AVALIAÇÃO DO AMBIENTE DE NEGÓCIOS NA REGIÃO DO CRAJUBAR CEARENSE, TENDO COMO REFERÊNCIA O FRAMEWORK ADOTADO PELO GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202407290220


Davi Gomes Cavalcante¹;
Antonio Cristiano Dias dos Santos².


RESUMO

O crescente desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil tem sido notado, não apenas pelos próprios brasileiros, mas também uma realidade no exterior, com base em pesquisas reconhecidas mundialmente, como é o caso do GEM – Global Entrepreneurship Monitor. Dessa forma, a presente pesquisa buscou descrever a percepção dos especialistas vinculados ao ambiente de negócios e inovação localizados na cidade de Juazeiro do Norte, no Crajubar Cearense, tendo como referência o framework adotado pelo Global Entrepreneurship Monitor. A presente pesquisa caracterizou-se como descritiva com abordagem quantitativa em dados primários, tendo sido utilizados questionários estruturados para a coleta de dados. O objeto de estudo foram especialistas envolvidos com a atividade do empreendedorismo empresarial na região e a amostra foi por conveniência. Após a aplicação dos questionários pode-se concluir que é o Brasil precisa rever urgentemente suas políticas públicas, apesar de se reconhecer que houve avanços nos últimos anos. É necessário mais investimentos em inovação, pesquisa e conhecimento nas nove áreas pesquisadas e dispostas pelo GEM.

Palavras-chave: Empreendedorismo. Negócios. GEM.

1. INTRODUÇÃO

Desde 1999 é realizada uma pesquisa sobre o empreendedorismo em nível mundial, o GEM, ou Global Entrepreneurship Monitor. A pesquisa mede dentre diversas variáveis, os índices de empreendedorismo dentro de um país, ressaltando as características, motivações e ambições dos indivíduos que estão iniciando um negócio ou o mantendo, além das atitudes sociais em relação ao empreendedorismo.

É a única pesquisa no âmbito global que analisa dados sobre o empreendedorismo com os indivíduos empreendedores, assim como mostra dados sobre a economia informal, além das atividades econômicas formais, especialmente, nos países de baixa e média renda. Ao final da pesquisa, existe o feedback  e avaliação da equipe de especialistas e pesquisadores na área de empreendedorismo vinculados a renomadas instituições acadêmicas de mais de 100 países, que tem o objetivo de identificar as características e a situação desses ambientes nos respectivos países.

O Brasil tem participado desta pesquisa desde os anos 2000, com auxilio do IBPQ-Instituto Brasileiro de Produtividade e Qualidade. Entretanto, os dados obtidos anualmente reflete uma realidade a nível nacional, não sendo possível identificar o feedback por estados ou municípios, deste modo, chegou-se a seguinte questão que norteou o presente trabalho de pesquisa: “Qual a avaliação dos especialistas no desenvolvimento do empreendedorismo e inovação na cidade de Juazeiro do Norte no crajubar cearense, em relação ao seu ecossistema, tendo como base os critérios utilizados GEM 2019?”.

O assunto discutido acima se torna indispensável quando volta se à pesquisa deste trabalho, pois existem variáveis que influenciam a abertura e o mantimento dos negócios, gerando as seguintes hipóteses, a cultura e religião sobre passa limites para expansão, fazendo com que tenha aumento de empreendedores tradicionais. Existem iniciativas, programas acessíveis para nortear empreendedores iniciais no desenvolvimento da inovação. Falta de acessibilidade e preocupação para formação, jurídica, contábil e moral desses empreendedores.

A pesquisa em questão é relevante no macro ambiente, uma vez que Juazeiro do Norte é reconhecida por ser cidade empreendedora, com forte comércio, e o desenvolvimento de negócios que buscam inovação ou que utilizam startups para o desempenho de suas atividades. Um mercado diversificado, que notoriamente vem crescendo com suas atividades empresariais. Avanço que tem como percursor a entrada de novas ideias de como fazer negócios, porém não perdendo a essência da sua regionalidade.

A presente pesquisa objetiva conhecer a percepção dos especialistas ligados ao desenvolvimento do empreendedorismo na cidade de Juazeiro do Norte, tendo como base os critérios utilizados pelo Global Entrepreneurship Monitor 2019. Tendo como objetivos específicos; Elencar um grupo de profissionais das mais diversas áreas envolvidos com a atividade do empreendedorismo e inovação no município de Juazeiro do Norte; Conhecer sua avaliação quanto aos critérios utilizados no framework do GEM 2019, em relação à cidade de Juazeiro do Norte.

Sendo assim, discutir sobre o trabalho enquanto referencial do humano, na busca pela liberdade financeira e abertura do seu próprio negócio, significa desconstruir a ideia de que o brasileiro não pode colocar seu próprio negócio, que por obrigação, ser assalariado para toda vida, Nigro (2018) cita que o brasileiro, se acostumou a receber salários baixos ou rendimentos pequenos oferecidos pelos bancos, e mentalizou que essa condição é normal, como se fosse uma obrigação aceitar essa realidade.

Para a sociedade, a o projeto é relevante, pois o GEM é a maior e mais importante pesquisa feita sobre empreendedorismo no mundo. Portanto, aplicar a metodologia nos municípios baseado nas questões e orientações desta pesquisa é, compreender como estão às atitudes sociais em relação ao empreendedorismo, conseguindo analisar o contexto das cidades para os indivíduos que estão criando negócios. E por fim, para os discentes dos cursos de Gestão e Negócios o estudo torna-se de extrema importância, pois é a validação de conteúdos aprendidos na pós-graduação para escrita do projeto, e a disseminação de informações sobre tal estudo para futuras pesquisas.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Empreendedorismo e suas características

A definição de empreendedor ganhou forte relevância com o passar do tempo, diante de um cenário de tantas mudanças ocorridas na área econômica mundial. Seu surgimento data da idade média, quando o indivíduo que participava ou administrava grandes projetos/instalações feudais de produção era chamado empreendedor. Porém, essa pessoa utilizava os patrimônios fornecidos geralmente pelo governo daquele país (DORNELAS, 2016).

A partir do século XVII agrega-se mais uma característica ao empreendedor: a do risco. Portanto, ele se tornaria a pessoa que iria assumir um contrato com o governo, para fornecimento de um produto ou serviço. O valor do contrato era fixo, portanto, independente do resultado a responsabilidade era da figura do empreendedor (DORNELAS, 2016).

Segundo Hisrich (1986) a palavra empreendedor origina-se da palavra entrepreneur que é de nacionalidade francesa, que em seu sentido literal significa aquele que está entre ou intermediário. Dessa forma, entende-se que o empreendedor é a pessoa responsável por formar ou intermediar negócios, com o foco nos benefícios oferecidos e, principalmente, no gerenciamento que o empreendimento terá.

Porém, para Baggio e Baggio (2014) a natureza do empreendedorismo está na percepção e no aproveitamento das novas oportunidades no âmbito dos negócios, de modo que o indivíduo esteja determinado a se deslocar de seu emprego tradicional estando sujeito a novas combinações, entendendo-se que a essência do empreendedorismo significa, sair da rotina estando aberto a novos caminhos e negociações, tendo foco no progresso, sem se preocupar com seu trabalho anterior.

Corroborando com o texto acima, Dornelas (2003) afirma que o empreendedorismo é mais do que fazer o que todos fazem, significa fazer algo novo, diferente, mudar a situação atual para melhor e buscar, incansavelmente, novas oportunidades de negócio, tendo como foco a inovação e a criação de valor seja no produto ou no serviço. É usar a criatividade para estar na frente de seus concorrentes gerenciando o conhecimento de forma abdutora, ou seja pensar na solução de um problema antes que o mesmo venha a acontecer.

Podendo ser compreendido como uma arte, que tem a finalidade de fazer as coisas acontecerem com tamanha criatividade e motivação, de modo que aqui lhe traga prazer de realizar com sinergismo e inovação, um desafio permanente às oportunidades e riscos. É assumir um comportamento proativo diante de questões que precisam ser resolvidas (BAGGIO E BAGGIO, 2014).

2.1 Empreendedorismono Brasil

Os últimos 20 anos foram cheios de iniciativas a favor do empreendedorismo no Brasil, atraindo novos investidores, mostrando que o país é alvo de implementaçãode startups, e isso pode ser visto no ano de 2014 e 2016, evento da copa do mundo e olimpíadas, respectivamente, sendo um marco histórico na criação de desenvolvimento de novos negócios (DORNELAS, 2016).

Mesmo com tantos avanços e visibilidade externa, Baggio e Baggio (2014) citam que o Brasil é atualmente um dos países onde poderia haver uma grande disseminação empreendedora. E essa possibilidade está nas mãos dos próprios brasileiros, pois há um certo poder para que isso aconteça. No entanto, existe ainda uma cultura tímida em relação a um comportamento mais empreendedor, pois poucas são as instituições de ensino que incentivam desde a base o espirito no ramo do negócio próprio (TAJRA, 2014).

Corroborando com o texto acima, Dornelas (2012) cita que antigamente, acreditava-se que o empreendedorismo era inato, ou seja, era uma crença de que apenas algumas pessoas poderiam nascer com esse potencial, dessa forma tornando-se difícil o repasse do conhecimento. Porém isso se torna um mito nos dias de hoje, esse discurso mudou chegando-se a conclusão que o empreendedorismo pode ser ensinado e aprendido por qualquer pessoa.

2.2 Inovação, crescimento econômico e destruição criativa

Frequentemente a inovação é um assunto tratado com grande relevância, devido sua consequência positiva levada aos negócios. Porém, nem sempre foi um assunto difundido com grande clareza, sendo que somente com Schumpeter em 1934 o tema foi evidenciado como um fator impulsionador da economia. Em sua pesquisa o autor indica a inovação como o principal motor do desenvolvimento das nações, tornando a empresa como um bem raro no mercado por seus diferenciais, oferecendo produtos e serviços que apenas ela possua e saiba fazer, destacando-se no cenário competitivo global (PEREZ, 2009).

De acordo com Schumepter (1982), a inovação é entendida como uma entrada comercial de um novo produto/ prestação de serviço, ou até mesmo “uma nova combinação de algo já existente”  que tem o objetivo de moldar, a partir de uma invenção que por sua vez pertence ao campo da ciência e tecnologia, trazendo inovação como sendo um produto ou processo de produção novo ou melhorado, comercializado ou utilizado em um país. Assim sendo, inovação é tido como algo novo, podendo ser desde um produto/serviço até um novo processo ou modelo de gestão capaz de gerar valor para economia.

Apesar das constantes mudanças dentro do cenário de mercado, é notório perceber que a inovação é a mola propulsora do crescimento econômico de uma localidade. Pois o mercado global tem exigido, cada vez mais, uma maior articulação e integração entre os agentes econômicos diretamente ligados ao processo inovador. Portanto é papel das empresas, órgãos governamentais e não governamentais, assim como instituições de pesquisa, a missão de fomentar o crescimento econômico de uma região, permitindo que seus resultados possam se espalhar pelos demais setores da economia (ANPEI, 2006).

Segundo Costa, 1997, o empreendedor pode ser entendido como agente econômico visto que esse traz novos produtos para o mercado por meio de combinações eficientes para a produção ou aplicação de alguma invenção ou inovação tecnológica. Atrelado ao conceito de processo de criação, Schumpeter (1982) diferencia inovação de invenção, destacando que a inovação é a introdução de uma nova perspectiva no processo de produção, ou seja, é quando se remodela as formas de produção daquele bem, com novas maneiras de organização e não apenas quando criam as invenções. O que difere da invenção, uma vez que, quando não se aplica a realidade do trabalho as invenções são economicamente irrelevantes.

Desse modo Schumpeter afirma que a inovação é responsabilidade dos empresários e a invenção fica a cargo dos inventores. É a partir da inovação que surge no mercado a destruição criativa, conceito defendido pelo economista, uma vez que a inovação moderniza processos e projetos tornando obsoleto o modo de fazer, planejar e estruturar ideias, as tecnologias, os equipamentos, estimulando um contínuo progresso, e melhora os padrões de vida para todos (THE CONCISE ENCYCLOPEDIA OF ECONOMICS, 2008).

Assim, Schumpeter desenvolve uma relação entre a ação empreendedora e a criação de novos mercados mediante a inovação, ou processo de destruição criativa, ressaltando a importância em substituir antigos produtos e hábitos, para consumir por novos, assim percebe-se uma nova visão no desenvolvimento econômico segundo sua visão. O autor criou uma teoria para enfatizar a literatura econômica causando uma certa ruptura com o desenvolvimento tradicional dos estudos nessa área ao evidenciar o papel do empreendedor na economia (COSTA, 1997).

2.3 O GEM – Global Entrepreneurship Monitor

O GEM (Global Entrepreneurship Monitor) teve início em 1999 como um projeto conjunto entre a Babson College (EUA) e a London Business School (Reino Unido). Suas ideias principais eram dispor para interessados informações sobre empreendedorismo, publicando anualmente uma série de relatórios globais, nacionais e de “tópicos especiais” sobre o tema. Com a modernização e a importância dada ano após ano, o consórcio foi reunindo várias equipes nacionais, e renomadas instituições acadêmicas que desenvolvem projetos de pesquisa sobre o empreendedorismo no mundo todo (GEM , 2011).

A primeira participação Brasileira nesta pesquisa foi em 2000, um ano após a fundação, sob responsabilidade do Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP) e com o suporte técnico e financeiro do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o SEBRAE. No ano de 2020 o Brasil completou seu 20º ciclo de participação, ressalta-se que para realização desta, considera-se população adulta no Brasil, portanto é feito um levantamento domiciliar. Para o GEM, o empreendedorismo é avaliado em um sentido amplo, pois podem ser incluídos empreendedores das mais variadas tipos de negócios, estando formalizados ou não. (GEM ,2015)

De acordo com o GEM 2015 o objeto central de sua investigação está no sujeito empreendedor (fonte primária de informação) e não no empreendimento propriamente dito. Desta forma, acredita-se que o empreendedor seja aquele indivíduo que realizou esforços concretos para criar um novo empreendimento, formalizada ou não, bem como a expansão de um negócio já existente. Com os dados coletados, é possível categorizar empreendedores iniciais (subdivididos em nascentes ou novos) e empreendedores estabelecidos.

2.3.1 Pesquisa da APS Adult Population Survey  e NES  National Expert Survey

O GEM 2019, afirma a confiança e veracidade na pesquisa, uma vez que considera uma das mais respeitadas pesquisas no âmbito mundial a qual coleta dados sobre o empreendedorismo diretamente com os indivíduos empreendedores, obtém seus resultados utilizando-se da APS (Adult Population Survey ou Pesquisa com a População Adulta) cujos dados mostram características, motivações e ambições dos indivíduos que estão iniciando um negócio, além das atitudes sociais em relação ao empreendedorismo.

A NES (National Expert Survey) é o processo em que a coleta de dados com “pessoas interessadas” são profissionais do setor público ou privado, acadêmicos estudiosos, ou mesmo empreendedores que possuem elevado grau de experiência ou conhecimento acerca de determinadas condições que afetam o empreendedorismo. Onde objetiva avaliar o desenvolvimento de atividades empreendedoras e criação de novos negócios no país. Trata-se de entrevistas em que os especialistas selecionados identificam e avaliam os fatores que contribuem e os fatores que limitam a atividade empreendedora no país (GEM ,2017).

De acordo com o GEM 2019, é escolhido cerca de 36 a 70 especialistas no país para avaliar as condições na atividade empreendedora, Estes especialistas são recrutados pelas equipes nacionais do GEM, equipes parcerias que direcionam a pesquisa nacional, o Brasil conta com o apoio da IBQP- Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade. Para compor esta equipe é necessário conhecimentos e experiências relacionados às EFCs,( Entrepreneurial Framework Conditions)  apresentadas logo abaixo na tabela 01:

EFC’sBREVE DESCRIÇÃOPROFISSIONAIS
EFC 1 :Apoio FinanceiroAvalia a disponibilidade de recursos financeiros (investimentos, capital de giro, etc.) para a criação de negócios ou sua sobrevivência, incluindo doações e subsídios.banqueiros, agentes públicos, investidores anjo, e pessoas de negócios em geral
EFC 2: Políticas GovernamentaisMensura até que ponto as políticas governamentais regionais e nacionais, refletidas ou aplicadas em termos de tributos e regulamentações, são favoráveis ou não para o surgimento de novos empreendimentos.agentes públicos relacionados à economia, professores e outros profissionais
EFC 3: Programas Governamentais Essa dimensão examina a acessibilidade e a qualidade dos programas governamentais,  bem como a habilidade destes em administrar ações especificamente voltadas ao empreendedor e à efetividade dos programas.agentes públicos relacionados aos programas governamentais, e outros profissionais
EFC 4: Educação e CapacitaçãoAvalia até que ponto a educação e a capacitação para criar ou gerenciar novos negócios são incorporadas aos sistemas educacionais formais em todos os níveis (ensino fundamental/médio/superior, escolas técnicas, cursos de pós-graduação e especificamente voltados ao empreendedorismo/negócios).professores, agentes públicos relacionados à educação, e empreendedores.
EFC 5: Pesquisa e DesenvolvimentoÉ verificado os esforços em relação a pesquisa e desenvolvimento, e sua relevância ao induzir a novas oportunidades empresariais, e se estas estão disponíveis ou não para novas empresas.pessoas ligadas à indústria, inovação, agências de desenvolvimento (públicas ou privadas), e parques tecnológicos.
EFC 6: Infraestrutura Comercial e ProfissionalAvalia a disponibilidade, custo e qualidade dos serviços de contabilidade, comerciais ou outros serviços de ordem legal e tributária, bem como de instituições que permitam ou promovam a criação de novos negócios ou a sobrevivência de empreendimentos em crescimento.advogados, contadores, analistas de mercado, profissionais de institutos de pesquisa.
EFC 7: Acesso ao Mercado e Barreiras à EntradaAvalia até que ponto os acordos comerciais são inflexíveis e imutáveis, impedindo que novas empresas possam competir e substituir fornecedores, prestadores de serviço e consultores existentes.analistas de mercado, pesquisadores de universidades ou escolas de negócios
EFC 8: Acesso à Infraestrutura FísicaAvalia a acessibilidade e a qualidade dos recursos físicos, incluindo: telefonia, correio, internet; energia, água, esgoto e outros serviços de utilidade pública; e custo para aquisição ou aluguel de terrenos, bem como outras propriedades ou espaços para escritório.profissionais que atuam em empresas relacionadas ao fornecimento de energia, gás  assim como engenheiros.
EFC 9: Normas Culturais e SociaisAvalia até que ponto normas culturais e sociais encorajam ou não ações individuais que possam levar a novas maneiras de conduzir negócios ou atividades econômicas. Estando incluso causas sociais.Representantes de associações comerciais. Sociólogos, pesquisadores e empreendedores.
Fonte: GEM 2019 modificado pelo autor 2021.

3. METODOLOGIA

A pesquisa em questão teve caráter descritivo, tendo sido analisados os dados obtidos, registrados e apurados. Barros e Lenfeldo (2007) citam que na pesquisa descritiva realiza-se o estudo, junto à análise, o registro e a interpretação dos fatos do mundo físico sem a interferência do pesquisador.

A abordagem utilizada foi do tipo quantitativa, por ser um método que corresponde à quantificação da coleta de informações e no seu tratamento, com estatísticas, tais como percentual, média, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, entre outros. (MICHEL, 2005).

Foram utilizados dados primários, que segundo Mattar (2005) refere-se aos dados que ainda não foram antes coletados anteriormente.  A pesquisa foi realizada por meio de questionário online na plataforma do Google Forms contendo 13 perguntas. Participaram 41 indivíduos participaram da pesquisa, sendo profissionais da educação, profissionais liberais, de empresas privadas e públicas.

A pesquisa foi realizada no mês de agosto de 2021 e, após aplicação da pesquisa, os dados foram apresentados e analisados por meio de gráficos e por meio de estatística descritiva, que de acordo com Guedes 2006, é compreendida como uma forma objetiva de sintetizar valores organizando e descrevendo dados a partir de tabelas, gráficos e medidas descritivas que auxiliam no relato dos fatos e no resumo dos dados.

4. ANÁLISEE  DISCUSSÃO DOS DADOS

De acordo com o método da pesquisa, 42 pessoas responderam o questionário que era composto de 13 perguntas. Para a análise dos dados foi utilizado estática descritiva e os próprios gráficos dispostos no Google Forms para o tratamento e apuração estes.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.

Na 1º pergunta fica evidenciado que mais de 85% dos respondentes não concordam que existem recursos financeiros ou investimentos suficientes para auxilio aos novos empreendedores com relação à abertura de seus negócios.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.

Já na 2º pergunta, compreende que as politicas governamentais apoiam o empreendedorismo local, cerca de 80% dos respondentes, reconhecem os esforços para com os empreendedores locais, existem secretarias de desenvolvimento de mercados, onde frequentemente oferecem capacitações, workshops para o desenvolvimento do empreendedor e também dos empreendimentos.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.

Na 3º pergunta, percebe-se que mais de 93% consideram que os impostos e taxas comerciais não são acessiveis para a abertura de novas empresas, dificultando o inicio das atividades empresariais, por conta da alta carga tributária.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.

Na 4º pergunta observa-se que 85,7% responderam que as regras impostas pelas leis municipais, estuduais e federais não são fáceis de gerenciar ou flexiveis, isso mostra que mesmo com a chegada da pandemia do COVID 19, as regulamentações permaneceram sem haver algum tipo de flexibilização.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.

Na 5º pergunta, 68,1 % dos respondentes informam que não há programas de qualidade e suporte para o novo empresário local, esta pergunta faz elo com a segunda questão, quando pergunta-se a relação dos programas de apoio e incentivo. Isso mostra que, por mais que exista o “apoio”, é necessário os programas de suporte após o incentivo dado anteriormente.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.

Com relação os estimulos e incentivos do empreendedorismo nas crianças e jovens, mais de 85% informaram que as escolas, faculdades estão fazendo seu papel, mostrando aos alunos a importância do empreendedorismo.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.

Na 7º pergunta, cerca de 73,8% dos respondentes informam que as faculdades e escolas capacitam os alunos e dispoem de treinamentos práticos sobre iniciação de negócios, porém 26,2% não concordam com essa afirmação pois compreendem que não há treinamento prático

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.

Quando pergunta-se se os resultados das pesqusias das universidades trazem relevância/importância para a construção de novos negócios mais de 76% dos respondentes afirmam que sim, que esses esforços estão contribuindo e desenvolvendo os negócios locais.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.

Na 9º pergunta, 83,3% dos respondentes informam que não existe acesso fácil para os profissionais da área contabil, o que implica em alguns momentos no desconhecimento de dados tributários, nesse ponto os respondentes informam que deveria ser levado mais a sério as iniciativas de faculdades e entidades no tocante aos projetos de Apoio Fiscal, oferecida pelo curso se ciências contábeis.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.

Na 10º pergunta, objetiva entender se na cidade existem mercados lives e abertos, com o foco no mercado para todos, onde não existam monopoloios de empresas que controlam os preços, porém 69% dos especialistas, informam que não, que existe essa prática. Já 28% dos entrevistados informam que o local estudado é livre.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.

Na 11º pergunta 92,8% dos entrevistados informa que os regulamentos existentes não facilitam a entrada de novos negócios, esse dado mostra que é necessário que haja flexibilização, pois de acordo com a conjuntura atual eles estão restringindo ao invés de facilitar a construção de negócios.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.

Na 12º pergunta, os respondentes foram questionados sobre a infraestrutura local, não só de estradas mas acesso a internet e outros espaços para o desenvolvimento dos negócios, portanto 97,6% responderam que não existem condições necessárias para os empresários.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.

Quanto à última pergunta, 81% dos entrevistados informam que a cultura local não incentiva e não oferta mentores para o auxilio e apoio dos empreendimentos, isso evidencia que, por mais que exista os incentivos governamentais, quando o negócio começa suas atividades aos poucos é cortado a ligação e não existe o suporte no momento de decisão para os empreendedores que estão iniciando.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa tem a finalidade de mostrar a percepção dos especialistas a respeito sob o ambiente de negócios no Crajubar Cearence, tendo como expoente a cidade de Juazeiro do Norte, mostrando a importância dos estudos voltados ao empreendedorismo, à inovação, crescimento econômico, bem como dispor informações sobre o GEM – Global Entrepreneurship Monitor e suas formas de caracterizar pesquisas de empreendimentos e empreendedores, dessa forma houve a compreensão dos estudos em torno desses contextos.

Além do estudo bibliográfico sobre os temas supracitados, foram aplicados questionários a um grupo de 41 especialistas do setor de negócios e inovação, tendo sido possível validar os questionamentos do autor em sua problemática e seus objetivos satisfatoriamente. Com os resultados da pesquisa, perceberam-se alguns pontos importantes que traz reflexões que foram apresentadas na analise e descrição dos dados para suporte e apoio dos negócios locais.

Com os dados obtidos, fica claro que, por mais que existam incentivos em propagandas mostrando os benefícios de abertura de negócios por parte do governo, é necessário que exista um suporte e apoio para os negócios que estão iniciando e percebe-se, também, que a alta carga tributária se torna um desafio para os pequenos empresários.

A pesquisa mostra ainda que as escolas e faculdades vêm fortalecendo a prática do empreendedorismo mostrando caminhos seguros para os empreendedores, com treinamentos e palestras. Os especialistas revelam que, é preciso melhoria na infraestrutura e regulamentos existentes para um melhor desenvolvimento econômico. Mediante o exposto finaliza-se o projeto, e conclui-se que é necessário mais investimento em inovação e tecnologia, nas nove áreas pesquisadas e dispostas pelo GEM.

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¹Davi Gomes Cavalcante, e-mail: daviggomess@gmail.com
²Antonio Cristiano Dias dos Santos, e-mail: krystyano.dias@gmail.com