APPLICABILITY OF OREM’S THEORY OF SELF-CARE IN NURSING CARE
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7626295
Melina Even Silva da Costa1
Ana Luiza Rodrigues Santos2
Evenson Francois3
Virlene Galdino de Freitas4
Jéssica Batista dos Santos5
Débora Alanna Araújo de Aquino6
Thiago de Sousa Farias7
Adriana Cerino de Vasconcelos8
Amanda Maritsa de Magalhães Oliveira9
Luana Patricia Weizemann10
Karen Jayane dos Santos de Oliveira11
Lucas Soares Silva12
Geyza Maria Silva Ribeiro Carneiro13
Guilherme Caetano de Sousa14
Cicera Eduarda Almeida de Souza15
Elianara Kelly Vieira da Silva16
Bruno Henrique de Andrade17
Tauana Reinstein de Figueiredo18
Charmenes Alves Gomes19
Luísa Helena Silva Sucupira Meilhac20
RESUMO
Uma das teorias que se destacam como marco teórico de referência para a atividade profissional de enfermagem é a Teoria do Autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem. A teórica destaca que o autocuidado é uma característica humana concebida como a realização prática de tarefas, iniciadas e executadas pelas pessoas, em seu benefício próprio, para a promoção, prevenção da saúde e bem estar, onde esse estímulo forma um arcabouço para a atuação da enfermagem nas ações que viabilizem o desenvolvimento humano. Diante do exposto, torna-se relevante a necessidade de evidenciar a aplicação da Teoria do Autocuidado nas práticas de Enfermagem e sua influência na assistência profissional. O presente estudo objetivou identificar a utilização da teoria do autocuidado de Orem nos cuidados de Enfermagem. Trata-se de um estudo descritivo do tipo revisão integrativa da literatura, para a elaboração do artigo a busca foi efetuada nas bases de dados: Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Banco de Dados em Enfermagem (BDENF) em outubro de 2017, com os descritores: teoria de enfermagem AND enfermagem AND autocuidado, resultando em 852 artigos. Como critérios de inclusão: idioma português, texto completo e publicados nos últimos dez anos. Excluíram-se os artigos repetidos e que fugiam à temática, obtendo-se 9 artigos ao final. De acordo com o encontrado, enfatiza-se a importância do autocuidado a pacientes com agravos à saúde onde o profissional de enfermagem possui papel fundamental na orientação e aplicação das práticas educativas que visem o bem-estar do cliente com o propósito de conduzi-los à sua independência em questões de saúde. Conclui-se que para promover o autocuidado e uma assistência de enfermagem de qualidade, as teorias se fazem necessárias para a construção do saber e das práticas profissionais referentes ao estado de saúde.
Palavras – Chave: Teoria de enfermagem; Enfermagem; Autocuidado.
ABSTRACT
One of the theories that stand out as a theoretical framework of reference for professional nursing activity is the Theory of Self-Care developed by Dorothea Orem. The theoretician points out that self-care is a human characteristic conceived as the practical performance of tasks, initiated and performed by people, for their own benefit, for the promotion, prevention of health and well-being, where this stimulus forms a framework for action of nursing in actions that enable human development. Given the above, the need to demonstrate the application of the Self-Care Theory in Nursing practices and its influence on professional assistance becomes relevant. This study aimed to identify the use of Orem’s theory of self-care in nursing care. This is a descriptive study of the integrative literature review type, for the preparation of the article the search was carried out in the databases: Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS) and Database in Nursing (BDENF ) in October 2017, with the descriptors: nursing theory AND nursing AND self-care, resulting in 852 articles. As inclusion criteria: Portuguese language, full text and published in the last ten years. Repeated articles and articles that deviated from the theme were excluded, resulting in 9 articles at the end. According to what was found, the importance of self-care for patients with health problems is emphasized, where the nursing professional plays a fundamental role in guiding and applying educational practices aimed at the well being of the client with the purpose of leading them to their independence in matters of health. It is concluded that in order to promote self-care and quality nursing care, theories are necessary for the construction of knowledge and professional practices related to the state of health.
KEYWORDS: Nursing theory; Nursing; Self-care.
INTRODUÇÃO
A Enfermagem durante muitos anos era caracterizada pela realização de práticas focadas no enfrentamento de agravos à saúde, onde a mesma utilizava-se apenas de princípios técnicos imediatistas, de modo empírico, para a efetivação de tais ações. Todavia, ao longo dos anos, tal profissão sofreu diversas mudanças na forma de como realizar essa assistência, devido à influência de diferentes fatores que culminaram em um meio de reflexão sobre o sere o fazer profissional da Enfermagem (RAIMONDO et al., 2012).
Segundo Schaurich e Crossetti (2010), em consequência desse pensamento sobre o exercício das ações de Enfermagem surgiu à necessidade de entender e elaborar seu próprio conhecimento, levando então, a criação de teorias, modelos e termos conceituais próprios da profissão, utilizados como base teórico-filosófica para fundamentar sua prática profissional e determinar os instrumentos de seu conhecimento, de modo a evidenciar o papel do enfermeiro no cuidado.
Um marco teórico de referência é a Teoria Geral de Enfermagem desenvolvida por Orem em 1950, conhecida como Teoria do Autocuidado. Tal tese é estruturada por três conceitos que estão correlacionados, sendo eles: a Teoria do Autocuidado (AC), a Teoria do Déficit de Autocuidado e a Teoria dos Sistemas de Enfermagem (SOUZA et al., 2012).
Vitor, Lopes e Araujo (2010) ressaltam ainda que o Autocuidado (AC) é uma característica humana e é concebido, como a realização prática de tarefas iniciadas e executadas pelas pessoas, em seu benefício próprio, para a promoção e prevenção da vida, da saúde e do bem-estar. O que corrobora com a afirmação de Nicolli et al., (2015), uma vez que o incentivo ao AC, promove o arcabouço para a atuação da enfermagem, através da realização de ações, que, conforme o modelo, contribui de forma específica, nas funções, na integridade e no desenvolvimento humano.
A pessoa que cumpre a função de praticar o cuidado básico da vida tem seu autocuidado em um bom nível. Porém, quando por alguma razão, o indivíduo não obtém condições físicas, psicológicas e/ou motoras de exercer suas dinâmicas básicas de vida, ela expõe um déficit de AC, o que sugere a necessidade de intervenção de enfermagem, através da Teoria do Déficit de Autocuidado proposta por Orem, sendo ela a melhor forma de obter- se uma evolução nesse quadro (PALHARES et al., 2015).
Segundo Petito e colaboradores (2015), para apoderar-se da teoria do autocuidado e aplicá-la é preciso que o profissional realize uma comunicação dialógica, sendo esta necessária para auxiliar o entendimento e cooperação do paciente nas intervenções realizadas, incentivando o estabelecimento de relações de confiança entre o enfermeiro e o cliente e, consequentemente, contribuam para melhor qualidade de vida de cada pessoa. Diante do exposto, torna-se relevante a necessidade de evidenciar a aplicação da Teoria Geral do Autocuidado nas práticas de Enfermagem e sua influência na assistência profissional, de forma a evidenciar as atribuições do enfermeiro no cuidado, ocasionando a questão: Quais as aplicabilidades da teoria fundamentada por Orem e como a mesma contribui na assistência em enfermagem? Desse modo, a elaboração deste trabalho tem como objetivo identificar a utilização da teoria do autocuidado de Orem nos cuidados de Enfermagem.
MÉTODO
Trata-se de um estudo descritivo, do tipo revisão integrativa da literatura, uma vez que esta é uma ferramenta da prática baseada em evidência que viabiliza o processo de sistematização e inspeção dos resultados acerca da temática investigada. Possibilita a síntese de conhecimento, critérios bem estabelecidos a respeito da coleta de dados, desta forma, consiste em um estudo de precisão metodológica, ampliando a profundidade e fidedignidade das conclusões (COSTA et al., 2018).
Para a construção da presente revisão integrativa, os conseguintes passos foram percorridos: estabelecimento da hipótese e objetivo; definição dos critérios de inclusão e exclusão dos artigos; fichamentos dos artigos selecionados; análise dos resultados; discussão e apresentação dos mesmos e apresentação da revisão, a última etapa (SANTOS et al., 2017). A seguinte questão formulada: Quais as aplicabilidades da teoria fundamentada por Orem e como a mesma contribui para a assistência em enfermagem? Nortearam-nos para o desenvolvimento do estudo.
Para o levantamento dos artigos na literatura, efetivou-se uma busca em duas bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Banco de Dados em Enfermagem: Bibliografia Brasileira (BDENF), utilizando os descritores:teoria de enfermagem, enfermagem e autocuidado, empregando o operador booleano AND. Esta, realizada de forma ordenada, reduzindo possíveis vieses, nesta etapa.
A coleta de dados ocorreu no mês de outubro de 2017. Como critérios de inclusão estabelecidos para a seleção dos estudos foram: artigos disponíveis e em texto completo; publicados no idioma português; no período compreendido entre 2012 a 2017 e artigos que contivessem com assunto principal: autocuidado, teoria de enfermagem e enfermagem.
Excluíram-se os estudos não pertinentes à temática, bem como repetidos. Desta forma, resultaram- se 9 artigos para compor a pesquisa.
As informações obtidas a partir da análise e posterior a síntese dos artigos que atenderam aos critérios de inclusão, foram sistematizadas em um quadro, incluindo a publicação com número, autor/ano, título, base de dados, revista, objetivo e resultados. Para facilitar à compreensão do leitor a discussão foi dividida em três categorias: Emprego na prática da teoria do autocuidado; Contribuições da teoria do autocuidado para o paciente; Relevância da teoria na assistência da enfermagem, segundo o propósito da revisão integrativa de literatura acerca da aplicabilidade da teoria do autocuidado de Orem na assistência em enfermagem.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Observou-se predominância de publicações nos anos 2012 e 2013, todas no idioma português, encontrados nas bases de dados, 4 artigos na LILACS e 5 artigos na BDENF. Sobre os periódicos que mais publicaram estudos sobre a aplicabilidade da teoria do autocuidado de Orem na assistência em enfermagem foram encontrados: Escola Anna Nery, Revista Mineira de Enfermagem, Revista de enfermagem, Revista Brasileira de Enfermagem, Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, Revista Eletrônica de Enfermagem, Revista Enfermagem UERJ, Revista Sampaio.
O levantamento dos resultados e a realização das discussões deram-se após a leitura minuciosa de todos os artigos compilados, descritos a seguir:
TABELA 1 – Apresentação da síntese de artigos incluídos na revisão integrativa
AUTOR/ANO | TÍTULO | BASE | REVISTA | OBJETIVO | RESULTADOS |
NICOLLI et al., 2015. | Teoria do autocuidado na desintoxicação química de gestantes em uso do crack: contribuições da enfermagem. | LILACS | Escola Anna Nery | Identificar as contribuições das atividades promotoras do autocuidado desenvolvidas com gestantes em desintoxicação química pelo uso do crack, utilizando como referencial a Teoria de Dorothea Orem. | Identificaram-se as categorias: da ausência à necessidade das atividades que estimulem à prática do autocuidado; contribuições das atividades no estímulo e aceitação da desintoxicação química e autocuidado; autocuidado realizado pelas gestantesapós a realização das atividades. |
2. COSTA; CASTRO; ACIOLI, 2013. | Capacidade de autocuidado de adultos e idosos hospitalizados: Implicações para o cuidado de enfermagem. | BDENF | Revista Mineira de Enfermagem | Classificar e avaliar esse grupo quanto ao grau de dependência em relação ao autocuidado, conforme a concepção teórica de Dorothea Orem, utilizando-se a escala de capacidade de autocuidado adotada por Carpenito-Moyet. | Dentre os resultados encontrados, 98 pacientes eram independentes (50,78%); 95 apresentavam algum tipo de dependência para o autocuidado (49,22%), sendo que, desses, 3 foram classificados com grau de dependência “1” (3,16%), necessitando de equipamento auxiliar; 57, com grau de dependência “2” (60%) necessitando do auxílio de pessoas; 19, com grau de dependência “3” (20%), necessitando do auxílio de pessoas e equipamentos; e 16, com grau de dependência “4” (16,84%), totalmente dependentes. |
3. SANTOS; SOARES; BERARDINELLI, 2013. | Promovendo o autocuidado de clientes com obesidade e coronariopatia: aplicação do diagrama de Pender. | BDENF | Revista enfermagem UERJ | Identificar necessidades de autocuidado de clientes com obesidade e coronariopatia, Aplicando o modelo de promoção da saúde de Nola Pender. | Nos resultados foram identificadas necessidades relacionadas à conduta e aos fatores pessoais; influências situacionais impeditivas e facilitadoras e intervenções de enfermagem para o autocuidado. |
4. RAIMONDO et al., 2012. | Produção científica brasileira fundamentada na Teoria de Enfermagem de Orem: revisão integrativa. | LILACS | Revista Brasileira de Enfermagem | Objetivo de sumarizar a produção científica brasileira fundamentada na Teoria de Enfermagem de Orem. | Constatou-se que 100% dos estudos se voltaram para adultos. Deste total, 65,22% voltavam-se aos portadores de patologias crônicas. Em 39,15% das pesquisas, a teoria foiutilizada na íntegra e em 34,80% um dos construtos. 91,30% das publicações objetivaram a construção e implantação da prática de cuidado estruturada e teoricamente fundamentada. |
5. SOUZA et al., 2012. | Diagnósticos de enfermagem embasados na teoria do autocuidado em pessoas Com deficiência visual. | LILACS | Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste | Descrever os diagnósticos de enfermagem a partir da identificação dos déficits de autocuidado de pessoas com Deficiência visual, usando como referencial a teoria do déficit de autocuidado de orem. | Os diagnósticos de enfermagem identificados foram: interação social prejudicada; déficit no autocuidado; controle ineficaz do regime terapêutico; risco de síndrome do estresse por mudança; disfunção sexual; e mobilidade física prejudicada. Conclui-se que o grupo apresentou um grau considerável de limitação na capacidade de realização do autocuidado. |
6. ARAUJO et al., 2016. | A prática do autocuidado por trabalhadores da enfermagem de unidades básicas de saúde. | LILACS | Revista Eletrônica de Enfermagem | O presente estudo analisa as práticas de autocuidado realizadas pelos trabalhadores de enfermagem que atuam em Unidades Básicas de Saúde, à luz da teoria do autocuidado de Orem. | Para discussão dos resultados, emergiram as seguintes categorias: O autocuidado não é prioridade: “o que dá para esperar vai esperando”; O trabalho desgasta o trabalhador: “porque é cansativo!” percepção de vida: “Meu trabalho é meu trabalho, e minha vida é minha vida”; É assim que me descuido. |
7. RAMOS et al., 2007. | A teoria de orem e o cuidado a paciente Renal crônico. | LILACS | Revista de Enfermagem UERJ | O objetivo de aplicar o processo de enfermagem, baseado na Teoria do Autocuidado de Orem, a um paciente renal crônico. | A sistematização da assistência de enfermagem à luz da Teoria de Orem permitiu o planejamento dos cuidados a um paciente segundo uma abordagem global e efetiva, correspondendo satisfatoriamente aos problemas identificados. |
8. FILHO et al., 2013. | O convívio do adolescente com HIV/AIDS e o autocuidado: estudo descritivo. | BDENF | Revista Sampaio | Descrever o enfrentamento de adolescentes que convivem com o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) por meio de ações de autocuidado. | O apoio da família, profissionais de saúde e amigos, meios de comunicação, motivação intrínseca foram entendidos como estimuladores do autocuidado. Quanto às barreiras são apontados o preconceito e vergonha, a adaptação ineficaz e a falta de conhecimento. |
9. BERARDINELLI; GUEDES; ACIOLI, 2013. | Análise do déficit de autocuidado de clientes Hipertensos e as implicações na produção de cuidado. | BDENF | Revista de enfermagem UERJ | O objetivo desta pesquisa foi identificar o déficit de autocuidado de clientes hipertensos internados nas enfermarias de clínica médica de um hospital universitário e descrever os fatores que influenciaram esse déficit. | Os dados foram coletados, em 2012, por meio de entrevista semiestruturada e submetidos à análise de conteúdo, emergindo duas categorias: reconhecendo o déficit de autocuidado e hábitos que revelam tal déficit. |
Fonte: Elaborada pelo autor
Advir discorreram aspectos relevantes e evidências acerca da Aplicabilidade da Teoria do autocuidado de Orem na assistência de enfermagem.
Emprego na prática da teoria do autocuidado
A partir da sumarização dos estudos observa-se que a Teoria do Autocuidado é empregada em diversos âmbitos, dentre estes em gestantes em situações de desintoxicação química, devido ao uso de crack, utilizando-se ações educativas através de orientações dialógicas, oficinas, atividades lúdicas entre outras, corroborando com a aplicabilidade da mesma em pacientes renais crônico, com o propósito de orientá-los à sua independência em questões de saúde.
No que tange à obesidade e os agravos decorrentes desta como a doença coronariana, utiliza-se ações preventivas, educativas e mudanças no estilo de vida. Estas mesmas ações devem ser incorporadas pelos profissionais de enfermagem, a fim de evitar que estes sejam acometidos por desgastes biopsicossociais, visto que os mesmos são os promotores das ações de autocuidado (SANTOS; SOARES; BERARDINELLI, 2013).
As pessoas com deficiência visual possuem algumas restrições que interferem na prática do autocuidado, que a partir dessa observação traçaram-se diagnósticos que possibilitam o planejamento e a execução de intervenções promovendo a autonomia e melhoria na qualidade de vida destas pessoas. Já em relação aos adolescentes com HIV/AIDS, o autocuidado se caracteriza como um método assistencial capaz de atender as necessidades desses indivíduos (FILHO et al., 2013).
Diante dessas circunstâncias, as ações de enfermagem são realizadas a partir da Teoria do Autocuidado, objetivando responder às necessidades de cada indivíduo.
Contribuições da teoria do autocuidado para o paciente
A realização das atividades promotoras do autocuidado embasadas na Teoria de Orem beneficiou e valorizou as gestantes a aceitarem que a desintoxicação é necessária em suas vidas para que elas possam viver saudáveis com os filhos. Em pacientes renais crônicos, as práticas de autocuidado tornaram-se favoráveis, contribuindo para o alcance de uma maior independência possível de acordo com a sua condição (NICOLLI et al., 2015).
No que se refere à obesidade e à coronariopatia, a realização de práticas educativas foram voltadas à conscientização da doença e a valorização do indivíduo, motivando-o a realizar medidas saudáveis. Auto cuidar-se oferece ao trabalhador de enfermagem uma visão mais abrangente de tudo que lhe envolve, possibilitando uma relação interpessoal de ajuda mais solidária e saudável. Dessa forma, é importante que reflitam sobre seus hábitos de vida e rotinas de trabalho, para não deixar que sua saúde seja prejudicada por falta de atitudes simples. Sugere-se a implementação da teoria do autocuidado (ARAUJO et al., 2016).
A Teoria de Orem possibilita às pessoas que convivem com alguma deficiência a acessibilidade e a autonomia para realização do autocuidado, que pode ser alcançada através de atividades educativas com o indivíduo e a família, possibilitando a inclusão e independência desta pessoa. Aos adolescentes com HIV/AIDS, a teoria permitiu identificar as situações sofridas pelos adolescentes e comprovar seus pressupostos e aplicabilidade na prática assistencial. Percebendo a importância de desenvolver um trabalho de autocuidado a fim de que o jovem tenha adesão e desenvolva para si o autocuidado.
Relevância da teoria na assistência em enfermagem
Como colaboradora para as práticas de saúde de forma individual e coletiva, a enfermagem se faz significante para promoção e melhoria da qualidade de vida da população. O desenvolvimento educativo é parte integrante do cuidado em enfermagem, na qual deve ser compartilhado para troca de experiências e de conhecimentos, onde o enfermeiro consiga perceber a realidade, a fim de julgar e reorientar sistematicamente o planejamento das ações e desenvolvê-las (RAIMONDO et al., 2012).
A assistência de enfermagem deve ser teoricamente construída e embasada na interação entre ciência, filosofia e ética realizando uma abordagem comprometida com o bem estar da sociedade e a partir disso o profissional poderá alcançar o reconhecimento almejado. As teorias são fundamentais para construção do saber e da prática profissional, possibilitando o desenvolvimento crítico do profissional para um cuidado fundamentado e de qualidade.
A Teoria de Orem para enfermagem é um referencial por possibilitar a partir de orientações educativas o desenvolvimento de atitudes que facultam aos indivíduos o autocuidado para prevenção, reabilitação ou manutenção da vida como no caso de pacientes com doenças crônicas que necessitam de utilização de medicamentos diários e reestruturação do estilo de vida. As utilizações das teorias demonstram a mobilização da profissão em busca da autonomia para o desempenho do cuidado, objetivando consolidar a enfermagem como ciência e arte do cuidar.
Os elementos desta pesquisa demonstram que a Teoria de Orem foi utilizada para atender uma série de sujeitos portadores de patologias manifestas, todavia, com competências para participar ou até mesmo para desenvolver seu próprio cuidado. Fato, que condiz com o indicado pela teórica, vez que para ela, a condição que resulta na presença de uma necessidade de condutas de enfermagem para um adulto é a falta da habilidade para manter constantemente o autocuidado, que é terapêutico, no suporte da vida e da saúde, na reabilitação da doença ou da lesão ou no enfrentamento dos seus efeitos (SOUZA et al., 2012).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Destaca-se através deste estudo que a Teoria de Dorothea Orem com ênfase no autocuidado mostrou-se de suma importância para a manutenção das condições de saúde em indivíduos que apresentam agravos, visto que o profissional enfermeiro é o protagonista na aplicabilidade dessa teoria, apresentando relevância em sua influência na assistência especializada, priorizando estabelecer vínculos com o paciente por intermédio de diálogos necessários, para que a mesmo auxilie na cooperação do paciente e intervenções realizadas promovendo relações de confiança entre o profissional e o cliente.
Diante disso, a Teoria do Autocuidado é aplicada em diversos setores pelos quais o enfermeiro dispõe das práticas educativas e de orientações ao cliente e familiares com a intenção de promover a independência do paciente na manutenção de sua saúde, dessa forma o auto cuidar-se oferece ao profissional de enfermagem uma visão clara e objetiva possibilitando uma relação mais interpessoal e saudável com o paciente, uma vez que, a teoria busca atender as necessidades de cada indivíduo e suas peculiaridades.
Dessa forma conclui-se que, para promover o autocuidado e uma assistência de enfermagem de qualidade as teorias se fazem necessárias para a construção do saber e das práticas profissionais referentes ao estado de saúde.
REFERÊNCIAS
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1 Enfermeira pela Universidade Regional do Cariri- URCA. E-mail:melina.costa@urca.br. Crato/CE
2 Enfermeira pela Universidade Regional do Cariri- URCA. E-mail: analuiza.rodrigues@urca.br Crato/CE
3 Acadêmico de Enfermagen pela Unifap. E-mail: evenaonfr1@gmail.com. Juazeiro do Norte/ CE
4 Enfermeira pela Universidade Federal de Campina Grande. E-mail:
5 Enfermeira pela Sociedade de Ensino Universitário do Nordeste. E-mail: jessicabatista12373@gmail.com. Maceió/AL
6 Acadêmica de Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-maiç: deboraalanna@hotmail.com. Santa Cruz – RN
7 Acadêmico de Enfermagem pela Universidade Ceuma. E-mail: thiagodesousafarias57@gmail.com. Imperatriz/ MA
8 Acadêmica de Enfermagem enfermagem pela FANORTE. Rondônia
9 Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal da Paraíba. Recife Pernambuco.E-mail: amanda_maritsa@hotmail.com
10 Acadêmica de Discente de enfermagem. Cascavel/PR. E-mail:luanapweizemann@hotmail.com
11 Enfermagem pela Universidade Ceuma (UNICEUMA).Imperatriz- MA. karenjayane14@icloud.com
12 Academico de enfermagem pela Universidade Federal do Maranhão – UFMA. E-mail: ss_luccas@hotmail.com. Imperatriz – MA
13 Enfermeira/ Centro Universitário Icesp.Brasília DF. E-mail: ggeyzah01@gmail.com
14 Enfermeiro. E-mail: Guicaetano2016@gmail.com. Fortaleza-Ce
15 Acadêmica de enfermagem. Cajazeiras – PB. E-mail:eduardaalmeida0087@gmail.com
16 Enfermagem/ Centro Universitário Tiradentes. E-mail: elianarakellyal@hotmail.com. Maceió/ AL
17 Acadêmico de Medicina pelo Centro Universitário Municipal de Franca. E-mail: brunoandrade1896@gmail.com
18 Enfermeira, Ebserh – Hospital Escola.Pelotas – RS. E-mail: tauanafigu@yahoo.com.br
19 Fisioterapeuta pela Universidade Estadual da Paraíba. Campina Grande-PB. charmenesgomes@gmail.com
20 Enfermeira. Faculdade Seune. E-mail: luisa.meilhac@gmail.com. Maceió AL