ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DAS INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR TRANSTORNO MENTAL EM IDOSOS NO PIAUÍ DE 2020 A 2024

EPIDEMIOLOGICAL ANALYSIS OF HOSPITAL ADMISSIONS FOR MENTAL DISORDERS IN ELDERLY IN PIAUÍ FROM 2020 TO 2024

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202511120936


Ana Clara Soares do Rêgo Pacheco1
Maria Goretti da Silva Campos de Araújo2
Danilo Gonçalves Dantas3


RESUMO 

Os transtornos do humor representam um ônus para a saúde pública, especialmente na população idosa, grupo etário em crescimento no Brasil. Compreender o perfil dessas internações é fundamental para o planejamento em saúde. Este estudo visou traçar o perfil epidemiológico das internações hospitalares por transtornos do humor em idosos (≥60 anos) no estado do Piauí, no período de 2020 a 2024. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, com base em dados secundários extraídos do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (Datasus). Foram analisadas todas as internações com diagnóstico de transtornos do humor na faixa etária definida. A análise dos dados foi realizada por meio de estatística descritiva simples (frequências absolutas e relativas), utilizando-se o software Microsoft Excel®. Foram identificadas 302 internações no período. O perfil predominante foi: ano de pico em 2022 (22,8%), faixa etária de 60-69 anos (69,9%), sexo feminino (53,0%) e raça/cor parda (80,5%). Quase a totalidade das internações foi de caráter urgente (99,7%). Geograficamente, os casos concentraram-se no município de Parnaíba (54,0%) e na Macrorregião do Litoral (58,0%). Os resultados apontam para a vulnerabilidade do idoso mais jovem (60-69 anos) e evidenciam gritantes iniquidades no acesso à saúde mental. A concentração geográfica reflete a centralização dos serviços especializados, enquanto a quase totalidade de internações urgentes sinaliza falhas na rede de cuidado prévio. O estudo reforça a necessidade urgente de descentralizar e fortalecer a Rede de Atenção Psicossocial para idosos no estado. 

Palavras-chave: Transtornos mentais. Epidemiologia. Senilidade. Bioestatística. 

ABSTRACT 

Mood disorders represent a public health burden, especially among the elderly population, a growing age group in Brazil. Understanding the profile of these hospitalizations is crucial for health planning. This study aimed to outline the epidemiological profile of hospitalizations for mood disorders among elderly individuals (≥60 years) in the state of Piauí, from 2020 to 2024. This is an epidemiological, descriptive, and retrospective study based on secondary data extracted from the SUS Hospital Information System (DATASUS). All hospitalizations with a diagnosis of mood disorders within the defined age group were analyzed. Data analysis was performed using simple descriptive statistics (absolute and relative frequencies) using Microsoft Excel® software. A total of 302 hospitalizations were identified during this period. The predominant profile was: peak year 2022 (22.8%), age group 60-69 years (69.9%), female (53.0%), and mixed race/skin color (80.5%). Almost all hospitalizations were urgent (99.7%). Geographically, cases were concentrated in the municipality of Parnaíba (54.0%) and the Coastal Macroregion (58.0%). The results highlight the vulnerability of younger elderly individuals (60-69 years) and reveal glaring inequities in access to mental health care. This geographic concentration reflects the centralization of specialized services, while the almost total number of urgent hospitalizations indicates gaps in the prior care network. The study reinforces the urgent need to decentralize and strengthen the Psychosocial Care Network for older adults in the state.

Keywords: Mental disorders. Epidemiology. Senility. Biostatistics.

1. INTRODUÇÃO 

A Reforma Psiquiátrica Brasileira emergiu de uma luta por mudanças nos modelos de atenção à saúde, priorizando a saúde coletiva, a equidade e o protagonismo de trabalhadores e usuários. Inspirada no modelo italiano de desinstitucionalização, busca resgatar a cidadania dos pacientes e sua reinserção social. Esse movimento é respaldado por normativas como a Declaração de Caracas (1990) e a Lei Federal Nº 10.216/2001, que redefinem os direitos de pessoas com transtornos mentais. A Portaria N° 3.088/2011, que institui a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) no SUS, oferece um cuidado integral, promovendo a contratualidade e a atuação de equipes multiprofissionais (Souza et al., 2023). 

Nesse contexto, os transtornos psiquiátricos são condições que afetam o bem-estar mental e emocional de indivíduos, abrangendo uma ampla gama de problemas, desde transtornos de humor até dependências químicas. A psiquiatria, como campo de estudo e prática, surgiu no século XVIII, buscando entender e tratar as doenças mentais. Desde então, houve avanços na categorização e no tratamento dessas condições. Contudo, o estigma e a falta de recursos ainda dificultam o acesso a cuidados adequados, resultando em complicações para muitos indivíduos afetados (Pereira et al., 2022). 

Foi verificado um total de 40.608 internações relacionadas a transtornos mentais, sendo que 12.285 (30,2%) ocorreram no município de Teresina, 8.595 (21,1%) em Parnaíba e 1.401 (3,4%) em Picos. Entre 2009 e 2012, houve um acentuado decréscimo nas internações psiquiátricas no Piauí, com a esquizofrenia apresentando a maior causa de internação ao longo de toda a série temporal, totalizando 17.877 internações, seguida por 8.239 internações por transtornos de humor (Melo et al., 2022). 

Entre os principais transtornos que levam a internações, destacam-se os transtornos mentais e comportamentais decorrentes do uso de álcool e outras substâncias psicoativas. Outro grupo significativo são os pacientes diagnosticados com esquizofrenia e transtornos esquizotípicos e delirantes. Esses transtornos, caracterizados por sintomas psicóticos que perturbam a percepção da realidade, muitas vezes exigem internação para estabilização. A continuidade do tratamento após a alta hospitalar é fundamental para evitar recaídas e garantir a reintegração social dos pacientes (Lima et al., 2024; Sá et al., 2025). 

Junto a isso, os transtornos de humor, como depressão e transtorno bipolar, também desempenham um papel importante nas internações psiquiátricas. Esses transtornos, muitas vezes subdiagnosticados, podem levar a crises que exigem hospitalização. Além disso, transtornos neuróticos e relacionados ao estresse têm aumentado, refletindo pressões sociais e econômicas que impactam a saúde mental da população (Kuenka; Favoretto; Stampe, 2022).  

A saúde mental dos idosos requer atenção especial, pois transtornos psiquiátricos como depressão e esquizofrenia impactam sua qualidade de vida. Embora tenha havido uma redução nas internações psiquiátricas no Piauí de 2009 a 2012, a esquizofrenia ainda é a principal causa de internação, e os casos de transtornos por uso de substâncias e estresse têm aumentado. É essencial que os gestores de saúde ampliem a rede de cuidados e garantam acesso a tratamentos adequados. A análise do perfil epidemiológico das internações psiquiátricas em idosos no Piauí é crucial para identificar padrões e desenvolver políticas públicas focadas nessa população vulnerável (Leão; Rodrigues; Dias, 2024). 

Este estudo foi guiado pelo questionamento acerca do perfil epidemiológico das internações hospitalares por transtornos mentais em idosos (60 anos ou mais) no estado do Piauí no período de 2020 a 2024. Para sanar a questão, foi realizado um estudo epidemiológico a partir de dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) com o objetivo geral de analisar o perfil epidemiológico desses pacientes. Os objetivos específicos foram: identificar o ano de maior ocorrência, a faixa etária (dentro do recorte de 60 anos ou mais), o sexo e a raça; observar o caráter das internações, mapeando as cidades com maior número de casos; e, por fim, registrar a macrorregião de saúde. 

2. MÉTODOS 

A pesquisa foi um estudo epidemiológico que utilizou bancos de dados de acesso público, um banco de dados epidemiológico de acesso livre. Durante o processo, os pesquisadores seguiram as diretrizes estabelecidas nas resoluções Nº 466/12 e Nº 510/16, que tratam de pesquisas envolvendo seres humanos, garantindo que o estudo beneficiasse a comunidade e respeitasse a dignidade humana. 

Foram utilizadas informações do SIH/SUS, disponíveis no Sistema DATASUS, que é gerido pelo Ministério da Saúde, com foco exclusivo em internações da população idosa (60 anos ou mais) por transtornos mentais. 

A pesquisa abrangeu um censo de internações por transtornos mentais entre idosos no estado do Piauí, com dados coletados para o período de 2020 a 2024. As informações foram extraídas do Sistema de Informação Hospitalar (SIH/SUS), sob gestão do Ministério da Saúde, considerando todos os casos confirmados de internações psiquiátricas apenas em indivíduos com 60 anos ou mais. Indivíduos com idade inferior a 60 anos foram excluídos da pesquisa. 

Foram extraídas informações sobre os casos confirmados de internações por transtornos mentais em idosos no Piauí, considerando o período de 2020 a 2024. Os dados estavam disponíveis em formato digital através do SIH/SUS. As variáveis de interesse incluíram faixa etária (60 anos ou mais), sexo, raça, caráter, evolução do quadro clínico e macrorregião de saúde. 

Os dados coletados foram organizados em planilhas utilizando o programa Excel® versão 2020. Em seguida, foi realizada a análise usando técnicas de estatística descritiva simples e porcentagem na base 100. Os resultados foram apresentados em gráficos e tabela, facilitando a interpretação e a visualização das informações. 

Os riscos aos quais a pesquisa esteve exposta foram  relacionados à presença de dados faltantes, informações ignoradas ou flutuações nos dados do sistema DATASUS. Os benefícios do estudo incluíram a geração de conhecimento aprofundado sobre o perfil epidemiológico das internações por transtornos mentais em idosos no Piauí, que pode servir de base para a formulação e atualização de políticas de saúde pública, contribuindo para melhorias na assistência à saúde mental na região. 

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 

O presente estudo analisou n= 302 casos confirmados de Internações Hospitalares por Transtornos do Humor em idosos no estado do Piauí, entre os anos de 2020 e 2024, o que representou uma média anual de N= 60,4. O Gráfico 1 demonstra os casos Hospitalares por Transtornos do Humor em idosos no estado do Piauí 2020 a 2024. 

Gráfico 1. Internações Hospitalares por Transtornos do Humor em idosos no estado do Piauí. 2020-2024. (n= 302).

Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) (2025). 

O Gráfico 1 apresenta a distribuição de internações hospitalares por transtornos do humor em idosos no estado do Piauí, no período de 2020 a 2024, totalizando 302 internações. O ano de 2022 registrou o maior número de casos, com 69 internações, correspondendo a 22,8% do total. Em contrapartida, 2020 apresentou o menor volume, com 52 internações (17,2%). 

A tendência geral dos dados indica um crescimento nas internações de 2020 a 2022, seguido por uma ligeira redução em 2023 e 2024. Esse padrão sugere uma possível oscilação na demanda por tratamento especializado nesse grupo, com pico no biênio 2022-2023. 

Do ponto de vista epidemiológico, o aumento progressivo até 2022 pode estar associado a uma maior conscientização sobre saúde mental e à ampliação do acesso a serviços de saúde para a população idosa. Conforme aponta a literatura, fatores como envelhecimento populacional, presença de comorbidades e mudanças no suporte social podem influenciar na busca por atendimento hospitalar. Além disso, políticas públicas direcionadas à saúde do idoso e à saúde mental têm possibilitado que mais pessoas recebam diagnóstico e tratamento (Braga et al., 2024). 

No contexto da pandemia de COVID-19, embora 2020 tenha apresentado a menor quantidade de internações, o aumento expressivo em 2021 e 2022 pode refletir o agravamento de transtornos do humor em idosos devido ao isolamento social, luto, medo e interrupção de rotinas e tratamentos. Estudos como o de Formigosa; Brito; Neto (2022) sugerem que a subnotificação no início da pandemia pode ter contribuído para números mais baixos em 2020. 

A análise indica, portanto, que mesmo com a redução observada em 2023 e 2024 em relação ao pico de 2022, a demanda por internações permanece elevada, possivelmente como reflexo das sequelas emocionais prolongadas da pandemia. Guimarães; Lima (2021) reforçam que fatores como solidão, problemas socioeconômicos e interrupção do convívio social tiveram impacto significativo na saúde mental de idosos, justificando a manutenção de altas taxas de internação por transtornos do humor no pós-pandemia 

O Gráfico 2 demonstra os casos Hospitalares por Transtornos do Humor em idosos no estado do Piauí 2020 a 2024, de acordo com a faixa etária. 

Gráfico 2. Internações Hospitalares por Transtornos do Humor em idosos no estado do Piauí. 2020-2024. De acordo com a faixa etária (n= 302).

Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) (2025). 

O gráfico 2 evidencia um perfil epidemiológico marcante das internações hospitalares por transtornos do humor em idosos no estado do Piauí entre 2020 e 2024 (n=302). A faixa etária de 60 a 69 anos concentra a vasta maioria dos casos, com 211 internações, representando 69,87% do total. Em seguida, a faixa de 70 a 79 anos responde por 87 internações (28,81%), enquanto indivíduos com 80 anos ou mais correspondem a apenas 1,32% (4 internações). Essa distribuição progressivamente decrescente a partir dos 60 anos sugere um padrão de morbidade significativamente mais acentuado no grupo de idosos mais jovens (60-69 anos) dentro da população idosa estudada (Kuenka, 2022; Leão et al., 2024). 

A concentração esmagadora de casos na faixa de 60 a 69 anos pode ser explicada por uma confluência de fatores biopsicossociais. Nesta fase da vida, os indivíduos frequentemente enfrentam transições críticas, como a aposentadoria, que pode acarretar perda de identidade social e redução da renda, além do agravamento de comorbidades clínicas crônicas que têm forte interface com a saúde mental (Moreira; Oliveira, 2021). Além disso, é comum o surgimento de limitações funcionais e o luto por parceiros e amigos, eventos estressores que podem precipitar ou agravar transtornos do humor, como a depressão, que muitas vezes necessitam de intervenção hospitalar (Silva et al., 2022). A maior busca por serviços de saúde nessa faixa etária, em comparação com idosos mais longevos, também pode influenciar na maior detecção e registro de casos (Leão et al., 2024). 

Por outro lado, a sub-representação de indivíduos com 80 anos ou mais (1,32%) nas estatísticas de internação não necessariamente indica uma menor prevalência de transtornos do humor nesse grupo. Pelo contrário, a literatura aponta que nesta faixa etária há uma significativa subnotificação dos transtornos mentais. Estes frequentemente se manifestam de forma atípica, com queixas inespecíficas ou sintomas cognitivos, podendo ser erroneamente atribuídos ao processo natural de envelhecimento pelos familiares e até por profissionais de saúde, em um fenômeno conhecido como “ageísmo” na diagnose (Pereira et al., 2022). Barreiras de acesso aos serviços de saúde, como dificuldade de locomoção e polifarmácia, também são agravantes, além do fato de que quadros depressivos graves podem levar ao óbito por causas clínicas associadas antes mesmo de uma internação psiquiátrica ser considerada (Sá et al., 2025). 

Do ponto de vista fisiopatológico, os transtornos do humor em idosos estão intimamente ligados a alterações neurodegenerativas, comorbidades clínicas e à interação complexa entre medicamentos para condições físicas e a saúde mental (Fernandes et al., 2023). O tratamento dessas condições na população idosa exige cuidado especial, considerando as mudanças na farmacocinética relacionadas à idade e o risco de interações medicamentosas, o que pode influenciar tanto a efetividade do tratamento quanto a decisão pela internação hospitalar para manejo adequado (Quemel et al., 2021; Bertoni; Leal, 2023). 

Em síntese, os dados revelam que os transtornos do humor que demandam internação hospitalar no Piauí são um grave problema de saúde pública que atinge predominantemente a população idosa em sua faixa inicial (60-69 anos). Este padrão exige políticas de saúde mental específicas para o envelhecimento, que incluam estratégias de rastreamento precoce na Atenção Primária, capacitação de profissionais para identificar sintomatologia atípica e a criação de uma rede de suporte psicossocial para mitigar os fatores de risco sociais, como solidão e abandono. A compreensão dessas nuances é fundamental para direcionar recursos e esforços de forma eficaz, garantindo que todos os idosos, independentemente da idade, recebam o cuidado em saúde mental que necessitam (Lima et al., 2024). 

O Gráfico 3 demonstra os casos Hospitalares por Transtornos do Humor em idosos no estado do Piauí 2020 a 2024, de acordo com o sexo. 

Gráfico 3. Internações Hospitalares por Transtornos do Humor em idosos no estado do Piauí. 2020-2024. De acordo com o sexo (n= 302).

Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) (2025). 

O Gráfico 3 detalha a distribuição das internações hospitalares por transtornos do humor em idosos no estado do Piauí entre 2020 e 2024, segundo o sexo, totalizando 302 registros. Os dados revelam que as mulheres idosas correspondem à maioria dos casos, com 160 internações (52,98%), enquanto os homens idosos representam 142 internações (47,02%). Esta distribuição indica uma predominância do sexo feminino nas internações, um padrão que é consistentemente observado na epidemiologia dos transtornos do humor ao longo da vida, embora as particularidades do envelhecimento modulem essa expressão (Kuenka et al., 2022; Leão et al., 2024). 

A maior prevalência de internações por transtornos do humor entre idosas pode ser atribuída a uma conjugação de fatores biológicos, sociais e psicológicos. Biologicamente, as mulheres possuem uma vulnerabilidade relacionada a flutuações hormonais ao longo da vida, que podem influenciar a neurobiologia dos transtornos afetivos (Bomfim et al., 2022). Socialmente, elas frequentemente acumulam papéis de cuidadoras familiares, enfrentam maior risco de solidão na viuvez devido à maior expectativa de vida e estão mais expostas a fatores estressores psicossociais, como limitações financeiras, o que as torna mais suscetíveis a episódios depressivos graves que exigem hospitalização (Silva et al., 2022; Frota et al., 2022). 

A relativa proximidade nos percentuais entre os sexos, quando comparada a disparidades mais acentuadas em faixas etárias mais jovens, sugere dinâmicas específicas na velhice. Entre os homens idosos, a notificação e a busca por tratamento podem ser substancialmente subestimadas devido a fortalezas culturais de gênero, que associam a masculinidade à resistência emocional e estigmatizam a ajuda psiquiátrica, fazendo com que seus quadros só sejam identificados em estágios mais severos, que demandam internação (Pereira et al., 2022). Além disso, transtornos do humor em homens idosos podem ser mascarados por comorbidades clínicas ou pelo uso de substâncias, desviando o foco do diagnóstico primário (Lima et al., 2024). 

O contexto da pandemia de COVID-19 atuou como um catalisador significativo para o agravamento da saúde mental dessa população. Estudos indicam que o isolamento social, o luto pela perda de entes queridos e o medo da contaminação impactaram profundamente os idosos. Para as mulheres idosas, esse período muitas vezes significou uma sobrecarga adicional de cuidados e um aumento drástico na sensação de solidão, exacerbando condições preexistentes ou precipitando novos episódios de transtornos do humor (Leão et al., 2024). Esta tendência foi observada por Pereira; Pereira; Batista (2024), cujo estudo com foco no pós-pandemia também registrou uma maior proporção de internações no sexo feminino. 

Ademais, o perfil das internações por sexo observado no Piauí reflete um fenômeno multifatorial, no qual a maior vulnerabilidade biossocial das mulheres interage com barreiras de ajuda específicas aos homens. Esses achados reforçam a necessidade urgente de políticas de saúde mental para idosos sensíveis às questões de gênero, que promovam a busca ativa de casos, especialmente entre a população masculina, e combatam os estigmas que impedem o acesso oportuno e equitativo ao tratamento (Pereira et al., 2022; Leão et al., 2024). 

O Gráfico 4 demonstra os casos Hospitalares por Transtornos do Humor em idosos no estado do Piauí 2020 a 2024, de acordo com a raça/cor autodeclarada. 

Gráfico 4. Internações Hospitalares por Transtornos do Humor em idosos no estado do Piauí. 2020-2024. De acordo com raça/cor autodeclarada (n= 302).

Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) (2025). 

O Gráfico 4 demonstra a distribuição das internações hospitalares por transtornos do humor em idosos no estado do Piauí (2020-2024) de acordo com a raça/cor autodeclarada, totalizando 302 casos. A análise revela uma concentração absolutamente majoritária na população idosa parda, que responde por 243 internações, correspondendo a 80,46% do total. Em contraste, as demais categorias apresentam números significativamente inferiores: idosos brancos (8 internações, 2,65%), pretos (6 internações, 1,99%) e amarelos (3 internações, 0,99%). Chama atenção também o expressivo volume de registros com informação ignorada (42 internações, 13,91%), o que por si só pode ser um indicador de fragilidade nos sistemas de informação. Este perfil destoa drasticamente da composição racial nacional e evidencia profundas iniquidades em saúde (Kuenka, 2022; Leão et al., 2024). 

A super-representação de idosos pardos nas internações é um reflexo direto do perfil demográfico do Piauí e das históricas desigualdades sociais e raciais que se acumulam ao longo da vida e se intensificam na velhice. Conforme dados do IBGE, o Nordeste, e o Piauí em particular, possui uma população com elevado percentual de autodeclarados pardos. No entanto, o dado não reflete apenas uma questão demográfica, mas sobretudo a materialização do racismo estrutural. Esta população, ao longo de gerações, teve menos acesso a educação de qualidade, emprego formal, renda e condições adequadas de moradia, culminando em um envelhecimento com piores condições de saúde física e mental e menor resiliência socioeconômica para enfrentar adversidades (Brito et al., 2024). 

As barreiras de acesso aos serviços de saúde mental são um componente crucial para entender essa disparidade. A população idosa parda, frequentemente residente em áreas periféricas ou rurais com infraestrutura precária, enfrenta dificuldades como a falta de transporte, a baixa oferta de CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) para idosos e a escassez de profissionais especializados em saúde mental do idoso na rede pública. Este acesso limitado faz com que o cuidado seja buscado apenas em crises agudas, culminando na internação hospitalar – o ponto mais tardio e custoso da rede de atenção. A internação, neste contexto, não é apenas um indicador de morbidade, mas também de falha no acesso aos cuidados preventivos e de baixa complexidade (Melo et al., 2022). 

A subnotificação e a baixa representatividade de idosos pretos (1,99%) e indígenas (não registrados na amostra) são igualmente alarmantes e apontam para barreiras adicionais. O estigma racial associado aos transtornos mentais, a desconfiança histórica nas instituições de saúde e a completa falta de serviços culturalmente adequados atuam como fatores que invisibilizam a real necessidade desses grupos (Pereira et al., 2022). O elevado percentual de registros sem informação racial (13,91%) corrobora a hipótese de fragilidade na coleta de dados, que por sua vez obscurece a real magnitude do problema e impede a formulação de políticas públicas específicas e equitativas (Sá et al., 2025). 

Em síntese, o panorama das internações por transtornos do humor entre idosos no Piauí é marcado por uma profunda iniquidade racial. A concentração esmagadora na população parda não sinaliza uma maior predisposição biológica, mas expõe as consequências de décadas de exclusão social e barreiras no acesso a uma rede de cuidado integral em saúde mental. Reverter este cenário exige a implementação de políticas intersetoriais que combatam as desigualdades raciais e garantam que todos os idosos, independentemente de sua raça ou cor, tenham a oportunidade de envelhecer com saúde mental e dignidade (Lima et al., 2024). 

O Gráfico 5 demonstra os casos Hospitalares por Transtornos do Humor em idosos no estado do Piauí 2020 a 2024, de acordo com o caráter de internação. 

Gráfico 5. Internações Hospitalares por Transtornos do Humor em idosos no estado do Piauí. 2020-2024. De acordo com o caráter de internação (n= 302).

Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) (2025). 

O Gráfico 5 apresenta a distribuição do caráter das internações hospitalares por transtornos do humor em idosos no estado do Piauí entre 2020 e 2024, revelando um cenário de extrema gravidade. Do total de 302 registros, 301 internações (99,67%) foram classificadas como de urgência, enquanto apenas 1 (0,33%) foi realizada de forma eletiva. Esta disparidade quase absoluta demonstra que a porta de entrada no sistema hospitalar para essa população é, de forma esmagadora, a crise aguda, indicando uma falha sistêmica no cuidado prévio e continuado (Kuenka, 2022; Melo et al., 2022). 

A predominância avassaladora do caráter de urgência reflete a natureza crítica e descompensada dos transtornos do humor quando evoluem a ponto de exigir hospitalização em idosos. Nesta faixa etária, episódios depressivos graves frequentemente se manifestam com risco suicida iminente, agitação psicomotora severa, desnutrição, desidratação ou negativismo extremo, configurando situações de emergência médica e psiquiátrica (Sá et al., 2025). Além disso, sintomas psicóticos associados ao humor e a piora abrupta de condições clínicas preexistentes devido à desistência do autocuidado são fatores que precipitam a necessidade de internação urgente (Leão et al., 2024). 

A quase inexistência de internações eletivas (0,33%) é um dado igualmente significativo e preocupante. Ela aponta para graves deficiências na rede de atenção psicossocial (RAPS) voltada para os idosos no estado. A internação eletiva, em tese, seria utilizada para ajustes complexos de medicação em casos refratários ou para iniciar tratamentos especializados em ambiente protegido. Sua ausência sugere que a rede de cuidados anteriores à internação – como a Estratégia Saúde da Família (ESF) e os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) – não está conseguindo identificar, conter e manejar os agravos de forma precoce, fazendo com que a crise seja o principal motivador do acesso ao leito hospitalar (Melo et al., 2022). A falta de leitos especializados em psiquiatria geriátrica e a burocracia para agendamento de vagas também contribuem para esse cenário (Brito et al., 2024). 

Este panorama está alinhado com os achados de Brito et al. (2024), que também identificaram a urgência como a principal via de internação. No contexto pós-pandêmico, esse quadro pode ter sido agravado pelo aumento da incidência e da severidade dos transtornos mentais na população idosa, sobrecarregando ainda mais uma rede de saúde mental que já opera no limite (Lima et al., 2024). 

Portanto, a distribuição do caráter de internação evidencia que o modelo de cuidado está centrado na resposta à crise, em detrimento de uma abordagem preventiva e de manejo continuado. Reverter este quadro exige o fortalecimento da articulação entre a atenção primária, os CAPS e a assistência hospitalar, com a implementação de estratégias de rastreamento ativo de sintomas em idosos, acompanhamento longitudinal dos casos e a expansão de serviços intermediários, como os hospitais-dia, que poderiam evitar a evolução para situações de emergência. A garantia de um envelhecimento mentalmente saudável depende da construção de uma rede de apoio que intercepte o sofrimento antes que ele se torne uma emergência. (Neves; Musial, 2021).  

A Tabela 1 demonstra os casos Hospitalares por Transtornos do Humor em idosos no estado do Piauí 2020 a 2024, de acordo com o município. 

Tabela 1. Internações Hospitalares por Transtornos do Humor em idosos no estado do Piauí. 2020-2024. De acordo com o município (n= 302).

MUNICÍPIOS CASOS 
CAMPO MAIOR 0,66% 
DEMERVAL LOBÃO 0,66% 
ELESBÃO VELOSO 0,99% 
FLORIANO 0,66% 
IPIRANGA DO PIAUI 0,66% 
LUÍS CORREA 0,99% 
PARNAÍBA 163 53,97% 
PAULISTANA 0,66% 
PIRACURUCA 0,66% 
SÃO PEDRO DO PIAUÍ 0,66% 
SÃO RAIMUNDO NONATO 1,32% 
SIMPLICIO MENDES 0,66% 
TERESINA 85 28,15% 
OUTROS 28 9,27% 
TOTAL 302 100,00% 

Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) (2025). 

A distribuição geográfica das internações hospitalares por transtornos do humor em idosos no Piauí (2020-2024) revela uma concentração marcante em centros urbanos específicos, conforme detalhado na Tabela 1. Do total de 302 registros, o município de Parnaíba responde sozinho por 163 internações, representando 53,97% do total estadual, seguido pela capital Teresina com 85 casos (28,15%). Em conjunto, essas duas cidades concentram 82,12% de todas as internações registradas no período. Os demais 13 municípios listados individualmente apresentam números residuais, variando entre 2 e 4 casos cada, enquanto outros 28 municípios somados representam apenas 9,27% das internações (Kuenka, 2022; Melo et al., 2022). 

Essa distribuição desigual reflete diretamente a organização hierárquica da rede de saúde mental no estado. Parnaíba, como polo regional de saúde na macrorregião do Norte piauiense, concentra leitos psiquiátricos e serviços especializados que atendem a diversos municípios vizinhos, funcionando como uma centralidade de referência para casos de maior complexidade (Brito et al., 2024). Já Teresina, sendo a capital, possui a maior e mais diversificada estrutura de saúde, incluindo hospitais gerais com unidades de psiquiatria e serviços de urgência, o que naturalmente atrai um grande fluxo de pacientes. A baixa ocorrência nos demais municípios, muitos deles de pequeno e médio porte, evidencia a carência de leitos e de profissionais especializados em saúde mental, especialmente para o atendimento ao idoso, no interior do estado (Leão et al., 2024). 

Este cenário caracteriza um fenômeno conhecido como “iniquidade geográfica no acesso à saúde”, onde a localização de residência do idoso determina sua capacidade de obter cuidado adequado. A concentração dos serviços nas duas principais cidades força os idosos de outras localidades a percorrerem longas distâncias para receber tratamento, muitas vezes em situações de crise aguda, o que pode agravar seu quadro clínico e sobrecarregar os serviços centrais (Sá et al., 2025). Portanto, os dados não indicam uma maior prevalência de transtornos do humor nos idosos de Parnaíba e Teresina, mas sim a centralização da oferta de cuidados, reforçando a necessidade de descentralização e capilarização da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) para garantir um acesso mais equânime em todo o território piauiense (Melo et al., 2022). 

O Gráfico 6 demonstra os casos Hospitalares por Transtornos do Humor em idosos no estado do Piauí 2020 a 2024, de acordo com a Macrorregião de Saúde. 

Gráfico 6. Internações Hospitalares por Transtornos do Humor em idosos no estado do Piauí. 2020-2024. De acordo com a Macrorregião de Saúde (n= 302).

Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) (2025). 

O Gráfico 6 demonstra a distribuição das internações hospitalares por transtornos do humor em idosos no Piauí (2020-2024) segundo as macrorregiões de saúde, revelando disparidades territoriais significativas. A Macrorregião do Litoral concentra a maioria absoluta dos casos, com 175 internações, representando 57,95% do total estadual. Em seguida, aparece a Macrorregião do Meio Norte com 93 registros (30,79%), enquanto as regiões do Semiárido e dos Cerrados apresentam números substancialmente menores, com 19 (6,29%) e 15 (4,97%) internações, respectivamente (Kuenka, 2022; Melo et al., 2022). 

Esta concentração de casos nas regiões Litoral e Meio Norte reflete diretamente a distribuição da infraestrutura de saúde especializada no estado. O Litoral piauiense, que compreende municípios como Parnaíba – polo regional de saúde – possui maior densidade de serviços de média e alta complexidade, incluindo leitos hospitalares com perfil para atendimento psiquiátrico e de saúde mental. Essa concentração de recursos atrai pacientes de municípios circunvizinhos, caracterizando um fenômeno de centralização do cuidado (Brito et al., 2024). Da mesma forma, o Meio Norte, onde se localiza a capital Teresina, abriga os principais hospitais gerais do estado, que funcionam como referência para casos de maior complexidade, justificando o expressivo número de internações nesta região (Leão et al., 2024). 

Por outro lado, as baixas frequências observadas nas macrorregiões do Semiárido e Cerrados não indicam necessariamente menor prevalência de transtornos do humor entre os idosos dessas localidades, mas provavelmente refletem graves limitações de acesso aos serviços especializados. Estas regiões, caracterizadas por populações dispersas e menor disponibilidade de recursos em saúde mental, enfrentam desafios como a escassez de profissionais especializados, dificuldades de transporte e barreiras geográficas que impedem o adequado encaminhamento e internação dos casos (Sá et al., 2025). Esta situação configura um cenário de subnotificação e de barreiras ao acesso, onde a necessidade de cuidado muitas vezes não se converte em internação registrada devido às próprias limitações do sistema de saúde nestas regiões (Melo et al., 2022). 

4. CONCLUSÃO 

O perfil epidemiológico das internações por transtornos do humor em idosos no Piauí, entre 2020 e 2024, revela uma concentração no ano de 2022, na faixa etária de 60 a 69 anos, no sexo feminino e na população parda. A esmagadora maioria dos casos foi caracterizada como urgência e concentrou-se geograficamente no município de Parnaíba e na Macrorregião do Litoral, evidenciando uma grave centralização dos serviços de saúde mental e a vulnerabilidade socioeconômica como fatores determinantes. 

A relevância deste estudo reside em elucidar as iniquidades no acesso à saúde mental para a população idosa, demonstrando a falha do sistema em oferecer cuidado continuado e preventivo, o que resulta na hospitalização majoritariamente por crises agudas. Estes achados são cruciais para orientar a descentralização da Rede de Atenção Psicossocial, a implementação de estratégias de rastreamento precoce na Atenção Primária e a formulação de políticas públicas direcionadas a este grupo etário, visando a redução das internações urgentes e a promoção de um envelhecimento mentalmente saudável. 

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1Graduanda do Curso de Medicina do Centro Universitário Tecnológico de Teresina (UNI-CET). E-mail: anaclarasrp@hotmail.com
2Graduanda do Curso de Medicina do Centro Universitário Tecnológico de Teresina (UNI-CET). E-mail: mariagorettiaraujoadv@gmail.com
3Professor do Curso de Medicina do Centro Universitário Tecnológico de Teresina (UNI-CET). Residência médica em Psiquiatria pela Escola de Saúde Pública Visconde de Sabóia (2021). E-mail: danilodantasmed@gmail.com