enfermagem. 25(3):337-44. Bardin, L. (1977). Análise de conteúdo. Edições 70.
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Recomendações de proteção aos trabalhadores dos serviços de saúde no atendimento da COVID-19 e outras síndromes gripais. Internet. Brasília: Ministério da Saúde; 2020. https://portalarquivos.saude.gov.br /images/pdf/2020/April/16/01- recomendacoes-de protecao. pdf.
BRASIL, Decreto nº 1.752, de 20 de dezembro de 1995. Ementa: Regulamenta a Lei nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995, Dispõe sobre a Vinculação, Competência e Composição da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, e dá outras providências. (Decreto Federal – Câmara dos Deputados Federais – Brasil). https://www2.camara. leg.br/legin/fed/decret/ 1995/decreto-1752-20-dezembro-1995-431825-norma-pe.html.
BRASIL, Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005. Regulamenta os incisos II, IV e V do § 1º do art. 225 da Constituição Federal, 1988. http://www.planalto. gov.br/ ccivil_03/_ato2004- 2006/2005/ lei/l11105.htm
Brasil. (1978a). Ministério do Trabalho e Emprego – NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA. Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978 e atualizada pela Portaria SIT n.º 247, de 12 de julho de 2011. http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr5.htm
Brasil. (1978b). Ministério do Trabalho e Emprego – NR 6 – Equipamento de Proteção Individual. Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978 e atualizada pela Portaria DNSST nº 6 de 19/08/1992. http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr5.htm
Brasil. (1978c). Ministério do Trabalho e Emprego – NR 9 – Avaliação E Controle Das Exposições Ocupacionais A Agentes Físicos, Químicos E Biológicos. Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978 e atualizado pela Portaria nº 6.735, de 10 de março de 2020. http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr5.
Brasil. (1978d). Ministério do Trabalho e Emprego – Portaria Nº 3.214, de 08 de junho DE 1978 –Aprova as Normas Regulamentadoras – NR – do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho e Emprego, 2014. https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra%3Bjsessionid=9CFA236F7 3433A3AA30822052EF011F8.proposicoesWebExterno1?codteor=309173&filename=LegislacaoCitada+-INC+5298/2005.
Cardoso,K., Zaro, M. A., Magalhães, A. M. M. & Tarouco, L. M. R. (2021). Laboratório imersivo de aprendizagem em saúde e enfermagem: aprendendo biossegurança em mundo virtual. Rev Bras Enferm.;74(Suppl 6): e20200 385.https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020- 0385.
Conselho Federal de Enfermagem COFEN. (2018). Mercado de trabalho para enfermagem amplia áreas de atuação. http://www.cofen.gov.br/mercado-detrabalho-para-enfermagem amplia-areas-de-atuaca65154.html.
Conselho Federal de Enfermagem COFEN. (2021). Brasil perde ao menos um profissional de saúde a cada 19 horas para a Covid. http://www.cofen.gov.br/brasil-perde-ao-menos-um profissional-de-saúde-a-cada-19-horas-para-a-covid_85778.html.
Correia, A. M. R. & Mesquita, A. (2014). Mestrados e Doutoramentos. (2a ed.), Vida Economica Editorial. 328 p.
Costas, K. P., Melo, A. C., Silba, B. B., Costa, I. A., Freitas, L. G., Santos, R.C. S., Andrade, S.N. & Souza, D. A. S. (2020). Adesão às medidas de biossegurança da enfermagem na unidade de terapia intensiva: revisão sistemática. Revista Nursing, 23 (268): 4636-4640. https://doi.org/10.36489 /nursing. 2020v23i268p4636-4645.
Costa, M. A. F. & Costa, M. F. B. (2002) Biossegurança: Elo Estratégico De SST. Revista CIPA n°. 253 de janeiro de 2002. http://www.fiocruz.br/biossegurancahospitalar/dados/ material10.htm.
Costa, M. A. F. (1996). Biossegurança: Segurança Química Básica. Santos.
Gallasch, C. H., Cunha, M. L., Pereira, L. A. S.& Silva-Junior, J. S. (2020). Prevenção relacionada à exposição ocupacional: COVID-19. Rev Enferm UERJ, Rio de Janeiro, 28: e49596. http://dx.doi.org/10.12957/ reuerj. 2020.49596.
Helioterio, M. C., Lopes, F. Q. R. S., Souza, C. C., Souza, F. O., Pinho, P. S., Souza, Nogueira, F. & Araújo, T.M. (2020). Covid-19: Por que a proteção de trabalhadores e trabalhadoras da saúde é prioritária no combate à pandemia? Trabalho Educação Saúde vol.18 n°.3 Rio de Janeiro Epub July 31, 2020. DOI:https://doi.org/ 10.1590/ 1981-7746- sol00289.
Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Administrado pela Empresa Brasileira De Serviços Hospitalares (Ebserh). Protocolo Unidade De Vigilância Em Saúde E Qualidade Hospitalar, Higienização Das Mãos. 10/2017. http://www2.ebserh.gov.br/documents/147715/0/ higiene+das +m% 2B%C3 %BAos+4. pdf/ c87fe7f5-c699-48dd-a53b-ba51ea3c2ee0.
Magri, M. A., Morais, A. I. S., Coneglian, T. V.& Popim, R. C. (2020). Conhecimento dos acadêmicos de enfermagem sobre acidentes com material biológico. Cuid Enferm. 14(2):233-240. https://pesquisa. bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1147690.
Neves, J. (2020). Profissionais de saúde precisam estar protegidos, pois fazem parte da infraestrutura de resposta a esta epidemia. EPSJV/Fiocruz, 07/04/2020. https://www.epsjv.fiocruz.br/noticias/entrevista/profissionais-de-saude-precisam-estar protegidos-pois-fazem-parte-da
Oliveira, J. S., Macedo, M.P., Morais, R. L. G. L., Tanan, M. S. & Yarid, S. D. (2017). Biossegurança sob a ótica dos graduandos de enfermagem. Rev enferm UERJ, 2017; 25: e14074. http://dx.doi.org/ 10.12957 /reuerj. 2017.14074.
Polakiewicz, R. (2020). O direito ao uso de EPI por profissionais de enfermagem. PEBMED. https:// pebmed. com.br/o-direito-ao-uso-de-epi-porprofissionais-de-enfermagem.
Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. LEI N° 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem, e dá outras providências. http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/leis/l7498.htm.
Quadros, A., Fernandes, C. T. M., Araujo, B. R.& Caregnato, R. C. A. (2020) Desafios Da Enfermagem Brasileira No Combate Da Covid-19. Enfermagem. Foco 11 (1) especial: 78- 83. 3748-21252-1-PB.pdf.
Ribeiro, G., Pires, D. E. P.& Scherer, M. D. A. (2016). Práticas de biossegurança no ensino técnico de enfermagem. Trab. Educ. Saúde, Rio de Janeiro, v. 14 n. 3, p. 871-888, set./dez. 2016.http://dx doi.org /10.1590/1981-7746-sol00019.
Rodriguez, E. O. L., Silva, G. G., Neto, D. L., Campos, M. P. A., Matos, M. C. T.& Otero, L. M. (2018). Medidas para adesão às recomendações de biossegurança pela equipe de enfermagem. Enfermeira global. 17, 2017, 36–67. https://doi.org/10.6018/eglobal.17.1.276931.
Silva, O. M., Cabral, D. B., Marin, S. M., Bitencourt, J. V. O. V., Vargas, M. A. O. & Meschial, W. C. (2021) Medidas de biossegurança para prevenção da Covid-19 em profissionais de saúde: revisão integrativa. Rev Bras Enferm. 75(1):e20201191. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-1191.
Souza, M. T., Silva, M. D., & Carvalho, R. (2010). Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein 8(1), 102-106.
Stapenhorst, A., Ballestreri, E., Stapenhorst, F. & Dagnio, A. P. A. (2018) Biossegurança. Formato: PDF. Editora: Grupo A Selo: Sagah. https://loja.grupoa.com.br/bibliotecauniversitaria/ eb-ead-biosseguranca9788595024021- p100980.
Texeira, C. F. S., Soares, C. M., Souza, E. A., Lisboa, E. S., Andrade, L. R. & Espridião, M. A. (2020) A saúde dos profissionais de saúde no enfrentamento da pandemia de Covid- 19. Ciência & Saúde Coletiva, 25(9):3465-3474, 2020. 10.1590/1413-81232020259.19562020.
1Graduanda em Medicina – CEUMA UNIVERSIDADE. Orcid: https://orcid.org/0009-0001-2074-9444. Email: brunavital@icloud.com
2Bióloga – UFRPE. Orcid: https://orcid.org/0009-0007-4996-7000. Email: alinesantanabiologa@gmail.com
3Graduanda em Enfermagem – Universidade Tiradentes – UNIT. Email: nicolester123@gmail.com
4Graduada em Enfermagem – Universidade de Brasília, UnB – Campus Ceilandia. Orcid: https://orcid.org/0009-0006-9636-0589 Email: danny.oliveira51@gmail.com
5Mestre em Ciências da Saúde – Centro Universitário Atenas. Email: monykbraga@hotmail.com
6Graduando em Medicina – UNIATENAS. Email: alanrodrigues@yahoo.com.br
7Graduando de Licenciatura em Química – IFSertão – PE. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-9356-482X. Email: ismaelalencar001@gmail.com
8Enfermagem-Anhaguera. Email: sabrinasousaoliveira767@gmail.com
9Graduando em Medicina – Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Email: victordcsvalladao@gmail.com
10Enfermeira do Hospital das Clínicas de Recife. Email: anapaula.cardio@yahoo.com.br