BIOMASSA DA BANANA VERDE E SEUS BENEFICIOS

GREEN BANANA BIOMASS AND ITS BENEFITS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7999155


Marayane Santos Tenório1
Orientadora: Esp. Karen Celiane das Chagas Cardoso2


RESUMO

Introdução: a biomassa da banana verde é um ingrediente versátil que pode ser facilmente adicionado a uma dieta saudável. Seus benefícios para a saúde são muitos e incluem a redução da glicemia, melhoria da digestão, controle do apetite e prevenção de doenças. Em vez de consumir produtos industrializados, inclua alimentos saudáveis e naturais como a biomassa da banana verde em sua dieta para obter uma alimentação mais equilibrada e benéfica para o seu corpo. Objetivo: apresentar os benéficos e eficácia da biomassa de banana verde para a saúde humana. Trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa realizada no período de abril a maio de 2023, através de pesquisas nas bases de dados SciELO, PubMed, MEDLINE, LILACS e Google Scholar, com artigos de 2018 – 2023. Conclusão: A biomassa extraída da banana verde após o cozimento revelou-se uma polpa espessa e insípida que pode ser adicionada às formulações para preservar o valor nutricional e pode ser utilizada na indústria como alternativa para alguns grupos que beneficiam a saúde humana.

Palavras-chave: Musa. Biomassa. Amido Resistente. Microbiota Intestinal. Probióticos.

ABSTRACT

Introduction: Green banana biomass is a versatile ingredient that can easily be added to a healthy diet. Its health benefits are many and include lowering blood sugar, improving digestion, controlling appetite, and preventing disease. Instead of consuming processed products, include healthy and natural foods like green banana biomass in your diet to achieve a more balanced and beneficial diet for your body. Objective: to present the benefits and effectiveness of green banana biomass for human health. This is a narrative literature review conducted from April to May 2023, through searches in SciELO, PubMed, MEDLINE, LILACS and Google Scholar databases, with articles from 2018 – 2023. Conclusion: The biomass extracted from green banana after cooking proved to be a thick and tasteless pulp that can be added to formulations to preserve the nutritional value and can be used in the industry as an alternative for some groups that benefit human health. Keywords: Musa, Biomass. Resistant Starch. Intestinal Microbiota. Probiotics.

1. INTRODUÇÃO

A busca por alimentos funcionais e um estilo de vida saudável tem aumentado nos últimos anos. Entre os alimentos saudáveis, temos os simbiontes que enriquecem a dieta com substâncias e microrganismos capazes de prevenir o envelhecimento precoce, promover o funcionamento intestinal, reduzir a absorção de gorduras no corpo e reduzir a decomposição de bactérias nocivas no trato gastrointestinal. É comum encontrar no supermercado preparações industriais que contenham microrganismos – os lactobacilos, importantes para o correto funcionamento do sistema digestivo e imunológico e, assim, beneficiam a microbiota intestinal (ROSA NETO et al., 2019).

Um painel de especialistas das Nações Unidas e da Organização Mundial da Saúde define um probiótico como “um microrganismo vivo que, quando administrado em quantidades suficientes, produz um benefício à saúde do hospedeiro”. A combinação de probióticos e prebióticos é chamada de simbiótico, que juntos fortalecem o efeito imunossupressor no hospedeiro (OLIVEIRA, 2018).

A banana (Musa sp.), pertencente à família Musa-ceae, é a fruta tropical mais popular e consumida no mundo. Além de serem baratas, as bananas também contêm uma ampla gama de nutrientes e são caracterizadas pela facilidade de preparo e processamento. Portanto, os nutrientes contidos na banana estão em maior quantidade na forma verde (OLIVEIRA, 2018).

O cultivo de banana é um dos empreendimentos agrícolas internacionais mais importantes, pois a banana é a fruta fresca mais consumida no mundo, é uma atividade rentável e está sendo desenvolvida em todo o país, o que é um indicador inegável de sua escala, importância socioeconômica e extensão geográfica (EMBRAPA, 2023).

A biomassa de banana verde é nutritiva e uma excelente fonte de fibra solúvel. É feito da polpa de uma banana verde cozida e picada e pode ser utilizado em diversas receitas, de doces a saladas. É uma rica fonte de amido resistente, um tipo de carboidrato que o corpo não digere, por isso não aumenta o açúcar no sangue. Além disso, a biomassa de banana verde contém grande quantidade de fibras solúveis, que ajudam a regular o trânsito intestinal e a reduzir a quantidade de colesterol ruim (LDL) no sangue (SANTOS, 2021).

Além dos benefícios já citados, a biomassa de banana verde também é uma rica fonte de vitaminas e minerais como potássio, fósforo, cálcio, ferro, zinco, vitaminas do complexo B e vitamina C. Esses nutrientes são importantes para o bom funcionamento do corpo, mantendo a saúde cardiovascular, fortalecendo o sistema imunológico e mantendo ossos e dentes saudáveis (CAVALCANTE; SOUZA, 2021).

Outra vantagem da biomassa de banana verde é a perda de peso. Por ser rico em fibras e amido resistente, ajuda a controlar a fome e prolonga a sensação de saciedade, o que pode favorecer a perda de peso. Além disso, a biomassa da banana verde também ajuda a diminuir a absorção de gorduras e carboidratos, o que é uma ótima notícia para quem quer emagrecer de forma saudável (CAVALCANTE; SOUZA, 2021).

A biomassa de banana verde pode ser adicionada a diversas receitas, de doces a saladas. Pode ser utilizado como espessante natural em molhos, sopas e purês ou como ingrediente em pães, bolos e biscoitos. Além disso, pode ser utilizado puro, misturado a sucos, vitaminas ou iogurtes (ROSA NETO et al., 2019).

Também é classificada como probiótico porque é um alimento que estimula seletivamente o crescimento ou a atividade de populações bacterianas desejáveis no cólon, as chamadas bactérias probióticas, como as bifidobactérias e o efeito na função do sistema imunológico (ROSA NETO et al., 2019).

Além dessas funções, também reduz a absorção de carboidratos e lipídios, o que afeta o metabolismo desses nutrientes. Pacientes com patologias associadas a alterações do metabolismo glicêmico e lipídico têm se beneficiado desta biomassa (ROSA NETO et al., 2019).

A biomassa de banana verde é utilizada como substrato bacteriano para a microbiota intestinal no final de ácidos graxos de cadeia curta. A fermentação da banana verde, contém minerais e pectina, que são úteis no tratamento da DC (doença celíaca), pois esses pacientes apresentam deficiências nutricionais (SANTOS, 2021)

O objetivo desta pesquisa é apresentar os benéficos e eficácia da biomassa de banana verde para a saúde humana.

Trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa realizada no período de abril a maio de 2023, através de pesquisas nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), PubMed via Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Google Scholar. Foram utilizados os descritores: Musa, Biomassa, Amido Resistente, Microbiota Intestinal e Probióticos.

Os critérios de inclusão foram os artigos nos idiomas português e inglês; publicados no período de 2018 a 2023 e que tratavam as temáticas propostas nesta pesquisa, estudos característicos do tipo revisão sistemática.

Os critérios de exclusão foram: artigos científicos com mais de 06 anos de publicação, isto é publicado antes de 2018, artigos duplicados, disponibilizados com formato de resumo, que não versavam com a proposta de estudo e que não atendiam aos demais critérios de inclusão. Após os critérios de seleção restaram 32 artigos que foram submetidos à leitura minuciosa para a coleta de dados.

Os resultados foram apresentados de forma descritiva, divididos em categorias temáticas abordando: Cultivo de banana, biomassa de banana verde, amidos resistentes.

Justificativa: foi escolhida essa temática pôs podemos atribuir sua boa reputação aos inúmeros benefícios que promove: reduz a absorção de gordura e glicose; melhora a função intestinal e imunológica; melhora a saúde óssea e a contração muscular; e promove a saciedade, que é uma forte aliada no combate à obesidade. A biomassa de banana verde pode substituir o leite condensado, o creme de leite e a maionese. E não tem limite de idade: de crianças e adolescentes, de adultos a idosos, todos podem consumi-la e incorporá-la ao seu dia a dia. É rico em vitaminas como A, B1 e B2, além de minerais como fósforo, magnésio, potássio e sódio, além de auxiliar no funcionamento intestinal.

  1. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Cultivo de banana

Além de ser o maior consumidor mundial de banana, o Brasil é o quarto maior produtor, produzindo 6,6 milhões de toneladas em 455 mil hectares, sendo metade da agricultura familiar. O setor movimenta R$ 13,8 bilhões por ano e gera 500 mil empregos diretos. Devido ao seu preço acessível, a banana tem um importante papel social (EMBRAPA, 2023).

A importância socioeconômica da bananicultura torna necessário manter a sustentabilidade de sua produção. No entanto, doenças como pólvora amarela e preta e murcha de fusarium danificaram essa resistência porque reduzir a produção e ao mesmo tempo aumentar os custos de produção no controle dessas doenças (EMBRAPA, 2023). Somando-se à situação está a ameaça imediata da raça 4, que é uma variante do fungo Fusarium, para a qual não existem variedades resistentes ou meios eficazes. A doença ainda não ocorre no Brasil, mas já foram descobertas colônias na Colômbia e no Peru (EMBRAPA, 2023).

A preocupação constante da Embrapa Mandioca e Fruticultura sempre foram tecnologias mais limpas que ofereçam diferentes condições de produção sem agredir o meio ambiente, melhorando a qualidade do material genético e a produtividade (EMBRAPA, 2023).

Os objetivos permanentes desta unidade de pesquisa são reduzir as perdas pós-colheita, minimizar os efeitos adversos em vários agros ecossistemas, estabelecer agricultura familiar eficiente e desenvolver novos sistemas de produção visando o desenvolvimento humano sustentável no campo, através da transferência de conhecimento e tecnologia existente. Atualmente há muito investimento na produção integrada e orgânica de banana (EMBRAPA, 2023).

Atualmente é uma das frutas mais consumidas e produzidas no mundo (SOUZA et al., 2019). Pode ser cultivada em todas as regiões do Brasil, sendo que as regiões Sudeste e Nordeste concentram 67% da produção brasileira. Em 2017, a banana foi a fruta mais produzida no mundo, com aproximadamente 113,9 milhões toneladas produzidas, no mesmo ano, os maiores produtores foram Índia, China, Indonésia e Brasil, com uma participação de aproximadamente 48,9% do total da produção mundial (ROSA NETO et al., 2019).

Em 2018, o Brasil exportou cerca de 65,5 mil toneladas de banana, o que corresponde a cerca de 1 da banana mundial. Isso porque quase toda a produção de banana é direcionada para o mercado interno devido à população e ao alto consumo nacional per capita (ROSA NETO et al., 2019).

Sobre a produção brasileira, Souza et al (2019) citam dados do IBGE mostrando que em 2017 foram produzidas mais de 6,6 milhões de toneladas de frutas no Brasil e a produtividade média foi de 14,34 t/capita/ano. A banana tem grande importância econômica e social por ser considerada uma boa fonte de energia, rica em vitaminas e minerais, disponível para a maioria da população e durante todo o ano (SOUZA et al., 2019).

Existem cerca de 180 variedades de banana no mundo, e cerca de 35 variedades frutificam no Brasil, divididas em bananeiras ornamentais, industriais e comestíveis (SOUZA et al., 2019). O grupo Prata (Prata, Pacovan e Prata-Anã), o grupo Nanica (Nanica ou Caturra, Nanicão e Grande Naine) e Maçã, onde as variedades Prata e Pacovan ocupam a maior área cultivada, totalizando aproximadamente 60% da área. Nos últimos anos, a bananicultura brasileira evoluiu muito devido ao desenvolvimento e adaptação de tecnologia, melhor organização dos bananicultores, abertura de postos de bananicultura irrigada e aumento da demanda no mercado nacional (SOUZA et al., 2019).

No entanto, durante a colheita e comercialização da banana, ocorrem grandes perdas de frutos devido ao mau manejo pós-colheita e descarte inadequado dos frutos rejeitados. Como resultado desse cenário, novas estratégias foram introduzidas para reduzir o desperdício (SZEREMETA et al., 2019), como transportar banana verde e fazer farinha e polpa de banana verde. É muito mais fácil do que uma banana madura. Assim, a banana verde tem crescido no cenário atual por ser considerada um produto industrial ideal além de possuir alto teor de amido de 60-80%, ser fonte de AR (17-18%) e menor teor de açúcares na composição (SZEREMETA et al., 2019).

2.2 Biomassa de Banana Verde

Segundo Oliveira et.al. (2018), a banana verde é um alimento rico em fibras solúveis e insolúveis, vitaminas, minerais flavonoides e amidos resistentes (AR), a utilização na forma de biomassa garante a preservação desses nutrientes, são fatores terapêuticos que promovem a proteção mucosa gástrica.

Banana verde não pode ser consumida crua, pois tem sabor amargo e adstringente, pois é rica em taninos, por isso deve ser cozida. Assim, a produção de biomassa de banana tem despertado o interesse da indústria alimentícia devido ao seu alto valor nutricional e baixo custo, pois é um excelente substituto no preparo de pães, massas, maionese e patê e aumenta o valor nutricional de produtos como uma grande quantidade de fibras (ALMEIDA E GHERARDI, 2018; COPPELLARI, 2019).

Para obter a biomassa, tem que lavar as bananas com casca com água e esponja, depois colocar na panela de pressão, adicionando água até cobrir toda a fruta e deixar cozinhar por cerca de 20 minutos. Após o cozimento, as cascas e a polpa devem ser retiradas e processadas até a obtenção de uma pasta homogênea (COPPELLARI, 2019).

A biomassa também é fonte de fibra alimentar solúvel e oligossacarídeos, que possuem propriedades funcionais no trato digestivo, como propriedades que melhoram a motilidade intestinal e aceleram a digestão, além de propriedades que retardam o esvaziamento gástrico e diminuem o índice de colesterol no sangue. A banana verde é um tipo de alimento funcional probióticos porque a polpa é rica em amido resistente, que atua como fibra (CARNEIRO, 2020).

Este tipo de alimentação favorece o trânsito intestinal, previne e trata a obstipação, ajuda a controlar o colesterol e o açúcar no sangue e ainda previne doenças como o cancro do cólon. Outro grupo popular são os celíacos, porque a biomassa de banana verde não contém glúten (CARNEIRO, 2020).

Segundo Santos et.al (2019), o glúten é um composto encontrado em muitos alimentos, podendo também causar reações nocivas à saúde humana. O glúten é essencialmente uma parte proteica formada por glutenina e gliadina (proteínas das classes glutelina e prolamina, respectivamente) após a hidratação. Essas proteínas são encontradas principalmente no trigo, mas também no centeio, cevada, malte e geralmente em vários grãos.

A intolerância ao glúten é causada especificamente por uma reação da gliadina; ocorre em pessoas com predisposição genética e é chamada de intolerância ao glúten, funciona como substituto de gordura. O amido imunológico se comporta de maneira semelhante à fibra, que está associada a efeitos benéficos locais e sistêmicos por meio de múltiplos mecanismos. Sua atuação no intestino é aliada de quem deseja manter um peso saudável e prevenir a obesidade (SANTOS, et.al. 2019).

A biomassa de banana verde (BBV) é rica em minerais como potássio e, além de seus efeitos terapêuticos no intestino, auxilia no controle do diabetes, reduz o colesterol e infecções gastrointestinais. A BBV tem propriedades funcionais, pois afeta o açúcar no sangue, o perfil lipídico, aumenta a saciedade e a saúde digestiva. Como fibra, o amido resistente contribui significativamente para a redução do índice glicêmico (IG) dos alimentos, proporcionando assim uma melhor resposta glicêmica e insulínica ao metabolismo humano, importante principalmente para os diabéticos (ALMEIDA, 2018).

Segundo Santos et.al (2019), da mesma forma que a fibra, o amido resistente promove a diminuição do índice glicêmico dos alimentos, o que diminui resposta glicêmica e, portanto, menor resposta à insulina, o que ajuda tratamento do diabetes tipo 2. Diferenças nas respostas glicêmica e insulínica a quantidade de amido nos alimentos está diretamente relacionada à velocidade de sua digestão. Avançar a partir daí maneira, alimentos de digestão lenta ou alimentos de baixo índice glicêmico, como amido resistente, foi associado a um melhor controle do diabetes e a longo prazo eles podem até reduzir o risco de desenvolver doenças crônicas.

Portanto, a biomassa de banana verde é uma boa fonte de vitaminas, minerais, fibras solúveis e insolúveis e amido resistente ajudam a regular a glicose, liberador de insulina, anti-inflamatório, por ser um bom espessante, pode ser usado diversas preparações diárias que auxiliam não só na prevenção e controle do diabetes, mas várias outras doenças, como doenças cardiovasculares, obesidade, dislipidemia.

2.3 Amidos Resistentes (AR)

O AR é chamado de alimento probiótico por ser um carboidrato indigerível que atua como substrato para o crescimento de bactérias e outros microrganismos considerados prebióticos, que em quantidades suficientes promovem a digestão e combatem patógenos. A sua presença promove o bom funcionamento do intestino e o equilíbrio da flora intestinal, o que é benéfico para a saúde humana (CARVALHO, 2018).

O equilíbrio das funções intestinais e, portanto, da microbiota local, é chamado de simbiose intestinal (SANTOS, 2021) e se funde com a microbiota intestinal no cólon. O RA é classificado em 4 classes de acordo com a digestibilidade:

  • AR tipo 1 (AR1), fisicamente indigerível porque é protegido por paredes celulares fibrosas;
  • AR tipo 2 (AR2), os grânulos de amido não gelatinizam e são lentamente hidrolisados por α-amilases;
  • AR tipo 3 (AR3), amido retrógrado;

•AR tipo 4 (AR4), amido produzido por modificação química.

Quimicamente, o amido é um homopolissacarídeo constituído por cadeias de amilose e amilopectina. A amilose consiste em unidades de glicose ligadas por ligações 1,4-glicosídicas para formar uma cadeia linear, enquanto a amilopectina consiste em unidades de glicose ligadas por grupos 1,4 e 1,6 para formar uma estrutura ramificada (SANTOS, 2021).

Efeitos moduladores na saúde pensa-se que os amidos resistentes alteram o microbioma intestinal, e vários estudos avaliam alterações mediadas por AR na composição e função da microbiota intestinal (PINTO, 2021; SILVA, 2019). O estado nutricional pode prevenir ou combater doenças. Muitos estudos mostram que pessoas que consomem uma dieta balanceada com o uso de probióticos têm mostrado resultados positivos na redução dos sintomas de depressão e ansiedade (TEÓFIOLO, 2021).

O eixo intestino-cérebro é conhecido por ser um canal de comunicação entre o sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso entérico (ENS) como uma rede de neurônios gastrointestinais. O mesmo canal permite que as bactérias intestinais influenciem a função cerebral, então as evidências sugerem uma forte ligação entre a composição do microbioma e o desenvolvimento de transtornos mentais (CAVALCANTE; SOUZA, 2021).

Há também evidências de que várias bactérias probióticas, como Lactobacilli spe e Bifidobacterium spp. pode produzir neuromoduladores como o ácido aminobutírico (GABA). Outros exemplos de bactérias comensais incluem: Escherichia sp Bacillus sp. Ou Saccaromyces spp., que sintetiza a noradrenalina; Streptococcus sp e Enterococcus spp. pode produzir serotonina; Bacillus sp. produz dopamina e Lactobacillus sp. acetilcolina. Todos esses neurotransmissores têm sido implicados em transtornos de ansiedade e humor (CALVACANTE; SOUZA 2021).

As taxas de digestão e absorção do amido dietético são diferentes. Em comparação com a maioria dos amidos, a degradação de RA nas células intestinais por α-amilases é limitada, mas pode ser convertida em vários metabólitos, incluindo SCFA, por espécies de bactérias amilolíticas no cólon. Foi demonstrado que diferentes formas de AR alteram rapidamente a composição do microbioma intestinal humano (ALMEIDA, 2018).

Estudos em pacientes com DM tipo 2 e pré-diabéticos demonstraram que dietas contendo amido resistente são uma boa estratégia dietética para melhorar o controle metabólico e a glicemia pós-prandial, reduzir o risco de doenças cardiovasculares, pois reduz o colesterol LDL e ajuda a prevenir a obesidade. conclui-se que o BBV e seu amido resistente é um alimento saudável que promove a saúde humana e intestinal como alimento probiótico (ALMEIDA, 2018).

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após revisão da literatura, concluiu-se que a biomassa extraída da banana verde após o cozimento é uma massa espessa e insípida que pode ser adicionada a formulações para preservar o valor nutricional e pode ser utilizada na indústria como alternativa a alguns grupos benéficos à saúde humana, especialmente aqueles com doença celíaca.

Não contém glúten, proteína que causa alterações descontroladas no intestino, substitui derivados da farinha de trigo e traz qualidade à vida como uma excelente alternativa para preparos culinários. Melhora a motilidade intestinal aumentando a quantidade de fezes, auxilia contra a constipação, é rico em potássio, fibras solúveis e insolúveis, vitaminas B1 e B6, beta-caroteno, flavonoides, antioxidantes e ácido ascórbico, por isso seu uso regular pode trazer alguns benefícios funcionais (SANTOS,A. 2021).

Rica fonte de AR2, um carboidrato complexo que não é sintetizado pelo intestino, por isso atua como alimento prebiótico para as bactérias que colonizam nosso sistema intestinal, denominadas microbiota intestinal, principalmente as bifidobactérias que desenvolvem ácidos graxos de cadeia curta (PINTO, 2021).

Produzem grânulos, promovem a simbiose e atuam como alimento para o microbioma intestinal para apoiar nosso sistema imunológico. O butirano, produzido por nossas bactérias intestinais, demonstrou prevenir o câncer de cólon e reto. Por meio do AGCC, os colonizadores produzem precursores da serotonina que melhoram o humor, pois 95% da produção desse neurotransmissor ocorre no sistema nervoso entérico (PINTO, 2021).

Suas propriedades apresentam maior valor nutricional na banana verde, principalmente devido ao amido resistente. Em pessoas saudáveis e com síndrome metabólica, o que aumenta a importância do consumo dessa fruta tão vendida e acessível em nosso país, que pode ser consumida por todos os segmentos da população brasileira, a cultura e a culinária nacional são pouco valorizadas, totalmente desenvolvido. Portanto, novos estudos são necessários para determinar essas recomendações.

REFERÊNCIAS

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