THE POTENTIAL OF EDUCATIONAL TECHNOLOGIES IN PEDAGOGICAL PRACTICES IN BASIC EDUCATION IN MANAUS-AM.
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202504162208
Arciete Cordeiro Bonet
José Amauri Siqueira da Silva
Suzana Gusmão Lima
RESUMO
Com o constante desenvolvimento das tecnologias digitais, suas influências na educação são inevitáveis, proporcionando novas formas de ensino diante dos desafios do processo de ensino-aprendizagem. O uso das tecnologias na escola permite ao docente adotar metodologias inovadoras, dinamizando o conhecimento e a prática pedagógica. Este estudo tem como objetivo analisar as potencialidades das tecnologias educacionais nas práticas pedagógicas da educação básica em Manaus-AM. A pesquisa, exploratória e descritiva, envolveu docentes e discentes de seis escolas estaduais, uma municipal e uma particular. A pesquisa se baseou nas teorias de tecnologias da informação e comunicação (KENSKI, 2012) e aprendizagem com tecnologias (BORBA, 2010; 2013), utilizando análise documental, questionário e entrevista semiestruturada como instrumentos. Os resultados revelaram o interesse dos professores pelo uso das tecnologias, mas destacaram problemas estruturais nas escolas, como internet de baixa qualidade e prédios antigos. Além de melhorias físicas, é fundamental mudar a mentalidade e práticas dos discentes, docentes e gestores escolares.
Palavras-chave: Tecnologias educacionais. Aplicativos na aprendizagem. Ferramentas pedagógicas.
ABSTRACT
With the constant development of digital technologies, their impact on education is inevitable, providing new ways of teaching in response to the challenges of the teaching-learning process. The use of technology in schools allows teachers to adopt innovative methodologies, making knowledge acquisition and pedagogical practices more dynamic. This study aims to analyze the potential of educational technologies in pedagogical practices in basic education in Manaus-AM. The exploratory and descriptive research involved teachers and students from six public schools, one municipal school, and one private institution. The study was based on theories of information and communication technologies (KENSKI, 2012) and learning with technology (BORBA, 2010; 2013), using document analysis, questionnaires, and semi-structured interviews as research instruments. The results revealed teachers’ interest in using technology but also highlighted structural issues in schools, such as poor internet connectivity and outdated buildings. Beyond improving physical infrastructure, it is essential to change the mindset and practices of students, teachers, and school administrators.
Keywords: Educational Technologies. Apps in learning. Pedagogical tool
1 – INTRODUÇÃO
A tecnologia tem transformado a educação, tornando-se essencial no desenvolvimento das competências da BNCC. O uso de tecnologias educacionais, antes um complemento, agora estrutura o ensino, principalmente para os “nativos digitais”, que interagem naturalmente com ambientes híbridos. As metodologias ativas utilizam essas tecnologias para engajar os alunos e colocá-los como protagonistas no processo de aprendizagem.
1.1 – Objetivo Geral:
Analisar as potencialidades das tecnologias educacionais nas práticas pedagógicas de Manaus-AM.
1.1.1 – Objetivos Específicos:
Comparar a aprendizagem tradicional com as tecnologias educacionais em Manaus-AM.
Destacar as vantagens das tecnologias na aprendizagem dos alunos.
Propor formas de potencializar o uso dessas tecnologias nas práticas pedagógicas.
1.2 – Justificativa:
A tecnologia tem papel crucial na melhoria da aprendizagem, promovendo um ensino mais dinâmico e acessível. A integração das tecnologias possibilita uma aprendizagem mais interativa e estimula o pensamento crítico.
2 – METODOLOGIA
A pesquisa foi conduzida com uma abordagem mista, de natureza quantitativa e qualitativa explicativa, buscando compreender o uso das tecnologias educacionais nas práticas pedagógicas de escolas da Educação Básica em Manaus-AM. O estudo envolveu a aplicação de questionários a alunos e professores, além de entrevistas, observações diretas e um teste diagnóstico para avaliar o uso e a apropriação das tecnologias no ambiente escolar.
A investigação ocorreu em escolas de diferentes redes de ensino (estadual, municipal e particular), permitindo uma visão mais ampla da realidade educacional da cidade. O pesquisador se inseriu no cotidiano escolar, com o objetivo de analisar de que forma as tecnologias podem contribuir para o fortalecimento da autonomia dos alunos e enriquecer os processos de ensino e aprendizagem.
A análise dos dados foi estruturada em três eixos principais:
• Exploratório: levantamento e discussão da fundamentação teórica sobre tecnologias educacionais;
• Descritivo: apresentação e sistematização dos dados coletados nos instrumentos de pesquisa;
• Explicativo: interpretação dos resultados obtidos à luz dos referenciais teóricos adotados, identificando padrões e relações significativas.
2.1 – Cenário de Estudo:
A pesquisa abrangeu seis escolas estaduais, uma municipal e uma particular de Manaus. O foco foi integrar tecnologias digitais ao processo de aprendizagem, considerando os desafios de otimização desses recursos.
2.2 – Instrumentos de Coleta de Dados:
Foram utilizados questionários sobre informática, uso de aplicativos como Google Forms e Kahoot, e conhecimentos sobre softwares educacionais como Google Classroom. A pesquisa abordou também o uso de dispositivos como computador, celular e tablet no ambiente escolar.
2.3 – Período do Estudo:
A pesquisa foi realizada de 2020 a 2021, com coleta de dados iniciando em 2020, antes e durante a pandemia, e continuando após o retorno das aulas presenciais.
2.4 – Análise de Dados:
A análise foi feita por meio de métodos quantitativos e qualitativos. As respostas foram organizadas em gráficos e quadros, sendo interpretadas com base na leitura, codificação e categorização dos dados. A análise seguiu os princípios da Análise de Conteúdo (Bardin, 2011).
3 – MARCO ANALÍTICO:
Este capítulo discute as análises dos dados, incluindo as respostas dos professores e alunos sobre seu perfil tecnológico e as tecnologias usadas em sala de aula. As informações obtidas foram categorizadas e analisadas de acordo com a metodologia da Análise de Conteúdo. As entrevistas semiestruturadas também foram importantes para entender as perspectivas sobre o uso de tecnologias no ensino.
3.1 ANÁLISE MISTA DAS POTENCIALIDADES DAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE MANAUS-AM.
A pesquisa envolveu a participação de 1.271 alunos (14% da população total de 8.789) e 210 professores (60% dos 349) do ensino fundamental II e médio.
O objetivo foi traçar o perfil de docentes e discentes, além de identificar as possibilidades e desafios na implementação das tecnologias educacionais como ferramentas didáticas.
3.2. PERFIL TECNOLÓGICO DOS PROFESSORES
O perfil tecnológico dos professores refere-se ao conhecimento e uso de recursos tecnológicos, aplicativos e dispositivos móveis no contexto educacional. Os docentes utilizam computadores, tablets e smartphones tanto em casa quanto na escola e têm acesso à internet em ambos os locais, além de outros ambientes. Contudo, a má qualidade da internet na escola dificulta suas atividades pedagógicas, forçando-os a levar o trabalho para casa, o que impacta o tempo disponível para explorar metodologias diferenciadas.
Quanto ao uso de dispositivos em aula, 88% dos professores informaram usar computadores ou tablets ocasionalmente, enquanto 11% não utilizam, devido à falta de equipamentos adequados, como notebooks e projetores, e a insuficiência do laboratório de informática.
Os professores relataram saber usar diversas ferramentas tecnológicas, tanto como recursos quanto metodologias de ensino, incluindo interfaces de áudio, HD externo, Bluetooth, caixas de som, amplificadores de voz, microfones e datashows. No entanto, nem todos esses itens se classificam como tecnologias educacionais.
O uso das tecnologias digitais no ensino enfrenta várias dificuldades, como a falta de formação adequada (35%), falta de acesso à internet nas escolas (40%) e a carência de infraestrutura escolar, como laboratórios de informática e equipamentos multimídia (20%). Esses desafios estão alinhados com a visão de Sampaio (2012), que destaca a falta de formação, recursos e suporte técnico como barreiras para a utilização das tecnologias na sala de aula.
Ao analisar as dificuldades enfrentadas pelos professores no uso de tecnologias, observa-se que muitos, formados de maneira tradicional (quadro/pincel), continuam a seguir essa abordagem em suas aulas. Quando confrontados com as tecnologias digitais, sentem-se inseguros em utilizá-las devido à falta de confiança na manipulação desses recursos, mesmo quando estão disponíveis na escola. Esse sentimento de insegurança leva-os a retornar ao método tradicional de ensino, como o uso de textos e lousa (KENSKI, 1996). Apesar disso, quando em casa, os professores utilizam recursos como e-mail, softwares de navegação na internet e softwares educacionais para planejar suas aulas, conforme relatado pelos participantes da pesquisa.
A inserção de tecnologias nas escolas enfrenta dificuldades, como a falta de infraestrutura e a resistência de professores devido à formação inadequada. A pesquisa mostrou que 55% dos docentes estudaram o uso de computadores na licenciatura, enquanto 45% não receberam essa formação.
A pesquisa TIC Educação (CETIC. BR, 2016) mostra que apenas 43% dos professores tiveram formação sobre o uso de tecnologias na graduação, e 91% buscam atualização de forma autônoma, enquanto 21% receberam formação em serviço pelas secretarias de educação.
A formação docente sobre o uso de tecnologias pode ocorrer na graduação, pós-graduação ou em cursos extracurriculares, com a prática relacionada a processos contínuos de conscientização. O uso das tecnologias digitais pode potencializar a aprendizagem, favorecendo a autoria, cooperação e colaboração entre docentes e alunos.
Em relação à utilização do computador em sala de aula, metade dos professores disseram que o utilizam (Gráfico 1).
Gráfico 1 – Uso do computador em sala de aula.

Fonte – Questionário aplicado pelo pesquisador
Os educadores utilizam o computador para ilustrar suas aulas, mas reconhecem a necessidade de maior aprofundamento no uso das tecnologias digitais. Eles demonstram interesse em integrá-las ao ensino, acreditando que isso pode melhorar o aprendizado dos alunos.
Os docentes demonstram interesse em usar tecnologias digitais, com 40% acreditando que elas tornam as aulas mais dinâmicas e 38% achando que melhoram o aprendizado. No entanto, 75% não utilizam aplicativos educacionais em sala de aula e 69% não recebem apoio institucional para usar computadores nas atividades pedagógicas.
3.3. NAS ESCOLAS PARTICULARES
Em 2017, metade dos alunos de escolas particulares usava computador e internet para tarefas escolares, e 66% dos professores tiravam dúvidas online. O uso de celulares pelos docentes aumentou para 69%, sendo usados para atividades pedagógicas. Porém, o acesso às tecnologias ainda é limitado, com apenas 39% dos alunos de escolas públicas urbanas e 50% das escolas particulares acessando a internet. Apesar de muitos professores solicitarem tarefas online, apenas 40% utilizam tecnologia nas aulas.
3.4. OS INDICADORES COLETADOS DOS DISCENTES DA PESQUISA
A pesquisa realizada em 2021, após o adiamento devido à pandemia, envolveu 1.871 alunos do distrito 3, zona oeste de Manaus, de diversas séries do ensino fundamental e médio, distribuídos entre escolas estaduais, municipais e particulares. As escolas participantes foram:

Com as devidas autorizações e apoio das equipes gestoras das escolas mencionadas, a pesquisa foi realizada nas salas de aula, com visitas aos laboratórios de informática e outros ambientes escolares. Os alunos foram convidados a participar da pesquisa, que foi conduzida por meio de questionários semiestruturados contendo quinze perguntas.
Os dados obtidos sobre o uso de computador e tablet em casa foram os seguintes:
Quadro 1 – Você possui computador/tablet em casa?

Fonte: Próprio autor.
Um fato que foi levado em consideração foi o local onde se encontra a escola, bairros com maior concentração de renda, reflete nas condições financeiras dos alunos.
Ao serem questionados sobre a utilização de computador/celular ou tablet para auxiliar nas atividades escolares, obtemos as respostas ilustradas no gráfico – 3.
Gráfico 3 – Você utiliza computador/celular nas atividades escolares?

Perguntado aos entrevistadores quais os motivos mais frequentes que levam a utilizar tais ferramentas, responderam conforme o gráfico 4.
Gráfico 4 – Quais recursos utilizados com mais frequência?

A pesquisa mostrou que o uso de celulares é importante para a aprendizagem e para a interação entre alunos e professores fora da escola. No entanto, os dados sobre onde os alunos se conectam à internet revelam desafios no acesso à tecnologia, conforme ilustrado no gráfico 5.
Gráfico 5 – De qual local você acessa a internet?

A pesquisa indicou que 94% dos alunos da rede particular têm acesso à internet em casa, enquanto apenas 62% dos alunos de escolas públicas possuem esse acesso. No geral, 73% dos alunos utilizam a internet diariamente, conforme mostrado no gráfico 6.
Gráfico 6 – Com que frequência você acessa a internet?

O estudo revela que, embora os jovens ainda consumam muito conteúdo de entretenimento na internet, houve um aumento no uso da rede para fins educacionais. Além disso, observa-se que os celulares estão substituindo os computadores como principal dispositivo para acessar a internet.
Gráfico 7 – O que costuma acessa quando está na internet?

A adoção de tecnologias nas escolas, como aplicativos educacionais e dispositivos como computadores e tablets, visa criar um ambiente de aprendizado mais dinâmico. Quando alinhadas às expectativas de alunos e professores, essas inovações podem trazer benefícios educacionais significativos. A maioria dos alunos considera o uso de tecnologias em sala de aula como importante.
Gráfico 8 – Você considera importante o uso das tecnologias no ambiente escolar?

A pesquisa mostrou que, enquanto as escolas particulares mantêm laboratórios de informática em bom estado e os utilizam como atrativos para os alunos, nas escolas públicas esses laboratórios estão sucateados e a maioria dos estudantes não tem acesso a eles.
Questiona sobre internet na escola para os alunos, nas escolas públicas possui internet, mas não atende a demanda tornando-se uma internet muito lenta, impossibilitando os trabalhos escolares e qualquer experiência que venha fazer através da internet.
Gráfico 9 – Na sua escola, tem acesso a internet no celular/computar?

Mais de 50% dos alunos não conhecem aplicativos educacionais para celulares ou tablets, mas as tecnologias têm gerado um impacto positivo no engajamento e aprendizado dos estudantes. O uso de celulares e tablets é percebido como importante para as pesquisas escolares, influenciando de forma significativa a comunidade escolar.
Gráfico 10 – Conhece algum app educacional que auxilia nos trabalhos escolares?

O uso de tecnologias educacionais é mais frequente nas escolas particulares, conforme demonstrado pelos dados. Antes de adotar esses recursos, é essencial compreender as mudanças nos hábitos e comportamentos dos alunos, além de buscar constante atualização e novas formas de comunicação.
Diante das aulas ministradas com ajuda das tecnologias, após terem vividos essa experiência com dinamismo e participação dos alunos otimizando esse processo de aprendizagem, perguntados se gostaram dessa aula, o resultado foi que sim como mostra o gráfico 27.
Gráfico 11 – Você gostou das aulas usando ferramentas tecnológicas?

A maioria dos estudantes afirmou que aprendeu melhor com o uso de tecnologias educacionais e expressou interesse em ter mais aulas utilizando essas ferramentas, conforme indicado no gráfico 12.
Gráfico 12 – Você gostaria de ter mais aulas usando tecnologias educacionais

A grande maioria dos alunos entrevistados relatou que a tecnologia contribuiu de maneira significativamente para seu aprendizado, são uma importante ferramenta para dinamizar o processo de ensino-aprendizagem, segundo constatou no gráfico 13.
Gráfico 13 – Você acredita que as tecnologias contribuíram para seu aprendizado?

Muitos estudantes relatam ser benéfica a união entre internet e estudos, a grande verdade é que isso vai depender da responsabilidade e bom senso do estudante.
3.5 – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DOS APLICATIVOS UTILIZADOS NA PESQUISA
A pesquisa foi realizada com 1.273 alunos de oito escolas de Manaus, incluindo instituições estaduais, municipais e particulares. O estudo analisou o impacto das tecnologias educacionais no ensino básico, buscando compreender sua capacidade de tornar o aprendizado mais dinâmico e interativo. Foram investigadas as percepções dos alunos sobre o uso dessas ferramentas e a frequência com que os professores as utilizam. Os aplicativos analisados incluíram Kahoot, Google Classroom, Google Formulários e WhatsApp.
3.6 – USO DO KAHOOT! COMO FERRAMENTA DE ENSINO-APRENDIZAGEM
O estudo foi realizado em duas escolas de ensino médio de Manaus, com 276 alunos, e teve como foco a utilização do aplicativo Kahoot!® no ensino de Biologia, especificamente sobre a Membrana Plasmática. A pesquisa foi conduzida com a autorização da gestão escolar e a participação dos alunos foi voluntária. O game, elaborado pelo professor RC, continha 10 questões de múltipla escolha abordando temas como modelo do mosaico fluido, composição química, especializações e funções da membrana plasmática. Cada questão teve um tempo de resposta de 20 segundos, visando tornar o aprendizado mais interativo e dinâmico.
Figura 1 – O Kahoot!® intitulado Membrana Plasmática
Fonte: Kahoot!® (2021)
No dia 14 de agosto de 2021, os alunos foram divididos em grupos. Foi disponibilizado o link https://kahoot.it/ e liberado o código de acesso ou código PIN (sigla para Personal Identification Number, ou Número de Identificação Pessoal). Cada grupo escolheu um apelido ou nome e fez o acesso ao game. Os apelidos ou nomes ficam disponíveis na projeção do datashow e todos visualizam. O jogo inicia com uma questão por vez sendo projetada. Para cada questão aparecem quatro imagens: a primeira mostra apenas a pergunta, a segunda mostra a pergunta com as alternativas e a contagem do tempo, a terceira as frequências do acerto e erros e a quarta imagem mostra o resultado parcial do game. Quanto mais rápido o grupo responder a uma pergunta correta, mais pontos recebem. Os cinco melhores grupos na pontuação são exibidos na tabela de classificação e os vencedores são apontados no final do jogo.
Tabela 1 – Mostra o número de questão e a relação entre o percentual de acerto obtido.

Fonte: Próprio autor.
O uso do Kahoot!® na aprendizagem mostrou-se eficaz, apesar dos desafios com a conexão à internet, contornados por uma estratégia de redundância. A atividade estimulou raciocínio, memória e interação, mas os alunos sugeriram ampliar o tempo de resposta para 40 segundos. Premiações aumentaram a motivação, e os docentes consideraram a experiência positiva, destacando o engajamento dos alunos no processo de aprendizagem.
3.7- GOOGLE CLASSROOM OU GOOGLE SALA DE AULA
O estudo analisou a implementação do Google Sala de Aula em duas escolas de Manaus, envolvendo 183 alunos. Após a capacitação dos docentes e ocadastro dos estudantes, um questionário avaliou a percepção dos alunos. Todos consideraram a ferramenta interessante para o aprendizado, destacando a agilidade (66,7%), facilidade de uso (41,7%), envio simplificado de atividades (33,3%) e a importância de um canal de comunicação (50%).
Todos os estudantes recomendaram o Google Classroom como ferramenta educacional. A análise dos dados mostrou que a plataforma é ágil, fácil de usar e uma aliada no ensino. No entanto, para um bom desempenho, é essencial que os docentes se familiarizem com seus recursos e possibilidades.
3.7.1- GOOGLE FORMS OU GOOGLE FORMULÁRIOS
O estudo foi realizado em duas escolas de Manaus com alunos do 9º ano, abordando “Elementos da Tabela Periódica” e utilizando o Google Forms como ferramenta de avaliação. A pesquisa incluiu três encontros presenciais, onde os alunos foram introduzidos ao aplicativo. Apesar do entusiasmo de alguns, 80% desconheciam a ferramenta, evidenciando baixa fluência digital. A experiência ressaltou a importância da inclusão digital e do uso de tecnologias na prática docente.
Os alunos reconheceram unanimemente o Google Forms como uma ferramenta benéfica para a aprendizagem. Entre as poucas desvantagens apontadas, destacaram-se a dependência de internet e a preocupação com o possível vício dos alunos em atividades digitais. A ferramenta foi elogiada por sua atratividade, eficiência na organização do tempo, economia de materiais e contribuição para a sustentabilidade. No entanto, seu uso eficaz depende do preparo dos professores para potencializar suas vantagens na prática pedagógica.
3.8- WHATSAPP COMO UMA FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM
O estudo foi realizado na E.E. Francelina Dantas e na EE M Rodrigues, ambas situadas na zona Oeste de Manaus, com 479 alunos participantes. A pesquisa ocorreu em setembro de 2021 e focou no uso do WhatsApp como ferramenta de apoio ao ensino de Geografia. A escolha dessa turma foi baseada no interesse demonstrado pelos alunos em utilizar o celular e o WhatsApp, além da sua capacidade de organização e participação nas aulas.
A proposta foi de utilizar o WhatsApp como ferramenta para tornar as aulas mais atrativas, incentivando os alunos a se comunicarem adequadamente, debaterem e defenderem seus pontos de vista. Foi criado um grupo de estudo denominado “Estudos Geográficos”, mediado pela professora, onde os alunos discutiram temas variados, como crescimento populacional, problemas de trânsito, envelhecimento da população e questões sociais.
Após a experiência, todos os alunos afirmaram que o WhatsApp poderia ser utilizado como ferramenta de apoio ao ensino e aprendizagem, mostrando que, embora não seja uma ferramenta tradicionalmente pedagógica, pode trazer benefícios quando bem utilizada nos estudos.
Tabela 2 – Perguntas realizadas e respostas dos alunos.

Fonte: Próprio autor.
A pesquisa mostrou que 29 alunos não participaram devido à falta de acesso a smartphones ou computadores, e mencionaram limitações como a falta de internet e a distração com o celular. No entanto, os alunos que participaram pediram para continuar usando o WhatsApp nas aulas e sugeriram que outros professores adotassem a ferramenta. A interação entre alunos e professores, facilitada pelo WhatsApp, ajudou a motivar alguns alunos que estavam pensando em desistir dos estudos a reconsiderarem essa decisão. Eles também acreditaram que o WhatsApp poderia melhorar a relação entre alunos e professores.
Gráfico 14 – WhatsApp pode melhorar a relação entre professor-aluno.

A pesquisa revelou que 75% dos alunos que não possuem um grupo no WhatsApp gostariam de usá-lo como apoio pedagógico, indicando o potencial do aplicativo para a educação. O estudo reforça a importância do professor na mediação do aprendizado, pois os alunos nem sempre sabem utilizar a tecnologia de forma adequada. Além disso, a interação com os alunos ajuda a reduzir a insegurança dos docentes diante das novas tecnologias, promovendo uma construção coletiva do conhecimento e fortalecendo a relação entre professor e aluno.
3.9 – REFLEXÃO DOS PROFESSORES PARTICIPANTES DA PESQUISA EM RELAÇÃO ÀS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS
A análise realizada com os educadores participantes destacou a necessidade de adaptação das ferramentas digitais ao contexto educacional, dado o crescimento da tecnologia em diversas áreas da vida cotidiana. No entanto, seu uso na sala de aula ainda é limitado, sendo empregado principalmente para a elaboração de atividades, como a digitação de avaliações e a criação de slides. Os dados coletados nas entrevistas serão analisados mantendo o anonimato dos docentes, identificando-os apenas por iniciais e a disciplina que lecionam.
3.10 – FORMAÇÃO DOCENTE E PROFISSIONAL
Os professores entrevistados reconhecem a importância das tecnologias educacionais, mas enfrentam desafios estruturais e metodológicos para sua implementação.
A professora P.S, apesar da pouca experiência docente, domina as ferramentas tecnológicas, mas lida com dificuldades na infraestrutura escolar. A professora C.A, com ampla experiência, defende que a tecnologia deve ser integrada de forma consciente, ressaltando a necessidade de apoio governamental e de metodologias viáveis dentro do currículo. Para ela, a tecnologia auxilia, mas não substitui o professor.
A professora L.S considera que as tecnologias facilitam o ensino e preparar materiais virtuais, apesar da ausência desse tema em sua formação. Já a professora T.B, apesar de utilizar recursos digitais, sente insegurança e deseja aprimorar seu conhecimento.
O professor J.B critica o atraso da integração tecnológica nas escolas, destacando a permanência de métodos ultrapassados. O professor C.R, por sua vez, valoriza o uso da internet e das TICs, mas alerta para o despreparo dos alunos e a necessidade de respeitar as diretrizes pedagógicas ao utilizá-las.
Em geral, os docentes concordam que as tecnologias são essenciais, mas seu aproveitamento depende de infraestrutura adequada, capacitação e apoio institucional.
3.11 – A INTERNET É UM GARGALO NO CAMINHO
No cenário da integração de tecnologias nas práticas pedagógicas, muitos docentes enfrentam dificuldades significativas. A professora C.A. expressou sua frustração, reconhecendo o potencial das ferramentas tecnológicas, mas enfrentando obstáculos como a má qualidade da internet e a falta de materiais adequados para utilizá-las. O professor J.B. também apontou que o maior desafio é se adaptar às novas tecnologias, além de ter acesso a uma internet de boa qualidade e tempo para o planejamento. Esses fatores tornam o uso das tecnologias nas escolas um desafio, já que muitas ferramentas necessitam de uma conexão de internet para serem eficazes, o que nem sempre está disponível.
Assim, é necessário um planejamento e reorganização das práticas educacionais, incluindo suporte técnico para os professores. Muitos educadores vivem um contraste: fazem parte de uma sociedade tecnológica, mas não têm os meios para aplicar essas tecnologias em seu trabalho diário. Embora reconheçam o potencial das tecnologias para aprimorar o processo de ensino-aprendizagem, eles precisam de orientação e acompanhamento no uso dessas ferramentas. Embora existam aplicativos que podem renovar a educação, muitos apenas substituem os métodos tradicionais de ensino. Para aproveitar as tecnologias de forma eficaz, os docentes precisam adquirir um conhecimento mais aprofundado e interligado ao conteúdo pedagógico, desenvolvendo habilidades que permitam a integração eficaz dessas ferramentas no ensino.
4- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa teve como objetivo analisar o uso das tecnologias educacionais nas práticas pedagógicas da educação básica de Manaus, AM. Para isso, foram observados ambientes escolares tanto da rede pública quanto privada. Os resultados indicam a necessidade de resolver problemas estruturais e incentivar a participação dos professores no processo de ensino-aprendizagem mediado por tecnologias digitais. A pesquisa revela que a integração de tecnologias educacionais pode potencializar o desenvolvimento de competências digitais, favorecer a inclusão digital e aprimorar a prática docente. Contudo, para que a adoção das tecnologias seja eficaz, é essencial que os professores sejam capacitados e saibam utilizar essas ferramentas de maneira apropriada.
A pesquisa também destacou desafios, como a falta de acesso à internet e a necessidade de mediação docente para garantir o rendimento escolar. Constatou-se que o uso de aplicativos pode enriquecer o trabalho docente, mas é importante que as tecnologias não sejam vistas como a única ferramenta de ensino. Além disso, a pesquisa evidenciou que o uso das tecnologias pode ajudar a aproximar a escola da realidade cotidiana dos alunos, contribuindo para o interesse pelo estudo. A continuidade do uso de tecnologias digitais e sua integração ao currículo escolar são fundamentais para o sucesso do processo de ensino-aprendizagem. A pesquisa sugere a implementação de estratégias formativas que promovam a autonomia dos alunos e professores no uso dessas ferramentas.
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