ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO ATENDIMENTO DE GINÁSTICA LABORAL INDIVIDUAL NA CERVICALGIA. UM RELATO DE CASO

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Autores:
Elaine Carvalho
Jaqueline Navega da Silva
Maria de Lourdes Nepomuceno
Thayná de Oliveira Costa


Resumo

Introdução: A medicina do trabalho enquanto especialidade médica surgiu na Inglaterra, na primeira metade do século XIX com a Revolução Industrial. Em 1830 ocorre o primeiro serviço de medicina do trabalho. O movimento operário e sindical brasileiro, viveu no final dos anos 70 um momento de extrema importância para sua história. Nesta década, os primeiros programas assistenciais que tinham como foco principal, obter o diagnóstico, orientar e acompanhar algumas patologias decorrentes de acidentes de trabalho. Com o avanço da tecnologia e das facilidades atuais e as exigências do mercado de trabalho, cada vez mais o mundo corporativo se depara com muitos de seus empregados com queixas de dores de origem muscular afetando todas as estruturas envolvidas. As maiores queixas são para cervicalgia, cervicalgia é definida pela dor na parte posterior do pescoço. Que pode gerar dor crônica ou aguda atribuídas a desequilíbrios biomecânicos ou musculares, leva a quadros álgicos, inflamações ou queimações. Objetivo: O objetivo desse estudo foi avaliar os efeitos das técnicas cinético-funcionais aplicadas em uma paciente, com quadro de dor incapacitante, após a realização da ginástica laboral individual. Metodologia: Para viabilizar este trabalho e obtenção dos dados, foi realizado uma avaliação presencial e aplicado o Diagrama de Corlett como ferramenta de avaliação de escala de dor ou desconforto. A avaliação foi realizada antes e após o tratamento. Resultado: O estudo concluiu que todos as partes do corpo pontuadas na escala do diagrama apresentaram diminuição na pontuação. De acordo com a avaliação inicial a funcionária apresentou somatório de 55 indicando nível 4 que é bastante desconforto ou dor conforme descrito no diagrama, após o tratamento de 16 semanas e nova avaliação o somatório resultou em 29, indicando o nível 2 que é algum desconforto ou dor. Conclusão: O presente estudo juntamente com os dados apresentados pelos gráficos mostra que houve uma melhora em todos os pontos avaliados. Os resultados obtidos, mostram que as avaliações do diagrama, apresentam os riscos biomecânicos e consequências que geram dor ou desconforto. O Diagrama de Corlett teve uma boa aplicabilidade, fácil uso e que se encaixou perfeitamente nesse desenho de estudo. Além da redução da intensidade dolorosa, constatou-se ausência de queixas em todos os segmentos do corpo avaliado no pós-teste, sugerindo que a GL individual apresentou efeitos satisfatórios.

Palavras-chave: Cervicalgia; Ginástica Laboral; Ergonomia e Diagrama de Corlett.

ABSTRACT

Introduction: Occupational medicine as a medical specialty appeared in England in the first half of the 19th century with the Industrial Revolution. In 1830 the first occupational medicine service takes place. The Brazilian workers\’ and trade union movement experienced a moment of extreme importance in its history in the late 1970s. In this decade, the first assistance programs whose main focus was to obtain a diagnosis, guide and monitor some pathologies resulting from work accidents. With the advancement of technology and current facilities and the demands of the job market, the corporate world is increasingly faced with many of its employees with complaints of muscle pain affecting all the structures involved. The biggest complaints are for neck pain, neck pain is defined by pain in the back of the neck. That can generate chronic or acute pain attributed to biomechanical or muscular imbalances, leads to pain, inflammation or burning. Objective: The objective of this study was to evaluate the effects of the kinetic-functional techniques applied to a patient, with a disabling pain condition, after performing individual labor gymnastics. Methodology: In order to make this work feasible and obtain the data, a face-to-face assessment was carried out and the Corlett Diagram was applied as an assessment tool for pain or discomfort scale. The evaluation was carried out before and after treatment. Result: The study concluded that all parts of the body scored on the diagram scale showed a decrease in the score. According to the initial assessment, the employee presented a sum of 55 indicating level 4, which is quite discomfort or pain as described in the diagram, after 16 weeks of treatment and a new assessment, the sum resulted in 29, indicating level 2, which is some discomfort or ache. Conclusion: The present study together with the data presented by the graphs shows that there was an improvement in all the evaluated points. The results obtained show that the evaluations of the diagram show the biomechanical risks and consequences that generate pain or discomfort. The Corlett Diagram had a good applicability, easy use and that fit perfectly in this study design. In addition to the reduction in pain intensity, there was an absence of complaints in all segments of the body assessed in the post-test, suggesting that the individual GL had satisfactory effects.

Keywords: Neck pain; Labor gymnastics; Ergonomics and Corlett Diagram.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

2 METODOLOGIA

3 RESULTADOS

4 DISCUSSÃO

5 CONCLUSÃO

6 REFERÊNCIAS

7 ANEXOS


  1. INTRODUÇÃO

A medicina do trabalho, enquanto especialidade médica surgiu na Inglaterra, na primeira metade do século XIX com a Revolução Industrial, pois naquele momento havia o consumo da força laboral que decorreu pela submissão dos trabalhadores a um processo acelerado e desumano de produção que exigiu uma intervenção, sob pena de torna-se inviável a sobrevivência e produção deste processo de trabalho.

Quando o Sr. Robert D. proprietário de uma fábrica têxtil, estava preocupado com seus funcionários que não tinham acesso a nenhum cuidado médico a não ser os que eram oferecidos pelas instituições filantrópicas. No Entanto, o Sr. Robert D. procurou o médico Doutor Robert Baker pedindo ajuda para que ele pudesse resolver esta situação.

Desta forma, o Dr. Robert aconselhou que fosse colocado um médico especialista em sua própria fábrica, que iria servir de intermédio da fábrica com seus funcionários, além de visitar todas as instalações sala por sala, e sempre que existisse pessoas trabalhando o médico poderia avaliar a influência do trabalho sobre elas. Logo o Sr. Robert D. obteve a resposta de contratar o Dr. Robert Baker para que viesse trabalhar com ele e a partir de 1830 surge o primeiro serviço de medicina do trabalho (MENDES; DIAS, 1991).

Já no Brasil, em 1970 houve um crescimento acelerado do número de trabalhadores industriais e que obteve um forte crescimento na organização dos trabalhadores com objetivo da regulação da jornada de trabalho e a busca de melhores salários. Também ocorreu nesta década os primeiros movimentos de defesa da saúde que tinham como objetivo as melhorias das condições de trabalho. Além dos primeiros programas assistenciais que tinham como foco principal obter o diagnóstico, orientar e acompanhar algumas patologias decorrentes de acidentes de trabalho, na perspectiva de que a rede pública de saúde pudesse de maneira efetiva prestar assistência à saúde dos trabalhadores.

Nesta expectativa foi citado no relatório final da 8ª. Conferência Nacional de Saúde de 17 a 21 de março de 1986 que diz que o trabalhador deverá estar em condições dignas e tenha como pré-requisitos conhecimento e controle dos processos e ambientes de trabalho para o pleno exercício do acesso à saúde.

De acordo com os marcos políticos, situa-se que a saúde do trabalhador se torna um direito universal, como está definido na Constituição Federal de 1988. Entretanto, Lei n­º. 8080/90 – Lei Orgânica da Saúde dispõe sobre as condições para promoção, proteção, recuperação da saúde e a organização. Além do funcionamento dos serviços correspondentes e de outras providências (GOMEZ et al, 2018).

O Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas, Área Técnica de Saúde do Trabalhador. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001, cita que atualmente, existe o Ministério do Trabalho e Emprego que consiste em realizar a fiscalização e inspeção do ambiente de trabalho e suas condições propostas em todo território nacional. Para que possa ser implementada a execução da ordem que são apoiadas fundamentalmente no capítulo V da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), que relata as condições de segurança e medicina do trabalho.

A postura é um elemento da condição física humana que, cujo estado de equilíbrio entre músculos e ossos, visam proteger as demais estruturas do corpo humano, sendo executada de modo correto, pretende prevenir os movimentos de forma compensatória no intuito de distribuir corretamente as cargas que o corpo pode suportar, além de economizar o máximo de energia (CLAUS et al., 2009).

Com o avanço da tecnologia e das facilidades atuais e as exigências do mercado de trabalho, cada vez mais o mundo corporativo se depara com muitos de seus empregados com queixas de dores de origem muscular que afetam todas as estruturas envolvidas. As maiores queixas são para cervicalgia (FORSBRAND et al, 2014).

Cervicalgia é definida pela dor na parte posterior do pescoço, que abrange a base occipital e a região cérvico-torácica. Gera dor crônica ou aguda atribuídas a desequilíbrios biomecânicos ou musculares, leva a quadros álgicos, inflamações ou queimações, em alguns casos pode acometer os movimentos passivos do pescoço que resulta em contraturas musculares da região cervical (SILVA et al, 2017).

Problemas musculoesqueléticos são a maior causa dos afastamentos do posto de trabalho que, cada vez mais, requerem a intervenção de um fisioterapeuta para tratar o trabalhador o mais precoce possível. Atitude esta, que reduz o absenteísmo dos trabalhadores (FORSBRAND et al, 2014).

Diante dos quadros de afastamento causados por dores que atingem músculos e ossos, observou-se a necessidade de implantar um programa de prevenção às doenças em empregados que estão atuantes na vida profissional em idade ativa. A atuação do profissional de Fisioterapia especialista em saúde do trabalhador é de fundamental importância para ter sucesso na promoção, prevenção e recuperação dos empregados (SHENNEHED et al, 2018).

Quando aplicada a teoria da ação preventiva o empregador é capaz de instituir práticas protetivas planejadas destinadas a promover o bem estar físico e mental de seus empregados, melhorias nas condições do meio ambiente laboral, estimular o aumento significativo de sua produção. Entretanto, existe uma forma de avaliação que busca a triagem do movimento com objetivo de identificar se há possíveis disfunções musculares, as quais são provenientes de alterações da mobilidade, estabilidade e/ou coordenação que poderá gerar assimetria e futuras lesões em trabalhadores (SILVEIRA, et al, 2015).

Segundo Houvet (2013), a nomenclatura utilizada na avaliação de desajustes funcionais é Lesão por Esforço Repetitivo (LER) e distúrbio osteomusculares (DORT) LER caracteriza-se por uma síndrome constituída por um grupo de doenças, que afetam músculos, nervos e tendões. DORT tem por definição, desordens neuro-músculo-tendinosas de origem ocupacional. Ambos fazem com que empresas no Brasil e no mundo tenham despesas excessivas relacionadas ao trabalho.

A ginástica laboral (GL) tem como propósito melhorar a saúde do trabalhador em seu ambiente de trabalho, usando uma série de exercícios físicos. Sua finalidade, além de exercitar, é melhorar a saúde, evitar lesões, promover a prevenção de acidentes de trabalho, preparar a equipe para a realização das tarefas pertinentes à atividade a ser executada e, com isso, promover a diminuição do absenteísmo e inúmeros benefícios que, consequentemente podem trazer a melhoria na qualidade de vida e motivação ao trabalho. A GL trabalha com o coletivo ou individual, que tem por objetivo compensar posturas inadequadas mantidas por período prolongados, onde são realizados exercícios de alongamento, relaxamento e correção (CORRÊA, et al,2017).

O Diagrama de Corlett, é composto pela ‘’Escala de avaliação de desconforto corporal’’ e ‘’Problemas Musculoesqueléticos’’, verifica as maiores incidências subjetivamente e intensidade de dor e com isso ajuda no diagnóstico. O corpo humano é dividido em vinte e quatro (24) segmentos, que conta com a compreensão do trabalhador em relação ao diagrama, o terapeuta terá a percepção dos locais que apresentem algum tipo de dor e a seguir, em cada área específica será avaliado subjetivamente o nível de intensidade de desconforto, dentro de uma escala que varia de nenhuma dor ou desconforto (LINHARES, et al, 2016).

A saúde física e mental quando positivas estão ligadas à capacidade para o trabalho, apresentam características independentes sejam elas demográficas ou ocupacionais. Por esta razão, quem apresenta mais bem estado de saúde, maior é a sua condição e capacidade para executar suas atividades (MARTINEZ, 2006)

Esse trabalho se justifica por contribuir para os conhecimentos que irão proporcionar uma abordagem direcionada a melhoria da qualidade na saúde do trabalhador que vive em constantes alterações de acordo com o avanço tecnológico e necessidade de maior demanda física.

Esse crescimento contínuo mostra vários aspectos positivos, mas também apresentam situações que colaboram para o aumento das doenças conforme as jornadas de trabalho se tornam mais intensas, levando ao desgaste psicoemocional e físico que é cada vez mais frequente. A atuação de um fisioterapeuta profissional habilitado para identificar as causas, tem o objetivo de aplicar programas de prevenção e tratamento dos trabalhadores para a diminuição no afastamento do trabalho.

O objetivo desta pesquisa foi avaliar os efeitos das técnicas cinético-funcionais aplicadas em uma paciente, com quadro de dor incapacitante, após a realização da Ginástica Laboral individual.

2 METODOLOGIA

A pesquisa trata-se de um estudo de caso que de acordo com a estratégia de uma pesquisa realizada, não é uma abordagem verdadeiramente citada (HARTLEY, 1994); sendo elaborado de acordo com múltiplas fontes que podem incluir alguns dados da observação direta e entrevistas sistemáticas. Este tipo de estudo se dá por um referencial teórico, baseando-se nas questões e proposições do estudo, reunindo diversas informações que são obtidas através de técnicas de obtenção e evidências (MARTINS, 2008).

O estudo foi aplicado em uma funcionária do corpo administrativo de uma Universidade privada da cidade de Niterói – RJ. Foi realizado presencialmente na clínica escola da mesma instituição no programa de saúde do trabalhador, onde as informações necessárias foram coletadas antes e depois das condutas realizadas, para viabilizar este estudo e obtenção dos dados, através da busca ativa por pacientes com dores incapacitantes. Após a constatação da necessidade da funcionária, foi realizada uma avaliação cinético funcional presencial com aplicação do Diagrama de Corlett como ferramenta de avaliação da escala de dor ou desconforto e localização da dor. Além disso, para a condução do trabalho, a participante assinou o TCLE (Termo de consentimento livre e esclarecido), sendo mantidos os registros apropriados dessa participação.

O Diagrama inclui a avaliação da intensidade e localização da dor da paciente realizada por meio das respostas e análise subjetiva. É um método de avaliação baseado na comparação antes e depois do tratamento. O corpo humano é dividido em vinte e quatro (24) segmentos, que conta com a compreensão do trabalhador em relação ao diagrama, o terapeuta terá a percepção dos locais que apresentem algum tipo de dor e a seguir, em cada área específica será avaliado subjetivamente o nível de intensidade de desconforto, dentro de uma escala que varia de nenhuma dor ou desconforto Assim, é avaliado de acordo com a pontuação onde (1) indica nenhuma dor ou desconforto, (2) indica alguma dor ou desconforto (3) indica moderada dor ou desconforto, (4) indica bastante desconforto ou dor e (5) indica intolerável desconforto ou dor (LINHARES, et al, 2016). Conforme apresentado no anexo 1.

Foram utilizadas as variáveis do Diagrama de Corlett para a realização da análise estatística a critério de comparação dos dados subjetivos da presença de quadro álgico. Os gráficos foram feitos no programa Excel 2010.

Os atendimentos ocorreram 1 vez por semana com duração de 60 minutos. O período total do estudo foram 16 semanas totalizando 16 atendimentos de forma contínua.

Estudo de caso

Em 2019 após a busca ativa onde foi realizada uma visita aos postos de trabalho e uma entrevista individual com o objetivo de identificar pacientes com dor incapacitante. A paciente apresentou-se na clínica escola com quadro de dor incapacitante na região cervical. Na avaliação presencial foi constatado quadro clínico de cervicodorsalgia. Foram realizados 16 atendimentos, uma vez por semana, entre os meses de julho a dezembro de 2019.

Para obtenção dos dados utilizou-se o Diagrama de Corlett como ferramenta de avaliação da escala de dor ou desconforto.

A paciente apresentou dor nos membros superiores sendo o lado direito com maior intensidade para ombro, cotovelo, antebraço e punho. No lado esquerdo a queixa maior foi apenas para o ombro.

A paciente foi submetida a primeira avaliação físico-funcional onde foi identificado dor incapacitante com restrição do arco de movimento e perda de força, do membro superior direito. Foram definidos os objetivos do tratamento e condutas descritas abaixo:

  • Liberação miofascial
  • Tração de cervical manual
  • Mobilização articular de ombro
  • Mobilização neural do nervo radial
  • Mobilização articular do punho

Com o decorrer dos atendimentos, os objetivos e as condutas foram alcançados e modificados conforme a evolução, uma vez que a paciente apresentava melhora subjetiva. Foram introduzidos exercícios de fortalecimento muscular, alongamentos e propriocepção. Após 16 semanas a mesma foi submetida a nova avaliação apresentando diminuição de dor para todas as localizações apresentadas.

3 RESULTADOS

Os resultados da pesquisa foram obtidos através de aplicação do Diagrama de Corlett no início e no término do tratamento para avaliação do efeito das técnicas aplicadas. Todas as partes do corpo pontuadas na escala do Diagrama de Corlett apresentaram diminuição dos scores de pontuação.

Para obtenção dos resultados da pesquisa, este estudo passou por uma análise estatística e as variáveis avaliadas foram: todos seguimentos corporais bilateralmente incluindo cabeça, pescoço, cervical, costas superior, costas médio e costas inferior, bacia, ombros, braços, cotovelos, ante braços, punhos, mãos, coxas e pernas.

No resultado padrão mínimo obtido no Diagrama de Corlett, o somatório é igual a 22 e o resultado máximo, igual a 110, na avaliação aplicada para a funcionária todos os pontos avaliados reduziram os valores totalizando score 29, foi atestado que após todos os procedimentos adotados houve redução na pontuação que inicialmente era de 55, passando para 29 após o tratamento de 16 semanas, que de acordo com o diagrama está próximo do nível 2 que indica algum desconforto ou dor.

Tabela 1 – REGIÃO DO TRONCO

PARTES DO CORPO NÚMERO DE REFERÊNCIAINTENSIDADE INICIALINTENSIDADE FINAL
PESCOÇO (0)42
REGIÃO CERVICAL (1)42
COSTAS SUPERIOR (2)31
COSTAS MÉDIA (3)42
COSTAS INFERIOR (4)42
BACIA (5)21
TOTAL2110

Tabela 2 – LADO ESQUERDO DO CORPO

PARTES DO CORPO NÚMERO DE REFERÊNCIAINTENSIDADE INICIALINTENSIDADE FINAL
OMBRO ESQUERDO (6)31
BRAÇO ESQUERDO (8)11
COTOVELO ESQUERDO (10)11
ANTE BRAÇO ESQUERDO (12)11
PUNHO ESQUERDO (14)11
MÃO ESQUERDA (16)11
COXA ESQUERDA (18)21
PERNA ESQUERDA (20,22,24,26)21
TOTAL128

Tabela 3 – LADO DIREITO DO CORPO

PARTES DO CORPO NÚMERO DE REFERÊNCIAINTENSIDADE INICIALINTENSIDADE FINAL
OMBRO DIREITO (7)31
BRAÇO DIREITO (9)11
COTOVELO DIREITO (11)42
ANTE BRAÇO DIREITO (13)42
PUNHO DIREITO (15)42
MÃO DIREITA (17)21
COXA DIREITA (19)21
PERNA DIREITA (21,23,25,27)21
TOTAL2211

RESULTADO DAS ANÁLISES ESTATÍSTICAS

Em 10 itens foram observadas reduções de 2 pontos no score da avaliação do diagrama após o tratamento, o resultado do tratamento levou a uma redução de 29 pontos no score total da avaliação, a região do tronco e do lado direito mostram ser as regiões que obtiveram maior redução na pontuação de acordo com o Diagrama de Corlett.

FIGURAS:

Figura 1

Foi possível observar redução nos scores da Diagrama de Corlett em 12 itens

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Figura 2

Diferença entre os scores do Diagrama de Corlett da avaliação antes e depois do tratamento, para cada região corporal.

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Figura 3

Resultados totais da avaliação do Diagrama de Corlett antes e depois do tratamento

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Figura 4

Resultados do Diagrama de Corlett para Tronco, Lado Esquerdo e Lado Direito, antes e depois do tratamento.

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4 DISCUSSÃO

A Fisioterapia utiliza recursos da eletroterapia juntamente com programas de exercícios para tratar cervicalgia crônica com o objetivo de fortalecer a musculatura, promover flexibilidade e reduzir sintomas e dores. Esses tratamentos visam promover maior disposição e condições para realizar atividades diárias, melhorar o desempenho e dar qualidade de vida (BORGES et al, 2013)

De acordo com (NASCIMENTO, et al, 2013), a mobilização articular é uma forma de intervenção manual que pode ser utilizada para o restabelecimento da mobilidade articular acessória e fisiológica de determinado indivíduo. O principal objetivo do uso da terapia manual é da restauração dos movimentos acessórios limitados e na prevenção de complicação associadas com desuso articular. NOGUEIRA, (2008), FRANÇA et al, (2005); PEZOLATO et al, (2009), afirmam que a mobilização vertebral apresenta uma produção de analgesia. Porque a analgesia quando induzida pela mobilização, produz uma resposta neurofisiológica própria do estimulo de tratamento gerado pelos sistemas inibidores da dor. NOGUEIRA, (2008), WRIGHT, et al, (2001) propõem que esta técnica estimula as fibras A (gama), iniciando-se o processo de suspensão de dor, através de proprioceptores articulares e fuso muscular que é uma possível supressão da dor, é um possível mecanismo na redução da dor, inibição muscular reflexa e aumento do arco de movimento.

Segundo SOUZA (2011), a terapia manual utiliza-se de vários procedimentos para tratar os distúrbios mecânicos e das estruturas osteomusculares. Nestas modalidades de técnica está incluso: tração manual, mobilização passiva, mobilização neuromuscular, liberação de tecidos moles. Para o tratamento conservador, a tração cervical é usualmente aplicada para disfunções cinético funcionais.

Segundo JUNIOR, et al, (2012), observou-se queixas em todas as regiões corporais, entretanto a prática de Ginástica Laboral foi eficiente para a região cervical evidenciando que a mesma quando realizada mesmo no ambiente de trabalho tem a finalidade de melhorar a saúde do colaborador, evitando lesões por movimentos repetitivos.

Conforme (BORGES et al, 2013), nas cervicalgias utiliza-se termoterapia superficial, que consiste no uso do calor como recurso terapêutico. Melhora a extensibilidade do tecido conectivo, o aumento das propriedades viscoelásticas, vasodilatação é o aumento do fluxo sanguíneo ocorre devido a dilatação dos capilares e promove desta forma remoção de catabólicos inflamatórios. Também afirma que, alongamento é uma prática orientada para a manutenção ou melhora da flexibilidade. Os alongamentos promovem o estiramento das fibras musculares, fazendo com que elas aumentem o seu comprimento reduzindo os sintomas musculo esqueléticos causados pela cervicalgia.

De Domenico e Wood (1998) definem a massagem terapêutica como um método científico de tratamento de determinadas disfunções por meio de procedimentos mecânico-manuais, aplicados de maneira hábil e sistêmica ao corpo. Os efeitos fisiológicos da massagem clássica podem ser divididos em circulatórios, neuromusculares, metabólicos e reflexos.

5 CONCLUSÃO

O presente estudo juntamente com os dados apresentados pelos gráficos mostra que houve uma melhora em todos os pontos avaliados. Os resultados obtidos, sugerem que as avaliações do Diagrama de Corlett, apresentam os riscos biomecânicos e consequências que geram dor ou desconforto, indicando a necessidade de intervenções fisioterapêuticas como prevenção da saúde do trabalhador para uma correta adoção de posturas, que favoreçam o melhor desenvolvimento de suas funções com menor risco à sua saúde.

Além da redução da intensidade dolorosa, constatou-se ausência de queixas em todos os segmentos do corpo avaliado no pós-teste, sugerindo que a GL individual apresentou efeitos satisfatórios.

A paciente relatou subjetivamente a diminuição dos sintomas em todos os seus segmentos, redução da sua intensidade e dos sintomas em todas as partes avaliadas no pós-atendimento. Sugerindo que a Ginástica Laboral individual foi eficaz na redução das queixas álgicas e na diminuição dos sintomas. As dores dos segmentos corporais do lado direito dos membros superiores reduziram e foram observadas clinicamente.

Concluímos que a GL Individual trouxe resultados benéficos com expressiva melhora na escala de avaliação de dor.

Com base na pesquisa realizada recomendamos a realização de novos estudos para investigação da eficácia tanto da Ginástica Laboral individual e coletiva como para avaliação do benefício que é gerado para o paciente.

6 REFERÊNCIAS

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SILVA, Dulcilene Aparecida Moreira da Silva1 , Flavia Betencorte Macedo Soares1 , Paula Mayara de Oliveira1 , Amanda Cristina Moraes da Silva1, Amanda Oliveira de Sales1 , Renata Elaine Alves Porto1 , Sandra Regina de Gouvêa Padilha Galera2*Tratamento da Cervicalgia Mecânica por meio de técnicas de tração e pompage; Relato de caso RevCiên Saúde 8, 2017;2(3):8-12. Disponível em: https://revistaeletronicafunvic.org/index.php/c14ffd10/article/view/88. Acesso em: 23Abr.2020.

SILVEIRA, Renata Chlalup [a], Marcelo La Torre[a], Isabel Guglielmone[b]* [a]Desenvolvimento e aplicação de um instrumento de avaliação postural e ergonômica: um estudo piloto Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos),Porto Alegre, RS, Brazil [b] Serviço Social da Indústria (SESI), Porto Alegre, RS,Brazil, Fisioter. Mov., Curitiba, v. 28, n. 3, p. 509-523, July/Sept. 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/fm/v28n3/0103-5150-fm-28-3-0509.pdf. Acesso em: 27Mar.2020.

SOBRAL MKM, da Silva PG, Vieira RAG, de Siqueira. A Efetividade da Terapia de Liberação Posicional (TLP) em pacientes com cervicalgia. Fisioter. Mov., Curitiba, v. 23, n. 4, p. 513-521, out./dez. 2010 Licenciado sob uma Licença Creative Commons. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/fm/v23n4/a02v23n4.pdf. Acesso em 12Nov.2020.

SOUZA, Roger Burgo de1; Edson Lopes Lavado2; Fausto Orsi Medola1; Dirceu Henrique Blanco3; João Henrique Dutra Blanco4. Efeito da tração manual sobre o comprimento da coluna cervical em indivíduos assintomáticos: estudo randomizado controlado. Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v.18, n.1, p. 60-6, jan/mar. 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/fp/v18n1/11.pdf. Acesso em: 10Nov.2020

7 ANEXOS

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ANEXO 2 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

OBRIGATÓRIO PARA PESQUISAS CIENTÍFICAS EM SERES HUMANOS

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