AS CONTRIBUIÇÕES DE ÉMILE DURKHEIM PARA A EDUCAÇÃO: UMA ANÁLISE DOS SEUS PRINCÍPIOS E IMPACTOS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202408082150


Jerônimo Cavalcante Dantas da Siva1;
Rosania Pereira da Silva²;
Ivanilde Alves dos Reis Sousa³.


RESUMO

O objetivo desse artigo é tecer reflexões a partir das concepções e contribuições de educação com base em Émile Durkheim, verificar as contribuições do mesmo para o que tange a formação do homem em sociedade. O estudo em questão tem como foco compreender as ideias educacionais de Durkheim em suas obras considerando as determinantes do contexto histórico em que o mesmo foi produzido. Para isso realizou- se uma pesquisa bibliográfica, de natureza qualitativa, que a partir da análise dos dados realizar-se-á um diálogo com as vertentes e princípios, a fim de responder as indagações da pesquisa. Os resultados obtidos demonstram que as concepções de Durkheim contribuem para a compreensão sobre o papel da educação em sociedade e a importância da mesma na formação e construção do homem. O sociólogo traduz em seus escritos as exigências educacionais de sua época, que se pode considerar muito atuais na educação contemporânea, fazendo pensar e repensar as práticas pedagógicas identificando as influências de uma geração para a outra.

Palavras-chave: Émile Durkheim. Indivíduo. Sociedade. Educação.

ABSTRACT

The objective of this article is to reflect on the conceptions and contributions of education for Émile Durkheim, to verify his contributions to the formation of man in society. The study in question focuses on understanding Durkheim’s educational ideas in his works considering the determinants of the historical context in which it was produced. For this, a bibliographic research was carried out, of a qualitative nature, which, based on the analysis of the data, will carry out a dialogue with the aspects and principles, in order to answer the research questions. The results obtained demonstrate that Durkheim’s conceptions contribute to the understanding of the role of education in society and its importance in the formation and construction of man. The sociologist translates in his writings the educational requirements of his time, which can be considered very current in contemporary education, making thinking and rethinking pedagogical practices identifying the influences from one generation to the next.

Keywords: Émile Durkheim. Individual. Society. Education.

INTRODUÇÃO

No decorrer dos tempos a educação tem passado por transformações de acordo com as ideias, tendências e concepções pedagógicas de cada época, estudiosos apresentam suas percepções e propostas sobre a educação pautado em suas convicções e concepções metodológicas que comungam com período histórico e social que viveram. Neste sentido, o trabalho em questão irá apresentar as contribuições do sociólogo Émile Durkheim para a educação, o autor viveu o período finais do século XVIII e início do século XIX, pautando suas teorias e concepções positivistas a esse contexto político, econômico e social.

Desse modo, será dado destaque ao papel que o autor atribui a formação do homem a educação, considerando seu ponto de vista sociológico como regulador da vida social. Para Durkheim, é papel da Sociologia estudar as instituições sociais, explicar a vida em sociedade, e empregar regras e métodos científicos, para explicar, e entender a sociedade.

A partir disso, surge a necessidade de compreender a relevância da educação na formação do homem em seu meio social sobre a percepção de Durkheim. Quais as contribuições que a teoria de Durkheim ofereceu para a educação? questionamento que conduzirá análise a seguir.

O objetivo principal desse artigo é tecer reflexões e compreender os fundamentos e contribuições da educação para Émile Durkheim, verificar as contribuições do mesmo para o que tange a formação do homem em sociedade, apresentar os moldes educacionais que o mesmo defendia em sua época, quais as suas contribuições para o modelo de educação atual, levando em consideração que se refere a um pensador, que viveu em um determinado período histórico.

O presente trabalho justifica-se por apresentar as investigações de Durkheim e compreender as contribuições do mesmo para a educação. Aprofundar o conhecimento sobre o autor, para melhor entender o contexto educacional e suas nuances. Com isso, abordar o conceito de educação a partir dos fatos sociais, identificando a influência desses para o processo educativo.

É válido salientar, que o procedimento metodológico, é uma pesquisa bibliográfica, de natureza qualitativa, que a partir da análise dos dados realizar-se-á um diálogo com as vertentes e princípios, a fim de responder as indagações da pesquisa. Segundo Gil (2007, p.34) “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos” e complementa afirmando que “boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas bibliográficas”.

Diante disso, inicia-se o trabalho apesentando uma síntese biográfica do autor, buscando, com isso entender o contexto histórico que imergiram suas concepções e ideias. Em seguida foi realizada uma discussão apresentando a concepção durkheimiana de homem e sociedade. O tópico a seguir discorre sobre as concepções educacionais de Durkheim, trazendo uma breve discussão sobre as concepções acerca da educação e da pedagogia e o papel do educador na visão do sociólogo.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Síntese biográfica de Émile Durkheim

Émile Durkheim (1858-1917) defendeu uma sociologia estruturalista, funcionalista e sistemática, entendida como a sociologia a objetivação do social e da coisificação das relações sociais (CRUZ,1989) sociólogo discípulo de Kant e Augusto Conte, suas contribuições foram de grande importância para a efetivação da sociologia como ciência na França, e depois de consolidada, suas ideias ultrapassaram as fronteiras francesas, influenciando políticos, pesquisadores e educadores (LUCENA, 2010).

O sociólogo Durkheim construiu suas concepções em um momento de transição e ascensão capitalista, um período marcado por crises econômicas, conflitos econômicos entre as duas potencias mundiais e guerra. Em consequência desse contexto social houve o crescimento da miséria e da violência, a crise social se tornou elemento comum nesse novo cenário urbano (LUCENA,2010).

Durkheim com sua visão positivista, se interessou desde cedo pelo estudo da sociedade envolvendo a educação, e os problemas sociais ocasionados pelo momento histórico, dessa forma, “sua produção reflete a tensão entre valores e instituições que estavam sendo corroídos e formas emergentes cujo perfil ainda não se encontrava totalmente configurado.” (QUINTERO, 2002, p. 60).

Émile Durkheim, foi considerado o criador da Sociologia da Educação, ao buscar entender as mudanças sociais e individuais e ao conceber a ideia de que os homens são formados por um sistema de normas, ideias e opiniões da sociedade a qual fazem parte, para ele, “a educação é uma socialização da jovem geração pela geração futura” (DURKHEIM, 1998, p.8). Seus estudos e escritos até os dias atuais servem de base para a compreensão de fatos sociais, religiosos e de outros que envolvem o homem e a sociedade.

Com pensamento positivista conservador Durkheim acreditava na sociedade capitalista e percebia a educação como “algo eminentemente social” (DURKHEIM, 2013, p.10) dessa forma, pode-se afirmar que a educação tornou lugar central em sua sociologia. Suas obras que mais tiveram destaque foram; Educação e Sociologia (1922), A Educação Moral (1925) e A Evolução Pedagógica (1929), estes comportam pensamentos pedagógicos que se tornaram significativos nas diretrizes educacionais.

Assim, Durkheim é um sociólogo que se dedicou a analisar a educação “a teoria da educação durkheimiana inspira-se na sua teoria sociológica geral.” (LOPES, 2013, p.5). E ao falar em educação o mesmo estava interessado em discutir o funcionamento da sociedade como um todo, seguindo assim o pensamento positivista “se a pretensão do positivismo é regenerar a humanidade, a educação aparece como o ponto de unidade do sistema” (BERGO, 1983, p. 56).

A concepção durkheimiana de homem e sociedade

Segundo Durkheim (1978), o homem é uma criação social, e esta condição se dá a partir de sua complexificação social e de sua vivência nos diferentes meios sociais, considerando que esse coletivismo nas relações monopoliza os comportamentos e mentalidades dos mesmos. A divisão do trabalho se torna importante nesse processo quando a mesma impulsiona a diferenciação social tornando possível a existência do indivíduo determinando o tipo de solidariedade e sociabilidade social do homem.

A consciência individual, considerada sob esse aspecto [da solidariedade mecânica], é uma simples dependência do tipo coletivo e dele decorrem todos os movimentos, como o objeto possuído segue os movimentos que lhe imprime seu proprietário. Nas sociedades onde está solidariedade é muito desenvolvida, o indivíduo não se pertence … é literalmente uma coisa de que a sociedade dispõe (DURKHEIM, 1978c, p.69)

Para o autor, a solidariedade acentua a divisão do trabalho mostra que o homem é diferente e possui uma personalidade individual que deve ser absorvida pela personalidade coletiva. Contudo, o homem não é um produto individual pois o mesmo é uma criação da Sociedade e a individualização traz consigo uma certa desestruturação social, que é causado pelo distanciamento entre o indivíduo e a sociedade.

A adesão a um grupo implica, pois, de maneira indireta, mas necessária, uma adesão aos indivíduos, e, quando o ideal do grupo é uma forma particular de ideal humano, quando o caráter do cidadão se confunde em grande parte com o caráter genérico do próprio homem, é ao homem enquanto homem que estamos vinculados, o que nos faz sentir especialmente solidários àqueles que realizam de maneira mais intensa a concepção que nossa sociedade nutre a respeito da humanidade. É isso o que explica o caráter moral atribuído aos sentimentos de simpatia interindividual e às ações inspiradas por esses sentimentos (DURKHEIM, 2008, p. 92).

No entanto, a Sociedade tem o papel de envolver os homens e suas múltiplas formas independente de suas características individuais “um todo não é idêntico à soma das partes que o constituem; é algo de diferente cujas propriedades diferem das que revelam as partes de que é composto (DURKHEIM, 1978b, p.139).Dessa forma, percebe-se que na visão de Durkheim o homem é determinado socialmente, isto é, determinado pela Sociedade, e pouco pode se divergir, está diluído na generalidade social, no coletivo e na consciência coletiva.

De fato, é a sociedade que nos faz sair de nós mesmos, que nos obriga a considerar interesses diferentes dos nossos, que nos ensinou a dominar os nossos ímpetos e instintos, a sujeitá-los a leis, anos reprimir, privar, sacrificar, subordinar os nossos fins pessoais a fins mais elevados. Foi à sociedade que instituiu nas nossas consciências todo o sistema de representação que alimenta em nós a ideia e o sentimento da regra e da disciplina tanto internas quanto externas. Foi assim que adquirimos o poder de resistir a nós mesmos, ou seja, o domínio sobre nossas vontades, um dos traços marcantes da fisionomia humana desenvolvido à medida que nos tornamos mais plenamente humano (DURKHEIM, 2011, p. 59).

Portanto, é válido ressaltar que os fatos sociais precisam ser estudados como fatos exteriores, que devem ser observados, medidos e analisados sem a interferência de qualquer tipo de sentimento ou valoração pessoal (QUINTANEIRO; BARBOSA; OLIVEIRA, 2003). Durkheim (2011) defende que a sociedade precede aos indivíduos e a mesma define as ações do homem, independente das suas escolhas.

Para Durkheim (2011), o homem criou essa formação social, para que seja mantida uma harmonia entre os homens e a educação age diretamente nesse processo com o objetivo de formar esse ser social, transmitindo ensinamentos que não acontecem pela hereditariedade.

Segundo ele, a educação é indispensável na formação do cidadão, considerando que é na escola que o homem aprende a interagir e se relacionar com os demais desenvolvendo três espíritos que embasam a convivência da sociedade moderna (o espírito de disciplina, o espírito de abnegação e o espírito de autonomia).

Para Durkheim (1952) a socialização desperta a sede de conhecimento, a necessidade de reflexão, pensamento, organização, surgindo assim, a necessidade

de educação para que se viva em harmonia.

[…] a educação tem por objetivo superpor, ao ser que somos ao nascer, individual e associal – um ser inteiramente novo. Ela deve conduzir-nos a ultrapassar a natureza individual: só sob esta condição, a criança tornar-se-á um homem. Ora, não podemos elevarmos acima de nós mesmo, senão por esforço mais ou menos penoso (DURKHEIM, 1952, p.42).

Verifica-se que é pela socialização que o homem coloca as vontades coletivas sobre as individuais. A socialização possibilitou grandes feitos, e a linguagem que é um produto social foi aliada da evolução científica, possibilitando que o conhecimento e a sabedoria humana dialogassem entre períodos e décadas.

Èmile Durkheim (1952) tinha uma visão objetivista, positiva e conservadora da sociedade, segundo ele a sociedade deve ser analisada e estudada sobre os critérios objetivos e típicos das ciências naturais, onde se emprega regras e métodos científicos com base na racionalidade, na observação empírica e científica para a constatação dos fatos sociais. Assim, a sociedade seria explicada de forma científica com base nos mecanismos de funcionamento da mesma, de forma que garanta a manutenção da ordem e do equilíbrio social.

Dessa forma, o homem e a sociedade se interligam na visão durkheimiana, e isso se dá especialmente por meio da educação como forma de engrandecer e torná- los verdadeiramente humanos. Para Durkheim (1952) a educação é a base de uma sociedade harmônica, pois desenvolve nos indivíduos o que ele necessita para sobreviver.

Durkheim e suas concepções educacionais

A concepção de educação presente nas obras de Durkheim é um instrumento de transmissão e perpetuação do conhecimento da sociedade, no qual é possível conhecer o passado da humanidade, e aprender com gerações adultas os interesses reclamados pela sociedade, que são conjunto de valores, crenças, costumes, tradições e práticas sociais típicas dos grupos sociais. Para Durkheim (1978, p.41)

a educação é a ação exercida, pelas gerações adultas, sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social; tem por objetivo suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamadas pela sociedade política, no seu conjunto, e pelo meio especial a que a criança, particularmente, se destina.

O funcionamento harmônico da sociedade seria, dessa forma, um produto decorrente das ações de educativa na escola, é por meio da mesma, que acontece a transmissão e renovação que é passado de geração a geração, a sociedade é a entidade moral que dá suporte de torná-lo humano, na medida em que torna o indivíduo um ser social. O sociólogo francês afirma, que a educação é uma socialização metódica das novas gerações (DURKHEIM, 1952).

Nesse caso, segundo as concepções de Durkheim a educação é o caminho que viabiliza a socialização do homem, onde os mesmos de forma coletiva socializam as novas ideias de conduta social, promovendo assim o ajustamento do indivíduo a uma vivencia em sociedade. Para Durkheim (1952, p. 66) “o homem que a educação deve realizar, em cada um de nós, não é o homem que a natureza fez, mas o homem que a sociedade quer que ele seja; e ela o quer conforme o reclame a sua economia interna”.

Dessa forma, a educação se sobrepõe ao indivíduo como fator indispensável a vida em coletividade isto é, exercendo a coercitividade onde os homens são obrigados a cumprir padrões e normas culturais de sua sociedade, a exterioridade é a cultura a qual o indivíduo está inserido, é um foto exterior e a generalidade é quando a educação tem como foco formar de forma coletiva, não só um ser em específico.

Durkheim direciona uma atenção especial a educação infantil, segundo ele, as crianças quando inseridas no processo educativo realizam a uma incorporação de valores e princípio de conduta moral, e só assim irão se tornar adultos aptos e integrados a sociedade. Quintaneiro; Barbosa e Oliveira (2003, p. 63) se refere ao pensamento durkheimiana referente a educação da seguinte forma

Com o tempo, as crianças vão adquirindo os hábitos que lhes são ensinados e deixando de sentir-lhes a coação, aprendem comportamentos e modos de sentir dos membros dos grupos dos quais participa. Por isso a educação “cria no homem um ser novo”, insere-o em uma sociedade, leva-o a compartilhar com outros de uma certa escala de valores, sentimentos, comportamentos. Mais do que isso, nasce daí um ser superior aquele puramente natural. E se as maneiras de agir e sentir próprias de uma sociedade precisam ser transmitidas por meio da aprendizagem é porque são externas ao indivíduo.

Segundo a teoria durkheimiana a educação na escola primária se baseava em duas partes, uma que visava efetivar o seu objetivo e a outra o caminho para alcançar o objetivo. O objetivo definia o tipo de intelectualidade que a sociedade necessitava a outra seria o seguimento da lógica e pela psicologia. Seguindo estas vertentes seria o melhor caminho para alcançar um bom trabalho pedagógico, considerando a biologia da criança, seu pensamento e como o mesmo é constituído e desenvolvido. Essas vertentes foram chamadas por Durkheim de “noções-mestras, que eram ideias ricas em conteúdo e não inatas ao homem, mas sim conquistadas por meio da educação” (DURKHEIM, 1952, p.42).

As práticas de ensino ajuda o aluno a se adequar a vida em sociedade, bem como a se comportar mediante as atitudes que podem ser consideradas inadequadas ao convívio social. É papel da escola promover o desenvolvimento das potencialidades intelectuais, físicas e morais dos alunos, visando uma formação para conviver em sociedade, essa convivência na visão de Durkheim não era de formar um cidadão crítico capaz de interpretar sua própria realidade, era formar um cidadão que devera obedecer os conceitos estabelecidos como válidos e indispensáveis pela sociedade.

quando, porém, a educação seja paciente e contínua, quando não procure êxitos imediatos e aparentes, mas prossiga com lentidão, buscando objetivos bem determinados, sem se deixar desviar por incidentes exteriores e circunstâncias adventícias, então chega a dispor de todos os meios necessários para influenciar profundamente a alma da criança. (DURKHEIM, 1952, p.42)

Portanto, ao pensar em educação com base nos pensamentos de Durkheim é preciso considerar o contexto social, político e econômico da sociedade vigente na época. Durkheim viveu em uma época marcada pelo processo de transição econômica e social com mudanças significativas que influenciou e delineou um novo panorama social e econômico da Europa no final do século XIX e início do XX, deve- se a isso o viés funcionalista marcada nas obras de Durkheim referente a educação, onde era destacada o conhecimento e seguimento de valores, fins ideológicos de classes sociais. “Obviamente, todo esse quadro socioeconômico influenciou o processo de delineamento da sua concepção de sociedade e de educação, dado que deve ser considerado por todos aqueles que se propõem a entender o pensamento durkheimiano” (LAKATOS, 1990, p.45).

Para Durkheim a educação universal não existe, pois, segundo o mesmo os períodos da história exercem influência afetando o sistema educacional. Dessa forma, as práticas educativas de cada país se diferenciam em suas particularidades e sistema de tradições envolvendo não só, a educação, mas também a economia, a moral e o religioso, mantendo assim a relação entre passado e presente.

Cada sociedade considerada em momento determinado de seu desenvolvimento possui um sistema de educação que se impõe aos indivíduos de modo geralmente irresistível. É uma ilusão acreditar que podemos educar nossos filhos como queremos. Há costumes com relação aos quais somos obrigados a nos conformar; e se os desrespeitarmos, muito gravemente, eles se vingarão em nossos filhos. (DURKHEIM, 1970, p. 28).

Segundo a ideia do autor a educação está diretamente ligada a reprodução cultural, política, econômica e ideológica de uma dada sociedade e dentro dessa lógica o mesmo explicita o trabalho do docente.

Em Educação e Sociologia Durkheim enfatiza que a educação tem caráter duplo da educação que são as funções de igualar e diferenciar, se tornando assim “una” e “múltipla”. Múltipla porque a educação se adequa a diferente e diversos modos das sociedades e as variáveis classes sociais, é a somo dos conhecimentos distintos que se variam de classes sociais e profissão. Una, pois todos devem seguir os princípios básicos e norteadores da sociedade, a educação que induz no homem novas ideias que fazem parte de seu meio. Assim, os torna capaz de formar o cidadão e de estabelecer a diversidade no meio social. Esse pensamento Durkheim relaciona a divisão do trabalho e consequentemente divisão dos sistemas de educação.

Sobre essa questão Durkheim (2013) ressalta que,

A educação consiste em uma socialização metódica das novas gerações. Em cada um de nós, existem dois seres que, embora sejam inseparáveis não deixam de ser distintos. Um ser é composto de todos os estados mentais que dizem respeito apenas a nós mesmos e aos acontecimentos da nossa vida pessoal: é o que se poderia chamar de ser individual. O outro é um sistema de ideias, sentimentos e hábitos que exprimem em nós não a nossa personalidade, mas sim o grupo ou grupos diferentes dos quais fazemos parte; tais como as crenças religiosas, as crenças e práticas morais, as tradições nacionais ou profissionais e as opiniões coletivas de todo tipo. Este conjunto forma o ser social. Constituir este ser em cada um de nós é o objetivo da educação (DURKHEIM, 2013, p.54).

Segundo Durkheim (2013) cada sociedade, ou seja, cada civilização tem um tipo de educação que se adequa de acordo com sua história, cultura que implica na formação do indivíduo. O desenvolvimento e o sistema educacional acontecem de acordo “da religião, da organização política, do grau de desenvolvimento das ciências, do estado da indústria, etc.” (DURKHEIM, 2013, p. 48).

Assim o autor afirma que:

O resultado destes fatos é: que cada sociedade elabora um certo ideal do homem, ou seja, daquilo que ele deve ser tanto do ponto de vista intelectual quanto físico e moral; que este ideal é, em certa medida, o mesmo para todos os cidadãos; que a partir de certo ponto ele se diferencia de acordo com os meios singulares que toda sociedade compreende em seu seio. É este ideal, único e diversos ao mesmo tempo, que é o polo da educação. (DURKHEIM,2011, p .52)

Durkheim segue uma corrente funcionalista, sua preocupação é com o funcionamento ordenado da sociedade, a escola e o ensino nesse caso funcionaria como mecanismo de controle e regulação social, uma vez que a mesma tem como objetivo propagar valores, noções, princípios, conceitos, normas e regulamentos da vida em sociedade “longe de ter por objeto único ou principal o indivíduo e seus interesses, a educação é, acima de tudo, o meio pelo qual a sociedade renova perpetuamente as condições de sua própria existência” (DURKHEIM, 1952, p. 67).

Dessa forma, a educação funcionalista funcionária como forma de garantir a ordem e estabilidade social, onde os alunos teriam que aprender os conteúdos, normas, hábitos, costumes e valores que são desenvolvidos de forma coletiva pela sociedade, ignorando o fato da aprendizagem se realizar como processo de construção cognitiva e consciência individual do homem.

a construção do ser social, feita em boa parte pela educação, é a assimilação pelo indivíduo de uma série de normas e princípios ─ sejam morais, religiosos, éticos ou de comportamento ─ que balizam a conduta do indivíduo num grupo. O homem, mais do que formador da sociedade, é produto dela (DURKHEIM, 1998, p.8)

Com base na citação o autor ressalta que o desenvolvimento da moral viabiliza no homem a convivência com os outros gerando assim benefícios no funcionamento da ordem social, a educação assume o papel na tarefa de promoção e perpetuação das normas e costumes construídos coletivamente. O autor ressalta que é preciso “tentar manter as práticas legadas pelo passado, embora elas não satisfaçam mais as exigências da situação, ou então tentar destemidamente restabelecer a harmonia perdida realizando as modificações necessárias” (DURKHEIM, 2013, p.87 e 88).

Segundo o autor a instituição social é um mecanismo de proteção social, o qual tem um conjunto de regras e procedimentos que são padronizados e sancionados pela sociedade e deve ser mantida de modo que satisfaça as necessidades do homem. As instituições são, portanto, conservadoras por natureza, quer seja família, escola, governo ou qualquer outra, elas agem fazendo força contra as mudanças e pela manutenção da ordem (DURKHEIM, 1998).

Por conseguinte, o processo educativo estaria vinculado a satisfação de suas necessidades sociais, de modo que o homem deseje a melhorar a sociedade em que está inserido e melhorar a si mesmo, caracterizando a dualidade defendida por Durkheim que o homem se constitui como ser individual e ser social, onde os processos coletivos impõe sobre os processos individuais. Cumprindo esse papel a escola contribuiu com a garantia do conjunto de regras e princípios e assim, evitará crises e desagregação social “de que serviria a imaginar uma educação que levasse à morte a sociedade que a praticasse?” (DURKHEIM, 1952, p.27)

Nas concepções do autor, a educação é uma “ação deliberada” que é feita por uma geração madura sobre uma geração imatura, no qual visa o fornecimento da moral e de comportamentos exigidos pela vida social. É só através de ações educativas que o homem pode acessar o sistema de valores constituídos coletivamente. Segundo Durkheim, a criança ao nascer não está determinada biologicamente, sua formação decorre das influencias sociais que irão ser exercidas em seu meio, e a educação irá atuar nesse processo de formação que são as disposições orgânicas do indivíduo, a educação irá moldar o homem “agregando ao ser egoísta e associal, que acaba de nascer, uma natureza capaz de vida moral e social” (DURKHEIM, 1978,p. 42).

Ainda, segundo as concepções de Durkheim para manter a ordem social o homem necessitaria da educação, pois por meio desta o indivíduo sairia da qualidade de tábua rasa, pois seria depositado nele o conhecimento social e científico da humanidade, sendo está uma verdade verificável segundo o autor.

entre as virtualidades indecisas que constituem o homem, ao nascer e a personalidade definida que ele deve tornar-se, para o desempenho na sociedade de um papel útil – a distância é muito grande. Essa distância é a educação que faz a criança percorrer. Vê-se, daí, quão vasta é a sua função. (DURKHEIM, 1952, p.41)

Durkheim considerava a educação um fenômeno social e organizado existente dentro da sociologia. O homem que a educação deve realizar, em cada um de nós, não é o homem que a natureza fez, mas o homem que a sociedade quer que ele seja; e ela o quer conforme o reclame a sua economia interna (DURKHEIM, 1952, p.66).

O autor acreditava que sem a educação o homem seria nada além do que um animal, e que só vivendo em sociedade e trabalhando é que o ser humano se faria homem, onde o mesmo se apropriaria da linguagem, moral, religião e ciências. No pensamento durkheimiano a moral é externa ao indivíduo com a função de regular a sociedade, sendo que a moral se diferencia em cada sociedade sendo esta resultante das necessidades individual do homem. Durkheim (1998), defendia que o papel da ação educativa é formar um cidadão que tomará parte do espaço público e não somente o desenvolvimento individual do aluno.

Concepções de Durkheim acerca da educação e da pedagogia

Durkheim distingue pedagogia e educação, apesar de serem próximas se tratam de termos distintos. Para o autor, a educação é uma ação que acontece de forma contínua e é exercida pelos adultos nas crianças, consideradas pelo sociólogo de seres imaturos para vida social e a pedagogia tem efeito de conceber a educação, portanto sua característica é eminentemente teórica, a mesma consiste numa reflexão sobre as práticas pedagógicas educativas.

Segundo Durkheim, a ação educativa se dá quando acontece o contato entre as gerações, como por exemplo na escola, na igreja e tantos outros lugares ou meios de interação. Em contrapartida a pedagogia é um ato teórico e “Essas teorias são maneiras de conceber a educação, não são maneiras de praticá-las”. (DURKHEIM, 1952, p.45).

A educação é uma ciência, e para Durkheim logo se torna objeto de pesquisa e reflexão, a mesma é um conjunto de práticas, de métodos, de tradições, definidos como atos sociais. Para o autor ciência era “um conjunto qualquer de estudos” (DURKHEIM,1952,p.46), que pudesse ser pesquisado e estudado por meio de observações, sendo este seria definido por seu objetivo e estudo de determinado fato buscando conhecê-lo. Durkheim afirma que “a educação tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança estados físicos e morais que são requeridos pela sociedade política no seu conjunto (1975, p. 14).

Dessa forma, a educação se torna responsável pela construção do ser social, e o homem quando interage com a mesma vai agregando uma série de normas e princípios exigidos pela sociedade, comportamentos estes, que norteiam sua vida, condutas em sociedade. Mas, para que conheça o valor social da educação faz-se necessário conhecer as práticas pedagógicas e a relação professor- aluno.

a pedagogia não é a educação e não pode tomar o lugar dela. Seu papel não é substituir a prática educativa, mas guiá-la, esclarecê-la, auxiliá-la, remediando as lacunas que venham a produzir-se, e corrigindo as insuficiências que venham a ser observadas. O pedagogista não tem, portanto, que construir de modo completo um sistema de ensino, como se nada existisse antes dele; será preciso, ao contrário, que ele se aplique, antes de tudo, em conhecer e em compreender o sistema de seu tempo. (DURKHEIM, 1970, p. 55)

Verifica-se que, a educação parte dos fatos sociais, moldando um ideal de homem intelectual, físico e moral e esse ideal se torna o polo da educação. Para o autor a educação é um processo que necessita paciência “não busca sucessos imediatos e aparentes, mas se dá calmamente em um sentido bem determinado, sem se deixar desviar por incidentes exteriores e circunstancias fortuitas, ela dispõe de todos os meios necessários para marcar as almas profundamente” (DURKHEIM, 2013, p.70)

Durkheim vê a pedagogia como um reflexo das atividades e ciências voltadas para educação que se apoiam na psicologia e sociologia para ser repensada, no processo de auxílio em pensar as práticas. Durkheim adverte que

As instituições escolares, as disciplinas e os métodos são fatos sociais. O próprio livro é um fato social; o culto do livro e o declínio deste culto dependem de causas sociais. […] a educação física, moral e intelectual que uma sociedade oferece em um momento de sua história é manifestamente da competência da sociologia (DURKHEIM, 2013, p.18).

Para Durkheim a pedagogia se enquadra como uma teoria prática, no sentido de fornecer ao educador uma visão teórica de ensino, um saber prático que auxilia a ciência da educação

O papel do educador, segundo Durkheim

Na visão de durkheimiana a educação atende as necessidades existenciais de uma sociedade, exercida através das gerações adultas sobre as crianças, tendo como finalidade a promoção de uma vida em sociedade, e características físicas, intelectuais e morais. O educador é a figura central no processo de transmissão de conhecimentos, para Durkheim (1963 apud TURA, 2006, p.55) o educador é o “interprete das grandes ideias morais de seu tempo e de seu país”. O aluno por ser o indivíduo de pouca idade deveria se manter passivo aos ensinamentos do professor que é o superior em sala de aula detentor do conhecimento, experiências e cultura.

Com base nos estudos realizados por Durkheim (1970), uma das características essenciais do educador é a moral, o mesmo é responsável pelo legado e o acréscimo de cada geração, fazendo uma ligação uma a outra. Essa concepção de educação e do papel do professor influenciou as práticas pedagógicas adotadas no Brasil, a mesma é apresentada por Libâneo (1989), quando o mesmo apresenta as tendências pedagógicas onde o educador era a figura central no processo de ensino aprendizagem.

O docente era autoridade em sala de aula, e tinha a obrigação de impor o saber pré-definido pela sociedade “qual seja o meio essencial da ação educativa […] é a autoridade que lhe advém das circunstâncias […] a educação deve ser um trabalho de autoridade”. (DURKHEIM,1970, p. 42). Autoridade e confiança são os conceitos elementares da ação do educador segundo o autor. Para ele o professor alcançaria êxito na medida em que agir de forma clara e correta, ganhando a confiança dos alunos e da sociedade.

Na abordagem de Durkheim, o educador deveria ser uma pessoa prudente, lembrando que por meio de suas ações poderia deixar boas ou prejudiciais marcas na formação do aluno. Pois o educador era o “interprete das grandes ideias morais de seu tempo e da sua terra” (DURKHEIM, 2013, p.44), isto é, o docente tem o papel de repassar todo o processo de cultura vigente da sociedade a qual estão inseridos, deveria ser neutro quanto as questões políticas e trabalhar no sentido de oferecer uma educação que não seja contrária à coletividade, dando continuidade nos princípios essenciais da vida social.

Outra função do professor segundo as concepções do autor, no processo de ensino era indispensável que mostrasse ao aluno “as sociedades que ela está destinada a viver: família, corporação, nação, comunhão de civilização que tende a incorporar a humanidade inteira; como elas se formaram e se transformaram; que ação elas exercem sobre o indivíduo e que papel este último desempenha nelas” (DURKHEIM, 2013, p.29), isso ajudaria o aluno a entender e compreender as influências externas que teriam que ser adaptadas a sua formação, assim o processo educativo se constituiu de uma ação externa.

O docente deveria conhecer e refletir sobre seus métodos de ensino, nessa reflexão julgar se deveria mudá-lo ou deixá-lo, era necessário que o mesmo tivesse em constantes adaptações precisas para que não houvesse prejuízos na formação do aluno, pois, segundo ele “na reflexão encontra-se uma força antagonista da rotina, que é o obstáculo aos progressos necessários.” (DURKHEIM, 1952, p.55) na prática educativa o professor deve se abdicar dos seus posicionamentos e questionamentos reduzindo seu trabalho somente a reprodução de informações.

Ressaltando que, na concepção do sociólogo o educador não deveria passar de sua função que era somente transmitir conhecimento, mostrando assim uma prática de ensino reducionista, tal prática é contraria o que realmente à docência representa, que é um ensino pautado em práticas significativas que viabilizem a construção do conhecimento cognitivo pelo aluno, onde o mesmo pode partilhar ideias, interagir entre os demais colegas e os professores na busca de aquisição de conhecimentos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As teorias e ideias de Durkheim oferece para área educacional contribuições que valorizam a educação no processo de desenvolvimento do homem e sociedade mesmo que seja alicerçada em uma perspectiva funcionalista. O sociólogo deu destaque a educação e as escolas concebendo-as como formadoras de indivíduos e que cuja ação educativa garante a preservação de cultural produzida histórico e social pelos homens. O autor acreditava que homem se qualificaria para viver em sociedade somente por intermédio da escola.

Durkheim se preocupou com o campo científico colocando em evidência suas teorias, quando se preocupou com a produção do conhecimento o qual necessitava de investigação primando pelo emprego sistemático dos procedimentos científicos.

As reflexões sobre a educação de Émile Durkheim e suas concepções educacionais muito contribuíram no campo educacional e das ciências sociais, portanto, é válido ressaltar que as mesmas deixam lacunas que no contexto educacional da atualidade podem ser consideradas obscuras quando o mesmo afirma que a escola teria atribuir ao seu ensino apenas elementos de ordem social e o papel do docente seria apenas de o único detentor da verdade e do conhecimento em sala de aula. Estas são atribuições que descaracterizam e se equivocam mediante os princípios pedagógicos e trabalho docente na atualidade.

Entende-se que a educação é peça primordial de todo processo formativo e é uma atividade que se organiza com finalidades, a fim de contribuir para o conhecimento da realidade e sua transformação. Por fim, este trabalho dissertativo não se esgota apenas nessas páginas, entende-se que, as contribuições de Durkheim para o campo educacional é vasto de modo que os pontos não desenvolvidos neste poderão ser objeto de estudo posteriormente.

REFERÊNCIAS

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1Graduado em Filosofia pela Unifaveni. Mestre em Educação pela Universidade Federal do Tocantins. jeronimocdds@gmail.com.
²Graduada em Filosofia e Mestranda em Educação.
³Graduada em Pedagogia e Mestranda em Educação.